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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

CURSO DE ENGENHARIA DE AGRIMENSURA E CARTOGRÁFICA

VICTOR DOS SANTOS MAROTTA

KARINE SABINO FERREIRA

SERVIDORES DE MAPAS ASSOCIADOS A SISTEMA GERENCIADOR DE


BANCO DE DADOS NO CADASTRO TERRITORIAL

Novembro - 2018
Viçosa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

CURSO DE ENGENHARIA DE AGRIMENSURA E CARTOGRÁFICA

SERVIDORES DE MAPAS ASSOCIADOS A SISTEMA GERENCIADOR DE


BANCO DE DADOS NO CADASTRO TERRITORIAL

Monografia apresentada como


parte das exigências da disciplina
EAM 498 – Seminário e Monografia
II – do Curso de Graduação de
Engenharia de Agrimensura e
Cartográfica

VICTOR DOS SANTOS MAROTTA

KARINE SABINO FERREIRA

Novembro - 2018
Viçosa
RESUMO

Diante da crescente necessidade de disponibilização de dados espaciais nos


municípios brasileiros advindos dos Cadastros Territoriais Multifinalitários (CTM), se
torna indispensável o desenvolvimento de ferramentas capazes de fornecer agilidade,
qualidade, segurança e abrangência das informações espaciais para toda a sociedade.

Dentro da gama de ferramentas advindas com a tecnologia para o tratamento de


dados espaciais, destacam-se os Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados (SGBD) e
as plataformas de mapeamento e manuseio de dados geográficos na web, os WebGIS. A
associação das duas ferramentas para a disponibilização de dados dos CTM objetiva dar
publicidade aos dados para a sociedade, facilitar a manutenção destes por parte da
administração e prover a segurança das informações ali contidas.

Objetivando explorar os recursos dos SGBD as possibilidades de


disponibilização final dos dados do CTM através de plataformas WebGIS, este estudo
desenvolve aplicações e as analisa sob a ótica do Cadastro. Foram desenvolvidas duas
plataformas WebGIS, sendo uma utilizando o framework i3Geo, aplicação brasileira de
WebGIS desenvolvida para o servidor de mapas MapServer, e outra utilizando a
biblioteca OpenLayers, construindo uma aplicação WebGIS em torno do servidor de
mapas GeoServer; ambas as plataformas são associadas a um SGBD desenvolvido em
PostgreSQL e PostGIS.

Palavras Chaves: WebGIS, Cadastro Territorial Multifinalitário, PostGIS,


PostgreSQL.

i
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO GERAL ............................................................. 1

1.1. OBJETIVOS ........................................................................................... 2

1.2. JUSTIFICATIVAS ................................................................................. 2

1.3. ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO ................................................... 3

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 4

CAPÍTULO 2. VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DE POSTGIS PARA


PUBLICAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE DADOS NO CADASTRO
TERRITORIAL .................................................................................................... 5

2.1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 6

2.2. SISTEMAS GERENCIADORES DE BANCO DE DADOS E SUAS


VANTAGENS AO CADASTRO TERRITORIAL ................................. 8

2.2.1. Bancos de Dados Geográficos ....................................................... 13

2.2.2. PostgreSQL e PostGIS ................................................................... 14

2.3. DESENVOLVIMENTO DE BANCO DE DADOS CADASTRAL ... 15

2.3.1. Modelo Conceitual ......................................................................... 15

2.3.2. Implementação do Banco de Dados ............................................... 18

2.3.3. Conexão e atualização com software SIG ...................................... 24

2.4. CONCLUSÕES .................................................................................... 27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 28

CAPÍTULO 3. GEOSERVER E MAPSERVER NA DISPONIBILIZAÇÃO DE


DADOS CADASTRAIS .................................................................................... 32

3.1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 32

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................... 32

3.3. WEBGIS E WEBMAPPING ................................................................ 33

3.4. SERVIDORES DE MAPAS ................................................................. 34

ii
3.4.1. I3Geo e MapServer ........................................................................ 35

3.4.2. GeoServer e Openlayers................................................................. 36

3.5. METODOLOGIA ................................................................................. 37

3.5.1. WebGIS através das plataformas MapServer e i3Geo ................... 37

3.5.2. WebGIS através das plataformas GeoServer e Openlayers ........... 40

3.6. RESULTADOS .................................................................................... 43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 46

CAPÍTULO 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................... 48

4.1. DISCUSSÃO ........................................................................................ 48

4.2. CONCLUSÃO ...................................................................................... 51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 53

iii
Figura 1 - Esquematização de atributos chave em um banco de dados cadastral .......... 11
Figura 2 - Operações necessárias para a disponibilização de um banco de dados
cadastral .......................................................................................................................... 15
Figura 3 - Modelo Conceitual do SGBD de Conceição do Mato Dentro ....................... 17
Figura 4 - Exemplo de criação de uma tabela em linguagem SQL ................................ 18
Figura 5 - Exemplo de inserção de dados através de linguagem SQL ........................... 19
Figura 6 - Exemplo de criação de um usuário através de linguagem SQL .................... 19
Figura 7 - Vista de dados para os lotes no sistema WebGIS .......................................... 20
Figura 8 - Vista de dados para os logradouros no sistema WebGIS .............................. 20
Figura 9 - Vista de dados para as edificacoes no sistema WebGIS ................................ 21
Figura 10- Vista de dados para a aplicação de tributação .............................................. 22
Figura 11 - Exemplo da criação de trigger function na interface do pgAdmin ............ 23
Figura 12 - Exemplo de trigger no PostgreSQL ............................................................. 23
Figura 13 - Trigger para calculo da área de edificações ................................................. 24
Figura 14 - Trigger para cálculo do total de unidades em um lote ................................. 24
Figura 15 - Interface do QGIS para a adição de dados de um banco PostgreSQL..
.............................................................................................................................25
Figura 16 - Obtenção de distâncias com o QGIS ........................................................... 25
Figura 17 - Obtenção de distâncias com o pgAdmin...................................................... 26
Figura 18 - Exemplo de atuação da trigger de cálculo da área do lote ........................... 27
Figura 19 - Conexão dos sistemas e atividades cadastrais em um banco de dados.
.............................................................................................................................34
Figura 20 - Interface i3Geo versão 7 .............................................................................. 38
Figura 21 - Exemplo de arquivo mapfile ........................................................................ 39
Figura 22 - Interface de conexão do GeoServer com banco de dados PostGIS ............. 40
Figura 23 - Exemplo de configuração de estilo no GeoServer ....................................... 41
Figura 24 - Exemplo de implementação de ferramentas utilizando OpenLayers .......... 42
Figura 25 - Estrutura do código CSS no OpenLayers 3 ................................................. 43
Figura 26 - WebGIS através da plataforma i3Geo ......................................................... 44
Figura 27 - Disponibilização de dados em formatos shapefile ....................................... 44
Figura 28 - WebGIS utilizando a plataforma GeoServer e OpenLayers 3 ..................... 45

iv
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO GERAL
A cartografia tem assumido, historicamente, papel fundamental na representação
de dados geográficos bem como no desenvolvimento de ferramentas e métodos de
análise espacial. Segundo Marisco (2004), a revolução tecnológica e evolução do
processo cartográfico demandam a exploração de possibilidades, como ferramentas de
disponibilização, representação e análise de dados espaciais, que eram disponíveis, até
então, somente em papel.

As plataformas web, no contexto das novas tecnologias, permitem a publicação


de dados espaciais de forma ampla, dinâmica e interativa. Segundo Kraak e Brown
(2001), os mapas em plataforma web integram cartografia e multimídia vinculando os
recursos de representação dos dados espaciais aos recursos de som, imagem e vídeo.
Para o mesmo autor, os servidores de mapas têm uma capacidade inquestionável de
atingir muitos usuários dentro de um custo acessível e fácil atualização.

O desenvolvimento dessas tecnologias é de grande interesse do Cadastro


Territorial que, evolutivamente, deixou de ser apenas um instrumento fiscal e passou a
ser uma importante ferramenta de conhecimento espacial, social e econômico de um
município. Desta forma, as plataformas de mapas na web proporcionam diminuição no
custo com a disseminação e democratização das informações cadastrais (MARISCO,
2004).

Para o presente trabalho é necessário diferenciar dois conceitos: Webmapping e


WebGIS. De acordo com Heda e Chikurde (2016) a diferença fundamental encontra-se
na disponibilização de ferramentas para interação do usuário com o produto
cartográfico. O Webmapping se destina à exposição gráfica de um conteúdo geográfico
para o usuário, já o WebGIS, consiste de um Sistema de Informações Geográficas (SIG)
na web, e se destina a prover ferramentas de análise espacial, consulta por atributos,
identificação de feições para o usuário, entre outros.

Segundo Silva et al. (2016), para atualizar uma plataforma WebGIS é necessário
editar o arquivo de mapas armazenado no servidor sempre que houver atualizações nas
informações cadastrais. Este tipo de operação envolve vários riscos como a possível
incoerência com a base de dados utilizada pela prefeitura, a falta de segurança para
acesso destes dados e a possibilidade de falhas no sistema.

1
O processo de interação entre as informações disponibilizadas pelos servidores
web e a base de dados cadastral deve permitir a facilidade de atualização e segurança
dos dados. Desta forma, as tecnologias dos Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados
surgem para proporcionar apoio suplementar na medida em que garantem a integridade
e segurança dos dados armazenados em seu banco, além de implementarem uma série
de ferramentas de consultas por meio de uma linguagem estruturada.

A solução para o problema proposto pode vir da utilização de um Sistema


Gerenciador de Bancos de Dados (SGDB) associado à plataforma Webmapping ou
WebGIS. Dentre as várias vantagens de um SGBD estão as contraposições aos
problemas citados: a consistência, unicidade dos dados, o controle de acesso aos dados e
a segurança contra falhas operacionais.

1.1. OBJETIVOS
O objetivo geral deste trabalho é analisar e desenvolver plataformas WebGIS
para publicação de dados do Cadastro Territorial Multifinalitário, explorando as
vantagens do armazenamento e gerenciamento destes por um Sistema Gerenciador de
Banco de Dados.

Como objetivos específicos têm-se:

 Desenvolver um sistema de banco de dados para os dados cadastrais de


Conceição do Mato Dentro, MG;
 Desenvolver uma plataforma WebGIS no conjunto de softwares
MapServer e i3Geo;
 Desenvolver uma plataforma WebGIS no conjunto de softwares
GeoServer e OpenLayers;
 Analisar e comparar as plataformas WebGIS com relação às suas
principais características no que tange ao layout, linguagem de
exploração, ferramentas disponibilizadas, entre outras características.
 Integrar as plataformas desenvolvidas ao Sistema Gerenciador de Banco
de Dados PostgreSQL/PostGIS.

1.2. JUSTIFICATIVAS
As plataformas WebGIS têm sido desenvolvidas de modo a não restringir as
aplicações cartográficas a softwares SIG em desktop, mas estimular a disseminação de
dados espaciais por meio digital. Segundo Alcântara, Valdevino e Sá (2009) as

2
aplicações WebGIS permitem associar atributos, gráficos e imagens às informações
geográficas, o que constitui grande vantagem quando comparado com mapas
analógicos.

A principal importância da aplicação de plataformas web na disponibilização de


dados cadastrais em conjunto com sistemas gerenciadores de banco de dados reside no
problema da grande utilização de armazenamento de dados em arquivos convencionais
pelos municípios. A aplicação deste tipo de armazenamento dificulta operações de
acesso, atualização e distribuição de informação, além de comprometer a integridade
dos dados.

Este trabalho adotou a tecnologia de banco de dados PostgreSQL, isso se


justificativa pelo sistema estar sob licença livre e consequentemente reduzir custos para
a administração pública nos processos que envolvem aquisição e disponibilização dos
dados cadastrais. Esse sistema possui uma vasta documentação e uma comunidade
mundial de colaboradores que contribuem para a melhoria do sistema disponibilizando,
com atualizações em uma frequência muito maior que softwares proprietários.

Os servidores de mapas mais difundidos, GeoServer e MapServer, também são


disponibilizados sob licença livre e, por tal motivo, promovem o desenvolvimento de
aplicações WebGIS e Webmapping baseadas também sob a licença livre. O framework
i3Geo e a biblioteca OpenLayers utilizados neste estudo também são disponibilizados
sob licença livre.

1.3. ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO


Este trabalho está dividido em seis tópicos, a saber:

 Capítulo 1: Introdução geral – apresenta uma introdução geral sobre a


Cartografia e o uso de tecnologias para a disponibilização de dados
cadastrais.

 Capítulo 2: Vantagens para a administração pública de criação de banco


de dados em Sistemas Gerenciadores de Bancos de Dados no Cadastro
Territorial Multifinalitário e suas aplicações com WebGIS e SIG
convencionais.

 Capítulo 3: Desenvolvimento de duas plataformas WebGIS, utilizando os


softwares de licença livre GeoServer/OpenLayers e MapServer/i3Geo

3
para a disponibilização dos dados cadastrais em um banco de dados
PostgreSQL/PostGIS.

 Capítulo 4: Considerações finais sobre o estudo, discussão sobre os


resultados obtidos e conclusões.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALCÂNTARA, Lígia Albuquerque de; VALDEVINO, Diego da Silva; SÁ, Lucilene
Antunes Correia Marques de. Análise de Programas Computacionais Livres para
Disponibilização de Mapas na Internet. In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento
Remoto, 14., 2009, Natal. Anais do XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento
Remoto.Natal: Inpe, 2009. p. 4937 - 4942.
HEDA, M. R.; CHIKURDE, S. V.A Review: Geo-Information Technology for Web-
Mapping Application. International Journal of Advanced Research in Computer
and Communication Engineering. [S.I.], p. 582-585. Mar. 2016. Disponível em:
<https://www.ijarcce.com/upload/2016/march-16/IJARCCE 141.pdf>. Acesso em: 1
jun. 2018.
KRAAK, Menno-jan; BROWN, Allan. Web Cartography. Enschede: Taylor &
Francis, 2001.
MARISCO, Nelson. Web Mapas Interativos como Interfaces aos Dados
Geoespaciais: Uma Abordagem Utilizando-se Tecnologias Fontes Abertas. 2004.
392 f. Tese (Doutorado) - Curso de Engenharia Civil, Centro Tecnológico,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.
SILVA, Priscila de Lima; MARQUES, Éder Teixeira; JUNIOR, Joel Gripp.
Desenvolvimento de WebGIS para Cadastro Territorial Multifinalitário utilizando
softwares livres. In: CONGRESSO DE CADASTRO TÉCNICO
MULTIFINALITÁRIO E GESTÃO TERRITORIAL, 12., 2016, Florianópolis. Anais
do XII Congresso de Cadastro Técnico Multifinalitário e Gestão Territorial.
Florianópolis: [S.I.], 2016. p. 1 - 20. Disponível em:
<http://www.ocs.cobrac.ufsc.br/index.php/cobrac/cobrac2016/paper/download/346/59>.
Acesso em: 1 jun. 2018.

4
CAPÍTULO 2. VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DE
POSTGIS PARA PUBLICAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DE
DADOS NO CADASTRO TERRITORIAL
Submetido ao 13º Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico Multifinalitário e
Gestão Territorial, Florianópolis, 2018

Resumo:
Atualmente, o uso de novas tecnologias de armazenamento e gerenciamento de
dados pode otimizar a relação entre recursos disponíveis e propiciar agilidade e
eficiência na publicação dos dados cadastrais. Os Sistemas Gerenciadores de Banco de
Dados (SGBD) surgem dentre essas tecnologias para garantir que os dados
disponibilizados sejam consistentes e possam ser acessados e atualizados pelo maior
número de usuários, como em aplicações web, por exemplo. As iniciativas open source
como o PostgreSQL possuem uma vasta documentação disponível, além de comandos e
uma interface simples que compete de forma direta com SGBD proprietários. Dentro
desta abordagem este capítulo propõe uma metodologia para a criação do banco de
dados cadastrais utilizando como ferramenta o PostGIS, uma extensão do PostgreSQL,
que permite a manipulação de dados geográficos. Desta forma, utilizando para
exemplos dados espaciais comuns à administração territorial, este artigo objetiva
apresentar como as aplicações dos bancos de dados reduzem gastos da administração
pública na mesma proporção em que oferecem informação de qualidade.

Palavras-chave: Gestão Territorial, Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados,


PostgreSQL, PostGIS

Abstract:

In a country with continental dimensions like Brazil, the process of land


administration commonly demands high availability of resources with the means to
collect and update municipal data. In an era of great technological development, the use
of new data technologies has the objective of optimize the relation between available
resources and to provide agility and efficiency in publicizing land administration data.
The Database Management Systems (DBMS) emerge among these technologies to
ensure publicized data are consistent and are able to be accessed and updated by the
largest number of users as possible, through web applications, for example. Open source

5
initiatives like PostgreSQL possess a large documentation available and a friendly
interface, in a way that competes directly with commercial systems, like Oracle Spatial.
In this subject, the paper exposes a schematization of a land administration database
creation using PostGIS, an extension of PostgreSQL that enables the spatial data
manipulation in PostgreSQL. Using common land administration data, this paper shows
that these applications are an useful way to avoid costs in public administration while
providing data quality.

Keywords: Land Administration, Database Management Systems, PostgreSQL,


PostGIS.

2.1. INTRODUÇÃO
O processo de gestão territorial exige o conhecimento do espaço geográfico bem
como sua análise temporal, uma vez que o espaço urbano está em constante
modificação. O Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) visa dar suporte às tomadas
de decisões da administração pública nos aspectos econômico, jurídico e físico, e deve
ser implantado, preferencialmente, com o auxílio da tecnologia de banco de dados e
análise espacial.

Em 2009, através da Portaria 511, o Ministério das Cidades instituiu diretrizes


básicas para o Cadastro Territorial Multifinalitário no território brasileiro. No
documento, define-se como unidade básica para o CTM a parcela territorial, a partir da
qual se vincula os demais elementos espaciais e não espaciais do cadastro, como as
informações do proprietário, regime jurídico da parcela, zoneamento, entre outros. A
partir disso, se estabelece uma base de dados que pode ser utilizada pelas diferentes
áreas da administração, tanto para extrair informações como promover a atualização dos
dados (SILVA, 2016).

Segundo Loch (2001), a multifinalidade do Cadastro Territorial está relacionada


à satisfação das necessidades de um amplo número de usuários, o que exige produtos
complexos e tecnologias acessíveis para qualquer profissional. Para Heda e Chikurde
(2016), a publicação de dados espaciais na internet por meio de plataformas WebGIS
permite a visualização ágil dos dados, possibilitando então que mais pessoas consigam
ter acesso a dados atualizados de maneira eficaz e que se acelere o processo de tomada
de decisão a partir destes.

6
Dentro desta perspectiva os softwares chamados servidores de mapa possuem o
objetivo de prover o ambiente para desenvolvimento de uma interface de interação com
usuário para manipulação de dados espaciais na internet. Reckziegel (2011) destaca,
dentre as principais características destes sistemas, a simplicidade para integração de
diversos repositórios de dados geográficos, interoperabilidade das informações
geográficas e integração direta com o usuário com alta performance.

Com acesso aos dados cadastrais, provenientes de diferentes clientes que


possuem necessidades diversas, é importante que o sistema seja capaz de identificar
quais dados serão necessários à determinados processos de decisão realizados pelo
operador e também definir restrições de consulta pelos usuários. Esse tipo de situação é
controlado por softwares gerenciadores de bancos de dados, capazes de criar vistas para
conjuntos de informações, atribuindo restrições de acesso de acordo com as
necessidades do projeto (PostgreSQL, 2018).

Em uma outra perspectiva, é importante para a administração saber a relação


espacial entre parcelas e objetos, por exemplo, que respondam à questão: ‘Quais lotes
não edificados e inadimplentes se encontram próximos à zona de expansão urbana e
com acesso às redes públicas de transporte?’. Segundo Lopes (2011), a alternativa para
responder esse tipo de questão é utilizar um sistema de banco de dados espaciais, os
quais diferem do formato convencional supracitado ao permitir o armazenamento das
geometrias e das relações espaciais de topologia, adjacência e pertinência.

A tecnologia de banco de dados, portanto, tem papel fundamental como


ferramenta de gestão territorial. O SGBD é considerado um sistema composto por um
ou mais softwares que têm como finalidade realizar tarefas específicas que englobam
todo o processo de definição, construção, manipulação e compartilhamento do banco de
dados entre diversos usuários e aplicações (ELMASRI e NAVATHE, 2010).

Existem no mercado diferentes tecnologias de Sistemas de Banco de Dados


como Oracle, MySQL, PostgreSQL e SQLServer. Esses sistemas diferenciam-se em
aspectos como suporte, sintaxe de pesquisa estruturada e custo. Dentre as opções de
gerenciadores, o PostgreSQL se destaca por ser gratuito e ter maior robustez. Uchoa
(2011) apresenta que o PostgreSQL demonstra melhor relação custo x benefício para
aplicações corporativas devido à sua gratuidade, exibindo sua força ao tratar grandes
volumes de dados e, de acordo com Power (2009), também apresenta execução mais

7
rápida de pesquisas complexas com relação a um de seus concorrentes gratuitos mais
populares, o MySQL com extensão espacial.

No contexto de Cadastro, um Sistema de Informações Geográficas (SIG) é


indispensável à interação dinâmica com usuário. Softwares SIG são conjuntos de
ferramentas para a organização, seleção, transformação e representação espacial do
mundo real, dentro de um ambiente computacional (BURROUGH e MCDONNEL,
1998). Dentre as vastas opções de software SIG no mercado, mais uma vez se destaca as
alternativas gratuitas para a administração pública, como o QGIS

Assim, este estudo se destina a explorar as alternativas e vantagens de utilização


do sistema gerenciador de banco de dados PostgreSQL associado à sua extensão
espacial PostGIS para a publicação de dados cadastrais e sua atualização, tendo ênfase
no uso de softwares de licença livre em prol da redução de custos e aumento da
eficiência para a administração pública.

Adicionalmente, objetiva-se desenvolver um SGBD utilizando dos dados


relativos ao projeto de Cadastro Territorial Multifinalitário desenvolvido pelo Grupo de
Pesquisa em Engenharia de Gestão Territorial, GENTE, na Universidade Federal de
Viçosa em convênio com a Prefeitura Municipal de Conceição do Mato Dentro em
Minas Gerais sob coordenação do professor Éder Teixeira Marques.

2.2. SISTEMAS GERENCIADORES DE BANCO DE DADOS E SUAS


VANTAGENS AO CADASTRO TERRITORIAL
Para Silberschatz et al. (2006), um SGBD é uma coleção de dados inter-
relacionados e um conjunto de programas para acessar esses dados. O principal objetivo
deste tipo de ferramenta é fornecer uma maneira de recuperar e atualizar informações de
banco de dados que seja tanto conveniente quanto eficiente.

A alternativa para utilização SGBD, de acordo com Ramakrishnan e Gehrke


(1999), seria utilizar o armazenamento de dados em arquivos independentes dentro de
um sistema operacional. Desta forma, deve existir um programa autônomo para cada
operação que o usuário deseja realizar ao manipular tais arquivos.

No entanto, a construção de banco de dados diretamente sobre sistemas de


arquivos possui uma série de desvantagens em relação aos gerenciadores. Silberschatz
et al. (2006) enumera entre as desvantagens, a redundância e inconsistência dos dados

8
existentes, dificuldade de acesso e recuperação adequada para a programação de
operações sobre os dados, sujeição a falhas do sistema operacional, incapacidade de
acesso concorrente e problemas de segurança.

De acordo com Ramakrishnan e Gehrke (1999), execuções de aplicações em um


banco de dados que atualizam ou visualizam os dados são chamadas de transações,
podendo ser entendidas como a unidade básica de manipulação do SGBD. O
gerenciador não deve permitir transações parciais, isto é, no evento de queda do sistema,
as transações parciais devem ser desfeitas e atualizações realizadas simultaneamente
devem ser entendidas como uma série de atualizações em ordem. Desta forma, de
acordo com Haerder e Reuter (1983) e Elmasri e Navathe (2010), transações possuem
quatro propriedades:

➢Atomicidade: diz respeito à indivisibilidade do conjunto de operações


realizadas no banco de dados; ou toda a operação é realizada, ou ela não acontece;

➢Isolamento: é a independência destas operações em relação à acessos


concorrentes, ou seja, não há possibilidade de operações concorrentes atualizarem ao
mesmo tempo um mesmo registro do banco. Neste caso, as duas transações devem
acontecer de modo isolado, uma não interferindo na outra.

➢Consistência: se a transação ocorre com caráter indivisível, significa que ela


garante a consistência dos dados, isto é, os dados são alterados de forma controlada e
registrada, permitindo ao sistema restaurar os dados originais em casos de erro;

➢Durabilidade: uma vez que a transação tenha sido completada, não haverá
perda dos dados modificados, exceto no caso de uma transação que o faça.

Os dados armazenados em SGBD são dispostos no formato de tabelas nas quais


todas as características de um dado objeto são armazenadas como um atributo, como a
geometria, relações com outras geometrias, propriedades descritivas, entre outras.
Segundo Silberschatz, Korth e Sudarshan (1999), sob o banco de dados existe um
modelo de dados, que é um conjunto de ferramentas conceituais utilizadas para
descrever os dados, as relações entre si e suas regras de consistência.

Ao representar o ambiente em um banco de dados, deve se estabelecer um


modelo conceitual do banco obtido através da Modelagem de Dados. Segundo Lisboa

9
Filho (2000) o processo de modelagem se dá ao abstrair da realidade os elementos
necessários para a representação desta.

A abstração dos dados em um SGBD é segmentada em três níveis, conforme


citado por Silberschatz et al. (2006). O mais baixo nível, ou nível físico, é o que
apresenta os dados em estruturas complexas dentro do próprio software, enquanto o
nível lógico, descreve como os dados estão armazenados e suas relações, já o mais alto,
nível de abstração, corresponde à visualização simplificada à interação com o usuário.

Segundo Lisboa Filho e Iochpe (1998), o projeto de um banco de dados deve ser
apoiado em uma representação do modelo em alto nível, sendo este chamado de modelo
conceitual. Dentro desta perspectiva, a estrutura do modelo de dados conceitual é
composta por entidades, atributos e relacionamentos. De acordo com Elmasri e Navathe
(2010), a entidade retrata um objeto ou conceito do mundo real, enquanto atributos
descrevem as propriedades de cada objeto e por fim, o relacionamento é a forma como
uma ou mais entidades se associam.

De acordo com o mesmo autor, as entidades possuem atributos com valores


distintos para cada uma delas, denominados atributos-chave. Uma vez que o sistema
identifica cada objeto de forma exclusiva, o SGBD controla a redundância dos dados
para a representação de um mesmo fenômeno em entidades distintas.

O conceito de chave é ainda mais abrangente, uma vez que deve haver um
campo de ligação entre as tabelas para estabelecer uma relação entre as mesmas, dessa
forma, a chave primária de uma tabela corresponde à chave estrangeira da entidade com
a qual se relaciona. Por exemplo, na Figura 1, ao criar as tabelas Quadra, Parcela, e
Edificação, os atributos num_quadra, num_lote e num_unidade correspondem à chave
primária quando destacados em azul, ao passo que são chave estrangeira destacados em
vermelho.

10
Figura 1 - Esquematização de atributos chave em um banco de dados cadastral. Os destaques em azul
representam os atributos chave primária e em vermelho representam os atributos chave extrangeira.

Fonte: Autores

Um dos benefícios deste artifício é a facilidade que o administrador tem para


atualizar as informações cadastrais, inserindo a nova informação em uma tabela,
atualizando os dados automaticamente para todas as outras que recebem o atributo da
tabela modificada como chave estrangeira.

Por exemplo, em um conjunto de dados de CTM que não utilizam o


relacionamento entre tabelas, qualquer modificação nas características de um
logradouro irá impor ao operador a alteração em cada uma das parcelas que confrontam
a referida via. No entanto, ao utilizar o sistema de chaves do SGBD, basta que o
operador altere o dado na tabela logradouro e todos as parcelas serão atualizadas com a
nova situação.

O uso do sistema de chaves do SGBD permite que as informações sejam


relacionadas de forma hierárquica no sistema, evitando a duplicidade de dados. Um
SGBD, quando associado ao Cadastro Territorial, garante a representatividade dos
dados cadastrais como parcelas e proprietários, a descrição unívoca e inequívoca de

11
cada entidade por meio de campos chave como a Inscrição Cadastral e Cadastro de
Pessoa Física, bem como suas relações.

Um projeto de banco de dados objetiva modelar as informações e as relações


entre si, tendo em vista as aplicações e as necessidades de informação de uma dada
organização (GONÇALVES, 2008). Para o Cadastro, portanto, o projeto visa modelar
as relações lógicas entre os elementos do espaço urbano e das relações jurídicas
existentes sobre o território, de forma a prover agilidade de consulta e atualização dos
dados existentes pela Prefeitura. Dentro da área de Cadastro Territorial Multifinalitário
existem diversos estudos e aplicações de modelos conceituais e bancos de dados
geográficos em municípios, tais como Gonçalves (2008), Santos (2012), Duarte (2014)
e propostas internacionais, como o Land Administration Domain Model, proposto pela
Federação Internacional dos Geômetras em 2002.

Normalmente, os SGBD utilizam a linguagem SQL (Structured Query


Language), estas funcionam de maneira a possibilitar que o usuário execute uma ação
dentro do banco de dados, gerando uma resposta do mesmo, como uma requisição de
dados, atualização ou criação. As instruções SQL compõem uma linguagem padrão
universal própria para manipulação de banco de dados, mas que pode variar sutilmente
com o SGBD.

No contexto da linguagem SQL, surge um recurso importante dos SGBD que


são as triggers ou “gatilhos”. Segundo Milani (2008), esses sistemas executam um
código armazenado automaticamente ou quando há um evento associado a ele, dessa
forma, não há a necessidade de intervenções diretas ao banco de dados repetidas vezes.
Para isso, Silberschatz et al. (2006) cita que é necessário cumprir dois requisitos:
primeiro especificar o evento associado a ela, ou seja, quando essa trigger deve ser
executada, e se deve atender a alguma condição específica para isso, e em segundo,
explicitar qual a ação a ser executada.

Para Elmasri e Navathe (2010), gatilhos tem diversas aplicações, tais como
controle da consistência de dados de uma base, atualização de dados derivados e
monitoramento de atualização da base. No contexto do cadastro, os gatilhos
possibilitam tanto atualização de informações na tabela quando se realiza operações
sobre os dados, quanto garante a integridade referencial dos imóveis. Dessa forma, o

12
usuário não precisa fazer uma requisição ao banco de dados toda vez que ele atualiza o
mesmo.

Além dos gatilhos, existem diversas possibilidades de desenvolvimento de


aplicações para controle de dados e geração de serviços para órgãos públicos, como as
vistas. Silberschatz et al. (2006) define as vistas como sendo um conjunto de relações
entre tabelas que, diferem do modelo lógico do banco de dados, de forma a auxiliar a
intuição do usuário. Este artifício permite gerar uma pseudo-tabela de fácil recuperação
contendo informações de diversas tabelas reunidas para uma determinada aplicação,
como o cálculo de tributação territorial do CTM.

O uso de vistas tem duas características adicionais que são consequências de sua
aplicação. Primeiramente, ao restringir a disponibilização de parte dos dados, o sistema
garante que somente usuários autorizados tenham acesso às informações que lhes
cabem, servindo como alternativa à criação de usuários com permissões diretas sobre
tabelas, por exemplo. Por fim, a vista, como o resultado de uma pesquisa de dados pré-
armazenada, aumenta a performance do sistema evitando a realização de requisições
complexas ao servidor toda vez que o usuário necessitar de um determinado conjunto de
dados.

2.2.1. Bancos de Dados Geográficos


A organização de dados cadastrais em um SGBD deve abranger dois tipos de
informações: as descritivas, em que se elencam os dados relacionados às informações
dos proprietários do imóvel, situação física e jurídica da parcela e conteúdo fiscal, e as
não descritivas, como os limites das parcelas e a sua espacialização em um dado sistema
de referência, que carecem de uma descrição espacial. Neste contexto, de acordo com
Gonçalves (2008), deve-se pensar na utilização de um Banco de Dados Espaciais
(BDE).

Um BDE difere dos bancos de dados puramente convencionais ao armazenar


dados geométricos, e um Banco de Dados Geográficos (BDG) difere deste último ao
atrelar os dados geométricos à um sistema de referência geográfico (GONÇALVES,
2008). Para o mesmo autor, a maneira como tais dados são armazenados e comunicados
às aplicações também sofrerão mudanças dentro do sistema, uma vez que os dados
espaciais são armazenados como um atributo geométrico. De acordo com Piórkowski
(2011), o gerenciador deve ser capaz de traduzir os dados geométricos para uma

13
linguagem comum às aplicações, para tal são utilizados os padrões de dados espaciais
OpenGIS e SQL/MM.

Para Lisboa Filho (2000), um BDG deve ser capaz de armazenar um conjunto de
fenômenos geográficos, que são representados espacialmente e georreferenciados, e
objetos convencionais, presentes em qualquer sistema de informação. Desta forma, um
BDG deve diferenciar estes tipos de entidades entre si de maneira que se possa
relacionar facilmente uma geometria à uma informação textual ou numérica, sendo
possível obter informações capazes de suprir análises espaciais inerentes ao
geoprocessamento, tais como cálculos de áreas e distâncias, análises de sobreposição e
adjacência, entre outras.

O uso de BDG no Cadastro Territorial Multifinalitário vai da possibilidade de


desenvolvimento de aplicações para a administração pública, como sistemas de
cobrança, gerenciamento de obras, análises de demandas, sistemas de saúde, transporte
e educação até a disponibilização dos dados ao público por meio de aplicações online
como o WebGIS e Webmapping. A disponibilização atualizada de dados cadastrais
associados às formas geométricas é garantida pela distribuição de um mesmo banco de
dados a todas as aplicações.

2.2.2. PostgreSQL e PostGIS


O PostgreSQL é um sistema de gerenciamento de banco de dados objeto-
relacional derivado do pacote POSTGRES, que surgiu na Universidade da Califórnia
em Berkeley sob a liderança do Professor Michael Stonebraker em 1986. O pacote
POSTGRES ganhou sua funcionalidade de linguagem de pesquisa estruturada em 1994
e foi lançado em 1996 sob o nome PostgreSQL (THE POSTGRESQL GLOBAL
DEVELOPMENT GROUP, 2018).

Criado em 2001 pela Refractions Research, o PostGIS é uma extensão do SGBD


PostgreSQL que permite o armazenamento e manipulação de dados espaciais.
Disponibilizados sob licença livre, o PostgreSQL, juntamente com a sua extensão
espacial PostGIS se destacam por ser a plataforma gratuita mais robusta para o
armazenamento de grandes quantidades de dados espaciais e realização de pesquisas
complexas (OBE & HSU, 2011). Para Silberschatzet al. (2006), a popularidade do
PostgreSQL é um dos seus pontos mais fortes, e se tratando de um sistema desenvolvido

14
livremente, quanto maior a comunidade de usuários, maior também a comunidade de
desenvolvedores.

No contexto de Cadastro, as bases de dados PostgreSQL são utilizadas em


diversas partes do mundo para disponibilização de dados cadastrais ao público e à
administração pública por meio de infraestruturas de dados espaciais (IDE). São
exemplos internacionais de uso do PostgreSQL e PostGIS para a disponibilização de
dados cadastrais o Geoportal da cidade de Jalisco no México (RUIZ, 2010), o Geoportal
da cidade Suiça de Uster (NEUMANN, 2011) e o Geoportal da organização francesa
Institut Géographique National (RAMSEY, 2012).

No Brasil, diversos estudos apresentam o uso de PostGIS como: Simões et al.


(2015), na disponibilização de um Geoportal para informações de dados de solo; Anjos
e Bezerra (2016) na implantação de um Geoportal para a cidade de Arapiraca; Pessoa et
al. (2016) na implantação de um Geoportal para a cidade de Ribeirão dos Índios;
Pinheiro e Florentino (2017) , na implantação de uma Infraestrutura de Dados Espaciais
Marinhos e; a Companhia de Água e Esgoto do Ceará - CAGECE, em 2018 (PEREIRA
FILHO, 2018).

2.3. DESENVOLVIMENTO DE BANCO DE DADOS CADASTRAL


O desenvolvimento do SGBD de Conceição do Mato Dentro é apresentado na
Figura 2 a seguir, com cada uma de suas etapas sendo elucidadas nos tópicos seguintes.

Figura 2 - Operações necessárias para a disponibilização de um banco de dados cadastral

Fonte: Autores

2.3.1. Modelo Conceitual


Durante o planejamento de um Cadastro Territorial, é importante que se defina
quais informações se deseja obter e como elas deverão ser dispostas no SGBD para as

15
aplicações desejadas, como cálculo de tributação, disponibilização em sistemas
WebGIS, sistemas de administração e controle da prefeitura, entre outros. Os modelos
de dados servem para auxiliar esta coleta, definindo hierarquias de dados entre as
diversas entidades cadastrais, como o Lote, a Unidade e a Edificação.

Para este estudo, no entanto, foram utilizados dados já coletados, portanto, a


modelagem de dados foi limitada pelas condições já existentes e capacidades de geração
do software utilizado para a coleta. As entidades cadastrais estabelecidas foram o Lote,
contendo informações generalizadas para todas as suas características físicas e que
fossem comuns a todas as Unidades, entidade esta que, por sua vez, representava na
forma de um objeto não geográfico as relações jurídicas e qualitativas de uma unidade
cadastral; e por fim, a Edificação, objeto geométrico que representa edificações
contínuas de um mesmo padrão construtivo.

As três entidades se relacionam com cardinalidade variada, um lote por exemplo,


pode conter diversas unidades, que por sua vez, pode conter diversas edificações, o
contrário, porém, é inválido. A Figura 3 apresenta o modelo conceitual utilizado com os
atributos de cada classe.

16
Figura 3 - Modelo Conceitual do SGBD de Conceição do Mato Dentro

Fonte: Autores

17
2.3.2. Implementação do Banco de Dados
O PostgreSQL possui um software que adapta uma interface gráfica à
administração do banco de dados, o pgAdmin, disponível hoje na sua quarta versão.
Dentro deste ambiente é possível administrar o banco de dados com algumas limitações,
como realizar pesquisas complexas e tarefas em conjunto, como a criação de vários
usuários, por exemplo. Nesta plataforma, existe a ferramenta Query, por meio da qual,
usando comandos SQL é possível construir e manipular todo o banco de dado.

Na modelagem do Banco de Dados Cadastral, em que se definem os


relacionamentos entre entidades previamente à implementação do banco de dados em si,
define-se a estrutura das tabelas antecipadamente de modo a garantir a integridade dos
dados e posteriormente inserir as informações pela interface desejada. A criação das
tabelas a serem inseridas pode ser antes, através de instruções SQL ou durante a
inserção dos dados, através da importação de um arquivo de dados pré-configurado no
sistema.

A Figura 4 exemplifica a criação de uma tabela Lote associada ao esquema


Cadastro via estrutura SQL. Na estrutura se define o tipo de feição representada, os
atributos e a chave primária.

Figura 4 - Exemplo de criação de uma tabela em linguagem SQL

Fonte: Autores

Existem diversas formas de inserção de dados no banco. De forma rápida, para o


administrador do banco, as instalações do PostGIS disponibilizam uma ferramenta de
importação de shapefiles diretamente para as tabelas, porém, por exigir programas

18
adicionais, que requerem instalação, pode ser que o usuário final deseje realizar a
inserção dos dados via SIG, o que também é possível.

Sem o uso de qualquer software SIG, é possível que o usuário insira e altere
dados no banco de dados, o que viabiliza o desenvolvimento de aplicações como os
Sistemas de Informação Territorial (SIT), tal como um sistema de cadastro de
moradores de um imóvel que pode ser utilizado por setores da administração sem
conhecimento de SIG. A expressão na Figura 5 exemplifica a sintaxe SQL para inserção
de dados da inscrição cadastral e nome do proprietário em uma tabela edificação através
de requisição em SQL.

Figura 5 - Exemplo de inserção de dados através de linguagem SQL

Fonte: Autores

Um importante passo durante a esquematização do banco de dados consiste na


definição dos níveis de usuário, tornando possível especificar as permissões de acesso e
manipulação dentro do banco associadas a cada usuário ou grupo de usuários. A Figura
6 apresenta um exemplo de criação de um usuário para acesso das bases de dados na
sintaxe SQL na interface do pgAdmin 4.

Figura 6 - Exemplo de criação de um usuário através de linguagem SQL

Fonte: Autores

No exemplo supracitado, cria-se um usuário com o login karine e senha enirak.


Este usuário será capaz de herdar permissões de um grupo de usuários ao qual ele pode

19
ser associado posteriormente, mas não terá permissões de criação de bases de dados,
criação de outros usuários, replicação do banco de dados ou permissão de superusuário.

Para o projeto de Conceição do Mato Dentro foram criadas vistas de dados a


serem utilizadas nos sistemas WebGIS e nos sistemas de tributação. No primeiro caso, o
objetivo era restringir as informações do modelo lógico de forma a exibir para o usuário
final do WebGIS somente aquelas que sejam de caráter público, como informações
generalizadas sobre a estrutura urbana.

Desta forma, foram criadas as vistas wg_edificacoes, wg_lotes e


wg_logradouros, componentes básicas dos sistemas WebGIS, que continham somente
informações do código de identificação do polígono, setor, quadra, lote e unidade nos
quais se situam, e no caso dos trechos de logradouros, informações sobre nome, código
e seção da feição selecionada. As Figuras7, 8 e 9 ilustram a criação das vistas destinadas
a alimentar um sistema WebGIS na linguagem SQL.

Figura 7 - Vista de dados para os lotes no sistema WebGIS

Fonte: Autores

Figura 8 - Vista de dados para os logradouros no sistema WebGIS

Fonte: Autores

20
Figura 9 - Vista de dados para as edificações no sistema WebGIS

Fonte: Autores

Para fins de aplicação ao sistema tributário do município de Conceição do Mato


Dentro, os dados do CTM são concentrados em um Boletim de Cadastro Imobiliário
(BCI), ou seja, uma única tabela onde cada registro refere-se a uma unidade cadastral.
Desta forma, a quarta vista criada deve reunir as informações de BCI por meio da
junção das tabelas de edificação e lote para a tabela de unidade, fornecendo insumos
para a exportação direta dos dados por um funcionário sem a necessidade de operação
no banco. A Figura 10 apresenta a vista criada para alimentar o sistema de tributação.

21
Figura 10- Vista de dados para a aplicação de tributação

Fonte: Autores

22
Uma importante característica do espaço geográfico do município é estar sob
constante mudança, o que leva a necessidade de atualização da base de dados de forma
recorrente, com isso, a definição de triggers surge para otimizar as ações de atualização.
A título de exemplo, quando o limite de uma propriedade passa por alterações, a nova
área correspondente a esse imóvel pode ser alterada diretamente pelo próprio usuário no
banco de dados para cada atualização feita por ele. Alternativamente, pode-se declarar
uma trigger function que define a ação a ser requisitada ao SGBD. A Figura 11 ilustra a
título de exemplo uma função para calcular área do imóvel.

Figura 11 - Exemplo da criação de trigger function na interface do pgAdmin

Fonte: Autores

Posteriormente, como explicitado por Silberschatz (2006), é necessário informar


o evento que dispara a ação definida pela função, como na Figura 12. Torna-se
importante ressaltar que esta aplicação vai muito além do cálculo da área de uma
propriedade, sendo possível adaptar às diversas necessidades, como atualizar o número
de unidades dentro de um determinado lote quando da abertura de uma nova inscrição,
por exemplo.

Figura 12 - Exemplo de trigger no PostgreSQL

Fonte: Autores

As Figuras 13 e 14 apresentam os gatilhos de controle e atualização de dados


criados, executando as funções de calcular as áreas das edificações e total de unidades
nos lotes quando atualizadas pelo usuário.

23
Figura 13 - Trigger para calculo da área de edificações

Fonte: Autores

Figura 14 - Trigger para cálculo do total de unidades em um lote

Fonte: Autores

2.3.3. Conexão e atualização com software SIG


Um dos softwares SIG de licença livre mais difundidos atualmente é o QGIS.
Criado pela Open Source Geospatial Foundation (OSGeo) e desenvolvido de forma
voluntária pela comunidade, o QGIS possui ferramentas de criação, visualização,
análise e edição de dados geoespaciais, disponível para qualquer sistema operacional.
No que tange à administração pública, ganha espaço pela sua gratuidade e interface
intuitiva ao novo utilizador.

O QGIS possui uma opção para adicionar ‘Fonte de Dados Livres’, em que se
conecta diretamente à base de dados em PostGIS, sendo necessário fornecer somente

24
alguns parâmetros como usuário, senha e local onde o banco de dados está armazenado.
A Figura 15 apresenta a interface de conexão com o PostgreSQL a partir do QGIS com
as instruções para efetuar a conexão.

Figura 15 - Interface do QGIS para a adição de dados de um banco PostgreSQL

Fonte: Autores

Ao trabalhar com o QGIS e o PostGIS, a atualização dos dados ocorre de forma


prática e dinâmica, devido a compatibilidade entre os dois softwares. Para realizar as
atualizações e análises em um banco de dados, o QGIS permite que o usuário visualize
os dados pela sua representação geométrica (Figuras 16 e 17) o que não é possível ao
trabalhar somente com as funções SQL dentro do PostGIS.

Figura 16 - Obtenção de distâncias com o QGIS

Fonte: Autores

25
Na Figura 16 foi realizada a medição da distância entre as estações de metrô
Jamaica Center e 169th St, porém, passando pelo sistema viário. Com a interação pelo
QGIS é possível obter a distância de 1450,219 metros. Já na Figura 17, pelo pgAdmin
executando uma função de pesquisa SQL, a distância obtida é substancialmente menor,
de 1081,447 metros, tendo em vista que a função executada ST_Distance obtém a
distância em linha reta entre os dois pontos supracitados, e não sobre o sistema viário.

Figura 17 - Obtenção de distâncias com o pgAdmin

Fonte: Autores

Uma análise do desempenho das triggers no que se refere a atualização dos


dados pode ser observada na Figura 18. Utilizando o QGIS, após executar um evento
DML (Data Manipulation Language) do tipo update, o SGBD dispara a ação de
recalcular a área do imóvel, sendo assim, não é preciso que o usuário procure pela
inscrição e faça correção da área do mesmo a cada vez que uma alteração for feita. Para
que as mesmas fiquem salvas no banco de dados, é necessário salvar a edição após a
alteração.

26
Figura 18 - Exemplo de atuação da trigger de cálculo da área do lote

Fonte: Autores

Outra característica importante do SGBD, o controle ao acesso concorrente,


quando dois usuários em terminais diferentes editam uma mesma feição por um
software SIG, pode ser utilizada para melhorar a performance nas atualizações do BD.
Em uma mesma seção de edição, o primeiro usuário é capaz de visualizar as
atualizações enviadas para o servidor pelo segundo usuário, sempre que o último salva
as edições realizadas. Em um órgão público, por exemplo, isto permite que vários
usuários atualizem a mesma base de dados cadastrais de parcelas em várias instâncias
de trabalho, realizando, cada um, alterações na geometria e atributos das informações
sem a necessidade de cada um trabalhar em arquivos separados, desde que estes
usuários tenham autorização para fazer tal edição.

2.4. CONCLUSÕES
Este estudo revela diversas vantagens do uso de Sistemas Gerenciadores de
Banco de Dados na gestão territorial, desde o custo, considerando a licença aberta do
PostGIS e PostgreSQL e a compatibilidade com softwares livres como o QGIS, até
diversas aplicabilidades e vantagens técnicas como restrição de informações, controle
de múltiplos acessos, aumento da performance do sistema e do processo Cadastral e
segurança dos dados.

Dentro da administração pública, um dos requisitos fundamentais é a


interoperabilidade dos dados entre diversas aplicações e a segurança destes, o que pode
ser garantido pela aplicação do SGBD de forma que se tenha acesso simultâneo a

27
informações atualizadas e de forma hierarquizada, situação que seria impossível com o
uso de um sistema de arquivos convencional.

Com a modelagem conceitual do banco de dados no início de um projeto de


Cadastro Territorial, é possível que a equipe economize tempo e recursos com relação
às atividades a serem realizadas em campo. Este fato se justifica pela resposta às
perguntas sobre quais elementos devem ser coletados, a entidade geométrica em que
devem ser coletados e como estes elementos se relacionam na estrutura cadastral.

Ao comunicar com Sistemas de Informações Geográficas convencionais, o


SGBD permite toda gama de análises e ferramentas espaciais que podem ser úteis para a
administração pública, como análises multicritério, extração de feições e informações,
atualização da base de dados e visualização da cartografia municipal. Ademais, quando
aliado aos servidores de mapa através de plataformas de serviço web busca aproximar as
relações com usuário de forma que estimule a sua contribuição para aprimorar as
informações, pois somente através de uma base atualizada e completa pode-se garantir o
seu caráter multifinalitário.

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31
CAPÍTULO 3. GEOSERVER E MAPSERVER NA
DISPONIBILIZAÇÃO DE DADOS CADASTRAIS
3.1. INTRODUÇÃO
A gestão municipal é uma atividade que requer recursos tecnológicos e humanos
para ser realizada satisfatoriamente. As inovações que ocorrem no governo devem ser
no sentido de permitir a participação dos cidadãos na tomada de decisões, de forma que
este possa ser parte ativa na administração. Nesse sentido, a interação do Cadastro
Territorial com a população irá promover um meio seguro e eficaz para atualização dos
dados da administração pública.

Segundo Ribeiro (2011), a disponibilização dos dados do Cadastro Territorial


em um sistema de informações geográficas na web democratiza as informações do
município, antes concentradas somente nas mãos da administração. Dentro desta
perspectiva, o desenvolvimento de sistemas WebGIS tem o objetivo de disponibilizar as
informações espaciais na web de forma a facilitar a interação com o usuário no que se
refere a consultas, planos de informação, escalas, entre outros itens.

Um sistema WebGIS é constituído de três elementos básicos: a base de dados, o


servidor de mapas e em alguns casos, pelo framework. Os dados podem provir de
diferentes formatos como shapefiles, raster e banco de dados, porém, a performance na
manipulação desses dados, pode variar de acordo com o servidor de mapas utilizado.

Para atender as demandas supracitadas, tem-se disponíveis servidores como


MapServer e GeoServer. Estes softwares são disponibilizados sob licença livre e podem
incorporar frameworks, que segundo Adriano (2000), trata-se de um esqueleto de uma
aplicação pré-desenvolvida que pode ser personalizada para novas aplicações. Assim
pode-se entender como uma aplicação desenvolvida dotada de várias funcionalidades,
que pode ser reaproveitada, facilitando o desenvolvimento de uma nova aplicação.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS


Este trabalho objetiva construir duas plataformas WebGIS analisando as
principais características dos servidores GeoServer e MapServer, de forma a estabelecer
um comparativo quando aplicados ao Cadastro Territorial. Foram utilizados para análise
dados do município de Conceição do Mato Dentro em Minas Gerais, coletados em
campo e processados pela equipe do Grupo de Pesquisa em Engenharia de Gestão

32
Territorial(GENTE), no setor de Engenharia de Agrimensura e Cartográfica da
Universidade Federal de Viçosa como parte de um projeto de realização do Cadastro na
cidade.

3.3. WEBGIS E WEBMAPPING


Um sistema WebGIS ou Webmapping se destina a disponibilizar informações
geográficas na web através de mapas. De acordo com Heda e Chikurde (2016), o
Webmapping é uma ferramenta usada para disponibilizar e apresentar, de forma visual,
informações por meio de uma interface online, enquanto o WebGIS se destina a
disponibilizar além das informações, ferramentas e algoritmos de análise que permitam
ao usuário diferentes visualizações e análises a partir dos dados disponibilizados.

A vantagem do WebGIS no Cadastro Territorial Multifinalitário reside na


disponibilização global dos dados e ferramentas para o usuário final. No trabalho com
um SIG tradicional as informações espaciais são armazenadas dentro da organização
que as manipula, e no caso da administração pública, a eventual disponibilização dos
dados ao público se dá através de arquivos que requerem conhecimento técnico para a
utilização. Ao utilizar o WebGIS o CTM vence a barreira técnica, permitindo que
usuários sem um conhecimento vasto de dados cartográficos tenham acesso e
capacidade de realizar análises sobre os dados disponibilizados.

Ao associar uma aplicação WebGIS a um Sistema Gerenciador de Banco de


Dados, os dados cadastrais disponibilizados ganham uma característica única de serem
atualizados juntamente com as bases de dados de outros usuários e plataformas. O
SGBD gerencia as atualizações e visualizações dos dados de todos os usuários de forma
simultânea, como ilustra a Figura 19.

33
Figura 19 - Conexão dos sistemas e atividades cadastrais em um banco de dados

Fonte: Autores

A disponibilização de dados espaciais em um WebGIS é intermediada através de


softwares de Servidores de Mapas. De acordo com Pimenta et al. (2012), a função do
servidor de mapas é interpretar as requisições do usuário por meio da interface web e
solicitar ao SGBD os dados necessários em diferentes formatos. Dentre as opções
gratuitas para servidores de mapas, se destacam o GeoServer e MapServer, aplicações
desenvolvidas sob licença livre e muito difundidas entre os implementadores.

3.4. SERVIDORES DE MAPAS


De acordo com McKee (2002), denominam-se servidores de mapas os softwares
ou conjunto destes utilizados para a disponibilização de mapas na web. O servidor
interpreta dados em diversos formatos de dados geográficos comuns aos sistemas de
informação geográfica, como o shapefile, e o repassa ao usuário pelo navegador.

A comunicação entre servidor e cliente ocorre através de diversos serviços com


características específicas à sua finalidade como o WFS (Web Feature Service) e WMS
(Web Map Service), principais serviços utilizados neste estudo. Serviços e protocolos
de transmissão de dados geográficos pela Web são especificados pela Open Geospatial
Consortium (OGC), uma organização voluntária que se destina a estabelecer padrões
comunitários para a comunicação entre diversas aplicações que trabalham com dados
geográficos (OGC, 2018).

O serviço Web Map Service (WMS), um dos mais utilizados atualmente na


disponibilização de mapas, atua interpretando as informações geográficas e

34
disponibilizando-as via web através da renderização em formatos comuns a imagens,
como PNG, JPEG e GIF (OGC, 2006). Dentre as vantagens do WMS estão a
capacidade de se definir simbologias para o acesso via browser e a fácil
disponibilização da informação, tendo em vista que o navegador não precisará
interpretar a feição em si, o servidor já o fará.

Em aplicações que utilizam o serviço WMS, porém, a consulta de dados


relativos a feição é prejudicada, não sendo possível editar as camadas do mapa, uma vez
que os níveis de informação são processados. Para contrapor este problema, facilitando
a interface entre usuário e feição, existe o serviço WFS.

O Web Feature Service (WFS), por sua vez, provê ao usuário a interação com os
dados geográficos ao nível de feição (OGC, 2014). O protocolo WFS permite ao usuário
a recuperação da feição que ele vê, ao invés de um arquivo contendo esta feição, como
no caso do WMS, desta forma, permitindo diversas operações, como a edição, criação e
exclusão de dados, garantida pela capacidade transacional de uma das variações do
serviço, o Transactional Web Feature Service (WFS-T) disponível em alguns servidores
de mapas na web.

Os sistemas utilizados neste estudo, MapServer e GeoServer, suportam os dois


serviços, porém, o MapServer prioriza a disponibilização WMS e disponibilização
somente leitura em WFS. Para sistemas que necessitam do uso do WFS-T, a própria
documentação do MapServer indica o GeoServer como solução, sistema este que provê
suporte completo ao serviço (OSGEO, 2018).

3.4.1. I3Geo e MapServer


Em uma das abordagens deste trabalho foi utilizado o framework i3Geo em
conjunto com o servidor de mapas MapServer para o desenvolvimento de um WebGIS,
tornando possível a disponibilização de dados cartográficos juntamente com
ferramentas de análise espacial.

O i3Geo é uma plataforma desenvolvida pelo Ministério do Meio Ambiente do


Brasil para a disponibilização de mapas interativos na web e disseminação de dados
geoespaciais (GVSIG ASSOCIATION, 2008). Criado para propor uma alternativa
gratuita aos órgãos públicos brasileiros, atualmente, o i3Geo integra o Portal do
Software Público Brasileiro e é utilizado para disponibilização de dados geográficos em
diversos geoportais brasileiros, como o Acervo Fundiário do Incra (INCRA, 2018), o

35
portal de mapas do Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2018) e a Infraestrutura de
Dados Espaciais Ambientais do estado de São Paulo (SMA – SP, 2018).

Programado a partir das linguagens PHP, Javascript e HTML, o i3Geo é um


framework que também utiliza, dentre outras, a biblioteca Openlayers, isto é, uma
interface pré-configurada do servidor de mapas MapServer que possibilita disponibilizar
dados geográficos online a usuários com menor conhecimento em programação. Para
este estudo, o i3Geo foi utilizado como interface para a visualização e análise dos dados
cadastrais armazenados em um banco de dados PostGIS com a finalidade de dispor à
prefeitura e à sociedade uma ferramenta geográfica de conhecimento espacial do
próprio município.

Desenvolvido nos anos 90 pela Universidade de Minesotta, o MapServer é um


servidor de mapas disponibilizado sob licença livre que se destina à criação de mapas
interativos na web e aplicações de mapeamento online. Destaca-se que o MapServer não
é uma aplicação SIG em si e não almeja esta finalidade (OPEN SOURCE
GEOSPATIAL FOUNDATION, 2018), portanto, não se destina a gerenciar o acesso de
aplicações de edição de dados e serviços de geoprocessamento como o GeoServer.

O MapServer é distribuído para as plataformas Linux, Windows e Mac. A


distribuição para Windows, provida pela MapTools por meio do pacoteMS4W, é uma
compilação de programas necessários para o funcionamento do MapServer, como o
Apache, PHP5, GDAL, Proj4lib, etc. Segundo um dos idealizadores do i3Geo
(MORETTI, 2013), o MS4W apresenta a desvantagem de não ser atualizado ao mesmo
passo do MapServer, o que acaba resultando em um baixo desempenho na aplicação
final pelos desenvolvedores que utilizam o ambiente de produção Windows, visto que o
programa é desenvolvido em ambiente Linux.

Neste estudo foram utilizados os ambientes Windows e Linux para a


implantação do sistema, utilizando as versões do MS4W 3.2.7 e MapServer 7.0.7 para o
Windows, e a versão do MapServer 7.2.1 em uma distribuição Linux. Durante o estudo
foi utilizada a interface do i3Geo 7, em ambos os sistemas.

3.4.2. GeoServer e Openlayers


O GeoServer é um gerador de serviços, criado em 2006 e mantido atualmente
pela Boundless Spatial Inc. Desenvolvido utilizando uma biblioteca Java Open Source,
GeoTools, seus serviços seguem as especificações da Open Geospatial Consortium

36
(OGC) e fornece suporte aos serviços WMS, que oferecem uma variedade de formatos
para visualização dos dados como PNG, GIF e GeoJSON, por exemplo, serviços WFS,
que permitem a edição dos dados via web, além de WCS (Web Coverage Service) e
WPS (Web Processing Service).

O GeoServer utiliza uma biblioteca JavaScript, o OpenLayers, para


implementação da interface com o usuário. Desenvolvido pela MetaCarta, o
OpenLayers teve sua primeira versão disponibilizada em 2006 e passou por uma grande
modernização até o lançamento da sua segunda versão em 2014, sendo que, atualmente,
está na sua quinta versão.

Por se tratar de um software livre e com uma extensa comunidade que está
constantemente contribuindo para o desenvolvimento desta plataforma, diversas
instituições públicas utilizam o GeoServer para disponibilização de dados na web, como
a Infraestrutura de Dados Espaciais INDE (INDE, 2018), o portal GeoInfo
(EMBRAPA, 2018)e o portal de dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA, 2018).

3.5. METODOLOGIA
3.5.1. WebGIS através das plataformas MapServer e i3Geo
O i3Geo conta com duas formas de inserção de dados, as duas utilizando os
arquivos Mapfile (.map), padrão para o MapServer. A primeira utiliza a plataforma de
administração do próprio software, desenvolvida de forma a facilitar a inserção de
dados na aplicação. A Figura 20 apresenta a interface de administração da versão 7 do
i3Geo.

37
Figura 20 - Interface i3Geo versão 7

Fonte: Autores

A estruturação de mapas deve ser realizada por meio da criação do arquivo na


opção ‘Mapfiles’ e criação ou inserção do mapa na árvore de temas. Nesta plataforma, é
possível que o usuário personalize a aparência do mapa e teste a exibição do mapa.

Em uma segunda abordagem, é possível que o usuário adicione camadas para os


mapas diretamente na estrutura do MapServer, através da edição do arquivo de mapas
base localizado na pasta do i3Geo. A Figura 21 apresenta a estrutura de adição de uma
camada de Lotes, armazenada no PostGIS, no arquivo de mapas base do i3Geo.

38
Figura 21 - Exemplo de arquivo mapfile

Fonte: Autores

A estruturação de camadas em um arquivo Mapfile segue a ordem


Layer>Class>Style. Nas propriedades de Layer, se definem as conexões de dados e as
informações de processamento e metadados da camada, isto é, pode-se utilizar tanto a
conexão para arquivos Shapefile armazenados no servidor quanto a conexão com o
SGDB. No exemplo da Figura 21, a conexão é feita por uma requisição SQL ao sistema.

Nas propriedades de Class, definem-se as classes da feição, tal como em


sistemas SIG, pode-se utilizar simbologias diferentes para classes de atributos distintas
da feição. Por fim, em Style configura-se a simbologia utilizada com relação à aparência
da feição no mapa.

Na edição direta do arquivo de mapa base não é possível visualizar as alterações


em forma de teste como na interface do i3Geo, sendo necessário recarregar toda a
estrutura no navegador para visualizar as alterações. A utilização de versões mais
antigas do i3Geo, como a versão 6 e anteriores, permitia ainda a criação de arquivos
mapfile através de mapas do formato .svg, originário do software livre gvSIG.

39
3.5.2. WebGIS através das plataformas GeoServer e Openlayers
O GeoServer possui suporte a vários formatos de dados, dentre eles o banco de
dados PostGIS, que será o foco desta aplicação. Neste caso, o usuário tem acesso
diretamente aos dados do banco, sendo necessário, portanto, uma análise prévia
criteriosa de quais informações cada usuário poderá acessar.

Para fazer a importação dos dados dentro do GeoServer é necessário, primeiro,


criar um espaço de trabalho que conterá, posteriormente, as camadas do mapa. Em
seguida, a conexão é realizada de forma simples, sendo necessário fornecer, somente, os
parâmetros de conexão como o nome do banco de dados, bem como usuário e senha
definidos na criação do mesmo, como ilustrado na Figura 22.

Figura 22 - Interface de conexão do GeoServer com banco de dados PostGIS

Fonte: Autores

O GeoServer também permite a configuração dos estilos de cada camada, por


meio da criação do código ou importação de um arquivo SDL na aba Style. Alguns
softwares de geoprocessamento, permitem que o usuário configure um estilo dentro da
sua interface e exporte no formato SDL, para posterior importação no servidor de mapa,
como ilustra a Figura 23.

40
Figura 23 - Exemplo de configuração de estilo no GeoServer

Fonte: Autores

Após a importação de todas as camadas, bem como a configuração dos estilos, é


possível na aba Layer Preview escolher o formato de saída, onde o usuário tem uma
enorme gama de opções como PDF, GIF, JPEG ou os serviços WFS como GEOJSON e
GML.

O processo de edição das feições diretamente no banco de dados pode ser


realizado de duas formas, dentro de um SIG ou dentro do próprio WebGIS, desde que
sejam implementadas as ferramentas necessárias utilizando a biblioteca OpenLayers.

O OpenLayers quando associado ao GeoServer atua na disponibilização de uma


biblioteca JavaScript para implementar diversas ferramentas para manipulação do mapa.
Esta biblioteca possui uma vasta documentação das suas API’s (Application
Programming Interface) e alguns exemplos que podem ser encontrados no site do
OpenLayers. Desta forma, para construir um WebGIS mais robusto utilizando essa
plataforma é necessário ter um certo conhecimento prévio nas linguagens de HTML,
JavaScript e CSS.

Quando o mapa possui aplicações mais simples, uma alternativa é a utilização de


softwares como QGIS, que possibilitam a criação de mapas para aplicações web dentro
da sua interface, como realizado neste trabalho, sendo necessário, somente, ter o
complemento qgis2web instalado e configurar a conexão com o GeoServer. A
importação das camadas do servidor é feita adicionando uma nova camada WFS no SIG
e em seguida, o usuário pode exportar seu mapa com recursos como escala, zoom e
ferramentas de consulta.

41
O arquivo índex em formato HTML contém as informações do mapa base, dessa
forma, para adicionar uma ferramenta, o usuário pode fazê-lo por meio da alteração no
código do mesmo. A Figura 24ilustra a adição das ferramentas Layer Switc here
ScaleLine.

Figura 24 - Exemplo de implementação de ferramentas utilizando OpenLayers

Fonte: Autores

As ferramentas supracitadas foram implementadas utilizando as API’s do


OpenLayers 3, a primeira possibilita ao usuário escolher os planos de informação que
deseja visualizar, enquanto a segunda controla a escala do mapa. Dentro do código
HTML o início e fim do código JavaScript são sinalizados pelo uso da marcação ou
tag<script> e </script>, respectivamente. Dessa forma, quando for feita a
implementação utilizando uma API do OpenLayers, a mesma deve ser feita dentro
destas tags, como mostra a Figura 19. Outras marcações importantes são
<style></style>, indicando início e fim das configurações de estilo em linguagem CSS e
<body></body> que indicam o início e o fim do conteúdo da página HTML. A Figura
25apresenta outro exemplo dessas tags dentro do arquivo index.

42
Figura 25 - Estrutura do código CSS no OpenLayers 3

Fonte: Autores

3.6. RESULTADOS
A interface do i3Geo 7 é apresentada na Figura 26, foi desenvolvida em
ambiente Linux. Nessa interface, o MapServer realiza as requisições de um servidor
PostGIS localizado na rede.

43
Figura 26 - WebGIS através da plataforma i3Geo

Fonte: Autores

Como um sistema WebGIS, o i3Geo deveria prover ao usuário um conjunto de


ferramentas para a análise dos dados apresentados, porém, o sistema só se mostrou
capaz de realizar operações sobre arquivos shapefile armazenados fora do sistema de
banco de dados. Não foi possível precisar os motivos que levaram a esta falha, tendo
em vista que em outras aplicações e demonstrações disponibilizadas do software a
função aparentava funcionar; é cabível inclusive, em estudos posteriores, tal análise.

A Figura 27 apresenta uma seleção por atributos executada no mesmo arquivo


de lotes, porém armazenada em um shapefile.

Figura 27 - Disponibilização de dados em formatos shapefile

Fonte: Autores

44
Apesar das diversas ferramentas disponibilizadas pelo sistema, poucas tem de
fato utilidade na disponibilização de dados cadastrais. Cabe ao desenvolvedor do
sistema identificar as ferramentas que serão úteis para a aplicação desejada e adaptar o
sistema às suas necessidades, o que requer conhecimento técnico em programação e
linguagens web.

Devido à sua relativa simplicidade de desenvolvimento o i3Geo se apresenta


como uma boa ferramenta para o uso da administração pública. Existem, porém,
algumas limitações como, por exemplo, o funcionamento lento em servidores
Windows evoca a necessidade da operação do sistema em um servidor Linux, o que
exige mais custos, seja pela mão de obra ou até mesmo pela aquisição de um servidor
específico para a função. Isso em função de que muitos softwares proprietários
utilizados na administração, como os sistemas de tributação contratados pelas
prefeituras, são sistemas desenvolvidos para plataformas Windows.

Considerando a finalidade de aplicação do WebGIS dentro do CTM, o


GeoServer conjuntamente com o OpenLayers atende as necessidades do usuário por
meio de uma interface simples e de ferramentas que apresentam ótimo desempenho
quando utilizam serviços tanto WMS quanto WFS. A Figura 28 ilustra o uso da
ferramenta de consulta por inscrição por meio da interface do OpenLayers.

Figura 28 - WebGIS utilizando a plataforma GeoServer e OpenLayers 3

Fonte: Autores

45
Em contrapartida, deve-se ressaltar que a implementação do OpenLayers,
quando não utilizado com um framework, é dependente de um aprofundado
conhecimento em tecnologia de informação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Informática e Computação, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto,
2012. Disponível em: <https://repositorio-
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And Communication Engineering. [s.l.], p. 582-585. mar. 2016. Disponível em:
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<https://www.osgeo.org/projects/openlayers/>. Acesso em: 09 maio 2018.

46
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OPEN GEOSPATIAL CONSORTIUM. OGC 09-025R2: OpenGIS Web Feature
Service 2.0 Interface Standard. 2.0.2 ed. [s.i.]: Panagiotis (peter) A. Vretanos, 2014. 254
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SMA - SP, Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo -. Infraestrutura de Dados
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POSTGRESQL. Documentação PostgreSQL. 2018. Disponível em:
<https://www.postgresql.org/>. Acesso em: 1 jun. 2018.

47
CAPÍTULO 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4.1.DISCUSSÃO
A utilização de um SGBD associado ao Cadastro apresentou um bom
desempenho no que tange à administração de dados. O pacote PostgreSQL e sua
extensão espacial PostGIS foram instalados nos sistemas Windows 10 e na distribuição
Linux Ubuntu 14.04.

A metodologia aplicada para construção do banco de dados cadastral e o uso de


um SGBD possibilitou agilidade na forma de atualização das informações da prefeitura,
otimizando tempo, espaço de armazenamento e principalmente recursos, uma vez que
os softwares utilizados são, em sua maioria, livres. Isso mostra a importância de se aliar
o planejamento urbano com desenvolvimento de tecnologias de informação geográfica.
Além disso, a espacialização das informações municipais leva, consequentemente, a um
melhor gerenciamento de recursos públicos.

Dentro desta abordagem, podemos ainda acrescentar os benefícios trazidos pelo


WebGIS para disponibilização da informação. Com a facilidade do acesso às mesmas é
possível que qualquer usuário tenha acesso a informações atualizadas da prefeitura, bem
como estimula a colaboração no aprimoramento desses dispositivos.

No que se refere ao papel dos servidores de mapa, o GeoServer e o MapServer


ambos atendem, facilmente, todas as demandas supracitadas. O que deve ser observado
é o propósito com o qual será construído o mapa dentro aplicação web. Assim, deve-se
observar algumas diferenças relevantes sobre estas plataformas.

O MapServer quando associado ao i3Geo demanda um menor conhecimento em


tecnologias de informação, quando comparado com o GeoServer associado ao
OpenLayers. Além disso, trabalha apenas na disponibilização de serviços WMS, não
sendo possível realizar edições nos vetores armazenados no banco. Em contrapartida o
GeoServer apresentou um ótimo meio para manusear e editar camadas WFS.

Outro ponto importante, é a interface Web Administration Tools do GeoServer,


onde o usuário pode gerenciar seu espaço de trabalho, as camadas e os estilos de forma
intuitiva. Apesar da ausência de uma interface no MapServer, o i3Geo possui uma
funcionalidade semelhante, porém mais limitada, nos testes realizados para a adição de

48
dados. Pela ferramenta de administração o programa retornou diversos erros que
impediam a visualização da camada no mapa final.

Uma grande vantagem do GeoServer no que tange aos formatos de saída é


disponibilização do formato OpenLayers, onde o usuário, sem qualquer conhecimento
da linguagem JavaScript, poderá visualizar seu mapa com recursos de zoom e consulta
CQL (Common Query Language), por exemplo. Porém, nesse caso, não há como editar
feições e atributos uma vez que essa saída é um serviço WMS.

O servidor de mapas MapServer se apresentou a priori como um software muito


versátil para a disponibilização de dados espaciais, porém, a disparidade do seu
desempenho entre as plataformas Windows 10 e Ubuntu 14.04 foi notável. Funções
como a renderização do mapa no sistema Windows por vezes falharam, não chegando a
carregar ou carregando somente uma parte das feições.

O framework i3Geo, por sua relação intrínseca com o MapServer, também


apresentou resultados semelhantes, com melhor desempenho no Ubuntu. Diversas
funcionalidades que apresentavam problemas no Windows, como a seleção de feições
por atributos, seleção em tela e download de feições em shapefile, funcionaram
perfeitamente no Ubuntu, além de não ter apresentado nenhuma limitação na
apresentação dos mapas em tela, característica considerada fundamental para o sistema.

Uma das dificuldades encontradas no i3Geo foi a escassez de documentação.


Fruto da iniciativa federal de implantação e uso de softwares livres em 2003, com a
criação do Comitê de Implantação do Software Livre no Governo (Dias, 2016), os
recursos disponíveis para o desenvolvimento do i3Geo e outros sistemas livres refletem
a importância dada aos softwares livres de uma gestão, o que acabou por reduzir a
equipe de desenvolvimento e suporte do i3Geo conforme passavam os governos. Hoje a
última documentação é relativa à quinta versão do sistema, enquanto o desenvolvimento
se encontra na oitava versão.

O i3Geo apresentou maior simplicidade para a adição de mapas e personalização


estética, alterando cores e ícones. Para o desenvolvimento de aplicações utilizando o
sistema ou a solução de problemas relacionados às funções do software, o usuário
precisa ter um conhecimento aprofundado em HTML, PHP e Java, linguagens utilizadas
na programação do framework.

49
A adoção dos sistemas livres por toda a administração pode ser julgada como
uma boa opção, visto que, apesar das dificuldades iniciais para o manuseio, o
desempenho dos sistemas Linux se mostrou equivalente ou superior. Alguns problemas
surgem desta mudança, acarretando diversos custos.

Por vezes, a administração não terá disponibilidade de dois servidores físicos


com ambos os sistemas, visto que softwares desenvolvidos para a administração em sua
maioria utilizam a plataforma Windows, ao passo que o software WebGIS necessitaria
de um servidor Linux. Tratando de prefeituras de pequeno porte, dificilmente haverá
mão de obra capacitada para lidar com ambos os sistemas, acarretando em dificuldades
e alto custo de assistência, e, por fim, o legado de uso de softwares proprietários
acarretaria em altos custos para capacitação dos funcionários e incentivo ao uso de
novos softwares.

50
4.2.CONCLUSÃO
Os Sistemas Gerenciadores de Banco de Dados se apresentaram um recurso
poderoso para a administração pública. O armazenamento centralizado dos dados se
apresenta como uma forma de manter a integridade dos dados entre os diversos órgãos e
usuários de uma prefeitura, além do que, o SGBD apresenta a característica única de
permitir o acesso concorrente aos dados, possibilitando a colaboração de diversos
órgãos simultaneamente em um projeto.

Ao proporcionar a disponibilização de dados em diversas formas para diversas


aplicações, as vistas em SGBD proporcionam ao administrador a flexibilidade de
trabalhar com diversos sistemas, sendo possível, com pouco custo, reorganizar as
informações cadastrais de forma a alimentar sistemas de tributação, coleta de lixo,
transporte público, etc.

Com o uso de gatilhos, o sistema cria um mecanismo de segurança contra a


edição errônea dos dados e aumenta a velocidade e a praticidade do trabalho. Por
exemplo, ao alterar o tamanho de um lote e adicionar mais unidades ao imóvel, não será
necessário que o funcionário insira manualmente valores como fração ideal, área total
construída, entre outros.

Quando associados ao SGBD, os sistemas WebGIS realizaram um controle de


restrição de conteúdo eficaz para a disponibilização dos dados, de forma que o cidadão
e a administração tenham acesso a todos os dados que lhes cabem.

Com relação aos servidores de mapas, o uso do MapServer e i3Geo é mais


voltado para a disponibilização de dados cadastrais nas situações que não envolvam a
transação de dados geográficos, devido à incompatibilidade do sistema com o serviço
WFS-T. A força destes softwares reside na sua gratuidade e simplicidade de edição da
aplicação final, podendo ser utilizado para sistemas mais simples, em que o objetivo é
dar publicidade aos dados cadastrais.

O i3Geo, por sua vez, agrega à simplicidade do MapServer a disponibilidade de


diversas ferramentas de análise que podem ser integradas em aplicações posteriores e,
por vezes, aumenta o potencial do servidor de mapas. O framework exigirá, entretanto,
maior dedicação para que seja possível obter todo seu potencial, sendo necessário à
administração contratação de técnicos para o desenvolvimento deste.

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São vantagens do GeoServer, a interface amigável de fácil compreensão do
usuário e os formatos de saída WFS que trabalham melhor, tanto com as camadas
quanto com seus atributos. Dessa forma, o usuário com conhecimentos em SIG
consegue construir seu próprio Webmapping, podendo recorrer também, caso
necessário, a documentação do GeoServer disponível no site da OSGEO.

Ademais, deve-se destacar que o GeoServer também pode ser associado a alguns
frameworks como na relação MapServer/i3Geo, porém, esse tópico não foi foco deste
estudo, sendo recomendado que se façam estudos sobre essas plataformas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIAS, Tatiana (Org.). Porque o software livre vai perder espaço no governo federal.
2018. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/11/03/Por-que-o-
software-livre-vai-perder-espa%C3%A7o-no-governo-federal>. Acesso em: 26 out.
2018.

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