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Quando se estuda o Direito Civil, constantemente são observadas relações que apresentam um conteúdo

econômico, ou seja, que em algum momento podem suscitar apreciação pecuniária. Essas relações
envolvem os chamados Direitos Patrimoniais, e estes podem ser divididos
em Direitos Reais e Direitos Obrigacionais.

Os Direitos Reais, também conhecidos como Direito das Coisas, representam um complexo de normas
regulamentadoras das relações jurídicas entre pessoas e coisas determinadas ou pelo menos
determináveis. O titular possui um poder, direto e imediato, sobre determinado objeto, e esse poder é um
direito real. Pode-se observar, como elementos principais dos direitos reais, o sujeito ativo, a coisa e o
poder que o titular tem sobre o objeto, não havendo o sujeito passivo determinado. Faz-se necessário
compreender que coisa é gênero a abranger tudo aquilo que não é humano enquanto que bens são coisas
com interesse jurídico e ou econômico, portanto constituem espécie.

De acordo com o Art. 1225 do Código Civil de 2002 são Direitos Reais: a propriedade, as superfícies, as
servidões, o usufruto, o uso, a habitação, o direito do promitente comprador do imóvel, o penhor, a
hipoteca e a anticrese.

Diferentemente, os Direitos Obrigacionais, também chamados de Direitos Pessoais, consistem num


vínculo existente entre dois sujeitos, no qual o sujeito ativo tem o direito de exigir determinada prestação
do sujeito passivo. Verifica-se a existência de uma dívida, que deve ser cumprida pelo devedor, e no
caso de descumprimento, pode ser exigida judicialmente pelo credor. Neste âmbito, os elementos
essenciais são os sujeitos (ativo e passivo), que constituem o elemento subjetivo; o objeto da relação
jurídica, que é a prestação, e corresponde ao elemento objetivo; e o vínculo jurídico, considerado o
elemento imaterial, abstrato.

Os principais pontos que a doutrina distingue entre o Direito Real e o Direito Obrigacional são os
seguintes:

Aderência ou Inerência – No Direito das Coisas, o sujeito ativo fica ligado à coisa, por meio de um
vínculo que foi estabelecido, exercendo sobre ela um domínio, mas sem necessidade da existência de
outro sujeito para que o direito real possa existir. Nos direitos pessoais (obrigacionais), como o próprio
nome sugere, há relação entre indivíduos, só se manifestando o referido direito através da existência de
dois sujeitos, que estão ligados devido à existência de uma prestação a ser cumprida pelo polo passivo.
O objetivo é equilibrar as relações entre os sujeitos ativo e passivo.

Absolutismo – No Direito Real, o poder que o titular exerce sobre o objeto tem efeito erga omnes, ou
seja, é oponível a todos, devendo ser respeitado por toda a sociedade. Decorrência natural dessa
característica é o direito de sequela ou jus persequendi, que consiste no poder que tem o titular para
buscar a coisa nas mãos de quem a detenha. O direito obrigacional, por sua vez, é relativo, já que o
credor só poderá exigir de um sujeito, determinado ou determinável, o cumprimento da prestação.
Perpetuidade – Os direitos reais não se extinguem pelo não uso, apenas pelos meios estabelecidos em
lei e nos casos especificados por esta. Desse modo, trazem em si a aparência de que são eternos. Os
obrigacionais, pelo próprio objeto que possuem, são caracterizados como transitórios, pois se extinguem
com a realização da prestação pelo devedor. Ou seja, existem apenas enquanto o sujeito passivo não
cumpre com o seu papel na relação obrigacional. Cabe aqui mencionar que essa transitoriedade é
destacada devido à preponderância com que ela aparece nos direitos em comento, mas há casos em que
ela não é verificada, como o das obrigações negativas (obrigação de não fazer).
Taxatividade – Os direitos reais se apresentam em numerus clausus (número fechado), ou seja, são
limitados, pois estão todos definidos em lei, não podendo ser criados através de outros meios.
Os direitos obrigacionais existem em numerus apertus (número aberto), pois a legislação dispôs sobre
eles de forma exemplificativa, criando alguns tipos de contratos, mas permitindo a criação de outros
pela livre manifestação de vontade das partes.
Tipicidade ou Legalidade – Característica da qual se percebe a anterior, consiste na observação de que
os direitos reais são criados somente por lei, não podendo o indivíduo gerar um novo direito real.
Quanto aos direitos obrigacionais verifica-se a possibilidade de serem criados por meio da manifestação
de vontade das partes, em número ilimitado, sendo um acréscimo aos já estabelecidos em texto legal.
Publicidade ou Visibilidade – É necessário que os direitos reais sejam conhecidos pela sociedade,
mesmo que de forma presumida, para que assim eles possam ser adquiridos pelo titular e para que seja
realizada de forma correta sua oponibilidade a todos. Quanto aos direitos relativos a bens imóveis, deve
haver o devido registro no Cartório de Registro de Imóveis; quanto aos bens móveis, cumpre-se o
requisito da publicidade pela tradição. Nos direitos obrigacionais não é necessária a visibilidade por
toda a sociedade, pois eles vinculam somente os sujeitos da relação jurídica. Basta o acordo de vontades
para que os referidos direitos possam existir.

Podemos citar alguns exemplos de cada um e da inter-relação (hibridismo) entre ambos:

Os direitos reais podem ser acessórios de direitos pessoais quando há uma obrigação que, se não for
cumprida, fará com que o devedor perca um bem em garantia (a perda do bem corre a sorte da relação
principal).

O direito pessoal pode estar vinculado a um direito real nas obrigações propter rem, alguém dá um bem
por engano e o pede de volta (a relação obrigacional só existiu por conta do bem).

Ao se tratar de usucapião (quando um indivíduo se apropria de algo sem que haja compra do mesmo, e
que, caso não haja contestação dentro de um determinado período, se torna de seu direito de apropriá-lo
legalmente), por se tratar somente de “coisas”, é de sua natureza que a posse e o abandono somente
podem ser aplicados ao direito real.

Na posse de uma propriedade registrada em nome de alguém, todos da sociedade devem respeitar esse
direito que é absoluto - ergas ommes.

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