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O documento analisa as obras de três importantes autores de estratégia sob nove correntes epistemológicas. Discute como Ansoff teve influências empíricas e racionalistas, enquanto Porter seguiu uma abordagem racionalista cartesiana e funcionalista. Já Mintzberg mostrou perspectivas positivistas, críticas e sistêmicas ao criticar visões funcionalistas e abordar contradições em organizações.
O documento analisa as obras de três importantes autores de estratégia sob nove correntes epistemológicas. Discute como Ansoff teve influências empíricas e racionalistas, enquanto Porter seguiu uma abordagem racionalista cartesiana e funcionalista. Já Mintzberg mostrou perspectivas positivistas, críticas e sistêmicas ao criticar visões funcionalistas e abordar contradições em organizações.
O documento analisa as obras de três importantes autores de estratégia sob nove correntes epistemológicas. Discute como Ansoff teve influências empíricas e racionalistas, enquanto Porter seguiu uma abordagem racionalista cartesiana e funcionalista. Já Mintzberg mostrou perspectivas positivistas, críticas e sistêmicas ao criticar visões funcionalistas e abordar contradições em organizações.
KICH, Juliane Ines di Francesco; PEREIRA, Maurício Fernandes. Análise
epistemológica das obras de Igor Ansoff, Michael Porter e Henry Mintzberg. VI Encontro de Estudos em Estratégia. Bento Gonçalves, p. 1-15. maio 2013.
O artigo tem por objetivo abordar os conceitos epistemológicos presentes nas
obras de três dos principais autores da área de planejamento estratégico: Ansoff, Porter e Mintzberg. A utilização da ferramenta de planejamento estratégico é crescente nos últimos anos em todo o mundo, sendo que uma pesquisa recente mostrou que a mesma tem a mais alta taxa de satisfação dentre todas as ferramentas de gestão utilizadas por executivos. No presente estudo, as obras dos autores supracitados foram analisadas sob as premissas de nove correntes epistemológicas: empirismo, racionalismo cartesiano, criticismo, utilitarismo, positivismo, funcionalismo, teoria geral dos sistemas, dialética e complexidade. O empirismo, tendo como seu representante máximo o filósofo Francis Bacon, postula que nenhum saber é absolutamente seguro, sendo necessário que cientistas se habituem à complexidade das coisas, eliminando com serenidade e paciência os hábitos deletérios arraigados na mente, para então fazer uso completo do bem do intelecto. Se o empirismo pudesse ser resumido em um aforismo, seria: “a melhor demonstração é, de longe, a experiência”. O racionalismo cartesiano defende o homem como sendo o centro de tudo. Os quatro principais preceitos desta corrente são: jamais acolher algo como verdadeiro se não for previamente conhecida como tal; dividir as dificuldades em tantas parcelas quanto forem necessárias e possíveis; ordenar os pensamentos, começando pelos objetos mais simples; fazer em todas as partes revisões tão gerais a ponto de ter certeza de nada omitir. O criticismo tem seu cerne na obra “Crítica da Razão Pura”, de Immanuel Kant, se constituindo de uma investigação preliminar sobre as possibilidades da razão, fazendo uma crítica radical à metafísica. No caso do positivismo, as principais características são: utilitarismo; a única fonte de conhecimento é a experiência; somente a ciência baseada em fatos observáveis pode edificar o conhecimento e negação da metafísica, considerando-a desprovida de sentido. A corrente filosófica do funcionalismo considera que em toda sociedade há um grupo de fenômenos que se distinguem por características distintas dos estudados pelas outras ciências da natureza, os chamados fatos sociais, tais como: sistema monetário, instrumentos de crédito, entre outros. Os fatos sociais funcionam independentemente do uso que se faça deles. Um sistema se caracteriza pelos seguintes aspectos: a complexidade de seus elementos apresenta algum nível de inter-relação; a inter-relação não ocorre num ambiente de caos; persistência temporal e auto-regulação. Em sistemas, o todo é maior que a soma das partes. Estes são os pressupostos básicos da teoria geral dos sistemas. Aos adeptos da dialética, o conteúdo é feito da interação de elementos opostos, como sujeito e objeto. É preciso considerar a contradição como mais profunda e mais essencial, pois só quando uma coisa tem contradição ela pode se mover, ter impulsão e atividade. A complexidade é tudo aquilo que não é simples, ou seja, é tudo o que é contraditório, incerto, ambíguo; ela traduz-se sempre para um observador em incerteza; trabalha com o vago de forma também imprecisa; e utiliza uma lógica generativa. Quanto a Ansoff, nota-se que o autor possui uma pequena base empirista e racionalista, pois, ao tratar da resistência de cada individuo à mudança que a introdução do planejamento estratégico causa, o autor se baseia em fatos empíricos. Também é verificável que o trabalho de Ansoff é criticista, pelo fato de envolver o seu juízo de sensibilidade, ou seja, um exercício racional puro, no sentido da crítica da razão pura de Immanuel Kant. A obra do autor também contém aspectos positivistas, devido à sua intenção de matematizar alguns aspectos da gestão estratégica, por meio de um modelo no qual é possível determinar oportunidades de crescimento de unidades de negócio de uma organização, que enquadra duas dimensões da empresa (produtos e mercados), e através destas, a organização analisa qual a melhor estratégia para ela, entre as quatro possíveis de serem formadas: penetração de mercado, desenvolvimento de mercado, desenvolvimento de produtos e diversificação. A perspectiva funcionalista também é encontrada nas obras de Ansoff, dando ao planejamento estratégico a função de orientar o comportamento da organização. A perspectiva sistêmica, por sua vez, aparece como uma das mais presentes nas obras do autor, pois ele demonstra como principal característica sistêmica da organização, a sua inter-relação com o ambiente que a cerca. A perspectiva dialética parece abordada por Ansoff quando ele traz à tona as contradições inerentes ao processo de implantação do Planejamento Estratégico, devido a resistência que alguns membros da organização podem apresentar. Na obra de Porter, o racionalismo cartesiano se mostra bem presente, uma vez que o autor separa a mente da matéria (corpo), como faziam os cartesianos. No estudo de suas obras, fica clara a separação que Porter faz entre estratégia e operação, onde se tem a mente planejadora (administração) e o corpo planejado (organização). Porter também se mostra também funcionalista ao definir que o lema da estratégia competitiva, é ser diferente, é optar por um conjunto diferente de atividades que criem um valor único para o cliente. Em relação à abordagem sistêmica, o seu conceito de equifinidade, o qual estabelece que há várias formas de atingir uma meta, se encontra em Porter, quando o autor cita três fontes distintas para a criação do posicionamento estratégico da empresa: posicionamento baseado na variedade, nas necessidades e no acesso. Na obra de Mintzberg também é possível observar algumas perspectivas epistemológicas. A primeira delas é inerente ao positivismo. O autor faz ao tratar das estratégias deliberadas e emergentes, considerando a importância das duas, mas salientando os seus efeitos na organização. É necessário destacar que, ao contrário do racionalismo cartesiano, Mintzberg não separa a mente do corpo. Segundo o autor, o segredo de uma arte e da criação da estratégia consiste na conexão íntima entre pensamento e ação. Também é possível perceber o paradigma crítico, pois o autor o autor critica os autores que utilizam a perspectiva funcionalista (a-histórica), afirmando que a estratégia é um termo que as pessoas definem de um jeito e usam de outro, visto que as definições estão em torno de um guia de referência para comportamentos futuros (a-histórico), enquanto que estas mesmas pessoas ao responderem quais as estratégias dos concorrentes ou as suas próprias, elas dirão que têm coerência com o comportamento passado, ou seja, há um padrão de ação ao longo do tempo. A perspectiva sistêmica, por sua vez, aparece nos trabalhos do autor aqui analisado epistemologicamente, principalmente sua premissa de que o todo é maior que a soma de todas as partes. A perspectiva dialética se mostra nos estudos de Mintzberg, quando ele trata das contradições do Planejamento Estratégico, e aborda as organizações com elementos não estáticos, inertes, mas sim permeadas por contradições, oposições, conflitos, crises, e rupturas. Em suma, o artigo identificou e resumiu as principais perspectivas epistemológicas presentes nas obras de três dos autores mais citados dentro da teoria da estratégia, constituindo uma fonte de identificação rápida destes aspectos.