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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO DE JOINVILLE


ENGENHARIA AUTOMOTIVA

CRISTIAN LUCAS ENDLER

RESENHA BIBLIOGRÁFICA

KICH, Juliane Ines di Francesco; PEREIRA, Maurício Fernandes. Análise


epistemológica das obras de Igor Ansoff, Michael Porter e Henry Mintzberg. VI
Encontro de Estudos em Estratégia. Bento Gonçalves, p. 1-15. maio 2013.

O artigo tem por objetivo abordar os conceitos epistemológicos presentes nas


obras de três dos principais autores da área de planejamento estratégico: Ansoff,
Porter e Mintzberg.
A utilização da ferramenta de planejamento estratégico é crescente nos
últimos anos em todo o mundo, sendo que uma pesquisa recente mostrou que a
mesma tem a mais alta taxa de satisfação dentre todas as ferramentas de gestão
utilizadas por executivos.
No presente estudo, as obras dos autores supracitados foram analisadas sob
as premissas de nove correntes epistemológicas: empirismo, racionalismo
cartesiano, criticismo, utilitarismo, positivismo, funcionalismo, teoria geral dos
sistemas, dialética e complexidade.
O empirismo, tendo como seu representante máximo o filósofo Francis Bacon,
postula que nenhum saber é absolutamente seguro, sendo necessário que cientistas
se habituem à complexidade das coisas, eliminando com serenidade e paciência os
hábitos deletérios arraigados na mente, para então fazer uso completo do bem do
intelecto. Se o empirismo pudesse ser resumido em um aforismo, seria: “a melhor
demonstração é, de longe, a experiência”.
O racionalismo cartesiano defende o homem como sendo o centro de tudo.
Os quatro principais preceitos desta corrente são: jamais acolher algo como
verdadeiro se não for previamente conhecida como tal; dividir as dificuldades em
tantas parcelas quanto forem necessárias e possíveis; ordenar os pensamentos,
começando pelos objetos mais simples; fazer em todas as partes revisões tão gerais
a ponto de ter certeza de nada omitir.
O criticismo tem seu cerne na obra “Crítica da Razão Pura”, de Immanuel
Kant, se constituindo de uma investigação preliminar sobre as possibilidades da
razão, fazendo uma crítica radical à metafísica.
No caso do positivismo, as principais características são: utilitarismo; a única
fonte de conhecimento é a experiência; somente a ciência baseada em fatos
observáveis pode edificar o conhecimento e negação da metafísica, considerando-a
desprovida de sentido.
A corrente filosófica do funcionalismo considera que em toda sociedade há
um grupo de fenômenos que se distinguem por características distintas dos
estudados pelas outras ciências da natureza, os chamados fatos sociais, tais como:
sistema monetário, instrumentos de crédito, entre outros. Os fatos sociais funcionam
independentemente do uso que se faça deles.
Um sistema se caracteriza pelos seguintes aspectos: a complexidade de seus
elementos apresenta algum nível de inter-relação; a inter-relação não ocorre num
ambiente de caos; persistência temporal e auto-regulação. Em sistemas, o todo é
maior que a soma das partes. Estes são os pressupostos básicos da teoria geral dos
sistemas.
Aos adeptos da dialética, o conteúdo é feito da interação de elementos
opostos, como sujeito e objeto. É preciso considerar a contradição como mais
profunda e mais essencial, pois só quando uma coisa tem contradição ela pode se
mover, ter impulsão e atividade.
A complexidade é tudo aquilo que não é simples, ou seja, é tudo o que é
contraditório, incerto, ambíguo; ela traduz-se sempre para um observador em
incerteza; trabalha com o vago de forma também imprecisa; e utiliza uma lógica
generativa.
Quanto a Ansoff, nota-se que o autor possui uma pequena base empirista e
racionalista, pois, ao tratar da resistência de cada individuo à mudança que a
introdução do planejamento estratégico causa, o autor se baseia em fatos empíricos.
Também é verificável que o trabalho de Ansoff é criticista, pelo fato de
envolver o seu juízo de sensibilidade, ou seja, um exercício racional puro, no sentido
da crítica da razão pura de Immanuel Kant.
A obra do autor também contém aspectos positivistas, devido à sua intenção
de matematizar alguns aspectos da gestão estratégica, por meio de um modelo no
qual é possível determinar oportunidades de crescimento de unidades de negócio de
uma organização, que enquadra duas dimensões da empresa (produtos e
mercados), e através destas, a organização analisa qual a melhor estratégia para
ela, entre as quatro possíveis de serem formadas: penetração de mercado,
desenvolvimento de mercado, desenvolvimento de produtos e diversificação.
A perspectiva funcionalista também é encontrada nas obras de Ansoff, dando
ao planejamento estratégico a função de orientar o comportamento da organização.
A perspectiva sistêmica, por sua vez, aparece como uma das mais presentes nas
obras do autor, pois ele demonstra como principal característica sistêmica da
organização, a sua inter-relação com o ambiente que a cerca.
A perspectiva dialética parece abordada por Ansoff quando ele traz à tona as
contradições inerentes ao processo de implantação do Planejamento Estratégico,
devido a resistência que alguns membros da organização podem apresentar.
Na obra de Porter, o racionalismo cartesiano se mostra bem presente, uma
vez que o autor separa a mente da matéria (corpo), como faziam os cartesianos. No
estudo de suas obras, fica clara a separação que Porter faz entre estratégia e
operação, onde se tem a mente planejadora (administração) e o corpo planejado
(organização).
Porter também se mostra também funcionalista ao definir que o lema da
estratégia competitiva, é ser diferente, é optar por um conjunto diferente de
atividades que criem um valor único para o cliente.
Em relação à abordagem sistêmica, o seu conceito de equifinidade, o qual
estabelece que há várias formas de atingir uma meta, se encontra em Porter,
quando o autor cita três fontes distintas para a criação do posicionamento
estratégico da empresa: posicionamento baseado na variedade, nas necessidades e
no acesso.
Na obra de Mintzberg também é possível observar algumas perspectivas
epistemológicas. A primeira delas é inerente ao positivismo. O autor faz ao tratar das
estratégias deliberadas e emergentes, considerando a importância das duas, mas
salientando os seus efeitos na organização. É necessário destacar que, ao contrário
do racionalismo cartesiano, Mintzberg não separa a mente do corpo. Segundo o
autor, o segredo de uma arte e da criação da estratégia consiste na conexão íntima
entre pensamento e ação.
Também é possível perceber o paradigma crítico, pois o autor o autor critica
os autores que utilizam a perspectiva funcionalista (a-histórica), afirmando que a
estratégia é um termo que as pessoas definem de um jeito e usam de outro, visto
que as definições estão em torno de um guia de referência para comportamentos
futuros (a-histórico), enquanto que estas mesmas pessoas ao responderem quais as
estratégias dos concorrentes ou as suas próprias, elas dirão que têm coerência com
o comportamento passado, ou seja, há um padrão de ação ao longo do tempo.
A perspectiva sistêmica, por sua vez, aparece nos trabalhos do autor aqui
analisado epistemologicamente, principalmente sua premissa de que o todo é maior
que a soma de todas as partes.
A perspectiva dialética se mostra nos estudos de Mintzberg, quando ele trata
das contradições do Planejamento Estratégico, e aborda as organizações com
elementos não estáticos, inertes, mas sim permeadas por contradições, oposições,
conflitos, crises, e rupturas.
Em suma, o artigo identificou e resumiu as principais perspectivas
epistemológicas presentes nas obras de três dos autores mais citados dentro da
teoria da estratégia, constituindo uma fonte de identificação rápida destes aspectos.

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