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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA

ÚNICA DA COMARCA DE NOVO REPARTIMENTO-PA

ELISVALDO CARDOSO DA SILVA, brasileiro, convivente,


pecuarista, portador da cédula de identidade RG nº 2458528, PC/PA,
inscrito no CPF nº 448.560.832-87, residente e domiciliado na TC 02,
Fazenda Cachoeira Tuerê 2, município de Novo repartimento/PA, por
meio de seus advogados infra-assinados com procuração anexa, com
endereço profissional e eletrônico constante no rodapé, doravante
encaminhadas às intimações do feito, vem, respeitosamente, a presença
de Vossa Excelência, propor:

AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL


C/C PARTILHA DE BENS C/C GUARDA C/C ALIMENTOS

Em face de JOELMA BEZERRA DA SILVA, brasileira, casada,


residente e domiciliada na Av. Cristo Rei, Torneadora Santa Luzia, na
cidade de Jacundá/PA, CEP 68590-000, pelos motivos de fato e de
direito a seguir aduzidos:
I- DO CABIMENTO
É cabível a presente ação de divórcio litigioso, com fulcro no art.
693 do Código de Processo Civil c/c o art. 24 da Lei n° 6.515/77, por se
tratar de divórcio litigioso.

II- DA JUSTIÇA GRATUITA

Inicialmente, necessário destacar que o requerente declara não


possuir condições financeiras para arcar com as despesas processuais,
sem prejuízo do próprio sustento ou da sua família.

Desta feita, requer o deferimento do benefício da Justiça


Gratuita, nos moldes do art. 98 do Código de Processo Civil, garantindo-
lhes, deste modo, o efetivo acesso à justiça.

III- DA SINTESE FÁTICA

O requerente e a requerida foram conviveram por 23 (vinte e


três) anos, período ao longo do qual advieram 02 (dois) filhos, MAYCON
RAYLAN DA SILVA CARDOSO, atualmente com 10 (dez) anos de idade,
e PEDRO HENRIQUE DA SILVA CARDOSO, atualmente com 19
(dezenove) anos de idade.

Na constância da união, o casal sempre residiu na terra de


propriedade do Requerente, situada no município de Novo
Repartimento/PA, mais precisamente no Assentamento Tuerê II.

Importante ressaltar que o Requerente se trata de pessoa


analfabeta, que mal consegue escrever o próprio nome, e durante toda a
união dependia do auxílio de sua esposa para gerir os negócios da
família, assim como para adquirir crédito rural junto às instituições
financeiras.
Nesta senda, vale destacar que durante toda a convivência das
partes, a Requerida mantinha relações extraconjugais com diversos
parceiros, algo que somente chegou ao conhecimento do Requerente
neste momento, razão pela qual ingressa com a presente ação.

A Requerida saiu de casa no dia 12 de abril do corrente ano e


desde então ela e o Requerente não mantiveram mais contato.

Dessa forma, não havendo mais nenhuma ligação de sentimento


com a Sra. JOELMA BEZERRA DA SILVA, não há porque se perpetuar
tamanho constrangimento, e ainda, o impedimento legal para que o
requerente possa casar novamente, de tal maneira que a presente via
jurisdicional tem o escopo de finalizar qualquer ligação que ainda reste
com a Requerida.

IV- DO DIREITO
As partes não convivem mais na mesma unidade, o motivo que
ensejou tal situação foi a decisão da requerida em ir embora da
residência do casal, em virtude de o Requerente tomado conhecimento
das inúmeras relações extraconjugais de sua ex-companheira.

IV.I – DO RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL

Convém trazer ao caso o preceito do art. 226, § 3° do


Constituição Federal, que nos diz o seguinte:

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial


proteção do Estado.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a
união estável entre o homem e a mulher como entidade
familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em
casamento
No mesmo sentido, é a redação do art. 1.728 do Código Civil e o
art. 1º da Lei 9.728/96, os quais reconhece a união estável enquanto
entidade familiar.

Dessa forma, a análise dos referidos dispositivos permite extrair


os requisitos necessários à configuração da união estável –
continuidade, durabilidade, publicidade, objetivo de constituir família –
os quais são configurados no presente caso, em um período de 23 (vinte
e três) anos.

No que trata a configuração da união estável trazemos ao caso a


jurisprudência que nos diz:

UNIÃO ESTÁVEL. AFFECTIO MARITALIS E COABITAÇÃO.


ENTIDADE FAMILIAR. O relacionamento entretido pelos
litigantes configurou união estável, cuja característica é
a de assemelhar-se ao casamento, indicando uma
comunhão de vida de interesses, ficando evidenciada a
affectio maritalis e sendo apta para produzir sequelas de
ordem patrimonial albergadas pela lei nº8.971/94 e lei nº
9.278/96 (TJRS, Ap. Cível n.70.005.876.354, rel. des.
Sérgio Fernando de Vasconcelos Chaves, DOERS
12.05.2004). (RBDFam 25/120).

Por esses motivos, e por estarem presentes os requisitos legais,


objetivos e subjetivos, há de ser declarado o reconhecimento da UNIÃO
ESTÁVEL desde meados de 1996, somando-se assim aproximadamente
23 (vinte e três) anos.

IV.II – DOS BENS A SEREM PARTILHADOS


A jurisprudência é uníssona no sentido de garantir aos
conviventes a partilha dos bens havidos na constância da união
estável, como já enunciava a Súmula 380 do STF. Há que mencionar,
que não há bens para serem partilhados.
Desta forma, durante a constância da união, as partes
construíram o seguinte patrimônio:

- Caminhonete FORD RANGER, ano 2019, financiada pelo


Banco, avaliada atualmente em R$ 116.369,00 (cento e dezesseis mil
trezentos e sessenta e nove reais;

- Propriedade rural localizada no Assentamento Tuerê II, onde


residiam juntos as partes;

- R$ 92.000,00 (noventa e dois mil reais), relativos a compra e


venda de gado por parte do Requerente, que se encontravam
depositados na conta da Requerida na data em que esta deixou a
residência;

- R$ 750.000,00 (setecentos e cinquenta mil reais) em dívidas


junto ao Banco do Brasil, oriundos de crédito rural para investimento
em rebanho bovino, cuja propriedade rural se encontra penhorada
como forma de garantia do negócio;

- Após a separação de fato, o Requerente tomou conhecimento


ainda de duas contas de titularidade da Requerida junto ao Banco do
Brasil:
 Agência 4364-8, Conta Corrente nº 10.002-1, Banco do
Brasil, TITULAR: JOELMA BEZERRA SILVA;

 Agência 4547-0, Conta Corrente nº 17.168-9, Banco do


Brasil, TITULAR: JOELMA BEZERRA SILVA;
Destaque-se que todos os documentos referentes ao patrimônio
do casal serão oportunamente apresentados e juntados aos autos em
sede de instrução processual

IV.III – DA NECESSIDADE DE QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO DA


REQUERIDA

Nesse interim, diante de todo esse panorama exposto, é


fundamental que seja determinado por este Douto Juízo, caso a
Requerida não apresente os extratos das contas correntes em seu
nome para que se apure o patrimônio do casal sob sua administração,
a quebra do sigilo bancário da Requerida, nos termos do que apregoa o
art. 1º, § 4º da Lei Complementar nº 105/2001.

IV.IV – DA INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE

Trata-se de direito indisponível, amplamente reconhecido pelo


ordenamento jurídico brasileiro, em especial pela Carta Magna de 1988,
ao qual aduz que:

Art. 227 (...)

§ 6º - “Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,


ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
proibidas quaisquer designações discriminatórias
relativas à filiação.”

Da mesma forma, a luz da legislação específica de proteção aos


direitos da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069 de 1990 (ECA) que
rege em seu artigo 27 a importância do direito de personalidade:
Art 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito
personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser
exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer
restrição, observado o segredo de Justiça.

Diante da exposição fática e em virtude da jurisprudência


pacificada do STJ, 3ª Turma, que reconhece o direito do pai induzido a
erro de anular o registro civil de nascimento e desobrigar-se em relação
aos filhos com os quais não tem laço sanguíneo, pugna pela realização
de exame de DNA em relação ao filho menor.

Quanto à prova da filiação, o exame de DNA é preferencial com


relação aos demais meios de prova, tendo em vista a sua alta
confiabilidade, com grau de certeza praticamente absoluta.

No que diz respeito ao filho que já atingiu a maioridade civil, o


Requerente realizará o exame de DNA fora da seara judicial e, a
depender do resultado, ingressará com ação de anulação de registro
civil, nos termos da lei.

V- DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

A) A concessão da Assistência Judiciária Gratuita nos termos


do art. 98 do Codigo de Processo Civil, em razão da hipossuficiência do
requerente;

B) Seja designada audiência prévia de conciliação, nos termos


do que apregoa o Código de Processo Civil;

C) A intimação do Ilustre Membro do Ministério Público, para


que atue como fiscal da lei;
D) Seja JULGADO PROCEDENTE A PRESENTE AÇÃO,
determinando-se o reconhecimento e dissolução da união estável, bem
como a partilha dos bens do casal ao quinhão de 50% (cinquenta por
cento) para cada cônjuge, incluindo as dívidas, e também a realização
de investigação de paternidade antes da fixação de alimentos em favor
do filho menor do casal;

E) Requer provar o alegado por todos os meios de prova em


direitos admitidos e necessários à solução da causa, inclusive a juntada
dos documentos anexos.

Dá-se a causa o valor de R$ 208.000,00 (duzentos e oito mil


reais), a títulos fiscais.

Nestes termos, pede deferimento.

Novo Repartimento, 06 de maio de 2019.

Cândido Lima Júnior


OAB-PA 25.926-A

Ângelo Sousa Lima


OAB-PA 26.226

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