Banca Examinadora:
Em especial à minha esposa, aos meus filhos, aos meus pais e irmãs, que sempre
estiveram ao meu lado me apoiando com tanto amor e carinho.
Aos amigos da Escola de Formação e Aperfeiçoamento Profissional da CEMIG, que me
incentivaram e apoiaram na execução deste trabalho.
À Gerência do Centro de Formação e Aperfeiçoamento Profissional da CEMIG, pela
compreensão e incentivo.
Aos Professores Elizabeth Marques Duarte, Sérgio de Morais Hanriot e José Ricardo
Sodré pela orientação.
A toda equipe do Mestrado pelo apoio.
À Professora Wanyr Romero Ferreira pela disponibilidade.
Ao Professor Geraldo Augusto Campolina França pelas preciosas informações.
Aos empregados da Gerência das Usinas Térmicas, Gerência de Engenharia
Eletromecânica da Geração e Gerência de Operação e Manutenção da Geração da
CEMIG, pelo auxílio indispensável.
A todos os amigos que me incentivaram e apoiaram.
RESUMO
In this work, a methodology for energy and exergy evaluation of a thermoelectric power
plant that uses the high furnace gases and tar as fuel was developed. The
implementation of the calculation routines was made with aid of the computational
program EES – Engineering Equations Solver in its academic version. As an example of
application of this methodology, the project of implantation of the Thermoelectric
Power Plant of Barreiro, co-generation unit lead by CEMIG, COPASA and Vallourec &
Mannesman Tubes Steel – V&M of Brazil, was evaluated. The results presented in this
work show the efficiency of individual equipment and the cycle as a whole as a function
of variation of the power supplied. Fuel burning and the exhaust gases also are
evaluated. Future on-line monitoring of the efficiency using the software developed can
assist in the determination of the best operative conditions and the most opportune
moment for preventive interventions. Analysis of the exhaust gases makes possible
better control of fuel burning, reducing the level of pollutant gases and increasing the
energy availability, with consequent increase of the global efficiency and lesser
atmospheric pollution.
SUMÁRIO
1.1 Motivação. 1
1.2 Objetivos. 2
1.3 Histórico. 2
1.4 Revisão Bibliográfica. 6
1.5 Escopo da dissertação. 9
2.1 Introdução. 11
2.2 Primeira e Segunda Lei da Termodinâmica e a Disponibilidade
Energética. 11
2.3 Avaliação Energética e Exergética aplicada a Ciclos de Geração
Termelétrica. 15
2.3.1 Eficiência do Ciclo Rankine. 15
2.3.2 Eficiência da Caldeira. 16
2.3.3 Eficiência global do Sistema. 17
2.3.4 Eficiência da Turbina. 17
2.3.5 Eficiência da Bomba de Alta Pressão. 18
2.3.6 Eficiência dos Trocadores de Calor. 18
2.4 Elementos de Combustão. 19
2.4.1 Balanço de massa na combustão. 21
2.4.2 Poder Calorífico. 22
2.4.3 Combustíveis Siderúrgicos Residuais. 24
2.4.4 Disponibilidade Química dos Combustíveis. 25
v
Capítulo 3 – MODELAGEM MATEMÁTICA E PROGRAMA
COMPUTACIONAL
3.1 Introdução. 28
3.2 Modelagem do Ciclo Rankine Regenerativo. .28
3.2.1 Caldeira. 29
3.2.2 Grupo Turbo Gerador. 32
3.2.3 Bomba de Alta Pressão. 33
3.2.4 Condensador. 34
3.2.5 Trocadores de Calor Regenerativos. 35
3.3 Modelagem da Disponibilidade Química e PCI dos combustíveis. 38
3.3.1 Combustão Estequiométrica. 39
3.3.2 Combustão com Excesso de Ar. 43
3.4 Fluxograma do Programa em EES. 49
4.1 Introdução. 53
4.2 Grupo Turbo-Gerador. 53
4.3 Condensador. 55
4.4 Bomba de Alta Pressão. 57
4.5 Trocadores de Calor Regenerativos. 59
4.6 Caldeira. 64
4.7 Ciclo Rankine Regenerativo. 66
4.8 Análise da Irreversibilidade. 67
4.9 Disponibilidade do GAF. 68
4.10 Disponibilidade do Alcatrão. 71
4.11 Combustão e Aspectos Ambientais. 73
Capítulo 5 –CONCLUSÕES
vi
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 79
APÊNDICES
vii
RELAÇÃO DE FIGURAS
ix
Figura 4.26 Poder calorífico inferior específico do GAF em função da
concentração de monóxido de carbono. 70
Figura 4.27 Disponibilidade total do GAF versus Vazão volumétrica do
GAF. 70
Figura 4.28 PCI total do GAF versus Vazão volumétrica do GAF. 71
Figura 4.29 Variação da disponibilidade específica do alcatrão em função
do teor de umidade presente. 72
Figura 4.30 PCI específico do Alcatrão em função do teor de umidade
presente. 72
Figura 4.31 Disponibilidade total do Alcatrão versus vazão mássica. 73
Figura 4.32 PCI total do Alcatrão versus Vazão mássica. 73
Figura 4.33 Vazão volumétrica de ar teórica versus vazão mássica de
combustível. 75
Figura 4.34 Fração volumétrica ideal de O2 nos gases de exaustão versus
coeficiente de excesso de ar para vazão nominal dos
combustíveis. 76
Figura I.1 Volume de controle da turbina. 83
Figura I.2 Pressão versus Eficiência pela Primeira Lei. 85
Figura II.1 Volume de controle do condensador. 91
Figura III.1 Volume de controle das bombas de alta pressão de
condensado. 94
Figura IV.1 Volume de controle do Trocador de Calor Regenerativo de
Baixa Pressão. 97
Figura IV.2 Volumes de controle dos Trocadores de Calor Regenerativos
de Alta Pressão. 98
Figura IV.3 Volume de controle do Trocador de Calor Desaerador de Baixa
Pressão. 98
Figura V.1 Volume de controle da Caldeira. 103
x
RELAÇÃO DE TABELAS
xi
Tabela IV.1 Dados de projeto das propriedades de entrada e saída dos
trocadores de calor regenerativos. 99
Tabela IV.2 Propriedades termodinâmicas de entrada e saída dos trocadores
de calor. 100
Tabela V.1 Dados de projeto das propriedades de entrada e saída da
caldeira à plena carga. 104
Tabela V.2 Propriedades termodinâmicas de entrada e saída da caldeira
nas condições de projeto à plena carga. 104
Tabela VI.1 Composição química e propriedades do GAF utilizado na UTE
Barreiro. 110
Tabela VI.2 Atmosfera padrão de referência. 112
Tabela VI.3 Tabela para conversão dos elementos em base mássica. 113
Tabela VI.4 Tabela de conversão em base mássica dos átomos de carbono e
hidrogênio. 114
Tabela VII.1 Propriedades do alcatrão bruto. 116
Tabela VII.2 Conversão em base molar. 117
Tabela VII.3 Valores tabelados das funções de Gibbs a 25°C e 100kPa. 118
Tabela VIII.1 Composição química e propriedades do GAF utilizado na UTE
Barreiro. 120
Tabela VIII.2 Análise molar do GAF. 121
xii
NOMENCLATURA
Variáveis
Ar área [m²].
xiii
•
V vazão volumétrica [m³/s].
→
V vetor velocidade do escoamento[m/s].
∀ volume de controle.
vol % i fração volumétrica ideal de cada elemento i[%].
As Variáveis [a1] a [a5], [b], [X1] a [X5], [b1] a [b5], [d1] a [d5], [f], [e1] a [e5],
[g1] a [g5], [h], [i], [j], [k], [l], [m], [n], [o], [p], [q], [r1] a [r4], [s1] a [s4],
[t],[u1] a [u4], [x1] a [x4], [y1] a [y4], [z1] a [z4] são variáveis auxiliares
utilizadas nas tabelas de conversão dos combustíveis.
Letras Gregas
xiv
Subscritos
A/C ar/combustível
ad adicionado
ar ar
arE excesso de ar
b bomba
c combustível
cc carnot
cald caldeira
ci ciclo
CO monóxido de carbono
CO2 dióxido de carbono
des trocador de calor desaerador
disp disponível
e entrada
f fluxo
fe fluxo de entrada
fr frio
fs fluxo de saída
glo global
i elemento ou componente
ideal ideal
Liq líquido
Lsat líquido saturado
mis mistura
n n° de moles
N2 nitrogênio
o ambiente
O2 oxigênio
prod produto
q calor
que quente
xv
reag reagente
real real
rej rejeitado
rev reversível
s saída
sc superfície de controle
t turbina
tap1 trocador regenerativo de alta pressão 1
tap 2 trocador regenerativo de alta pressão 2
tbp trocador regenerativo de baixa pressão
tc trocador de calor
tg turbo gerador
tgv turbo gerador válvula
vc volume de controle
Vsat vapor saturado
w trabalho
1 estado 1
2 estado 2
Sobrescritos
o ambiente
ch químico
Abreviaturas
Alc alcatrão
BAC bomba de alta pressão
BEC bomba de baixa pressão
Cald caldeira
Ci ciclo
Des Desaerador
EES engineering equation solver
xvi
ETE estação de tratamento de esgoto
Fr frio
GAF gás de alto forno
GCO gás de coqueria
GLD gás de aciaria
Glo Global
GN gás natural
MM massa molecular
Mis mistura
Mol n° de moles
NBR norma brasileira
PCI poder calorífico inferior
PCS poder calorífico superiors
PIB produto interno bruto
Que quente
Reag reagente
Tap trocador de calor regenerativo de alta pressão
tC tonelada de carbono
Tbp trocador de calor regenerativo de baixa pressão
Tep tonelada equivalente de petróleo
UTE usina térmica
Siglas
xvii
RGR Reserva Global de Reversão
V&M Vallourec & Mannesmann Tubes –do Brasil S.A
xviii
Capítulo 1
INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
1.1 . MOTIVAÇÃO
Na indústria em geral, existem alguns tipos de perdas nos processos que podem ser
evitadas. Cabe ao engenheiro distinguir onde há viabilidade técnica e econômica para
atuar, de forma a aumentar a eficiência da planta, com investimentos que podem ser
recuperados em períodos de tempo compatíveis e através da própria economia gerada.
Busca-se, dessa forma, um menor consumo específico de energia por produto ou
processo, ou seja, melhor aproveitamento dos recursos naturais existentes e menores
impacto ambiental e custos operacionais.
1
Capítulo 1 – Introdução e Objetivos 2
1.2 . OBJETIVOS
1.3 . HISTÓRICO
Figura 1.1 - Oferta Interna de Energia de 1970 a 2020 (Ministério das Minas e
Energia, 2003).
Aos países do grupo EE/FSU cabe o maior esforço de redução da intensidade energética
(-2,58% a.a ). O esforço dos países industrializados, de -1,34% a.a é maior do que o
esforço dos países em desenvolvimento (-1,15% a.a ). Os estudos do DOE - Department
of Energy 2002 indicam para o Brasil uma taxa de redução da intensidade energética de
-1,59% a.a, resultante de um crescimento industrial menos intensivo em energia e da
introdução de processos e fontes de energia mais eficientes.
Capítulo 1 – Introdução e Objetivos 4
Figura 1.2 - Intensidade Energética de 1970 a 2020 (Ministério das Minas e Energia,
2003).
Figura 1.3 - Participação na oferta interna de energia de 1970 a 2020 (Ministério das
Minas e Energia, 2003).
As diretrizes para elaboração desses programas são aquelas definidas na Lei nº 9.991, de
24 de julho de 2000, bem como aquelas contidas nas resoluções da ANEEL específicas
para eficiência energética.
Wall (1977) apresentou o conceito de exergia como fonte motriz de todos os sistemas
auto-sustentáveis, tais quais, a biosfera, os ecossistemas, as espécies e organismos
vivos. Wall mostrou os efeitos causados pela ação do homem na natureza através de
processos ineficientes de conversão de energia e da utilização dos recursos naturais
existentes. Propôs, ainda, a utilização dos conceitos sobre exergia, com o objetivo de
mensurar a eficiência das sociedades na utilização dos recursos naturais e para
conscientizar sobre a necessidade da utilização de fontes renováveis e não poluentes.
para o meio ambiente, espera-se acesso mais fácil a créditos internacionais, benefícios
tributário, além de caracterizar ações de responsabilidade social.
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
2.1. INTRODUÇÃO
• • • Vs2 • V2
Q− W = ∑ m s .[h s + + g.Z s ] − ∑ m e .[h e + e + g.Z e ] (2.1a)
s 2 e 2
•
onde Q : taxa de transferência de calor;
•
W : potência de eixo;
11
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 12
•
m : vazão mássica;
h : entalpia específica do fluido de trabalho;
Na maioria das aplicações práticas, podem ser desprezadas as variações das energias
cinética e potencial, sendo reescrita na forma:
• • • •
Q − W = ∑ m s .h s − ∑ m e .h e (2.1b)
s e
Para um volume de controle, a segunda lei é descrita pela equação (Wylen, 1995):
•
∂ → → 1 Q
∫
∂t VC
sρd ∀ + ∫
SC
s ρ V .d Ar ≥ ∫ ( )dAr
SC
T Ar
(2.2)
T: temperatura absoluta;
•
• • Qo •
∑ m e s e − ∑ ms s s + ∑ + σ=0 (2.3)
e s To
•
Qo •
= m (ss − se ) (2.4)
To
•
W disp
= h e - .h s - To (s e - s s ) (2.5)
•
m
•
onde W disp : potência máxima gerada ou potência mínima consumida em processos
interna e externamente reversíveis.
af = (h − ho ) − To (s − so ) (2.6)
Teoricamente, todo o trabalho recebido pelo sistema pode ser convertido novamente em
trabalho sem perdas e, portanto:
a w = − w real (2.8)
onde w real : trabalho específico real realizado pelo fluido de trabalho ou sobre ele.
To
η CC = 1− (2.9)
T
Assim, tem-se:
To
aq = ∑ (1− )δq (2.10)
j T j
A 2 - A 1 = A q + A w + A fe - A fs - I (2.11a)
Os subscritos correspondem a
q : calor
w : trabalho
fe e fs : fluxo à entrada e à saída da superfície de controle, respectivamente.
A q + A w + A fe - A fs = I (2.11b)
Para um ciclo de geração de energia elétrica a partir de fonte térmica, Ciclo Rankine, a
eficiência (η) de acordo com a Primeira Lei da Termodinâmica, é definida como (Li,
1996):
• •
(W t - W b )
η ci = • (2.12)
Q cald
• •
onde: ( W t - W b ) : potência líquida convertida em energia elétrica, ou seja, a potência
gerada pelas turbinas descontada da potência consumida nos processos de
bombeamento. Pode ser considerado também, a potência líquida descontando
todas as cargas auxiliares.
•
m c: vazão mássica do combustível utilizado
Pela Segunda Lei da Termodinâmica, a eficiência do ciclo (εci) é definida como a razão
entre a disponibilidade líquida de saída do ciclo e a disponibilidade de entrada e é
escrita da seguinte forma:
• •
(w t - w b )
ε ci = (2.13)
ac
•
onde Q cald : taxa de transferência de calor para o fluido de trabalho na caldeira.
De acordo com a Segunda Lei, a eficiência da caldeira (εcald) é definida pela razão entre
a disponibilidade transferida para o vapor (Acald) e a disponibilidade do combustível
(Li,1996):
A cald
ε cald = •
(2.15)
m c .a c
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 17
Considerando-se a turbina adiabática, sua eficiência pela Primeira Lei é dada pela razão
entre o trabalho específico real (wreal) e o trabalho hipotético que seria realizado em um
processo isoentrópico (wideal), (Li, 1996):
wreal
ηt = (2.18)
wideal
wreal
εt = (2.19)
(a fe − a f s )
Deve-se ressaltar que, pela Primeira Lei adota-se um processo hipotético como
referência, enquanto que pela Segunda Lei considera-se a redução da disponibilidade
que ocorre na turbina entre os estados dados.
Pela Primeira Lei, a eficiência da bomba, considerada adiabática, pode ser calculada
pela equação (Li, 1996):
w ideal
ηb = (2.20)
w real
Pela Segunda Lei, sua eficiência é dada pela razão entre a disponibilidade absorvida
pelo fluido de trabalho e a disponibilidade fornecida (trabalho da bomba), nas formas
(Li, 1996):
(a f s − a f e )
εb = (2.21a)
aw
(a f e − a f s )
εb = (2.21b)
wreal
Pela Segunda Lei, a eficiência de um trocador de calor do tipo fechado (εTC) é calculada
pelo balanço de disponibilidade entre o fluido quente e o fluido frio ( Li, 1996):
•
m fr (a fs − a fe ) fr
ε tc = •
(2.22)
m que (a fe − a fs ) que
mar
R A / C teórica = (2.24)
mc
mar (1 + α )
R A / C real = (2.25)
mc
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 21
A conservação da massa para a combustão ideal é realizada tomando-se por base seus
reagentes e produtos, na forma:
[n CO CO] + [n O 2 O 2 + n N 2N 2 ] → n CO 2 CO 2 + n N 2N 2 (2.27)
n CO = n CO2
n CO
n O2 =
2
m co = n co (MM) co (2.28)
mar = m o2 + mN2
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 22
•
A vazão mássica do combustível ( m c ) é calculada pelo produto de sua vazão
•
volumétrica ( V ) pela massa específica, na forma:
• •
mc = V c ρc (2.29)
• m ar •
m ar = mc (2.30)
mc
[n CO CO] + [n O 2 O 2 + nN 2N 2 ] (1 + α ) → n CO 2 CO 2 + nN 2N 2 + α [n O 2 O 2 + nN 2N 2 ] (2.31)
pela soma do produto da fração mássica ou volumétrica (x) de cada componente (i) por
seu respectivo PCI, ou seja:
n
PCImis = ∑ PCIi .x i (2.32)
i =1
No sistema internacional, o poder calorífico inferior pode ser expresso em base mássica
para líquidos e sólidos (kJ/kg) ou base volumétrica para gases (kJ/Nm3). A Tabela 2.3
apresenta valores para os poderes caloríficos superior e inferior de diversos gases
combustíveis.
Durante o processo de obtenção do aço em uma siderurgia, são gerados gases residuais
que podem ser aproveitados como combustíveis para a geração de energia na própria
planta, a saber (NEST, 2002):
Os valores apresentados nessa seção serão utilizados no estudo de casos da UTE para
validação da metodologia desenvolvida no presente trabalho.
λ
⎡ ( xOo 2 ) .( x No 2 )θ ⎤
wdisp = −∆G (To, Po) + R.To. ln ⎢ o β φ
⎥ (2.33)
⎢⎣ ( xCO2 ) .( x Ho 2O ) .( x No 2 )ν ⎥⎦
= ∑i xi a f
ch ch
af i
(2.35)
Combustíveis gasosos:
a f ch
gás ( To ,Po ) H 1
= 1,0334 + 0,0015. − 0,0058. (2.38)
PCI C C
Capítulo 2 – Fundamentos Teóricos 27
Combustíveis líquidos:
ch
afLiq ( To ,Po ) H O E H
= 1,0374 + 0,0013 + 0,0756 + 1,5960 (1 − 0,0145 ) (2.39)
PCI C C C C
Simplificando a equação:
onde o parâmetro k1 apresenta valores nas faixas de: 1,06 a 1,10 para o carvão; 1,04 a
1,08 para gás natural e de 1,04 a 1,06 e para óleos combustíveis.
Capítulo 3
3.1. INTRODUÇÃO
Na figura 3.1 apresenta-se o ciclo básico da Usina Termelétrica do Barreiro com seus
principais equipamentos, a saber: caldeira, grupo turbo-gerador com quatro extrações,
condensador, bomba de alta pressão e trocadores de calor regenerativos (trocador de
calor desaerador, trocadores de calor de alta pressão e trocador de calor de baixa
pressão).
28
Capítulo 3 – Modelagem Matemática e Programa Computacional 29
•
onde a taxa de transferência de calor na caldeira ( Q cald ), denominada calor útil, é
definida por:
• • •
Q cald = m 31 h31 − m 30 h30 (3.2)
Acald (3.3)
ε cald = • •
m GAF .a fGAF + m Alc .a fAlc
•
sendo a taxa de variação de disponibilidade da água na caldeira ( A cald ) dada por:
• • •
A cald = m 31 af 31 − m 30 af 30 (3.4)
ch
Atotal − Acald − Aq − I = 0 (3.5)
ou seja
Aq + I = Atotal
ch
− Acald (3.6a)
Pela Primeira lei, a eficiência do ciclo pode ser escrita pela equação:
• •
(W t − W b )
η ci = •
(3.6b)
Q cald
Pela Segunda lei, a eficiência do ciclo é definida como a razão entre a disponibilidade
líquida de saída do ciclo pela disponibilidade de entrada é escrita da seguinte forma -
Equação:
Capítulo 3 – Modelagem Matemática e Programa Computacional 32
• •
(W t − W b )
ε ci = (3.6c)
A cald
A turbina esquematizada na fig. 3.4 possui quatro extrações de vapor, sendo que duas
dirigem-se para os aquecedores regenerativos de alta pressão, uma para o desaerador e a
última para o aquecedor de baixa pressão. Desconsiderou-se a extração para selamento.
Aplicando-se as equações 2.18 e 2.19 para cálculo de sua eficiência pela Primeira e
Segunda Lei da Termodinâmica, tem-se:
Capítulo 3 – Modelagem Matemática e Programa Computacional 33
ηt =
Wreal (3.7)
• • • • • •
(h1. m1 )− (h 2I . m 2 ) − (h 3I . m 3 ) − (h 4I . m 4 )− (h 5I . m 5 )− (h 6I . m 6 )
Af1 − ( Af 2 + Af 3 + Af 4 + Af 5 + Af 6 ) − Aq − Aw − I = 0 (3.9)
ou seja:
Aq + I = Af1 − ( Af 2 + Af 3 + Af 4 + Af 5 + Af 6 ) − Aw (3.10)
No ciclo teórico Rankine Regenerativo, tem-se pelo menos duas bombas, sendo uma de
baixa e outra de alta pressão. A bomba de baixa pressão tem a função de bombear o
condensado da saída do condensador para os trocadores de baixa pressão, e a bomba de
alta pressão tem a função de elevar a pressão do líquido que retorne à caldeira.
No caso da UTE, a potência das bombas de alta pressão de condensado é de 400cv. Tais
bombas trabalham em paralelo, porém são projetadas para suportar individualmente
toda a vazão necessária as caldeiras, conforme mostra a fig. 3.5.
Capítulo 3 – Modelagem Matemática e Programa Computacional 34
•
m11( h11 − h12I ) (h11 − h12I ) (3.11)
ηb = •
=
(h11 − h12R )
m11(h11 − h12R )
ou seja:
3.2.4. CONDENSADOR
Neste estudo, a vazão de vapor e gases dissolvidos para os ejetores não foi considerada.
Assim, sua eficiência pela Segunda Lei é calculada pela equação 2.22 como:
•
m 9 (af 10 − af 9 )
εc = •
(3.15)
m 7 (af 7 − af 8 )
Af 9 + Af 7 − ( Af10 + Af 8 ) − Aq − I = 0 (3.16)
ou seja
Aq + I = Af 9 + Af 7 − ( Af10 + Af 8 ) (3.17)
É importante salientar que apesar de rejeitar uma grande quantidade de calor para a torre
de resfriamento, como a temperatura do fluido de trabalho é relativamente baixa, a
destruição de disponibilidade no condensador é pequena, se comparada à destruição
ocorrida, por exemplo, no processo de combustão e na caldeira.
Aq + I = Af 21 + Af 23 + Af 25 − ( Af 22 + Af 24 ) (3.23)
O trocador de calor desaerador do tipo aberto, cujo esquema é mostrado na fig. 3.8, tem
a função principal de retirar gases dissolvidos residuais, que poderiam provocar
oxidação nos equipamentos, comprometendo sua vida útil e segurança. Além disto,
promove a elevação da temperatura do condensado proveniente das bombas de baixa
pressão. Neste caso, existe o contato direto do vapor proveniente da extração da turbina
com o fluido de trabalho em uma câmara de mistura, considerada adiabática.
Capítulo 3 – Modelagem Matemática e Programa Computacional 38
Aq + I = Af 26 + Af 27 + Af 28 − Af 29 (3.25)
na composição do GAF estão presentes CO, H2, CO2, CH4 e N2. .Os dados disponíveis
são usualmente fornecidos em base seca e fração molar.
x H2 x
[ x C C + x H2H2 + x O2 O 2 + x N2N2 + x H2OH 2 O] + [( x C + − x O2 )O 2 + 3,76( x C + H2 − x O2 )N2 →
2 2 (3.26)
x
x C CO 2 + ( x H2 + x H2O )H2 O + [ x N2 + 3,76( x C + H2 − x O2 )]N 2
2
Para um combustível líquido, a disponibilidade pode ser calculada pela equação 2.33:
λ
⎡ ( xOo 2 ) .( x No 2 )θ ⎤
wdisp = −∆G (To, Po) + R.To. ln ⎢ o β φ
⎥
⎢⎣ ( xCO2 ) .( x Ho 2O ) .( x No 2 )ν ⎥⎦
xH 2
onde, λ = ( xC + − xO 2 )
2
xH 2
θ = 3,76.( xC + − xO 2 )
2
β = xC
φ = x H 2 + x H 2O
xH 2
ν = [ x N 2 + 3,76( xC + − xO 2 )]
2
Os valores de − ∆G (To, Po) são tabelados, (Wark, 1990). O número de Gibbs dos
elementos C, H2, O2 e N2, para as condições ambientes To e Po, são nulos.
A tabela 3.1 ilustra o cálculo para conversão da fração volumétrica em massa para o Gás
de Alto Forno.
Capítulo 3 – Modelagem Matemática e Programa Computacional 40
[g1] = {[e]/[c]}*100
CO [g1] [h]
H2 [g2] [i]
N2 [g5] [l]
Total [Σg] [h + i + j+ k+ l]
Capítulo 3 – Modelagem Matemática e Programa Computacional 41
h i h i
[hCO + iH 2 + jCO2 + kCH 4 + lN 2 ] + [ + + 2k ]O2 + 3,76[ + + 2k ]N 2 →
2 2 2 2
h i
[h + j + k ]CO2 + [i + 2k ]H 2 O( g ) + {l + 3,76[ + + 2k ]}N 2
2 2
n°kmolO2
mO 2 = xMM O2 (3.27)
mc
n°kmol N 2
mN 2 = xMM N 2 (3.28)
mc
mar1 = mo 2 + m N 2 (3.29)
Conhecida a massa específica do ar, sua vazão volumétrica é determinada pela equação:
•
• m ar1
V ar1 = (3.30)
ρ ar
Tabela 3.2. Procedimento para conversão dos dados do Alcatrão, referenciado para
100kg de combustível
C [a1] 12 [m]
H2 [a2] 2 [n]
O2 [a3] 32 [o]
N2 [a4] 28 [p]
Total 100 - -
n n
[mC + nH 2 + oO2 + pN 2 + qH 2 O] + [m + − o]O2 + 3,76[m + − o]N 2 →
2 2
n
mCO2 + [n + q]H 2 O( g ) + { p + 3,76[m + − o]}N 2
2
•
Conhecida a massa específica do ar, sua vazão volumétrica total ( V ar 3 ) é calculada de
forma similar à equação 3.24. O coeficiente de excesso de ar ( α ) é , então ,
•
V arR (3.34)
α= −1
•
V ar 3
h i h i
[hCO + iH 2 + jCO2 + kCH 4 + lN 2 ] + [α + 1]{[ + + 2k ]O2 + 3,76[ + + 2k ]N 2 } →
2 2 2 2
h i
[h + j + k ]CO2 + [i + 2k ]H 2 O( g ) + {l + 3,76[ + + 2k ]}N 2
2 2
h i h i
+ α {[ + + 2k ]O2 + 3,76[ + + 2k ]N 2 }
2 2 2 2
(3.35)
Para o Alcatrão:
n n
[mC + nH 2 + oO2 + pN 2 + qH 2 O] + [α + 1]{[m + − o]O2 + 3,76[m + − o]N 2 } →
2 2
n n n
mCO2 + [n + q]H 2 O( g ) + { p + 3,76[m + − o]}N 2 + α {[ m + − o]O2 + 3,76[m + − o]N 2 }
2 2 2
(3.36)
Deve-se salientar que,a medida do excesso de oxigênio nos gases de exaustão pode ser
utilizada como um fator de controle da combustão. Para um excesso de ar conhecido na
caldeira, é possível saber qual a fração volumétrica correspondente de oxigênio nos
gases de exaustão. Portanto, um valor acima do esperado indica queima incompleta na
Capítulo 3 – Modelagem Matemática e Programa Computacional 44
caldeira, o que resultará na liberação de gases nocivos, tais quais CO e NOx , além de
perda na disponibilidade química.
h i h i
[hCO + iH 2 + jCO2 + kCH 4 + lN 2 ] + [α + 1]{[ + + 2k ]O2 + 3,76[ + + 2k ]N 2 } →
2 2 2 2
h i
[h + j + k ]CO2 + [i + 2k ]H 2 O( g ) + {l + 3,76[ + + 2k ]}N 2
2 2
h i h i
+ α {[ + + 2k ]O2 + 3,76[ + + 2k ]N 2 }
2 2 2 2
(3.37)
A relação mássica estequiométrica de ar/ combustível para o GAF foi calculada através
da equação 2.24. Para a combustão com de excesso de ar, a relação ar/combustível para
o GAF utiliza-se a equação 2.25 rearranjada:
( mo 2 + m N 2 )
ra / c = (α + 1) (3.38)
mGAF
Tabela 3.3. Procedimento para obtenção da fração volumétrica dos gases de exaustão
do GAF, considerando 100kg decombustível
n n
[mC + nH 2 + oO2 + pN 2 + qH 2 O ] + [α + 1]{[m + − o]O2 + 3,76[m + − o]N 2 } →
2 2
n n n
mCO2 + [ n + q]H 2 O ( g ) + { p + 3,76[m + − o]}N 2 + α {[ m + − o]O2 + 3,76[m + − o] N 2 }
2 2 2
(3.40)
Tabela 3.4. Procedimento para obtenção da fração volumétrica dos gases de exaustão
do Alcatrão, considerando 100kg de combustível.
n
{{ p + 3,76[m + −
2
n
α {3,76[m + − o]}
2
[w]=1/[v] [x]=[w]x[u]
Para o alcatrão:
Para cálculo da fração volumétrica dos elementos dos produtos da combustão da mistura
de GAF e Alcatrão, é necessário obter-se a fração mássica de cada elemento da mistura,
conforme procedimento exemplificado na tabela 3.5.
Tabela 3.5. Procedimento para obtenção da fração volumétrica dos gases de exaustão
da mistura GAF e Alcatrão.
kmol/kg[x] mprod1
+ [x] x mprod2
O2 [y3] [z3]
N2 [y4] [z4]
A fração volumétrica ideal de cada componente dos gases de exaustão (Vol %i) para um
determinado coeficiente de excesso de ar é encontrada. A partir dos valores reais desses
componentes, pode-se verificar o desvio. Quanto maior for o desvio de O2, por
exemplo, maior será a presença de gases nocivos ao meio ambiente, tais quais NOx e
CO.
Cálculo da eficiência dos equipamentos, do ciclo e global, pela Primeira e Segunda Lei.
Gráficos de saída.
Os cálculos efetuados para a condição de carga nominal (100%) foram realizados nos
apêndices I a IX. Os resultados obtidos através do programa para as condições de carga
(Min, 25%, 50%, 75% e 100%) estão descritos no capítulo 4.
Capítulo 4
RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. INTRODUÇÃO
4.2.GRUPO TURBO-GERADOR
53
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 54
0,9
0,8
0,7
0,6
Eficiência
0,5
0,4
0,3
0,2
ε TG
0,1 η TG
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Wr [kW]
Figura 4.1 – Evolução da eficiência do grupo turbo gerador em função das condições
de carga.
0,9
0,8
0,7
0,6
Eficiência
0,5
0,4
0,3
0,2
εTGV
0,1 ηTGV
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Wr [kW]
90
80
70
Irreversibilidade %
60
50
40
30
20
10 I%TGV
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Wr [kW]
4.3.CONDENSADOR
Observa-se na fig. 4.4, uma redução da eficiência do condensador pela Segunda Lei
para maiores condições de carregamento, atribuída ao aumento da irreversibilidade do
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 56
0,9
0,8
0,7
0,6
Eficiência
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1 εC
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Wr [KW]
45
40
Temperatura
Tsat
35
Tsaída
30
25
Min 25% 50% 75% 100%
Carregamento
6
Irreversibilidade %
1 I%C
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Wr [kW]
A eficiência de projeto pela Primeira Lei das bombas de alta pressão para a potência
nominal é de 75% (Toshiba, 2001). Para essa mesma condição, em cálculos realizados
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 58
pelo EES, encontrou-se um valor de 73,3%. De forma análoga à turbina, nota-se na fig.
4.7 que a eficiência da bomba pela Segunda Lei é superior à eficiência pela Primeira
Lei, fato também descrito por Li (1996).
Eficiência Bomba de Alta Pressão
1
0,9
0,8
0,7
0,6
Eficiência
0,5
0,4
0,3
0,2
εB
0,1 ηB
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Wr [KW]
1,8
1,6
1,4
Irreversibilidade %
1,2
0,8
0,6
0,4
0,2
I%B
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Wr [kW]
0,95
0,9
0,85
Eficiência
0,8
0,75
0,7
0,65 ε Tap1
0,6
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Wr [KW]
300,0 95,0
Diferença de temperatura
250,0 90,0
Temperatura 200,0
Média TQ
85,0
150,0 Média TF
80,0 (TQ-TF)
100,0
50,0 75,0
0,0 70,0
Min 25% 50% 75% 100%
Condições de Carga
Figura 4.10 – Comportamento das temperaturas médias dos fluidos quente (extração)
e frio no Trocador de Calor de Alta Pressão 01
0,9
0,8
0,7
Irreversibilidade %
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1 I% Tap1
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Wr [kW]
0,9
0,8
0,7
0,6
Eficiência
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1 ε Tap2
0
2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Wr [KW]
300 95
Diferença de temperatura
250 90
Temperatura
200
85 Média TQ
150 Média TF
80 (TQ-TF)
100
50 75
0 70
Min 25% 50% 75% 100%
Condições de Carga
Figura 4.13 - Temperatura média do fluido quente (extração) versus temperatura média
do fluido frio no trocador de calor 02 de alta pressão.
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 62
Irreversibilidade %
1,5
0,5
I% Tap2
0
2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Wr (kW)
0,9
0,8
0,7
0,6
Eficiêcia
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1 ε Tbp
0
2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Wr [KW]
300 30
Diferença de temperatura
250 25
Temperatura
200 20
Média TQ
150 15 Média TF
(TQ-TF)
100 10
50 5
0 0
25% 50% 75% 100%
Condições de Carga
1,2
1
Irreversibilidade %
0,8
0,6
0,4
0,2
I%Tbp
0
2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Wr [kW]
0,9
0,8
0,7
0,6
Eficiência
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1 ε TD
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Wr [KW]
Irreversibilidade % Desaerador
2,25
1,85
Irreversibilidade %
1,45
1,05
0,65
I%D
0,25
2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Wr [kW]
4.6 CALDEIRA
A eficiência de projeto da caldeira pela Primeira Lei (Toshiba, 2001), para a condição
nominal (12907kW), é de 90%. O valor encontrado pelos cálculos para a Primeira Lei
Capítulo 4 – Resultados e Discussão 65
0,9
0,8
0,7
0,6
Eficiência
0,5
0,4
0,3
0,2
η cald
0,1 ε cald
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Wr [KW]
Irreversibilidade % da Caldeira
380
360
340
320
Irreversibilidade %
300
280
260
240
220
200
180
I% Cald
160
Na figura 4.22, observa-se uma grande variação da eficiência global do ciclo em função
da carga, para ambas as Leis da Termodinâmica. Tal fato ocorre principalmente em
função do estrangulamento da válvula de entrada da turbina e da influência das
extrações de vapor. Nota-se que a eficiência pela Segunda Lei é sempre menor do a
obtida pela Primeira decorrente da grande irreversibilidade gerada na caldeira em todas
as situações de carregamento. Esse comportamento é previsto nos textos clássicos, Li
(1996).
A eficiência global do sistema pela Primeira Lei (Toshiba, 2001), é de 25,79% para
carga nominal (12907kW) que concorda com o valor encontrado pela simulação com o
EES.
0,9
0,8
0,7
0,6
Eficiência
0,5
0,4
0,3
0,2
η Glo
0,1
ε Glo
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
Wr [KW]
Figura 4.22 – Evolução da eficiência global do sistema pelas Primeira e Segunda Lei.
300
Irreversibilidade Percentual (%)
250
200
150
100
50
0
Turbo Gerador Condensador Caldeira Outros
Outros
1,61% Turbo Gerador
10.54% Condensador
2,39%
Caldeira
85,46%
4800
4200
3900
3600
3300
a GAF
18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29
xCO[%]
4500
4300
3900
3700
3500
PCI GAF
3300
18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
xCO [%]
51000
Disponibilidade Total (kW)
50000
49000
48000
47000
46000
A GAF
45000
11 11,2 11,4 11,6 11,8 12 12,2 12,4 12,6 12,8
VGAF [m3/s]
50000
49000
47000
46000
45000
PCIT;GAF
44000
11 11,2 11,4 11,6 11,8 12 12,2 12,4 12,6 12,8
VGAF [m3/s]
27000
26000
24000
23000
22000
21000
20000
19000
18000
17000 a Alc
16000
0 5 10 15 20 25 30 35
xH2O [%]
24000
23000
PCI específico (kJ/kg)
22000
21000
20000
19000
18000
17000
PCI Alc
16000
0 5 10 15 20 25 30 35
xH2O [%]
6000
5500
4500
4000
3500
3000
2500 A Alc
2000
0,12 0,14 0,16 0,18 0,2 0,22 0,24 0,26 0,28 0,3
mAlc [kg/s]
5500
5000
PCI Total (kW)
4500
4000
3500
3000
2500
PCI Alc
2000
0,12 0,14 0,16 0,18 0,2 0,22 0,24 0,26 0,28 0,3
mAlc [kg/s]
As emissões de gases para a atmosfera foram projetadas para atender juntamente com os
efluentes, a licença ambiental prévia concedida pela Fundação Estadual do Meio
Ambiente, FEAM – Fundação Estadual de Meio Ambiente. Para tanto, a UTE Barreiro
será futuramente monitorada com um analisador contínuo do teor de CO2 presente nos
gases de exaustão na chaminé da Termelétrica. Além disso, a relação Alcatrão/GAF
deve ser sempre inferior a 1/54 no fornecimento dos combustíveis para a Caldeira.
10
Vazão de ar (m³/s)
7
1 Var
0
2 4 6 8 10 12 14 16
mcomb [kg/s]
2,5
1,5
1
Vol%O2
0,5
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
α
Figura 4.34 - Fração volumétrica ideal de O2 nos gases de exaustão versus coeficiente
de excesso de ar para vazão nominal dos combustíveis
Capítulo 5
77
Capítulo 5 –Conclusões e Recomendações Finais 78
Barreto, B.C., Amaral, J.A.R. e Azola, E.P., 1999, “Estudos de viabilidade para
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na matriz energética brasileira”, Revista Eletricidade Moderna, jun., pág. 70-76.
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79
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processes to meet environmental conditions”, International Conference on
Thermodynamic Analysis and Improvement of Energy Systems, Beijing, China.
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Sweden, Mai, pág. 1-58.
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Group, Chalmers University of Technology and University of Göteborg – Sweden, Mar,
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Wark, keneth Jr., Richards, Donald E., 1999, Thermodynamics, 6 ed, Purdue,
WCB/Mcgraw Hill.
White, Frank M., 1999, Mecânica dos Fluidos, 4 ed, Rio de Janeiro, Mc Graw Hill.
Apêndice I
I.1.INTRODUÇÃO
83
Apêndice I – Cálculo da Eficiência da Turbina 84
Dados:
Para o cálculo do título nos pontos 5 e 6, foram calculadas as eficiências dos estágios da
turbina relativos às extrações nos pontos 2, 3, 4 e 5.
Apêndice I – Cálculo da Eficiência da Turbina 85
he − hsI
ηi = (I.2)
he − hsR
Encontra-se então:
η 2 = 0,7657
η 3 = 0,7984
η 4 = 0,8440
Ponto 5:
Tabela I.3. Pressão versus Eficiência pela Primeira Lei, relativa às extrações.
p(kPa) η
2040 0,7657
1211 0,7984
364 0,8440
890 ?
90 ?
0,86
0,84
0,82
0,8
0,78
0,76
0 400 800 1200 1600 2000
η = 0,86024e −0,005811899 P
η 5 = 0,8422
h1 − h5 r
η5 =
h1 − h5 I
h5 r = h1 − η 5 (h1 − h5 I )
h5 r = 2570,7
h5 r ( projeto) = 2557,8
h5 r − hLsat
x= (I.3)
hVsat − hLsat
onde, os subscritos Lsat e Vsat correspondem aos termos líquido saturado e vapor
saturado, respectivamente.
hLsat = 403,4
hVsat = 2670
x5 = 0,9562
x5 ( projeto) = 0,9505
A eficiência na saída da turbina pode ser estimada da mesma forma. De posse do valor
da eficiência no ponto 6, calcula-se a entalpia real nesse ponto, encontrando então, o
título do vapor.
η 6 = 0,8598
h6 r = h1 − η 6 (h1 − h6 I )
Apêndice I – Cálculo da Eficiência da Turbina 87
h6 r = 2292,5
O desvio em relação ao valor de projeto, para a entalpia real no ponto 6, ficou em cerca
de 1,5%.
h6 r ( projeto) = 2326,5
h6 r − hLsat
x=
hVsat − hLsat
sendo,
hVsat = 2581
x6 = 0,880
x6 ( projeto) = 0,894
A eficiência pode ser calculada considerado a potência bruta fornecida pela turbina
através da fórmula (caso A):
• • • • • • •
Wreal = (h1 . m1 )− (h2 r . m2 ) − (h3r . m3 ) − (h4 r . m4 )− (h5 r . m5 )− (h6 r . m6 ) (I.4)
•
Wreal = 14570kW
Pode também ser considerada a potência útil fornecida pelo gerador (caso B), sendo que
neste caso, já estariam incluídas as perdas eletromecânicas e magnéticas do gerador.
•
O valor da potência real, seria então, o valor da potência ativa gerada Wreal .
•
Wreal = 12907kW
Com os dados completos, a eficiência pela Primeira lei é calculada pela equação:
•
Wreal
ηt = • • • • • •
(h1 . m1 )− (h2 I . m2 ) − (h3I . m3 ) − (h4 I . m4 )− (h5I . m5 )− (h6 I . m6 )
Apêndice I – Cálculo da Eficiência da Turbina 88
Caso A:
14570
ηt =
17218
η t = 0,8462
Caso B:
12907
ηt =
17218
η t = 0,7496
ho = 105kJ/kg
s o = 0,367kJ/kgK
Apêndice I – Cálculo da Eficiência da Turbina 89
h real h ideal af Af
•
P p(kPa) t (°C ) m(kg / s ) (kJ / kg ) (kJ / kg ) (kJ / kg ) (kW )
14570
εt =
16417
ε t = 0,8875
Caso B:
12907
εt =
16417
ε t = 0,7862
Af1 − ( Af 2 + Af 3 + Af 4 + Af 5 + Af 6 ) − Aq − Aw − I = 0 (I.7)
ou,
Apêndice I – Cálculo da Eficiência da Turbina 90
Aq + I = Af1 − ( Af 2 + Af 3 + Af 4 + Af 5 + Af 6 ) − Aw (I.8)
onde,
•
Af i = m i (af i ) (I.9)
•
Aw = − W (I.10)
Caso A:
Aq + I = 1847kW
Caso B:
Aq + I = 3510kW
II.1.INTRODUÇÃO
A eficiência do condensador pela Segunda Lei pode ser calculada pelo balanço de
disponibilidade entre o fluido quente e o fluido frio, através da equação:
•
m 9 (af 10 − af 9 )
εc = •
(II.1)
m 7 (af 7 − af 8 )
91
Apêndice II – Cálculo da Eficiência do Condensador 92
sendo,
(af10 − af 9 ) = [(h10 − h9 ) − to( s10 − s 9 )] (disponibilidade do fluxo do fluido frio) (II.2)
e
•
P p(kPa) t (°C ) x m(kg / s )
h real s real af Af
•
P p(kPa) t (°C ) m(kg / s ) (kJ / kg ) (kJ / kgK ) x (kJ / kg ) (kW )
ε c = 0,4724
Apêndice II – Cálculo da Eficiência do Condensador 93
Af 9 + Af 7 − ( Af10 + Af 8 ) − Aq − I = 0 (II.4)
ou
Aq + I = Af 9 + Af 7 − ( Af10 + Af 8 )
Aq + I = 819,3kW
É importante salientar, que apesar de rejeitar uma grande quantidade de calor para a
torre de resfriamento, devido ao fato da temperatura de saída da turbina ser
relativamente baixa, a destruição de disponibilidade é pequena, se comparada a
destruição ocorrida por exemplo, no processo de combustão e troca de calor na caldeira.
Apêndice III
III.1. INTRODUÇÃO
Tabela III. 1 – Dados de projeto das propriedades de entrada e saída das bombas de
alta pressão para plena carga.(TOSHIBA, 2001).
•
P p(kPa) t (°C ) m(kg / s )
94
Apêndice III – Cálculo da Eficiência da Bomba de Alta Pressão 95
A eficiência pela Primeira Lei, pode ser calculada pela equação abaixo (volume de
controle adiabático, escoamento uniforme e fluido incompressível):
•
W ideal
ηb = •
(III.1)
W real
•
W ideal = -112,7kW
•
W real = -153,8kW
A eficiência então é calculada:
η = 0,7332
(af11 − af12 )
εb = (III.2)
wreal
sendo
•
W real
wreal = •
(III.4)
m11
Apêndice III – Cálculo da Eficiência da Bomba de Alta Pressão 96
ε = 0,7965
Aq + I = Af11 − Af12 + Aw
Aq + I = 31kW
Apêndice IV
IV.1.INTRODUÇÃO
97
Apêndice IV – Cálculo da Eficiência dos Trocadores de Calor Regenerativos 98
Tabela IV.1 – Dados de projeto das propriedades de entrada e saída dos trocadores de
calor regenerativos. (TOSHIBA, 2001).
•
P p(kPa) t (°C ) x m(kg / s )
Propriedades termodinâmicas:
Tabela IV.2 – Propriedades termodinâmicas de entrada
e saída dos trocadores de calor
h real s real af Af
•
P p (kPa) t (°C ) m(kg / s) (kJ / kg ) (kJ / kgK ) (kJ / kg ) (kW )
A eficiência pela Segunda Lei é calculada da mesma forma que apresentada para o
condensador, através das equações:
ε tbp = 0,628
ε tap1 = 0,8842
ε tap 2 = 0,8038
Aquecedor Desaerador:
•
m29 af 29
ε des = • • •
(IV.4)
(m26 af 26 + m27 af 27 + m28 af 28 )
ε des = 0,9326
ou
Aq + I = 148,5kW
Apêndice IV – Cálculo da Eficiência dos Trocadores de Calor Regenerativos 102
ou
Aq + I = 85,04kW
Af 21 + Af 23 + Af 25 − ( Af 22 + Af 24 ) − Aq − I = 0 (IV.7)
ou
Aq + I = Af 21 + Af 23 + Af 25 − ( Af 22 + Af 24 )
Aq + I = 288kW
Aquecedor Desaerador:
Af 26 + Af 27 + Af 28 − Af 29 − Aq − I = 0 (IV.8)
ou
Aq + I = Af 26 + Af 27 + Af 28 − Af 29
Aq + I = 62,55kW
Apêndice V
V.1.INTRODUÇÃO
Conforme visto no capítulo 3, a caldeira da UTE Barreiro trabalha com mais de um tipo
de combustível, sendo preferencialmente utilizado o GAF – Gás de alto forno, ou como
complemento a mistura de GAF e Alcatrão, na proporção mínima de 54:1. Esta
proporção não pode ser menor, em função de exigência da FEAM relacionada aos
aspectos ambientais.
103
Apêndice V – Cálculo da Eficiência da Caldeira, do Ciclo e Global do Sistema 104
h real s real af Af
•
P p(kPa) t (°C ) m(kg / s ) (kJ / kg ) (kJ / kgK ) (kJ / kg ) (kW )
sendo,
• • •
Q cald = m 31 h31 − m 30 h30 (V.2)
•
Q cald = 41161,13kW
•
O termo ∑ m i .PCI i se refere a somatória dos PCI´s dos combustíveis. Para a
condição descrita nos apêndices VI e VII, com vazão mássica de 11,25Nm³/s de GAF e
0,139kg/s de alcatrão, e PCIs calculados de 3922,68 kJ/Nm³ para o GAF e 18797,69
kJ/kg para o alcatrão com 25% de umidade, calcula-se o valor total do termo:
•
∑ m i .PCI i = 46739,53kW (V.3)
η cald = 0,8806
Acald
ε cald = •
(V.5)
∑ m i .af i
sendo
• •
A cald = m 31 af 31 − m 30 af 30 (V.6)
A cald = 19122,58kW
•
O termo ∑ m i .af i se refere a somatória das disponibilidades dos combustíveis. Para a
condição descrita nos apêndices VI e VII, com vazão mássica de 11,25Nm³/s de GAF e
0,139kg/s de alcatrão, e disponibilidades calculadas de 4052,67 kJ/Nm³ para o GAF e
20434,13 kJ/kg para o alcatrão com 25% de umidade, calcula-se o valor total:
Apêndice V – Cálculo da Eficiência da Caldeira, do Ciclo e Global do Sistema 106
•
∑ m i .af i = 48.432,90kW (V.7)
Acald
ε cald = •
(V.8)
∑ m i .af i
ε cald = 0,3948
ch
Atotal − A cald − Aq − I = 0 (V.9)
ou,
Aq + I = Atotal
ch
− A cald
Aq + I = 29313kW
Pela Primeira lei, a eficiência do ciclo pode ser escrita pela equação:
• •
(W t − W b )
η ci = •
(V.10)
Q cald
Caso A:
•
W t = 14396,1kW
Caso B:
•
W t =12907kW
Apêndice V – Cálculo da Eficiência da Caldeira, do Ciclo e Global do Sistema 107
Para os dois casos, a potência real da bomba de alta pressão, e o calor absorvido na
caldeira não se alteram:
•
W b = 154,84kW
•
Q cald = 41161,13kW
Caso A:
η ci = 0,3460
Caso B:
η ci = 0,3098
Caso C:
η ci = 0,2847
Pela Segunda lei, a eficiência é definida como a razão entre a disponibilidade líquida de
saída do ciclo pela disponibilidade de entrada é escrita da seguinte forma - Equação:
• •
(W t − W b )
ε ci = (V.11)
A cald
Caso A:
•
W t = 14396,1kW
Caso B:
•
W t =12907kW
Para os dois casos, o trabalho real da bomba de alta pressão, e o calor absorvido na
caldeira não se alteram:
•
W b = 154,84kW
Apêndice V – Cálculo da Eficiência da Caldeira, do Ciclo e Global do Sistema 108
Acald = 19122,58kW
Caso A:
ε ci = 0,7447
Caso B:
ε ci = 0,6669
Caso C:
ε ci = 0,6127
Para os três casos estudados, a eficiência da caldeira pela Primeira Lei não se altera:
η glo = 0,8806
Caso A:
η glo = 0,3047
Caso B:
η glo = 0,2728
Caso C:
η glo = 0,2507
Para os três casos estudados, a eficiência da caldeira pela Segunda Lei não se altera:
Apêndice V – Cálculo da Eficiência da Caldeira, do Ciclo e Global do Sistema 109
ε cald = 0,3948
Caso A:
ε glo = 0,2940
Caso B:
ε glo = 0,2633
Caso C:
ε glo = 0,2419
Apêndice VI
VI.1. INTRODUÇÃO
110
Apêndice VI – Cálculo da Disponibilidade do Gás de Alto Forno 111
ch
Monóxido de Carbono - aCO (t o , p o ) = 275.575,18 kJ/kmol.
xi
aich (t o , x i p o ) = Rt o ln( ) (VI.2)
x io
Pressão 100kPa
Temperatura 25°C
Componente Fração molar %
Nitrogênio 0,7567
Oxigênio 0,2035
Vapor d’água 0,0303
Dióxido de Carbono 0,0003
Outros gases 0,0092
Nota: Para fins práticos, geralmente, uma composição volumétrica do ar seco padrão
com 21% de oxigênio e 79% de nitrogênio é usada.
Nitrogênio:
Dióxido de carbono:
ch
aCO 2
(To , x i Po ) = 16.443,78 kJ/kmol
= ∑i xi a f
ch ch
af i
(VI.3)
af Mch = 0,01.aCH
ch
4
(t o , x i p o ) + 0,06.a Hch2 (t o , x i p o ) + 0,24.aCO
ch
(t o , x i p o ) + 0,462.a Nch2 (t o , x i p o )
+ 0,228.aCO
ch
2
(t o , x i p o )
af ch = 90.371,65 kJ/kmol
Apêndice VI – Cálculo da Disponibilidade do Gás de Alto Forno 113
Para combustíveis gasosos, o PCI pode ser calculado também através da equação
empírica:
ch
a f gás (to, po) H 1
= 1,0334 + 0,0015. − 0,0058. (VI.4)
PCI C C
Para efetuar esse cálculo, é necessário encontrar a fração mássica de cada elemento da
equação.
Apêndice VI – Cálculo da Disponibilidade do Gás de Alto Forno 114
Tabela VI. 4. Tabela de conversão em base mássica dos átomos de carbono e hidrogênio.
Elem. Fração Massa Conversão C H Conversão Conversão
%volume[b] Molecular[c] kg/kmol kg C/kmol kg H /kmol
[d]=[b]x[c] [n] [i] {[12]/[c]x[d]}x n {[1]/[c]x[d]}x i
CO 0,24 28 6,72 1 - 2,88 -
H2 0,06 2 0,12 - 2 - 0,12
CO2 0,228 44 10,03 1 - 2,74 -
CH4 0,01 16 0,16 1 4 0,12 0,04
N2 0,462 28 12,94 - - - -
Total 1 - 29,968 - - 5,736[f] 0,16[g]
Aplicando a equação:
ch
a f gás (to, po) 0,53 1
= 1,0334 + 0,0015. − 0,0058.
PCI 19,14 19,14
ch
a f gás (to, po)
= 1,033
PCI
Pela equação:
af ch (To, Po) = c1 .PCI (VI.5)
c1 = 1,0334
Valores típicos de C1 para gases estão na faixa de 1,04 a 1,06.
O PCI pode então ser calculado:
ch
af GAF (To, Po)
PCI GAF =
1,0334
ch
Af GAF = 45592,56W
Com a vazão utilizada acima, calcula-se o PCI total do GAF, para a máxima vazão.
•
PCI TGAF = PCI .V (VI.7)
VII.1.INTRODUÇÃO
Para o Alcatrão, foram utilizados dados de vazão mássica informados pelo fabricante da
caldeira (Equipalcool Sistemas, 2002) e dados tabelados do livro Applied
Thermodynamics (Li,1996).
A composição do alcatrão é bastante variada, em função da madeira e do processo de
recuperação, entre outros. Utilizou-se para iniciar o cálculo da disponibilidade do
Alcatrão, a composição química em base seca do Alcatrão utilizado na Usina
Termelétrica do Barreiro (França G.).
Equação da combustão:
[3,432C + 2,625H 2 + 0,867O2 + 0,029 N 2 + 1,388H 2 O] + 3,88O2 + 14,58 N 2 →
[3,43CO 2 + 4,01H 2 O( g ) + 14,61N 2 ]
(VII.1)
Cálculo da disponibilidade:
λ
⎡ ( xOo 2 ) .( x No 2 )θ ⎤
wdisp = −∆G (to, Po) + R.to. ln ⎢ o β φ
⎥ (VII.2)
⎢⎣ ( xCO2 ) .( x Ho 2O ) .( x No 2 )ν ⎥⎦
− ∆G (to, po) = 3,432 gC (to, po) + 2,625 g H 2 (to, po) + 0,867 gO2 (to, po) + 0,029 g N 2 (to, po)
+ 1,388 g H 2 O(to, po) + 3,88 gO2 (to, po) + 14,58 g N 2 (to, po) − 3,43gCO2 (to, po)
− 4,01g H 2 O(to, po) − 14,61g N 2 (to, po)
(VII.3)
Elemento N° de Gibbs(kJ/kmol)
C 0
H2 0
O2 0
N2 0
H2O(g) -228762,1
CO2 -394.675,68
Apêndice VII – Cálculo da Disponibilidade do Alcatrão 118
ch
AAlco
Alc =
a ch
100
Alc = 20434,13kJ / kg
a ch
ch
af Alc (To, Po)
= 1,08851
PCI Alc
Pela equação:
af ch (To, Po) = c1 .PCI (VII.5)
C1 = 1,089
ch
AAlc = 2840,34kW
Para o cálculo do PCI total, será utilizada a vazão nominal de 500kg/h, ou 0,139kg/s.
•
PCI TAlc = m Alc. PCI Alc (VII.7)
Para uma mistura de GAF e Alcatrão, a disponibilidade total pode ser calculada pela
equação:
ch
Atotal = AGAF
ch
+ AAlc
ch
(VII.8)
ch
Atotal = 48432,90kW
Para uma mistura de GAF e Alcatrão, o PCI total pode ser calculado pela equação:
COMBUSTÃO ESTEQUIOMÉTRICA
VIII.1.INTRODUÇÃO
120
Apêndice VIII – Combustão Estequiométrica 121
Para o balanço químico, é necessário converter os dados para efetuar a análise molar.
Para isto, é utilizada a tabela a seguir (dados em base seca):
h i h i
[hCO + iH 2 + jCO2 + kCH 4 + lN 2 ] + [ + + 2k ]O2 + 3,76[ + + 2k ]N 2 →
2 2 2 2 (VIII.1)
h i
[h + j + k ]CO2 + [i + 2k ]H 2 O( g ) + {l + 3,76[ + + 2k ]}N 2
2 2
Apêndice VIII – Combustão Estequiométrica 122
=
[0,8CO + 0,2 H 2 + 0,761CO2 + 0,0334CH 4 + 1,542 N 2 ] + 0,567O2 + 2,133 N 2 →
[1,594CO 2 + 0,267 H 2 O( g ) + 3,673 N 2 ]
A massa de oxigênio necessária para a queima de 100 kg de GAF é calculada para ar
seco padrão:
n°kmolO2
mO 2 = xMM O2 (VIII.2)
100kg c
18,15kg O 2
mO 2 =
100kg comb
n°kmol N 2
mN 2 = xMM N 2 (VIII.3)
100kg c
59,72kg N 2
mN 2 =
100kg c
mar1 = mo 2 + m N 2 (VIII.4)
kg ar
mar1 = 77,87
100kg c
ou
• Nm3
sendo, V GAF = 11,25
s
kg
ρ = 1,3439
Nm 3
• kg
m GAF = 15,12
s
Apêndice VIII – Combustão Estequiométrica 123
• •
m ar1 = 0,7787 m GAF
• kg
m ar1 = 11,77
s
• Nm 3
V ar1 = 9,127
s
Para o alcatrão, será considerada sua composição percentual em massa, com umidade de
25%:
Para o balanço químico, é necessário converter os dados para a análise molar. Para isto,
é utilizada a tabela a seguir:
Apêndice VIII – Combustão Estequiométrica 124
Equação da combustão:
n n
[mC + nH 2 + oO2 + pN 2 + qH 2 O] + [m + − o]O2 + 3,76[m + − o]N 2 →
2 2
n
mCO2 + [n + q]H 2 O( g ) + { p + 3,76[m + − o]}N 2
2
(VIII.8)
=
n°kmolO2
mO 2 = xMM O2 (VIII.9)
100kg c
124,06kg O 2
mO 2 =
100kg c
n°kmol N 2
mN 2 = xMM N 2 (VIII.10)
100kg c
408,2kg N 2
mN 2 =
100kg c
mar 2 = mo 2 + m N 2 (VIII.11)
kg ar
mar = 532,26
100kg c
ou
A vazão mássica do alcatrão pode variar de 500 a 1000kg/h, sendo considerada a vazão
nominal de 500kg/h ou 0,139kg/s.
• •
m ar 2 = 5,3226 m Alc
• kg
m ar 2 = 0,740
s
• kg
m c = 15,26
s
Ra / c = 0,82
Sendo conhecida a densidade do ar, pode-se calcular a vazão volumétrica total de ar:
•
• m ar 3
V ar 3 = (VIII.14)
ρ ar
• Nm 3
V ar 3 = 9,7
s
Dados de projeto:
Vazão de ar na entrada da caldeira de 11,67Nm³/s com excesso de ar = 20%.
•
Para os cálculos apresentados, com a vazão real de ar V arR = 11,67Nm³/s, o excesso de
ar é determinado:
•
V arR
α= •
−1 (VIII.15)
V ar 3
α = 0,204
IX.1. INTRODUÇÃO
h i h i
[hCO + iH 2 + jCO2 + kCH 4 + lN 2 ] + [ + + 2k ]O2 + 3,76[ + + 2k ]N 2 →
2 2 2 2
h i
[h + j + k ]CO2 + [i + 2k ]H 2 O( g ) + {l + 3,76[ + + 2k ]}N 2
2 2
(IX.1)
=
127
Apêndice IX – Combustão com Excesso de Ar 128
h i h i
[hCO + iH 2 + jCO2 + kCH 4 + lN 2 ] + [α + 1]{[ + + 2k ]O2 + 3,76[ + + 2k ]N 2 } →
2 2 2 2
h i
[h + j + k ]CO2 + [i + 2k ]H 2 O( g ) + {l + 3,76[ + + 2k ]}N 2
2 2
h i h i
+ α {[ + + 2k ]O2 + 3,76[ + + 2k ]N 2 }
2 2 2 2
A massa excedente de oxigênio (em 100kg de GAF), presente nos gases de exaustão,
para o coeficiente de excesso de ar = 0,204, pode ser calculada pela expressão:
n°kmolO2
mO 2 = xMM O2 (IX.2)
100kg c
3,712kg O 2
mO 2 =
100kg c
A massa excedente de nitrogênio (em 100kg de GAF), presente nos gases de exaustão,
para o coeficiente de excesso de ar = 0,204, pode ser calculada pela expressão:
n°kmol N 2
mN 2 = xMM N 2 (IX.3)
100kg c
12,18kg N 2
mN 2 =
100kg c
marE1 = mo 2 + m N 2 (IX.4)
marE1 = 0,15892mGAF
Para o GAF, vimos no apêndice VIII que a vazão mássica pode ser calculada:
• •
m GAF = V GAF xρ GAF (IX.5)
Apêndice IX – Combustão com Excesso de Ar 129
•
onde, V GAF , a vazão volumétrica do GAF (nominal = 11,25Nm³/s);
• kg
m GAF = 15,12
s
• •
m arE1 = 0,15892 m GAF
• kg
m arE1 = 2,403
s
• Nm 3
V arE1 = 1,863
s
A massa excedente de oxigênio (em 100kg de alcatrão), presente nos gases de exaustão,
para o coeficiente de excesso de ar = 0, 20, pode ser calculada pela expressão:
n°kmolO2
mO 2 = xMM O2 (IX.8)
100kg c
25,344kg O 2
mO 2 =
100kg c
n°kmol N 2
mN 2 = xMM N 2 (IX.9)
100kg c
83,272kg N 2
mN 2 =
100kg c
marE 2 = mo 2 + m N 2 (IX.10)
108,616kg arE
marE 2 =
100kg c
Apêndice IX – Combustão com Excesso de Ar 131
ou
Para o alcatrão, vimos no apêndice VII que a vazão mássica nominal é de 500kg/h ou de
0,139kg/s:
• kg
m alcatrão = 0,139
s
• •
m arE 2 = 1,0862 m Alc
• kg
m arE 2 = 0,151
s
• Nm 3
V arE 2 = 0,117
s
• Nm 3
V ar = 11,68
s
Apêndice IX – Combustão com Excesso de Ar 132
A medida do excesso de oxigênio nos gases de exaustão pode ser utilizada como um
fator de controle da combustão. Para um excesso de ar conhecido na caldeira, é possível
saber qual a fração volumétrica correspondente de oxigênio nos gases de exaustão.
Portanto, um valor acima do esperado, indica queima incompleta na caldeira, o que
resultará na liberação de gases nocivos, tais quais CO e NOx , além de perda na
disponibilidade química.
h i h i
[hCO + iH 2 + jCO2 + kCH 4 + lN 2 ] + [α + 1]{[ + + 2k ]O2 + 3,76[ + + 2k ]N 2 } →
2 2 2 2
h i
[h + j + k ]CO2 + [i + 2k ]H 2 O( g ) + {l + 3,76[ + + 2k ]}N 2
2 2
h i h i
+ α {[ + + 2k ]O2 + 3,76[ + + 2k ]N 2 }
2 2 2 2
m ar1
= 0,7787
m GAF
Para a combustão com de excesso de ar, a relação ar/combustível para o GAF será:
m ar1
= 0,7787(α + 1) (IX.13)
m GAF
Para α = 0,204
Apêndice IX – Combustão com Excesso de Ar 133
m ar1
= 0,937
m GAF
Para 100 kg de combustível, a massa de ar fornecida será de 93,7kg. A massa total dos
produtos, será então :
m prod = 193,7kg
Tabela IX.1. Tabela de conversão para obtenção da fração volumétrica dos gases de
exaustão do GAF (considerando 100kg de GAF)
Elementos Análise molar Análise molar Análise Massa Fração
(produtos) kmol/mprodkg [r] kmol/193,7kg molar Molecular %massa
[r] kmol/kg [t] [u]={[s]x[t]}
[s]
CO2 [h + j + k ] 1,595 0,008235 44 0,3623
H2O [i + 2k ]H 2 O( g ) 0,267 0,001378 18 0,0248
m ar 2
= 5,3226
m Alc
Para a combustão com de excesso de ar, a relação ar/combustível para o alcatrão será:
m ar 2
= 5,3226(α + 1) (IX.15)
m Alc
Apêndice IX – Combustão com Excesso de Ar 135
Para α =0,204
m ar 2
= 6,403
m Alc
m prod = 740,3kg
Tabela IX.2. Tabela de conversão para obtenção da fração volumétrica dos gases de
exaustão do Alcatrão (considerando 100kg de Alcatrão)
Elementos Análise molar Análise molar Análise Massa Fração
(produtos) kmol/mprod kg[r] kmol/740,3kg molar Molecular %massa
[r] kmol/kg [s] [t] [u]={[s]x[t]}
No apêndice VIII, foi calculada a vazão mássica de GAF, para uma vazão volumétrica
nominal e densidade conhecida:
• •
m GAF = V GAF xρ GAF (IX.17)
sendo,
•
V GAF , a vazão volumétrica do GAF (nominal = 11,25Nm³/s)
ρ GAF , é a densidade média do GAF de 1,3439kg/Nm³.
• kg
m GAF = 15,12
s
A vazão mássica do alcatrão pode variar de 500 a 1000kg/h, sendo considerada a vazão
nominal de 500kg/h ou 0,139kg/s.
• kg
m Alc = 0,139
s
•
m GAF
•
= 108,77
m Alc
m Alc = 0,911kg
m GAF = 99,089kg
Para a combustão com de excesso de ar, a relação ar/combustível para o GAF já foi
avaliada:
m ar1
= 0,7787(α + 1) (IX.18)
m GAF
Para α =0,204
m ar1
= 0,937
m GAF
m prod 1 = 191,92kg
Para a combustão com de excesso de ar, a relação ar/combustível para o alcatrão será:
m ar 2
= 5,3226(α + 1) (IX.20)
m Alc
Para α =0,204
m ar 2
= 6,403
m Alc
m prod 2 = 6,744kg
Para 100 kg de combustível (GAF e alcatrão), teremos que a massa total dos produtos
será:
m prod 3 = 198,66kg
Para calcular a fração volumétrica dos elementos dos produtos da combustão da mistura
de GAF e Alcatrão, é necessário encontrar a fração mássica de cada elemento da
mistura.
Tabela IX.3. Tabela de conversão para obtenção da fração volumétrica dos gases de
exaustão da mistura GAF e Alcatrão.
Para a mistura de alcatrão e GAF, a parcela total de excesso de oxigênio nos gases de
exaustão foi de 1,94%.