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Os estilos de época da Revoluçào Industrial à Primeira Guerra: Romantismo < 247

As características românticas
O primeiro passo para tentar estabelecer as características românticas é entender o
Romantismo como um estilo de época delimitado no tempo, ou seja, como o período
que se inida nos últimos anos do século XVIII e se estende até meados do século XIX.
Nesse espaço de tempo, percebe-se nitidamente uma evolução no comportamento dos
autores românticos; a comparação entre os primeiros e os últimos representantes dessa
escola revela traços peculiares a cada fase, mas discrepantes entre si, como veremos nos
textos reproduzidos adiante.
Inicialmente, romântico era tudo aquilo que se opunha a clássico. Os modelos da
Antiguidade Clássica são então substituídos pelos da Idade Média (notadamente de seus
últimos séculos, que coincidem com o surgimento da burguesia); a uma arte de caráter
erudito e nobre opõe-se uma arte de caráter popular, que valoriza o folclórico e o na-
cional; o indivíduo passa a ser o centro das atenções, voltando -se para a imaginação e
para os sentimentos, do que resulta uma interpretação subjetiva da realidade.
A arte romântica, ao romper as muralhas da Corte e ganhar as ruas, liberta-se das
exigências dos nobres que financiavam a produção artística. As obras deixam de ter o
caráter prático dos trabalhos de encomenda: o público agora é amplo e anônimo, o que
leva a uma nova linguagem na literatura, na pintura, na música, na arquitetura.
Um dos acontecimentos mais importantes relacionados ao Romantismo foi o sur -
gimento de um novo público consumidor, representado pelas mulheres e pelos estu -
dantes; com isso, a literatura tornou-se mais popular, o que não havia acontecido nos
períodos anteriores. Surge o romance, forma mais acessível de expressão literária; o
teatro ganha novo impulso, abandonando as formas clássicas e se inspirando em temas
nacionais (o teatro de Almeida Garrett, em Portugal, e o de Martins Pena, no Brasil, são
bons exemplos). A prosa artística ganha um espaço que sempre lhe fora negado nas
manifestações clássicas.
Quanto ao aspecto formal, a literatura romântica se desvincula dos padrões e das
normas estéticas do Classicismo; prevalece o "acento da inspiração", como afirma
Gonçalves de Magalhães. Repare como o "acento da inspiração" pregado peio poeta
casa-se perfeitamente ao ideal romântico do individualismo, da expressão su bjetiva,
do primado da emoção.
Quanto ao conteúdo, os românticos cultivavam o nacionalismo, que se manifestava
na exaltação da natureza pátria, no retorno ao passado histórico e na criação do herói
nacional, Da exaltação do passado histórico nasce o culto à Idade Média, que, além de
representar as glórias e tradições do passado, assume o papel de negar os valores da
Antiguidade Clássica, como o paganismo. Os heróis nacionais das literaturas europeias
são belos e valentes cavaleiros medievais, que lutam por urna donzela, por Deus e pela
pátria. Na literatura brasileira, os heróis são os índios, não menos belos, valentes e
civilizados, como se pode observar em poemas de Gonçalves Dias e nos romances de
José de Alencar.
A natureza assume múltiplos significados: ora é uma extensão da pátria, ora é um
refúgio à vida atribulada dos centros urbanos do século XIX, ora é um prolongamento do
próprio poeta e de seu estado emocional.
Outra característica marcante do Romantismo, e verdadeiro "cartão de visita" de
todo o movimento, é o sentimentalismo, a supervalorização das emoções pessoais: é
o mundo interior que conta, o subjetivismo. E à medida que essa busca dos valores
pessoais se intensifica, com o culto do individualismo, perde-se a consciência do todo,
do coletivo, do social. A excessiva valorização do "eu" gera o egocentrismo: o ego como
centro do Universo. Evidentemente, surge ai um choque entre a realidade objetiva e o
mundo interior do poeta. A derrota inevitável do ego produz um estado de frustração e
Jouberl Ia nt h af

tédio, que leva à evasão romântica. Seguem constantes e múltiplas fugas da realidade: o
álcool, o ópio, as "casas de aluguel" (os prostíbulos), a saudade da infância, as constan -

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