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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CÂMPUS CARAÚBAS
BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA

THUANNY RAVELLY BENICIO DE ASSIS

ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO POR ELETRÓLISE EM


DIFERENTES SOLUÇÕES

Caraúbas/RN
2017
THUANNY RAVELLY BENICIO DE ASSIS

ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO POR ELETRÓLISE EM


DIFERENTES SOLUÇÕES

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Curso Bacharelado em Ciência e Tecnologia da
Universidade Federal Rural do Semiárido,
como requisito para a obtenção do título de
Bacharel em Ciência e Tecnologia.

Orientador: Prof. Dr. Rudson de Souza Lima

Caraúbas/RN
2017
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THUANNY RAVELLY BENICIO DE ASSIS

ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO POR ELETRÓLISE EM


DIFERENTES SOLUÇÕES

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Curso Bacharelado em Ciência e Tecnologia da
Universidade Federal Rural do Semiárido,
como requisito para a obtenção do título de
Bacharel em Ciência e Tecnologia.
A minha mãe Rosineide Benicio da Costa (in
memoria) que mesmo sem conhecê-la, me
espelho para ser uma pessoa melhor, e sei que
se estivesse presente, também me apoiaria sem
medir esforços.

Dedico esse trabalho a minha família, que


sempre me apoiou e me incentivou durante toda
minha vida, dentro e fora da academia.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida e por nunca me abandonar nos momentos
mais difíceis, por ter me dado oportunidades e me permitir chegar até aqui, por me proporcionar
momentos de vitórias e aprendizado.

Aos meus avós Maria Vera Lúcia de Assis e Manoel Pereira de Assis, que são minha base e
dose de incentivo diário. A eles que não medem esforços para me ajudar a alcançar meus
objetivos. É por eles e para eles que me mantenho de pé com força e perseverança. Sou
eternamente grata pelo amor e pelo cuidado.

As minhas tias Salustiana Maria e Regivânia Maria, que sempre me apoiam, me erguem e
contribuem cada vez mais para o meu crescimento.

Aos meus companheiros da universidade, que me possibilitaram compartilhar e adquirir


conhecimento.

A todos os meus amigos que sempre pude contar e que se tornaram peça fundamental na minha
vida pessoal e acadêmica, em particular, família Chicos House, Alex Targino, João Dantas e
Gabriel Moura.

A minha parceira de morada e de estudo desde o início de tudo, Carol Carvalho, por sempre me
incentivar.

A todos os meus familiares, incluindo os mais distantes, porém que sempre me motivam e se
fizeram presentes nessa caminhada.

Ao meu orientador Rudson de Souza Lima, pela oportunidade de aprendizado e


acompanhamento na elaboração desse projeto.

Por fim, a todos que direta ou indiretamente colaboraram para o meu desenvolvimento pessoal
e acadêmico. Muito obrigado!
A distância entre o sonho e a realidade chama-
se disciplina.

Bernardinho
RESUMO

O hidrogênio é o elemento mais simples do mundo, é abundante na superfície do Planeta e está


presente em quase tudo. Tem grande importância e aplicabilidade nos processos industriais e
tecnológicos, que vão desde a produção de semicondutores até a indústria petroquímica.
Pretende-se nesse trabalho abordar conceitos teóricos e práticos associados ao processo de
produção de hidrogênio por eletrólise em diferentes soluções, buscando uma melhor relação
entre a quantidade de soluto com o tempo de produção do gás. A intenção dessa análise consiste
também em, além de averiguar a produtividade, buscar uma forma de minimizar o tempo, para
assim, obter uma redução dos custos. Para o desenvolvimento deste, foram feitos estudos
baseando-se em projetos pertencentes a mesma área de pesquisa, e juntamente procedimentos
experimentais. Para a metodologia prática desse projeto foi primeiramente selecionado os tipos
de solutos que seriam utilizados e os devidos materiais adicionais, sempre fundamentados em
dissertações, teses e testes já elaborados. A partir dos experimentos realizados, foram
encontrados valores representativos para os três tipos de eletrólitos utilizados, NaCl, HCl e
NaOH, que declaram para cada um deles a melhor quantia associado ao melhor tempo para o
volume de armazenamento calculado. Dessa forma, o elemento NaOH apresentou melhor
tempo de produção entre os eletrólitos testados.

Palavras-chave: Eletrólise; Hidrogênio; Produção; Eletrólitos; Soluções.


ABSTRACT

Hydrogen is the simplest element in the world, it is abundant on the surface of the Planet and
is present in almost everything. It has great importance and applicability in industrial and
technological processes, which goes from the production of semiconductors to the
petrochemical industry. In this work is intended to approach theoretical and practical concepts
associated with the hydrogen production process by electrolysis in different solutions, looking
for a better relation between the amount of solute and the time of the gas production. The
intention of this analysis consists also to, besides ascertaining productivity, look for a way to
minimize the time, in order to achieve a reduction in costs. To develop it, were done some
studies based in other projects in the same research area, and experimental projects. To the
practical methodology of this project were selected the kinds of solutes to be used and others
additional materials, all of this were always substantiated in dissertations, theses and tests
already elaborated. From the experiments performed, representative values were found for the
three types of electrolytes used, NaCl, HCl e NaOH, which declare for each of them the best
amount associated with the best time for the calculated storage volume. On this way, the NaOH
presented the best time of production amount the electrolytes tested.

Key words: Electrolysis; Hydrogen; Production; Electrolytes; Solutions.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Esquema de um reformafor convencional .................................................. 18


Figura 2: Representação esquemática do processo de fermentação anaeróbica .......... 20
Figura 3: Procedimento da biofotólise direta ............................................................. 20
Figura 4: Procedimento da biofotólise indireta .......................................................... 21
Figura 5: Ordem decrescente de facilidade de descarga dos íons ............................... 23
Figura 6: Eletrólise aquosa do Nacl .......................................................................... 24
Figura 7: Eletrólise aquosa do HCl ........................................................................... 26
Figura 8: Eletrolise aquosa do NaOH ........................................................................ 27
Figura 9: Reservatório de Gás Hidrogênio Comprimido ............................................ 28
Figura 10: Reservatório Hidrogênio Líquido ............................................................. 29
Figura 11: Estrutura do Hidreto Metálico .................................................................. 30
Figura 12: Eletrodos ................................................................................................. 31
Figura 13: Fonte de alimentação dupla ...................................................................... 32
Figura 14: Aparato montado para produção de hidrogênio ........................................ 33
Figura 15: Solução final da eletrólise aquosa do NaCl.............................................. 35
Figura 16: Quantidade versus tempo para produção com NaCl ................................. 36
Figura 17: Solução final da eletrólise aquosa do HCl ................................................ 37
Figura 18: Quantidade versus tempo para produção com HCl ................................... 38
Figura 19:Quantidade versus tempo para produção com NaOH ................................ 39
Figura 20: Solução final da eletrólise com NaOH ..................................................... 39
Figura 21: Quantidade versus tempo das três eletrólises ............................................ 40
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Variação de tensão durante o processo de eletrólise ................................... 38


Tabela 2: Valor de cada eletrólito ............................................................................. 41
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 14

2. OBJETIVOS ................................................................................................. 16

2.1. OBJETIVOS GERAL ................................................................................. 16

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................... 16

3. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................ 17

3.1. HIDROGÊNIO ........................................................................................... 17

3.2. PRODUÇÃO .............................................................................................. 17

3.2.1. Reformação a vapor........................................................................... 18

3.2.2. Fermentação Anaeróbica................................................................... 19

3.2.3. Biofotólise ........................................................................................... 20

3.2.3.1. Biofotólise direta ................................................................................. 20

3.2.3.2. Biofotólise indireta .............................................................................. 21

3.2.4. Eletrólise aquosa ................................................................................ 22

3.2.4.1. Eletrólise aquosa do NaCl .................................................................... 24

3.2.4.2. Eletrólise aquosa do HCl...................................................................... 25

3.2.4.3. Eletrólise aquosa do NaOH .................................................................. 26

3.3. ARMAZENAMENTO ................................................................................ 27

3.3.1. Gás Comprimido................................................................................ 27

3.3.2. Hidrogênio Líquido ........................................................................... 28

3.3.3. Hidretos Metálicos ............................................................................. 29

4. METODOLOGIA DA PESQUISA .............................................................. 31

4.1. MATERIAIS ............................................................................................... 31

4.2. MÉTODOS ................................................................................................. 32

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 34

5.1. ELETRÓLISE AQUOSA DO CLORETO DE SÓDIO ................................ 34

5.2. ELETRÓLISE AQUOSA DO ÁCIDO CLORÍDRICO ................................ 37


5.3. ELETRÓLISE AQUOSA DO HIDRÓXIDO DE SÓDIO ............................ 38

6. CONCLUSÃO............................................................................................... 42

7. SUGESTÕES ................................................................................................ 43

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 44
14

1. INTRODUÇÃO
Com a evolução da sociedade e o crescimento significativo da população, houve um
aumento na aquisição dos combustíveis fósseis, principalmente o petróleo e o gás natural.
Sabendo que esses combustíveis não são renováveis nem ilimitados, e que seu uso causa uma
enorme degradação ao planeta, iniciou-se a procura por uma nova fonte de combustível que
seja limpa ou menos poluente.

Entre as diversas formas de se obter energia, a que vem se destacando é a utilização do


hidrogênio como combustível renovável. Desde a antiguidade vem se estudando e analisando
a melhor forma de produção desse gás. Diversos métodos e instrumentos já foram utilizados,
sendo que os mesmos não diferenciam-se de uma época pra outra, apenas são aprimorados com
o passar do tempo e continuam com o mesmo princípio de funcionamento.
Essa obtenção pode ser feita de várias maneiras, sendo uma delas e mais conhecida, pela
eletrólise da água. Esse processo se dá na separação das moléculas de hidrogênio e oxigênio
devida a uma passagem de corrente elétrica. Segundo Santos e Santos (2005), essa energia
elétrica poderá vir de fontes renováveis, como a energia solar, e ser gerada pelas turbinas eólica,
hídrica, geotérmica, etc.
O hidrogênio é o mais simples e mais comum elemento do Universo, ele está presente
em quase tudo. Ele compõe 75% da massa do Universo e 90% de suas moléculas, como a água
(H2O) e as proteínas nos seres vivos. No planeta Terra, compõe aproximadamente 70% da
superfície terrestre. (CONELHEIRO E LUCIANO, 2012)
Conforme Santos e Santos (2005), é o elemento mais leve, e seu alto poder calorífico é
cerca de 2,5 vezes maior quando comparado ao poder de combustão dos combustíveis derivados
do petróleo, por exemplo.
Dois grandes obstáculos após o processo de produção do hidrogênio são o seu
armazenamento e transporte, tanto em estado gasoso quanto líquido. Em seu estado gasoso, sua
baixa densidade causa uma diminuição nas moléculas energéticas fazendo necessário o
armazenamento em reservatórios de grande volume e pressão, podendo causar explosões
durante o seu transporte. E em seu estado líquido, seu alto ponto de ebulição necessita de um
armazenamento a uma baixíssima temperatura e possui uma massa pequena, e infelizmente,
esse baixo peso é revertido no peso do tanque que se torna maior do que os que carreguem
qualquer outro combustível.
Entre suas vantagens, de acordo com Botton (2007), o hidrogênio proveniente do
método da eletrólise, é considerado de alta pureza, o que caracteriza o método como totalmente
15

limpo. Outra vantagem de sua utilização é que a contribuição do hidrogênio para o efeito estufa
é bem menor que o causado pela gasolina, ou seja, ele não libera resíduos poluentes e auxilia
na diminuição da degradação ambiental, e há também uma grande quantidade de energia
acumulado no gás. É naturalmente encontrado no planeta e pode gerar menor custo na sua
produção, favorecendo a população em vários aspectos.
Decorrente desses fatores, este combustível vem sendo visto e cada vez mais tomando
destaque nas aplicações em indústrias automobilísticas, petrolíferas e em processos de
fabricação, como uma solução para a diminuição da poluição ambiental. Estudos também
buscam aprimorar o processo a fim de minimizar o tempo e diminuir os gastos.
16

2. OBJETIVOS

Essa pesquisa tem como finalidade aprimorar o estudo de uma nova fonte geradora de
energia renovável, partindo do hidrogênio como alterativa mais viável.

2.1. OBJETIVOS GERAL

Analisar a produção de hidrogênio e a eficácia da eletrólise em diferentes soluções.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Analisar o processo de obtenção do hidrogênio puro;


 Realizar testes experimentais por eletrólise e identificar qual
eletrólito será mais conveniente para a produção;
 Verificar como ocorre o desenvolvimento de energia gerada por
essa fonte;
 Minimizar o tempo de produção a fim de diminuir os custos;
17

3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1. HIDROGÊNIO

O hidrogênio encontra-se na tabela periódica dos elementos, apresentando elétrons


residindo na sétima camada, pois este elemento se encontra na sétima camada no grupo 1ª
metais alcalinos, sendo conhecido como o elemento menos denso, geralmente sua forma
molecular, se encontra em formato de gás, o mesmo é inflamável, incolor, inodoro e insolúvel
a água. (MACEDO EL CARVALHO, 2006 apud CABRAL et. al, 2014).
Segundo Dias (2017), é a substancia mais abundante, constituindo maior parte do
universo. Tem a capacidade de formar mais compostos que qualquer outro elemento, além de
ser de extrema importância para as indústrias, atuando como gerador de energia, devido sua
alta liberação de calor em sua combustão. Seu uso aplica-se nas mais diversas áreas da indústria.

A maior utilização do hidrogênio hoje é como reagente em indústrias químicas e


petroquímicas para a produção de fertilizantes (com uma quota de 50%), seguida pelo
tratamento do petróleo bruto (aproximadamente 37%). Além destes processos, o hidrogênio é
também utilizado como reagente nos processos de hidrogenação, como combustível para
motores de foguete e como fluido de refrigeração em geradores elétricos. Sua aplicação na área
de automóveis se dá em movimentar carros com motores a combustão interna, e também tem
uso como combustível para foguetes. (SÁ et al. 2014)

3.2. PRODUÇÃO

O hidrogênio (H2), pode ser encontrado em vários lugares. O meio mais comum na terra,
é a água, mas não descarta-se as matérias-primas, como os compostos orgânicos, os
combustíveis fósseis e a biomassa.

Em condições normais de temperatura e pressão, o H2 não é encontrado em quantidade


suficiente no ambiente para suprir toda a demanda mundial, seja como matéria prima para
produção de outros compostos (NH3, por exemplo) ou como combustível para geração de
energia elétrica (VEDOVATTE, 2013).
Por não ser um combustível primário, não é declarado como fonte de energia primária,
mas sim como vetor energético, ou seja, substancia usada para produzir calor, e é sempre
identificado combinado com outros elementos, dessa forma, se faz necessário alguns processos
para separação destes, e a obtenção do hidrogênio puro (Gomes et al., 2012).
Atualmente essa obtenção é possível ocorrer de diversas maneiras, entre elas, são algumas:
18

 Reformação a vapor;
 Fermentação Anaeróbica;
 Biofotólise;
 Eletrólise aquosa

3.2.1. Reformação a vapor

Grande parte do hidrogênio produzido hoje em dia provém da reformação a vapor, que
se dá na mistura de hidrocarbonetos com o vapor de água a uma alta temperatura, porém não é
o método mais aconselhável, pois durante o processo são produzidos e emitidos monóxido de
carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2) em uma quantidade considerável, aumentando assim
a poluição ambiental, considerando que essa técnica não é totalmente limpa. (Botton, 2007)

Esse método é muito utilizado nas indústrias utilizando o metano como o tipo de gás
natural, e a quantidade de hidrogênio que se pode aproveitar proveniente desse processo, é entre
70 a 90%. (Estumano, 2009)
A Figura 1 mostra o esquema de um reformador convencional e o processo de
reforamação utilizando o metano.

Figura 1: Esquema de um reformador convencional

Fonte: SILVA (2008)


19

O procedimento apresentado no esquema, descreve que no processo em um reformador


convencional, o metano ou o gás natural é alimentado a um sistema de purificação para retirada
de compostos de enxofre. Após a purificação, é misturado a uma corretne de vapor d’água e
então alimentado ao reformador. A saída deste reformador segue para outro reator (reator de
deslocamento) e por último segue para uma unidade de purificação. (Silva 2008)

Neste caso, também não é descartada possíveis inconveniências como o maior consumo
de energia, do que se o combustível primário fosse utilizado na combustão e que esse tipo de
reforma só é aplicada aos combustíveis fosseis que são fontes de energia não renováveis e que
posteriormente irão deixar de ser usados. Outra desvantagem é que essa produção e emissão de
CO e CO2 em quantidades consideráveis, exige também, um processo de purificação do gás
antes de seu uso, e isso pode resultar em um aumento de custos, desfavorecendo a produção.
(Estumano, 2009)

3.2.2. Fermentação Anaeróbica

A fermentação anaeróbica é um processo biológico onde diversos tipos de micro-


organismos (bactérias anaeróbicas) transformam carboidratos em hidrogênio. Esse método tem
provocado interesse, devido ao seu alto poder de produção quando comparado aos outros
procedimentos biológicos utilizados. Ele é constituído por quatro etapas seguidas dependentes
uma da outra, são elas: hidrólise, acidogênese, acetogênese e metanogênese. (Sá et al., 2014)
O sistema decorre primeiro na redução dos matérias mais complexos em simples, por
meio das bactérias hidrolíticas. Em seguida os compostos da resultantes da fase anterior são
metabolizados e convertidos em compostos mais simples. Na terceira, as basctérias
acetogêneses oxidarão os elementos produzidos na segunda fase e os transformam em substrato
apropriado, e por fim, as arqueias metanogênicas convertem o hidrogênio e o ácido acético em
CH4 e CO2. (Sá et al., 2014)
A vantagem dessa técnica se dá ao fato de não necessitar de iluminação, ou seja, sua
produção é contínua. Outra vantagem, é que essas bactérias são mais eficazes na geração do
gás em curtos intervalos de tempo, além de caracterizar-se como uma ótima alternativa no ponto
e vista ambiental. (Sá et al., 2014)
Porém, essa produção pode ser influenciada por uma série de condições operacionais e
parâmetros físico-químicos como temperatura, pH, modo de operação do reator e pressão
parcial de hidrogênio, além de precisar realizar um tratamento nos resíduos após a fermentação,
apresentar CO2 no gás e ter grande dificuldade em selecionar bactérias que não consumam o
20

hidrogênio. É possível verificar uma representação esquemática desse procedimento na Figura


2.
Figura 2: Representação esquemática do processo de fermentação anaeróbica

Fonte: SÁ et al (2014)

3.2.3. Biofotólise
Biofotólise é um processo fotossintético onde um sistema biológico sofre a ação da luz
causando a separação da substancia, que normalmente é a água, produzindo hidrogênio. Esse
processo divide-se em duas etapas: biofotólise direta e indireta. (Gomes et al., 2012)
3.2.3.1. Biofotólise direta
A biofotólise direta é um processo biológico que utiliza de microalgas para converter a
energia solar em química na forma de hidrogênio possuindo alto poder de conversão de energia.
O principal microrganismo usado para esse procedimento, são as algas verdes. Estes
organismos sucedem uma fotossíntese alternativa que utiliza a luz e a hidrogenases para
produzir. (Gomes et al., 2012)
A presença da enzima hidrogenase nos microrganismos, é a responsável pelo processo
de catalisar a oxidação reversível do hidrogênio. Porém, pode não ser tão fácil, pois apresenta
como desvantagem a necessidade de iluminação pra funcionar, e ser totalmente restrito a essa
condição. (Gomes et al., 2012)
O esquema é expresso na Figura 3.

Figura 3: Procedimento da biofotólise direta


21

Fonte: MONTEIRO, SOUZA, ALMEIDA (2007)

3.2.3.2. Biofotólise indireta


Um conceito mais básico para biofotólise indireta, a define como aquela que faz uso de
organismos fotossintetizantes semelhantes a algas, que usam da energia dos carboidratos para
produzir hidrogênio a partir da água. Esses organismos são as cianobactérias, que em seu
metabolismo usam de três tipos de enzimas para auxiliar na produção de H2, como mostrado na
Figura 4. São elas: a nitrogenase, a hidrogenase de assimilação e a hidrogenase bidirecional.
(Sá et al., 2014)

Figura 4: Procedimento da biofotólise indireta

Fonte: MONTEIRO, SOUZA, ALMEIDA (2007)


22

A primeira estimula a redução de nitrogênio com a liberação de hidrogênio, a segunda


reaproveita o hidrogênio liberado pela ação anterior e a última pode direcionar-se no sentido de
produção ou de consumo do gás.
Para esse caso, a desvantagem seriam a baixa efetividade na transformação de energia
solar, pois a enzima de nitrogenase requer de uma grande quantidade de Adenosina Trifosfato
(ATP).
Também vale salientar uma desvantagem em comum apresentada pelos dois tipos de
biofotólise. Em ambas as técnicas necessitam da inibição da nitrogenase por O 2, uma vez que
a nitrogenase é muito sensível ao oxigênio.

3.2.4. Eletrólise aquosa

O meio de produção de hidrogênio mais simples seria via eletrólise da água, vários
estudos têm sido e estão sendo feitos, a fim de melhorar o sistema quanto aos materiais
utilizados e diminuir os custos. Entre os processos citados acima, o estudado durante a pesquisa
será sobre a produção de hidrogênio pela eletrólise da água. (Botton, 2007)
A eletrólise é um processo eletroquímico que transforma energia elétrica em energia
química. O método baseia-se na quebra da molécula de água em hidrogênio e oxigênio por meio
de uma corrente elétrica que passar por ela. A água sozinha não é condutora de corrente elétrica,
logo carece de uma substancia que quando dissolvida nela, possa gerar condutividade maior
que a sua e tornar o meio condutor. Esse soluto é conhecido como eletrólito e é muito importante
para o processo. Sais, como cloreto de sódio, ácidos (podendo ser o sulfúrico) e bases (como o
hidróxido de sódio) podem ser usados como eletrólitos durante a produção.
Um exemplo prático que pode ser aplicado na produção de hidrogênio por eletrólise da
água é a eletricidade gerada por turbinas eólicas, onde o gás é usado em veículos de células de
combustível a hidrogênio. (Alves, 2014)
O sistema de eletrólise da água já foi testado com vários eletrólitos e eletrocatalisadores.
O eletrólito convencional utilizado na produção de hidrogênio é uma solução de KOH 30 num
sistema que opera na temperatura entre 28 e 77°C, porém NaOH 0,5 mol L-¹ à temperatura
ambiente também é utilizado. Além dos eletrólitos alcalinos, existem outros meios que já foram
testados: o sólido, o de membrana polimérica e o Na2SO4 1 mol L-¹ (BOTTON, 2007).
Alguns aspectos podem influenciar na escolha dos ácidos, bases ou dos sais, para o
processo de eletrólise. O cátodo e o ânodo que deverão sofrer a descarga durante o processo,
são os da água, logo é preciso que os íons do eletrólito escolhido, tenham menor facilidade de
23

descarga quando comparados aos íons da água, ou seja, menor facilidade em transferir elétrons.
(Fogaça, 2017)
De acordo com a Figura 5, pode-se observar em ordem decrescente a facilidade de que ânions
e cátions tem em sofrer a descarga.

Figura 5: Ordem decrescente de facilidade de descarga dos íons.

Fonte: Mundo Educação (2017)

Os cátions e os ânions abaixo do H+ e do OH-, respectivamente, possuem menos


facilidade de descarga do que eles. Dessa forma, e ainda conforme com Fogaça (2017), deve-
se escolher um ácido, uma base ou um sal que forme íons: Na+, K+, NO3-, SO42- , além de formar
também H+ e OH-.
A eletrólise aquosa é mais complicada que do que a eletrólise nas células eletrolíticas,
pois na presença de água, temos que considerar se ela irá oxidar, formando O 2, ou reduzir,
formando H2. O eletrodo deve ser inerte, ou seja, não deve reagir quimicamente fornecendo
íons ou reduzindo seus próprios íons. Nesse tipo de eletrólise, sempre deve-se considerar a
reação de auto ionização da água, onde será produzido íons H + e íons OH-, e a de dissociação
do eletrólito, onde a corrente elétrica será produzida a partir da formação de íons livres devido
a dissolução do composto na água. (Brady e Humiston, 2012)
Os eletrólitos utilizados nessa pesquisa são: Cloreto de Sódio (NaCl), Ácido Clorídrico
(HCl) e Hidróxido de Sódio (NaOH).
24

3.2.4.1. Eletrólise aquosa do NaCl

Fazendo uma análise na Tabela 1, deve-se comparar os seguintes íons:


Cl- e OH-
Na+ e H+
Concluímos que o íons Cl- tem mais facilidade de transferir elétrons que o OH-. E o H+
tem mais facilidade que o Na+.
Logo, na eletrólise aquosa do cloreto de sódio, podem ocorrer as reações de oxidação,
determinadas pelas equações abaixo:
2Cl-(aq) → Cl2 + 2e- E°oxi= -1,36V
2H2O → 4H+ + O2 +4e- E°oxi= -1,23V
E as reações de redução, são:
Na+ + e- → Na(s) E°red= -2,71V
2H2O + 2e- → H2 + 2OH- E°red= -0,83V
Como resultado dessa eletrolise aquosa, podemos observar a formação de Hidróxido de Sódio
(NaOH), Gás Hidrogênio (H2) e Gás Cloro (Cl2), demonstrada na equação a seguir.

2NaCl + 2H2O → 2NaOH + H2 + Cl2

Figura 6: Eletrólise aquosa do Nacl

Fonte: Brasil Escola (2017)


25

3.2.4.2. Eletrólise aquosa do HCl

Comercialmente conhecido como ácido muriático, o ácido clorídrico possui um alto


poder de ionização e sua solução é eletrolítica, sendo assim, um ótimo condutor de corrente
elétrica. (Fogaça, 2017)

Para essa eletrólise, os íons a serem comparados são

Cl- e OH-

Quando o HCl é adicionado a água, o hidrogênio da molécula do ácido clorídrico, está


positivamente carrego e é atraído pelo oxigênio da molécula de água, que é mais eletronegativo
que o cloro, e assim formam o cátion H3O+. Neste caso só haverá cátions H+, portanto não terá
diferença entre os que estão vindo do H2O ou os que vem do HCl, logo daremos mais
importância a formação da equações e a análise dos elementos resultantes, na equação global.
(Fogaça, 2017)
Neste tipo de eletrólise, apenas cátions H+ causam a redução do hidrogênio no polo
negativo. No polo positivo, ocorre a oxidação do Cl-, e os cátions e íons H+ e OH- permanecem
na solução, ou seja, apenas o ácido clorídrico sofre eletrólise. Observando a Figura 7, temos a
ideia de como se dá o processo.
As reações de oxidação são dadas pelas equações:

2Cl- → Cl2 + 2e- E°oxi= -1,36V


2H2O(l) → 4H+ + O2 +4e- E°oxi= -1,23V
E as reações de redução, são:
2H+ + 2e- → H2 E°red= 0,0V
2H2O + 2e- → H2 + 2OH- E°red= -0,83V
Resultando na equação abaixo, onde se vê a formação de soluções de gás hidrogênio (H2) e gás
cloro(Cl2).
2HCl → Cl2 + H2
Uma vez que ocorre a eletrólise apenas do HCl, a solução fica cada vez mais diluída em
água, isto é, a concentração da substancia fica gradativamente menor, e a mistura cada vez mais
básica.
26

Figura 7: Eletrólise aquosa do HCl

Fonte: Adaptada de Brasil Escola

3.2.4.3. Eletrólise aquosa do NaOH

Popularmente conhecida como soda cáustica, é uma matéria prima fundamental em


diversos processos por grandes indústrias e o uso doméstico. É também, amplamente utilizado
em reações químicas, seja em proporção laboratoriais ou industriais, para produção de sabão,
papel e biodiesel, por exemplo.

É uma base metálica, possui uma alta dissociação iônica e quando reage com água forma
um processo exotérmico, liberando calor.

Em sua eletrólise aquosa obtém-se as duas reações no cátodo e as duas reações no ânodo
expressas, respectivamente, pelas equações abaixo.
Na+ + e-→ Na(s) E°red= -2,71V
2H2O + 2e- → H2 + 2OH- E°red= -0,83V
2H2O → O2 + 4H+ +4e- E°oxi= -1,23V
4OH-(aq) → O2 + 2H2O + 4e- E°oxi= -0,40V
Obtendo-se assim, a reação global dessa eletrólise.

NaOH(s) + H2O(l) → NaOH(aq) + H2(g) + ½ O2(g)


Teoricamente, durante o experimento, visto no esquema da Figura 8, no polo negativo,
será formado o dobro de gás hidrogênio quando comparado com o polo positivo onde será
27

formado oxigênio. Isto ocorre pelo fato da molécula de água conter duas moléculas de
hidrogênio e somente uma de oxigênio.

Figura 8: Eletrolise aquosa do NaOH

Fonte: Adaptada de Brasil Escola

3.3. ARMAZENAMENTO

Em seu estado natural, o hidrogênio apresenta-se como um gás incolor, inodoro,


insípido e muito mais leve que o ar, porém necessita de um grande espaço para armazenamento.
Consequente dessa e de outras propriedades do hidrogênio, o meio de armazenamento se torna
uma dificuldade. Uma das características que complica o processo é o baixo teor de energia em
volume. Diante disso, atualmente já existem opções de formas de armazenamento que possam
facilitar e mostrar soluções visando menor custos.
Sabendo-se que o hidrogênio puro, é um gás inofensivo podendo facilmente dissipar-se
no ar, e em forma líquida não é tóxico, atualmente existem algumas formas de armazenamento
da substancia. São algumas delas em forma de gás comprimido, em forma líquida ou em
hidretos metálicos. Os métodos de gás comprimido e hidrogênio líquido são os mais viáveis
economicamente na atualidade.

3.3.1. Gás Comprimido

O hidrogênio pode ser comprimido e armazenado em um tanque de alta pressão. Esse


tipo de sistema de armazenamento é bastante comum e utiliza de cilindros com formatos
semelhantes aos de gás natural (Figura 9). Percebendo que quanto maior a pressão, maior a
28

capacidade de estocagem, os fabricantes dos cilindros buscam aumentar essa capacidade


utilizando de materiais que ajudem a atingir as maiores pressões possíveis.
Sabendo que o hidrogênio em forma gasosa tem grande facilidade de se infiltrar nas
paredes do material, os cilindros devem ser feitos com materiais muito resistentes e de alta
durabilidade, evitando vazamentos e explosões, e leves, para não prejudicar o transporte. Os
tipos mais usados são cilindros que contém camada de aço ou alumínio, envolto de fibras de
carbono, pois possuem alta resistência e baixo peso comparado aos outros.

Figura 9: Reservatório de Gás Hidrogênio Comprimido

Fonte: GOMES NETO (2017)

3.3.2. Hidrogênio Líquido

Este tipo de processo é uma ótima solução quando fatores como peso e volume estão
associados e atrapalham os sistemas de compressão. Em seu estado líquido o hidrogênio pode
ocupar um espaço 700 vezes menor do que em forma de gás, porém seu armazenamento deve
ser feito em sistemas criogênicos, ou seja, numa temperatura de -253°C. Diferente do
hidrogênio como gás comprimido, seu armazenamento não se dá em cilindros de alta pressão,
e sim em tanques, que não precisam ser tão reforçados, apenas resistentes para algumas
aplicações, como por exemplo, automotiva. (Conelheiro e Luciano, 2012)
Vários fatores influenciam na sua forma de armazenamento, pois, por mais isolados que
sejam os tanques, ainda permitem troca de calor externo, e diminuição da pressão dentro do
29

tanque, dessa forma, aconselha-se e utilizam os tanques em formato de esferas, como os


demonstrados na Figura 10. (Gomes Neto, 2017)
Exemplificando o uso do combustível e o relacionando com a aplicação em motores, o
tipo do motor a ser adicionado, também irá influenciar, seja ele a combustão ou em carros
movidos por célula combustível. Comparados com sistemas de armazenamentos dos
combustíveis usualmente usados, os do hidrogênio líquido são maiores e mais pesados para um
dada quantidade de energia. (Gomes Neto, 2017)

Figura 10: Reservatório Hidrogênio Líquido

Fonte: FERNANDO (2017)

3.3.3. Hidretos Metálicos

Hidretos metálicos são compostos que possuem um ou mais metais de transição


acompanhado do hidrogênio. Esse método de armazenamento baseia-se na condição de que
alguns metais tem a capacidade de absorção e liberação do hidrogênio gasoso funcionando
como uma esponja (Figura 11). Contrário aos métodos citados acima, esse sistema não precisa
agir em altas pressões ou baixas pressões, e o peso não é tão significativo. Dessa forma, dentre
os outros, torna-se a melhor e mais segura maneira de armazenamento do hidrogênio.
Outra de suas vantagens, é o sistema de manipulação de temperatura. Esse procedimento
permite que quando o reservatório é preenchido, sua temperatura baixe, resfriando o hidrogênio,
e quando é esvaziado, seja aquecido. Seu sistema de segurança é bastante relevante e capaz de
impedi qualquer vazamento do gás, diminuindo apenas a temperatura, em uma possível
30

alteração na pressão. Porém, os hidretos metálicos resultantes desse processo, não são saudáveis
a saúde dos seres humanos.

Figura 11: Estrutura do Hidreto Metálico

Fonte: LAMTec (2017)


31

4. METODOLOGIA DA PESQUISA

Fundamentados na exploração de trabalhos de conclusão de graduação, teses de


mestrado e doutorado, a pesquisa busca as mais recentes informações sobre estudos já feitos
relacionados com a produção de hidrogênio e a utilização como vetor energético pelas
indústrias, a fim de estabelecer uma direção para o desenvolvimento e realização do projeto.

4.1. MATERIAIS

Para efetuar a pesquisa, foram utilizados:

 Recipiente de vidro;
 Dois frascos de vidro;
 Dois eletrodos de inox;
 Fios;
 Fonte de tensão;
 Eletrólitos (NaCl, HCl e NaOH);
 Água;
 Duas mangueiras de 8 mm de diâmetro
 Saco plástico de 4x23 cm

Os eletrodos de inox utilizados, foram em formatos de chapas com dimensões de


100x30x3 mm, como demonstrado na Figura 12.

Figura 12: Eletrodos

Fonte: Autoria própria


32

A fonte utilizada foi a de alimentação dupla regulada minipa tensão/corrente variáveis,


MPS-3053D. (Figura 13)

Figura 13: Fonte de alimentação dupla

Fonte: Autoria própria

A escolha dos eletrólitos, baseou-se também na Teoria de Dissociação Iônica, de


Arrhenius, na qual diz que uma substância dissolvida em água se divide em várias moléculas
menores podendo ou não conduzir corrente elétrica. As divisões não interrompidas, liberam
íons e fazem das soluções condutoras.

Testes feitos por Arrhenius, comprovaram que a dissociação do NaCl e do NaOH,


produziam corrente elétrica quando dissolvidos em água. Contemplou também, a um outro
composto constituído por moléculas, o HCl, e notou a existência de íon livres, ocasionado pela
ionização dessa solução. Logo, foram esses, os meios condutores utilizados nos experimento.

4.2. MÉTODOS

Inicialmente para o cálculo de determinação do volume do saco, foi estabelecido alguns


procedimentos. Iniciou pesando o saco e logo em seguida a massa de água destilada cabível
nele. Para determinar a massa da água foi necessário conhecer sua densidade a uma temperatura
de 21°C. De acordo com NCB (2017), a densidade da água destilada a 21°C é de 0,99702 g/ml.
Após esses procedimentos, utilizando relações matemáticas básicas, foi possível determinar o
volume onde seria armazenado o hidrogênio. O valor obtido foi de 126,637 𝑐𝑚3 .
33

O procedimento consistiu em alguns passos simples. Iniciou-se na preparação e


montagem de um aparato (Figura 14), utilizando o recipiente de vidro, os frascos, já cortados,
e os eletrodos unidos aos fios, que por sua vez, estarão conectados a fonte de tensão. Após a
conexão dos equipamentos e a fixação do aparato, será adicionada a solução homogênia
formada pela água e o eletrólito determinado para o teste.
Por fim, ligada a fonte, foi analisada a produção do gás e a eficiência de cada eletrólito
aplicado no sistema, relacionando a quantidade de material, o tempo e energia utilizado para
aquela quantidade de hidrogênio produzido capaz de encher o saco. Porém foi necessário ser
feito vários testes para se certificar da efetividade da técnica empregada.

Figura 14: Aparato montado para produção de hidrogênio

Fonte: Autoria própria

Com o propósito de analisar a produção apenas em diferentes solutos, foi determinada


uma tensão a ser usada durante todo o estudo, para isso foram feitos inicialmente testes
alterando tensão e quantidade, para obter uma possível ideia de qual seria a melhor tensão em
função da porção de soluto. Em seguida, com a tensão determinada, para esse experimento 12V,
foram alteradas as quantidades de soluto e analisado a produtividade para cada quantidade
diferente, em função do tempo.
34

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos durante a análise dos experimentos nos mostraram a eficiência


que cada eletrólito tem para produzir hidrogênio. A partir da revisão bibliográfica foi possível
determinar quais solutos seriam usados e de acordo com relações matemáticas, determinar o
volume de hidrogênio armazenado em cada experimento. Para cada quantidade de soluto
utilizado, foram feitos cinco testes e analisados a produtividade em função do tempo, e para
cada eletrolise operada obteve-se um resultado.

Um cálculo elaborado para todas as eletrólises, foi para determinar o volume do


saquinho, onde foi armazenado o hidrogênio durante os experimentos. Após a coleta dos dados
necessários, obteve-se que seria produzido, a cada teste, o volume de 1,26376 𝑥 10−4 m3 de
gás.
5.1. ELETRÓLISE AQUOSA DO CLORETO DE SÓDIO

Sabendo que a solubilidade do sal em água é de 36g/100mL, e que foi usado 1,5 L de
água nos experimentos, fazendo uso da equação 16, determinamos a quantidade de sal
necessário pra iniciar as observações.

𝑎 𝑐 (1)
=
𝑏 𝑑

Sendo 𝑎 = 36 , 𝑏 = 100 , 𝑐 = 𝑥 e 𝑑 = 1500 , e 𝑥 é a quantidade que se deseja


encontrar. Calculando, teve-se como resposta:

𝑥 = 540𝑔

Logo, a quantidade inicial necessária para produzir o gás hidrogênio, seria de 540
gramas de NaCl. Porém ao adicionarmos essa quantidade na água, observou-se uma solução
supersaturada, ou seja, o aparecimento de soluto no fundo do recipiente, demonstrando que o
sal não foi totalmente dissolvido, mesmo após o início da eletrólise e o aumento de temperatura
no sistema.

Optou-se então, utilizar quantidades menores, e analisar a produção a partir de então.


Por conseguinte, as novas quantias experimentadas foram de 100, 150, 200, 250 e 300 gramas,
onde se obtiveram resultados significativos e possíveis de analisar. De acordo com a realização
dos testes, foi observada também a formação de NaOH, que não sofreu eletrólise e se manteve
depois do processo (Figura 15).
35

A quantia utilizada foi de 50 gramas, gerou uma solução insaturada, ou seja, neste caso
a parcela de eletrólito utilizado foi muito pequena e não atingiu o coeficiente de solubilidade
da água, fazendo então, como que fosse descartada.

Figura 15: Solução final da eletrólise aquosa do NaCl

Fonte: Autoria própria

Durante os ensaios, ainda que já estivesse fixado uma tensão de uso de 12V, foi
percebido algumas quedas de tensão de acordo com o peso de sal adicionado. Para as maiores
quantidades a diminuição da tensão era maior, e para as menores contrariamente, a queda era
menor.

A explicação para tal ocorrência, se dá no fato da fonte ser do tipo que varia tensão e
corrente. Fazendo uma analogia a Lei de Omh, expressa na equação 1, é possível perceber uma
proporcionalidade entre os elementos.

𝑉 = 𝑖𝑅 (1)

Onde:

𝑉 = Tensão (medida em Volts “V”)

𝑖 = Corrente (medida em Amperes “A”)

𝑅 = Resistência do Condutor (medida em Ohms “Ω”)


36

Para o caso em que as porções de sal são maiores, a corrente permanece fixa, e há uma
queda de tensão devido a uma decaída na resistência do condutor, possibilitando assim, uma
maior passagem de corrente elétrica pelo sistema.

Já para o caso onde as poções são menores, também há uma queda de tensão, porém
como já citado, com intensidade menor quando comparado a situação anterior. Também é
identificado a variação na corrente, isso ocorre pois, com uma quantidade menor, a resistência
do sistema irá aumentar, ocasionando o aumento da tensão, e consequentemente, para tentar
estabilizar e manter a tensão selecionada antes de ligar a fonte, haverá uma diminuição na
corrente.

Embora esse método tenha suas vantagens e desvantagens, o uso desse soluto teve uma
eficácia na produtividade, e foi possível adquirir uma boa produtividade com uma tensão de
12V, uma quantidade de 100 gramas e uma média de tempo de 10,67min.

É possível comprovar essa análise observando o gráfico da Figura 16, onde se vê que,
inicialmente, o tempo tende a aumentar junto com o aumento da porção de sal. Entretanto após
adicionar quantidade de 250 gramas, nota-se uma diminuição no tempo, porém não é tão
considerável quanto o tempo obtido no teste com 100 gramas.

Figura 16: Quantidade versus tempo para produção de H2 com NaCl

NaCl
20
18
16
14
Tempo (min)

12
10
8 NaCl

6 Polinômio
4
2
0
0 100 200 300 400
Quantidade de NaCl (gramas)

Fonte: Autoria própria


37

5.2. ELETRÓLISE AQUOSA DO ÁCIDO CLORÍDRICO

As quantidades utilizadas para essa eletrólise foram 119, 178.5, 238, 297.75 e 357
gramas, que equivalem a 100,150, 200, 250 e 300 mL do líquido. Para esse caso, obteve-se
como resultado uma produção em tempo menor, quando comparada a do NaCl, e semelhante a
ela, de acordo com o aumento de soluto adicionado à água, também houve a formação de
resíduos (Figura 17), porém em quantidade muito menor, uma vez que nesse tipo de eletrólise,
a concentração da substância diminui cada vez mais.

Figura 17: Solução final da eletrólise aquosa do HCl

Fonte: Autoria própria

Neste caso, também foi feita uma análise baseada na equação 17, e foi observado que a
tensão se manteve fixa, e a corrente e a resistência variavam. Fazendo uma adaptação da
equação 1, é possível entender a relação entre corrente e resistência, quando a tensão é fixa.
Assim, temos:

𝑉 (2)
𝑖=
𝑅

Nota-se que, como 𝑉 é constante, há uma relação inversa de proporcionalidade entre 𝑖


e 𝑅, ou seja, a medida que a resistência aumenta, a corrente vai diminuir, e quando a resistência
diminui, a corrente aumenta. Esse aumento ou diminuição da resistência se dá no acréscimo de
soluto adicionado ao conjunto e pode influenciar no tempo de produção do gás.
38

Outra análise também é admissível através do gráfico da Figura 18. Para esse caso, é
possível ver facilmente o ponto que define a quantidade que produziu em menor tempo.
Observa-se nesse gráfico que a relação entre a quantidade de HCl e o tempo, até determinado
ponto são inversamente proporcionais, no qual o tempo diminui com o aumento de eletrólito,
mas logo se reverte a situação e conforme a quantidade adicionada aumenta, o tempo também
aumenta. A quantidade que obteve melhor resultado foi a de 238 gramas.

Figura 18: Quantidade versus tempo para produção de H2 com HCl

HCl
25

20
Tempo (min)

15

HCl
10
Polinômio

0
0 100 200 300 400
Quantidade de HCl (gramas)

Fonte: Autoria própria

5.3. ELETRÓLISE AQUOSA DO HIDRÓXIDO DE SÓDIO

A eletrólise do hidróxido de sódio, foi entre as três, a mais eficiente no requisito tempo.
Seu tempo máximo de produção foi o menor em relação a produção com os outros eletrólitos.

A fim de ter uma visão mais clara e melhor entendimento da decorrência, pode ser feita
uma análise utilizando também a equação 17. Para esta situação, a corrente se manteve
praticamente fixa e a tensão é variada junto com a resistência.

Dessa forma, vemos uma relação de proporcionalidade entre tensão e resistência, ou


seja, com o acréscimo na quantidade da porção de NaOH, há uma diminuição na resistência, e
consequentemente, uma queda de tensão. A Tabela 1, mostra a diferença na queda de tensão
com relação ao início e final do processo, em função de cada quantia diferente.

Tabela 1: Variação de tensão durante o processo de eletrólise


39

Quantidade de NaOH (g) Tensão Inicial (V) Tensão Final (V)

75 12 11,7

100 12 11

150 12 8

200 12 7,5

250 12 7,1

Fonte: Autoria própria

Analogamente as outras formas de eletrólise, foi vista a diferença entre os resultados. O


gráfico Figura 19 da mostra a localização em que uma quantidade NaOH conseguiu produzir
em menos tempo. E a Figura 20, mostra como ficou a solução após o processo.

Figura 19:Quantidade versus tempo para produção de H2 com NaOH

NaOH
18
16
14
12
Tempo (min)

10
NaOH
8
Polinômio
6
4
2
0
0 50 100 150 200 250 300
Quantidade de NaOH (gramas)

Fonte: Autoria própria

Figura 20: Solução final da eletrólise com NaOH


40

Fonte: Autoria própria

5.4. ANÁLISE GERAL

Fazendo uma análise geral das circunstâncias, obtemos uma relação de comparativo
entre o tempo e custo de cada eletrólito usado durante o trabalho. No gráfico da Figura 21 temos
a junção do comportamento das três eletrólises diferentes. Nele é possível notar e definir qual
entre os três, obteve o menor tempo de produção, e qual quantidade foi utilizada para isso.

Figura 21: Quantidade versus tempo das três eletrólises

Quantidade X tempo
25

20

NaCl
Tempo (min)

15
HCl
NaOH
10
Poly. (NaCl)
Poly. (HCl)
5 Poly. (NaOH)

0
0 100 200 300 400
Quantidade (gramas)
Fonte: Autoria própria

A relação estabelecida entre o tempo de produção e o custo total, ou seja, do soluto que
será usado e da energia que será gasta, é viável de ser notada. Existe uma relação de
41

proporcionalidade entre eles, uma vez que quanto maior o tempo, maior a quantidade de energia
utilizada e consequentemente, maior o custo.

Na Tabela 2, são expressos os valores de cada soluto.

Tabela 2: Valor de cada eletrólito

Quantidade de eletrólito Valor (R$)

NaCl (1 kg) 0,50

HCl (1 L) 2,69

NaOH (1 kg) 5,19

Fonte: Autoria própria

Para concluir a análise geral, podemos considerar uma rápida análise individual do
comportamento de cada eletrólito. Dessa forma, vemos que para o NaCl, a menor quantidade
conseguiu produzir no menor tempo o que é de certa forma viável, uma vez que possui um
preço menor. Já para o HCl e o NaOH, para menores quantidades o custo poderia ser menor,
porém em contrapartida, o tempo de produção seria estendido, compensando o aumento dos
custos com a energia utilizada.
42

6. CONCLUSÃO

Através das pesquisas realizadas, foram obtidos para esse trabalho critérios que
auxiliaram e foram necessários para a produção do hidrogênio. Neste contexto verificou que:

 A produção por meio de eletrólise aquosa é um método muito eficiente.


 O NaCl, em relação aos custos, é o mais barato, em contrapartida teve o maior
tempo de produção.
 A eletrólise que possuiu maior produtividade em menor tempo foi a do NaOH,
porém foi o que possuiu maior custo na sua aquisição.
 E intermediário, entre custos e tempo, se encontra o HCl, que conseguiu mostrar
uma produtividade em um tempo razoável com o custo maior que o NaCl e
menor que o NaOH.
 O eletrólito que se mostrou mais eficiente foi o Hidróxido de Sódio, que com
uma quantidade de 150 gramas, conseguiu preencher o volume do saco com uma
média de tempo em torno de 9 min.
43

7. SUGESTÕES

 Verificar a produção com o melhor eletrólito alterando as tensões;


 Investigar possíveis melhorias para favorecer ainda mais o processo de
produção;
 Analisar a produção em uma escala maior;
 Investigar a aplicação em motores a combustão.
44

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