CVM
GUILHERME PIMENTA
13/03/2018 20:24
Atualizado em 11/04/2018 às 11:34
Imagem: Pixabay
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2019110 CVM condena acusados por spoofing, modalidade de manipulação de mercado JOTA Info
R$ 2,4 milhões pela infração ao inciso I c/c item II, “b” da ICVM 8/79. O diretor
Gustavo Gonzalez se declarou impedido.
O julgamento pode balizar outros casos que envolvem o tema na CVM, como o
processo administrativo sancionador envolvendo suposto spoo᭘ng praticado pelo
Banco BTG Pactual e pela gestora Garde.
Spoo᭘ng é de⤊�nido como uma ação na qual o operador de mercado busca atrair
contrapartes para a compra ou venda pretendida. Ao mesmo tempo que quer vender
um ativo, por exemplo, ele lança uma proposta vultosa de compra do mesmo ativo e
ao mesmo tempo. Evidentemente, uma das propostas – de compra ou de venda – é
usada apenas para maquiar a operação.
A pressão arti⤊�cial exercida pela oferta do lote expressivo faz com que participantes
do mercado, ao acreditarem na valorização (ou queda) do ativo, melhorem os preços
de suas ofertas, o que faz com que o operador alcance o preço pretendido. Com a
execução da venda (ou compra), o operador cancela a oferta de compra (ou venda)
do lote expressivo.
Segundo a SMI, eles manipularam preços de ativos por meio da inserção de ordens
arti⤊�ciais de compra e venda, envolvendo opções da Vale S.A. e da Petrobras, além
de contratos futuros de dólares e índice Ibovespa. No entendimento da área técnica,
isso con⤊�guraria uma infração ao inciso I da ICVM 08/79. A prática do ilícito teria
promovido vantagem ⤊�nanceira à Paiffer de cerca de R$ 855 mil, enquanto a
vantagem obtida por José Joaquim seria de R$ 342 mil.
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Além disso, a defesa apontou que a área técnica da CVM não realizou “qualquer
diligência adicional ao entender que as operações selecionadas pelos critérios do
autorregulador, mais do que um elemento a indicar a negligência dos intermediários,
representava prova su⤊�ciente de que os seus comitentes teriam manipulado o
mercado”.
Machado reiterou que “não é irregular ter ofertas em ambos os lados do livro, no de
ofertas de venda e no de ofertas de compra”, assim como “não é irregular registrar
ofertas expressivas em qualquer desses lados”. Entretanto, segundo ele, “quando
esses elementos são organizados propositalmente em processo destinado a alterar
a cotação de um valor mobiliário induzindo terceiro à sua compra ou venda”, tem-se
por caracterizada a manipulação de preços de que trata o inciso I c/c item II, “b”, da
Instrução CVM n° 8/79, modalidade spoo᭘ng.
Critérios de spoo᭘ng
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Segundo o relator Henrique Machado, porém, “tais critérios esgrimidos pelo auto-
regulador poderiam não ser sufragados pela Comissão de Valores Mobiliários”. “A
autarquia poderia estabelecer critérios próprios a priori ou ainda analisar caso a
caso, a posteriori, a ocorrência de estratégias de manipulação de preços, na
modalidade internacionalmente denominada de spoo᭘ng“, votou.
Divergências jurídicas
Segundo o relator, mesmo com essa diferença conceitual, ambas as infrações “tem
o mesmo radical e representam modalidades semelhantes de manipulação de
mercado”. “A norma, contudo, é editada de forma propositadamente genérica,
visando dar maior ரexibilidade à atuação da CVM e os tipos administrativos
terminam retratando condutas semelhantes, podendo ser de difícil distinção nas
práticas de mercado”, justi⤊�cou Henrique Machado.
Ele entendeu que a BSM “aparenta dar maior relevância à intenção dos Acusados de
alterarem o ரuxo de ordens de compra ou venda de valores mobiliários por meio da
simulação de pressão vendedora ou compradora em um dos lados do livro”,
enquanto a CVM observou que a “inserção da oferta expressiva (que
inequivocamente alterou o ரuxo de ordens do ativo de forma dolosa) tinha por
objetivo alterar indiretamente o preço do ativo, isto é, ter a oferta inicial aceita em
preço distinto do que o mercado estava negociando o ativo; e induziu terceiros a
negociar o papel”.
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A defesa ainda alegou que faltou comunicação ao mercado sobre o ilícito spoo᭘ng.
Henrique Machado afastou essa alegação a⤊�rmando que “em processo
administrativo sancionador desta CVM não se deve discutir se um cidadão comum
teria potencial conhecimento da ilicitude de seus atos frente à regulamentação
especial do mercado de valores mobiliários”.
Início do processo
O processo teve início na CVM após um ofício enviado pela BSM, que tem
competência de atuação sobre corretoras (intermediários), não atuando diretamente
nas companhias abertas ou nos investidores.
Termo de compromisso
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Âmbito penal
Outro lado
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