RESUMO
Ao falar em Direito Ambiental na sociedade de risco, significa dizer tutela do direito a um
ambiente ecologicamente equilibrado em uma geração que se desenvolve a todo vapor.
Para que a sociedade possa se desenvolver economicamente, é necessário utilizar-se dos
meios naturais fornecidos pelo meio ambiente. Mas como utilizar os recursos do meio sem
colocar em risco o direito a uma vida saudável? É o que tentar-se-à demonstrar no presente
artigo.
PALAVRAS-CHAVE: Dano Ambiental. Sociedade de risco. Externalidade negativa.
Princípios da precaução, prevenção e poluídos/usuário pagador. Sociedade sustentável
SUMÁRIO
1 Crise Ambiental; 2 As Novas Gerações dos Direitos Fundamentais; 3 Sociedade de
Risco; 4 Conclusão; 5 Referências Bibliográficas.
1. CRISE AMBIENTAL
A crise ambiental é vista com as diversas catástrofes a nível planetário e a
escassez dos recursos naturais, que tem origem nas atitudes degradadoras do ser
humano na natureza.2
Entende MORATO LEITE que:
A tomada da crise ambiental é deflagrada, principalmente, a partir da
constatação de que as condições tecnológicas, industriais e formas de
organização e gestões econômicas da sociedade estão em conflito com a
3
qualidade de vida.
1
Acadêmica do 10º período do curso de Direito do Integrado - Colégio e Faculdade de Campo Mourão/PR.
2
Relatório Brundtland: The World Commission on Environment and Development. Our comon future. New
York: Oxford University, 1987. p.383, Apud LEITE, José Rubens Morato.Dano Ambiental: do individual ao
coletivo, extrapatrimonial. 2.ed. rev. e atual. e ampl. São Paulo: RT, 2003. p. 21.
3
LEITE, José Rubens Morato.Dano Ambiental: do individual ao coletivo, extrapatrimonial. 2.ed. rev. e atual. e
ampl. São Paulo: RT, 2003. p. 21.
1
Entende o autor HARDIN que “o crescimento demográfico é incompatível com
a preservação da natureza, causando assim a crise ambiental.”4 O que significa
dizer que o avanço tecnológico, as organizações industrial e econômica da
sociedade estão em desequilíbrio com a qualidade de vida, pois esse
desenvolvimento não tem se amoldado ao que estipula a Carta Magna, de que todos
têm direito a uma vida saudável, em um meio ecologicamente equilibrado, sendo
esse direito indisponível. Ocorre que a atividade econômica não tem demonstrado
muito interesse em fazer com que o habitat natural do homem permaneça saudável.
4
HARDIN, Garret. The Tragedy of the commons. In: CAMPBELL, Rez(Coord.). Society and environment: the
coming collision. Boston: Ally and Bacon, 1972. p. 50 Apud LEITE, José Rubens Morato.Op. Cit., p. 22.
5
BENJAMIM, Antonio Herman. A Proteção do Meio Ambiente nos Países Menos Desenvolvidos: o caso da
América Latina. Revista Direito Ambiental. São Paulo, n. 0, p.83.
6
FRANCO, Antônio Souza. Ambiente e Desenvolvimento. In: Textos: Ambiente e consumo. Lisboa: Centro de
Estudos Jurídicos, 1996. p.14.
2
Ambos os modelos, capitalista e coletivista, tiveram alicerce na visão clássica
de crescimento e desenvolvimento econômico, com fundamento no industrialismo,
sendo assim, extremamente agressivo aos recursos naturais. 7
Nos modelos capitalistas e coletivistas, a regra é“o acúmulo de capital e a
produção de riqueza, sendo ignorada a preservação dos recursos naturais, como
elemento de uso limitado.”8
Assim sendo, não são contabilizados os recursos naturais em seus sistemas
econômicos sendo, dessa forma, o crescimento econômico e a defesa do meio
ambiente, vistos como inconciliáveis e como excludentes. 9
A separação entre o avanço tecnológico econômico e o meio ambiente resulta
em crise ambiental de grande preocupação para toda a humanidade.
Da mesma forma, a função da assimilação está em crise face ao intenso ritmo
de produção. Como exemplo, cita-se o efeito estufa, associado à diminuição da
camada de ozônio, que denuncia que a crise ambiental é um fenômeno integrado
das três dimensões, ou seja, a oferta de recursos, assimilação de resíduos e
disponibilização de serviços ambientais.10
Os recursos naturais são recursos da própria natureza, que são renováveis
por si só, como o petróleo, por exemplo. Mas esses recursos se encontram em
escassez, como sintoma da crise ambiental. A assimilação de resíduos, em razão do
intenso ritmo de produção, não tem absorvido os rejeitos industriais, que é função da
própria natureza. Quanto a disponibilização de serviços ambientais, refere-se às
belezas naturais que fornece ao homem o beneficio do lazer, do bem estar, mas este
também se encontra degradado. De acordo com MORATO LEITE, que “o efeito
estufa associado à diminuição da camada de ozônio, denuncia, que a crise
ambiental é um fenômeno integrado das três dimensões referidas.”11
A pergunta que se faz mediante o fracasso do desenvolvimento econômico
dos Estados, e da constante ameaça de crescimento dessa crise ambiental que se
apresenta é: Quais as alternativas para se resolver o problema da crise ambiental,
ou ainda, remediar e qual o remédio de prevenção?12
Duas são as propostas apresentadas pelos estudiosos do tema, a saber:
7
MILARÉ, Edis. A Política Ambiental Brasileira. São Paulo: Queiroz, 1995. p.16.
8
Ibidem., loc.cit.
9
LEITE, José Rubens Morato. Op. Cit., p. 23.
10
Ibidem., loc. cit.
11
Ibidem., p. 24.
12
Ibidem.,loc. cit.
3
a) “Primeira proposta: economia do meio ambiente, que se
funda em síntese, em utilizar os meios naturais de forma
limitada e estabelecer um valor para a conservação desses
recursos naturais”.
b) Segunda proposta: é a do desenvolvimento durável,
sustentável, ou seja, satisfazer as necessidades do presente
sem por em risco a capacidade das gerações futuras de terem
suas próprias necessidades satisfeitas.” 13
13
LEITE, José Rubens Morato. Op. Cit.,p. 24.
4
terceira geração, sem no entanto, eliminar os direitos de primeira geração, que diz
respeito ao indivíduo como ser único.14
No entendimento de VALERY MIRRA “ o direito ao meio ambiente é um
direito fundamental de terceira geração, incluídos entre os chamados direitos da
solidariedade ou direitos dos povos.”15
Há de se ressaltar que com a Constituição de 1988, o legislador reservou um
capítulo inteiro para tratar do Direito Ambiental, mais precisamente o art. 225, caput,
16
parágrafos e incisos do referido diploma legal. Antes, o direito ambiental
encontrava respaldo em legislações esparsas, não sendo tratado o meio ambiente
de modo específico. 17
Os preceitos inscritos no art. 225 da CF traduzem a consagração do direito
ambiental em nosso sistema positivo, de uma das mais expressivas prerrogativas
asseguradas às formações sociais contemporâneas. Consiste esta prerrogativa em
reconhecer que todos possuem direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, inclusive as gerações futuras, bem como sendo o dever do Estado e de
toda a coletividade preservá-lo, o que é de vital importância, pois o direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado é direito individual e coletivo, sendo assim de
interesse de toda a humanidade.
À primeira vista, o benefício do meio ambiente ecologicamente equilibrado é
de caráter social e individual, mas convém esclarecer que não advém de nenhuma
prerrogativa privada. Assim sendo, é lícito se apropriar de recursos naturais para uso
individual, no entanto devem estes, apesar de ser de propriedade individual
permanecer à disposição de toda a sociedade, como exemplo, cita-se as águas de
um rio que podem estar dentro de uma propriedade particular, mas que todos podem
dela utilizar. Pois, o meio ambiente ecologicamente equilibrado possui caráter de uso
comum do povo.18 A solidariedade é imprescindível, quando se trata da preservação
do meio ambiente. Nesse mesmo entendimento, MORATO LEITE observa que:
14
ROZICKI, Cristiane.Nova versão do contrato por tempo determinado: inconstitucionalidade, retração a
direitos trabalhistas - Revista Jurídica da Faculdade de Direito da UFSC Vol. 1 - 98, pág. 31.
15
MIRRA, Álvaro Luiz Valery. Ação Civil Pública e a Reparação do Dano ao Meio Ambiente.2.ed.atual., São
Paulo: Juares de Oliveira, 2004. p. 57.
16
Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações.
17
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Elementos de Direito Ambiental: parte geral.. 2. ed. rev. atual. e ampl. São
Paulo: RT, 2005. p. 57.
18
DERANI, Cristiane. Direito Ambiental Econômico. São Paulo: Max Limonad, 1997. p. 256.
5
Não há como negar que a conscientização global da crise ambiental exige
uma cidadania participativa, que compreende uma ação conjunta do
Estado e da coletividade na proteção ambiental. Não se pode adotar uma
visão individualista sobre a proteção ambiental, sem solidariedade e
19
desprovida de responsabilidades difusas globais.
3. SOCIEDADE DE RISCO
A sociedade de risco pode ser descrita como sendo:
Uma fase do desenvolvimento da sociedade moderna, onde os riscos
sociais, políticos, ecológicos e individuais, criados pelo momento da
19
LEITE, José Rubens Morato. Op. Cit., p. 33.
20
BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992. p. 6.
21
LEITE, José Rubens Morato. Op. Cit, p. 88.
22
REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público. São Paulo: Saraiva, 1989. pp. 223-224.
6
inovação, iludem cada vez mais as instituições de controle e proteção da
23
sociedade industrial.
23
(LASH, Scott; SZERSZYNSKI, Bronislaw & WYNNE, Brian (Coord.). Risk, environment & modernity:
towards a new ecology. London: Sage Publications, 1998. p. 27) Apud Leite, José Rubens Morato. Op. Cit., p.
25.
24
LEITE, José Rubens Morato.Dano Ambiental: do individual ao coletivo, extrapatrimonial. 2.ed. rev. e atual. e
ampl. São Paulo: RT, 2003. p. 25.
25
Ibidem., p. 28.
7
desenvolvimento econômico, este é indispensável para a sociedade moderna, que
busca incessantemente um viver de conforto. Assim sendo, a Constituição Federal
garantiu o desenvolvimento econômico como sendo uns direitos constitucionais,
sendo esse direito expresso em seu artigo 170, caput, inciso VI.26
Com esse dispositivo constitucional, o legislador reconheceu que a atividade
econômica possui impacto sobre o meio ambiente devendo assim, ter toda cautela
no sentido de prevenção contra o impacto negativo advindo dessa atividade. Em
concordância, observa RODRIGUES que:
26
A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
todos a existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
[...] defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme impacto ambiental dos
produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.
27
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Elementos de Direito Ambiental: parte geral.. 2. ed. rev. atual. e ampl. São
Paulo: RT, 2005. p. 223.
28
Ibidem., pp. 192, 193.
8
As sociedades de risco se valem dos chamados limites de tolerabilidade, ou
seja, as externalidades negativas são muitas vezes considerados riscos socialmente
toleráveis, em virtude do risco constituir o padrão da sociedade normal.29
No ano de 1950, concluiu-se através do Clube de Roma, que se o homem
continuasse a usar a natureza, a vida estaria ameaçada. A ONU, concluiu que
ninguém, após conhecer o conforto da vida moderna vai deixar de viver com o
conforto oferecido por essa sociedade (sociedade de risco).30
O Direito e a economia andam em linhas paralelas, objetivando formular uma
nova ordem econômica e jurídica. Há de se considerar que, para efetivar o princípio
do desenvolvimento sustentável, far-se-á necessário que a economia e o Direito se
unam, andem juntos, com o objetivo único de criar uma sociedade sustentável.31
Que é o que estipula os direitos de quarta geração, uma união da economia com os
direitos do homem, sem que esse pluralismo afete o meio ambiente ecologicamente
equilibrado.
É necessário estabelecer controles, limites para o crescimento econômico. A
partir disso, necessário se faz uma regra de conduta, sendo introduzido o Direito
Ambiental. Porque a economia utiliza os meios naturais para crescer, para se
desenvolver. Mas essa utilização tem que ser tutelada através de normas, no caso, a
norma ambiental.32
De acordo com a Lei Maior, em seu art. 225, todos possuem o direito a um
meio ambiente ecologicamente equilibrado, a uma vida saudável. Assim sendo,
todos de forma solidária devem cuidar para que isso seja possível. “33
Assim, é necessário um cuidado minucioso, para que o dano ambiental seja
com um mínimo de sustentabilidade, não configurando conseqüências maiores para
o meio ambiente.
O Direito Ambiental esta calçado nos princípios da precaução, da atuação
preventiva e poluidor/usuário pagador. O princípio da precaução esta disposto no
art. 15 da Declaração do Rio de 1992. Esse princípio se resume em ter a máxima
precaução ao que se refere ao meio ambiente, mesmo não havendo provas
29
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Elementos de Direito Ambiental: parte geral.. 2. ed. rev. atual. e ampl. São
Paulo: RT, 2005, p. 193.
30
SOUZA, Paulo Roberto. O Direito Ambiental e a Sociedade Sustentável. Palestra proferida no dia 06/06/02 na
I Semana de Estudos Jurídicos: Temas de Direito Contemporâneo, promovida pelo Centro Integrado de Ensino
Superior.
31
Ibidem.
32
Ibidem.
33
Ibidem.
9
científicas da ocorrência de um dano, é necessário tomar certas medidas
preventivas para precaver a degradação do meio ambiente, bem como reparar os
danos já causados. A dúvida é fundamento eficaz para tomar as medidas
necessárias, objetivando evitar qualquer espécie de dano que seja. O princípio é
justificado em que sendo o dano consumado, sua reparação é incerta e muitas
vezes de custo exorbitante, assim sendo, melhor é precaver. 34
Os princípios da precaução e da atuação preventivas têm como finalidade
prevenir um dano, a diferença é que no princípio da precaução o risco é
desconhecido, devendo tomar a atitude de precaver para que o dano não seja
causado. Como exemplo, cita-se a não instalação de torres de celular no centro da
cidade, como medida de prevenção. Já o princípio da prevenção, o risco é
conhecido, ou porque o dano já foi causado, ou porque já existem técnicas que
podem apurar o dano que determinada atividade irá causar ao meio ambiente.
Conhecendo o dano, toma-se as medidas necessárias de prevenção desse dano.
O princípio do poluidor/usuário pagador é o alicerce da norma ambiental.
Conceitua-se esse princípio como sendo “a exigência de que o poluidor arque com
os custos da medida de prevenção e controle da prevenção,”35 devendo ser
observado, antes de poluir e depois de poluir. Importante observar que não significa
que alguém possa pagar para poluir, mas que ao utilizar os recursos naturais deve
arcar com as despesas necessárias para repor ou reparar aquilo que utilizou,
observando sempre, o limite tolerável da utilização desses recursos.
É nesse sentido que os princípios do poluidor/usuário pagador, da precaução
e atuação preventiva fazem todo o sentido, porque utilizam todos os meio para
precaver, prevenir a degradação que possa vir a ocorrer no meio ambiente. Com
isso, tenta-se manter um meio ambiente ecologicamente equilibrado para as
gerações presentes (primeira, segunda, terceira e quarta gerações) e manter um
meio saudável para as gerações futuras, as que irão sentir o efeito de tudo aquilo
que for realizado pelas gerações presentes. É nesse sentido, que os direitos de
quarta geração tenta englobar o social e o econômico, tendo como base o princípio
da solidariedade, onde toda a sociedade conjuntamente com o Estado, busca o
desenvolvimento sócio-econômico, sem, no entanto prejudicar os direitos das
34
LEITE, José Rubens Morato. Op. cit. p. 46.
35
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Op. Cit. p.191.
10
gerações futuras, sem descartar os direitos individuais, ou direitos de primeira
geração.
Falar sobre sociedade é falar sobre desenvolvimento. Para se falar em
desenvolvimento, é necessário pensar na riqueza dos recursos naturais, porque não
há desenvolvimento sem esses recursos.
Sustentável se origina na palavra sustentar, que segundo definição do
Dicionário Brasileiro significa “suportar, impedir que caia, equilibrar-se, suster-se,
etc.”36
Com base nessas definições, pode-se conceituar sociedade do
desenvolvimento sustentável como sendo aquela que usufrui os recursos naturais
oferecidos pelo meio, sem colocar em risco o meio ambiente das gerações futuras.37
Isso é sociedade de risco dentro de um mecanismo de desenvolvimento
sustentável. Porque a sociedade de risco é aquela que suporta os riscos da
degradação do meio ambiente em prol de seu próprio conforto, e a sociedade de
desenvolvimento sustentável, trabalha em prol do desenvolvimento econômico
dentro de um limite de tolerabilidade, procurando utilizar-se dos meios naturais, sem,
no entanto, colocar em risco o meio ambiente, que é o habitat de toda geração
humana.
De acordo com RODRIGUES, o desenvolvimento econômico e a sociedade
consumista devem estar fundamentados em três pontos:
Porém, não significa que conseguindo realizar esses três pontos o problema
da devastação do meio ambiente estará resolvido, mas apenas que é um meio
provável de se prevenir uma degradação maior no presente, bem como no futuro.
36
BUENO, Francisco da Silveira. Mini Dicionário da Língua Portuguesa. Ed. rev. e atual. São Paulo: FTD,
2000. p. 739.
37
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Op. Cit., pp. 170-171.
38
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Op. Cit., p.172.
11
4. CONCLUSÃO
Conclui-se que o meio ambiente está passando por uma devastação, de certa
forma incalculável. Essa devastação trouxe à tona os conceitos de dano ambiental,
sociedade de risco, externalidade negativa, sociedade sustentável, entre outros.
Dano ambiental é o problema causado pela sociedade de risco, ou seja, a
sociedade em busca desenfreada pelo desenvolvimento econômico, acabou
causando danos ao meio ambiente, muitas vezes irreparáveis. O impacto negativo
ao ambiente natural é causado pela utilização ilimitada dos recursos oferecido pelo
meio ambiente, sem os quais não há desenvolvimento econômico. Em prol do
próprio conforto, a sociedade tolera tais impactos causados ao meio ambiente. Esse
conforto é buscado pelos produtores que enriquecem às custas da degradação do
meio ambiente sem no entanto, reparar o impacto causado, que em síntese é o
conceito de externalidade negativa.
Os princípios da precaução, da atuação preventiva atuam com a finalidade de
prevenir, precaver os danos que poderão vir a ocorrer, e o princípio do
poluidor/usuário pagador, busca arcar com os custos da prevenção, bem como com
o controle dessa prevenção, dos danos oriundos da atividade econômica
desenvolvida por aquele que utiliza os meios naturais.
Assim, surge o desenvolvimento sustentável, que significa dizer que através
das normas de proteção ao meio ambiente, busca utilizar-se dos recursos naturais,
para alcançar o almejado desenvolvimento econômico sem, no entanto, colocar em
risco o ambiente ecologicamente equilibrado da sociedade presente, tão pouco da
sociedade futura, que não pode, não deve suportar conseqüências danosas com as
quais não colaborou para a sua existência, que é a proposta dos direitos de quarta
geração.
5. Referências
BENJAMIM, Antonio Herman. A Proteção do Meio Ambiente nos Países Menos
Desenvolvidos: o caso da América Latina. Revista Direito Ambiental. São Paulo, n. 0.
12
Constituição Federal, Coletânea de Legislação de Direito Ambiental.
Organizadora ODETE MEDAUAR. 5. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: RT, 2006.
DERANI, Cristiane. Direito Ambiental Econômico. São Paulo: Max Limonad,, 1997.
MIRRA, Álvaro Luiz Valery. Ação Civil Pública e a Reparação do Dano ao Meio
Ambiente.2.ed.atual., São Paulo: Juares de Oliveira, 2004.
MULLER, Mary Stela. CORNELSEN, Julce Mary .Normas e Padrões para Teses,
Dissertações e Monografias. 5. ed. atual. Londrina: Eduel, 2004.
REZEK, José Francisco. Direito Internacional Público. São Paulo: Saraiva, 1989.
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Elementos de Direito Ambiental: parte geral.. 2. ed.
rev. atual. e ampl. São Paulo: RT, 2005.
TRINDADE, A.A. Cançado. Direitos Humanos e Meio Ambiente. Porto Alegre: Sérgio
Fabris, 1993.
13