Eixo 4
Comunicação Oral
RESUMO
1
Acadêmica do Bacharelado em Biblioteconomia na Universidade Federal de Goiás (UFG).
larissa.nef@gmail.com
2
Acadêmica do Bacharelado em Biblioteconomia na Universidade Federal de Goiás (UFG).
laysaifo@gmail.com
3
Acadêmica do Bacharelado em Biblioteconomia na Universidade Federal de Goiás (UFG).
apollyany@gmail.com
4
Acadêmica do Bacharelado em Biblioteconomia na Universidade Federal de Goiás (UFG).
hana.francielly@hotmail.com
13 a 19/11 de 2016
Salvador - BA
Universidade Federal da Bahia - UFBA
39º Encontro Nacional dos Estudantes de Biblioteconomia, Documentação, 2
Ciência da Informação e Gestão da Informação – ENEBD 2016
ABSTRACT
Will show the intolerance about sequential art, popularly known as comics. Also discusses the
ability of it to present information material, getting even the nickname of "the ninth art", at
the same level of literature and theater. Justified by the comics are every day proving more
stable while reading information, acting as sources of research in various universities abroad.
It features the use of comics as educational support, have some very renowned works like
Watchmen, Alan Moore. Aims to demonstrate how, even with such solid market there're still
people who consider this kind of reading as a
infantile, or just for entertainment. Has analyzed the prejudice suffered by those who read the
comics and acceptance of the loss by this platform as informative reading through literature
review on the topic, using qualitative and the research aimed at encouraging new forms of
practice to read.
1 INTRODUÇÃO
5 Famoso e renomado quadrinista (desenhista, roteirista, arte-finalista, editor, cartunista), que esteve em acessão
na década de 70.
6 Comics: palavra em inglês utilizada para representar a leitura em quadrinhos, oriunda do gênero difundido nos
Estados Unidos.
mas são ridicularizados, sendo estes questionados até se seriam realmente um tipo de arte.
McCloud (1995) assegura que a definição de arte é ampla e que os comics são um tipo de arte
também, e que este tipo de questionamento é descabido.
Nesse artigo explanaremos sobre as histórias em quadrinhos, falando da sua história e
dos leitores. A pesquisa se mostra pertinente e repleta de valor científico ao mostrar as HQ’s
como um meio de leitura capaz de entreter e informar adultos e crianças na forma de produtos
em grande ascensão no mercado, atuando como qualquer outra fonte válida de informação.
Apesar de ainda vivenciar preconceito por parte de alguns, os quadrinhos têm muito a
oferecer aos mais variados públicos com as mais diversas necessidades com seus balões de
fala de ações que contam uma grande história quadro a quadro. Além disso, mostra a
importância do uso dos quadrinhos enquanto ferramenta de incentivo às práticas de leitura,
em especial na formação de jovens leitores.
Com o passar do tempo e com o surgimento das novas artes, também surgiram novas
classificações, onde a oitava arte passou a ser a fotografia; a nona, os quadrinhos, ou arte
sequencial; a décima, os jogos de computador e de vídeo; e a décima primeira, a arte digital
ou de computador.
O elemento constitutivo da fotografia seria a imagem, a dos quadrinhos a junção de
cor, palavra e imagem, a dos jogos de computador e de videogame seriam não apenas os
gráficos computadorizados como também todo o processo de programação para obtenção dos
efeitos (integrando no mínimo as 1ª, 3ª, 4ª, 6ª, 9ª artes) e por fim a arte digital/ arte de
computador produzida em ambiente gráfico computacional integra artes gráficas
computorizadas 2D, 3D e programação. De fato, “nossa tentativa de definir os quadrinhos é
um processo contínuo que não terminará logo. Outra geração, sem dúvida, vai rejeitar o que
esta decidiu aceitar e tentará reinventar os quadrinhos. E é assim que deve ser” (MCCLOUD,
1995, p.23).
Os primeiros sinais de escrita, utilizados na era rupestre, são baseadas em figuras, esse
tipo de comunicação é considerada como os ancestrais dos desenhos que conhecemos hoje.
(MCLOUD, 1995). Visualizando essa evolução da história e a escrita Barbosa (2006), Catão e
Galina (2011), completam que a arte sequencial existe há milênios, podemos notá-las nas
pinturas rupestres, estandartes chineses, nas pinturas egípcias, na idade média com as
iluminuras9 que serviam como complemento da narrativa, entre outros exemplos, onde
sempre era mesclado com as características didáticas e as sociológicas.
Catão e Galina (2011, p.236) recontam que a expansão das histórias em quadrinhos se
deu junto à propagação da imprensa, “[...] as histórias em quadrinhos são originárias por
excelência da imprensa escrita, atreladas às publicações jornalísticas como se vislumbra até
hoje”.
Eu não tenho a mínima ideia de onde ou quando as histórias em quadrinhos
começaram. [...] Mas é um evento que é tão marcante nas histórias em quadrinhos,
quanto na história das palavras escritas, a invenção da imprensa.
(MCCLOUD, 1995, p.15)
possível notar a ausência dos balões utilizados atualmente, fazendo com que as falas do
personagem sejam escritas em suas roupas. Essa é a primeira história reconhecida na grande
imprensa, exemplificada na Figura 1.
Figura 1: "The Yellow Kid Experiments with the Wonderful Hair Tonic." The Yellow Kid. New York Journal.
Jarcem (2007) completa que na década de 1930 houve também o surgimento dos
gêneros de aventura e ação, despontando os super-heróis. Entre os anos de 1940 a 1945 foram
criados em torno de quatrocentos super-heróis, e essas histórias tornaram-se parte da cultura
de massa. Com o aumento e a aceitação dos heróis, o enredo dessas histórias começou a se
aproximarem das realidades vividas pelos leitores. Catão e Galina (2011) reafirmam a criação
de heróis com personalidades e características de pessoas do cotidiano, com fraquezas,
dilemas, heróis cegos, anti-heróis, depois falaram sobre temas de exclusão social,
homossexualismo, e vários outros aspectos. Alberto Junior (2015) assegura que as histórias
em quadrinhos da década de 1930 e 1940 comparadas com as de hoje podem até parecer
infantis e simplistas, mas tratavam de conteúdos bastante adultos para a época, como
violência contra mulher e política atual.
Na década de 1970 começaram a ser lançados os quadrinhos underground, vendidos
de mãos em mãos. Já nos anos 80 houve a criação das graphics novels, direcionadas ao
público adulto, com temas ainda não abordados anteriormente, com conteúdos que podiam
abranger histórias de violência e/ou sexualidade (JARCEM, 2007). Já no Brasil, a primeira
história em quadrinhos foi feita no ano de 1869, por Ângelo Agostini, contava a história de
um caipira de 20 anos de idade que visita à corte do Rio de Janeiro (REGO; FERREIRA;
GOMES, 2015). Em 1905 criou-se a primeira revista em forma de quadrinhos voltada para o
público infanto juvenil no país, o Tico-Tico, que chegou a vendar mais de 100.000 exemplares
por semana. A revista teve mais de 50 anos de duração.
2.2 Epistemofobia
escolar no ano de 1990, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB),
acompanhado dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) que instituíram o uso dos
gêneros textuais no ensino da Língua Portuguesa. Vale ressaltar que as pesquisas científicas
comprovam a eficácia da linguagem dos Quadrinhos no processo de ensino, bem como o fato
de que esse tipo de literatura é muito bem recebido pelos estudantes. “A interligação do texto
com a imagem, existente nas histórias em quadrinhos, amplia a compreensão de conceitos de
uma forma que qualquer um dos códigos isoladamente teria dificuldades para atingir”
(VERGUEIRO et al., 2004, apud XAVIER; RICARDO, 2009, p. 04).
Muito se discute sobre a leitura de HQ’s, em especial sobre elas serem consideradas ou
não literatura, pois ainda a um grande preconceito contra esse tipo de leitura, divido eles
serem associadas erroneamente a mero entretenimento infantil, servido apenas como base
para leituras mais “complexas’’, como romances (6ª arte).
McCloud (1995) assevera que o preconceito arcaico ainda existe nos dias de hoje,
vários criadores de histórias em quadrinhos apenas procuram o crescimento e a aceitação do
gênero, porém, enquanto os comics forem vistos apenas como arte gráfica, as atitudes
preconceituosas nunca cessarão. Um exemplo prático é a discriminação que muitos pais e
professores possuem pelo tipo de leitura, por acreditarem que as aventuras fantasiosas dos
HQs, podem afastar crianças e jovens de leituras ‘‘mais profundas’’, desviando-os assim de
um amadurecimento “sadio e responsável’’, já que tal perspectiva atrapalha o permeio total de
quadrinhos em salas de aula.
3 OS NOVOS QUADRINHOS
gênero literário, porém híbrido por conter uma linguagem que usa ilustrações para narrar uma
história, utilizando assim linguagem verbal e não verbal.
Em vista da quantidade de material publicado para a enorme segmentação de leitores,
é claro que as histórias em quadrinhos não se limitam apenas ao público infantil, existem
quadrinhos de aventura, terror, suspense, erótico, entre outros. Compêndio desta informação,
os quadrinhos existem para todos os gostos e idades. Essas histórias possuem um público
extenso e fiel. Hoje, os quadrinhos estão mais assertivos que antigamente, mas ainda há muito
a evoluir (MCCLOUD, 1995). Um dos fatores que traz essa mudança é a exigência dos
leitores de histórias em quadrinhos, já que o público consumidor dessas histórias é a cada dia
mais crítico e com gostos mais apurados. De fato, não é qualquer história que atrai o público
leitor de comic e esse quesito é sublime.
4 OS LEITORES
5 METODOLOGIA
10 Nerd: termo comumente utilizado para denominar um grupo de pessoas que gostam de realizar atividades
intelectuais, normalmente voltadas à cultura computacional.
11 Geek: termo utilizado para descriminar pessoas que gostem de tecnologia, eletrônica, jogos ou áreas afins.
Pode ser considerado uma variante do termo nerd.
Não existe leitor assíduo que não aprecie a prática da leitura, e é nesse contexto que se
torna tão importante a valorização das comics, já que os quadrinhos agem como porta de
entrada para a leitura de outras obras, além de exercitar a capacidade mental dos leitores,
através dos recursos visuais e escritos presentes nas tiras.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a pesquisa do tema para este artigo pudemos perceber o quão grande é o
mercado das revistas em quadrinhos. Antes estigmatizadas, acusadas de aumentar a
delinquência juvenil, passam a ser cada dia mais respeitadas, tanto por sua versatilidade
quanto pelos enredos e tramas. Após anos de preconceito e campanhas negativas, os
quadrinhos recuperaram seu lugar de destaque, recebendo, inclusive, o título de nona arte.
Mais do que apenas leitura de entretenimento, assumiram papel de material
paradidático, sendo utilizado por professores como fonte de informação e conhecimento nas
escolas. Após uma abordagem histórica, pudemos observar o nível de exigência dos leitores
da arte sequencial, sendo expresso, inclusive, no número de vendas das revistas mais
conhecidas. Obras como Watchmen, por exemplo, saíram do mercado editorial e foram para o
cinema, passando a ser conhecidas pelo grande público, e não apenas pelos leitores de HQ's.
Nesse trabalho avaliamos as informações sobre a importância da leitura de história em
quadrinhos, dados sobre o preconceito que esse tipo de leitura e seu leitor sofrem, bem como
o trajeto que os quadrinhos percorreram até agora. Nessa análise, concluímos que o
preconceito gerado vem da ignorância a respeito do que realmente é a arte sequencial bem
como avaliamos os benefícios das HQ’s como ferramenta de leitura. Os autores citados
reforçam a importância da leitura através dos quadrinhos, mostrando sua aplicação
pedagógica e benefícios, já que formam leitores enquanto crianças e adolescentes, possuindo
caráter informativo e não apenas de entretenimento.
Além disso, o presente trabalho também mostra os benefícios proporcionados pela
leitura das HQ’s, bem como sua aceitação no ambiente pedagógico atual, decorrentes do
incentivo à prática da leitura e dinamismo existente nas obras em formato de quadrinhos.
Esses dados foram obtidos através da fundamentação teórica dos autores citados na pesquisa
bibliográfica, validando a importância do atual trabalho.
Conclui-se, portanto, que a leitura de revista em quadrinhos é altamente
recomendável, agradando a variados tipos de leitor, com variados níveis de exigência, através
de uma leitura agradável, fluída e com profundo poder de imersão. Além disso, ao ser
utilizada como fonte de informação, passa a ser ferramenta educacional, ampliando a
formação de leitores e construindo novas formas de aprendizado. Um projeto futuro é ampliar
este trabalho, estabelecendo um paralelo entre os estudos teóricos abrangidos neste artigo e a
parte prática, verificando os níveis de melhoria no ensino nas turmas que utilizaram a leitura
de HQ’s, comparando-as com índices das turmas que não realizarem o experimento.
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