TERCEIRA IDADE – UMA EXPERIËNCIA DO ECONOMISTA DOMÉSTICO

Helena Maria dos Santos Bezerra¹, Edilene Lagedo Teixeira² & Cândida Martins Vieira³

(1) Discente do curso de Economia Doméstica, DED, ICHS. Docente do Curso de Economia Doméstica, DED, ICHS
da UFRuralRJ & Coordenadora do CIDI/Nova Iguaçu.

Palavras chave: Economia Doméstica, Interdisciplinaridade e Valores Humanos

Introdução interdisciplinar composta por: Psicólogo,

Pela primeira vez, a expectativa de vida do
brasileiro ultrapassou a faixa dos 70 anos
(VERAS,1987). O envelhecimento populacional
significando um crescimento mais elevado da
população idosa em relação aos demais grupos
etários, é resultado de suas mais altas taxas de
crescimento, dada à alta fecundidade prevalecente
no passado, comparativamente à atual, e também
à redução da mortalidade. Nesse sentido o
presente trabalho se caracteriza de ações de
reintegrarão social do idoso, a partir do Programa
intitulado Projeto 3ª Idade no CIDI. O Centro
Integrado de Desenvolvimento Infanto – Juvenil
(CIDI), fundado em 27 de novembro de 1995.
Justifica-se socialmente e educacionalmente, por
valorizar a pessoa idosa não esquecendo se suas
necessidades especiais, direitos e possibilidades
pessoais, por integrar a pessoa idosa junto ao
jovem favorecendo o relacionamento interpessoal.
Psicologicamente por estimular a auto-estima da
pessoa idosa contribuindo de forma positiva para
uma melhor qualidade de vida. Objetiva promover
e contribuir para o relacionamento interpessoal da
pessoa idosa junto à comunidade para uma
melhor qualidade de vida,
Material e método
O presente projeto tem como plano de Ação a
prática de ações promotoras de atividades que
propiciem as relações e inter-relações dos
indivíduos e seu meio ambiente físico, social,
mental e espiritual. Com os dados, foram
montadas propostas e oficinas, palestras,
atividades físicas, caminhadas tais como: Direito
do Idoso, Estatuto do idoso, métodos preventivos,
alimentação saudável, dinâmicas como: trabalhar
auto-estima, valorização do ser, reflexão através
de texto, vivências (trocas de experiências),
atividades físicas, lazer (jogos diversos e bailes).
Utilizou-se de uma equipe com característica
Economista Doméstico, Profissional de Educação
Física, Artesão e voluntários de diversas áreas. As
práticas tiveram suas ações pautadas em ações
sócio-pedagógicas e metodológicas do Núcleo
Interdisciplinar da Economia Doméstica e Ensino
Fundamental/UFRuralRJ que são apoiadas em
Freire, Freinet, entre outros.
Resultados e Discussão
Os sentimentos de bem estar na velhice está
relacionado com a capacidade de efetuar trocas,
isto é dar e receber alguma ajuda de forma, sendo
necessário distinguir a freqüência das relações
sociais da qualidade delas. Parece que as
atividades promovidas atualmente, como cinema,
teatro, passeios, ginásticas, bailes etc., têm
amenizado o grau de abandono dos idosos, e
também para os de idade abaixo de 60 anos
(SALGADO,1984). Ramos (2002), propõe em seu
estudo de integração do idoso dois enfoques
teóricos que estão centrados na Teoria da
Integração Social de Emile Durkheim e outro na
Teoria das Trocas de Peter Blau, com ênfase na
Teoria da Eqüidade. Na primeira a integração
social é caracterizada pela avaliação do processo
de integração relacionada à freqüência de
contatos, e a segunda, à qualidade desses
contatos. Neste caso a saúde física e mental do
idoso pode ser beneficiada se houver um suporte
social. Práticas planejadas de forma participativa,
foram realizadas através de dinâmicas de inter-
relações pessoais, oficinas de artesanatos,
momentos reflexão e auto-avaliação, onde os
participantes puderam vivenciar a valorização do
tempo para si em crescimento da qualidade de
viva. Na idade da experiência, é de dar tempo ao
tempo de verdade e para isso na agenda da
terceira idade foi criado um tempo para cada coisa
dentre eles: A hora do bate papo; da reflexão; da
diversão e do lazer; ecológica e de aprender; de
criar e recriar; de se cuidar com práticas de

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alimentação, saúde, exercícios físicos e de rever e
ver os seus direitos e deveres. Os encontros têm
sua programação da seguinte forma; a) abertura
(dinâmica); apresentação e as nossas
perspectivas para este encontro; b)
reflexão/debate; d)concluir as propostas para
marcar próximo encontro e d) Encerramento
(lanche). No primeiro encontro, a Hora do Bate
papo foram discutidos os momentos de vida de
cada um, com direito a choros e risadas, a cada
encontro os temas foram propostos e tiveram
como tema: “Histórias reais de cada um¨, e como
resultado muitas risadas quando o seu Geraldo
contou a sua com o título: O medo fez parar de
doer o dente”; a Dorinha “ Quase afogou a mãe”,
Dona Dalena “Subiu na árvore para não apanhar
da mãe”; a Bethy “ Namorava pela árvore” , Dona
Ernestina “Pegava fruta escondida dos pais”; Dona
Aparecida, “ Não podia pegar uma fruta na casa
da tia do marido” e Dona Helena “Levou um banho
quando namorava”. Muitos casos, ou “causos”,
foram lembrados o que provocou um grande
momento de descontração e satisfação, não como
mesa de bar, mas mesa dos amigos. No segundo
criação do nome do grupo. Cândida começa o
encontro com a leitura do texto “Idoso assim pensa
e age”; “O velho assim pensa e age” . levando a
reflexão sobre o que nos desejamos e agimos?
Dorinha coloca sua experiência de vida, quando
adolescente; Sr. Vicente faz uma pergunta sobre a
idade correta do direito ao passe idoso, Dona
Cândida lê o que diz o estatuto do idoso em
relação a este assunto e esclarece. Ele fala a
respeito da nova linha, que está trafegando pelo
bairro na qual os idosos não têm direito,devido à
linha só oferecer micro ônibus. E Dona Cândida
fala, como reivindicar algum tipo de mudança em
relação a isto. Dona Beth fala de um encontro que
participou em um grupo da 3° idade e do qual
gostou muito. Foi sugerido então que se batizasse
com um nome o grupo, que entre vários foi
escolhido - Grupo da 3° Idade Em Ação. Uma
professora de Educação Física da UFFRJ
dinamizou a dança, Forró, deu na cabeça. Na
prática da hora da reflexão, temas foram lidos,
levados e refletidos através da internalização dos
sentimentos e da espontaneidade da participação.
A reflexão feita foi sobre o dia Internacional da
Mulher com o texto “Ser Mulher”, o significado da
Páscoa os costumes e tradições, “Conto das
Tartarugas”. sobre o “Estatuto do Idoso,” PARA
PENSAR!!!. Na hora da diversão e do lazer,
atividades promotoras, raciocínio lógico,
movimentos motores, integração social foram
desenvolvidas com excelente resultado. Bingo,
dinâmica “A árvore e os frutos” entre outras
proporcionaram reflexão e ação. A hora ecológica
e de aprender destinada aos passeios ecológicos
e das participações junto ao Fórum da Terceira
Idade, promovido pela Prefeitura Municipal de
Nova Iguaçu. Na hora de criar e recriar, atividades
de artesanato deram frutos com a elaboração do
convite e das lembranças comemorativa de
encontro do grupo. Agendadas atividades de
fuxico, customização do vestuário, etc. A hora de
se cuidar: palestras e oficinas em alimentação,
saúde, exercícios físicos, entre outros. A hora de
rever e ver os seus direitos e deveres, foram
discutidos problemas relativos aos direitos dos
idosos que acontecem no cotidiano. Caminhadas,
bailes, já fazem parte das programações, onde o
planejamento, divisão de tarefas são inseridas
para a integração e valorização de cada um
enquanto indivíduo integrado socialmente
Conclusão
Uso dos meios de comunicação e adoção de
programas para a Terceira Idade deve ser
estimulado para sensibilizar a sociedade para a
importância do Idoso, enquanto indivíduo
integrado, facilitando sua melhoria das condições
de saúde mental, social e econômica. A inclusão
de noções de gerontologia nos currículos dos
cursos superior em Economia Doméstica deve ser
valorizada como facilitadores de criação de
programas de ação na de extensão universitária.
Nesse sentido a integração social do indivíduo da
terceira idade passa a ser uma prática da área de
desenvolvimento humano.
Referências Bibliográficas
RAMOS, Marília P. Apoio social e saúde entre
idosos. Sociologias, Jun 2002, no.7, p.156-175.
SALGADO, M.A. Velhice uma questão social. São
Paulo, SESC-CETTI, 1980
VERAS, Renato P., Ramos, Luiz Roberto and
Kalache, Alexandre Crescimento da população
idosa no Brasil: transformações e
conseqüências na sociedade. Rev. Saúde
Pública, Jun 1987, vol.21, no.3, p.225-233.