Anda di halaman 1dari 7

Fatores importantes para o bom desenvolvimento infantil

A base para um bom desenvolvimento é o vínculo afetivo com a mãe, o pai, os familiares e demais cuidadores. Quando há um
ambiente acolhedor, a criança tem a oportunidade de crescer saudavelmente, desenvolvendo suas habilidades ao máximo.

Ambientes perturbados como casas em que moram muitas pessoas, presença de muitas brigas, violência, abuso psicológico e
físico, entre outros, são fatores de risco para que as crianças tenham dificuldade em desenvolver suas habilidade plenamente. Não
raramente, esses pequenos passam a sofrer de transtornos mentais mais tarde na vida e podem ter dificuldades no social, na
carreira, nos estudos, entre outros.

Fatores que podem influenciar no desenvolvimento são:

 Hereditariedade: Se os pais começaram a falar mais tarde do que maior parte dos bebês, é provável que o filho também
demore um pouco para aprender a falar;
 Nutrição: A alimentação é importante não apenas para o desenvolvimento do corpo, como também para a cognição,
visto que o cérebro é um órgão como todos os outros e precisa estar nutrido para funcionar adequadamente;
 Ambiente: Quando há falta de estimulação no ambiente em que a criança vive, pode haver um retardo no
desenvolvimento intelectual. Já ambientes com estímulos o suficiente, facilmente aceleram esse processo;
 Problemas físicos: Se a criança sofre de alguma condição médica, o desenvolvimento pode ser dificultado. Crianças
surdas, por exemplo, podem demorar para desenvolver a linguagem.

Marcos do desenvolvimento infantil

Vale lembrar que as idades podem variar bastante, mas em geral é aconselhável procurar um pediatra ao desconfiar que seu filho
não está se desenvolvendo tipicamente.

No nascimento, o bebê:
 Dorme a maior parte do tempo;
 Suga com a boca com frequência;
 Chora quando é perturbado ou sente desconfortos.
4 semanas
 Leva as mãos aos olhos e à boca;
 Move a cabeça de um lado para o outro quando deitado;
 Segue um objeto em movimento em frente ao rosto com o olhar;
 Responde aos sons do ambiente (levando sustos, chorando etc.);
 Pode se virar na direção de vozes e sons familiares;
 É capaz de focar em um rosto.
6 semanas
 Observa objetos dentro do seu campo de visão;
 Passa a sorrir quando falam com ele;
 Fica deitado sobre a barriguinha.
3 meses
 Consegue manter a cabeça firme quando está sentado;
 Eleva a cabeça a 45º quando deitado de bruços;
 Abre e fecha as mãozinhas;
 Faz força com os pés quando é colocado sob uma superfície plana;
 Movimenta-se para alcançar brinquedos suspensos, como o móbile do berço;
 Segue, com o olhar, um objeto na frente do seu rosto, balançando a cabeça de um lado para o outro;
 Observa rostos atentamente;
 Sorri ao ouvir a voz do cuidador (mãe, pai, babá etc.);
 Começa a balbuciar, emitindo sons semelhantes à fala.
5 - 6 meses
 Mantém a cabeça firme quando está de pé;
 Consegue se sentar com apoio;
 Rola o corpo em um sentido, geralmente da posição deitado de bruços para deitado de costas;
 Tenta alcançar objetos;
 Reconhece pessoas à distância;
 Presta bastante atenção às vozes humanas;
 Sorri espontaneamente;
 Ao sentir prazer, expressa por meio de gritinhos;
 Balbucia para brinquedos.
7 meses
 Consegue se sentar sem apoio;
 Sustenta parte do seu peso corporal quando mantido de pé;
 Passa objetos de uma mão para a outra;
 Segura a própria mamadeira;
 Procura objetos que caíram;
 Responde ao próprio nome;
 Balbucia combinando vogais e consoantes;
 Responde à brincadeira do “cadê o bebê?”.
9 meses
 Consegue se sentar bem;
 Tenta pegar brinquedos que estão longe do seu alcance;
 Responde quando os brinquedos são tirados dele;
 Engatinha ou se mantém sobre os pés e as mãos;
 Consegue se colocar de pé;
 A partir da posição de bruços, consegue se sentar;
 Consegue ficar de pé se apoiando em algo ou alguém;
 Diz “mama” e “papa”.
12 meses
 Consegue andar se apoiando em móveis ou segurando a mão de pessoas;
 Pode dar um ou dois passos sem apoio;
 Fica em pé por poucos momentos de cada vez;
 Diz “mama” e “papa” para as pessoas corretas;
 Aprende a beber em copo;
 Bate palminhas e dá tchau;
 Consegue falar algumas palavras.
Aos 18 meses:
 Anda bem;
 Consegue subir escadas se apoiando.
 Desenha uma linha vertical;
 Faz uma torre com 4 cubos;
 Vira várias páginas de um livro ao mesmo tempo;
 Fala cerca de 10 palavras;
 Puxa brinquedos em cordas;
 Consegue comer algumas coisas sozinho.
Aos 2 anos:
 Tem coordenação motora o suficiente para correr bem;
 Sobe em móveis.
 Manuseia bem talheres;
 Vira páginas individuais dos livros;
 Faz uma torre com 7 cubos;
 Forma frases com 2 ou 3 palavras.
Aos 2,5 anos:
 Salta;
 Sobre e desce escadas sem ajuda.
 Faz rabiscos em padrão circular;
 Abre portas;
 Consegue vestir roupas simples sozinho;
 Fala quando precisa ir ao banheiro.
Aos 3 anos:
 Possui boa coordenação motora para andar bem (marcha madura);
 Anda de velocípede.
 Prefere usar uma mão à outra;
 Copia um círculo;
 Consegue se vestir sozinho, mas ainda não sabe fechar os botões ou amarrar cadarços;
 Conta até 10 e usa plurais;
 Reconhece pelo menos 3 cores;
 Faz perguntas constantemente;
 Consegue comer sozinho;
 Grande parte das crianças nessa idade já conseguem usar o banheiro sozinhas.
Aos 4 anos:
 Sobe e desce as escadas alternando os pés;
 Salta sobre um pé;
 Consegue lançar bolas.
 Copia uma cruz;
 Consegue se vestir;
 Lava as mãos e o rosto.
Aos 5 anos:
 Pula;
 Pega uma bola arremessada.
 Copia um triângulo;
 Desenha uma pessoa em 6 partes;
 Conhece 4 cores;
 Consegue se vestir e se despir sem ajuda.
Aos 6 anos:
 Anda em linha reta usando toda a superfície do pé.
 Escreve seu próprio nome.

Fases do desenvolvimento infantil segundo Piaget

Sensório-motor: de 0 a 2 anos

Nesta fase, a criança se concentra nas sensações e nos movimentos. Ela começa a entender o que as sensações significam e como
os movimentos dela podem levar a alterações no mundo exterior.

Nos primeiros meses, o bebê ainda não tem controle consciente de suas ações motoras. No entanto, com o passar do tempo, ele vai
gradualmente ganhando consciência de seus movimentos, e é aí que começa a festa: ele percebe que, se esticar o bracinho,
consegue puxar o móbile em cima do berço. A partir daí, passa a testar as possibilidades de movimentação para ver aonde aquilo
vai chegar.

Vale lembrar que, nessa fase, a criança ainda tem dificuldades com tudo aquilo que ela não pode ver, tocar ou sentir. A chamada
permanência do objeto ainda não existe, pois a criança não admite sua existência fora do seu campo sensorial. Sendo assim, se
os pais escondem um brinquedo, por exemplo, ela não vai procurar. Pra ela, o brinquedo deixou de existir.

O mesmo acontece com as pessoas: se o bebê não vê a mãe, ela automaticamente deixa de existir e começa a choradeira. A
medida em que a criança vai recebendo estímulos, ela passa a ter uma vaga noção de que objetos fora de sua vista não
necessariamente deixam de existir. É por isso que a brincadeira do “cadê o bebê?” é tão divertida e saudável!

Pré-operatório: de 2 a 7 anos

Esse estágio se inicia com a capacidade do pensamento representativo, ou seja, a criança começa a gerar representações da
realidade no próprio pensamento. É isso que possibilita a aprendizagem da fala (que começa bem mais cedo, mas se desenvolve
mais rapidamente aqui) e as brincadeiras de “faz de conta”.

Vale lembrar que essa fase é marcada por um egocentrismo evidente, mas isso não significa falha de caráter, fazendo parte do
desenvolvimento cognitivo típico de qualquer criança. Ao falar, ela fala sozinha e poucas vezes considera aquilo que foi dito para
ela.

Com isso, há também uma necessidade de “dar vida” às coisas: para as crianças nesse estágio, uma bola rolando faz isso porque
tem vontade, não porque está em uma superfície íngreme ou porque uma força foi aplicada, tirando-a da inércia. Ela também
acredita que as coisas acontecem para si mesma. Na mente das crianças dessa idade, o sol se põe para que elas vão dormir, não
porque o dia acaba naturalmente.

Voltando ao pensamento representativo, é justamente ele que permite o desenvolvimento do pensamento lógico posteriormente.
Nessa fase, a criança pode se confundir com números e quantidades.

Um exemplo é quando colocamos a mesma quantidade de suco em copos de formatos diferentes: um fino e longo, outro largo e
curto. Por mais que seja a mesma quantidade, o nível do suco no copo fino fica acima do nível no copo curto. Para as crianças
nesse estágio, isso quer dizer que tem mais suco no copo fino, mesmo que antes elas tenham visto que se trata da mesma
quantidade!

Outro exemplo: se eu pegar dois biscoitos para mim e der apenas um biscoito para ela, a criança ficará chateada achando que tem
menos. De fato, nesse caso, ela está certa. No entanto, se eu dividir o biscoito dela ao meio ao invés de dar um novo biscoito, ela
achará isso justo. Isso acontece pois, para ela, parece que nós dois temos dois biscoitos, mesmo que as metades do biscoito dela
sejam consideravelmente menores que os meus.
Por isso, se o seu filho pequeno dá respostas erradas em exercícios que medem quantidades, volumes e tamanhos, não se
preocupe: ele está se desenvolvendo normalmente, apenas passando pelo período pré-operatório no qual a lógica ainda está sendo
formada!

É também nesse estágio que as crianças começam a entender o que é certo e o que é errado, o que podem e o que não podem
fazer. No entanto, ao serem apresentadas a uma nova situação inusitada, elas ainda não são capazes de julgar moralmente o
problema, fazendo aquilo que têm vontade (independente de ser certo ou errado).

Por isso, pais e mães devem ter paciência com as crianças nessa fase. Ela ainda tem muito a aprender e não adianta brigar quando
ela faz algo de errado: ela simplesmente não é capaz de perceber sozinha que não pode.

Operatório concreto: de 8 a 12 anos

Marcado pelo início do pensamento lógico concreto, as crianças passando por esse estágio começam a manipular mentalmente as
representações das coisas que internalizou durante os estágios passados. O problema é que essa manipulação só pode ocorrer com
coisas concretas, dispostas no mundo real. Conceitos abstratos ainda não são compreensíveis.

Lembrando do exemplo dos copos de suco, a criança nessa fase já compreende que os dois copos têm a mesma quantidade de
suco, ou seja, ela tem a noção de conservação. Quanto ao biscoito, ela também entende que duas metades de um biscoito não
equivale a dois biscoitos. Prepare-se para ter que dividir mais biscoitos com seu filho, porque essa desculpa não vai mais colar!

Aqui, já há uma maior compreensão do que é moral. As regras da sociedade começam a fazer sentido e, em situações simples, a
criança já é capaz de, por si só, julgar o que seria correto fazer.

Operatório formal: a partir de 12 anos

O último estágio postulado por Piaget tem seu início já na pré-adolescência, quando a criança é capaz de manipular, também,
representações abstratas, fazendo operações com conceitos que não possuem formas físicas, como certos conceitos matemáticos.

Nesse estágio, as crianças começam a entender o mundo pelos olhos de outras pessoas: elas passam a compreender experiências
que elas mesmas não vivenciaram em primeira pessoa. Na verdade, esse processo já começa durante o período operatório concreto
mas, como o nome já diz, só serve para objetos concretos. Já nesse novo estágio, a criança passa a entender o ponto de vista dos
outros a respeito de conceitos abstratos.

Desenvolvimento da linguagem

Entretanto, não conseguir falar é diferente de não conseguir se comunicar. A comunicação entre cuidador e bebê é, na maioria das
vezes, muito bem estabelecida. Quantas vezes você não viu uma mãe reconhecer a necessidade do pequeno só pelo choro? Pois
bem, desde o começo ele já vai criando uma espécie de linguagem própria, ainda que não use as palavras.

O problema é que nem todo mundo entende essa linguagem do bebê e, a medida em que cresce, ele precisa aprender a se adaptar
ao mundo à sua volta. Com isso, ele passa a aprender a língua do lugar em que vive ao longo de dois estágios: o pré-linguístico e o
linguístico.

Estágio pré-linguístico

Este estágio ocorre antes da criança conseguir falar as primeiras palavras. Durante esse tempo, ela costuma usar muito o choro
para se comunicar. Muitas vezes, nem o bebê sabe muito bem porque está chorando.

Para ele, a fome é apenas uma sensação desconfortável, não sendo muito diferente da dor da cólica. Com a ajuda da mãe, ele
mesmo vai aprendendo o que é o que: se a sensação ruim passa depois de se alimentar, então é fome. Assim, ele cria um choro
específico para essa sensação, a medida em que vai aprendendo a diferenciar o que sente.

Com o tempo, ele começa a produzir sons chamados “arrulhos”, sons guturais (saem diretamente da garganta) que dão a base para
que ele aprenda a usar as cordas vocais. Por volta dos 6-10 meses, o bebê passa a balbuciar e repetir sons de consoantes e vogais.

É nessa fase que ele começa a falar “mama”, “papa” e “dada”. Não raramente, os pais confundem isso com suas primeiras
palavras, quando na verdade o próprio bebê não faz muita ideia do que aquilo significa. Ou seja, nem sempre que a criança fala
“mama”, ela está chamando a mãe. Muitas vezes, está só experimentando suas cordas vocais.

No final do primeiro ano de idade, a criança já tem uma noção básica dos sons usados na linguagem, o que dá a base para que ela
possa efetivamente aprender a falar. É nessa hora que ela realmente começa a aprender suas primeiras palavras.
Estágio linguístico

Lá pela metade do segundo ano de vida (18 meses), a criança já consegue usar combinações de sons para se referir a pessoas,
objetos, animais e até mesmo acontecimentos. Nessa época, estima-se que ela tenha um vocabulário de cerca de 50 palavras,
mesmo que elas estejam erradas.

O curioso é que, nessa fase, uma única palavra tem o valor de uma frase inteira. Um exemplo é quando ela aponta para fora de
casa dizendo “ua”. Os pais entendem que essas duas letrinhas significam “eu quero ir para a rua”, ou “quero ir passear”. A esse
fenômeno dá-se o nome de “holófrases”.

Ainda nessa idade, são frequentes trocas e omissões de letras, como no exemplo citado da “rua sem r”.

Ao final dos 2 anos de idade, espera-se que a criança tenha um vocabulário de mais de 100 palavras e, entre os 2 e 3 anos, ela
começa a aprender as regras gramaticais e a trocar menos as letras. Aos 6 anos, já consegue falar frases longas e busca sempre
empregar as regras gramaticais corretamente.

Nível de pensamento pré-operatório

O ingresso no nível de pensamento pré-operatório ocorre por volta dos 18 aos 24 meses e é marcado pela aquisição da
função simbólica ou semiótica, que consiste na capacidade de evocar um significado através de um significante. Isso representa
um salto qualitativo muito importante no desenvolvimento afetivo e cognitivo da criança permitindo que aja sobre a realidade na
ausência dos acontecimentos, evocando uma representação.
O surgimento da função simbólica revela-se através de cinco condutas:
1) Imitação diferida: marca a passagem do nível sensório-motor para o das condutas representativas. Neste período a criança é
capaz de realizar uma imitação mesmo na ausência do modelo.
2) Jogo simbólico: trata-se do jogo de faz-de-conta, conduta totalmente desconhecida no nível anterior. O jogo simbólico permite
à criança modificar o mundo real à sua vontade, possibilitando a compreensão do mundo adulto.
3) Desenho: conduta intermediária entre o jogo e a imagem mental, o desenho não costuma aparecer antes dos dois ou dois anos e
meio.
4) Imagem mental: nesse período as imagens mentais são estáticas, não considerando o movimento e as transformações.
5) Linguagem: permite à criança evocar verbalmente um acontecimento anterior. Possibilita que ela faça narrativas, repartindo
suas experiências com outras pessoas, desenvolvendo a socialização. Além disso, a interiorização da palavra caracteriza o
surgimento do pensamento.
A função simbólica refere-se à capacidade de evocar coisas e acontecimentos que não estão presentes, enquanto que a
imitação, a imagem mental, o jogo simbólico, o desenho e a linguagem representam os meios para que essa evocação aconteça.
No jogo simbólico manifesta-se o mecanismo de assimilação e na imitação diferida evidencia-se a acomodação aos
modelos do meio ambiente. A inteligência decorre do equilíbrio entre acomodação e assimilação. Isto demonstra o caráter instável
desse período, resultando em julgamentos oscilantes e contraditórios por parte da criança.
O surgimento da função simbólica indica um grande desenvolvimento cognitivo, pois permite a passagem de uma
inteligência prática para uma inteligência representativa.
O estágio do pensamento pré-operatório estende-se aproximadamente dos dois aos sete anos, e pode ser dividido em três
subníveis:
a) Simbólico (aproximadamente dos dois aos quatro anos);
b) Intuitivo global ou intuitivo simples (cerca dos quatro aos cinco anos);
c) Intuitivo articulado (aproximadamente dos cinco aos sete anos).
Deve-se considerar que estas idades são aproximações, não tem um caráter rígido. Essa divisão encontrada na obra de
Piaget, bem como os demais estágios de pensamento, não implicam numa ruptura brusca de um nível ao outro. Pelo contrário, é
uma continuidade. Os estágios de pensamento e seus subníveis evoluem integrando-se uns aos outros. É possível encontrar em um
estágio condutas próprias de um nível anterior ou posterior.
No nível de pensamento pré-operatório, subnível simbólico, a criança possui apenas pré-conceitos, pois ela não consegue
pensar em categorias gerais, atendo-se ao particular. É um pensamento transdutivo, vai do particular para o particular, isto é, ela
transpõe um elemento que lhe chamou a atenção em determinada situação, para outra situação, chegando a conclusões ilegítimas.
No subnível de pensamento intuitivo global, o pensamento e eminentemente intuitivo, que considera percepções globais, e
não é capaz de diferenciar as relações entre os elementos, muito menos suas transformações. O pensamento intuitivo global é
essencialmente não-conservador, porque ausente de reversibilidade. É justamente a aquisição dessa reversibilidade que garante a
possibilidade da realização das operações mentais, que é uma das características que define o nível de pensamento operatório
concreto.
Nesse subnível a criança é incapaz de considerar, simultaneamente, dois aspectos diferentes de uma mesma realidade. A
percepção da forma global é o que impera nesse momento podendo distorcer os julgamentos.
Embora a criança seja capaz de contar pequenas quantidades, ainda não alcançou a conservação do número, de modo que
qualquer modificação na configuração espacial dos elementos pode resultar em nova quantidade. Nesse período a criança começa
a esboçar condutas classificatórias.
Quando alcança o subnível de pensamento intuitivo articulado, o raciocínio da criança começa a se flexibilizar um pouco
mais em relação ao momento anterior. Já é capaz de algumas invariantes físicas, começando a se libertar da força da percepção.
O pensamento pré-operatório é caracterizado por ser um pensamento rígido, pois considera apenas os estados e não suas
transformações.
Uma das principais características do pensamento pré-operatório é o egocentrismo. Porém, devido aos mal-entendidos com
o termo, Piaget preferia falar em centração ou indiferença, pois a criança pré-operatória está permanentemente centrada em seu
próprio ponto de vista e indiferente a pontos de vista de outros.
O egocentrismo infantil leva a criança a confundir seu próprio pensamento com o mundo a sua volta, acreditando que tudo
que acontece tem alguma relação consigo própria.
Segundo Martí, o pensamento infantil nesse momento está sempre estabelecendo uma relação de causa e efeito entre
fenômenos que presencia, a partir de seus anseios e experiências pessoais (fenomenismo). Ele afirma que a criança acredita ainda
que tudo a sua volte tem uma função que justifica sua existência (finalismo). Acredita que tudo que há no mundo, inclusive as
montanhas, foram de alguma forma construídas pelos homens (artificialismo).
O pensamento intuitivo pode levar a criança a acreditar que objetos e animais sejam dotados de pensamentos e de
intenções (animismo).
No campo da construção da moralidade, quanto à evolução da prática e da consciência de regras, as crianças de até cinco
ou seis anos encontra-se na etapa da anomia, ou seja, indiferentes às regras coletivas. Somente no final do nível de pensamento
pré-operatório, subnível intuitivo articulado, por volta dos seis anos, é que as crianças passam a demonstrar um grande interesse
por participar de atividades coletivas regradas.
Quanto ao julgamento infantil a respeito de questões envolvendo dever moral, podemos identificar uma primeira fase onde
se observa o realismo moral. É considerado bom todo ato que obedece a uma ordem do adulto. As regras são interpretadas
literalmente e julga-se pelos resultados dos atos e não por sua intencionalidade.
As crianças pré-operatórias, ou até cerca de oito anos de idade, também acreditam na idéia de uma justiça imanente,
segundo a qual, todo delito será castigado ainda que por forças da natureza.
Alguns experimentos de Piaget avaliam a aquisição das invariantes físicas pela criança (substância, peso, volume etc.).
Trata-se de situações onde se parte de uma igualdade inicial e o experimentador vai procedendo a transformações no estado do
objeto apresentado, sempre diante da criança. A cada transformação, o pesquisador investiga como pensa a criança, quanto à
conservação da invariante que está sendo pesquisada.
Existem três níveis possíveis de resposta:
a) Nível 1: respostas não conservadoras. Não reconhece a conservação da invariante pesquisada.
b) Nível 2: condutas intermediárias. Apresenta oscilações: é capaz de emitir uma resposta conservadora, mas diante de uma
contra-argumentaçao modifica seu julgamento.
c) Nível 3: respostas conservadoras. Consegue reconhecer a invariância da unidade pesquisada diante das transformações que
ocorrem à sua frente.
Crianças de até quatro anos e meio ou cinco anos, apresentam respostas do nível 1, revelando total ausência e
reversibilidade de raciocínio. São crianças pré-operatórias de nível simbólico ou intuitivo global.
De cinco até os seis ou sete anos costumam apresentar respostas intermediárias. São crianças pré-operatórias de nível intuitivo
articulado.
As respostas de nível 3 só são alcançadas quando a criança ingressa no estágio de pensamento operatório concreto, como
resultado do processo de sucessivas reformulações realizadas no estágio anterior.
No estágio do pensamento pré-operatório, no domínio da classificação, embora a criança consiga efetuar subtrações de
classes, ela é incapaz de fazer inclusões de classes.
Quanto ao domínio da seriação, só conseguem fazê-lo parcialmente, em grupos sem considerar o todo. Mas, só
conseguirão seriar quando se encontrarem no nível operatório concreto.
No nível pré-operatório ocorre o aperfeiçoamento de esquemas de pensamento que surgiram no estágio anterior, ao mesmo
tempo em que preparam a criança para o estágio posterior. Portanto, é uma etapa importante, em que a criança realiza várias
aquisições que possibilitarão o desenvolvimento para a próxima etapa.

Anda mungkin juga menyukai