Abstract: Since the implementation of the National Plan to Confront Sexual Violence
against Children and Adolescents, in 2000, projects have been developed by
government and society in order to combat aggression in childhood and youth. Despite
these actions, studies indicate that the greatest offenders are familiar and known,
hindering their identification. The research proposes, through a borrowed and
bibliographic methodology, to analyze public policies to combat sexual assault against
children and adolescents in the intra-family sphere, under the focus of the attribution
of education and schools in this coping process. To this purpose, the objectives,
strategies and consequences of the School Protects Project, elaborated by the Ministry
of Education, are explored in order to guarantee and defend the rights established by
the Constitution and by the Statute of the Child and Adolescents.
Keywords: Family sexual violence. Children and adolescents. Public policies. School
function.
INTRODUÇÃO
1
BRASIL. Constituição: República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal,
1988.
2
________. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, DF: Senado Federal, 1990.
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respostas. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2000.
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MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS. Secretaria Nacional de Proteção dos Direitos da
Criança e Adolescente. Violência contra Crianças e Adolescentes: Análise de Cenários e
Propostas de Políticas Públicas / elaboração de Marcia Teresinha Moreschi – Documento
eletrônico – Brasília: Ministério dos Direitos Humanos, 2018, p. 41 – 42. Disponível em:
<https://www.mdh.gov.br/biblioteca/crianca-e-adolescente/violencia-contra-criancas-e-
adolescentes-analise-de-cenarios-e-propostas-de-politicas-publicas-2>.pdf. Acesso em: 01
de maio de 2019.
4
6
Ministério dos Direitos Humanos. Secretaria Nacional de Proteção dos Direitos da Criança e
Adolescente. Violência contra Crianças e Adolescentes: Análise de Cenários e Propostas de
Políticas Públicas / elaboração de Marcia Teresinha Moreschi – Documento eletrônico –
Brasília: Ministério dos Direitos Humanos, 2018, p. 42. Disponível em:
<https://www.mdh.gov.br/biblioteca/crianca-e-adolescente/violencia-contra-criancas-e-
adolescentes-analise-de-cenarios-e-propostas-de-politicas-publicas-2.pdf>. Acesso em: 01
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ARAÚJO, Maria de Fátima. Violência e abuso sexual em família. Psicol. estud. vol.7 no.2
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Prevenção no Combate à Violência Intrafamiliar Contra a Criança e o Adolescente, p. 9. Disponível em:
<http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=05edf455cb266ccb>. Acesso em 01 de maio
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Volume 49, p. 10. Disponível em:
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13
CARDIN, Valéria Silva Galdino; MOCHI, Tatiana de Freitas Giovanini. Das Políticas Públicas de
Prevenção no Combate à Violência Intrafamiliar Contra a Criança e o Adolescente, p. 10. Disponível em:
<http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=05edf455cb266ccb>. Acesso em 01 de maio
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Disponível em: < https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf>. Acesso
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SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais na
Constituição Federal de 1988. 7 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009. p. 32
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CUPIS, Adriano de. Os direitos da personalidade. Tradução de Adriano Vera Jardim e
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FERMENTÃO, Cleide Aparecida Gomes Rodrigues. Os direitos da personalidade como
direitos essenciais e a subjetividade do direito. Revista Jurídica Cesumar – Mestrado, v. 6,
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19
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Do abuso sexual intrafamiliar: Uma violação aos direitos da personalidade da criança e do
adolescente. Revista Jurídica Cesumar - Mestrado, v. 11, n. 2 p. 401-432, jul./dez. 2011, p.
408.
8
demonstram que entre o período de 2011 a 2017, houve um alargamento de 83% das
notificações de agressões sexuais contra crianças e adolescentes. Numericamente,
foram notificadas 184.524 situações de violência sexual (abuso, exploração assédio)
sendo 58.37 (31,5%) contra crianças e 83.068 (45%) contra adolescentes.20
O estudo destaca que desse grupo, 74,2% (43.034) das crianças eram do
sexo feminino, sendo que em sua maioria pertenciam a faixa etária de 01 a 05 anos,
sendo de pele negra, bem como que as notificações se concentraram na região sul,
sudeste e norte. Além disso, apurou-se que em 69,2% dos casos, a violência ocorreu
dentro da residência, sendo que em 81,6% das situações o agressor era do sexo
masculino, bem como que em 37% dos fatos, possuía vínculo com a família.
No Estado do Paraná, de acordo com dados fornecidos pelo Ministério Público
em 2012, foram notificadas 8.775 situações de violência, sendo que 45% destas eram
praticadas contra crianças e adolescentes, bem como que a violência sexual
representava 26,9% dos casos. Informou-se ainda que essa estatística não era
precisa, uma vez que a notificação nos serviços de saúde estaria sendo
concretizada.21
Em abril de 2018, em uma reportagem exclusiva para o jornal o Globo, o
governo federal anunciou que as denúncias de agressões sexuais no Brasil tiveram
um aumento de 10,34% em um ano. Conforme as informações obtidas pelo governo,
grande parte das violações ocorre dentro da família, identificados como pais, mães,
padrastos, madrastas e avós. Somente em 1,52% das situações, os agressores são
indivíduos desconhecidos das vítimas. 22
A partir da análise destas estatísticas, infere-se que a violência intrafamiliar
contra a criança e o adolescente é costumeira no Brasil. Não obstante, não aceitável
que esta situação se perpetue, sendo necessárias ações em conjunto da sociedade e
do Estado, com o intuito de desenraizar essa cultura da violência no país.
20
SECRETARIA DA SAÚDE/MINISTÉRIO DA SAÚDE. Análise epidemiológica da violência
sexual contra crianças e adolescentes no Brasil, 2011 a 2017. Boletim Epidemiológico.
Volume 49, p. 3. Disponível em:
<http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/junho/25/2018-024.pdf>. Acesso em:
02 mai. 2019.
21
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ. Criança e Adolescente. 45% das
notificações de violência no PR são contra crianças e adolescentes (SESA/PR). Disponível
em: <http://www.crianca.mppr.mp.br/2012/05/11206,37/>. Acesso em: 03 de maio de 2019.
22
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Disponível em: < https://oglobo.globo.com/sociedade/violencia-contra-criancas-adolescentes-
cresce-10-em-um-ano-no-brasil-22615667>. Acesso em: 03 de maio de 2019.
9
23
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ. Criança e Adolescente. Plano nacional
de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. Disponível em: <
http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-1632.html>. Acesso em: 03 de maio de 2019.
24
Idem.
25
UNRIC – Centro Regional de Informações das Nações Unidas. Organização mundial de
saúde declara que violência contra crianças pode e deve ser prevenida. Disponível em:
<https://www.unric.org/pt/actualidade/6912>. Acesso em: 03 de maio de 2019.
10
26
WILLIAMS, Lucia Calvalcanti de Albuquerque. In GUILHARDI,Helio Cavalcante; MADI,
Maria Beatriz Barbosa Pinho; QUEIROZ, Patrícia Piasson; SCOZ, Maria Carolina. Sobre
comportamento e cognição: contribuições para a construção da teoria do comportamento. 1*
ed. Santo André, SP: ESETec Editores Associados, 2002. v.10, p. 165.
27
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Projeto Escola que protege. Disponível em: <
http://portal.mec.gov.br/projeto-escola-que-protege/apresentacao>. Acesso em: 04 de maio
de 2019.
11
sofrida pelos alunos, revelados não apenas por sinais físicos, mas por meio da
linguagem comportamental, e preparados enfrentar a situação, criando uma relação
de confiança com a criança e a família. 28
De acordo com Marilena Ristum, é preciso investir em conscientização,
sensibilização e instrumentalização da escola, no sentido de compreender os
fundamentos e repercussões da violência doméstica, perceber alterações em atos,
gestos e interações dos alunos, que possam identificar a violência e orientar aos
profissionais a respeito de atitudes a serem empregadas no processo de dúvida e
reconhecimento da violência intrafamiliar, bem como nas medidas mais eficazes de
operação, tendo em vista o bem estar da criança e do adolescente. 29
Por fim, com base nas informações coletadas, tem-se que é indiscutível que
o desenvolvimento de estratégias para reconhecer e suprimir tanto as reiterações,
quanto as consequências da violência sexual contra crianças e adolescentes não é
uma tarefa trivial. Exige que exista preparação e disposição para que se ocorre um
análise minuciosa. O papel das escolas portanto, tendo em vista o Projeto Escola que
Protege, é compreender a responsabilidade de cada profissional relacionado à
educação, e aprimorar as técnicas e métodos que contribuam para a assistência a
esses indivíduos.
CONCLUSÃO
28
ROCHA, Genylton Odilon Rêgo da; LEMOS, Flávia Cristina; LIRIO, Flávio Corsini.
Enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil: políticas públicas
e o papel da escola. Pelotas, Revista Cadernos da Educação, n. 38. jan/abril. 2011, p. 281-
282, disponível em: <
http://www.mpgo.mp.br/portal/arquivos/2015/05/25/09_18_21_334_ABUSO_SEXUAL_e_pa
pel_da_escola.pdf>, Acesso em: 02 de maio de 2019.
29
RISTUM, Marilena. A violência doméstica contra crianças e as implicações da escola.
Temas em Psicologia - 2010, Vol. 18, no 1, p. 240. Disponível em: <
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v18n1/v18n1a19.pdf>. Acesso em: 02 de maio de 2019.
12
REFERÊNCIAS
CARDIN, Valéria Silva Galdino; MOCHI, Tatiana de Freitas Giovanini. Das Políticas Públicas
de Prevenção no Combate à Violência Intrafamiliar Contra a Criança e o Adolescente, p.3.
Disponível em: <http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=05edf455cb266ccb>.
Acesso em 01 de maio de 2019.
ONU- Organização das Nações Unidas. Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Disponível em: < https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf>.
Acesso em: 02 de maio de 2019.
ROCHA, Genylton Odilon Rêgo da; LEMOS, Flávia Cristina; LIRIO, Flávio Corsini.
Enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil: políticas
públicas e o papel da escola. Pelotas, Revista Cadernos da Educação, n. 38. jan/abril.
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http://www.mpgo.mp.br/portal/arquivos/2015/05/25/09_18_21_334_ABUSO_SEXUA
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