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DO COMBATE À VIOLÊNCIA SEXUAL DOMÉSTICA CONTRA CRIANÇAS E

ADOLESCENTES SOB O ENFOQUE DO PROJETO ESCOLA QUE PROTEGE

Beatriz Caroline Fiaes

Resumo: Desde a implementação do Plano Nacional de Enfrentamento da Violência


Sexual contra Crianças e Adolescentes, em 2000, foram desenvolvidos projetos pelo
poder público e pela sociedade, a fim de combater a agressão sexual na infância e
juventude. A despeito dessas ações, estudos apontam que os maiores ofensores são
familiares e conhecidos, dificultando sua identificação. A pesquisa se propõe, por meio
de uma metodologia empírica e bibliográfica, a analisar políticas públicas de combate
à agressão sexual contra crianças e adolescentes no âmbito intrafamiliar, sob enfoque
da atribuição da educação e das escolas nesse processo de enfrentamento. Para
tanto, exploram-se os objetivos, estratégias e consequências do Projeto Escola que
Protege, elaborado pelo Ministério da Educação, a fim de garantir e defender os
direitos estabelecidos pela Constituição e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

Palavras – chave: Violência sexual intrafamiliar. Criança e Adolescente. Políticas


Públicas. Função da escola.

Abstract: Since the implementation of the National Plan to Confront Sexual Violence
against Children and Adolescents, in 2000, projects have been developed by
government and society in order to combat aggression in childhood and youth. Despite
these actions, studies indicate that the greatest offenders are familiar and known,
hindering their identification. The research proposes, through a borrowed and
bibliographic methodology, to analyze public policies to combat sexual assault against
children and adolescents in the intra-family sphere, under the focus of the attribution
of education and schools in this coping process. To this purpose, the objectives,
strategies and consequences of the School Protects Project, elaborated by the Ministry
of Education, are explored in order to guarantee and defend the rights established by
the Constitution and by the Statute of the Child and Adolescents.

Keywords: Family sexual violence. Children and adolescents. Public policies. School
function.

INTRODUÇÃO

O estudo a respeito da criança e do adolescente faz-se necessário na medida


em que esses indivíduos são considerados vulneráveis pelo ordenamento jurídico, e
portanto, carecem de proteção por intermédio dos dispositivos normativos, agentes
públicos, políticos e de toda a sociedade na esfera pública e privada.
2

A violência sexual contra crianças e adolescentes encontra-se enraizada na


sociedade durante toda a história, assentada em condutas permissivas de tempos
pregressos e, a partir da percepção da necessidade de reprimir tais condutas,
estruturada pela complexidade de criar efetivas medidas de apuração e extinção de
tais agressões.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 2271, e o Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA), nos artigos 3º e 4º2, conceberam a criança e o adolescente
como sujeitos de direitos, ao estabelecer normas e princípios de proteção a esse
grupo, garantindo-lhes o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, em observância ao princípio da proteção integral,
compreendido como “a defesa, intransigente e prioritária, de todos os direitos da
criança e do adolescente”.3
Esses dispositivos legais preveem a responsabilidade da família, sociedade e
Estado em garantir direitos fundamentais e refrear atos contrários à sua dignidade,
incluindo a violência. Não obstante, constata-se que o enfrentamento contra a
violência sexual infantil e juvenil ainda é fundamental, ante a condição de
vulnerabilidade da criança e do adolescente, principalmente no ambiente familiar.
No primeiro momento, é necessário analisar questões conceituais em relação
à violência sexual intrafamiliar contra crianças e adolescentes, suas causas e suas
repercussões.
Em seguida, procura-se apresentar dados estatísticos obtidos pela Secretaria
da Saúde e demais instituições, que demonstram o crescimento dessa violência no
Brasil, bem como ponderar a respeito da necessidade de concretas medidas de
proteção à dignidade e direitos da personalidade da criança e do adolescente.
Finalmente, a pesquisa objetiva-se a apresentar, mediante uma revisão
bibliográfica e pesquisa qualitativa, as políticas públicas formuladas para o combate à
violência e a função da educação e das escolas, com ênfase no Projeto Escola que
Protege, ao atuar no sentido de identificar crianças e adolescentes vítimas da

1
BRASIL. Constituição: República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal,
1988.
2
________. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, DF: Senado Federal, 1990.
3
SILVA, José Luiz Mônaco da Silva. Estatuto da Criança e do Adolescente. 852 perguntas e
respostas. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2000.
3

violência, denunciar os agressores e buscar estratégias para minimizar as


consequências dos abusos, a fim de conceber métodos eficientes de promoção da
defesa de seus direitos.

2 DO CONCEITO DA VIOLÊNCIA SEXUAL INTRAFAMILIAR

A criança e o adolescente são em sua essência seres vulneráveis, na medida


em que se encontram em processo de desenvolvimento psíquico, físico e sexual. 4
Sendo assim, é indiscutível o papel fundamental da família na formação e evolução
pessoal desses indivíduos. A despeito disso, as pesquisas evidenciam o alto índice
de casos de diversas formas de agressão exercidas dentro do lar.
São diversas as classificações adotadas pela literatura a fim de conceituar a
violência sexual intrafamiliar, o que embaraça a sua compreensão plena. No entanto,
algumas interpretações a respeito desse conceito, assistem ao pesquisador a
compreendê-lo. Para tanto, é fundamental definir e descrever a noção da violência
sexual, e o que essa agressão representa no âmbito intrafamiliar.
A violência sexual manifesta-se na forma de abuso sexual e exploração
sexual, sendo considerado pelo Ministério dos direitos Humanos como sendo ações
de qualquer natureza, violadoras ao desenvolvimento sexual infanto-juvenil, exercidas
por agentes em situação de poder e de crescimento sexual distinto em relação à
criança e adolescente vítimas. Essas agressões podem ser perpetuadas por sedução,
ameaça, chantagem ou força, sendo sensoriais, estimulantes ou realizadas através
da violação.5
A distinção entre o abuso sexual e a exploração sexual encontra-se na
qualidade lucrativa do ato. Enquanto o abuso sexual está ligado à qualquer atividade
sexual que envolva relação de confiança entre o ofensor e a vítima dentro ou fora do

4
CARDIN, Valéria Silva Galdino; MOCHI, Tatiana de Freitas Giovanini. Das Políticas Públicas de
Prevenção no Combate à Violência Intrafamiliar Contra a Criança e o Adolescente, p.3. Disponível em:
<http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=05edf455cb266ccb>. Acesso em 01 de maio
de 2019.
5
MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS. Secretaria Nacional de Proteção dos Direitos da
Criança e Adolescente. Violência contra Crianças e Adolescentes: Análise de Cenários e
Propostas de Políticas Públicas / elaboração de Marcia Teresinha Moreschi – Documento
eletrônico – Brasília: Ministério dos Direitos Humanos, 2018, p. 41 – 42. Disponível em:
<https://www.mdh.gov.br/biblioteca/crianca-e-adolescente/violencia-contra-criancas-e-
adolescentes-analise-de-cenarios-e-propostas-de-politicas-publicas-2>.pdf. Acesso em: 01
de maio de 2019.
4

ambiente familiar, a exploração sexual relaciona-se com o uso desses vulneráveis a


atividade tencionada para a obtenção de lucro, ou ainda objetos de troca, podendo
ser empregados na prostituição, pornografia, tráfico ou turismo com fins sexuais.6
A violência sexual intrafamiliar, portanto, é relacionada ao abuso sexual. Pode
ser definida como aquela que ocorre no ambiente familiar, sendo cometida por um
ofensor que possui uma relação de parentesco ou afinidade com a vítima, exercendo
sua influência hierárquica ou afetiva sobre ela.7
Importa salientar que não é necessário exclusivamente que a agressão sexual
seja praticada por um dos pais, tampouco por alguém que resida juntamente com a
vítima para que seja considerada violência doméstica.

3 DAS CAUSAS E REPERCUSSÕES DO ABUSO SEXUAL DOMÉSTICO

É possível depreender que existem uma variedade de teorias e hipóteses que


procuram explicar as causas para que o abuso sexual familiar contra os mais
vulneráveis seja uma realidade. Em algumas literaturas, são apresentadas como
fatores fundamentais o incesto e a pedofilia.
De acordo com a pesquisadora Valéria Silva Galdino Cardin, o abuso sexual,
quando efetuado entre pessoas com vínculo familiar consanguíneo ou afetivo, pode
ser considerado incesto, ainda que não exercido com violência.8 Importa salientar que
o incesto, quanto praticado por pessoas plenamente capazes não é considerado crime
na ordem jurídica vigente. Entretanto, o Código Penal brasileiro proíbe expressamente
essa ação quando ligada à crianças e adolescentes, uma vez que não possuem o
pleno desenvolvimento físico e mental.

6
Ministério dos Direitos Humanos. Secretaria Nacional de Proteção dos Direitos da Criança e
Adolescente. Violência contra Crianças e Adolescentes: Análise de Cenários e Propostas de
Políticas Públicas / elaboração de Marcia Teresinha Moreschi – Documento eletrônico –
Brasília: Ministério dos Direitos Humanos, 2018, p. 42. Disponível em:
<https://www.mdh.gov.br/biblioteca/crianca-e-adolescente/violencia-contra-criancas-e-
adolescentes-analise-de-cenarios-e-propostas-de-politicas-publicas-2.pdf>. Acesso em: 01
de maio de 2019.
7
ARAÚJO, Maria de Fátima. Violência e abuso sexual em família. Psicol. estud. vol.7 no.2
Maringá Jul./Dec. 2002, p. 3.
8
CARDIN, Valéria Silva Galdino ; MOCHI, Tatiana de Freitas Giovanini. Das Políticas Públicas de
Prevenção no Combate à Violência Intrafamiliar Contra a Criança e o Adolescente, p. 9. Disponível em:
<http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=05edf455cb266ccb>. Acesso em 01 de maio
de 2019.
5

Outro fator apontado como sendo fundamento do abuso sexual, em muitas


situações trata-se da pedofilia. A origem etimológica da palavra pedofilia vem do grego
Paidos – criança, e Philia – amor, ou seja, caracteriza o amor e a atração de
determinado indivíduo por crianças, sendo classificada pela psiquiatria como uma
modalidade de perversão sexual.9
Conforme a concepção de Jorge Trindade e Ricardo Breier, algumas práticas
tendem a serem veladas, simulando brincadeiras ou jogos, abrangendo acariciamento
do tipo faz – de – conta, como brincar de médico. 10 Evidentemente, não se pode
restringir as causas que induzem a um determinado comportamento agressivo a
poucos fatores. Existe uma multiplicidade de aspectos psicológicos, sociais, e
familiares que podem induzir o abuso sexual.
De acordo com o Ministério da Saúde, o abuso sexual provoca consequências
profundas para a saúde física e mental nas vítimas, afetando o desenvolvimento
psicossocial das crianças e adolescentes, o bem-estar familiar e social, e integra
desafios para o poder público e profissionais de saúde.11
Ainda é fundamental refletir a respeito da mácula exposta na condição física
da vítima, no sentido físico, biológico e orgânico, sendo que é possível reconhecer
lesões e doenças provenientes da violação sexual.12 Além disso, é possível constar
que a reprodução perpetuada da violência, o isolamento familiar, também são
consequências advindas do abuso sexual na família. 13

4 DA DIGNIDADE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E OS DIREITOS DA


PERSONALIDADE

9
LOWENKRON, Laura. 2015. O monstro contemporâneo: a construção social da pedofilia em
múltiplos planos. Rio de Janeiro: EdUERJ, p. 102.
10
TRINDADE ,Jorge; BREIER, Ricardo. Pedofilia - Aspectos Psicológicos e Penais - Col.
Direito e Psicologia - 3ª Ed. 2013, p. 21.
11
SECRETARIA DA SAÚDE/MINISTÉRIO DA SAÚDE. Análise epidemiológica da violência
sexual contra crianças e adolescentes no Brasil, 2011 a 2017. Boletim Epidemiológico.
Volume 49, p. 10. Disponível em:
<http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/junho/25/2018-024.pdf>. Acesso em:
02 de maio de 2019.
12
FLORENTIO, Bruno Ricardo Bérgamo. As possíveis consequências do abuso sexual
praticado contra crianças e adolescentes. Revista de Psicologia, v. 27, n. 2, maio-ago. 2015,
p. 142.
13
CARDIN, Valéria Silva Galdino; MOCHI, Tatiana de Freitas Giovanini. Das Políticas Públicas de
Prevenção no Combate à Violência Intrafamiliar Contra a Criança e o Adolescente, p. 10. Disponível em:
<http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=05edf455cb266ccb>. Acesso em 01 de maio
de 2019.
6

A dignidade é um aspecto fundamental da pessoa humana, conforme o


aludido texto da Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, que
reconhece a dignidade inerente a todos os homens, e dispõe que “todos os seres
humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”.14
A Constituição Federal, de 1988, protege a criança e ao adolescente ao
reconhecê-los como sujeitos de direitos, assegurando a proteção a sua dignidade,
conforme o previsto no artigo 1º, inciso III. Depreende-se destes dispositivos que a
dignidade se trata de um valor intrínseco a todo ser humano, desde a concepção.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, em seu artigo 3º, alicerçou
a doutrina da proteção integral, e no artigo 15, garantiu o direito a liberdade, respeito
e dignidade, como pessoas humanas em processo de desenvolvimento.
A noção da dignidade da pessoa humana tem seu fundamento em Kant, que
defendia que o ser humano é um fim em si mesmo, não podendo ser tratado como
instrumento para uma determinada finalidade, bem como não é possível que exista
perante o Estado um homem sem dignidade.15
Nesse sentido, Ingo Wolfgang Sarlet conceitua a dignidade da pessoa
humana como sendo

“ (...) a qualidade intrínseca e distintiva reconhecida em cada ser


humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por
parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um
complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a
pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e
desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais
mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua
participação ativa e corresponsável nos destinos da própria existência
e da vida em comunhão com os demais seres humanos, mediante o
devido respeito aos demais seres que integram a rede da vida.”.16

Uma vez que as crianças e adolescentes integram o rol de pessoas humanas,


e portanto, possuem dignidade e lhes são assegurados os direitos fundamentais, é

14
ONU- Organização das Nações Unidas. Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Disponível em: < https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf>. Acesso
em: 02 de maio de 2019.
15
KANT, Immanuel. A metafísica dos costumes. Tradução: Clélia Aparecida Martins, Bruno
Nadai, Diego Kosbiau e Monique Hulshof. Petrópolis, RJ: Vozes; Bragança Paulista, SP:
Editora Universitária São Francisco, 2013, p. 5,6,10.
16
SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais na
Constituição Federal de 1988. 7 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009. p. 32
7

irrefutável que esses sujeitos possuem direitos da personalidade. Destarte, Adriano


de Cupis defende que os direitos da personalidade são intitulados de “essenciais”,
tendo em vista que ao suprimi-los, a personalidade permanece despojada de valor
concreto, sendo extinto o interesse para o indivíduo. 17
A personalidade, portanto, pode ser definida como os valores individuais de
cada ser humano, que lhe estimula o desenvolvimento na sociedade, tendo como
núcleo central a dignidade. Assim sendo, entende-se que os direitos da personalidade
são fundamentais a fim de acautelar direitos essenciais ao desenvolvimento humano,
ou seja à vida, à liberdade, à dignidade, à integridade física, ao nome, ao segredo,
aos valores morais e intelectuais, todos necessários ao desenvolvimento da
personalidade humana.18
Posto isto, tendo em vista os preceitos legais abrangentes na Constituição
Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), nos dispositivos
internacionais e no princípio da dignidade da pessoa humana, é inegável que a criança
e o adolescente são titulares dos direitos da personalidade, sendo fundamental ser-
lhes assegurada a proteção integral, com o intuito de desfrutarem de uma vida sem
qualquer forma de agressão, devendo a família, a sociedade e o Estado encarregar-
se do cumprimento desses direitos.19

5 DO CENÁRIO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO BRASIL

Apesar de os pais serem responsáveis por tutelar e garantir a proteção ao


desenvolvimento dos direitos fundamentais e da personalidade dos indivíduos na
infância e na adolescência, pesquisas apontam que o crescimento da violência sexual
intrafamiliar ainda é uma condição presente e crescente no Brasil.
Dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, retirados do
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sisan) em janeiro de 2018,

17
CUPIS, Adriano de. Os direitos da personalidade. Tradução de Adriano Vera Jardim e
Antonio Miguel Caeiro. Lisboa: [s. n.], 1961, p. 17.
18
FERMENTÃO, Cleide Aparecida Gomes Rodrigues. Os direitos da personalidade como
direitos essenciais e a subjetividade do direito. Revista Jurídica Cesumar – Mestrado, v. 6,
n.1, 2006, p. 246-247.
19
CARDIN, Valéria Galdino Silva; MOCHI, Tatiana de Freitas Giovanini; BANNACH, Rodrigo.
Do abuso sexual intrafamiliar: Uma violação aos direitos da personalidade da criança e do
adolescente. Revista Jurídica Cesumar - Mestrado, v. 11, n. 2 p. 401-432, jul./dez. 2011, p.
408.
8

demonstram que entre o período de 2011 a 2017, houve um alargamento de 83% das
notificações de agressões sexuais contra crianças e adolescentes. Numericamente,
foram notificadas 184.524 situações de violência sexual (abuso, exploração assédio)
sendo 58.37 (31,5%) contra crianças e 83.068 (45%) contra adolescentes.20
O estudo destaca que desse grupo, 74,2% (43.034) das crianças eram do
sexo feminino, sendo que em sua maioria pertenciam a faixa etária de 01 a 05 anos,
sendo de pele negra, bem como que as notificações se concentraram na região sul,
sudeste e norte. Além disso, apurou-se que em 69,2% dos casos, a violência ocorreu
dentro da residência, sendo que em 81,6% das situações o agressor era do sexo
masculino, bem como que em 37% dos fatos, possuía vínculo com a família.
No Estado do Paraná, de acordo com dados fornecidos pelo Ministério Público
em 2012, foram notificadas 8.775 situações de violência, sendo que 45% destas eram
praticadas contra crianças e adolescentes, bem como que a violência sexual
representava 26,9% dos casos. Informou-se ainda que essa estatística não era
precisa, uma vez que a notificação nos serviços de saúde estaria sendo
concretizada.21
Em abril de 2018, em uma reportagem exclusiva para o jornal o Globo, o
governo federal anunciou que as denúncias de agressões sexuais no Brasil tiveram
um aumento de 10,34% em um ano. Conforme as informações obtidas pelo governo,
grande parte das violações ocorre dentro da família, identificados como pais, mães,
padrastos, madrastas e avós. Somente em 1,52% das situações, os agressores são
indivíduos desconhecidos das vítimas. 22
A partir da análise destas estatísticas, infere-se que a violência intrafamiliar
contra a criança e o adolescente é costumeira no Brasil. Não obstante, não aceitável
que esta situação se perpetue, sendo necessárias ações em conjunto da sociedade e
do Estado, com o intuito de desenraizar essa cultura da violência no país.

20
SECRETARIA DA SAÚDE/MINISTÉRIO DA SAÚDE. Análise epidemiológica da violência
sexual contra crianças e adolescentes no Brasil, 2011 a 2017. Boletim Epidemiológico.
Volume 49, p. 3. Disponível em:
<http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/junho/25/2018-024.pdf>. Acesso em:
02 mai. 2019.
21
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ. Criança e Adolescente. 45% das
notificações de violência no PR são contra crianças e adolescentes (SESA/PR). Disponível
em: <http://www.crianca.mppr.mp.br/2012/05/11206,37/>. Acesso em: 03 de maio de 2019.
22
O GLOBO. Violência contra crianças e adolescentes cresce 10% em um ano no Brasil.
Disponível em: < https://oglobo.globo.com/sociedade/violencia-contra-criancas-adolescentes-
cresce-10-em-um-ano-no-brasil-22615667>. Acesso em: 03 de maio de 2019.
9

6 DO PROJETO ESCOLA QUE PROTEGE E DO PAPEL DAS ESCOLAS NO


COMBATE À VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR

Como intuito de enfrentar a agressão sexual na infância e na juventude no


Brasil, o governo criou em 2000 o Plano Nacional de Enfrentamento da Violência
Sexual contra Crianças e Adolescentes no qual foram estabelecidas estratégias para
a formulação de políticas públicas efetivas. Esse documento, a princípio, foi
organizado em seis fases: análise da situação; mobilização e articulação; defesa e
responsabilização; atendimento; prevenção; e protagonismo infanto-juvenil.23
Esse Plano passou por um processo de revisão, iniciando-se em 2004 e sendo
finalizado no ano de 2013, com a realização de debates referente as diferentes
realidades percebidas pelo país, com a contribuição de depoimentos de adolescentes,
e atualização das normas vigentes, abrangendo um projeto fundamentado em seis
novas estruturas: Prevenção; Atenção; Defesa e Responsabilização; Comunicação e
Mobilização Social; Participação e Protagonismo; e Estudos e Pesquisas. 24 Desde
então, foram estabelecidas diversas políticas públicas de prevenção e supressão da
violência infanto – juvenil.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que é viável e necessário
a prevenção da violência contra as crianças, publicando um modelo prático com a
proposta de auxiliar os países nesse objetivo. Em virtude de ter sido constatado que
as agressões ocorrem com mais frequência na esfera familiar, a pesquisa demonstrou
que estratégias reservadas a não tão somente refrear, mas evitar as agressões.25
Uma das maiores dificuldades de coibir as agressões sexuais contra crianças
e adolescentes reside no fato de que as violações não são notificadas. De fato, a
violência sexual é a infração menos denunciada na sociedade, por diversos motivos,
quais sejam: a sexualidade ainda é considerada um tabu; os sentimentos de culpa e
vergonha apresentados pelas vítimas; o temor por represálias do agressor, ou ainda,

23
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ. Criança e Adolescente. Plano nacional
de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. Disponível em: <
http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-1632.html>. Acesso em: 03 de maio de 2019.
24
Idem.
25
UNRIC – Centro Regional de Informações das Nações Unidas. Organização mundial de
saúde declara que violência contra crianças pode e deve ser prevenida. Disponível em:
<https://www.unric.org/pt/actualidade/6912>. Acesso em: 03 de maio de 2019.
10

caso o ofensor seja um familiar, o receio do afastamento, o que resulta em várias


consequências no desenvolvimento psicológico e emocional.26
Diante dessa realidade, é provável que as escolas possuam um papel
fundamental na prevenção, identificação e estímulo para a notificação. No ambiente
escolar é possível que a criança se sinta confortável e acolhida para exteriorizar suas
angústias, medos e traumas. Para tanto, é primordial que as escolas disponham de
profissionais preparados para atender e amparar crianças e adolescentes vítimas da
violência.
O Projeto Escola que Protege é um plano formulado pelo Ministério da
Educação (MEC) e pelo SECAD (Sistema de Educação Continuada a Distância), e
desenvolvido para o fomento de e defesa das crianças e adolescentes, bem como
para o combate e prevenção de violências. A estratégia predominante é o incentivo
financeiro de ações de preparo contínuo de profissionais da educação básica, e a
elaboração de materiais didáticos a respeito do assunto em questão.27
O projeto pretende obstar e interromper o ciclo de violência no Brasil. Para
que os profissionais façam parte do programa, deve-se buscar universidades públicas
ou unidades de Rede Federal de Educação que atuem na região. A capacitação do
profissional para atender a esses casos finaliza-se com a apresentação de ação de
intervenção destinada ao espaço escolar onde operam.
Os Municípios contemplados pelo programa são aqueles em existe a inclusão
do tema da promoção e defesa, no âmbito escolar dos direitos das crianças e
adolescentes; que demonstrem um índice débil de Desenvolvimento da Educação
Básica; que pertençam a Matriz Intersetorial de Enfrentamento da Exploração Sexual
de Crianças e adolescentes, ou ainda que façam parte dos programas Mais Educação
e Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento à Violência Sexual
contra Crianças no Território Brasileiro (PAIR),
A partir de então, é essencial que diretores, docentes e orientadores estejam
zelosos para os casos de vulnerabilidade, principalmente para a violência sexual

26
WILLIAMS, Lucia Calvalcanti de Albuquerque. In GUILHARDI,Helio Cavalcante; MADI,
Maria Beatriz Barbosa Pinho; QUEIROZ, Patrícia Piasson; SCOZ, Maria Carolina. Sobre
comportamento e cognição: contribuições para a construção da teoria do comportamento. 1*
ed. Santo André, SP: ESETec Editores Associados, 2002. v.10, p. 165.
27
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Projeto Escola que protege. Disponível em: <
http://portal.mec.gov.br/projeto-escola-que-protege/apresentacao>. Acesso em: 04 de maio
de 2019.
11

sofrida pelos alunos, revelados não apenas por sinais físicos, mas por meio da
linguagem comportamental, e preparados enfrentar a situação, criando uma relação
de confiança com a criança e a família. 28
De acordo com Marilena Ristum, é preciso investir em conscientização,
sensibilização e instrumentalização da escola, no sentido de compreender os
fundamentos e repercussões da violência doméstica, perceber alterações em atos,
gestos e interações dos alunos, que possam identificar a violência e orientar aos
profissionais a respeito de atitudes a serem empregadas no processo de dúvida e
reconhecimento da violência intrafamiliar, bem como nas medidas mais eficazes de
operação, tendo em vista o bem estar da criança e do adolescente. 29
Por fim, com base nas informações coletadas, tem-se que é indiscutível que
o desenvolvimento de estratégias para reconhecer e suprimir tanto as reiterações,
quanto as consequências da violência sexual contra crianças e adolescentes não é
uma tarefa trivial. Exige que exista preparação e disposição para que se ocorre um
análise minuciosa. O papel das escolas portanto, tendo em vista o Projeto Escola que
Protege, é compreender a responsabilidade de cada profissional relacionado à
educação, e aprimorar as técnicas e métodos que contribuam para a assistência a
esses indivíduos.

CONCLUSÃO

A criança e o adolescente foram concebidos como sujeitos de direitos e


possuidores de proteção nas últimas décadas. A salvaguarda de seus direitos
fundamentais, sua dignidade e sua personalidade ainda precisa ser consolidada.
A concepção da violência sexual contra a criança e o adolescente faz-se
necessária, assim como a agressão intrafamiliar, a fim de que exista uma melhor
compreensão a respeito do tema.

28
ROCHA, Genylton Odilon Rêgo da; LEMOS, Flávia Cristina; LIRIO, Flávio Corsini.
Enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil: políticas públicas
e o papel da escola. Pelotas, Revista Cadernos da Educação, n. 38. jan/abril. 2011, p. 281-
282, disponível em: <
http://www.mpgo.mp.br/portal/arquivos/2015/05/25/09_18_21_334_ABUSO_SEXUAL_e_pa
pel_da_escola.pdf>, Acesso em: 02 de maio de 2019.
29
RISTUM, Marilena. A violência doméstica contra crianças e as implicações da escola.
Temas em Psicologia - 2010, Vol. 18, no 1, p. 240. Disponível em: <
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v18n1/v18n1a19.pdf>. Acesso em: 02 de maio de 2019.
12

Por meio de uma análise de literatura, e dados estatísticos do Brasil, verifica-


se que a família, que teoricamente estaria na posição de proteção e amparo aos mais
vulneráveis, estão no rol dos principais agressores, principalmente quando se trata da
violência sexual, por diversas causas que transferem consequências físicas,
emocionais e psíquicas duradouras.
Apesar dos esforços do poder público e de campanhas de conscientização a
respeito, ainda existem inúmeros desafios a serem superados, com a finalidade de
superar e erradicar a violência, como por exemplo, o embaraço das vítimas em
denunciar os abusos vivenciados.
Como uma das estratégias de percepção e amparo das crianças e
adolescentes vítimas do abuso sexual, o Ministério da Educação desenvolveu o
Projeto Escola que Protege, operando na medida em que qualifica e capacita os
profissionais envolvidos com esses indivíduos a perceberem prováveis vítima,
estimularem a construção de uma resposta que responsabilize os agressores e
superar os traumas.
Contudo, a omissão das denúncias não é o único bloqueio para a
responsabilização dos agressores e eliminação da agressão. Portanto, é fundamental
que sejam idealizadas novas políticas públicas e planos, em um conjunto de iniciativas
da sociedade e do poder público, que contribuam para atender aos diversos
empecilhos que obstam para que as crianças e adolescentes sejam defendidos da
violência sexual.
13

REFERÊNCIAS

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