Edgar Steffens
Mestrando no Programa Mestrado Associado UniRitter/Mackenzie
Uniritter
edgar.steffens@gmail.com
Resumo: O artigo busca apresentar estratégias de revitalização da escadaria João Manoel e seu
entorno imediato, situada no centro histórico do município de Porto Alegre. Atualmente a
escadaria se encontra em estado bastante crítico, ociosa e abandonada, tendo seu principal uso,
o de levar os usuários da cidade baixa à cidade alta, subutilizado, em razão da falta de segurança
– principalmente durante a noite – do espaço. O presente artigo irá analisar os aspectos formais e
históricos da escadaria, quais as intenções do seu projeto na época de sua construção, qual era
sua relação com a cidade e seus usuários e como isso acontece nos dias de hoje. A nova
proposta de requalificação da escadaria e seu entorno será embasada em referências teóricas
acerca do tema patrimônio arquitetônico. O objetivo da proposta é devolver esse espaço público,
antes essencial e valorizado na cidade, aos usuários, criando espaços dignos de convivência,
trazendo vitalidade ao local.
1 Introdução
Porto Alegre desenvolveu-se às margens do Rio Guaíba, tendo seu centro histórico
ocupado em uma parte de costa onde se conforma uma península. Os imigrantes
portugueses fundadores da cidade seguiram a lógica de estarem próximos à água potável.
A grande diferença de níveis no próprio centro histórico não era um problema para os
portugueses, suas cidades comumente tinham bairros descritos como “bairro alto” e “cidade
baixa”, e em Porto Alegre isso não foi diferente.
Neste contexto, as ruas se tornavam escadarias quando a declividade ultrapassava a
inclinação máxima a ser percorrida pelas carruagens. A escadaria da Rua João Manoel,
projetada pelo arquiteto Christiano de la Paix Gelbert, é uma conexão entre as ruas Duque
Junto à escada se construiu uma sequência de casas feitas para aluguel, como
ilustram as figuras 1 e 2. Na época de sua construção, as residências eram consideradas
como um investimento sólido para as famílias com posses. Segundo Aloise, no total foram
nove casas sob autoria do arquiteto Theo Backer e João Knogl e execução de Theo
Wiederspahn. Inicialmente as casas pertenciam à família Chaves Barcellos, porém, em
1929, foram vendidas para Felisberto Barcelos Ferreira de Azevedo.
A família Chaves Barcellos, com o passar dos anos, perdeu todo o poder econômico
que outrora tivera. Seus antigos líderes faleceram e seus espólios divididos em diversos
herdeiros. As heranças foram recheadas de bens de grande importância urbanística e
arquitetônica, mas, a maioria já se encontrava em estado avançado de degradação devido
à falta de investimentos em suas manutenções.
Os bens arquitetônicos que se encontravam junto à escadaria da rua João Manoel se
encontram, atualmente, em estado crítico, contribuindo para a subutilização do local como
passagem peatonal. Além disso, o desenvolvimento automotor também foi causa do
desuso da escadaria.
Figura 3: As três primeiras imagens ilustram a situação atual da escadaria, enquanto a quarta imagem mostra
a Rua João Manoel no treco entre a escadaria e a Rua Duque de Caxias
2 Contexto Teórico
4 Projeto de Revitalização
Figura 6 e 7: Escadaria da rua João Manoel, em 1929, vista da rua Cel. Fernando Machado.
5 Considerações Finais
Referências
ALOISE, Júlia Miranda. Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul. Nova
Sede e Revitalização à Duque de Caxias. Porto Alegre. Faculdade de Arquitetura.
UFRGS. 2013.
CUNHA, Claudia dos Reis e. Alois Riegl e. Revista Cpc, [s.l.], n. 2, p.6-16, 1 out. 2006.
Universidade de Sao Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas - SIBiUSP.
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KUHL, Beatriz Mugayar. Notas Sobre a Carta de Veneza. Anais do Museu Paulista:
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Disponível em: <http://www.ipc-undp.org/pt-br/publication/28110>. Acesso em: 26 set. 2018.