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Nomenclatura das cores

Fabrícia Ribeiro
Um pouco de história
Antes da pluralidade de idiomas que temos hoje no mundo, o panorama das línguas era bastante
diferente. Os linguistas defendem a ideia de que a maioria das línguas europeias e parte dos idiomas da Ásia
tiveram um ancestral comum, que recebeu o nome de protoindo-europeu (PIE) e estima-se que era falado
por volta de 5 mil anos a. C.
A partir dele, muitos outros idiomas tiveram origem, incluindo as línguas românicas, da qual o
português faz parte ao lado do francês, espanhol, italiano e romeno. Já o inglês, que é atualmente um dos
idiomas mais falados no mundo, vem da família das línguas germânicas, de onde também surgiu o alemão e
o holandês.
As línguas românicas, também conhecidas como línguas latinas, se originaram da evolução do latim,
especialmente do latim vulgar que era falado pelas classes mais populares. Isso explica o fato da origem de
muitas palavras do português estar no latim, mas também não podemos deixar de levar em consideração a
influência de outros idiomas, como o árabe, o alemão, o francês, o inglês, o italiano e algumas línguas
africanas, por exemplo
Abaixo você confere a história dos nomes das cores, de acordo com Mário Eduardo Viaro, professor
de Língua Portuguesa da Universidade de São Paulo, (...) e algumas definições dos nomes das cores em
inglês (...)
(Vale notar que não existem evidências diretas do PIE porque não há registros escritos. Sendo assim,
as palavras que conhecemos são reconstituições feitas a partir de outras línguas e por isso elas são
sinalizadas com um asterisco.)

Preto
Em latim, a palavra que designava a cor preta tinha uma noção de algo denso, espesso e, por
consequência, apertado. A partir daí fica mais fácil entender a origem do nome, que está no latim
appectoráre, que significava “comprimir contra o peito”. Com o tempo, a palavra se transformou em
apretar e depois ganhou a forma atual.
A palavra negro, que também designa a cor escura, tem sua origem no latim nigrum, sendo que em
outras línguas latinas ela ganhou formas bastante semelhantes: negro (espanhol), nero (italiano), noir
(francês) e negru (romeno).
Já em inglês, a palavra black remete à escuridão, assim como significa “queimar”. Sua origem está
em *blakkaz (do proto-germânico), que evoluiu para blaec (no inglês antigo) e chegou à forma que
conhecemos hoje.

Branco
Em latim, o oposto da cor mais densa era albus e é justamente daí que temos palavras eruditas como
alvo e albino, que remetem à cor branca. Já a própria palavra branco tem origem germânica e significava
originalmente algo reluzente, brilhante ou polido. Isso nos permite entender melhor o sentido da expressão
“armas brancas”.
É interessante notar que a forma latina original só se manteve em romeno (alb), sendo que as demais
línguas latinas também aproveitaram a versão germânica e formaram blanco (espanhol), blanc (francês)
e bianco (italiano).
Em inglês, acredita-se que a palavra que representava a cor branca em PIE fosse *kwintos. Depois ela
se transformou em *khwitz (proto-germânico), hvitr (nórdico antigo), hwit (saxão antigo) e wit (holandês).
Mais algumas mudanças e a palavra virou white que é a forma que usamos hoje em dia.

Vermelho
Você já ouviu falar que o pigmento vermelho é retirado de um inseto chamado cochonilha? Pois é
justamente nesse animal que está a origem do nome e da cor que conhecemos hoje. Coccum é o nome latino
desse inseto que produz pigmentos em tons de vermelho. Por esse motivo, em latim, a cor escarlate ganhou
o nome de coccinus, que chegou até o grego moderno como kókkinos. Em português, nós perdermos o nome
original do animal, mas ficamos com a ideia de um “pequeno verme”, que é de onde veio vermiculum, a
palavra que deu origem à nossa cor.
No proto-germânico, a palavra usada para designar objetos vermelhos era *rauthaz, que foi derivada
em raudr (nórdico antigo), rod (saxão antigo) e rØd (holandês), chegando até o red do inglês moderno.

Verde
Curiosamente, mesmo sendo de famílias diferentes, a origem do nome da cor verde em inglês e
português tem uma explicação bastante semelhante. Nos dois casos, a palavra que deu origem ao nome da
cor significava crescer, verdejar. Em latim, o verbo é viridem, que é de onde veio o nosso verde – além da
mesma forma ter sido adotada em espanhol, romeno e italiano –, que se transformou em vert para os
franceses.
Já em PIE, o verbo crescer era *ghre, que se tornou graenn (nórdico antigo) e grown (holandês). Em
saxão antigo, a palavra grene indicava tanto a cor quanto coisas jovens e imaturas e foi daí que veio o
green que conhecemos hoje.

Amarelo
A etimologia do amarelo é um pouco mais incerta, mas acredita-se que seja uma derivação da palavra
amarus, que era o diminutivo de amargo em latim. A relação entre o sabor e a cor pode parecer estranha,
mas trata-se de uma referência ao gosto amargo da bile.
A cor duvidosa da substância também nos chama atenção para o fato de que durante muito tempo as
divisões do espectro de cores não eram muito exatas, o que acabava por resultar em um mesmo nome para o
que hoje entenderíamos como duas cores.
Isso fica ainda mais claro se pensarmos que no PIE a palavra *ghel era usada tanto para verde quanto
amarelo. Ela chegou no nórdico antigo na forma de gulr e ganhou as grafias geolu e geolwe no inglês antigo.
Com o passar do tempo, a palavra se transformou em yellow no inglês moderno.

Azul
Embora o latim tenha uma forma que chegou até o português, a palavra cerúleo (do latim caeruleus)
é muito pouco usada. A verdade é que o nosso famoso azul vem do árabe, que por sua vez veio do termo
persa que designa uma pedra preciosa chamada lápis-lazúli. Essa forma também chegou ao espanhol (azul) e
ao italiano (azurro).
Por outro lado, o francês não seguiu a mesma ordem das demais línguas latinas e foi buscar o
seu bleu nas línguas germânicas, onde a palavra *bhle-was (PIE) significava brilhar. Depois veio o proto-
germânico (*blaewaz) e o inglês antigo (blaw). Curiosamente, o blue do inglês moderno é uma das palavras
de origem francesa que compõem o idioma.

Outras cores
Quando falamos em cores, é sempre importante lembrar que muitas delas receberam seus nomes por
causa de plantas, animais e outros seres. Rosa, cinza e violeta são alguns exemplos bem evidentes desse
processo.
Um exemplo disso é a palavra laranja, em português e orange, em inglês. Essa cor ganhou seu nome
justamente por causa da fruta que, em sânscrito, era naranga. Em árabe e persa, a fruta ganhou o nome
de naranj e se transformou em pomme d’orenge em francês antigo.
O marrom é outra cor que tem sua origem em um elemento da natureza. Em
francês, marron significa castanha e é daí que vem o nome do legítimo “marron glacê”, que é feito com
castanhas. Por outro lado, o nome do fruto se manteve em algumas expressões, como “olhos e cabelos
castanhos”.

A origem do nome das cores. Disponível em: <http://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/41872-


voce-sabe-a-origem-do-nome-das-cores-.htm>

GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação: a construção biofísica, lingüística e cultural da simbologia
das cores. São Paulo: Annablume, 2000. 3ed.
WILLS, Pauline.O uso da cor no seu dia-a-dia.São Paulo: Editora Pensamento.

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