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Jornal Gratuito Sexta-Feira 15 de Maio de 2015 • Venda Proibida • Edição Nº 337 • Ano 7 • Fundador: Erik Charas sexual e reprodutiva

Acidente de Ligeira descida de


Um músico, um temperatura em
viação fere
Moçambique, calor
gravemente escritor, um em Tete
um cidadão em pastor...
Nampula O Instituto Nacional de Meteoro-
logia prevê o seguinte estado do
Texto: Redacção
tempo para esta sexta-feira (15)
Um indivíduo cujo nome não foi nas principais cidades de Moçam-
possível apurar, que se fazia trans- bique: nas províncias de Niassa,
portar numa motorizada sem chapa Cabo Delgado e Nampula prevê-
de matrícula, contraiu ferimentos -se céu pouco nublado localmen-
graves na manhã de quinta-feira (14), te muito nublado.
no bairro de Mutauanha, na cidade
de Nampula, em consequência de Possibilidade de ocorrência de
um acidente de viação envolvendo chuvas fracas locais na faixa cos-
uma viatura de transporte semico- teira de Cabo Delgado. Neblinas
lectivo de passageiros. ou nevoeiros matinais locais.
Vento de sueste a leste fraco a
O caso deu-se por volta das 07h00
moderado.
na Estrada Nacional número 1 (EN1),
na zona do Muakowanvela. O ci-
Para as províncias de Tete, Zam-
dadão ficou ferido quando tentou,
bézia, Manica e Sofala prevê-se
descontroladamente, atravessar a Já provocou o maior debate religioso e/ou social de, quase, todos os tempos, ao lançar uma
céu pouco nublado temporaria-
estrada, tendo sido colhido por um obra que questiona a existência de negros na Bíblia Sagrada. É músico, escritor, pai, avô,
mente nublado. Neblinas
carro que circulava a uma velocidade pastor, versátil, curioso, audacioso e incitador de profundas reflexões. É cúmplice de João
moderada. Cabaço e Hortêncio Langa. Tem várias “ovelhas” por cuidar, dois livros nas livrarias e uma ou nevoeiros matinais locais.
Testemunhas ouvidos pelo @Verda- “relíquia musical” a preservar. Chama-se Arão Litsure. Vento de nordeste a leste fraco
de afirmam que avítima transgrediu Texto: Reinaldo Luís • Foto: Eliseu Patife a moderado. Nas províncias de
as normas de trânsito. “Ele entrou Inhambane, Gaza e Maputo pre-
na estrada sem prestar atenção en- Actualmente com uma carreira história... trina da igreja, tanto das senhoras vê-se céu pouco nublado tempo-
quanto doutro lado vinha um carro”, de mais de 40 anos, Arão Litsure como também dos jovens, influen- rariamente nublado. Possibilida-
relatou um cidadão identificado pelo já deu provas sólidas da sua matu- @Verdade: Nasceu numa famí- ciou muito a minha escolha, pois de de ocorrência de chuvas fracas
de António dos Santos. ridade como músico, mas também lia de compositores... Terá isso, sabe-se que ela ensinava música. locais, por vezes acompanhadas
de uma grande jovialidade em até certo ponto, o influenciado a de trovoadas na faixa costeira.
O lesionado foi socorrido e trans-
palco. Além de ser um bom gui- gostar da música? Ainda me lembro perfeitamente
portado para o Hospital Central de
tarrista, músico, é igualmente um Arão Litsure: Com certeza. O fac- de que a primeira vez que li as Neblinas ou nevoeiros matinais
Nampula (HCN), onde se encontra
óptimo dançarino. Conheça a sua to de a minha mãe ter sido maes- notas musi- continua Pag. 02 locais. Vento de nordeste a noro-
sob cuidados intensivos.
este, rodando para sueste fraco a
Populares tentam linchar cidadão em Nampula Mundo moderado.

Um cidadão, cujo identidade não foi possível apurar, foi


brutalmente espancado por populares, por alegada tentativa
Sobe para 76 o número de mortos no Confira as temperaturas previstas:

de roubo numa residência, e escapou do linchamento na mais recente terramoto no Nepal Cidade Máx ºC Mín ºC
noite da última quarta-feira (13), na zona da Subestação, na Maputo 29 20
O número de mortos devido ao terramoto de 7,3 graus que
cidade de Nampula. afectou o Nepal na terça-feira chegou a 76 e o de feridos a Xai-Xai 28 18
Texto: Redacção
2.374, segundo os últimos dados divulgados pela Polícia do Inhambane 29 19
O acto aconteceu dias depois de três ci- da quando os líderes locais intervieram país asiático.
dadãos que que cumpriam penas no Es- para evitar o pior. Vilankulo 30 18
Texto & Foto: Redacção/Agências
tabelecimento Penitenciário de Itoculo, Beira 31 18
Os cidadãos que protagonizaramtal
outrora Centro de Reeducação, no posto Chimoio 29 15
situação justificaram o seu comporta- o epicentro a 18 quilómetros
administrativo de Itoculo, no distrito de
mento com a alegada onda de criminali- a sudeste da cidade nepalesa Tete 33 21
Monapo, província de Nampula, terem
dade que assola o seu bairro e linchando de Kodari, no distrito de Sin-
sido linchados até à morte por popula- Quelimane 30 18
o indivíduo estariam a desencorajar as dhupalchok, próxima à fron-
res, supostamente porque estavam en- Nampula 29 19
outras gangues de assaltar os seus do- teira tibetana.
volvidos no assassinato de uma pessoa
micílios. Pemba 29 21
na sua própria habitação.
Os tremores de terça-feira Lichinga 26 14
A justiça pelas próprias mãos tem vindo
Consta que por volta das 19h00 da- acabaram por derrubar de-
a ganhar terreno naquela cidade norte-
quela quarta-feira (13), horas depois de zenas de casas e edifícios
nha, pese embora os apelos das autori- Diga-nos quem é o
se registar um corte do fornecimento As operações de resgate con- danificados em Abril. Segun-
dades policiais para que, em caso de al-
de energia elétrica na zona, o supos- tinuam em andamento, indi- do o Governo nepalês, pelo
gum roubo, por exemplo, os lesados se
to ladrão aproveitou-se da escuridão e cou na sua conta no Twitter menos 300 mil casas foram
dirijam à esquadra e quando conseguem
introduziu-se numa casa, onde foi sur- o corpo de segurança, que devastadas pelo terramoto
deter os ladrões estes devem ser entre-
preendido pelos proprietários a tentar recuperou com vida 12 pes- do dia 25.
gues à Polícia.
saquear bens. soas, entre elas um america-
Este não é o primeiro linchamento no e uma coreana, na cidade A forte réplica voltou a atin-
Os donos da casa gritaram por socorro e
frustrado que acontece em Nampula. de Chautara, no flagelado gir os distritos de Dolakha e
os vizinhos, que pareciam estar atentos
A 22 de Abril um cidadão, de aparen- distrito de Sindhupalchok. Sindhupalchok, este último
à situação, não se fizeram de rogados e
temente 24 anos de idade, escapou ao o mais afectado pelo terra-
ocorreram para acudir. Volvidos alguns
mesmo acto no bairro de Mutauanha, O Ministério do Interior ne- moto de 7,8 graus de Abril,
minutos de perseguição, o presumível
alegadamente porque foi surpreendido palês informou no início da já que registou mais de um
larápio caiu nas mãos de populares, ten-
a assaltar numa residência, numa altura manhã local que a forte ré- terço das vítimas. Envie-nos um
do sido agredido fisicamente.
em que todos os membros da família se plica desta semana ao ter- SMS para
À semelhança do que acontece em encontravam a dormir. ramoto de 7,8 graus de 25 O tremor de terra de terça-
90440
todos os crimes em que as multidões de Abril causou, além disso, -feira deixou também pelo
fazem justiça pelas próprias mãos, al- No mesmo mês, naquele bairro, um jo- danos em 32 dos 75 distritos menos 17 mortos e 39 feri- E-Mail para
guém que integrava o grupo de pessoas vem de 25 anos de idade, acusado de do Nepal. dos no norte da Índia e um averdademz@gmail.com
que espancavam o indivíduo a que nos roubo, foi agredido fisicamente a ponto falecido no Tibete, além de
ou escreva no
referimos pediu combustível e tentou de estar em coma no Hospital Central O Serviço Geológico dos Es- ter sido sentido em Bangla-
incendiar a vítima. A acção foi frustra- de Nampula (HCN). tados Unidos (USGS) situou desh. Mural do Povo
02
Plateia
www.verdade.co.mz
15 de Maio de 2015

continuação Pag. 01 - Um músico, um escritor, um pastor...

cais foi com ela. E isso era obrigatório. Mas, era), que perguntou o que eu queria. Res-
claro, às vezes rebelava-me, pura e simples- pondi que queria tocar com eles. Inespera-
mente porque não sabia que importância damente, ele deu-me uma guitarra e, sim-
aquilo tinha. plesmente, disse toca.

@Verdade: Um pouco antes de fazer par- Toquei uma música dos Beatlese, no fim,
te do trio constituído por si, João Cabaço olhou para mim e disse que caso precisas-
e Hortêncio Langa e do Alambique, como sem de mim iriam chamar-me. E até agora
é que era a sua vida como músico, embo- nunca mais fui solicitado.
ra principiante?
Arão Litsure: É muito interessante a sua Passado algum tempo, penso que foi em
questão e posso dizer que desde os meus 1974, voltei a encontrar-me com ele a tocar
sete anos (digo sete porque já era atento, num conjunto chamado Mwenemutapa. En-
talvez tenha sido antes) comecei a cantar tão, de novo, ele ouviu-me a cantar e desta
num grupo de crianças do bairro. Volvidos vez ficou satisfeito com a evolução, de tal
alguns anos, lá para os finais dos anos 60, sorte que num outro dia apareci em casa
formei um duo na igreja. Era eu e Eduardo dele com alguns amigos. E assim criamos a
Maoshe. Fazíamos um dueto e cantávamos amizade.
nos templos por onde éramos convidados.
@Verdade: Fez parte de muitos agrupa-
Passado algum tempo o agrupamento alar- mentos de música e o Alambique é um
gou-se para um quinteto e, no início dos dos que mais o marcou. Por que razão o
anos 70, saí para cantar com Filipe forman- colectivo se desfez?
do o Duo Seara. Como membro do “Seara” Arão Litrsure: Olha, em tom de brincadei-
actuávamos em vários estabelecimentos da ra, quando alguém me faz essa pergunta
cidade de Maputo, na altura Lourenço Mar- antes de responder também procuro saber
ques, até que conhecemos um indivíduo o paradeiro dos Beatles. É claro que alguns
chamado Pedro Xavier Nhantumbo, que já morreram, mas eles separaram-se antes
gostou de nós e, posteriormente, se aliou. dos falecimentos. Era um bom grupo e de-
sapareceu.
Dado o número de membros, o produtor su-
geriu que trocássemos o nome para Seara Com isso quero dizer que o processo de vida
Três. E, finalmente, depois deste agrupa- leva alguns grupos a desaparecerem. Eu
mento passei a tocar com Hortêncio Langa deixei o Alambique em 1978 para ir estudar
e João Cabaço. no Zimbabwe. Mas, aquando da minha via-
gem, eles convidaram Stewart Sukuma para
@Verdade: Nos dias que correm, as gran- me substituir no canto. Feito isso, o conjun-
des figuras das nossas comunidades têm to continuou a trabalhar tanto que fez algu- se fala de Jesus Cristo, ou mesmo de outros sim. É possível que alguém viva de uma úni-
sido inspirações para os mais novos. mas viagens para o estrangeiro. santos, sempre nos é mostrada uma ima- ca coisa? Então todos somos contempláveis.
Arão nasceu e, quase, cresceu no distri- gem de brancos. Então questionei a todos os Mas o caricato em tudo, para muitos, é dife-
to de Panda, província de Inhambane. Agora, temos também dois membros fora leitores se Há(via) Negros na Bíblia. renciar a minha vida religiosa da artística.
Conte-nos como é que foi a sua infância. do país, Childo e Celso Paco. Embora o gru- Não há dúvidas de que as pessoas não acei-
Arão Litsure: É certo, nasci no distrito de po já não esteja a trabalhar como tal, quan- Primeiro foi pura brincadeira, mas o pro- tam esse facto com agrado. Só não sei o que
Panda, em Inhambane, mas só vivi lá até do eles vêm de férias ainda nos juntamos fessor que me orientava encorajou-me a lhes vem na alma quando me vêm a cantar
aos meus quatro anos, tendo depois, com para actuarmos. continuar com a vasculha do assunto. Daí e a tocar.
a mesma idade, me “exilado” em Lourenço o resultado que saiu. É claro que este livro
Marques. Não lhe posso contar nada sobre @Verdade: E o que aconteceu com o trio? levantou uma polémica, mesmo dentro da Vou contar um história que aconteceu ao
o que aconteceu antes desse tempo, mas em Arão Litsure: Eu não diria que se desfez. universidade porque se pensava que eu ti- longo da minha vida. Eu apareci, pela pri-
Lourenço Marques residi no bairro de Cha- O grupo existe latente, ou a hibernar-se se nha a pretensão de afirmar a minha auto- meira vez, com uma guitarra dentro da
manculo. Aliás, antes de Chamanculo morei quisermos usar esta expressão. Com o an- -estima e questionar os seus princípios. igreja numa época em que era proibida a
na casa Sá, perto da antiga UFA, actualmen- dar do tempo agente cresceu e teve outras entrada deste instrumento no santuário.
te Romos. actividades. No meu caso, por exemplo, há Mas agora digo: há mesmo negros na bí- Isso foi no Choupal, hoje bairro 25 de Ju-
tarefas que se sobrepõem à música, sem ela blia. Como a primeira edição já esgotou na nho.
Então, diria que a minha infância foi, logi- morrer. João Cabaço também tem tido algu- segunda quero trazer os capítulos que sus-
camente, igual à de todas as crianças que mas recaídas, devido à sua saúde. tentam a existência de africanos no livro A verdade é que andei a ensaiar às escon-
brincam e frequentam a igreja. Uma vez sagrado. didas com a guitarra durante seis meses na
que o meu pai era pastor, sempre tive fortes @Verdade: É um homem multifacetado. minha casa. O meu pai nem sequer desco-
ligações com o templo. E, curiosamente, lá Ao longo dos tempos mostrou-se hábil e @Verdade: Nunca frequentou uma esco- briu que havia uma viola lá, só a minha mãe
canta-se. E o canto é a minha praia. perseverante. Como é que Arão consegue la de música, mas canta como ninguém. é que era conivente. E então, no dia em que
aliar a música à literatura? Há algum segredo para este sucesso? decidimos tocar na igreja, pedimos a um mi-
@Verdade: Já passam oito anos depois Arão Litsure: Olha, quem é músico e, so- Arão Litsure: De facto, nunca frequentei údo para trazer o instrumento que estava
de ter lançado o último trabalho disco- bretudo, compositor, quer queira quer não, uma escola formal de música. Por exemplo, escondido num dos compartimentos.
gráfico “Arão Litsure 10 anos depois”. E escreve versos para as suas músicas e esse quando estivemos em Portugal como trio a
agora, o que se pode esperar? exercício é literário. tocar num coliseu, alguém me fez a mesma Entramos na igreja como coro e ninguém
Arão Litsure: Sabe, essa é uma pergunta pergunta. Aliás, a pessoa pediu que eu lesse desconfiava de nada, quando de repente
recorrente. De facto, posso dizer que não A minha relação com a escrita vem de há partituras, mas, como não sabia, recusei. o petiz, inocente, aparece e nos entrega o
estou parado. Estou a trabalhar. Por exem- anos. Mas com a minha ida ao estrangeiro instrumento à vista de todos. Rapidamen-
plo, as músicas que tenho, cantando para o para estudar teologia, no nível universitário Acredite que a pessoa ficou desesperada. te sem que ninguém interditasse, tocámos.
público, ainda ilustram a minha presença (licenciatura e mestrado), devido à necessi- Não acreditou em nada do que eu disse. Mas Alguns gostaram e outros não. Mas há um
nesta área. Embora não seja de afiançar da- dade de escrever monografias e por influên- a partir daí ele ofereceu-nos uma série de li- diácono, já falecido, que nos deu força para
tas e promessas, estou agora a preparar um cia de alguns amigos que já escreviam como vros sobre a música. Então, o meu talento é continuar.
próximo disco compacto. é o caso de Hortêncio Langa, decidi começar fruto de várias experiências. É preciso mui-
também a “esboçar” algumas histórias. ta entrega. Ouvimo-lo a conversar com um dos cléri-
@Verdade: É tido como cúmplice de Hor- gos da igreja, manifestando a sua satisfação
têncio Langa e juntos elevaram a músi- Então comecei a pegar nas minhas disserta- @Verdade: Ultimamente não tem subido quando nos viu a tocar e a cantar. Estas pa-
ca moçambicana. Conte-nos como é que ções, tanto para o grau de licenciatura como aos palcos com regularidade. A que se lavras ainda fazem sentido na minha vida.
começa a sua relação com este homem, para o de mestrado, e transformei-as em li- deve esse distanciamento?
recentemente homenageado. vro. O primeiro já foi publicado e o outro Arão Litsure: Eu acho que é o natural de- @Verdade: Para além do trabalho disco-
Arão Litrsure: A relação com Hortêncio está ainda a ser preparado. Por incrível que senrolar da vida. Ultimamente, são várias gráfico que está a preparar e da segunda
Langa começa há anos. Na altura frequen- pareça, antes deste – a ser organizado agora as tarefas para uma única pessoa. Não vou edição de Há Negros na Bíblia (?), o que
tava o Liceu António Enes, hoje Escola Se- – acabei por publicar 25 Contos do Ventre dizer que estou a dar lugar aos mais novos, podemos esperar de Arão?
cundária Francisco Manyanga. No princípio dos Refugiados. mas quando a gente cresce há sempre aque- Arão Litsure: Na escrita tenho muita coisa
dos anos 70, um amigo disse-me que havia la necessidade de se desligar de outras ta- por lançar. Quero prolongar a discussão em
um grupo no Alto Maé que precisava de um @Verdade: O título Há Negros na Bíblia refas. Mas confesso e afirmo que a música torno da Bíblia. E o próximo livro será Há
viola solo para tocar com eles e, surpreen- (?) parece-me um tanto sugestivo. Pode continua no meu coração. Dinheiro na Bíblia?
dentemente, era o colectivo de Langa. Ele descortinar a mensagem?
já tocava com Wazimbo, como vocalista, e Arão Litsure: Como já disse, o processo @Verdade: É reverendo, músico, escri- A razão é simples: ultimamente as pesso-
com outros artistas de renome. inicia com a pesquisa de um tema que usei tor, pai, avô... Olhando para o seu suces- as têm-se agarrado às Sagradas Escrituras,
para escrever a minha dissertação para so, como é que consegue ultrapassar a mas no fim do dia o dinheiro aparece como
Então, num dia, decidi ir para lá. Quan- o grau de mestrado. Portanto, devido aos pressão quotidiana? o centro das nossas atenções. Então quero
do cheguei fui atendido por um indivíduo anos de estudo bíblico, pensei em trazer ArãoLitsure: Muitos acham estranha esta descobrir a ligação que existe entre a Bíblia
(chamo-o indivíduo porque não sabia quem uma discussão. É interessante que quando situação, mas eu acho que todos somos as- e o dinheiro.
03
Cidadania
www.verdade.co.mz
15 de Maio de 2015

@V
d’ er

dade
Selo
Editorial
averdademz@gmail.com
Declaração de Maputo da Sociedade Civil Africana sobre Justiça Climática
Defensores de Justiça Climática, representan- florestal (REDD), as plantações industriais, a comunitário local sobre florestas, produção ali-
Os estrangeiros go- tes de comunidades e de movimentos sociais engenharia genética, os agro-combustíveis e a mentar e uso medicinal e cultural da terra e das
reuniram-se em Maputo, Moçambique de 21 a geo-engenharia, observando, por exemplo, que florestas; o financiamento de pesquisas nessa
zam de imunidade 23 Abril de 2015, para abordar as raízes, mani- o carvão limpo não existe; área e que este passe a fazer parte do sistema
em Moçambique? festações e impactos das mudanças climáticas
5. Rejeitamos a falsa noção de “economia ver-
de educação pública;
A recente e mega apreensão de 340 em África e para refletir sobre as respostas ne-
de”, que nada mais é do que uma manobra para 7. Exigimos uma transição urgente de formas
pontas de marfim, equivalentes a 1.160 cessárias para essas crises.
mercantilizar e acelerar a destruição da natu- de energia suja para sistemas de energia lim-
quilogramas, e 65 cornos de rinoce- No final das deliberações, foi acordado que reza; pa, que assegurem que os trabalhadores e tra-
ronte, com um peso estimado em 124 África está a ser desproporcionalmente afecta- balhadoras estejam devidamente equipados
quilogramas, num condomínio de luxo 6. A energia renovável que é socialmente con-
da pela crise climática, embora não tenha con- e equipadas e munidos e munidas de novos e
em Tchumene, no município da Matola, trolada deve ser promovida em todo o conti-
tribuído significativamente para o problema. A saudáveis postos de trabalho, criados por essa
onde vivia um cidadão de nacionalidade nente;
conferência também observou que a crise cli- mudança;
chinesa, deixou claro que as soluções mática é de natureza sistémica e é resultado de 7. Apelamos à criação de sistemas financeiros
para a caça furtiva não terão lugar tão 8. Os governos deverão apoiar a produção ali-
sistemas económicos e políticos defeituosos que que promovam e facilitem opções de energia
brevemente como seria de desejar. A mentar agro-ecológica de produtores de peque-
exigem revisão urgente. Em particular, a reu- limpa, incluindo subsídios de apoio, emprésti-
qualquer momento, todo o trabalho na escala, priorizar a produção de alimentos
nião considerou que África foi maciçamente sa- mos facilitados, pesquisa e desenvolvimento;
com vista a refrear-se este mal poderá sobre as culturas de rendimento, a fim de pro-
queada ao longo dos séculos e continua a sofrer
não fazer sentido porque em Moçambi- 8. Exigimos o fim dos sistemas financeiros ins- mover a segurança alimentar no contexto da
os impactos graves da exploração de recursos e
que não restará nenhum elefante para tituídos com subsídios extensos, externalização soberania alimentar;
conflitos relacionados.
“contar a história”. Porque, afinal, os de custos, projeções demasiado optimistas, e
9. Os governos deverão garantir a protecção e
chineses, os sul-coreanos, os tailandeses No encontro observou-se que a narrativa de corrupção;
o reconhecimento do direito dos camponeses
e os vietnamitas, por exemplo, estão Africa Rising (O Levantar de África) baseia-se
9. Tomamos a decisão de trabalhar no sentido e camponesas de guardar, vender e trocar as
cada vez mais, directa ou indirectamen- em falsas premissas neoliberalistas que usam
de recuperar a energia como um bem público suas sementes, e ainda rejeitar a engenharia
te, envolvidos no abate de paquidermes ferramentas como as desacreditadas medidas
que não tem fins lucrativos e rejeita sistemas de genética e a biologia sintética, incluindo dessas
e rinocerontes no país? Se a resposta do PIB que são apresentadas como uma isca
energia promovidos pelas corporações; sementes manipuladas e apresentadas como
à questão for o alto valor comercial para atrair o continente para ainda mais extra-
sendo ‘climate-smart’;
das pontas de marfim e dos cornos, tivismo e promover o consumismo. 10. Dizemos não à mineração uma vez que vi-
então, quem é que protege estas redes víamos melhor sem actividades extrativistas 10. Garantir o acesso, segurança, controle e di-
Na reunião observou-se ainda que os abusos de
de criminosos? Como é que entram extremas; reito de uso e aproveitamento de terra pelas
direitos humanos e ambientais no continente,
em Moçambique e em casa de quem mulheres. Reconhecemos a terra como um bem
bem como todas as crises ecológicas, económi- 11. A nossa terra é o nosso presente e futuro e
se hospedam? Quantos estrangeiros comum;
cas e financeiras, afectam negativamente os nós rejeitamos a usurpação de terra em todas
cumprem penas por isso? Na África do seus povos e prejudicam a sua capacidade de as suas formas, em especial os chamados pro- 11. As plantações de árvores não deverão ser
Sul, no Brasil e no Malawi e até na Ásia se adaptar, mitigar os impactos e aumentar a jectos de “investimento” que estão a pavimen- falsamente classificadas como florestas e as
temos milhares de moçambicanos a resiliência colectiva à mudança climática. tar o caminho da usurpação de terras para uma árvores não deverão ser vistas simplesmente
cumprirem penas pesadas por prática de total usurpação do continente; como armazéns, bancos ou sumidouros de car-
vários crimes, segundo a Procuradoria- Condenou-se também o fosso cada vez maior
bono;
-Geral da República. Quantos estrangei- entre os nossos governos e as organizações de 12. Antes do uso de suas terras para qualquer
ros cumprem penas em Moçambique base e o aumento da captura corporativa dos tipo de projeto, deverá haver o completo, trans- 12. Sistemas de gestão comunitária de florestas
devido ao tráfico de marfim e cornos? governos africanos e instituições públicas. Fac- parente e total consentimento informado das deverão ser adoptados em todo o continente,
Porque custa às autoridades punir tos que constituem obstáculos à obtenção de comunidades; pois as comunidades têm genuíno interesse em
severamente aqueles que lesam a nossa justiça climática para os nossos povos. preservar a saúde das florestas;
13. Em todos os casos, o bem-estar das comu-
economia ou que se esforçam para que A longa caminhada para a justiça climática re- nidades locais e o meio ambiente deverão ter 13. O direito à água potável deve ser consagrado
no futuro recorramos a imagens para quer a educação em massa da nossa população, prioridade sobre os lucros das companhias de nas constituições de todos os países africanos;
mostrarmos aos nossos filhos que no bem como dos nossos decisores políticos sobre investimento.
seu país já houve elefantes e rinoceron- 14. Os governos devem travar a privatização da
os fundamentos da crise climática, a afirmação
tes? Com o abate de um rinoceronte De acordo com o exposto, e por meio de outras água e restaurar o controle público até nas re-
vigorosa dos nossos direitos e o forjar de alter-
aqui, outro ali e outro ainda acolá, considerações, da conferência resultaram as se- servas já privatizadas;
nativas reais, incluindo os de estruturas e sis-
perdemos esses animais como se fosse guintes exigências:
temas sociais e políticos. Também exige lutas 15. Os governos devem interromper a constru-
brincadeira. As mesmas acções foram e colectivas e populares para resistir ao neo-co- 1. Os governos deverão assegurar que as neces- ção de grandes barragens, outras mega-estrutu-
são perpetradas contra com os elefantes lonialismo, a novas formas de opressão e novas sidades e prioridades energéticas das famílias ras e infra-estruturas desnecessárias;
que, pese embora ainda possamos ver, manifestações de violência, incluindo a crimi- locais, produtores locais e mulheres - incluindo
em número diminuto nos seus habitats 16. Os governos têm o dever de responsabilizar
nalização de activistas e movimentos sociais no que diz respeito a serviços sociais, transpor-
no país, sabemos que ao fim e ao cabo as corporações pelo ambiente e ecossistemas
e a xenofobia. Reconhecemos que conforme o tes, saúde, educação e assistência às crianças
eles se vão extinguir e não falta muito degradados por actividades poluidoras e ex-
clima vai piorando, aumentarão a escassez de – deverão ser priorizadas sobre as das corpora-
tempo para que tal aconteça. tractivas históricas ou em curso. As corpora-
recursos e as migrações, o que causará mais ções e dos ricos;
ções responsáveis pela degradação do ambien-
Esses animais, que se tornaram uma conflitos entre povos. Reconhecemos igualmen-
2. Exigimos que não se concedam novas licen- te ou ecossistemas deverão pagar pela sua
fonte de negócio ilícito das redes cri- te que a exploração de mão-de-obra estrangeira
minosas, não chegaram a Moçambique pelas corporações gera frequentemente confli- ças de exploração de petróleo ou minas de car-
restauração, mas esse pagamento não lhes dará
vindos de alguma selva ou por perdição. tos entre vizinhos. vão a fim de preservarmos o nosso meio am-
qualquer direito sobre essas áreas;
Foram rios de dinheiro investido, mas biente e para que nos mantenhamos em linha
Com justiça e igualdade como o mínimo irredu- com as demandas por parte da ciência que os 17. Os governos deverão garantir que os custos
que, hoje, se torna uma fortuna esban-
tível, a conferência observou ainda e declarou combustíveis fósseis sejam deixados no subsolo de males sociais e de saúde resultantes do uso
jada ou deitada num saco roto. Para
o seguinte: para evitarmos uma mudança climática catas- de energia derivada de combustíveis fósseis
que efeito, afinal, o Estado gastou tanto
dinheiro? trófica; não serão externalizados para as pessoas e para
1. Todas as nações devem agir em conjunto
o ambiente;
O tráfico de pontas de marfim e cornos para garantir que o aumento da temperatu- 3. Apoiamos e solicitamos um controle público
de rinocerontes não é um negócio de ra média global não exceda 1,5 graus Celsius e social da transição para energias renováveis, 18. Os governos deverão assumir a responsa-
hoje em Moçambique. Excepto um acima dos níveis pré-industriais, uma vez que incluindo o de cooperativas de base comunitá- bilidade de fornecer hospitais, escolas e outros
número bastante reduzido de moçam- qualquer número acima deste significará Áfri- ria, coletividades da sociedade civil e a implan- serviços sociais e não deverá deixar que as em-
bicanos, alguns dos quais caíram nas ca em chamas; tação de infra-estruturas a nível local; presas os providenciem como parte da sua res-
malhas dos caçadores furtivos movidos ponsabilidade social corporativa ou quaisquer
2. Na COP21 de Paris, exigimos que os governos 4. Os governos deverão desmantelar as bar-
pela necessidade de tirar a barriga da outros actos de green wash (lavagem verde).
africanos defendam posições que beneficiem os reiras de privilégio e poder, incluindo aquelas
miséria, encarcerados por ligação com Africanos e Africanas e não o Banco Mundial ou criadas e reforçadas pelas instituições finan- Os e as participantes da conferência decidiram
o tráfico de pontas de marfim e cornos, as corporações; ceiras, como o Fundo Monetário Internacional trabalhar com outros movimentos em África e
onde estão os estrangeiros que no (FMI) e o Banco Mundial; no mundo para derrubar o sistema patriarcal
passado foram presos em conexão ou 3. Rejeitamos mercados de carbono, a finan-
capitalista promovido e protegido pelas insti-
na posse desses produtos? Que penas ceirização da terra e dos recursos naturais, o 5. Exigimos uma urgente transferência de tec-
tuições financeiras globais, pelas corporações e
estão a cumprir e em que cadeia? consumismo, a mercantilização da natureza e nologia para promover a produção de energia
pela elite global, para assegurar a sobrevivên-
Quantos estrangeiros cumprem penas todas as formas de escravidão de carbono; limpa, a abolição da propriedade intelectual e
cia dos seres humanos e o direito da Mãe Natu-
em Moçambique por caça furtiva ou o aumento de fundos de pesquisa e desenvolvi-
4. Rejeitamos todas as falsas soluções para a reza manter os seus ciclos naturais.
tráfico de pontas de marfim e cornos de mento para combater as alterações climáticas;
mudança climática, incluindo a Redução de
rinocerontes? Emissões por Desmatamento e Degradação 6. Exigimos o reconhecimento pleno do saber Por Sociedade Civil Africana

Ficha Técnica
NAMPULA-Av. 25 de Setembro 57 A Jornal registado no GABINFO, sob o número 014/GABINFO-DEC/2008; Propriedade: Charas Lda; Fundador: Erik Charas.
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Director: Adérito Caldeira; Director-Adjunto: Sérgio Labistour; Chefe de Redacção: Emildo Sambo; Assessor de Redacção: Mussagy Mussagy; Redacção: Duarte Sitoe, Reinaldo
MAPUTO-Av. Paulo Samuel Kamkhomba 83 Nhalivilo, Intasse Sitoe; NAMPULA - Delegado: Hélder Xavier; Chefe de Redacção: Júlio Paulino; Redacção: Sebastião Paulino, Cristovão Bolacha; Director Gráfico: Nuno Teixeira;
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E-mail:averdademz@gmail.com Stinkhoutsingel 12 Nelspruit 1200.
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Desporto
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15 de Maio de 2015

Moçambola: bicampeões defrontam-se “tricolores” pela liderança


A liderança do Campeonato Nacional de Futebol disputa-se jam para Nacala para enfren- tabela, não ganha há três jor- do Chiveve a pontuar pelo ter-
neste sábado na cidade da Matola. O líder, Liga Desportiva tarem o Desportivo numa par- nadas, contudo em casa tem ceiro jogo consecutivo.
de Maputo, recebe o outro líder, o Maxaquene. Destaque tida que se prevê difícil, não só conseguido pontuar e já derro-
ainda, nesta 10ª jornada, para o clássico entre o Desportivo devido ao ambiente infernal tou um dos líderes. P Equipas J V E D BM BS P
que os adeptos deverão criar 1º L.D. Maputo 9 5 4 0 10 1 19
de Maputo e o Ferroviário da Beira no domingo.
nas bancadas mas também Em Maputo teremos um clás-
Texto: Redacção • Foto: Eliseu Patife 2º Maxaquene 9 6 1 2 9 3 19
pelas boas exibições e alguns sico, que já foi mais emotivo
bons resultados que têm sido noutros tempo mas que en- 3º Fer. Maputo 9 4 3 2 10 5 15
conseguidos pela equipa de cerra sempre uma grande 4º Costa do Sol 9 4 3 2 8 4 15
Arnaldo Ouana que já liderou rivalidade só que esta época 5º Fer. Nacala 9 4 1 4 7 6 13
o Moçambola, nas primeiras Desportivo de Maputo e Ferro-
três jornadas, e travou o Ma- viário da Beira disputaram até 6º Desp. Nacala 9 3 3 3 6 10 12
xaquene e o Ferroviário de há poucas jornadas os últimos 7º Fer. Nampula 9 3 2 4 4 8 11
Nampula. lugares do Campeonato. 8º Desp. Maputo 9 3 2 4 4 8 11
9º Fer. Beira 9 3 1 5 8 9 10
Também difícil é a deslocação Veremos se Dário Monteiro
dos canarinhos de Maputo ao consegue que os “alvinegros” 10º HCB de Songo 9 3 1 5 8 9 10
planalto do Songo para defron- vençam a terceira partida con- 11º 1º de Maio 9 2 4 3 3 6 10
tarem a equipa de Artur Seme- secutiva ou conseguirá Aleixo 12º Chibuto FC 9 2 3 4 6 5 9
do que está em queda livre na Fumo levar os “locomotivas”
Não é ainda um clássico mas que os bicampeões nacionais. 13º ENH FC 9 2 3 4 6 12 9
é já sem dúvidas um confron- 14º Fer. de Quelimane 9 2 3 4 3 7 9
to entre dois gigantes do nos- Quem vencer poderá destacar-
so futebol. A equipa de Litos -se na liderança; porém, um Próxima jornada (10ª)
Carvalha é a única que ainda empate, apesar de não ser
não conheceu o sabor amar- mau, permitirá ao Ferroviário L. Desportiva x Maxaquene
go da derrota no Moçambola de Maputo ou ao Costa do Sol 1º de Maio x ENH FC
deste ano, um recorde, diga-se, recuperarem a desvantagem HCB x Costa do Sol
garantido com alguma ajuda de quatro pontos.
das arbitragens. Do outro lado, Desp. Maputo x Fer. Beira
com os mesmos pontos, está Os “locomotivas” de Victor Desp. Nacala x Fer. Maputo
a equipa de Chiquinho Conde Pontes, que não vencem há Chibuto FC x Fer. Nacala
que, embora tenha já duas der- quatro jornadas, empataram
Fer. Nampula x Fer. Quelimane
rotas, regista mais uma vitória três jogos e perderam um, via-

Xiconhoquices Xiconhoca
Diálogo político entre o Governo e a Renamo Assassinos que tiram órgãos
O diálogo político está mesmo monótono! Mais de dois anos depois sem avanços significativos, Em circunstâncias e causas ainda não esclarecidas, pessoas supostamente desconhe-
os mediadores nacionais cansaram-se de vez de estarem sempre a falar do mesmo problema cidas interpelaram um jovem de aparentemente 30 anos de idade, no bairro de Mua-
e aconselham que a Assembleia a República (AR) ponha a mão no assunto como forma de se tala, na cidade de Nampula, e assassinaram-no. A crueldade desses malfeitores, que
evitar que haja gente que todas as segundas-feiras se dirija ao Centro de Conferências Joaquim gostaríamos de ver e dialogar com eles para percebermos o que se passa nas suas
Chissano só para tomar café e cochilar. Mas se os mediadores tivessem atirado a toalha ao chão mentes, foi de tal sorte que retiraram uma orelha e os outros órgãos, incluindo geni-
há muito tempo, como pretendem fazer, agora, quem sabe, talvez, o rumo do tal diálogo seria tais, da vítima. Em seguida, embrulharam o seu corpo num saco e abandonaram-no
outro. Aqueles que são próximos ao Presidente da República, Filipe Nyusi, e ao líder da Renamo, numa lixeira. Que acto selvático! Mas que coragem é esta que uma pessoa tem de
Afonso Dhlakama, têm a tarefa de aconselhar as partes a sentarem-se novamente e a encontra- esquartejar o seu semelhante? O que se passa na cabeça de um indivíduo que espan-
rem formas de parar, definitivamente, com esta brincadeira que coloca a todos nós em perigo. ca o seu compatriota, sem nenhum dó, e mesmo que este vocifere devido à dor não

Aumento de taxas nas portagens em Tete


se comove?

Desde 23 de Março último, os transportadores, as empresas e os demais transeuntes que circu-


lam pelas portagens de Tete pagam as taxas mais altas da África Austral. Nalgumas portagens
Beatriz Buchili
uma viatura ligeira chega a era tributada em 350 meticais a 500 meticais por cada passagem. Na semana passada, a procuradora-geral da República (PGR), Beatriz Buchili, foi
Se um cidadão deseja circular ou fazer negócio usando uma camioneta paga 1.100 por cada ao Parlamento apresentar a informação anual sobre a Justiça em Moçambique. O
viagem. Alguém imagina que taxas desembolsam os camiões de grande tonelagem? É com es- documento, de 200 páginas, era uma lista de velhos problemas já do domínio público,
tas taxas que se pretende combater a pobreza? Porque é que essas portagens todas têm de ser uns mais bicudos que os outros, mas sem soluções à vista. Além de não ter trazido
cobradas em Tete? Será que as nossas estradas são melhores que as de Manica? Porque é que nenhuma novidade em relação ao assassinato do constitucionalista Gilles Cistac, a
as portagens de Maputo não possuem as mesmas taxas que as portagens de Tete? Será que cida- quem se referiu de forma superficial como se fosse um desconhecido, a senhora
dãos de Tete são economicamente mais estáveis equiparados a cidadãos de Maputo? alguém, de passou ao lado de vários casos, incluindo o do assassinato do seu colega, o juiz Dinis
direito, pode responder a estas questões à sociedade civil e ao povo em geral? Silica, crivado de dezenas de balas até perder a vida na capital moçambicana. Foi,

ProSavana
assumamos, um informe oco, constituído só por números e palavras e longe dos
problemas que nos afligem!

Traficantes de chifres de rinocerontes e marfins


O Governo anda, de há tempos para cá, tão atarefado em divulgar os objectivos do ProSavana
e a explicar, tardiamente, à população e aos camponeses que com este programa Moçambique
vai passar a produzir muita comida. Para quem não entendeu, com este plano, o povo vai tirar Na semana passada, dois sul-coreanos e igual número de moçambicanos foram deti-
a barriga da miséria, segundo a informação que o Executivo tem estado a disseminar. Todavia, dos por tráfico de 4.6 quilogramas de cornos de rinoceronte, posse de 93.300 dólares
sabemos que isso não passa de uma promessas falsa. Se é que haverá muita produção, com cer- norte-americanos (2.799.000 meticais), 2.400 rands (cerca de 7.200 meticais), e outros
teza que será para alimentar as exportações e enriquecer os mentores desses mesmos planos. bens. Esta semana foi a vez de um cidadão chinês cair nas mãos da Polícia da Repú-
Desde que os camponeses e as organizações da sociedade civil se manifestaram contra o Pro- blica de Moçambique (PRM) com 340 pontas de marfim, o que equivale a 1.160 qui-
Savana, nunca tínhamos visto o Governo bastante preocupado em fazer o povo perceber este logramas; e 65 cornos de rinoceronte, estes com peso estimado em 124 quilogramas.
assunto. Alguém da nomenclatura está com medo de perder o dinheiro que foi prometido por Afinal porque há tantos estrangeiros envolvidos no saque destes produtos? Quem
facilitar a implementação deste projecto e certos empreendimentos a seu favor? É uma pena é que alimenta esta rede de criminosos? E em casa de quem se hospedam quando
porque entre os agricultores e a sociedade civil quase ninguém quer saber nem ouvir falar deste entram no país?
projecto.

Motoristas
Precisa-se de motoristas com carta de condução de Pesados Profissional com experiencia em
camiões Basculantes.
Para quem estiver interessado devera fazer entrega da sua candidatura (com foto tipo passe)
na Av. Paulo Samuel Kamkhomba Nº 83 - Maputo. - Contacto: +258 84 39 98 624

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