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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA

CÍVEL DA COMARCA DE LONDRINA – ESTADO DO PARANÁ

Distribuição por dependência aos autos nº 0048111-30.2015.8.16.0014

TOTAL EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA.,


pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº
10.967.049/0001-71, com sede na Avenida Luigi Amoresi, nº 6485, Jardim
Leonor, Londrina, Paraná, CEP 86.071-020, vem respeitosamente à presença
de Vossa Excelência, por intermédio de seus procuradores ao final subscritos,
instrumento de procuração em anexo, todos com escritório profissional na
Avenida Sete de Setembro, 4.923, cj. 1101, Curitiba-PR, para propor a presente

AÇÃO DE DESPEJO

em face de TRANSPORTADORA HOTTA LTDA., pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no CNPJ nº 10.818.017/0001-04, com endereço na Rua
Avenida Luigi Amoresi, nº 6485-A, , módulo 1-A do complexo de Barracões,
Jardim Leonor, Londrina-PR, CEP 86.071-020, MASSAO WILSON CARLOS
HORITA, brasileiro, casado, empresário, inscrito no CPF/MF sob o nº 506.769-
469-68 e portador do RG nº 3.444.379-3, ELISÂNGELA KUWABATA HORITA,
brasileira, casada, inscrita no CPF/MF sob o nº 958.997.239-04, portadora do
RG nº 6.265.588-7, ambos residentes e domiciliados na Rua Pioneiro Carlos
João Basso, nº 1209-B, Q. 263, D.03, Zona 22, na cidade de Maringá-PR, CEP
87060-656; ALESSANDRO MORIHARU MOCHIZUKI, brasileiro, casado,

1
inscrito no CPF/MF sob o nº 750.307.489-20, portador do RG 5.507.848-1 e
sua esposa MAIZA MAKI ONISHI, inscrita no CPF/MF sob o nº 212.637.638-
98, portadora do RG nº 25.467.228-0, ambos residentes e domiciliados na Rua
Guaíra, nº 1732, Jardim Panceira, na cidade de Toledo-PR, CEP 85902-140,
pelas razões de fato e de direito que passa a expor.

I) – ESCORÇO HISTÓRICO

Em 15 de maio de 2013, a empresa Total Empreendimentos


e Participações Ltda. – “Autora” - firmou contrato com a Transportadora Hotta
Ltda. – “requerida” -, cujo objeto era a locação do Módulo 1A do Complexo de
Barracões localizado na Av. Luigi Amoresi, 6485, Londrina – PR.

De acordo com a avença, o contrato teria vigência até a data


de 14.05.2016 e a transportadora requerida pagaria mensalmente o valor de
R$ 15.000,00 (quinze mil reais) – corrigidos anualmente -, acrescido das
despesas de condomínio e demais taxas relacionadas ao imóvel.

Como garantia do cumprimento do negócio, os demais


demandados figuraram no contrato como fiadores – “fiadores requeridos” -,
assumindo as obrigações de forma solidária e renunciando ao benefício de
ordem. (Cláusulas 14ª e seguintes do contrato).

Apesar da clareza das disposições avençadas, no ano de


2014 os demandados deram início ao descumprimento das obrigações e
atrasaram o pagamento dos aluguéis de setembro, outubro e novembro, além
das verbas devidas a título de condomínio.

Esse atraso motivou o envio de notificação extrajudicial,


constituindo os requeridos em mora e solicitando o adimplemento do débito

2
com o acréscimo de juros e honorários advocatícios, sob pena do ajuizamento
de ação judicial.

Na época, os representantes da transportadora requerida


explicaram que a empresa atravessava um momento de dificuldades e
solicitaram o pagamento de maneira parcelada. Como forma de evitar mais
prejuízos e em nome de boa-fé, a Autora aceitou – por sua mera liberalidade -
que a requerida fizesse o pagamento do saldo devido de forma parcelada,
desde que continuasse a pagar em dia as parcelas vincendas.

No entanto, no ano de 2015 os requeridos voltaram a


descumprir não só o parcelamento concedido, como também, os demais
termos do contrato.

Assim, como até julho de 2015 eles estavam em atraso o


pagamento dos aluguéis referente a três meses e os condomínios deste
período, acrescido do saldo residual dos aluguéis do ano de 2014 que foram
objeto de parcelamento, não restou alternativa à Autora senão adotar atitudes
mais severas.

Diante disso, foi ajuizada ação de execução de título


extrajudicial nº 0048111-30.2015.8.16.0014, na 4ª Vara Cível de Londrina-PR,
cobrando a quantia de R$ 99.764,83 (noventa e nove mil setecentos e
sessenta e quatro reais e oitenta e três centavos), referente aos três meses de
aluguel, condomínio e ainda o saldo devido desde o ano de 2014 até o mês de
julho de 2015.

Não obstante, mesmo após ter sido citada na Execução, a


transportadora manteve-se inerte e não pagou os valores devidos, bem como
passou a inadimplir os meses vincendos subsequentes, conforme se observa
na tabela abaixo.

3
ALUGUEIS INADIMPLIDOS APÓS EXECUÇÃO nº 0048111-30.2015.8.16.0014
Data Valor Valor a Data Saldo em
Vencimento Contrato pagar pgto Valor pago aberto
15/08/15 16.707,00 16.707,00 0,00 16.707,00
15/09/15 16.707,00 16.707,00 0,00 16.707,00
15/10/15 16.707,00 16.707,00 0,00 16.707,00
15/11/15 17.706,98 16.706,98 0,00 16.706,98
15/12/15 17.706,98 16.706,98 0,00 16.706,98
15/01/16 17.706,98 16.706,98 0,00 16.706,98
Total 50.121,00 50.121,00 0,00 100.241,94

CONDOMINIOS INADIMPLIDOS APÓS EXECUÇÃO nº 0048111-30.2015.8.16.0014


Data Valor Valor Saldo em
Vencimento Condomínio Valor a pagar Data pgto pago aberto

27/08/15 4.501,00 4.501,00 0,00 4.501,00


27/09/15 4.437,00 4.437,00 0,00 4.437,00
27/10/15 4.443,84 4.443,84 0,00 4.443,84
27/11/15 4.192,92 4.192,92 0,00 4.192,92
27/12/15 4.112,28 4.112,98 0,00 4.112,28
Total 13.438,00 13.438,00 0,00 21.687,04

Sendo assim, conforme se destacará nos tópicos a seguir, é


medida que se impõe a procedência da presente demanda, com o imediato
despejo da transportadora requerida do imóvel em questão, restabelecendo-se
a ocupação da Autora, na forma do pedido final.

II) – DO DESPEJO

II.A) - CABIMENTO DA AÇÃO

Conforme descrito acima, as partes firmaram contrato de


locação de um imóvel comercial, com vigência até a data de 14.05.2016,
mediante o pagamento mensal pelos requeridos do valor do aluguel, acrescido
das despesas de condomínio e taxas relacionadas ao imóvel.

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Contudo, desde o final do ano de 2014, os requeridos
passaram a descumprir as disposições contratuais e deram início ao período
de atraso no adimplemento dos aluguéis, condomínio e taxas relativas à
ocupação do imóvel.

Em um primeiro momento, a Autora oportunizou a solução


da questão através de um acordo para pagamento parcelado dos aluguéis
vencidos em 2014, condicionado ao pagamento em dia dos aluguéis
subsequentes e referentes ao ano de 2015.

Porém, mesmo diante da benesse concedida e da própria


promessa de respeito ao contrato, os requeridos infringiram os termos do
acordo e não pagaram o parcelamento e o próprio aluguel referente aos meses
de maio, junho e julho de 2015.

Isso motivou o ajuizamento da ação de execução de título


extrajudicial (em apenso), exigindo as verbas até então devidas.

No entanto, mesmo após a citação, os requeridos não


pagaram o quantum cobrado na ação e também deixaram de adimplir os
aluguéis vincendos subsequentes (agosto, setembro e outubro de 2015).

Assim, justifica-se a ação de despejo, uma vez que há nítido


e reiterado descumprimento contratual, e os requeridos não demonstram
nenhuma intenção de voltar a pagar os aluguéis ou regularizar a situação de
inadimplência.

Nesse sentido, a Lei nº 8.245/1991 - Lei do Inquilinato –


prevê em seu artigo 5º que “Seja qual for o fundamento do término da locação,
a ação do locador para reaver o imóvel é a de despejo”.

5
Complementando o conceito, a doutrina leciona que: “...a
Ação de Despejo animará pretensão de retomada tanto por descumprimento
contratual, expiração do prazo do contrato (quando terá cumprimento em
decorrência de pretensão imotivada denúncia vazia), para atender a
determinação do poder público, ou ainda, interesse pessoal, caso em que
assume a natureza jurídica reinvidicatória, em perfeita sede do juízo petitório”. 1

Dessa forma, plenamente cabível o processamento da


presente ação para a retomada do imóvel locado, com a consequente
declaração de rescisão do contrato firmado entre as partes e cobrança dos
valores inadimplidos pelos demandados.

II.B) - AUSÊNCIA DE PAGAMENTO – CLARA INFRAÇÃO CONTRATUAL –


APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 9º, INCISOS II E III E ARTIGO 23 DA LEI Nº
8.245/91

Conforme descrito na narração fática acima, as partes


estabeleceram contrato de locação comercial por prazo determinado
(14.05.2016), pelo valor de R$ 15.000,00 quinze mil reais mensais (anualmente
corrigidos), mais os custos de ocupação.

Como forma de garantir a ocupação tranquila, os fiadores


requeridos se obrigaram pessoalmente e sem benefício de ordem,
respondendo solidariamente pelos pagamentos devidos pela transportadora
locatária.

Mas, mesmo com todas as garantias e benesses concedidas


pela Autora para a regularização do inadimplemento, os requeridos
permanecem devendo mensalmente as verbas envolvidas na locação.

1
AGHIARIAN, Hércules. Curso de Direito Mobiliário. 4ª Ed. ver. ampliada, 2003, Editora Lúmen
Júris, p. 419.

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Os valores devidos até julho de 2015, cumulado com o
parcelamento dos valores inadimplidos em 2014 e devidos até aquela data,
foram objeto da ação de execução que tramita em apenso.

Contudo, além dos requeridos não terem adimplido o saldo


cobrado na ação - inclusive, mesmo após a execução forçada e a tentativa de
penhora das contas correntes –, também não pagaram os aluguéis e custos
dos meses subsequentes.

Assim, atualmente, os requeridos estão em mora com todas


as obrigações cobradas na ação em apenso, bem como são devedores dos
aluguéis e condomínios dos meses de agosto, setembro e outubro de 2015.

Não obstante o latente prejuízo financeiro que a Autora sofre


mensalmente, essa situação é agravada pela perda de oportunidade negocial.
Afinal, o imóvel está ocupado por uma locatária inadimplente, enquanto poderia
estar gerando frutos com a ocupação de um locatário solvente.

Nesse sentido, o Art. 23º da Lei do Inquilinato prevê como


obrigação básica e precípua do contrato de locação, o pagamento regular dos
aluguéis e acessórios:

“Art. 23. O locatário é obrigado a:


I - pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação,
legal ou contratualmente exigíveis, no prazo estipulado ou, em
sua falta, até o sexto dia útil do mês seguinte ao vencido, no
imóvel locado, quando outro local não tiver sido indicado no
contrato;
....
VIII - pagar as despesas de telefone e de consumo de força,
luz e gás, água e esgoto;
....
XII - pagar as despesas ordinárias de condomínio”.

7
Da mesma forma, a Lei do Inquilinato prevê em seu artigo 9º
a consequência da quebra deste dever contratual:

“Art. 9º A locação também poderá ser desfeita:


I - por mútuo acordo;
II - em decorrência da prática de infração legal ou contratual;
III - em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais
encargos”;

Ou seja, sempre que houver a inadimplência dos valores


envolvidos na locação, estará configurada a infração contratual, com a
possibilidade de rescisão da avença e despejo do locatário que se encontra em
mora.

Na ação em apenso, a Autora está cobrando os aluguéis e


acessórios dos meses de maio, junho e julho de 2015, acrescido do
parcelamento dos débitos devidos de 2014.

Já na presente demanda de despejo, a Autora está cobrando


os aluguéis e acessórios dos meses de agosto, setembro e outubro de 2015.

Assim, ao total, o atraso dos requeridos é de mais de seis


meses nas suas obrigações de pagamento, débito que acumulado e somado já
ultrapassa facilmente a cifra dos duzentos mil reais (R$ 200.000,00).

Portanto, sob qualquer prisma que se analise, tem-se que os


requeridos inadimpliram suas obrigações contratuais, estão infringindo diversas
disposições insertas no contrato de locação, justificando plenamente a
procedência da presente demanda de despejo.

Diante do exposto, é medida que se impõe a declaração da


extinção contratual de locação, bem como a decretação do despejo da

8
transportadora requerida do imóvel objeto da presente ação, conforme pedido
final.

II.C) – DOS VALORES INADIMPLIDOS E DO TOTAL DO DÉBITO

A rescisão do contrato de locação e a cobrança dos débitos


relacionados à avença são passíveis de cumulação, em uma mesma ação de
despejo, conforme redação do artigo 62 da Lei do Inquilinato.

“Art. 62. Nas ações de despejo fundadas na falta de


pagamento de aluguel e acessórios da locação, de aluguel
provisório, de diferenças de aluguéis, ou somente de quaisquer
dos acessórios da locação, observar-se-á o seguinte:
I – o pedido de rescisão da locação poderá ser cumulado com
o pedido de cobrança dos aluguéis e acessórios da locação;
nesta hipótese, citar-se-á o locatário para responder ao pedido
de rescisão e o locatário e os fiadores para responderem ao
pedido de cobrança, devendo ser apresentado, com a inicial,
cálculo discriminado do valor do débito”;

Conforme leciona Silvio de Salvio Venosa sobre o tema: “O


sistema tradicional das leis do inquilinato anteriores aferrolhava a ação de
despejo por falta de pagamento em limites estreitos, mostrando-se rigorosa
para o devedor e nem sempre favorável ao credor...A presente lei permite
expressamente a cumulação do despejo com o de cobrança de aluguéis,
qualquer que seja sua natureza, conforme explicitado pela Lei 12.112/2009.
Nada impede que ao fundamento do despejo por falta de pagamento também
se acrescentem outros, como a infração contratual, segundo já se admitia sob
a lei revogada”2.

Desta forma, não restam dúvidas de que é plenamente


possível a cobrança das verbas relacionadas ao contrato de locação, dívida

2
VENOSA, Sílvio de Salvio. Lei do Inquilinato Comentada. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2014. p. 312.

9
esta que perfaz o valor – SEM ACRÉSCIMOS - de R$ 63.502,84 (sessenta e
três mil quinhentos e dois reais e oitenta e quatro centavos).

Com a incidência dos valores indicados na cláusula quarta


do contrato de locação, o valor do débito atualizado é de R$ 69.278,29
(sessenta e nove mil duzentos e setenta e oito reais e vinte e nove centavos),
conforme tabela abaixo:

Verba Principal Corrigido Juros de Mora Juros Rem Juros Comp. Valor Multa Total
Aluguel 50.121,00 50.212,95 502,75 00,00 00,00 5.021,29 55.736,99
Condomínio 13.381,84 13.406,50 134,80 00,00 00,00 00,00 13.541,30
TOTAL 63.619,44 637,55 00,00 00,00 5.021,29 69.278,29

Sendo assim, como se encontram presentes todos os


requisitos para a cobrança dos valores indicados, requer-se o provimento total
da presente ação, nos termos do requerimento final.

II.D) - DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

Como detalhadamente exposto nos tópicos acima, desde o


ano de 2014 os demandados têm descumprido com sua obrigação mais
básica, que é o pagamento pontual do aluguel e das despesas relacionadas à
ocupação do imóvel.

A Autora concedeu todas as oportunidades para que essa


situação fosse sanada e, inclusive, aceitou o parcelamento das dívidas que
foram acumuladas pelos demandados no ano de 2014.

Apesar de todos os esforços, em 2015 os requeridos


voltaram a descumprir o contrato e inadimpliram os aluguéis e condomínios
referentes aos meses de maio, junho e julho.

Esses débitos, somados aos parcelamentos do ano de 2014


e vencidos até julho/2015, motivaram o ajuizamento da ação em apenso, cujo

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objeto era somente a cobrança de R$ 99.764,83 (noventa e nove mil
setecentos e sessenta e quatro reais e oitenta e três centavos), devidos pelos
demandados.

Muito embora citados e intimados para o pagamento do


débito, os requeridos permaneceram inertes e, ainda, inadimpliram os aluguéis,
condomínio e o parcelamento que era devido nos meses subsequentes ao
ajuizamento da ação.

Além disso, como se presumia, a penhora on line dos


créditos e aplicações financeiras da transportadora locatária encontrou o saldo
“zero”, o que demonstra a situação financeira precária e a inadimplência
contumaz desta empresa.

Assim, o cenário atual é que a Autora está perseguindo na


ação em apenso um crédito que ultrapassa cem mil reais, e, ainda, vê
mensalmente essa conta aumentar em razão dos aluguéis subsequentes que
são inadimplidos pelos demandados.

Essa situação não só representa um prejuízo financeiro


direto – decorrente do não recebimento dos seus créditos -, como também
inviabiliza a locação do imóvel para algum interessado adimplente.

Ora, para tais situações de urgência que necessitem de


resposta imediata do Poder Judiciário sob pena de ser violado direito
irreparável ou de difícil reparação, é que o Código de Processo Civil traz
disposição expressa no artigo 273, que possibilita ao juiz antecipar total ou
parcialmente os efeitos da tutela pretendida. Vejamos o citado artigo:

“Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar,


total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido

11
inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da
verossimilhança da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil
reparação; ou
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o
manifesto propósito protelatório do réu.”

Na mesma toada, os Tribunais pátrios já dirimiram qualquer


dúvida acerca da aplicabilidade da antecipação de tutela nas ações de despejo,
conforme se verifica nos julgados abaixo:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DESPEJO POR


FALTA DE PAGAMENTO.ANTECIPAÇÃO DE TUTELA.
CONTRATO GARANTIDO POR FIANÇA. POSSÍVEL A
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA COM BASE NO ARTIGO
273 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, MESMO
FRENTE À LEGISLAÇÃO ESPECIFICA, DESDE QUE
PREENCHIDOS OS REQUISITOS LEGAIS. ALEGAÇÃO
DE QUE O FIADOR É LOCATÁRIO DO IMÓVEL. TERCEIRO
OCUPANDO IMÓVEL SEM AUTORIZAÇÃO DO LOCADOR.
POSSIBILIDADE DE DIPALIDAÇÃO DO BEM. REQUISITOS
DO ART. 273 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
PREENCHIDOS. O Locador está sem receber o valor dos
alugueres do imóvel desde setembro de 2012, estando o
imóvel ocupado por um terceiro sem sua autorização, o que
evidencia o risco de dilapidação do seu patrimônio. RECURSO
PROVIDO.
(TJPR - 11ª C.Cível - AI - 1089948-6 - Curitiba - Rel.: Vilma
Régia Ramos de Rezende - Unânime - - J. 22.04.2015)

LOCAÇÃO. DESPEJO. CONCESSÃO DE LIMINAR.


POSSIBILIDADE. ART. 59, § 1º, DA LEI N.º 8.245/94. ROL
NÃO-EXAURIENTE. SUPERVENIÊNCIA DE ALTERAÇÃO
LEGISLATIVA. NORMA PROCESSUAL. INCIDÊNCIA
IMEDIATA. DETERMINAÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CAUÇÃO.
APLICAÇÃO DO DIREITO À ESPÉCIE. 59 §1º 8.2451. O rol
previsto no art. 59, § 1º, da Lei n.º 8.245/94, não é taxativo,
podendo o magistrado acionar o disposto no art. 273 do CPC
para a concessão da antecipação de tutela em ação de

12
despejo, desde que preenchidos os requisitos para a medida.
273 CPC 2. ...Recurso especial improvido. (1207161 AL
2010/0150779-2, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
Data de Julgamento: 08/02/2011, T4 - QUARTA TURMA, Data
de Publicação: DJe 18/02/2011)

Corroborando como tema, o jurista José Horácio Cintra


Gomes, expressa com propriedade que:

“Com advento da Lei nº 8.952, de 14 de dezembro de 1994,


que entrou em vigor em 12 de fevereiro de 1995, alterando,
inteiramente, o art. 273 do CPC, foi criado o instituto da
"antecipação da tutela", admissível, em tese, no processo de
conhecimento, qualquer que fosse o seu procedimento, desde
que atendidos os seus requisitos e pressupostos específicos.
Diante desse novo quadro, sobreveio indagação da
possibilidade de antecipação de tutela nas ações de despejo,
além das situações expressamente previstas na Lei
nº 8.245/1991. A resposta, a nosso ver, somente poderia ser
afirmativa. A Lei do Inquilinato, de forma taxativa, estabeleceu,
sem dúvida, as situações que autorizam a concessão de tutela
antecipada (despejo liminar), vinculadas a requisitos e
pressupostos específicos. Todavia, o art. 273 do CPC, com a
nova redação introduzida pela aludida Lei nº 8.952/1994,
concedeu ao juiz a faculdade de, no curso do processo de
conhecimento e presentes os requisitos (específicos) expostos
no caput (prova inequívoca e convencimento da
verossimilhança) e nos dois incisos (fundado receio de dano
irreparável ou de difícil reparação, ou que fique caracterizado o
abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório do réu), conceder ao autor a tutela estatal por ele
reclamada. Ora, diante da diversidade dos requisitos
(pressupostos) para a concessão da tutela antecipada,
esta será admissível, além das hipóteses previstas
na Lei do Inquilinato , em qualquer ação de despejo,
desde que, agora, presentes os requisitos
(pressupostos) elencados no caput do art. 273 e nos
seus incisos (I e II). [...] Dessa forma, seguro afirmar que, em
princípio, a tutela antecipada pode ser concedida em qualquer

13
caso de despejo, desde que, à evidência, atendidos os
requisitos do art. 273, incisos I e II, do CPC"3.

No caso em apreço, estão mais do que evidentes os


requisitos do Art. 273 do CPC.

Primeiro, porque apesar das partes terem estabelecido


contrato de locação, os demandados têm reiteradamente descumprido sua
obrigação mais básica e primária, que é pagar em dia o aluguel e as despesas
de ocupação do imóvel.

Em segundo lugar, já restou demonstrada na ação em


apenso a impossibilidade de pagamento das verbas e o próprio desinteresse
dos demandados na manutenção da locação.

Afinal, deixaram de pagar vultuosa quantia que é exigida


naquela ação de execução, e, ainda, abandonaram os pagamentos das
despesas dos meses subsequentes (agosto, setembro e outubro de 2015).

De forma que, a demora na solução da questão somente


terá o condão de beneficiar o inadimplente (Art. 887 do CC), prejudicando
ainda mais a Autora nessa situação.

Repita-se, já está evidente que os requeridos não têm


condições e muito menos interesse em regularizar a situação financeira desta
locação, até mesmo porque deixaram a ação executiva chegar na fase de
penhora, sem qualquer oposição ou pagamento do débito exigido.

Assim, a cada dia em que for prolongado esse cenário,


agravar-se-ão os danos sofridos pela Autora, que não poderá receber as

3
GOMES, José Horácio Cintra. Aspectos processuais relevantes da lei do inquilinato. CD-Rom Juris
Síntese nº 38.

14
quantias devidas e muito menos alugar seu imóvel para outra empresa que
tenha interesse e seja solvente.

Diante disso, resta comprovado o fundado receio de dano


irreparável ou de difícil reparação, uma vez que a Autora não pode ficar
impossibilitada de alugar seu imóvel para terceiros e ainda acumulando
despesas mensais até o tramite final desta ação.

Ademais, a “tutela antecipatória” neste caso é destina a


impedir a continuação do ilícito contratual praticado pelos requeridos, motivo
pelo qual é absolutamente imprescindível a concessão liminar. Já que, na
maioria das vezes, “aquele que teme a continuação do ilícito não pode esperar
o tempo necessário para a prolação da sentença”4.

Sendo assim, tendo em vista que a Autora cumpriu


integralmente suas obrigações contratuais e sempre agiu de boa-fé. E, por
outro lado, tendo em vista que os requeridos infringiram as cláusulas
contratuais, estão cientes da mora, não estão pagando os aluguéis e a sua
posse está totalmente ilícita e indevida, é medida que se impõe a antecipação
de tutela para cessar essa situação com o imediato despejo, diminuindo assim
os prejuízos já causados à Autora.

III) – DO REQUERIMENTO FINAL

Ante o exposto, requer-se respeitosamente a Vossa


Excelência que:

LIMINARMENTE:

4
MARINONI, Luiz Guilherme. In Tutela Específica. 2 ed. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2001, p. 131.

15
a) A presente Ação seja distribuída por dependência
aos Autos nº 0048111-30.2015.8.16.0014, da 4ª Vara Cível de Londrina, em
que é Autora Total Empreendimentos e Participações Ltda. e requeridos
Transportadora Hotta Ltda. e seus fiadores.

b) Após a distribuição da presente ação seja concedida


a tutela antecipada, de forma inaudita altera parte, para o fim de determinar o
imediato despejo da transportadora requerida do Módulo 1A do Complexo de
Barracões localizado na Av. Luigi Amoresi, 6485, Londrina – PR, conforme a
fundamentação inserta no item “II.D” da presente peça;

c) Caso Vossa Excelência entenda como pertinente e


necessário prestar caução para o deferimento da liminar, a Autora solicita sua
intimação para garantir o juízo e demonstrar a idoneidade do pedido;

MÉRITO:

d) Concedida ou não a liminar acima pleiteada, que


seja determinada a citação dos requeridos e eventuais ocupantes do imóvel no
endereço supra indicado para que, no prazo legal, apresentem contestação sob
pena de revelia e confissão.

e) Apresentada ou não a contestação, e, independente


do deferimento ou não do pedido liminar retro, que a presente ação seja
julgada totalmente procedente para o fim de:

e.1)- Declarar e reconhecer a rescisão contratual da


locação em tela, determinando o despejo dos requeridos e
de quaisquer ocupantes do imóvel, em virtude das diversas
infrações contratuais e da ausência de pagamento das
verbas devidas pela locação;

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e.2)- Reconhecer o inadimplemento contratual,
determinando-se o despejo do imóvel, condenando ainda
os requeridos no pagamento de R$ 69.278,29 (sessenta e
nove mil duzentos e setenta e oito reais e vinte e nove
centavos), corrigidos até o efetivo pagamento, referente
aos aluguéis e condomínio vencidos, conforme previsto no
artigo 63, §1º, “b” da Lei nº 8.245/91 e na cláusula 4ª do
Contrato de Locação em questão;

f) Ao final, requer-se que os requeridos sejam


condenados nas custas e nos honorários advocatícios na ordem de 20% (vinte
por cento) sobre o valor da causa.

g) Requer-se, ainda, a produção de todas as provas em


direito admitidas, especialmente a juntada de documentos, produção de prova
oral, testemunhal e pericial.

Dá-se a causa para fins meramente fiscais e de alçada o


valor de R$ 200.484,00 (duzentos mil, quatrocentos e oitenta e quatro reais),
que corresponde a doze vezes o valor do aluguel mensal neste caso.

Nestes Termos, Respeitosamente,


Pede e Espera Deferimento.

Curitiba, 27 de outubro de 2015.

Carlos Henrique de Mattos Sabino Thiago Wiggers Bitencourt


OAB/PR 36.546 OAB/PR 57.715

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