“Naquilo que resulta da técnica, somos nós que fazemos a matéria ser em vista da função,
ao passo que, nos entes naturais, a matéria já se encontra dada em vista da função.” (Phys.
II 2 194b7-8).
Quando dizemos que o ser é, isto significa que é ele é de certo modo, diz
respeito a determinação. As coisas existem de determinado modo e isso não muda, ao
longo do tempo elas mantêm determinada identidade. A mudança só acontece porque há,
ao longo do movimento, um subjacente que suporta o movimento, que suporta a troca de
propriedades. A identidade é garantida pela permanência do mesmo subjacente. É o
subjacente que garante que a coisa em T1 é a mesma coisa em T2. Para cada um dos
contrários do movimento, há um subjacente que permanece. Essa é a estrutura básica do
movimento. Todo movimento se dá no tempo então todo o movimento é a passagem de
um oposto para outro, mas pressupondo o mesmo subjacente ao longo do processo.
Tudo, até mesmo as substâncias provêm de algo subjacente. Isso significa que
no caso do devir em geral tudo provém do subjacente que tem determinada característica
e que ao fim do processo recebe outra característica, mas continua sendo o mesmo
subjacente. No caso do devir substancial o subjacente se torna ou gera outro.
REFERÊNCIAS: