Paulo L. C. Lage
2 Números de Stokes
• Portanto:
1 Stu
φStu ' 1 − φ ⇔ φ' , 1−φ'
1 + Stu 1 + Stu
• Se Stu → 0, então φ → 1 e as partículas acompanham a
fase contínua com a mesma velocidade, caracterizando
um escoamento homogêneo.
• Se Stu → ∞, então φ → 0 e as partículas simplesmente
não respondem à variação da velocidade da fase contínua
(como as partículas de um leito fixo). Note que,
estritamente, a hipótese de φ é violada neste caso.
Escoamentos diluídos e densos
• Considere um grupo de
partículas de diâmetro D no qual
uma partícula está se
movimentando com velocidade
relativa Vr .
• Em um intervalo de tempo δt,
esta partícula intercepta todas as
outras que estejam na região
cilíndrica de raio D.
• Sendo nD a densidade numérica de partículas, o número
de colisões é dado por:
δN = nD πD2 Vr δt
• E a frequência de colisões é dada por:
δN
= fc = nD πD2 Vr
δt
Intervalo de tempo médio entre colisões
1 1
tc = =
fc nD πD2 Vr
tu 3 DαD Vr ρD 3 DCαC Vr
= =
tc 4 νC ρC 4 νC
• Considere o acoplamento de
transporte de massa entre as
fases.
• Assuma um volume de controle
cúbico de um escoamento com
partículas que trocam massa, por
exemplo, gotas de um spray.
• A massa trocada pelas partículas é dada por
ṁD
ṀD = nD L3 ṁD = αD ρD L3
mD
• A massa transportada pela fase contínua através do
volume é dada por
ṀC ' αC ρC L2 uC
Acoplamento de massa
Definição do parâmetro de acoplamento
• Assim:
nD L
ΠQM = 3πDµC (1 − φ)
αC ρ C uC
• Porém:
ρD D2 π
tu = , mD = ρD D3
18µC 6
de forma que:
mD
= 3πDµC
tu
• Usando nD mD = αD ρD e tFu = L/uC , tem-se que:
αD ρD tFu C
ΠQM = (1 − φ) = (1 − φ)
αC ρC tu Stu
C
ΠQM = (1 − φ)
Stu
é mal determinada quando Stu → 0 pois, neste caso, φ → 1
e (1 − φ)/Stu é indeterminado.
• Para levantar a indeterminação podemos usar a solução
para φ constante, que permite escrever que:
Stu
1−φ'
1 + Stu
• Assim:
C
ΠQM =
1 + Stu
Acoplamento de energia
Definição do parâmetro de acoplamento
Q̇D
Πe =
ĖC
• Portanto:
nD L 2πDkC NuD TD
Πe = 1−
αC ρC uC cC 2 TC
• Porém:
cD ρD D2 π mD 2πDkC
tT = , mD = ρD D3 ⇒ =
12kC 6 tT cD
• Portanto, com nD mD = αD ρD e tFu = L/uC , tem-se que:
αD ρD tFu cD NuD TD C cD NuD TD
Πe = 1− = 1−
αC ρC tT cC 2 TC StT cC 2 TC
• Usando o limite difusivo (NuD = 2) e como cD /cC ∼ 1,
tem-se que:
C TD tT
Πe ∼ 1− , StT =
StT TC tFu
Acoplamento de energia
• A equação
C TD
Πe ∼ 1−
StT TC
também é indeterminada quando StT → 0 pois TD /TC → 1.
• Da mesma forma que com a troca de quantidade de
movimento, pode-se definir φT = TD /TC e usar a solução
da conservação de energia para uma partícula sob a
hipótese de φT constante para provar que:
StT
1 − φT ∼
1 + StT
• Assim:
C
Πe ∼
1 + StT
Acoplamento de energia
• Como
StT tT 3 cD
= = PrC ∼ PrC
Stu tu 2 cC
temos que
• Assim,
Πe ∼ ΠQM
quando a fase contínua é um gás PrC ∼ 1 ou um líquido
pouco viscoso.
Exemplo: para água líquida a 25C, PrC ∼ 6, mas a 100C PrC ∼ 1,8.
Acoplamento de energia
Com mudança de fase
Q̇Dl = nD L3 ṁD hL
• Note que
ṁD L3
Q̇Dl = nD mD L3 hL = αD ρD hL
mD tm
onde tm = mD /ṁD .
• Assim:
αD ρD tFu hL C
Πel = =
αC ρC tm cC (TC − Tref ) Stm BT
onde
tm cC (TC − Tref )
Stm = , BT =
tFu hL
são, respectivamente, o número de Stokes associado a
mudança de fase e o número de transferência de calor de
Spalding.
• A análise do processo termo-mássico de mudança de fase
de uma partícula é necessário para expressar tm e Stm .
Sumário
• Próximas aulas:
• Dinâmica de Partículas Isoladas
• Interação Partícula-Parede e Partícula-Partícula.
Exercícios I
StT
1 − φT ∼
1 + StT
kC
ṁD = 2πD ln (1 + BT ) = 2πDρC DC ln (1 + BA )
cC
onde
cC (T∞ − Ts ) YAs − YA∞
BT = , BA =
hD (Ts ) 1 − YAs
2 2
[D(t)] = [D(0)] − Kt