CANTIGAS POPULARES
Marinheiros e caiados
Todos devem se acabar,
Porque sópardos e pretos
O paiś hão de habitar.
Figura 1 AMARAL, F. P. do. Apud CARVALHO, A. Estudos pernambucanos.
Recife: Cultura Acadêmica, 1907.
O período da independência do Brasil registra conflitos raciais, como
se depreende
a) dos rumores acerca da revolta escrava do Haiti, que circulavam entre a
população escrava e entre os mestiços pobres, alimentando seu desejo por
mudanças.
b) da rejeição aos portugueses, brancos, que significava a rejeição à
opressão da Metrópole, como ocorreu na Noite das Garrafadas.
c) do apoio que escravos e negros forros deram à monarquia, com a
perspectiva de receber sua proteção contra as injustiças do sistema
escravista.
d) do repúdio que os escravos trabalhadores dos portos demonstravam
contra os marinheiros, porque estes representavam a elite branca
opressora.
e) da expulsão de vários lid
́ eres negros independentistas, que
defendiam a implantação de uma república negra, a exemplo do
Haiti.
Das figuras que apresentam grupos musicais em ação, pode-se
concluir que o(os) grupo(s) mostrado(s) na(s) figura(s)
PROFESSOR SÍLVIO LÚCIO – LINGUAGENS
AULA “A MÚSICA NO ENEM”
Neste lugar
MPB Vem comemorar, escandalizar ninguém
Vem me namorar vou te namorar também
Vamos pra avenida, desfilar a vida, carnavalizar
5. (ENEM-2012)
Agora eu era o herói Na Portela tem, Mocidade, Imperatriz
E o meu cavalo só falava inglês No Império tem, uma Vila tão feliz
A noiva do cowboy Beija Flor, vem ver, a porta-bandeira
Era você além das outras três Na Mangueira tem morena da Tradição
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões Sinto a batucada se aproximar
Guardava o meu bodoque Estou ensaiado para te tocar
E ensaiava o rock para as matinês
Agora eu era o rei Repique tocou,
Era o bedel e era também juiz
o surdo escutou
E pela minha lei
E o meu corasamborim (tamborim)
A gente era obrigado a ser feliz
Cuíca gemeu
E você era a princesa que eu fiz coroar
Será que era eu
E era tão linda de se admirar
Quando ela passou por mim
Que andava nua pelo meu país
Lá lá lá...
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 (fragmento).
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido No terceiro verso, o vocábulo “corasamborim”, que é a junção coração
Sim, me dê a mão + samba + tamborim, refere-se, ao mesmo tempo, a elementos que
A gente agora já não tinha medo compõem uma escola de samba e à situação emocional em que se
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido encontra o autor da mensagem, com o coração no ritmo da percussão.
Agora era fatal Essa palavra corresponde a um(a)
Que o faz-de-conta terminasse assim a) estrangeirismo, uso de elementos linguísticos originados em outras
Pra lá deste quintal línguas e representativos de outras culturas.
Era uma noite que não tem mais fim b) neologismo, criação de novos itens linguísticos, pelos mecanismos que
Pois você sumiu no mundo sem me avisar o sistema da língua disponibiliza.
E agora eu era um louco a perguntar c) gíria, que compõe uma linguagem originada em determinado grupo social
O que é que a vida vai fazer de mim?Corrigir e que pode vir a se disseminar em uma comunidade mais ampla.
d) regionalismo, por ser palavra característica de determinada área
Nos terceiro e oitavo versos da letra da canção, constata-se que o geográfica.
emprego das palavras cowboy e rock expressa a influência de outra e) termo técnico, dado que designa elemento de área específica de
realidade cultural na língua portuguesa. Essas palavras constituem atividade.
evidências de
a) regionalismo, ao expressar a realidade sociocultural de habitantes de 8. (Enem – 2015)
uma determinada região. Yaô
b) neologismo, que se caracteriza pelo aportuguesamento de uma palavra Aqui có no terreiro
oriunda de outra língua. Pelú adié
c) jargão profissional, ao evocar a linguagem de uma área específica do Faz inveja pra gente
conhecimento humano. Que não tem mulher
d) arcaísmo, ao representar termos usados em outros períodos da história No jacutá de preto velho
da língua. Há uma festa de yaô
e) estrangeirismo, que significa a inserção de termos de outras Ôi tem nêga de Ogum
comunidades linguísticas no português. De Oxalá, de Iemanjá
Mucama de Oxossi é caçador
Ora viva Nanã
Nanã Buruku
6. (ENEM-2011) Sobradinho Yô yôo
O homem chega, já desfaz a natureza Yô yôoo
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar No terreiro de preto velho iaiá
O São Francisco lá pra cima da Bahia Vamos saravá (a quem meu pai?)
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar Xangô!
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que VIANA, G. Agô, Pixinguinha! 100 Anos. Som Livre, 1997.
dizia que o Sertão ia alagar.
SÁ E GUARABYRA. Disco Pirão de peixe com pimenta. Som Livre, A canção Yaô foi composta na década de 1930 por Pixinguinha, em
1977 (fragmento). parceria com Gastão Viana, que escreveu a letra. O texto mistura o
português com o iorubá, língua usada por africanos escravizados
O trecho da música faz referência a uma importante obra na região do trazidos para o Brasil. Ao fazer uso do iorubá nessa composição, o
rio São Francisco. Uma consequência socioespacial dessa construção autor
foi o(a) a) promove uma crítica bem-humorada às religiões afro-brasileiras,
a) migração forçada da população ribeirinha. destacando diversos orixás.
b) rebaixamento do nível do lençol freático local. b) ressalta uma mostra da marca da cultura africana, que se mantém viva
c) preservação da memória histórica da região. na produção musical brasileira.
d) ampliação das áreas de clima árido. c) evidencia a superioridade da cultura africana e seu caráter de resistência
e) redução das áreas de agricultura irrigada. à dominação do branco.
d) deixa à mostra a separação racial e cultural que caracteriza a constituição
do povo brasileiro.
7. (Enem – 2010) e) expressa os rituais africanos com maior autenticidade, respeitando
Carnavália as referências originais.
Vem pra minha aula que hoje a nossa escola
Vai desfilar
Vem fazer história que hoje é dia de glória
PROFESSOR SÍLVIO LÚCIO – LINGUAGENS
AULA “A MÚSICA NO ENEM”