I.DADOS PESSOAIS..................................................................................................................................5
II.RELATÓRIO DE ATIVIDADES.................................................................................................................6
1.HISTÓRICO ESCOLAR........................................................................................................................6
2.DISCIPLINAS CURSADAS...................................................................................................................8
Cinema e Música: História, Estética e Teoria..................................................................................8
Estratégias Narrativas do Melodrama no Cinema..............................................................................8
Tópicos em Indústria do Audiovisual..............................................................................................8
História de Teoria dos Gêneros Audiovisuais..................................................................................8
PESCD - Introdução ao Som............................................................................................................9
Grupo de Estudos em sobre História e Teoria das Mídias Audiovisuais (Cinemídia)......................9
3.ATIVIDADES DESENVOLVIDAS JUNTO AO PROGRAMA..................................................................10
3.1.Participação em Grupo de Pesquisa.......................................................................................10
3.2.Organização de Eventos..........................................................................................................10
3.3.Participação em Eventos.........................................................................................................10
3.4.Próximos Eventos...................................................................................................................11
III. PESQUISA.........................................................................................................................................12
4.PROJETO DE PESQUISA INICIAL......................................................................................................12
4.1.Resumo...................................................................................................................................12
4.2.Introdução, Justificativa e Síntese do Referencial Teórico......................................................13
4.2.1.Introdução.......................................................................................................................13
4.2.2.Justificativa......................................................................................................................14
4.2.3.Síntese do Referencial Teórico. .......................................................................................14
4.3.Objetivos.................................................................................................................................16
4.3.1.Objetivo Principal............................................................................................................16
4.3.2.Objetivo Secundário........................................................................................................16
4.4.Plano de Trabalho e Cronograma de Execução.......................................................................16
4.5.Metodologia...........................................................................................................................18
4.6.Bibliografia..............................................................................................................................19
5.ESTRUTURA DO TRABALHO E CAPÍTULOS DESENVOLVIDOS..........................................................21
5.1.Resumo...................................................................................................................................21
5.2.Introdução..............................................................................................................................22
5.3.O Compositor e as Vanguardas...............................................................................................28
5.4. Capítulo 1 - LATITUDE ZERO: Entre Código e Subversão........................................................35
5.4.1.O Filme.............................................................................................................................35
5.4.2.A Música: ........................................................................................................................38
5.4.3.Música, Imagem e possíveis articulações sígnicas...........................................................45
5.5.Capítulo 2 (apontamentos iniciais).........................................................................................53
5.5.1.O Filme ............................................................................................................................53
5.5.2.Música.............................................................................................................................54
5.5.3.Música e Filme ................................................................................................................55
5.6.Capítulo 3 (apontamentos).....................................................................................................58
5.6.1.Filmefobia .......................................................................................................................58
5.6.2.Variações sobre o tema Ruído.........................................................................................60
5.6.3.O Gabinete do Dr. Estranho - O horror e o mundo lá fora...............................................63
5.6.4.Fator Realidade ...............................................................................................................64
5.6.5.Identificação e Ressonância.............................................................................................65
5.6.6.Horror..............................................................................................................................67
5.7.Referências Bibliográficas.......................................................................................................69
5
I. DADOS PESSOAIS
.
6
1. HISTÓRICO ESCOLAR
7
8
2. DISCIPLINAS CURSADAS
III JISMA
Participação na III JISMA - Jornada Interdisciplinar de Cinema e Música com o
Trabalho Sons Estranhos. Fronteira entre ruído e música na obra de Livio
Tragtenberg.
11
III. PESQUISA
4.1. Resumo
4.2.1. Introdução
4.2.2. Justificativa
1 Um breve panorama pode ser encontrado em: MIRANDA, Suzana Reck. O Legado de Gorbman e
seus críticos para os Estudos da Música no Cinema in: Contracampo. Niterói, nº. 23, dezembro de
2011, p. 161-171.
15
4.3. Objetivos
Meses
1/ 3/ 5/ 7/ 9/ 11/ 13/ 15 / 17/ 19/ 21/ 23/
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Integralizaçã
o dos X X X X X X
créditos
Revisão
X X X
Bibliográfica
Encontros
com o X X X X X X X X X X X X
orientador
Participação
em grupos X X X X X X
de estudo
Entrevistas e
X
Transcrições
Trabalhos
em X
Congressos
Publicação
de Artigo X
Científico
Análise de
X
Dados
Exame de
X
Qualificação
Redação
X X
Final
Defesa de
Dissertação X
Depósito da
X
Dissertação
4.5. Metodologia
4.6. Bibliografia
ATTALI, Jacques. Noise The Political Economy of Music. University of Minessota,
1985
CANDÉ, Roland de. História universal da música. 2. ed. Trad. Eduardo Brandão.
São Paulo: Martins Fontes, 2001. v. 1 e v.2
CHION, Michel. Audio-Vision – sound on screen. Trad. e ed. ingl. Claudia Gorbman.
New York: Columbia Univ. Press, 1994.
GORBMAN, Cláudia. Unheard Melodies : Narrative Film Music.1. ed. Bloomington:
Indiana University Press, 1987.
KALINAK, Kathryn. Settling the Score: Music and Classical Hollywood film music.
Madison: University of Wisconsin Press, 1992
KASSABIAN, Anahid. The Sound of the new film form. In: INGLIS, Ian (Ed.). Popular
Music and Films. London: Wallflower Press, 2003.
KASSABIAN, Anahid. “How Music Works in Film”. IN INGLIS, Ian (Ed.). Popular
Music in Films. London: Wallflower Press, 2003.
KAWIN, Bruce. The Children of the Light. in: Film genre reader IV (Ed.) GRANT
Barry. Austyn University of Texas Press, 20012.
5.1. Resumo
5.2. Introdução
Livio Tragtenberg iniciou sua carreira como compositor nos anos 80, com seu
primeiro disco Ritual (1980). Autodidata, costuma dizer que não teve formação, mas
informação. Começou com o saxofone, mas toca diversos instrumentos, e grande
parte de sua produção musical exerce diálogo com outras mídias.
Teve intenso contato com os poetas concretistas Haroldo de Campos e Augusto
de Campo e eles o apresentaram para o diretor Júlio Bressane, sendo a sua “porta
de entrada” para o cinema. Livio compôs trilha musical para três filmes do diretor: Os
Sermões- A História de Antônio Vieira (1989), O Mandarim (1995) e Miramar (1997).
Em Sermões, primeiro filme desta parceria, Livio criou músicas que dialogam com o
estilo barroco, pois Bressane, que também assina a trilha sonora (Livio assina a
“música original”), usou algumas obras de compositores desse período.
O Mandarim também merece atenção: o filme conta, de maneira peculiar, a
história do samba e algumas figuras da MPB como Caetano Veloso e Gilberto Gil
atuam nele. Segundo o compositor, para dialogar com o violão, que é bastante
presente no filme, ele utilizou instrumentos de cordas pinçadas (lira e harpa árabe),
explorando os instrumentos de maneira abstrata. Sonoridade similar é por ele
utilizada na música do espetáculo de dança Othello (1995).
Othello, aliás, é resultado de uma longa parceria do compositor com o
coreógrafo alemão Johann Kresnik - que também resultou nos espetáculos Pasolini
Testament des Korpes (1997), Die Trummer des Gewissens (2002), Eine Hundert
Eisemkeit (2004), entre outros.
Na verdade, antes de iniciar suas experiências no cinema Lívio também
compôs para vários espetáculos teatrais, atividade que ele exerce até hoje. Dentre
eles, os mais importantes foram Hamlet (1984) e Os Espectros (1985). Em Hamlet,
Livio aplicou um pensamento composicional que consiste em utilizar um estilo
reconhecível pelo público para depois alterá-lo, conforme explica no seu livro Música
de Cena(2008, pg.33), abordagem essas que discutiremos posteriormente.
Já em Os Espectros, de Ibsen, Tragtenberg escolheu instrumentos
orquestrais de cordas para dialogar com o cenário de madeira e com ambiente
aristocrático presente na peça e no texto. Ele relata, no mesmo livro, que seu ponto
de partida foram as ideias opostas aristocracia/decadência,
formalidade/emotividade, sociedade/indivíduo (TRAGTENBERG, 2008, pg.47)
24
imagem mostra. Nos créditos finais esses sons se agregam e formam um ritmo, algo
mais próximo do que pode ser entendido por “música”. Uma abordagem similar é
utilizada pelo Tragtenberg em Contra Todos (2003) de Roberto Moreira, um dos
filmes que analisaremos nesta dissertação.
Já para Brava Gente Brasileira (2000), filme de Lúcia Murat que retrata a
relação entre indígenas e europeus no Brasil em 1778, Tragtenberg optou pelo uso
de sonoridades orquestrais. Opção semelhante também foi utilizada em Latitude
Zero (2000), de Toni Venturi, outro dos três filmes que compõem o objeto dessa
pesquisa.
Na música de Brava Gente, os elementos harmônicos chamam a atenção. Na
primeira cena - em que vemos a aldeia dos índios guaicurus - soam vozes femininas
dentro de um contexto diatônico. Após o ataque que a tribo sofre, as vozes
femininas retornam, porém o contexto harmônico situa-se dentro de uma escala
diminuta, cujo resultado sonoro é mais denso. A escala diminuta também é ouvida,
desta vez nos instrumentos orquestrais, na cena em que os europeus falam das
minas. Entretanto, as idéias harmônicas mais inusitadas foram empregadas na
música por ele denominada “um índio”, na qual há uma instabilidade harmônica que
propositalmente confunde o ouvinte transitando por acordes menores que não
pertencem ao mesmo campo harmônico. Esta música está associada às cenas nas
quais ocorrem encontros entre brancos e índios, o que sugere o seu vínculo com o
estranhamento entre os dois povos, bem como à atitude violenta dos europeus.
Ainda neste filme pode-se ouvir curiosas composições baseadas em intervalo de
quarta, quando os índios preparam o contra-ataque, por exemplo. Vale ressaltar
que esta trilha sonora foi premiada no festival de Brasília de 2001.
Tragtenberg também compôs para vários documentários como, por exemplo,
500 Almas (2002), de Joel Pizzini e O Outro Lado do Rio (2004), de Lucas
Bambozzi. 500 Almas retrata os remanescentes da tribo Guapó na região de
Corumbá, no Mato Grosso do Sul. A música, composta para orquestra sinfônica,
possui variações sobre Música Aquática de G. F. Handel, e também utiliza
instrumentos indígenas como a viola de cocho. Em O outro Lado do Rio, cujo tema
é a região de fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa, Livio assina o desenho
som novamente junto com Wilson Sukorski. Há alguns sons de percussão e sons
processados, mas a maior parte do que ouvimos foi criada a partir de sons gravados
nos locais das filmagens. Vemos imagens do rio enquanto ouvimos canções
26
Tragtenberg foi professor no Instituto de Artes na Unicamp entre 1990 e 1998. Também ministrou
cursos na PUC em 2004 e 2005, no Departamento de Multimeios. Além dessas experiências dentro
da academia Tragtenberg ministra muitos cursos livres sobre criação musical.
27
Grande parte da sua obra, como já dito, é associada a outras mídias e formas de
expressão artística, perpassando montagens teatrais, dança, poesia concreta e
criações multimídia. Tanto em sua obra artística quanto em seus livros há uma
aproximação estética e conceitual com compositores considerados de “vanguarda”
como Karlheinz Stockhausen e John Cage. Também encontramos em textos e
entrevistas, elogios aos músicos Rogério Duprat e Gilberto Mendes, representantes
dessas ideias no Brasil. Uma questão importante para essa pesquisa é colocar em
discussão o diálogo da obra de Livio com o conjunto de caminhos, ideias e
29
Método de composição com as doze notas da escala cromática em que é abandonado a noção de consonância
e dissonância, bem como é deixada de lado a ideia de hierarquia entre essas notas.
Método de composição que utiliza como base sons “concretos” cotidianos, que são organizados pelo
compositor.
30
Através desse trecho, podemos perceber como fatores sociais estão ligados a
essa discussão: os elementos musicais que em certa medida se distanciam das
sonoridades às quais os ouvidos estavam mais habituados são associados a termos
pejorativos. Por outro lado, podemos perceber como as sonoridades apontadas
exercem significativo efeito sobre os ouvintes.
Esta característica, de certo modo, é um dos elementos que motivou essa
pesquisa, pois nosso interesse reside em investigar de que modo estas sonoridades-
ditas vanguardistas-presentes tanto na música de concerto quanto em certos estilos
da música popular podem operar em outros contextos que não necessariamente
sejam partidários das mesmas aspirações como, por exemplo o cinema-uma
linguagem que, em princípio, está no centro da cultura massiva. Lógico que os três
filmes que essa dissertação se debruça não partilham de uma lógica industrial ou de
puro entretenimento. Ao contrário, são obras que pleiteiam diálogos com estéticas
artísticas de modo mais ou menos radical, conforme veremos. No entanto, muitos
filmes brasileiros que se propuseram a experimentar a linguagem fílmica de modo
inventivo, utilizaram trilhas musicais com sonoridades mais tonais e/ou pouco
experimentais. E, sendo o cinema uma arte multidisciplinar parece-nos pertinente
pensar em como se dá esse tipo de relação.
Essa discussão encontra pontos de convergência com ideias de Jacques
Attali, em seu livro Noise. Embora não seja um livro sobre cinema, a abordagem do
autor avança o debate para relações econômicas, sociais e disputas de poder que
envolvem a música e a fronteira entre esse elemento “estranho” que, aos poucos vai
31
sentido, bem como em artigos e livros de Lúcia Nagib, em especial sobre os que
versam sobre a retomada do cinema brasileiro.
Guerrini nos lembra que durante os anos 60 a atenção de muitos
compositores brasileiros se voltou para as novas ideias musicais vindas da Europa e
dos Estados Unidos. Alguns desses conceitos já haviam se difundido através do
movimento Música Viva, fundado pelo alemão Hans Joachim Koellreutter em 1939
(Guerrini, 2009,pg.59), que tinha como objetivo divulgar o dodecafonismo. No
entanto os anseios criativos em terras brasileiras seguiram por caminhos mais
variados.
Um fato importante no que diz respeito à incorporação dessas estratégias de
composição à música brasileira e, por consequência, na música do cinema
brasileiro, foi o manifesto Música Nova, que buscava subverter as formas vigentes
de se fazer música. Assinaram o manifesto Júlio Medaglia, Rogério Duprat, Damiano
Cozzella Gilberto Mendes e Willy Corrêa. Rogério Duprat na sua trajetória passou
pelo dodecafonismo e serialismo e, assim como Tragtenberg, esteve em contato
com Décio Pignatari e Augusto de Campos. Dentre outros importantes trabalhos
como compositor e arranjador, Duprat criou música para filmes do diretor Walter
Hugo Khouri como a Ilha (1963) e Noite Vazia (1964). Neste último o compositor
incorporou o atonalismo, proposta esta que, por sua vez, contribui para o clima de
angústia e solidão que paira sobre a narrativa. Há também um uso de manipulação
de fita magnética, recurso considerado um importante marco no que se refere a
exploração sonora de processamentos, conforme a detalhada análise de Guerrini
demonstra. Além de Duprat, nesse período há filmes com música de outros
integrantes do movimento Música Nova como Damiano Cozzella e Júlio Medaglia.
Entre as propostas do grupo estava a ideia de pensar a música dentro de um
contexto de consumo.(GUERRINI, 2009 pg.60).
Cozzella compôs para o filme o Cangaceiro Sanguinário (1969) dirigido por
Osvaldo Oliveira, e utilizou berimbau, órgão hammond, guitarra elétrica e
processamentos sonoros, combinando elementos eletrônicos e regionais com
elementos da cultura pop.
Medaglia compôs para Agnaldo: Perigo à Vista (1969) dirigido por Reynaldo
Paes Barros que tem como protagonista o cantor da Jovem Guarda Agnaldo Rayol,
ampliando a relação entre compositores considerados eruditos e a indústria do
entretenimento. É importante ressaltar que tanto Duprat como Medaglia fizeram
33
Após o governo Collor ter promovido o desmonte da Embrafilme e ter rebaixado o Ministério da Cultura ao
patamar de secretaria, houve um aumento significativo no número de produções cinematográficas no país por
meio da reorganização dos setores vinculados ao audiovisual e também através de leis de incentivo.
34
que fica claro não só pelas suas abordagens sonoras, mas também por uma série
de artigos e textos nos quais ele discute a música de John Cage, Stockhausen, entre
outros.
A retomada costuma ser entendida como um momento no qual as tecnologias
digitais tornaram mais simples e todo o processo de criação e produção de música
para o cinema tornou-se mais barato. Os compositores em geral puderam, em
muitos casos, realizar grande parte das etapas que envolvem a produção da trilha
musical de modo mais rápido e econômico. Tragtenberg lança mão dessas
ferramentas, com um pensamento, mas voltado para as criações “timbrísticas”
viabilizadas pelas plataformas digitais, enquanto boa parte dos compositores desse
período se encantou com a ideia de possuir uma “orquestra” dentro do computador.
Lúcia Nagib diz que o trabalho de Tragtenberg está entre a “sinfonia” e a
“cacofonia” (Nagib,200,pg.84). De fato, basta ouvirmos algumas de suas
composições para notarmos de imediato que não estamos diante de um trabalho
que propõe uma escuta fácil e confortável. Ao contrário, há geralmente algo de
desafiador, de vertiginoso, qualidades estas que se aproximam da maneira como
Giuliano Obici discorre sobre elementos ruidosos:
Quando se está vulnerável ao mundo sonoro como campo de
força e se é afetado pelo exercício do sensível, que mobiliza e
transforma em sensações uma parte da sua textura sensível, que
nos constitui, tem lugar a necessidade de tornar-se outro, num
exercício que não pára de colocar em crise todas as nossas
referências. Essa crise do campo sonoro contemporâneo que nos
coloca num estado de mal-estar é que nos obriga a criar e pensar.
Esse estado de abalos e crises configura o caos. (OBICI, 2006,
pg.46)
O filme, embora apresente uma interessante proposta artística tem um teor bastante teatral e narrativa
linear.
36
5.4.1. O Filme.
10
O filme foi produzido com uma linha de financiamento voltada para filmes de baixo orçamento.
37
Também não é difícil aproximar Latitude Zero ao que Peter Brooks chama de
melodrama de fuga frustrada, no livro A Imaginação Melodramática 11
5.4.2. A Música:
11
12
Técnica em que o músico estica as cordas com a mão esquerda durante a performance para conseguir
sonoridades entre as notas pré-estabelecidas pelos trastes do instrumento.
13
Tubo utilizado no dedo da mão esquerda para que o músico possa deslizar entre as notas pré estabelecidas
pelos trastes do instrumento.
42
trilha musical do filme) possibilita glissandos14 entre as notas, que gera efeito um
semelhante.
É provável que os dois estilos tenham uma origem em comum, conforme nos
diz Mugiatti autor do já citado livro Blues-da Lama a Fama:
Alfons M. Dauer, presidente do Departamento Afro-Americano do
Instituto para Pesquisas do Jazz (sim, existe! em Graz, na
Áustria), defende a tese de que o blues norte-americano não se
desenvolveu no Sul dos Estados Unidos, mas surgiu numa data
muito anterior nas savanas da África Ocidental. Ele destaca
elementos textuais e melódicos na música sudanesa muito
similares ao blues norte-americano e únicos na África. Dauer
menciona ainda - segundo o brasilianista da MPB, Claus
Schreiner - "em conexão com a música brasileira, um tipo de
violino que se desenvolveu a partir do rebab árabe e que se
assemelha muito a um violino rústico usado na música do
Nordeste brasileiro chamado rabeca ou rebeca."
(MUGIATTI,1999, pg.11)
14
Glissando é uma articulação musical que consiste na passagem de uma nota para outra evidenciando os sons
que estão entre elas.
43
Figura 2
15
O trítono (intervalo de quarta aumentada), proibido na música sacra e considerado o diabolus in musica no
século XV, e, posteriormente no século XX, aparece como sonoridade característica do sistema dodecafônico
proposto pelo compositor Arnold Schoenberg. Fica evidente o caráter mutável quando é considerado o uso
desse intervalo dentro do sistema tonal, sistema que se baseia em criar tensões para depois resolvê-las. O
acorde dominante, que é onde a tensão é mais presente, geralmente possui um trítono em sua estrutura, e
essa tensão é gerada para depois ser resolvida em um acorde de função tônica.
44
16
Esse trecho nos dá pistas das possíveis associações que podem ser feitas a
um gênero musical. Também percebemos que, segundo o compositor, essas
associações podem ser acessadas através de uma série de aspectos como por
exemplo, o efeito dramático que possíveis interferências que estilizam e/ou
embaralham um gênero musical podem suscitar:
Ao transitar entre o estilo de referência e sua recriação, a música de
cena busca em seu próprio texto os meios expressivos que
contemplem os diferentes registros presentes na textura da
cena(...)Talvez seja esse um dos procedimentos musicais na música
de cena. A partir dele é possível ter variações sutis de sugestões,
associações e críticas narrativas. (TRAGTENBERG, 2008, pg.33)
Não é difícil enxergar nesse procedimento, relação com o que Jacques Attali chama
de código e subversão, nas palavras dele:
A subversão na produção musical opõe uma nova sintaxe à sintaxe
existente,(...) Transições desse tipo têm ocorrido na música desde a
antiguidade e levaram à criação de novos códigos dentro de redes
em mudança. Assim, a transição das escalas grega e medieval para
as escalas temperada e moderna pode ser interpretada como uma
agressão contra o código dominante pelo ruído destinado a se tornar
um novo código dominante. Na verdade, esse processo de agressão
só pode ter sucesso se o código existente já se tornou fraco através
do uso.(ATTALI, 1985, pg. 34).
onde se passa o filme, bem como dialoga com a história do cinema brasileiro e suas
propostas utópicas.
Como exemplo das múltiplas interpretações possíveis da música,
analisaremos uma sequência em que Vilela está no garimpo procurando ouro.
Vemos imagens entrecortadas. Na primeira delas, o personagem escava
paredes rochosas com uma picareta. No plano seguinte ele é visto com uma pá
pegando cascalhos, a câmera o acompanha subindo o barranco. Do alto desse
barranco ele utiliza uma espécie de manivela de poço para suspender os cascalhos,
depois o vemos andando, carregando esse material em baldes sobre o ombro.
Essas imagens evidenciam a grandiosidade, as texturas e as cores do terreno. O
personagem é visto em planos gerais, não vemos claramente suas expressões
faciais, o que que contribui para afastar alguma possível empatia entre ele e o
espectador. Nesses planos gerais as características físicas e até táteis do terreno
ficam evidentes. Podemos considerar de certa maneira que o personagem se torna
parte dessa paisagem.
Na música - composta para violinos, violas, cellos e clarone, ouvimos a
sequência harmônica Dm7, Dm6, Bb/D, Dm. O clarone, de forma imponente, toca as
notas graves assim como a paisagem (também imponente) apresenta
irregularidades através de passagens cromáticas. Os instrumentos de corda
friccionada passam uma ideia de rusticidade através de glissandos e trinados. Como
já foi dito, lembram a rabeca, mas podemos vincular a essa sonoridade narrativas
que envolvem ambientes desérticos, uma vez que em westerns e road movies é
comum timbres musicais dessa natureza (cordas ásperas e arranhadas) estarem
associados a imagens amplas de lugares desérticos e vazios. No filme Tracks
(2013), de John Curran, que conta a história real da travessia pelo deserto
australiano feita por Robyn Davidson encontramos uma abordagem musical similar.
Próximo ao gênero Western, outro filme podemos encontrar tal semelhança musical
é Sangue Negro (2008), de Paul Thomas Anderson. Nos chama atenção o fato de
que, como Tragtenberg , o compositor do filme, Jonny Greenwood, também exerce
diálogo com sonoridades musicais de vanguarda.
As texturas sonoras variadas que a música de Livio apresenta, através das
diferentes articulações, quando associadas às imagens dos paredões rochosos
possibilitam de um certa maneira que essas rochas sejam “ouvidas”, evidenciando
sonoramente as superfícies irregulares e acidentadas.
50
Outro elemento musical que chama a atenção é o arpeggio de Sol mixolídio (fig
3). O elemento mais melódico dessa composição que claramente é uma referência
a música nordestina de rabeca e pode ser entendido como alusão cinema novo e
também sobre o fluxo migratório que já citamos.
Figura 3
17
18
Enquanto ouvimos essa música, vemos Lena e Vilela arrumando o bar. Ela
mexe em seu antigo vestido de noiva enquanto Vilela trabalha e a observa. Vemos
um plano geral em que Vilela pinta a Janela no canto esquerdo da tela, enquanto
Lena mexe no vestido no canto direito. No próximo plano é enquadrado apenas o
personagem masculino. Depois, vemos Lena e, no corte seguinte, vemos Vilela,
que olha para Lena experimentando o véu de noiva. Em seguida vemos Lena
colocando o vestido sobre o corpo. A música continua. Lena começa uma conversa
dizendo que lavou o vestido antes de guardar. A partir daí a letra da canção cede
espaço ao diálogo, que se encerra com Lena rasgando o vestido e com a música de
Tragtenberg. São ouvidas notas em staccato, que de certa maneira opõe a ideia da
canção por sugerir uma quebra brusca, enquanto a canção apontava uma
aproximação entre os personagens.
A partir do que foi descrito neste capítulo, é possível notar que as relações
entre estilo de referência e recriação, código e subversão, sinal e ruído podem
estabelecer um rico jogo de significado para o filme. Curiosamente foram escolhidas
por Tragtenberg sonoridades que já são lidas como culturalmente fronteiriças: o
blues carrega em si elementos africanos e europeus, da mesma maneira que a
rabeca pode ser encarada como um elo musical entre o sertão nordestino e o oriente
médio. As arestas e rusticidades em relação à música ocidental de afinação
temperada fazem com que esses estilos de referência sejam percebidos,
principalmente no contexto desse filme, como ruidosos.
Vemos e ouvimos códigos se atrelando a subversões, se re-significando junto a
narrativa. A partir daí as informações parecem se potencializar. O ruído, como
interferência de linguagem, deixa de ter conotação negativa e ganha significado
53
5.5.1. O Filme
dos personagens: Claudia, Soninha e Teodoro tem vários segredos que não revelam
ao grupo apresentado no início e Valdomiro transita de forma variada entre esses
universos.
O filme flerta com uma estética documental. Roberto Moreira se inspirou nos
trabalhos de alguns diretores renomados que utilizam linguagem semelhante. De
acordo com suas palavras, foram filmadas cenas em um único plano, por influência
de John Cassavetes, e os improvisos entre os atores foram inspirados em filmes de
Jorge Bodansky e Mike Leigh. Moreira também assume influência de Júlio Bressane,
citando os filmes, Matou a Família e Foi ao Cinema e Um Anjo Nasceu, por conta da
violência em primeiro plano. Essas informações estão distribuídas ao longo do artigo
escrito pelo diretor intitulado: Como fiz Contra Todos.
Podemos pensar que o fator violência, - atrelado à estética documental
concedem ao filme uma certa amoralidade. A música abstrata que por vez também
não diz exatamente o que o espectador deve sentir também contribui para isso.
5.5.2. Música
Abordagem musical escolhida por Tragtenberg segue por uma lógica diferente
da usada em Latitude Zero. Na entrevista para o programa Sala de Cinema o
compositor relata que usou as sonoridades mais abstratas possíveis, fugindo
propositalmente das referências que instrumentos musicais convencionais podem
trazer. Para tanto, são utilizadas técnicas da música eletrônica como o
sampleamento e a síntese sonora. Tragtenberg também comenta sobre a utilização
de frequências subgraves para explorar sensações físicas que o som pode causar,
mas ainda mantém as notas musicais fazendo parte do jogo composicional.
Podemos relacionar estas estratégias, com algumas ideias discutidas por
Tragtenberg em seu Livro Música de Cena, como o conceito de paisagem sonora:
A ideia de paisagem sonora comporta um desenrolar de eventos
sonoros mais ou menos homogêneos e com uma constância mais ou
menos estável. Ela cria uma ambientação sonora, sem relação
interna de causalidade assim como quando se observa uma
paisagem através da janela do trem (TRAGTENBERG, 2018,pg.55)
falhas trágicas, atitude que contribui para a destruição das relações. A música
associa-se às falhas trágica dos personagens.
Na cena em que Teodoro vai atrás do traficante Marcão, por exemplo,
podemos perceber essa relação. Até então vimos Teodoro e Valdomiro trabalhando
juntos, falando sobre planos e parceria. Nessa cena porém ele está trabalhando
sozinho, escutamos uma sonoridade grave eletrônica em que a mudança entre as
notas se dá através de glissandos. Na cena em que Claudia visita seu amante
Lindoval no hospital, enquanto foge de Teodoro, vemos um plano fechado nos olhos
dela. A música nessa cena apresenta sonoridade similar. No entanto, pensamos que
a ideia musical discutida estabelece significado por conta da associação com as
imagens e a narrativa. pois se mostra difícil associar ideias pré-estabelecidas a
essas sonoridades (a análise da cena será desenvolvida em etapas futuras do
trabalho).
Podemos relacionar esse sentido mais aberto a idéia de ruído de Jacques
Attali :
Mas o ruído realmente cria um significado: primeiro, porque a
interrupção de uma mensagem significa a interdição do significado
transmitido, significa censura e raridade; e em segundo lugar, porque
a própria ausência de significado no ruído puro ou na repetição sem
sentido de uma mensagem, ao desencadear as sensações auditivas,
liberta a imaginação do ouvinte. A ausência de significado é, neste
caso, a presença de todos os significados, ambiguidade absoluta,
uma construção fora do significado. A presença de ruído faz sentido.
Possibilita a criação de uma nova ordem em outro nível de
organização, de um novo código em outra rede. (ATTALI,pg. 33)
certa medida que as características musicais discutidas pela autora também estão
presentes na música de Tragtenberg em Contra Todos. Também percebemos que o
fato da linearidade temporal no filme que estamos estudando não ser absoluta,
contribui, assim como a música para que o mistério seja preservado até o final. Os
feitos de Valdomiro o vilão, só são mostrados no fim do filme - e partir daí
entendemos o seu lugar na trama.
A ideia de Incompletude (discutida anteriormente) presente na música
estabelece um diálogo com as lacunas e com as quebras da linearidade narrativa. O
tipo de abordagem que o compositor utilizou contribui para que a vilania de
Valdomiro fique oculta até o final. Só ouvimos uma música com elementos
harmônicos e rítmicos quando são vistas as cenas que revelam as ações de
Valdomiro, podemos considerar que as lacunas se completam tanto na música
quanto na narrativa.
Utilizar um estilo musical de referência e, a partir daí, recriar algo com um novo
significado não está só presente em Latitude Zero. Apesar da proposta abstrata e
timbrística da música de Tragtenberg em Contra Todos podemos atrelar a ideia de
estilo de referência e recriação às músicas que ouvimos nas cenas finais do filme.
Durante o casamento de Valdomiro com Terezinha, a comunidade evangélica entoa
um canto religioso, chamado Vaso Novo (fig.4).
Figura 4
5.6.1. Filmefobia
mesma entrevista, Goifman afirma que nem ele, nem Bernardet e nem o roteirista
Hilton Lacerda concordam com a frase central do filme: “Só um fóbico diante de sua
fobia é uma imagem do real”. Trata-se apenas de mais um fator que impulsiona a
construção ficcional do filme.
Lívio Tragtenberg também aparece no filme como o técnico de som do suposto
experimento em construção. O som gravado em “cena” ganha novos significado
através da manipulação que o compositor emprega. Em entrevista citada
anteriormente, Tragtenberg afirma que no Filmefobia “o que acontecia era:
improvisação, confusão entre o que você era e o que você não era, e o som como
narrativa”
Para melhor contextualizar as estratégias que aproximam Filmefobia de uma
perspectiva documental, recorremos às premissas que Roger Odin elenca no texto
Filme documentário, Leitura documentarizante (2012 )19:
- O leitor constrói um enunciador pressuposto real (através de indicações
presentes no filme);
- Aparição na tela daquele que sabe (no caso de Filmefobia, o personagem de
Bernardet desempenha esse papel);
- Comentário tipo explicativo (a equipe discute sobre as razões e a relevância
dos experimentos);
- Timbre específico do som direto, ruído (Livio Tragtenberg cria em muitas
cenas, a partir do som direto).
É curioso ainda que Jean Claude Bernardet seja o ator que desempenha o
papel “daquele que sabe”, uma vez que ele é um importante ensaísta e estudioso do
cinema brasileiro, além de diretor. São de sua autoria importantes livros como
Historiografia clássica do cinema brasileiro: metodologia e pedagogia (1995) e
Cineastas e imagens do povo (1985).
Além de usar alguns elementos documentais, o filme também explora algumas
estratégias do cinema de horror. E dentro desta perspectiva é importante ressaltar
19
ODIN Roger. “Filme documentário, uma leitura documentarizante”. Significação n.37, 2012.
60
esse alambrado, em que vemos, além dos pombos, um banco de praça. A luz é
fraca. O contra-regra abre uma passagem no alambrado e acomoda o homem no
espaço interno e a partir daí os pombos vão na sua direção. No corte seguinte é
visto um plano fechado no rosto fóbico em que percebemos seu nervosismo. O
compositor grava o áudio da cena de modo que ela seja ouvida pela perspectiva dos
próprios pombos20, Neste sentido, o som direto que corriqueiramente traz a ideia de
ambientação aqui adquire um novo significado. Em seu livro Música de cena (2008),
o compositor explica um pouco sobre esse tipo de abordagem:
O Conceito de ponto de escuta é semelhante ao ponto de vista. A
escolha de um ou mais pontos de escuta entre um sempre constante
leque de opções - possibilita o estabelecimento de diferentes leitura
espaciais e sonoras para uma mesma cena (TRAGTENBERG,
2008).
21
Uma jaula com placas e avisos pedindo para alimentar o Dr. Estranho com
sons. Dentro da jaula, vê-se o equipamento de áudio e cadernos de anotações, um
laboratório que nos lembra o filme expressionista O Gabinete do Dr. Caligari ou Dr.
Frankenstein, porém as partes que serão agrupadas para se tornarem outra coisa
não são humanas como na obra literária da escritora britânica Mary Shelley, mas
fragmentos sonoros. Esses fragmentos são fornecidos ao “cientista” pelo público
tanto no próprio local, quanto via internet.
A performance/instalação de Livio Tragtenberg estreou na 29ª Bienal de Artes
de São Paulo. Entre o compositor e público havia um microfone em que as pessoas
poderiam gravar qualquer som. O compositor é visto transformando esse som
através de software e convidando o público a interagir com a obra e também
perceber as potencialidades dos sons cotidianos. É pertinente relacionar o Gabinete
22
23
Movimento artístico informalmente organizado por George Maciunas na década 1970 através revista de
mesmo nome. Tinha como objetivo mesclar diferentes linguagens artísticas.
64
do Dr. Estranho com A Fonte de Marcel Duchamp, obra em que o artista colocou um
urinol no Salão dos Artistas Independentes de Nova York, resignificando um objeto
do cotidiano, da mesma maneira que o Dr. Estranho ressignifica sons cotidianos.
A inclusão do mundo real para dentro da obra de arte vai mais além. O Gabinete do
Dr. Estranho circulou por cidades do interior paulista integrando a programação do
Circuito Sesc de Artes. Na sua estreia, a performance/instalação aconteceu dentro
do Pavilhão Ciccillo Matarazzo, espaço onde tradicionalmente ocorre a Bienal de
Artes. Os frequentadores do evento já estão habituados a exposições e obras que
propõem diferentes relações entre o público e o artista. No circuito, porém,
aconteceu algo diferente. A jaula do Dr. Estranho passou por cidades como Olímpia,
Monte Alto, Novo Horizonte, dentre outras. Podemos ver em gravações de vídeo
disponíveis no youtube, situações em que crianças percebem a obra como um
grande brinquedo, um senhor embriagado dando seus depoimentos para o Dr.
Estranho ou um cachorro assustado com as sonoridades propostas pelo compositor.
Situações em que acontece a interação com elementos do mundo real em estado
bruto, fora da galeria de arte.
24
25
BALTAR, Mariana. Por um cinema de atrações contemporâneo. In: Encontro Anual da Compós, 25. 2016,
Goiânia, GO. Anais... Goiânia, GO: Universidade Federal de Goiás, 2016.
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5.6.6. Horror
26
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