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Periódico do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Gênero e Direito

Centro de Ciências Jurídicas - Universidade Federal da Paraíba


V. 7 - Nº 02 - Ano 2018
ISSN | 2179-7137 | http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ged/index

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BARREIRAS ENTRE AS PERIFERIAS E AS INSTITUIÇÕES DE
ENSINO: DIFICULDADE DAS MULHERES EM ACESSAR O CENTRO
DE REFERÊNCIA PARA AS MULHERES SUELY SOUZA DE ALMEIDA
Rosimar Souza dos Santos Borges1, Uisis
Rodrigues dos Santos2, Isabel Gonçalves da
Silva3

Resumo: O presente artigo tem por foram coletados dados em ambos os


objetivo investigar as condições objetivas e Centros no período de três meses (de junho
subjetivas que fazem com que as mulheres a agosto de 2017), além de pesquisa em
em situação de violência tenham artigos e sites como google acadêmico,
dificuldades em acessar o Centro de BVS-Bireme, MEDLINE, PubMed entre
Referência para as Mulheres Suely Souza outros. Encontramos como resultado dos
de Almeida - CRM-SSA, localizado no estudos profundas disparidades no que diz
Campus Universitário da Universidade respeito ao perfil das usuárias, demandas e
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fluxo de atendimento em cada um dos
comparando-se ao acesso no Centro de centros. Associamos tais disparidades à
Referência para as Mulheres da Maré questão do território e direito à cidade, à
(CRMM). O Centro de Referência é um elitização da universidade pública, ao
projeto de extensão do Núcleo de Estudos racismo estrutural, entre outros fatores.
de Políticas Públicas em Direitos Humanos
(NEPP-DH), que trabalha com mulheres Palavras chave: Mulheres. Centros de
vítimas de violência, e seu objetivo é Referência. Espaço urbano. Universidade
prevenir e enfrentar a violência contra a pública. Violência de gênero.
mulher através do resgate da autoestima e
autonomia, criando formas para que as Abstract: The present article have the
mulheres tornem-se agentes de sua própria object to investigate the subjects and
transformação. Para realização da pesquisa objective condicions that make with

1
Mestre em Saúde Coletiva, graduada em Serviço Social e Direito, Assistente Social da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), atua no Centro de Referência para as Mulheres Suely Souza de
Almeida (CRM-SSA)
2
Graduanda em Serviço Social na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), extensionista do
Proext no Centro de Referência para as Mulheres Suely Souza de Almeida (CRM-SSA).
3
Graduanda em Serviço Social na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), estagiária no
Centro de Referência para as Mulheres Suely Souza de Almeida (CRM-SSA)
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women in a violence situacion have difficult Key-words: Women. Reference Centers.
in access the Center Reference to the Urban space. Public university. Gender
Woman Suely Souza de Almeida (CRM- violence
SSA), localized in the campus of the
Federal University of Rio de Janeiro Introdução
(UFRJ), comparing to the access in the
A violência contra a mulher é uma
Center Reference to the woman in Maré
expressão da questão social que permeia as
(CRMM). The Center Reference is an
relações políticas, culturais e econômicas.
extension project of the core studies of
Tal violência é um problema de ordem
public politics in human rights (NEPP-DH),
estrutural, cuja raiz está na forma patriarcal
that works with woman victms of violence
na qual nossa sociedade é fundada. As
and your object is prevent and confront the
desigualdades construídas a partir das
violence against the woman throght the
relações hierárquicas subjugam a mulher
rescue of self-esteem and autonomy,
em relação ao homem, e tais relações se dão
making ways to the woman become agents
tanto no âmbito público como no privado
of your own transformation. For the
(Silva e Soares, 2016).
accomplishment of the research were
A partir de 2006, com a sanção da
collected data in both centers in the period
Lei de número 11.340, foi promulgada a Lei
of three months (from June until August of
Maria da Penha, que passa a criminalizar a
2017), besides of research in articles and
violência contra a mulher. Ela é tipificada
sites like academic google, BVS – Bireme,
pelo Estado de cinco formas: violência
MEDLINE, PubMed, and others. We found
física, sexual, psicológica, moral e
like result of the deep studies disparities
patrimonial. A partir desta lei, se
with regart to the users profile, demands and
estabelecem serviços de atendimento à
service flow in each one the Centers. We
mulher em situação de violência, como os
associate these disparities to the territory
Centros de atendimento integral e
and rights to the city, to elitism of the
multidisciplinar, e casas-abrigos4, por
public university, to the structural racism,
exemplo.
among other facts.
Ressalta-se que serviços voltados
para as mulheres já eram pensados e

4 Lei Nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Artigo


35- inciso I e II
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desenvolvidos antes da Lei, como é o caso mulheres destas regiões da zona norte do
do Centro de Referência de Mulheres da Rio. O Centro é aberto ao atendimento de
Maré - Carminha Rosa (CRMM-CR), mulheres de qualquer localidade, seja por
situado na Vila do João, Complexo da Maré. demanda espontânea ou referenciada.
O CRMM-CR foi implantado no ano 2000 Ambos os Centros estão vinculados
na Vila do João, tendo como objetivo ao Centro de Filosofia e Ciências Humanas
ampliar e assegurar as condições de (CFCH/UFRJ), como um projeto de
exercício da cidadania das mulheres extensão do Núcleo de Estudos de Políticas
moradoras do bairro da Maré. Foi uma Públicas em Direitos Humanos (NEPP-
iniciativa da Secretaria Especial de Direitos DH). Buscam fortalecer a cidadania das
Humanos (SEDH) e da ONG Cidadania, mulheres com vistas para os Direitos
Estudo, Pesquisa, Informação e Ação Humanos, oferecendo atendimento integral,
(CEPIA), financiado pelo Fundo das acompanhamentos e orientações para as
Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM). mulheres que sofrem, sofreram ou estão
Já o Centro de Referência para ameaçadas de violência. Atuam na
Mulheres Suely Souza de Almeida (CRM- prevenção e no enfrentamento à violência
SSA), situado no campus da Universidade de gênero em suas variadas formas,
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha buscando trabalhar com este tema de forma
do Fundão, teve sua criação proposta em crítica, relacionando os casos à totalidade
2004, durante o governo Lula. Ele surge social, a qual está submersa em um contexto
após avaliação da necessidade de ampliar o de subalternização das mulheres de
trabalho desenvolvido pelo CRMM-CR e maneiras diversas. Buscam a superação do
com apoio e financiamento da Secretaria quadro por via de uma perspectiva
Especial de Políticas para as Mulheres da emancipatória.
Presidência da República (SPM), num Os Centros de Referência trazem
acordo firmado entre esta e a UFRJ. Desde como diferencial dos outros serviços de
então sua construção se iniciou, e só foi atendimento sua vinculação a uma
inaugurado em março de 2016. Localizado Universidade Federal. Isso faz com que
na Cidade Universitária (Ilha do Fundão), é estejam apoiados no tripé que sustenta a
próximo do complexo da Maré, da Ilha do educação pública: o ensino, a pesquisa e a
Governador e outros bairros, como Ramos, extensão. Essa característica possibilita a
Olaria, Bonsucesso, etc., favorecendo (pelo articulação de políticas públicas para
menos geograficamente) o acesso das mulheres, bem como também proporciona
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um espaço de formação para os presente. Na concepção do autor, portanto,
profissionais, pesquisadores e alunos o espaço da cidade capitalista reflete a
envolvidos com o tema. complexa estrutura social em classes.
No entanto, apesar de os Centros Explicar o esvaziamento do Centro
trabalharem de forma articulada e terem os de Referência localizado na Ilha do Fundão
mesmos objetivos, há profundas requer muito mais que uma leitura
disparidades no acesso das mulheres ao geográfica pura e simples, importa
atendimento em ambos os serviços. As compreender como as relações sociais
particularidades se revelam através das perpassadas na Cidade Universitária
diferenças no perfil das mulheres atendidas distanciam as mulheres do acesso ao CRM-
e em suas demandas. A hipótese do trabalho SSA. Muito além do limite físico, o espaço
é a de que tal diferença é consequência do urbano também é composto por uma
espaço urbano: enquanto um Centro de dimensão simbólica, “variável segundo
Referência está na periferia, no bairro da diferentes grupos sociais, etários, etc”
Maré, o outro está dentro de um campus (Corrêa, 1989:9). É a partir desse
universitário - um ambiente que entendimento que analisaremos neste
historicamente é elitizado, visto ser um trabalho as dimensões que contribuem para
lugar privilegiado para os estudantes de o distanciamento das mulheres no tocante
classe média, que tiveram melhores ao acesso ao Centro de Referência para as
condições de estudo, obtendo êxito nos Mulheres Suely Souza de Almeida.
processos seletivos de ingresso nas
universidades públicas. Dificuldades Das Mulheres Em Acessar
Entendemos, assim como Corrêa O CRM-SSA: A Quem Pertence O
(1989), que o espaço urbano é expressão da Espaço Acadêmico?
complexa estrutura social em classes. Ele se
constitui de diversas formas, e ao mesmo Ao analisar a questão do território,
tempo em que é fragmentado, também se podemos afirmar que o Rio de Janeiro hoje
mostra articulado. Por ser reflexo social e é uma cidade muito fragmentada. De acordo
fragmentado, o espaço urbano é com Salgueiro (1998), a cidade industrial
profundamente desigual. Ele é a do século XIX apresentava muita
representação tanto das ações do presente, segregação, pois era constituída por áreas
como aquelas que se realizaram no passado socialmente homogêneas. Desta forma, os
deixando marcas nas formas espaciais do bairros populares eram segregados em seu
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determinado lugar, nas “periferias mal- campus universitário devido à elitização do
equipadas e monótonas” (Salgueiro ensino superior brasileiro (principalmente
1998:40), distanciados dos centros onde no nosso atual contexto de ofensiva
havia muitas atividades econômicas. A neoliberal, no qual está ocorrendo a retirada
cidade, portanto, era “arrumada”. No de direitos e tentativa de mercantilização
entanto, este cenário muda no pós-guerra, das universidades). Sobre o acesso à
especialmente após os anos 70 com o educação, Andrade (2012:26) afirma:
desenvolvimento das forças produtivas5, A principal determinante no acesso à
educação é a renda familiar, embora a
mudando assim a forma de apropriação dos variável cor autodeclarada apresenta
influência no acesso para as
territórios. O aumento da mobilidade e da populações de todas as faixas de
renda. Em todas as etapas de ensino e
diversidade permite uma fragmentação quintis da renda observa-se que os
cada vez maior da estrutura social urbana, não-brancos têm menos acesso à
educação do que os brancos.
misturando as zonas centrais com as
periféricas, em um aspecto de continuidade: Assim, de acordo com os gráficos
O fato de defendermos que a cidade que apontam os dados obtidos através de
fragmentada substitui a cidade
segregada não quer dizer que pesquisa, o perfil das usuárias do CRMM é
desapareçam as situações de
segregação socioespacial. Em justamente este excluído do espaço
primeiro lugar, porque a fragmentação
pode ser vista como uma segregação à
acadêmico. Essas mulheres, em sua
escala micro, um patchwork ou manta maioria, se encontram isoladas na Maré,
de retalhos em vez da organização em
grandes manchas. (Salgueiro, 1998: pois têm seu direito à cidade negligenciado.
42)
Segundo Burgos (2005:192) a cidade
Através desta perspectiva podemos produz indivíduos cuja “subjetividade
analisar a Cidade Universitária, que mesmo encapsulada no interior dos muros dos
localizada entre bairros da zona norte do territórios” os forja com poucas referências
Rio de Janeiro e próxima a diversas do direito à cidade. Assim o indivíduo passa
comunidades (como por exemplo os a ter uma sociabilidade ambígua,
complexos da Maré e do Alemão), é um pois o território é, de um lado, fonte de
toda sorte de violência, que prospera
espaço historicamente elitizado. na exata medida em que faltam os
direitos, e, de outro, uma dimensão
Por isso, fica isolado em relação à que o envolve e protege das forças
desumanas do mercado; ao mesmo
população adjacente, que não frequenta o tempo que o priva da cidade, o
território oferece-lhe alguma forma de

5 Conceito de Marx que diz respeito ao


potencial produtivo de uma determinada
sociedade.
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acesso à comunidade (Burgos, escassez de políticas públicas, entre outros
2003:88-89). Daí se explica o sempre
renovado sentimento de lealdade que fatores.
boa parte de seus moradores nutre
pelas instituições locais.” (Burgos, Desta forma, o perfil das mulheres
apud Burgos, 2005:192)
atendidas no CRMM, assim como o de
todos os moradores das comunidades do
A partir disso, entendemos o porquê
município do Rio, é justamente o perfil
do grande fluxo de atendimentos do Centro
excluído do acesso às instituições de ensino
situado no complexo da Maré, em
superior - e, consequentemente, do
detrimento do CRM localizado na Ilha do
ambiente acadêmico dos campi
Fundão. A relação com o território incide
universitários, os quais foram
nas relações com as instituições locais. A
historicamente construídos para as classes
“lealdade”, nesse sentido, pode ser
mais abastadas.
explicada através do fato de que as políticas
Ermínia Maricato (2000:12) diz que
sociais nesse território se apresentam de
na cidade ilegal8 (nas comunidades), não há
forma fragmentada e escassa,
planos, nem ordem. E que todo o
transformando o Centro de Referência em
investimento público está destinado ao que
polo de atendimento social, para além da
ela chama de cidade formal:
questão da violência.
[...] Os serviços de manutenção das
É importante ressaltar que tal áreas públicas, da pavimentação, da
iluminação e do paisagismo, aí são
fenômeno não se restringe à Maré, mas eficazes. Embora os equipamentos
ocorre no bairro dentro da mesma tendência sociais se concentrem nos bairros de
baixa renda, sua manutenção é
de todas as comunidades do Rio de Janeiro6, sofrível. A gestão urbana e os
investimentos públicos aprofundam a
no que diz respeito ao perfil concentração de renda e a
desigualdade. Mas a representação da
sociodemográfico (raça, renda, "cidade" é uma ardilosa construção
ideológica que torna a condição de
escolaridade, etc.) dos moradores7, à cidadania um privilégio e não um
direito universal: parte da cidade

6 Centro de Estudos de Segurança e Cidadania de todas as regiões do município do Rio de


(CESeC). Perfil sociodemográfico dos Janeiro são negros. 49,8% dos moradores
moradores de favelas com UPP na cidade do possuem renda de 1 a 3 salários mínimos, e
Rio de Janeiro, 2016. Disponível em apenas 2,3% da população dessas favelas
https://www.ucamcesec.com.br/wp- possuem ensino superior completo.
content/uploads/2016/03/Perfil- 8 Segundo Maricato, ilegal por não caber no
sociodemogr%C3%A1fico-dos-moradores-de- contexto do mercado imobiliário formal/legal,
favelas-com-UPP.pdf nos levantamentos elaborados pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
7 A pesquisa realizada pelo Centro de Estudos pelos órgãos municipais de aprovação de
de Segurança e Cidadania (CESeC) em 2016 projetos, etc. (MARICATO, 2000)
mostra que 77,05% dos moradores das favelas
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toma o lugar do todo. (Grifo nosso. apresentadas. Servirá de demonstração
Maricato, 2000:165)
empírica da análise feita na seção anterior.
A desigualdade, nesse sentido, dá
bases para a construção de uma cidade Comparação Do Fluxo De Usuárias Em
fragmentada. O não pertencimento e o Cada Centro (CRM E CRMM)
distanciamento que determinada população
tem do que é entendido como cidade, Para analisar o fluxo, primeiramente
segundo Maricato, é uma construção é necessário compreender como é feito o
ideológica onde a cidadania torna-se atendimento nos Centros de Referência. No
privilégio e não um direito universal, primeiro momento ocorre o acolhimento,
fazendo com que partes da cidade pertença nos moldes da Norma Técnica de
à alguns e não a todos. Uniformização dos Centros de Referência
Assim, as mulheres dos bairros de Atendimento à Mulher em Situação de
populares adjacentes, como Bonsucesso, Violência (2006:33):
Ramos, Olaria, Maré, Manguinhos, etc., A mulher em situação de violência que
espontaneamente buscar ou for
não se reconhecem como portadoras do encaminhada ao Centro de Referência
será inicialmente atendida pela equipe
direito à cidade e tampouco do direito à administrativa que oferecerá a ela
informações gerais sobre o Centro de
educação superior, o que dificulta o acesso Referência e sobre a Rede de
dessas mulheres ao Centro de Referência Atendimento, esclarecerá suas
dúvidas e verificará o seu interesse em
localizado no campus da UFRJ. Portanto, ter uma entrevista individual com a
dupla de profissionais do atendimento
nossa hipótese é a de que o ambiente inicial.
acadêmico as intimida e afasta, pois faz com Após o acolhimento, caso haja
que pensem que o atendimento é oferecido interesse, a mulher passa pelo atendimento
apenas para quem possui vínculo com a inicial, que é uma entrevista com uma
universidade. escuta “qualificada, respeitosa e não
julgadora” (p. 34), feita por um profissional
Análise Dos Dados de plantão – portanto sem necessidade de
Nesta seção iremos desenvolver agendamento. Neste atendimento a
uma análise dos dados coletados em ambos demanda é ouvida e atendida, seja por meio
os Centros no período de três meses (de de informações, orientações e
junho a agosto de 2017), referente ao fluxo encaminhamentos. Há também o
das usuárias. Além disso, analisaremos o acompanhamento do caso, em atendimentos
perfil das usuárias atendidas e as demandas que são chamados de retorno. Os retornos
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são atendimentos semanais, realizados por direito. Esses atendimentos são realizados
meio de agendamento. É uma forma de pelo profissional mais adequado à situação,
acompanhar a mulher no processo de seja o psicólogo, o assistente social ou
romper com o ciclo da violência, através de ambos em atendimento conjunto.
seu empoderamento enquanto sujeito de

Gráfico 1

Fluxo de usuárias em cada Centro

Em ambos os Centros percebemos no CRMM a média de acompanhamentos


que os atendimentos iniciais não têm chega a ser de 8 mulheres.
número tão expressivo quanto os Conforme podemos observar no
acolhimentos. No CRMM há uma média de gráfico acima, nos meses de junho, julho e
8 atendimentos novos por mês. O número agosto de 2017, tivemos um maior fluxo de
de retornos (acompanhamentos) é próximo acolhimentos e atendimentos iniciais no
ao dos atendimentos iniciais. Esses CRMM comparando-se ao CRM. Isto
acompanhamentos são geralmente ocorre porque várias mulheres chegam
realizados pelo psicólogo da equipe. Já no diariamente ao CRMM por motivos
CRM há uma média de 3 novos diversos: para pedir informações e
atendimentos - um número muito reduzido, orientações sobre seus direitos, pedir o
em comparação com o CRMM. Há no endereço ou telefone de outra instituição,
entanto uma semelhança no que se refere ao perguntar os dias e horários das oficinas
número de acompanhamentos. No CRM e oferecidas pelo Centro, procurar
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atendimento jurídico ou psicológico, etc. em um campus universitário, encontra-se
Nem sempre a demanda inicial é uma velado dentro dos muros da academia.
situação de violência, pois esta apresenta-
se, geralmente, mascarada de outras Comparação Do Perfil Das Mulheres
necessidades. Já no CRM dificilmente a Atendidas
mulher chega ao Centro para pedir Aqui analisaremos especificamente
informações, pois frequentemente ela vem o perfil das mulheres atendidas no
referenciada com a demanda da violência. acolhimento, no mesmo período. A análise
Um dos fatores que facilitam o fluxo mostra as diferenças sociais das mulheres
das usuárias nos acolhimentos no CRMM é atendidas em cada centro. Foram utilizados
o fato de o Centro ficar no mesmo terreno quatro aspectos para comparação: local de
que o posto de saúde da região. Assim, moradia, raça9, renda e escolaridade. Tais
quando essas mulheres vão ao posto, aspectos são cruciais para obtermos um
passam em frente ao Centro, o que as leva a panorama social das usuárias.
conhecê-lo. Já no CRM, por estar situado

Gráfico 2
Local de moradia

No que diz respeito ao local de moradia das da Maré. Isso porque o Centro de
usuárias, é notável que no CRMM as Referência foi criado com o objetivo de
mulheres atendidas são, quase em sua atender as moradoras da região e ampliar
totalidade, moradoras do próprio Complexo suas condições de exercício da cidadania.

9 Utilizaremos aqui raça não como um conceito existente nas relações entre negros e brancos no
biológico de hierarquização, mas como Brasil”. (GOMES, 2012)
conceito para explicar a “complexidade
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Em geral, as mulheres residentes do bairro Brasil. Atende tanto por demanda
Bonsucesso são familiares de moradores da espontânea quanto através de
Maré, ou ex-moradoras da comunidade. encaminhamentos. O acesso ainda está em
Já o CRM-SSA atende mulheres de fase de expansão, visto que é pouco
diversos bairros e municípios do Rio de conhecido, pois funciona há cerca de um
Janeiro. O mesmo objetiva um atendimento ano e meio – além de outros aspectos que
para todas as mulheres, não só do Estado do serão analisados a seguir.
Rio de Janeiro, mas também para todo o

Gráfico 3
Raça

Os dados referentes à raça foram gerados a Segundo Lélia Gonzalez (1982:


p.15),
partir da autodeclaração das usuárias. Com
base nisso, nota-se que a maior parte das
O lugar natural do grupo branco
mulheres atendidas no CRMM são negras10: dominante são moradias amplas,
espaçosas, situadas nos mais belos
apenas 20% das usuárias são brancas. Por recantos da cidade ou do campo[...]. Já
outro lado, o gráfico do CRM-SSA mostra o lugar natural do negro é o oposto,
evidentemente: da senzala às favelas,
que 60% das mulheres são branca. Não há cortiços, porões, invasões, alagados e
conjuntos “habitacionais” (cujos
registros de indígenas ou amarelas11 modelos são os guetos dos países
desenvolvidos) dos dias de hoje, o
(asiáticas). critério também tem sido
simetricamente o mesmo: a divisão
racial do espaço.

10 Entendemos como negras as mulheres que se 11 Categorias raciais adotadas pelo Instituto
declaram pretas e pardas, assim como classifica Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE)
o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística desde o Censo Demográfico de 1991: branco,
(IBGE). preto, amarelo, pardo e indígena.
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predominância de mulheres negras
A partir disso entendemos que o atendidas na Maré, em oposição às
território, além de refletir a estrutura social mulheres brancas usuárias do centro
em classes (Corrêa, 1989), reflete também localizado na Ilha do Fundão, tem raízes
as questões raciais estruturantes em nossa históricas.
sociedade. Assim podemos entender que a

Gráfico 4
Escolaridade

No CRMM-CR, a maioria das Segundo Suelaine Carneiro (2016),


usuárias possui ensino fundamental, seja ele o percurso realizado pelas mulheres na
completo ou incompleto, enquanto no esfera da educação é marcado “por
CRM-SSA a prevalência é do ensino interrupções, abandonos, obstáculos e a
superior, boa parte em andamento na necessidade de criar rotas alternativas para
própria UFRJ. A baixa escolaridade das realizar o direito à educação”. O Relatório
mulheres do CRMM-CR pode ser das Desigualdades de Raça, Gênero e
justificada pelo fato de que as usuárias são Classe, do Grupo de Estudos
em sua maioria mulheres negras, conforme Multidisciplinares da Ação Afirmativa
dados do Relatório das Desigualdades de (GEMAA, 2017), utilizou dados da
Raça, Gênero e Classe, do Grupo de Pesquisa Nacional por Amostra de
Estudos Multidisciplinares da Ação Domicílios (PNAD)12, e nos mostra que a
Afirmativa (GEMAA, 2017). partir do recorte gênero e raça, as mulheres

12 Referente aos anos de 2011, 2012, 2013,


2014 e 2015.
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brancas e não brancas em seus respectivos negras, cuja média percentual alcançou em
grupos de cor, estudam por mais tempo que 2015, 8,4 anos para mulheres negras e 8,3
os homens. Entretanto, as mulheres brancas para as pardas, ao passo que a média para
possuem mais anos de formação do que as mulheres brancas foi de 10 anos13.

Gráfico 5
Renda familiar

A partir dos gráficos acima, podemos acadêmica é heterogênea em aspectos


perceber que a renda da maioria das diversos.
usuárias de ambos os centros é igual: entre No CRMM, a maior renda vista no
1 e 2 salários mínimos. Entretanto, no período analisado é de 3 salários mínimos,
CRM-SSA há uma maior variação: 20% desta forma entendemos que a educação
não tem renda, enquanto 10% tem renda está intimamente ligada à situação
mensal de mais de 5 salários mínimos. Um socioeconômica das usuárias. 72% tem
dos fatores de tal variação se expressa no entre 1 e 2 salários mínimos. Considerando
fato de que são atendidas servidoras da que 80% das usuárias do Centro localizado
Universidade, assim como estudantes da no complexo da Maré são negras, e apenas
UFRJ sem renda própria ou bolsa-auxílio. 29% delas tem ensino superior, é possível
Isso reflete o fato de que a comunidade constatar que o distanciamento da educação

13 O Relatório das Desigualdades de Raça, http://gemaa.iesp.uerj.br/relatorios/relatorio-


Gênero e Classe; GEMAA, 2017: disponível das-desigualdades-gemaa-no-1/.
em:
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e o recorte de raça nos ajudam a entender a
desigualdade presente nessa relação entre COMPARAÇÃO DAS DEMANDAS
os dois Centros. APRESENTADAS

Gráfico 6
Demandas apresentadas

No CRMM, apenas 27% das jurídicas (encaminhamento para a


demandas se referem diretamente à Defensoria Pública para pedido de divórcio
violência de gênero, enquanto o CRM-SSA ou pensão), as quais possuem situações
é procurado principalmente por mulheres ocultas de violência que vêm a ser
em situação de violência (60% dos casos). descobertas posteriormente. A omissão da
Entretanto, há algumas observações a serem situação de violência ocorre por motivos de
feitas. vergonha, falta de informação, medo,
No CRM-SSA a violência de gênero situação de risco, receio de que alguém
– que não é apenas violência física, conhecido que também frequenta o Centro
conforme dito anteriormente – aparece descubra, etc.
como demanda primária, que se desdobra Além disso, há todo tipo de procura
em outras demandas como atendimentos no CRMM – das informações jurídicas mais
psicológicos e jurídicos. No CRMM ocorre básicas aos encaminhamentos mais
o contrário: aparecem em primeiro lugar complexos para unidades de saúde –
demandas diversas, como atendimento simplesmente porque no bairro da Maré as
psicológico ou pedidos de informações políticas públicas se apresentam de forma
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escassa e fragmentada, o que torna o Centro violência doméstica/exercida pelo parceiro,
de Referência um alvo para inúmeras enquanto no CRM são violências variadas
demandas sociais. ligadas ao gênero, que nem sempre são
De acordo com as demandas domésticas: violência extrafamiliar,
analisadas neste recorte temporal, em todos violência institucional, estupro, abuso de
os casos que envolvem situações de autoridade no trabalho, etc.
violência de gênero no CRMM se trata de

Gráfico 7
Tipo de demanda

Quanto ao tipo de demanda, no Centro de compostos, em geral, por quem já frequenta


Referência de Mulheres da Maré é a Cidade Universitária - e este fato foi o que
equilibrado, pois o número de demandas impulsionou a nossa pesquisa.
referenciadas e espontâneas é próximo:
55% das demandas são espontâneas e 45% Considerações Finais
são referenciadas.
Por outro lado, o Centro de Ao analisarmos os dois Centros de
Referência para Mulheres Suely Souza de Referência para Mulheres, constatamos que
Almeida conta com 67% de demandas os mesmos trabalham de forma articulada,
referenciadas, o que significa que a maioria porém em condições muito díspares.
das usuárias toma conhecimento sobre o Confirmamos nossa hipótese de que um dos
Centro por meio de encaminhamentos. Os motivos do afastamento das mulheres do
33% de demandas espontâneas são CRM-SSA é sua localização em um campus
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universitário. O ensino superior elitizado universidades, que ocasionam a falta de
dificulta o acesso de determinada perspectiva de acessar o ensino superior. A
população, principalmente dos negros. partir disso, ocorre uma certa intimidação
Soma-se a isto o fato de que o espaço de entrar em um campus universitário para
urbano do Rio de Janeiro é profundamente atendimento, pois são ideologicamente
fragmentado. Desta forma, apesar de a levadas a crer que é necessário um vínculo
Cidade Universitária se localizar entre com a Universidade: acreditam que o
diversas comunidades, ela se torna um Centro só atende servidoras e alunas.
espaço restrito distante da maioria da Consequentemente, não se veem como
população, pois é velada pela ambiência sujeitas de direito ao acesso a esta política
acadêmica. pública.
Assim, para além do caráter Diante deste panorama, sugere-se o
geográfico dos referidos Centros, a questão fortalecimento e a integração da rede de
ideológica do espaço urbano é determinante proteção à mulher, garantindo informações,
para o não-acesso de uma população divulgação dos serviços, atendimentos de
específica aos serviços prestados em qualidade e o encaminhamento aos serviços
territórios tidos como não pertencentes a especializados, tais como o CRM-SSA.
uma determinada classe, raça, etc. Villaça Pois quanto mais divulgação e informação,
(2011) nos diz que a segregação urbana só mas liberdade de acesso a mulher terá.
pode ser entendida a partir das Talvez, esta estratégia seja uma forma de
desigualdades. Com base nisso, nossa facilitar e promover o acesso ao CRM-SSA
pesquisa empírica buscou demonstrar que e a outros Centros de Referência que
os aspectos socioeconômicos e as relações estejam localizados dentro de
sociais desiguais nos revelam muito sobre Universidades, e assim, desmistificar a
essa expressão da questão social, que questão do elitismo tão presente nas
distancia mulheres dos serviços públicos. universidades públicas.
Portanto, conclui-se que um dos
motivos pelos quais as mulheres cujo perfil
é mais aproximado daquele analisado no
CRMM não acessam o CRM é o
distanciamento do universo acadêmico
dessas minorias devido ao racismo
institucional e ao elitismo dentro das
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