1. Objetivos
Foram definidos como principais objectivos do Plano de Actuação os seguintes:
Com o presente Plano a Universidade de Lisboa procura dispor de uma resposta eficaz, coordenada e em
colaboração com a Autoridades Nacionais de Saúde, nomeadamente a Direcção Geral de Saúde, para
enfrentar a Pandemia de Gripe A (H1N1).
O plano foi elaborado estabelecendo como quadro de referência os seguintes documentos:
DGS: Plano de Contingência Nacional do Sector da Saúde para a Pandemia de Gripe
http://www.dgs.pt/upload/membro.id/ficheiros/i010835.pdf
ECDC: Recomendações e orientações
http://www.ecdc.europa.eu/en/Health_topics/novel_influenza_virus/2009_Outbreak/
OMS: Epidemic and Pandemic Alert and Response (EPR) – Influenza A (H1N1)
http://www.who.int/csr/disease/swineflu/en/index.html
U.S. Department of Health & Human Services/CDC: H1N1 Flu Information
http://www.pandemicflu.gov/; http://www.cdc.gov/h1n1flu/; http://www.hhs.gov/pandemicflu/plan/
University of Toronto, Joint Centre for Bioethics. Stand on guard for thee: Ethical considerations in
preparedness planning for pandemic influenza.
http://www.jointcentreforbioethics.ca/people/documents/upshur_stand_guard.pdf
Este Plano evidencia o compromisso da Reitoria da Universidade de Lisboa em conjunto com as suas
Unidades Orgânicas, Museus, Institutos, Departamentos, Gabinetes e Serviços de Ação Social suas
Residências e Cantinas, de acautelar a protecção de todos os que nela trabalham e, consequentemente,
salvaguardar perante a comunidade a operacionalidade da instituição no desempenho das suas principais
tarefas de ensino e investigação.
2. Pandemia de Gripe.
Nos seres humanos, a gripe manifesta-se habitualmente por epidemias anuais – gripe sazonal, de magnitude
e gravidade variáveis.
As pandemias de gripe são epidemias mundiais que ocorrem com intervalos irregulares, normalmente de
várias décadas (três vezes no século XX). Ocorrem geralmente associadas ao vírus influenza A, que está
classificado em subtipos e que é susceptível de sofrer alterações do seu genoma viral.
Em regra está em causa um novo subtipo do vírus tipo A para o qual a população tem uma susceptibilidade
quase universal, e que resulta de variações antigénicas major (shift antigénico). Estas variações
correspondem a alterações mais profundas e inesperadas do genoma viral, por mutação adaptativa, em que
um vírus adquire mutações graduais, durante infecções sequenciais no homem ou noutro mamífero, ou por
um processo de recombinação entre vírus da gripe sazonal circulantes e vírus da gripe de outras espécies.
Resultante da susceptibilidade generalizada da população ao novo vírus associada a uma transmissão de
forma eficaz e sustentada, a gripe ocorre, em simultâneo, em extensas regiões do globo, afecta uma elevada
proporção da população e causa excesso de mortalidade e disfunção social. A pandemia pode evoluir por
ondas, cada uma com uma duração de 8 a 12 semanas, e a sua contenção só será possível em estadios
muito precoces, pelo que as medidas a tomar no início da pandemia se destinam, principalmente, a atrasar a
progressão da doença, permitindo o seu melhor controlo, até que exista a possibilidade de vacinação.
À data, não existe ainda uma vacina que proteja da gripe A (H1N1), cuja pandemia se teme.
Relativamente ao tratamento e prevenção (profilaxia) da gripe pandémica, os medicamentos considerados de
primeira escolha são os inibidores da neuraminidase, como o oseltamivir e zanamivir. Contudo, a maioria das
pessoas que se infectaram com o novo vírus A (H1N1) apresentaram apenas sintomatologia da sindroma
gripal (odinofagia, tosse, rinorreia, febre, mal-estar, cefaleia, artralgias/mialgias) e recuperaram sem
tratamento antiviral 1.
Usado profilaticamente, o fármaco antiviral pode reduzir a probabilidade de contrair a doença em caso de
pandemia. No tratamento dos doentes com diagnóstico de gripe tem que ser administrado nas primeiras 48
horas após o início dos sintomas. O oseltamivir não está indicado, nem para a prevenção nem para o
tratamento de lactentes com menos de 3 meses de idade.
A sua utilização deve estar sujeita ás recomendações emanadas da Direcção Geral de Saúde, no âmbito do
Plano de Contingência Nacional do Sector da Saúde para a Pandemia de Gripe.
À data, à escala mundial, está-se na fase 6, no período de alerta pandémico2.
1
Adaptado de OMS. Epidemic and Pandemic Alert and Response. Influenza A (H1N1), disponível em:
http://www.who.int/csr/disease/swineflu/frequently_asked_questions/swineflu_faq_antivirals/en/index.html [acedido em 12-05-2009]
2
Adaptado de OMS. Epidemic and Pandemic Alert and Response. Avian Influenza. Current WHO phase of pandemic alert, disponível em:
http://www.who.int/csr/disease/avian_influenza/phase/en/index.html [acedido em 18-05-2009]
Fases 5-6(fase
pandémica) Fase post-
Fase 4
pico
Fase post-
Fases 1-3
pandemia
Tempo
Infecção humana
Infecções com amplamente Actividade gripal a
predomínio animal; disseminada no mundo níveis sazonais
escassas infecções
humanas
Transmissão Possibilidade de
pessoa-a-pessoa recorrência de
controlada surtos
3. Aspectos éticos3
Um plano de actuação em situação de pandemia de gripe tem que ser alicerçado em valores éticos, a fim de
que os intervenientes possam compreender e aceitar antecipadamente as opções que terão que ser feitas.
Com efeito, em situação de pandemia de gripe há decisões difíceis que, de algum modo, têm repercussões
em todos os membros e utentes da UL, nomeadamente a mobilização de recursos humanos em cenários de
absentismo aumentado e com maior volume de trabalho ou, pelo contrário, a restrição de actividades não
consideradas essenciais. Igualmente, a afectação de recursos escassos, tal como a distribuição de antivirais,
poderá impor a selecção de quem é elegível prioritariamente para quimioprofilaxia.
Assim, identificam-se questões éticas com as quais todos vão ser confrontados e que têm que estar
presentes na elaboração do Plano, a saber:
A eventual necessidade de adoptar medidas restritivas no interesse da Saúde Pública, por exemplo, a
“evicção laboral” e a restrição à mobilidade;
A definição de prioridades que incluem a distribuição de recursos escassos tais como medicamentos
antivirais e vacinas.
Na elaboração do presente Plano assume-se como quadro de referência um conjunto de valores éticos que
formatarão as medidas que tiverem que ser tomadas e que constituirão um Código Ético para o Plano de
Actuação em Situação de Pandemia de Gripe.
3
Traduzido de: University of Toronto, Joint Centre for Bioethics. Stand on guard for thee: Ethical considerations in preparedness planning for
pandemic influenza.
Disponível em: http://www.jointcentreforbioethics.ca/people/documents/upshur_stand_guard.pdf
Plano A
- Entregar máscara
- Encaminhar para o isolamento
- Contactar familiares
- Contactar Linha de Saúde 808242424
- Comunicar à RUL 210170115
- Desinfectar as mãos
Figura 2
Nas Unidades Orgânicas, Institutos e SASUL, sempre que for possível, deve
existir uma sala de isolamento com as seguintes características:
3 Ventilação natural;
4 Equipamento de repouso
Plano B