Seja como for, há sempre quem, ante o facto consumado da Nova Ordem
Mundial, aponte como solução a implementação de uma Religião Universal
entendida como «a Unidade subjacente à aceitação ecuménica das várias
religiões e filosofias do Oriente e do Ocidente» (20). Porém, o problema não
passa, a nosso ver, nem pela negação unilateral da «crise agónica do
sistema capitalista» (21), nem muito menos por considerar «o amor da
pátria ou do nacionalismo nas gerações de Pascoaes e de Fernando Pessoa»
como algo de irreal e de inexequível (22). Senão vejamos: a ideia
pascoalina de Raça em nada perdeu do seu valor eminentemente espiritual,
valor esse que nunca será apreendido num sentido sociológico, ou num
sentido puramente eugenésico à maneira dos povos germânicos e eslavos,
pois quer apenas sublinhar um certo número de qualidades electivas, (num
sentido superior) próprias de um Povo, organizado em Pátria, isto é,
independente, sob o ponto de vista político e moral (23).
Notas:
(17) Cf. António Quadros, ob. cit., p. 203. Neste prisma, também não deixa
de ser curioso como António Telmo, procurando, em sua manifesta e
prudente inteligência, demarcar-se do salazarismo, caíra na afirmação,
deveras infeliz, de que o seu livro, intitulado História Secreta de Portugal,
«até» tivesse sido «a favor do 25 de Abril». Tal é, de facto, o
provincianismo do autor, a avaliar pelo trecho que se segue: «Mas antes de
ir para lá [Brasil] aconteceu-me um episódio que posso contar, muito
curioso. Eu estava em Lisboa sem trabalhar, e um amigo meu apareceu e
disse-me para eu ir com ele àquele astrólogo, o Hórus. Eu não queria, disse
que não estava interessado nessas coisas da astrologia. Bom, ele lá me
levou, pagou-me a consulta e então aconteceu esta coisa extraordinária:
pegou-me na mão, perguntou a hora e data de nascimento e disse: “Isto é
uma coisa impressionante, você é o único homem que pode derrubar o
Salazar”. E adiantou: “Mas não o faça, não o faça”» (António Telmo, Viagem
a Granada, Fundação Lusíada, 2005, pp. 68 e 73).
(28) Id., p. 102. Tal não significa que «debaixo de algumas categorias
[seja] possível estabelecer pares de adjectivos de significação contrária».
Mas «nem sempre há nomenclatura inequívoca para as diversas categorias.
Agudo pode opor-se a grave, mas também a rombo e a obtuso; ligeiro pode
opor-se a moroso, mas também a pesado; claro opõe-se a escuro, mas
estes adjectivos aplicam-se equivocamente segundo a luz e o som. Muitos
outros exemplos confirmariam esta indução» (ibidem).
Notas:
(1) Cf. António Cândido Franco, «Nota corrida sobre o pensamento geo-
estratégico de Teixeira de Pascoaes», in revista Nova Águia, 2009, n.º 4, p.
100.
António Sardinha
(13) Cf. Ernesto Palma, «Agostinho da Silva, filho pródigo», p. 41. De resto,
o paralogismo que se segue é igualmente esclarecedor: «... não há
propriedade alguma que Deus possa abençoar; Deus só abençoa a não
propriedade» (Agostinho da Silva, «Considerando o Quinto Império»,
in Dispersos, Lisboa, ICALP, 1988, p. 193).
(14) Rui Martins, ibidem, p. 83.
Continua
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Prólogo
"Não esqueçamos (...) que a palavra «liceu» pertence à tradição aristotélica, porque
está associada ao culto de Apolo, príncipe das nove musas e à vitória da
humanidade sobre a animalidade. Não é a técnica nem a ciência o que humaniza o
homem, e se (...) o liceu não deve ser mais do que um colégio das artes, temos de
concluir (...) pela afirmação de que o liceu nada será se não cultivar a mais alta e
difícil das artes, que é a de filosofar".
Álvaro Ribeiro
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