CAPÍTULO 2
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO 4
2 IGNIÇÃO 7
4 COMBUSTÃO DE GÁS 30
4.1 Jatos 30
4.1.1 Jatos com rotação 32
4.1.2 Dados experimentais sobre jatos sem rotação 34
4.1.3 Recirculação em jato confinado 37
4.1.4 Cálculo do índice de rotação em um jato 40
4.1.5 Determinação do índice de rotação 42
4.1.6 Expressões empíricas sobre jatos com rotação 47
5 INTERCAMBIALIDADE DE COMBUSTÍVEIS 68
2
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5.5 Intercambialidade 82
5.5.1 Intercambialidade de combustíveis gasosos 82
5.5.2 Intercambialidade de combustíveis líquidos 83
5.5.3 Intercambialidade de combustíveis sólidos 84
3
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1 INTRODUÇÃO
Geralmente, define-se combustão, de uma forma bem simplista, como uma reação
química exotérmica entre combustível e comburente (reagentes), ocorrendo a altas temperaturas
e com ritmos intensos.
Esta definição de combustão e as análises dos estados inicial (dos reagentes) e final (dos
produtos) em equilíbrio, sem considerar o tempo necessário nem os fenômenos envolvidos para
ocorrer estas transformações, são suficientes para o estudo da estequiometria da combustão,
entretanto, para viabilizar e otimizar qualquer aplicação do processo de combustão é necessário
um entendimento, pelo menos qualitativo, dos fenômenos físicos e químicos envolvidos nas
reações (mistura dos reagentes, aquecimento dos reagentes, ignição, trocas de calor , etc), a fim
de identificar e prever a influência de cada parâmetro no processo em questão.
dCi
Taxa de reação = − (1.1)
dt
onde:
Ci - concentração da substância reagente i, na mistura. A concentração pode ser:
- mássica:- ρ(kg/m3) - massa específica ou
- molar:- ρ/M(mol/m3), sendo M(kg/mol) - massa molecular.
t - tempo (segundo)
A distinção entre combustão e uma reação química lenta é feita pela observação da
variação da taxa de reação e da temperatura atingida pelos produtos da reação. São ilustrados
dois processos da reação química de um sistema contendo uma mistura de CH4 e O2, no gráfico
1.1.
Taxa de
reação COMBUSTÃO - T > 850 K
dC
− CH 4 IGNIÇÃO
dt
Oxidação lenta do CH4 - T < 500 K
tempo
GRÁFICO 1.1 - Taxa de reação (variação da concentração do CH4) x tempo.
4
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No caso da oxidação lenta, mantendo-se a temperatura com valor inferior a 500 K, a taxa
de reação sofre pequenas variações e as reações se processam em períodos de vários minutos,
enquanto que na combustão, dada a ignição, ocorre uma variação abrupta da taxa de reação
concomitantemente com a elevação da temperatura dos produtos de combustão e as reações se
processam em frações de segundos, até exaurir um dos reagentes.
É evidente que os fenômenos físicos, tais como difusão e/ou convecção propiciam a
mistura dos reagentes e antecedem as reações químicas.
ρ0 , T0 , P0
ρf , Tf , Pf
onde:
u - velocidade (m/s)
ρ - massa específica (kg/m3)
T - temperatura (K)
P - pressão (Pa = N/m2)
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ρ o uo = ρ f u f = n (1.2)
Po + ρ o uo2 = Pf + ρ f u 2f (1.3)
Pf − Po
= −n2 (1.4)
1 1
−
ρf ρo
Conclui-se, de (1.4) que a pressão e a massa específica devem variar no mesmo sentido
na combustão; portanto, podem ocorrer as seguintes alternativas:
6
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2 IGNIÇÃO
kcal/mol
60
C2H2
40
20
C2H4
0 H2 C, S (sólido) O2 (gás)
CH4
-20 C2H6 C3H8
CO
C4H10
-40
C8H18 (vapor)
-60 C8H18 (líquido) H2O [vapor]
H2O [líquido]
-80
CO2
-100 (COMBUSTÍVEL) (OXIDANTE E
PRODUTOS DA
COMBUSTÃO)
7
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A esfera, apresentada na figura 2.1, encontra-se numa posição em equilíbrio estável para
pequenas excitações, mas se a excitação for suficiente para deslocar a esfera para um potencial
superior a H + ∆H, então ela se moverá para uma nova posição de equilíbrio; analogamente a
ignição é a excitação que desencadeia a combustão para uma mistura de combustível com o
comburente.
Esta instabilidade do acetileno puro (sem mistura com oxigênio) manifesta-se através de
uma transformação violenta para pressões absolutas superiores a 3,5 kgf/cm2 na temperatura
ambiente, portanto recomenda-se pressões de trabalho inferiores a 2,0 kgf/cm2 no seu manuseio.
8
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• modelo baseado na teoria das colisões entre as moléculas [1] e [2] permite um
entendimento intuitivo da formulação da taxa de reação e pode ser adaptado e
utilizado como referência para a maioria das reações químicas.
E
w = A.exp. − (2.1)
RT
onde:
Para colisões de moléculas diferentes (por ex. O2 e CO) chega-se à seguinte expressão:
σ + σ B
2
1 1
A= A c .c K .T + (2.2)
2 A B M A MB
1 1
com K - constante, e o termo K.T + é proporcional a velocidade média
MA MB
das moléculas da mistura.
E
exp − - fator de Boltzmann, fração das colisões com energia capaz de propiciar a
RT
reação
Observa-se que a taxa de reação (2.1) é função da temperatura e para baixas temperaturas
a liberação de energia devido à reação entre os reagentes é igual ou inferior à energia dissipada
9
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para o meio, portanto as reações químicas continua a ocorrer lentamente sem elevação da
temperatura.
Q(+)
Q(+)
Q(-) Q(-)
B
Q*(-)
CR
A
*
T
TAMB TP TP T*
Q( −) = hc . S .( T − TP ) (2.3)
E
Q(+ ) = hrp . A exp − .V (2.4)
RT
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onde:
hc - coeficiente de troca de calor por convecção (J/s.m2.K)
S - superfície do recipiente (m2)
T - temperatura média do sistema (mistura) (K)
TP - temperatura da parede do recipiente (K)
hrp - entalpia de reação (J/kg)
V - volume da mistura (m3)
Fixada uma temperatura de parede (Tp), tem-se o ponto onde a reta Q(-) intercepta o eixo
das abcissas e, dada uma concentração C de combustível na mistura, tem-se a curva Q(+).
As curvas de Q(+) e Q(-) podem se interceptar por exemplo em dois pontos A e B. Neste
caso, para T<TA tem-se Q(+) > Q(-) e a mistura se aquece tendendo a TA.
Para TA < T < TB, tem-se Q(-) > Q(+); as perdas superam o calor liberado nas reações e o
sistema tende ao ponto A.
Para T > TB, tem-se Q(+) > Q(-) e o sistema se desequilibra, desencadeando a combustão,
TB corresponde a uma das temperaturas de ignição com concentração C. Observa-se que a
temperatura de ignição depende da configuração do ‘’recipiente’’ e da temperatura da sua
parede.
Pode ser visto no gráfico 2.2, que se a temperatura da parede Tp for aumentando
paulatinamente, chega-se a Tp* , onde a reta Q*(-) tangência a curva Q(+) no ponto CR; esta
temperatura Tp* é maior temperatura de parede para a qual não ocorre a ignição. O ponto CR
corresponde à temperatura T* da mistura reagente, denominada temperatura de auto-ignição.
*
Considerando a condição de auto-ignição, em que Tp e T* são a temperatura da parede e
temperatura de auto-ignição respectivamente, tem-se:
Q( + ) T * = Q( − ) T *
d d
Q( + ) = Q( − )
dT T* dT T*
E
hc S ( T * − TP* ) = hrp A.exp − .V (a)
RT *
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E E
hc S = hrp . A.exp − .V . (b)
RT * RT *2
logo, dividindo-se a expressão (a) por (b) chega-se a:
RT *2
T * − TP* =
E
ou
E * E *
T *2 − T + TP = 0
R R
cuja solução é:
1/ 2
E E 4 R TP*
T =
*
− 1 −
2R 2R E
*
Em geral os valores de E são da ordem de 20.000 cal/mol, Tp ~ 800 K e
R = 1,98 cal/mol.K, logo
4 RTP* 1
~ < 1,
E 3
2
E 1 4 RTP* E 1 4 RTP*
T* = . + . .
2R 2 E 2R 8 E
ou
R *2
T * − TP* ≅ T ~ 64 K (2.5)
E P
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E
hc . S . (T * − TP* ) = V . hrp . A. exp − ,
RT *
o termo A = A( σ, C, T, M), pode ser separado em duas funções, com uma delas sendo
função da concentração, ficando
A = k o . f (C) ,
R *2
T * − TP* = T ,
E P
obtém-se
R *2 E ,
hc . S . T = V . hrp . k o . f (c).exp − (2.6)
E P R
RTP 1 + TP
* *
E
*
Como os valores de E são da ordem de 20.000 cal/mol, Tp - 800 K e R = 1,98 cal/mol K,
tem-se
RTP*
~ 0,1 << 1 ,
E
portanto
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1 R
≅ 1 − TP* ,
R E
1 + TP*
E
a expressão (2.6), fica:
V . hrp . k o . E E
TP* 2 = .exp(1). f (C ).exp −
hc . S . R RTP*
ou
E
TP* 2 = cte. f (C ). exp − (2.7)
RTP*
Portanto, tem-se:
• Considerando uma mistura com certo teor de combustível, a função f(C) será função da
pressão,, f(C) = f(P), portanto é possível traçar o gráfico 2.3, T* x P para um dado teor de
combustível na mistura, delimitando a zona de ignição,
T*
zona de
ignição
• Considerando a mistura com a pressão constante, a função f(C) pode variar com a variação
do teor de combustível na mistura.
Seja uma mistura estequiométrica com Q(+)est, calor liberado pelas reações químicas
dessa mistura estequiométrica, conforme o gráfico, Q(+) x T para diversos teores de combustível
na mistura.
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reduzindo a taxa de reação para a mesma condição de pressão e temperatura; entretanto existem
duas maneiras para sair da relação estequiométrica , que são:
• aumentando o teor de combustível, obtendo-se uma mistura rica com Q(+) rico;
• diminuindo o teor de combustível, obtendo-se uma mistura pobre com Q(+) pobre,
portanto, existem dois teores de combustível (concentração) para uma mesma pressão e
temperatura de auto-ignição, que estabelecem os limites de auto-ignição.
T
GRÁFICO 2.4 - Q(+) calor liberado pelas reações químicas x temperatura, para diversos
teores de combustível na mistura.
T*
zona de
ignição
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zona de
ignição
% Comb.
0 (C1) Cest (C2) 100
As ignições forçadas por corpo incandescente, faísca elétrica ou chama piloto, propiciam
inicialmente um aquecimento da mistura reagente na vizinhança da fonte. Elevando a taxa de
reação, consequentemente eleva-se a temperatura e desencadeia-se a combustão na vizinhança da
fonte, com a formação de uma frente de chama, que, em seguida se auto-propaga em direção ao
meio reagente, através do mecanismo de propagação da chama, envolvendo basicamente os
fenômenos de transmissão de calor e massa.
A influência das condições de contorno pode ser devida à natureza química das paredes,
que podem ser construídas com materiais refratários (óxidos, carbetos de silício, etc.) ou metais
(ferro, cobre, etc), resultando efeitos catalíticos e trocas de calor diferentes na mistura reagente,
ambos interferindo na taxa de reação.
16
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Este modelo, analisa as zonas de pre-aquecimento e de reação, que são separadas pela
temperatura de ignição TI.. A equação de energia para estas zonas é dada pela expressão:
δT δ δ δ E (2.8)
C p . ρ. = λ T −
δt δx δx δx
( h . A.exp −
C p .T. ρ.u + rp
1 44 2 44
3
RT )
( variaçao, no (troca de calor
tempo, da
( troca de
calor por por convecçao) W
energia ( calor liberado pelas
conduçao) reaçoes quimicas)
da mistura)
com:
u - velocidade dos gases em relação volume de controle
E
W = A.exp −
RT
δT
Considerando o processo em regime permanente, =0, e as propriedades como Cp e λ
δt
constantes, obtém-se para as zonas de pre-aquecimento e de reação as seguintes expressões:
• - zona de pre-aquecimento: considerando que o calor liberado pelas reações é pequeno
e o escoamento unidimensional, a equação da continuidade fica:
ρo uo = ρ. u
d2 dT
λ 2 T − ρo uo C p . =0
dx dx
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x = 0 → T = TI
dT
x = −∞ → =0
dx
cuja solução é:
uo ρo . C p
T = T0 + (TI − To ) exp . x (2.9)
λ
δ
uo . ρo . n = ∫ w. dx = w . δ (f)
o
dT T − TI
= F (g)
dx δ
dT uo . ρo . C p
dx
=
λ
(T
I − To ) (h)
x=0
1 λ 1 TF − TI
uo = .w. (2.10)
ρo Cp n TI − To
Conclui-se que:
• se a frente da chama for estacionária, a sua velocidade de deslocamento em relação à
mistura reagente é o próprio u0 = SL (velocidade da chama laminar).
• A velocidade da chama laminar é, portanto, proporcional à raiz quadrada da taxa de
reação média e à relação da condutibilidade térmica pelo calor específico da mistura.
• A temperatura da mistura reagente To influi na temperatura dos produtos da
combustão e na velocidade da chama, vide equação (2.10) e na tabela 2.1.
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(Mistura estequiométrica)
Natureza da mistura To Tf Voi
(oK) (oK) (cm/s)
346 2420 85
CH4/O2[1],[2] 383 2450 89
contendo 62,5% N2 463 2465 97
539 2490 106
322 2175 92,5
[2]
C2H2/O2 357 2195 97,5
contendo 79% N2 413 2210 105,5
509 2240 119
[1] Vandenabeele H., Corbeels R et Van Tiggelen A. - Comb. and Flame, 1960,
4, 253.
[2] Van Tiggelen A, et Vandenabeele H. - Kinetical Parameters in premixed laminar Flames.
Tech. Note n° 2, Contract AF 61 (514) 1245; Monitoring Agency, doc. n° AFOSR-TN 59-
1149; Astia doc n° 234-580, 1960, p. 25
TABELA 2.1 - Influência da temperatura da mistura reagente na temperatura dos produto
de combustão e na velocidade da chama.
uo ρo . C p
T = T0 + (TI − To ) exp . x 2000
λ
1600
400
e os valores das propriedades da mistura
como os do ar, temos: 0
Mais detalhes sobre análise de ignição forçada podem ser vistos nas referências [6] e [8].
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O segundo método proposto por Dixon é conhecido como método dos tubos
concêntricos, onde os reagentes são aquecidos separadamente ao escoarem pelos respectivos
tubos, e na saída desses tubos ocorre a mistura e observa-se o surgimento da chama. A
experiência consiste em se aumentar gradativamente a temperatura até que ocorra a ignição da
mistura. A menor temperatura que propicia a formação da chama é considerada a temperatura de
auto-ignição.
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Combustível Temperatura de
Auto-Ignição
H2 Hidrogênio 570
NH3 Amônea 650
N2H4 Hidrazina 270
H2S Gás Sulfídrico 290
HCN Gás Cianídrico 510
(CN)2 Cianogeno 850
CS2 Sulfeto de Carbono 130
CO Monóxido de Carbono 630
CH4 Metano 580
C2H6 Etano 490
C3H8 Propano 480
C4H10 Butano 420-480
C2H4 Etileno 520
C3H6 Propileno 460
C4H8 Buteno 1 385
C4H8 Buteno 2 435
C4H6 Butadieno 420
C2H2 Acetileno 320
TABELA 3.1 - Temperatura de auto-ignição de alguns gases.
Existem diversos métodos para determinação da velocidade da chama, mas serão citados
somente dois métodos que são mais utilizados.
• segundo método é baseado nas medições realizadas no cone ou pirâmide de chama que
se forma nos queimadores do tipo Bunsen, conforme é ilustrado na figura 3.1.
No gráfico 3.1 são apresentados valores médios das velocidades de chama de diversos
gases combustíveis em função do teor de combustível na mistura.
Mais detalhes sobre métodos para determinação de velocidade de chamas podem ser
vistos nas referências [6], [8] e [9].
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FIGURA 3.1 - Esquema de uma bancada para determinar a velocidade da chama e foto de
uma chama.
GRÁFICO 3.1 - Velocidade da chama de diversos gases combustíveis, misturados com ar.
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A máxima velocidade de chama ocorre para mistura levemente rica, conforme pode ser
visto na tabela 3.2.
O limite inferior caracteriza o mínimo teor de combustível necessário na mistura para que
ocorra a propagação da chama, e o limite superior é o máximo teor em que ainda ocorre a
propagação da chama.
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3.3.1 Influência dos gases inertes como CO2, H2O e N2 nos limites de flamabilidade, e
cálculo dos limites para uma mistura de combustíveis gasosos
Os gases inertes CO2, H2O e N2 atuam como extintores da chama, nos gráficos 3.2, 3.3 e
3.4 são apresentados os limites de flamabilidade de alguns gases misturados com os inertes em
diversas proporções.
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GRÁFICO 3.2 - Limites de flamabilidade de H2, CO e CH4 misturado com inertes, CO2 ou
N2, em diversas proporções.
100
LI ou LS = (3.1)
a b c d
+ + + +...
A B C D
onde:
a, b, c, d,... são as frações molares dos gases combustíveis constituintes da mistura, em
porcentagem
Observações:
1. A mistura combustível não deve conter oxigênio, caso o oxigênio esteja presente, deve-se
recalcular os teores dos constituintes isentos de oxigênio.
2. Se a mistura tiver inerte deve-se compor os inertes com os gases combustíveis presentes na
mistura de modo que cada composição (inerte + gás combustível) corresponda a uma das
misturas cujos respectivos LI e LS podem ser obtidos nos gráficos 3.2, 3.3 ou 3.4.
Detalhes sobre a influência de inertes e cálculos dos limites de flamabilidade podem ser
vistos nas referências [8] e [9].
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H2+CO2 1 20 20 8,0 68
H2+H2O 1 4 4 8,0 72
H2+N2 1 6 6 8,0 74
CO 30 12,5 74
CH4 10 5,0 15
100
LI = = 8,4%
20 + 20 4 + 4 6 + 6 30 10
+ + + +
8 8 8 12,5 5
100
LS = = 51,7%
20 + 20 4 + 4 6 + 6 30 10
+ + + +
68 72 74 74 5
Não há uma regra fixa para o fracionamento, desde que a mistura constituinte, cada linha
do quadro, tenha os limites de flamabilidade determinados em gráficos semelhantes aos gráficos
3.2, 3.3 e 3.4.
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H2 30 4,0 75
CO+CO2 1 20 20 29 66
CO 10 12,5 74
CH4+H2O 1 4 4 9,0 22
CH4+N2 1 6 6 11 22,5
100
LI = = 8,6% e LS = 49,1
30 20 + 20 10 4 + 4 6 + 6
+ + + +
4 29 12,5 9 11
29