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Aula 01

Dir Administrativo p/ Câmara de Salvador (Assistente Legislativo e Área Admin - Gestão


da Qualidade)

Professor: Herbert Almeida

01851042580 - Joana Angélica Moreira de Jesus


No•›es de Direito Administrativo p/ C‰mara Municipal de Salvador
Assistente Legislativo Municipal e çrea Administrativa (Gest‹o da
Qualidade)
Teoria e exerc’cios comentados
Prof. Herbert
Almeida
Ð Aula 1

AULA 1: Organiza•‹o administrativa (parte 1)

SUMÁRIO

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA .................................................................................................................. 2


ENTIDADES POLÍTICAS E ADMINISTRATIVAS .................................................................................................................... 2
CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO ........................................................................................................................ 5
CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO ..................................................................................................................... 10
ÓRGÃOS PÚBLICOS ................................................................................................................................................ 17
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................................................................................... 29
ADMINISTRAÇÃO DIRETA ........................................................................................................................................ 29
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ...................................................................................................................................... 31
AUTARQUIAS ................................................................................................................................................ 42
CONCEITO ............................................................................................................................................................ 42
CRIAÇÃO E EXTINÇÃO ............................................................................................................................................. 46
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................................................................................................................................... 47
TUTELA OU CONTROLE DO ENTE POLÍTICO ................................................................................................................... 48
PATRIMÔNIO ........................................................................................................................................................ 51
PESSOAL .............................................................................................................................................................. 51
NOMEAÇÃO E EXONERAÇÃO DOS DIRIGENTES .............................................................................................................. 54
AUTARQUIAS SOB REGIME ESPECIAL .......................................................................................................................... 55
JUÍZO COMPETENTE ............................................................................................................................................... 57
ATOS, CONTRATOS E LICITAÇÃO ................................................................................................................................ 58
PRERROGATIVAS DAS AUTARQUIAS ............................................................................................................................ 59
AGÊNCIAS REGULADORAS E AGÊNCIAS EXECUTIVAS ....................................................................................................... 63
QUESTÕES FGV ............................................................................................................................................. 77
QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ............................................................................................................. 96
GABARITO .................................................................................................................................................. 110
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................. 110


Ol‡ pessoal, tudo bem?
Na aula de hoje, vamos estudar os seguintes itens do edital: ÒAdministra•‹o
Pœblica: normas constitucionais; direta e indireta; desconcentra•‹o e
descentraliza•‹o. îrg‹o pœblico (parte 1)Ó.
Assim, vamos iniciar a aula com uma ambienta•‹o sobre a organiza•‹o
administrativa; abordaremos os diferentes tipos de entidades; depois os conceitos
de centraliza•‹o, descentraliza•‹o, concentra•‹o e desconcentra•‹o; os —rg‹os
pœblicos, abordando seu conceito, capacidade processual, cria•‹o e classifica•›es;
e, finalmente, a parte sobre a administra•‹o indireta.

Aos estudos, aproveitem!

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ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

A organiza•‹o do Estado Ž material de ordem constitucional, tratando


da divis‹o pol’tica do territ—rio nacional, da estrutura•‹o dos Poderes, da
forma de Governo, ao modo de investidura dos governantes e aos direitos
e garantias fundamentais1.
Para o Direito Administrativo, por outro lado, cabe o estudo da
organiza•‹o administrativa, matŽria que estuda a organiza•‹o das
entidades estatais, das suas autarquias e das empresas estatais.
Nessa linha, devemos entender que a Administra•‹o Ž o instrumental
de que disp›e o Estado para colocar em pr‡tica as op•›es pol’ticas do
Governo. Em outras palavras, enquanto o Governo Ž o respons‡vel pelo
estabelecimento de diretrizes e planos, a Administra•‹o Ž o aparelhamento
utilizado para p™r em pr‡tica essas decis›es.
A atua•‹o da Administra•‹o e do Governo ocorre por meio de entidades
Ð pessoas jur’dicas Ð, de —rg‹os Ð centros de decis‹o Ð e de seus agentes
Ð pessoas f’sicas investidas em cargos e fun•›es2. Os agentes n‹o s‹o
objeto de nossa aula. Nesse momento, interessa-nos entender o conceito
de entidade e de —rg‹o, conforme veremos nos t—picos seguintes. Vamos
iniciar pelas entidades, depois debateremos os conceitos de centraliza•‹o,
descentraliza•‹o e desconcentra•‹o e, finalmente, vamos entender o que
s‹o os —rg‹os.

Entidades políticas e administrativas

A Lei 9.784/1999 define entidade como Òa unidade de atua•‹o dotada


de personalidade jur’dicaÓ (art. 1¼, ¤ 2¼, II). Possuir personalidade jur’dica
significa que o ente pode, em nome pr—prio, adquirir direitos e contrair
obriga•›es.
Assim, as entidades s‹o unidades de atua•‹o que possuem
personalidade jur’dica e, portanto, podem adquirir direitos e contrair
obriga•›es em seu pr—prio nome.
As entidades dividem-se em pol’ticas e administrativas. Aquelas,
tambŽm chamadas de entidades prim‡rias3, s‹o as pessoas jur’dicas de


1
Meirelles, 2013, p. 63.
2
Meirelles, 2013, p. 67.
3
Furtado, 2012, p. 140.

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direito pœblico que recebem suas atribui•›es diretamente da Constitui•‹o,
integrando, portanto, a estrutura constitucional do Estado. S‹o entidades
pol’ticas a Uni‹o, os estados, o Distrito Federal e os mun’cipios.

S‹o entidades pol’ticas a Uni‹o, os


estados, o Distrito Federal e os
munic’pios.

As entidades pol’ticas possuem capacidade de auto-organiza•‹o,


autogoverno e autoadministra•‹o, possuindo, portanto, autonomia
plena.

Vamos ver o que significa cada uma dessas


capacidades:
§ autogoverno: é a competência que os Estados-membros possuem para
organizar os seus Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário4 locais, conforme
consta nos arts. 27, 28 e 125 da Constituição Federal;
§ auto-organização (e autolegislação): é a capacidade do ente para se organizar
na forma de sua constituição (CF, art. 25, caput) ou lei orgânica (CF, art. 29,
caput, e 32) e de suas leis. Em síntese, a auto-organização representa a
capacidade de legislar.
§ autoadministração: capacidade que cada entidade política possui para
prestar os serviços dentro da distribuição de competências estabelecidas na
CF/88 (arts. 18 e 25 a 28). Representa a capacidade dos entes políticos para
prestarem os serviços de saúde, educação, assistência social, etc.

As entidades administrativas s‹o pessoas jur’dicas, de direito


pœblico ou de direito privado, criadas pelas entidades pol’ticas para exercer
parte de sua capacidade de autoadministra•‹o. Assim, podemos dizer que
as entidades administrativas s‹o criadas pelas entidades pol’ticas para
desempenhar determinado servi•o daqueles que lhes foram outorgadas
pela Constitui•‹o Federal.
S‹o entidades administrativas as autarquias, funda•›es pœblicas,
empresas pœblicas e sociedades de economia mista, que juntas formam a
chamada Administra•‹o indireta ou descentralizada.


4
Lembrando que os municípios não possuem Poder Judiciário próprio.

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Enquanto as entidades pol’ticas gozam de capacidade genŽrica, nos
termos previstos na Constitui•‹o, as entidades administrativas possuem
somente a capacidade administrativa espec’fica, ou seja, elas possuem
somente a capacidade de autoadministra•‹o, sendo ainda de forma
restrita. Isso porque o ente pol’tico cria a entidade administrativa para atuar
em uma ‡rea espec’fica, ou seja, a cria•‹o das entidades administrativas
ocorre para especializar a Administra•‹o.
Contudo, a diferen•a principal entre as entidades pol’ticas e as
entidades administrativas Ž que aquelas possuem autonomia pol’tica,
decorrente de sua capacidade de legislar (auto-organiza•‹o). Ou seja, as
entidades pol’ticas possuem capacidade para editar atos normativos que
inovem na ordem jur’dica, criando direitos e obriga•›es.

Somente as entidades pol’ticas possuem


autonomia pol’tica.

Ademais, as entidades pol’ticas recebem, diretamente da


Constitui•‹o, compet•ncia para legislar e administrar. Por outro lado, as
entidades administrativas recebem suas compet•ncias de lei.

1. (Cespe – Nível Superior/FUB/2013) As entidades políticas são aquelas que


recebem suas atribuições da própria CF, exercendo-as com plena autonomia.
Comentário: exatamente. As entidades políticas possuem autonomia plena,
pois possuem capacidade de autogoverno, auto-organização e
autoadministração. Com efeito, as atribuições dessas entidades decorrem
diretamente da Constituição Federal, em particular dos arts. 18 ao 32.
Gabarito: correto.

2. (Cespe - PCBA/2013) Ampara-se no princípio federativo, a instituição


constitucional da União, dos estados, dos municípios, do Distrito Federal (DF) e dos
territórios como entidades políticas dotadas de autonomia.
Comentário: os territórios integram a União (CF, art. 18, §2º). Logo, eles não
possuem autonomia nem são entidades políticas.
Gabarito: errado.

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3. (Cespe – CNJ/2013) As entidades políticas são pessoas jurídicas de direito
público interno, como a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. Já as
entidades administrativas integram a administração pública, mas não têm
autonomia política, como as autarquias e as fundações públicas.
Comentário: as entidades políticas, representadas pela União, estados, DF e
municípios, possuem autonomia política, manifestada pela sua capacidade de
legislar. Por outro lado, as entidades administrativas – autarquias, fundações
públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista – possuem
apenas capacidade administrativa, não possuindo, portanto, autonomia
política.
Gabarito: correto.

4. (Cespe – MIN/2013) As entidades que integram a administração direta e indireta


do governo detêm autonomia política, administrativa e financeira.
Comentário: somente as entidades políticas possuem autonomia política. As
entidades administrativas possuem autonomia administrativa, representada
pela sua capacidade de autoadministração.
Gabarito: errado.

Centralização e descentralização

Somente os entes pol’ticos recebem compet•ncias diretamente da


Constitui•‹o para prestar servi•o pœblico ˆ sociedade. Assim, quando o
Estado presta os servi•os por meio de seus —rg‹os e agentes integrantes
da Administra•‹o direta, ou seja, que comp›em as pessoas pol’ticas, diz-se
que o servi•o Ž prestado de forma centralizada.
Assim, os servi•os s‹o prestados pelos —rg‹os despersonalizados
integrantes da pr—pria entidade pol’tica. Exemplo disso s‹o os servi•os
prestados pelos ministŽrios, pelas secretarias estaduais e municipais ou por
seus —rg‹os subordinados.

A Secretaria da Receita Federal do Brasil é um órgão


integrante do Ministério da Fazenda. Assim, os
serviços prestados pela Receita Federal são realizados
de forma centralizada.

Contudo, a entidade pol’tica pode optar por transferir a terceiro a


compet•ncia para determinada atividade administrativa, caso em que
teremos a descentraliza•‹o.

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Segundo Maria Zylvia Zanella Di Pietro5, a descentraliza•‹o Ž a
distribui•‹o de compet•ncias de uma para outra pessoa, f’sica ou jur’dica.
A autora classifica a descentraliza•‹o em pol’tica e administrativa.
Aquela se refere ˆ distribui•‹o de compet•ncias previstas na Constitui•‹o,
que d‡ origem ˆ federa•‹o. Sendo assim, quando os estados ou munic’pios
prestam os servi•os previstos na Constitui•‹o, eles est‹o prestando os
servi•os pr—prios, que n‹o decorrem do ente central. Em outras palavras, a
descentraliza•‹o pol’tica envolve a distribui•‹o de compet•ncias aos
Estados-membros e aos munic’pios.
A descentraliza•‹o administrativa, por sua vez, ocorre quando o
Estado n‹o executa o servi•o por meio de sua Administra•‹o direta.
Envolve, portanto, duas pessoas distintas: o Estado Ð Uni‹o, estados,
Distrito Federal e munic’pios Ð e a pessoa que executar‡ o servi•o, uma vez
que recebeu essa atribui•‹o do Estado6.
Nesse contexto, podemos mencionar tr•s formas de descentraliza•‹o
administrativa:
ü descentraliza•‹o por outorga, por servi•os, tŽcnica ou funcional;

ü descentraliza•‹o por delega•‹o ou colabora•‹o;

ü descentraliza•‹o territorial ou geogr‡fica

A descentraliza•‹o por outorga, por servi•os, tŽcnica ou


funcional ocorre quando o Estado cria uma entidade com personalidade
jur’dica pr—pria e a ela transfere a titularidade e a execu•‹o de
determinado servi•o pœblico. Esse tipo de descentraliza•‹o d‡ origem ˆ
Administra•‹o indireta (autarquias, funda•›es pœblicas, sociedades de
economia mista e empresas pœblicas), pressupondo a elabora•‹o de lei
para cria•‹o ou autoriza•‹o da cria•‹o da entidade.

Na descentraliza•‹o por delega•‹o ou colabora•‹o, uma entidade


pol’tica ou administrativa transfere, por contrato ou por ato unilateral, a
execu•‹o de um servi•o a uma pessoa jur’dica de direito privado
preexistente. Assim, a pessoa que recebe a delega•‹o poder‡ prestar o
servi•o diretamente ˆ popula•‹o, em seu pr—prio nome e por sua conta e
risco, sofrendo a fiscaliza•‹o do Estado. Esse tipo de descentraliza•‹o d‡
origem aos delegat‡rios de servi•o pœblico por meio de concess‹o,


5
Di Pietro, 2014, p. 481.
6
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 23.

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permiss‹o ou autoriza•‹o. Um exemplo de descentraliza•‹o por
delega•‹o ocorre com os servi•os de telefonia, prestados por empresas
privadas.

ƒ fundamental distinguir essas duas formas de descentraliza•‹o. Na


primeira hip—tese, a outorga, a pr—pria titularidade do servi•o Ž transferida
ao terceiro por meio de lei e, por conseguinte, somente por lei poder‡
ser retirada ou modificada. Ademais, a outorga tem presun•‹o de
definitividade, isto Ž, em tese ser‡ exercida indeterminadamente pelo
ente outorgado.
Por outro lado, na descentraliza•‹o por delega•‹o, transfere-se
apenas a execu•‹o do servi•o por ato administrativo (unilateral) ou
contrato administrativo (bilateral). Na primeira hip—tese (ato
administrativo Ð autoriza•‹o de servi•os pœblicos), em regra, n‹o h‡ prazo
determinado para a delega•‹o, uma vez que esse instrumento reveste-se
de precariedade, isto Ž, pode ser revogado a qualquer tempo e, em geral,
sem direito ˆ indeniza•‹o. No caso do contrato (concess‹o ou permiss‹o
de servi•os pœblicos), porŽm, a delega•‹o Ž efetivada por prazo
determinado, estando sujeita ˆs cl‡usulas legais e contratuais para
modifica•‹o e revoga•‹o do instrumento.
Vejamos alguns exemplos:
ü a Ag•ncia Nacional de Telecomunica•›es (Anatel) Ž uma
autarquia sob regime especial criada pela Lei n¼ 9.472, de 16 de julho
de 1997, vinculada ao MinistŽrio das Comunica•›es, com a fun•‹o de
—rg‹o regulador das telecomunica•›es (descentraliza•‹o por
outorga);

ü a Empresa de Planejamento e Log’stica S.A. (EPL) Ž uma empresa


pœblica cuja cria•‹o foi autorizada pela Lei n¼ 12.404, de 4 de maio de
2011, vinculada ao MinistŽrio dos Transportes, com o objetivo de
planejar e promover o desenvolvimento do servi•o de transporte
ferrovi‡rio de alta velocidade de forma integrada com as demais
modalidades de transporte (descentraliza•‹o por outorga); e

ü as diversas empresas de telefonia m—vel (Oi, Tim, Claro, Vivo, etc.)


oferecem os servi•os de forma descentralizada por meio de contrato
de concess‹o de servi•os pœblicos (delega•‹o ou descentraliza•‹o
por colabora•‹o).

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Na descentraliza•‹o por outorga, n‹o h‡ hierarquia ou
subordina•‹o entre as pessoas envolvidas, mas apenas vincula•‹o.
Assim, o —rg‹o central realiza a tutela (administrativa), supervis‹o
(ministerial) ou controle final’stico sobre o exerc’cio da atividade por
parte do ente descentralizado, nos termos estabelecidos em lei.
Nesse contexto, Hely Lopes Meirelles conceitua o controle final’stico
da seguinte forma:
ƒ o que a norma legal estabelece para as entidades aut™nomas,
indicando a autoridade controladora, as faculdades a serem exercitadas e
as finalidades objetivadas. Por isso mesmo, Ž sempre um controle
limitado e externo. N‹o tem fundamento hier‡rquico, porque n‹o h‡
subordina•‹o entre a entidade controlada e a autoridade ou o —rg‹o
controlador. ƒ um controle teleol—gico, de verifica•‹o do enquadramento
da institui•‹o no programa geral do Governo e de seu acompanhamento
dos atos de seus dirigentes no desempenho de suas fun•›es
estatut‡rias, para o atingimento das finalidades da entidade
controlada. (grifos nossos)

Assim, o controle final’stico Ž exercido pela Administra•‹o direta sobre


a indireta, com o objetivo de garantir que a entidade administrativa esteja
realizando adequadamente as atividades para a qual se destinam. Contudo,
em raz‹o da autonomia administrativa que as entidades da Administra•‹o
indireta det•m, este Ž um controle limitado, que necessita expressa
previs‹o legal que determine os meios de controle, os aspectos a serem
controlados e as ocasi›es em que ocorrer‡.
No caso da descentraliza•‹o por colabora•‹o ou por delega•‹o, as
formas de controle s‹o mais amplas do que na outorga. Isso porque a
delega•‹o ocorre por meio de ato ou contrato administrativo, admitindo
altera•‹o unilateral e diversas formas de fiscaliza•‹o das condi•›es do
servi•o prestado.
O entendimento Ž simples. Como a outorga Ž feita por lei, transfere-
se a titularidade do servi•o, permitindo o desempenho da atividade com
autonomia. Assim, as interfer•ncias do ente pol’tico s‹o somente aquelas
admitidas na lei que transferiu a compet•ncia para a Administra•‹o
Indireta.
Por outro lado, por meio da delega•‹o Ð descentraliza•‹o por
colabora•‹o Ð transfere-se apenas o exerc’cio da atividade, por meio de
ato ou contrato administrativo. Dessa forma, a titularidade permanece com
o Estado, que poder‡ exercer formas de controle mais amplas.
De qualquer forma, n‹o haver‡ rela•‹o hier‡rquica em nenhuma
forma de descentraliza•‹o.

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AlŽm das formas apresentadas acima, podemos falar, ainda, na
descentraliza•‹o territorial ou geogr‡fica. A Constitui•‹o Federal, no
¤2¼ do artigo 18, disp›e sobre a possibilidade de cria•‹o dos chamados
territ—rios federais, vejamos:
Art. 18. [...]
¤ 2¼ - Os Territ—rios Federais integram a Uni‹o, e sua cria•‹o,
transforma•‹o em Estado ou reintegra•‹o ao Estado de origem ser‹o
reguladas em lei complementar.

Essa Ž uma modalidade de descentraliza•‹o na qual a Uni‹o cria uma


pessoa jur’dica com limites territoriais determinados e compet•ncias
administrativas genŽricas. Assim, enquanto as entidades que comp›em
a Administra•‹o indireta apresentam capacidade administrativa espec’fica
para desempenhar a atividade para a qual foram criadas, os territ—rios
possuem capacidade administrativa genŽrica para atuar em diversas ‡reas
dentro do limite geogr‡fico que os comp›em.
Os territ—rios n‹o integram a federa•‹o, mas possuem personalidade
jur’dica de direito pœblico. N‹o possuem tambŽm capacidade pol’tica, mas
apenas administrativa genŽrica, por esse motivo alguns doutrinadores
chegam a cham‡-las de autarquias territoriais ou geogr‡ficas. Por fim,
cabe destacar que atualmente n‹o existem territ—rios federais no Brasil,
apesar de existir a possibilidade de sua cria•‹o.
A figura abaixo resume o que vimos sobre a descentraliza•‹o.

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Exige-se lei para criar ou autorizar a


criação de outra entidade

Dá origem à Administração indireta


(autarquias, fundações públicas, EP e
Por outorga SEM)
(por serviços,
técnica ou Transfere a titularidade do serviço
DESCENTRALIZAÇÃO funcional)

Presunção de definitividade
Duas pessoas jurídicas
distintas
Tutela ou controle finalístico

Não há hierarquia Ato administrativo - autorização de


serviço público (precariedade)
Por colaboração
Especialização ou por delegação
Contrato - concessão ou permissão
(prazo determinado)

Territorial ou
Capacidade administrativa genérica
geográfica

Concentração e Desconcentração

Passaremos, agora, a falar sobre a desconcentra•‹o. Diferentemente


da descentraliza•‹o, a desconcentra•‹o ocorre exclusivamente dentro
de uma mesma pessoa jur’dica, constituindo uma tŽcnica administrativa
utilizada para distribuir internamente as compet•ncias. Assim, quando os
munic’pios se organizam em secretarias, nada mais est‹o fazendo do que
desconcentrando as compet•ncias dentro de sua pr—pria estrutura. Por meio
da desconcentra•‹o Ž que surgem os —rg‹os pœblicos.
Para Hely Lopes Meirelles7 a desconcentra•‹o Ž uma tŽcnica
administrativa de simplifica•‹o e acelera•‹o do servi•o dentro da
mesma entidade, diversamente da descentraliza•‹o, que Ž uma tŽcnica
da especializa•‹o, consistente na retirada do servi•o de dentro de uma
entidade e transfer•ncia a outra para que o execute com mais perfei•‹o e
autonomia.
Nesse contexto, h‡ desconcentra•‹o quando a Uni‹o se organiza em
ministŽrios ou quando uma autarquia ou empresa pœblica se organiza em
departamentos para melhor prestar os seus servi•os. Dessa forma,
podemos perceber que a desconcentra•‹o pode ocorrer tanto no ‰mbito das

7
Meirelles, 2013, p. 394.

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pessoas pol’ticas (Uni‹o, DF, estados ou munic’pios) quanto nas entidades
administrativas da Administra•‹o indireta.

A descentralização pressupõe a existência de, no


mínimo, duas pessoas distintas: uma que transfere a
competência e a outra que recebe. Não há relação
hierárquica.
A desconcentração ocorre dentro uma única pessoa
jurídica, constituindo uma técnica administrativa de
distribuição interna de competências. Existe relação
hierárquica.

Conforme destacado acima, a desconcentra•‹o ocorre na mesma


pessoa jur’dica e, por conseguinte, realiza-se dentro de uma estrutura
hierarquizada, com rela•‹o de subordina•‹o entre os diversos n’veis.
Nas entidades desconcentradas, temos o controle hier‡rquico, que
compreende os poderes de comando, fiscaliza•‹o, revis‹o, puni•‹o,
delega•‹o, avoca•‹o, solu•‹o de conflitos de compet•ncia, etc8.
Por exemplo, as inspetorias especiais e alf‰ndegas s‹o —rg‹os
subordinados ˆs superintend•ncias regionais, que, por sua vez, s‹o
subordinadas ˆ Secretaria da Receita Federal do Brasil. Nesses casos, as
unidades superiores controlam as inferiores por meio do controle
hier‡rquico.
Existem tr•s formas distintas de desconcentra•‹o:
ü em raz‹o da matŽria: MinistŽrio da Educa•‹o, da Saœde, da
Previd•ncia, etc.;

ü por hierarquia (ou grau): ministŽrios, superintend•ncias,


delegacias, etc.;

ü territorial ou geogr‡fica: Superintend•ncia Regional do INSS do


Norte, Superintend•ncia Regional do INSS do Nordeste, etc.

O inverso dessa tŽcnica administrativa Ž a concentra•‹o, isto Ž, a


situa•‹o em que a pessoa jur’dica integrante da Administra•‹o Pœblica
extingue seus —rg‹os atŽ ent‹o existentes, reunindo em um nœmero menor
de unidades as respectivas compet•ncias. Podemos mencionar, como


8
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 27.

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exemplo, uma situa•‹o em que uma secretaria municipal de obras resolva
diminuir o nœmero de subsecretarias regionais com o objetivo de cortar
gastos, distribuindo as sub‡reas das unidades extintas entre as estruturas
remanescentes.
Vamos dar uma olhada em mais uma figura de resumo.

ƒ importante destacar, ademais, que a concentra•‹o/desconcentra•‹o


e a centraliza•‹o/descentraliza•‹o n‹o s‹o conceitos excludentes, ou seja,
um servi•o pode ser prestado de forma centralizada mediante
desconcentra•‹o, quando for desenvolvido por um —rg‹o integrante da
Administra•‹o direta; ou pode ser prestado descentralizadamente mediante
desconcentra•‹o, quando for realizado por uma unidade integrante da
Administra•‹o indireta (ex. Superintend•ncia Regional do INSS).
Por exemplo, um servi•o prestado por uma delegacia regional da
Receita Federal Ž prestado de forma centralizada Ð uma vez que a Receita
Federal Ž —rg‹o da Administra•‹o direta Ð e desconcentrada Ð pois a
delegacia regional Ž criada para desconcentrar as compet•ncias dentro do
MinistŽrio da Fazenda.
Outro exemplo Ž um servi•o prestado pela Superintend•ncia Regional
do Instituto Nacional do Seguro Social Ð INSS, que Ž uma autarquia da
Uni‹o. Assim, o INSS pertence ˆ Administra•‹o indireta. Assim, o servi•o
em an‡lise foi prestado de forma descentralizada Ð Administra•‹o indireta
Ð e desconcentrada Ð Superintend•ncia Regional.

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5. (Cespe – Defensor Público Federal/DPU/2015) Considera-se


desconcentração a transferência, pela administração, da atividade administrativa
para outra pessoa, física ou jurídica, integrante do aparelho estatal.
Comentário: a desconcentração é uma técnica administrativa de distribuição
interna de competências, ou seja, é a forma de distribuição do trabalho dentro
de uma mesma pessoa jurídica. Assim, é por meio da desconcentração que
são criados os órgãos públicos. Logo, a questão está errada, uma vez que a
transferência da atividade administrativa para outra pessoa física ou jurídica
(que pode ser integrante ou não do aparelho estatal) é considerada
descentralização.
Gabarito: errado.

6. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-GO/2015) Na desconcentração, há divisão


de competências dentro da estrutura da entidade pública com atribuição para
desempenhar determinada função.
Comentário: na desconcentração, ocorre a distribuição de competências na
estrutura da entidade pública, ou seja, dentro de uma mesma entidade
ocorrerá a distribuição de funções.
Gabarito: correto.

7. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-GO/2015) A descentralização é


caracterizada pela distribuição de competência de forma externa, ou seja, de uma
pessoa jurídica para outra criada para esse fim específico, o que resulta em uma
relação hierárquica entre elas.
Comentário: na descentralização, ocorre a distribuição de competências para
outras pessoas jurídicas (distribuição externa de competência). Assim, é por
meio desse tipo de técnica que são criadas entidades para realizarem
finalidades específicas. Por exemplo: o INSS é uma autarquia federal criada
para desempenhar atividades relacionadas com a seguridade social.
Todavia, por envolver pessoas jurídicas distintas, não há relação hierárquica
na descentralização. Vale dizer, uma entidade administrativa, ou ainda uma
concessionária de serviço público (no caso da descentralização por
colaboração), não se subordina à Administração direta. Logo, como
característica da descentralização, está a ausência de relação hierárquica.

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Gabarito: errado.

8. (Cespe – Analista/MPU/2015) A criação de autarquia é uma forma de


descentralização por meio da qual se transfere determinado serviço público para
outra pessoa jurídica integrante do aparelho estatal.
Comentário: as autarquias são conhecidas como serviço público
personificado, uma vez que são criadas para desempenhar algum tipo de
serviço público específico e possuem personalidade jurídica própria. Assim,
o ente político cria uma autarquia, transferindo determinado serviço público
para que essa nova pessoa jurídica, integrante do aparelho estatal, passe a
desempenhá-lo.
Por exemplo: quando a Agência Nacional de Telecomunicações, que é uma
autarquia federal, foi criada, a União transferiu competências relativas ao
serviço de telecomunicações a essa nova entidade.
Portanto, o item está correto.
Gabarito: correto.

9. (Cespe – Agente Administrativo/SUFRAMA/2014) Desconcentração


administrativa é a distribuição de competências entre órgãos de uma mesma pessoa
jurídica.
Comentário: a desconcentração é técnica administrativa de distribuição de
competências dentro de uma mesma pessoa jurídica.
Esquematizando: (a) descentralização – mais de uma pessoa jurídica; (b)
desconcentração – uma pessoa jurídica.
Gabarito: correto.

10. (Cespe – AFRE/SEFAZ-ES/2013) Em determinada secretaria de governo, as


ações voltadas ao desenvolvimento de planos para capacitação dos servidores
eram realizadas de forma esporádica, inexistindo setor específico para tal finalidade.
A fim de dar maior concretude a uma política de prestação de serviço público de
qualidade naquela secretaria, criou-se um departamento de capacitação dos
servidores. Nessa situação hipotética, a criação do referido departamento é
considerada
a) desconcentração administrativa.
b) centralização administrativa.
c) descentralização administrativa.
d) medida gerencial interna.
e) concentração administrativa.

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Comentários: quando se cria um departamento ou um órgão dentro de uma


pessoa jurídica, está-se fazendo a desconcentração. O inverso disso –
extinção ou consolidação de órgãos – é chamado de concentração. Dessa
forma, o nosso gabarito é opção A, uma vez que foi criado um departamento.
Gabarito: alternativa A.

11. (Cespe - ATS/MC/2013) O contrato de concessão firmado entre a


administração pública e o concessionário constitui exemplo de descentralização
administrativa.
Comentário: o contrato de concessão de serviço público é uma forma de
descentralização administrativa, mais especificamente a descentralização por
colaboração ou por delegação.
Gabarito: correto.

12. (Cespe - ATS/MC/2013) Quando o Estado, por outorga e por prazo


indeterminado, transfere a realização de determinado serviço público a uma
entidade, ocorre descentralização administrativa.
Comentário: essa é a outra hipótese de descentralização administrativa: por
outorga – também chamada de descentralização por serviços, técnica ou
funcional. Nesse caso, o Estado irá criar uma entidade para desempenhar a
atividade, transferindo a realização do serviço público por prazo
indeterminado (presunção de definitividade).
Gabarito: correto.

13. (Cespe - ATS/MC/2013) A desconcentração administrativa é uma técnica


administrativa cuja utilização é vedada a organizações da administração indireta.
Comentário: a desconcentração é técnica administrativa de simplificação e
aceleração do serviço dentro da mesma entidade, podendo ocorrer na
Administração Direta ou Indireta.
Gabarito: errado.

14. (Cespe - ATS/MC/2013) Caso uma organização pública pretenda realizar a


desconcentração administrativa, ela deverá criar um novo número de CNPJ para a
nova instituição, que terá personalidade jurídica distinta e novas atribuições.
Comentário: a desconcentração é uma distribuição de competências dentro
de uma mesma pessoa jurídica. Assim, não se fala em nova pessoa jurídica,
nem tampouco em novas atribuições.

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Gabarito: errado.

15. (Cespe – APGI/INPI/2013) O instituto da desconcentração permite que as


atribuições sejam distribuídas entre órgãos públicos pertencentes a uma única
pessoa jurídica com vistas a alcançar uma melhora na estrutura organizacional.
Assim, concentração refere-se à administração direta; já desconcentração, à
indireta.
Comentário: a desconcentração é a distribuição interna de competências
dentro da mesma pessoa jurídica, com vistas a alcançar uma melhoria na
estrutura organizacional. Nada mais é do que uma técnica administrativa
utilizada para melhorar o desempenho dos órgãos públicos. A concentração
é o contrário da desconcentração, ocorrendo quando a pessoa jurídica
extingue determinados órgãos, concentrando as competências em um
número menor de unidades. Assim, pode ocorrer concentração /
desconcentração tanto na Administração direta como na indireta. O INSS, por
exemplo, se organiza em diversas unidades, em vários municípios,
desconcentrando, assim, suas competências.
Gabarito: errado.

16. (Cespe – TJ/TJDFT/2013) A criação, por uma universidade federal, de um


departamento específico para cursos de pós-graduação é exemplo de
descentralização.
Comentário: um departamento não possui personalidade jurídica própria,
representando apenas uma forma da universidade federal aumentar sua
eficiência distribuindo competências. No caso, a universidade criou um
departamento, passando-lhe as competências relacionadas aos cursos de
pós-graduação. Logo, o item está errado, pois se trata de desconcentração.
Gabarito: errado.

17. (Cespe – TJ/TJDFT/2013) Quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere,
por lei, determinado serviço público, ocorre a descentralização por meio de outorga.
Comentário: existem dois tipos principais de descentralização administrativa:
§ descentralização por outorga, por serviços, técnica ou funcional –
ocorre quando a entidade política cria uma entidade com personalidade
própria e a ela transfere, por lei, a titularidade e a execução de
determinado serviço público;
§ descentralização por delegação ou colaboração – é a transferência, por
meio de contrato ou ato unilateral, da execução de um serviço público
a pessoa jurídica de direito privado preexistente.

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A descentralização por outorga dá origem à Administração Indireta, enquanto


à descentralização por colaboração ocorre com os delegatários de serviço
público.
Do exposto, podemos perceber que o item está correto, pois trata-se
exatamente da descentralização de outorga.
Além das duas formas de descentralização apresentadas acima, podemos
mencionar a descentralização territorial ou geográfica, que dá origem aos
chamados Territórios Federais.
Gabarito: correto.

18. (Cespe – Técnico/MPU/2013) A transferência pelo poder público, por meio de


contrato ou ato administrativo unilateral, apenas da execução de determinado
serviço público a pessoa jurídica de direito privado corresponde à descentralização
por serviços, também denominada descentralização técnica.
Comentário: o item está errado, uma vez que apresentou o conceito de
descentralização por delegação ou colaboração: “transferência pelo poder
público, por meio de contrato ou ato administrativo unilateral, apenas da
execução de determinado serviço público a pessoa jurídica de direito
privado”.
Gabarito: errado.

Órgãos Públicos

Conceito

Segundo Hely Lopes Meirelles, os —rg‹os pœblicos s‹o Òcentros de


compet•ncias institu’dos para o desempenho de fun•›es estatais, atravŽs
de seus agentes, cuja atua•‹o Ž imputada ˆ pessoa jur’dicaÓ9. Na mesma
linha, Maria Sylvia Zanella Di Pietro define —rg‹o pœblico como Òuma
unidade que congrega atribui•›es exercidas pelos agentes pœblicos que o
integram com o objetivo de expressar a vontade do EstadoÓ10.
Os —rg‹os s‹o, portanto, centros de compet•ncias, sem
personalidade jur’dica pr—pria, que atuam, por meio dos agentes nele
lotados, em nome da entidade pol’tica ou administrativa que a integram.
Nesse ponto, Ž importante destacar que os —rg‹os n‹o possuem

9
Meirelles, 2013, p. 69.
10
Di Pietro, 2014, p. 590.

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personalidade jur’dica, pois fazem parte de uma pessoa pol’tica ou
administrativa, essas sim possuidoras de personalidade jur’dica pr—pria.
Dessa forma, o desempenho das atribui•›es dos —rg‹os Ž imputado ˆ
pessoa jur’dica a que pertencem.
Por exemplo, a Uni‹o, que Ž uma entidade pol’tica que recebe suas
atribui•›es diretamente do texto constitucional, pode se organizar por meio
de ministŽrios (—rg‹os). A atua•‹o de cada ministŽrio, no entanto, dever‡
ser atribu’da ˆ Uni‹o Ð entidade pol’tica possuidora de personalidade
jur’dica pr—pria.
Da mesma forma, quando a Superintend•ncia Regional do INSS
desempenha as suas compet•ncias, ela n‹o o faz em seu nome, mas sim
em nome do INSS, que Ž uma autarquia federal Ð entidade administrativa
com personalidade jur’dica pr—pria.
O Estado – ou seus agentes políticos – é uma pessoa
jurídica, um ente abstrato, e, nessa condição, não
pode, por si só emitir declarações de vontade, não
pode produzir atos jurídicos sozinho. Para tanto, ele atua por meio de pessoas
físicas, cujas manifestações representam a sua vontade. Tais pessoas físicas são
denominadas agentes públicos11.
No entanto, apesar de materialmente ser praticado pela pessoa física (agente
público), a autoria dos atos administrativos deve ser atribuída ao Estado, ou a
pessoa jurídica que o agente representa.
Nesse contexto, existem três teorias principais para explicar a atuação do Estado
por meio de seus agentes12:
§ teoria do mandato: o agente público é mandatário (como se atuasse por meio
de uma procuração – contrato de mandato) da pessoa jurídica. O mandato é
um contrato e, como tal, pressupõe a existência de duas pessoas com vontades
próprias. Assim, a teoria foi criticada por não explicar como o Estado, que é um
ente abstrato e, portanto, sem vontade própria, poderia outorgar o mandato.
Essa teoria não é adotada no Brasil.
§ teoria da representação: equipara o agente público à figura do tutor ou
curador, que representa os incapazes. Dessa forma, o agente público seria o


11
Barchet, 2008, p. 25.
12
Di Pietro, 2014, p. 589.

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representante do Estado por força de lei. Essa teoria foi criticada por diversos
motivos: (i) por equiparar a pessoa jurídica ao incapaz; (ii) por representar a
ideia de que o Estado confere representantes a si mesmo, quando não é isso
que ocorre na tutela e curatela; (iii) apresenta o inconveniente de que, quando
o representante ultrapassasse os poderes da representação, a pessoa jurídica
não responderia por esses atos aos terceiros prejudicados. Também não é uma
teoria adotada no Brasil.
§ teoria do órgão: a pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio de órgãos,
de modo que quando os agentes que os compõem manifestam a sua vontade,
é como se o próprio Estado o fizesse. Dessa forma, substitui-se a ideia de
representação por imputação. De acordo com Otto Gierke, idealizador dessa
teoria, o órgão parte do corpo da entidade e, assim, todas as suas
manifestações de vontade são consideradas como da própria entidade. Esta é
a teoria adotada no Brasil.

A teoria do —rg‹o fundamenta-se no princ’pio da imputa•‹o volitiva


(teoria da imputa•‹o), que significa que a manifesta•‹o emanada de um
—rg‹o Ð e materializada pelo respectivo agente pœblico Ð Ž atribu’da
externamente ˆ pessoa jur’dica a cuja estrutura organizacional perten•a.
Dessa forma, quando um —rg‹o externa a vontade, Ž a pr—pria entidade,
sob o ponto de vista jur’dico, que a manifesta de forma a produzir os efeitos
jur’dicos13.
Maria Di Pietro ensina que, enquanto a teoria da representa•‹o
considera a exist•ncia da pessoa jur’dica e do representante como dois
entes aut™nomos, a teoria do —rg‹o funde os dois elementos, concluindo
que o —rg‹o Ž parte integrante do Estado.

A teoria do órgão é utilizada para justificar a validade


dos atos praticados por “funcionário de fato”
14
. Desde que a atividade provenha de um órgão, não


13
Carvalho Filho, 2007.
14
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello (2014, p. 249), o “funcionário de fato” é “aquele cuja investidura
foi irregular, mas cuja situação tem aparência de legalidade. Em nome do princípio da aparência, da boa-fé dos
administrados, da segurança jurídica e do princípio da presunção de legalidade dos atos administrativos reputam-
se válidos os atos por ele praticados, se por outra razão forem viciados”. Por exemplo, se determinado agente
encontrar-se em uma repartição pública, mas, depois de alguns meses, constatar-se que sua investidura ocorreu
de maneira irregular – como em decorrência da nulidade do concurso público – os atos praticados por ele serão
considerados válidos, uma vez que se considera que foram realizados pelo órgão e, por conseguinte, imputados
à pessoa jurídica a que pertence.

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tem relevância o fato de ter sido praticado por um agente que não tenha investidura
legítima. Basta a aparência de legalidade e o exercício da atividade pelo órgão, pois
os efeitos da conduta serão imputados à pessoa jurídica15.

Esse Ž o ponto fundamental para entender o que Ž um —rg‹o pœblico.


O —rg‹o nada mais Ž do que a parte de um todo. ƒ o mesmo racioc’nio do
corpo humano. O —rg‹o (f’gado, est™mago, rim) n‹o existe sozinho, ele
depende da pessoa. Da mesma forma, cada —rg‹o desempenha uma
atividade que, na verdade, Ž imputada ˆ pessoa.
ƒ com fundamento nessa teoria que os —rg‹os, mesmo sendo
despersonalizados, podem exercer as fun•›es superiores de dire•‹o ou
mesmo as fun•›es meramente executivas.
Nesse contexto, quando afirmamos que os —rg‹os s‹o Òcentros de
compet•nciasÓ, significa que eles s‹o unidades que receberam
determinadas atribui•›es, devendo desempenh‡-las, por meio de seus
agentes, em nome da entidade (pol’tica ou administrativa) que comp›em.
Logo, quando um ministŽrio firma um contrato, n‹o o faz em seu nome,
mas no da Uni‹o, entidade a que pertence. Isso porque os —rg‹os n‹o
podem adquirir direitos e obriga•›es. No mesmo sentido, se o ministŽrio
descumprir o contrato, eventual demanda judicial ter‡ como polo passivo a
Uni‹o, e n‹o o —rg‹o pœblico.

Capacidade processual

Segundo o C—digo de Processo Civil, ÒArt. 70. Toda pessoa que se


encontre no exerc’cio de seus direitos tem capacidade para estar em ju’zoÓ.
Por conseguinte, a regra geral Ž que os —rg‹os n‹o possuem capacidade
processual, uma vez que s‹o figuras despersonalizadas. Assim, entende-
se que os —rg‹os n‹o podem figurar em nenhum dos polos de uma rela•‹o
processual.
Todavia, o entendimento tem evolu’do para permitir que determinados
—rg‹os pœblicos, de natureza constitucional, possam impetrar mandado
de seguran•a, na defesa de suas compet•ncias, quando violado por outro
—rg‹o.


15
Carvalho Filho, 2014, p. 13.

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Essa capacidade processual excepcional alcan•a somente os —rg‹os
mais elevados do Poder Pœblico, ou seja, aqueles que recebem suas
compet•ncias diretamente da Constitui•‹o Federal. S‹o os chamados
—rg‹os independentes, a exemplo da Presid•ncia da Repœblica, C‰mara
dos Deputados, Senado Federal, STF, STJ, TCU, MPU, etc. Ð sem deixar de
incluir os seus simŽtricos nos demais entes da Federa•‹o.
Por exemplo, j‡ se admitiu mandado de seguran•a impetrado por
C‰mara Municipal contra o Prefeito Municipal para obrig‡-lo a prestar
contas, atendendo ao preceito do art. 3116 da Constitui•‹o Federal, que
atribui ao Poder Legislativo Municipal o exerc’cio do controle externo do
Poder Executivo17.
Outra exce•‹o decorre do C—digo de Defesa do Consumidor (Lei
8.078/1990), dispondo que s‹o legitimados para promover a liquida•‹o e
execu•‹o de indeniza•‹o Òas entidades e —rg‹os da administra•‹o pœblica,
direta ou indireta, ainda que sem personalidade jur’dica,
especificamente destinados ˆ defesa dos interesses e direitos
protegidos por este C—digoÓ (art. 82, III).

Criação dos órgãos públicos

A cria•‹o dos —rg‹os pœblicos deve ocorrer na forma prevista na


Constitui•‹o, existindo uma disciplina diferente para cada Poder.
O Poder Executivo depende de lei em sentido formal para a cria•‹o
ou extin•‹o de —rg‹os pœblicos da Administra•‹o Direta (CF, art. 61, ¤1¼,
II, ÒeÓ). Nesse caso, a lei ser‡ de iniciativa do chefe do Poder Executivo
(Presidente, governadores, prefeitos), devendo ser aprovado pelo Poder
Legislativo.
A organiza•‹o e o funcionamento dos —rg‹os da Administra•‹o Direta,
quando n‹o implicarem Òaumento de despesa nem a cria•‹o ou extin•‹o de
—rg‹os pœblicosÓ, ser‡ realizada por meio de decreto do Poder Executivo
(CF, art. 84, VI, ÒaÓ18). S‹o os chamados decretos aut™nomos. Nesses


16
CF/88: “Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle
externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.”
17
TJ-RJ, MS 2008.004.00067, Rel. Min. MARCOS ALCINO DE AZEVEDO TORRES, publ. em 18/9/2009.
18
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: [...]
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação
ou extinção de órgãos públicos;

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casos, os —rg‹os j‡ foram criados por lei, sendo disciplinada apenas a
organiza•‹o e o seu funcionamento por decreto.
No Poder Legislativo, compete ˆ C‰mara dos Deputados e ao Senado
Federal dispor, por atos pr—prios de cada Casa, sobre a sua organiza•‹o,
funcionamento, cria•‹o e extin•‹o de —rg‹os pœblicos (C‰mara: 51, IV;
Senado: art. 52, XIII; tudo da CF).
J‡ no Poder Judici‡rio, a cria•‹o, extin•‹o e organiza•‹o da estrutura
judici‡ria depende de lei de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, dos
Tribunais Superiores e dos Tribunais de Justi•a, conforme o caso, nos
termos do art. 96, II, ÒcÓ e ÒdÓ da CF. A mesma regra se aplica ao
MinistŽrio Pœblico (CF, art. 127, ¤2¼) e ao Tribunal de Contas (CF, art.
73, caput), que podem iniciar o processo legislativo para dispor sobre sua
organiza•‹o e funcionamento.

Classificação

H‡ diversas classifica•›es dos —rg‹os pœblicos, porŽm a mais utilizada


Ž a de Hely Lopes Meirelles, conforme iremos tratar a seguir.

Quanto à posição estatal

Quanto ˆ posi•‹o estatal Ð posi•‹o ocupada pelos —rg‹os na escala


governamental ou administrativa Ð os —rg‹os classificam-se em
independentes, aut™nomos, superiores e subalternos:
a) —rg‹os independentes Ð s‹o os origin‡rios da Constitui•‹o Federal
e representativos dos Poderes de Estado Ð Presid•ncia da Repœblica,
C‰mara dos Deputados, Senado Federal, STF, STJ e demais tribunais,
TCU, MPU etc. (e seus representantes simŽtricos nos entes da
Federa•‹o). Est‹o no ‡pice da pir‰mide governamental, n‹o possuindo
qualquer subordina•‹o hier‡rquica ou funcional. S‹o tambŽm
chamados de —rg‹os prim‡rios. Exercem precipuamente fun•›es
pol’ticas, judiciais ou quase judicias, outorgadas diretamente pela
Constitui•‹o para serem desempenhadas por seus membros,
conhecidos como agentes pol’ticos.
b) —rg‹os aut™nomos Ð est‹o localizados na cœpula da Administra•‹o,
imediatamente abaixo dos —rg‹os independentes e diretamente
subordinados a seus chefes. Possuem ampla autonomia
administrativa, financeira e tŽcnica, caracterizando-se como
—rg‹os diretivos, com fun•›es prec’puas de planejamento, supervis‹o,

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coordena•‹o e controle. S‹o exemplos: os ministŽrios, as secretarias
dos estados e munic’pios, a Advocacia-Geral da Uni‹o, etc.
c) —rg‹os superiores Ð s‹o os que det•m poder de dire•‹o,
controle, decis‹o e comando de assuntos de sua compet•ncia
espec’fica, mas sempre est‹o sujeitos ˆ subordina•‹o e ao controle
hier‡rquico de uma chefia mais alta. N‹o gozam de autonomia
administrativa nem financeira. Representam as primeiras reparti•›es
dos —rg‹os independentes a aut™nomos, recebendo diferentes
denomina•›es, como: gabinetes, secretarias-gerais, inspetorias-
gerais, procuradorias, coordenadorias, departamentos, divis›es, etc.
d) —rg‹os subalternos Ð s‹o os —rg‹os que exercem
predominantemente atribui•›es de execu•‹o, com reduzido poder
decis—rio. Encontram-se subordinados a v‡rios n’veis hier‡rquicos
superiores. Destinam-se ˆ realiza•‹o de servi•os de rotina,
cumprimento de decis›es, atendimento ao pœblico, etc. S‹o exemplos
as portarias e se•›es de expediente.

Quanto à estrutura

Quanto ˆ estrutura, os —rg‹os classificam-se em simples ou


compostos.
a) simples ou unit‡rios: s‹o aqueles constitu’dos por um s— centro de
compet•ncia. Isso n‹o significa que n‹o existam v‡rios cargos dentro
do —rg‹o. Na verdade, o que caracteriza os —rg‹os simples Ž a
inexist•ncia de outros —rg‹os em sua estrutura, ou seja, a inexist•ncia
de desconcentra•‹o. As portarias s‹o exemplos de —rg‹os unit‡rios,
pois desempenham suas compet•ncias de forma concentrada, ainda
que existam v‡rios cargos ou agentes em sua estrutura.
b) —rg‹os compostos: s‹o os que reœnem diversos —rg‹os menores em
sua estrutura, como consequ•ncia da desconcentra•‹o
administrativa.
Por exemplo, o MinistŽrio da Justi•a pode se dividir em diversos —rg‹os,
como o Departamento de Pol’cia Federal, que, por sua vez, poder‡ se
subdividir em diversos outros —rg‹os (divis›es, coordenadorias,
superintend•ncias, etc.). Todas essas subdivis›es formar‹o novos —rg‹os
compostos atŽ chegar ao n’vel mais baixo, que s‹o os Òservi•osÓ. Esses
œltimos —rg‹os n‹o admitem mais subdivis‹o, ou seja, n‹o podem mais se
desconcentrar, logo ser‹o —rg‹os unit‡rios.

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Quanto à situação funcional

Quanto ˆ situa•‹o funcional os —rg‹os classificam-se em singulares ou


colegiados:
a) —rg‹os singulares ou unipessoais Ð s‹o os que atuam e decidem
atravŽs de um œnico agente, que Ž seu chefe ou representante. O —rg‹o
pode possuir centenas ou milhares de agentes, mas as decis›es s‹o
tomadas por uma œnica pessoa, o chefe. S‹o exemplos: a Presid•ncia
da Repœblica, as governadorias dos estados, as prefeituras municipais.
b) —rg‹os colegiados ou pluripessoais Ð s‹o aqueles que atuam ou
decidem pela manifesta•‹o conjunta de seus membros. N‹o prevalece
a vontade individual do chefe ou presidente, nem as decis›es isoladas
de seus membros, mas sim a vontade conjunta, emanada por meio de
delibera•›es aprovadas pela maioria. S‹o exemplos o Congresso
Nacional (as corpora•›es legislativas em geral), o STF e demais
tribunais, o TCU, etc.
Ap—s a apresenta•‹o das classifica•›es de Hely Lopes Meirelles, vamos
apresentar outras tr•s classifica•›es, uma de Bandeira de Mello e outras
duas de Di Pietro.

Quanto às funções que exercem

Celso Ant™nio Bandeira de Mello classifica os —rg‹os quanto ˆs fun•›es


que exercem em:
a) —rg‹os ativos: s‹o os que expressam decis›es estatais para o
cumprimento dos fins da pessoa jur’dica. Ex.: os MinistŽrios;
b) de controle: s‹o os prepostos a fiscalizar a controlar a atividade de
outros —rg‹os ou agentes. Ex.: TCU;
c) consultivos: s‹o os —rg‹os de aconselhamento e elucida•‹o (emiss‹o
de pareceres) para que sejam tomadas as provid•ncias pertinentes
pelos —rg‹os ativos.

Quanto à sua estrutura

Maria Sylvia Zanella Di Pietro, citando os ensinamentos de Renato


Alessi, apresenta a classifica•‹o dos —rg‹os pœblicos, quanto ˆ sua
estrutura, em burocr‡ticos e colegiados:
a) burocr‡ticos: est‹o a cargo de uma s— pessoa f’sica ou de v‡rias
pessoas f’sicas ordenadas verticalmente, ou seja, encontram-se

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ligadas por uma estrutura hier‡rquica, ainda que cada uma possa
atuar individualmente Ð p. ex.: a Diretoria, sabe-se que existe um
Diretor (respons‡vel pelo —rg‹o), mas existem diversas pessoas
ligadas a ele que podem atuar individualmente: secret‡rios,
datil—grafos, cont’nuos, etc. Este tipo de estrutura se equipara aos
—rg‹os unipessoais;
b) colegiados: s‹o formados por uma coletividade de pessoas f’sicas
ordenadas horizontalmente, isto Ž, com base em uma rela•‹o de
coordena•‹o e coliga•‹o, e n‹o de hierarquia.

Quanto à composição

Quanto ˆ composi•‹o, Maria Sylvia Zanella Di Pietro apresenta a


seguinte classifica•‹o:
a) singulares: quando integrados por um œnico agente Ð ex.: a
Presid•ncia da Repœblica e a diretoria de uma escola;
b) coletivos: quando integrados por v‡rios agentes Ð ex.: Tribunal de
Impostos e Taxas.

******


Hely Lopes Meirelles
§ Independentes Previstos na Constituição: PR, SF, CD, STF, TCU, MPU
§ Autônomos Cúpula da Adm, abaixo dos independentes: ministérios,
secretárias;
Posição estatal
§ Superiores Órgãos de direção e comando: gabinetes, secretarias-
gerais, divisões;
§ Subalternos Atividades de execução: postarias, seções de expediente.

§ Simples ou Único centro de competência: portarias


Estrutura unitários
§ Compostos Reúnem diversos órgãos subordinados (desconcentração)

§ Singulares ou Decisão em um único chefe: presidência, governadorias,


Atuação unipessoais prefeituras;
funcional § Colegiados ou Decisão por um conjunto de membros: tribunais
pluripessoais

Bandeira de Mello

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§ Ativos Expressam as decisões estatais: ministérios
Funções que
§ De controle Fiscalizam e controlam: TCU
exercem
§ Consultivos Aconselham: advocacias, procuradorias

Maria Di Pietro
§ Burocráticos Ordenação vertical dos agentes, subordinados a um chefe:
Quanto à diretorias (equivale aos unipessoais)
estrutura § Colegiados Decisões tomadas pela coletividade (equivale aos
pluripessoais)
Quanto à § Singulares Integrado por um único agente
composição § Coletivos Integrado por vários agentes

Vamos resolver algumas quest›es!

Um candidato a deputado estadual ajuizou ação pleiteando a anulação de decisão


administrativa que desaprovou suas contas como prefeito. O órgão indicado como
réu na ação considerou irregular a delegação de permissão de serviço público com
base em tomada de preços. O candidato autor da ação apontou suposto excesso
de poder e nulidades na decisão.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o seguinte item.
19. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Nessa situação, houve erro na
indicação do réu da ação.
Comentário: a situação apresentada na questão dispõe que o deputado
estadual indicou um “órgão” como réu na ação. Essa é o ponto que se deve
analisar. Alguns candidatos questionaram o fato de não se ter descrito qual
era esse órgão. Contudo, tal informação era totalmente dispensável, bastava
saber que o réu era um órgão (qualquer).
Nessa linha, vimos que o órgão não possui personalidade jurídica e que,
portanto, não pode figurar no polo passivo de uma ação.
Alguns órgãos possuem capacidade judiciária específica, utilizada para a
defesa de suas prerrogativas, mas não para figurar como réu em uma ação.
Nesse caso, o réu da ação deveria ser a pessoa jurídica ao qual o órgão faz
parte. Por exemplo, se o órgão for federal, será a União (pessoa jurídica) que
figurará como ré na ação. Logo, houve erro na indicação do réu da ação, pois
não poderia ser um “órgão”.
Gabarito: correta.

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20. (Cespe – Notários/TJ-PI/2013) No que se refere à estrutura da administração
pública, aos agentes públicos e às atividades administrativas, assinale a opção
correta.
a) Quanto à posição hierárquica, consideram-se órgãos públicos superiores aqueles
dotados de autonomia administrativa, financeira e técnica.
b) Para a aplicação, no caso concreto, da teoria do órgão, cujo fundamento é o
princípio da imputação volitiva concreta, é indispensável a presença de um agente
público, legitimamente investido no exercício da atividade do órgão, não se
compatibilizando essa teoria com a denominada função de fato ou com o exercício
de atividade por agente de fato.
c) A atividade administrativa pode ser realizada independentemente dos parâmetros
estabelecidos pela lei.
d) O princípio da publicidade, que rege o exercício das atividades administrativas,
não autoriza a ação administrativa a divulgar informações de ofício, ainda que estas
sejam de interesse público.
e) Conforme a teoria do órgão, fundamentada na noção de imputação volitiva, os
órgãos públicos, embora não sejam pessoas, podem exercer funções superiores de
direção ou funções meramente executivas.
Comentário: vamos analisar cada item para encontrar a nossa resposta.
a) quanto à posição hierárquica, os órgãos podem ser independentes,
autônomos, superiores e subalternos. Os órgãos superiores são os que detêm
poder de direção, controle, decisão e comando de assuntos de sua
competência específica, mas sempre estão sujeitos à subordinação e ao
controle hierárquico de uma chefia mais alta e, por conseguinte, não gozam
de autonomia administrativa nem financeira – ERRADA;
b) a aplicação do princípio da imputação volitiva é utilizada para justificar a
validade de atos praticados por “funcionário de fato”, assim considerado
aquele cuja investidura no serviço público ocorreu de maneira irregular,
porém a situação denota aparência de legalidade. Imagine que um cidadão vá
a um cartório eleitoral e solicite uma declaração de quitação. Quando se
deparar com o agente público, o cidadão presumirá que aquela pessoa foi
aprovada em concurso, estando em plenas condições de exercer a função.
Logo, presume-se que a situação é legal. Se, meses depois, o concurso
público de investidura do agente for declarado ilegal, ainda assim, os efeitos
decorrentes daquela certidão continuarão válidos. Portanto, o item está
errado, pois a teoria da imputação volitiva se compatibiliza com a denominada
função de fato ou com o exercício de atividade por agente de fato19 – ERRADA;

19
Os “agentes de fato” não são objeto dessa aula. Por enquanto, basta sabermos que a doutrina utiliza este
termo para se referir ao desempenho de função pública derivada de situação excepcional, mas sem prévio
enquadramento legal. São exemplos os: (a) agentes necessários – praticam atividade administrativa em
situações excepcionais, como as emergências; (b) agentes putativos – praticam atividade administrativa na

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c) a atividade administrativa deve ocorrer dentro dos parâmetros da lei, em


decorrência do princípio da legalidade – ERRADA;
d) o princípio da publicidade se fundamenta em dois aspectos: (a) exigência
de publicação em órgãos oficiais como requisito de eficácia; (b) exigência de
transparência da atuação administrativa. Essa segunda hipótese foi ampliada
em consequência da vigência da Lei 12.527/2011, que exige, entre outras
coisas, a divulgação de informações de interesse público, independentemente
de solicitações (art. 3º, II). Daí o erro do item, pois a divulgação de informações
interesse público, independentemente de solicitação (divulgação de ofício), é
plenamente compatível com o princípio da publicidade – ERRADA;
e) com fundamento na teoria do órgão de Otto Gierke, estabelecida sobre o
princípio da imputação volitiva, é possível que os órgãos, mesmo sendo
despersonalizados, executem funções superiores de direção – exemplo do
que faz a Presidência da República e os ministérios – ou, então, de mera
execução – como os órgãos subalternos – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.

21. (Cespe – TJDFT/2013) Os órgãos públicos classificam-se, quanto à estrutura,


em órgãos singulares, formados por um único agente, e coletivos, integrados por
mais de um agente ou órgão.
Comentário: o item possui vários erros. Em primeiro lugar, quanto à estrutura,
os órgãos classificam-se em simples – possuem um único centro de
competência (concentração) – e compostos – possuem mais de um centro de
competências (descontração).
A classificação apresentada se refere à situação funcional. A partir desse
ponto, podemos analisar o segundo erro. Os órgãos singulares são aqueles
que decidem através de um único agente. Isso não significa que o órgão
possui um único agente, mas apenas que as decisões são tomadas por uma
pessoa individualmente, o chefe. Por exemplo, os ministérios são órgãos
singulares, pois as decisões são tomadas pelo Ministro, apesar disso
possuem milhares de agentes públicos. Os órgãos coletivos, por outro lado,
são aqueles que atuam por meio da manifestação conjunta de seus membros,
ou seja, são várias pessoas que decidem conjuntamente.
Gabarito: errado.


presunção de que há legitimidade, embora sua investidura não tenha ocorrido pelo procedimento legalmente
exigido (Carvalho Filho, 2014, p. 597).

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22. (Cespe – MPTCDF/2013) A atuação do órgão público é imputada à pessoa
jurídica a que esse órgão pertence.
Comentário: é esse o entendimento da teoria do órgão, ou seja, a atuação do
órgão é imputada à pessoa jurídica (entidade política ou administrativa) a que
pertence.
Gabarito: correto.

23. (Cespe – Polícia Federal/2013) Os ministérios e as secretarias de Estado são


considerados, quanto à estrutura, órgãos públicos compostos.
Comentário: quanto à estrutura, os órgãos classificam-se em simples
(concentração) e compostos (desconcentração). Os ministérios e as
secretárias possuem diversas subdivisões (departamentos, conselhos,
subsecretarias, etc.) utilizadas para desconcentrar as suas competências.
Assim, são considerados órgãos compostos.
Gabarito: correto.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Administração Direta

A Administra•‹o Direta Ž o conjunto de —rg‹os que integram as


pessoas pol’ticas ou federativas (Uni‹o, estados, Distrito Federal e
munic’pios), aos quais foi atribu’da a compet•ncia para o exerc’cio das
atividades administrativas do Estado de forma centralizada20.
Trata-se, portanto, dos servi•os prestados diretamente pelas entidades
pol’ticas, utilizando-se, para tanto, de seus —rg‹os internos, que s‹o centros
de compet•ncias despersonalizados.
Conquanto a fun•‹o administrativa seja exercida com predomin‰ncia
pelo Poder Executivo, devemos saber que existem —rg‹os da Administra•‹o
Direta em todos os Poderes e em todas as esferas da federa•‹o. ƒ
poss’vel extrair este entendimento diretamente do art. 37, caput, da
Constitui•‹o Federal, que disp›e que ÒA administra•‹o pœblica direta e
indireta de qualquer dos Poderes da Uni‹o, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Munic’pios obedecer‡ aos princ’pios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e efici•ncia [...]Ó.


20
Carvalho Filho, 2014, p. 459.

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Assim, Ž poss’vel afirmar que existem —rg‹os da Administra•‹o Direta
atuando na administra•‹o federal, estadual, distrital e municipal, nos
Poderes Executivo, Legislativo e Judici‡rio.
No entanto, o que nos interessa Ž estudar o Poder Executivo, uma vez
que quase todos os —rg‹os da Administra•‹o Direta encontram-se
subordinados a este Poder.
Nessa linha, vale mencionar o texto do Decreto Lei 200/1967, aplic‡vel
exclusivamente ao Poder Executivo Federal, que disp›e que a
ÒAdministra•‹o Direta, que se constitui dos servi•os integrados na estrutura
administrativa da Presid•ncia da Repœblica e dos MinistŽriosÓ (art. 2¼,
I).
Assim, podemos perceber que a Administra•‹o Direta, no Poder
Executivo Federal, encontra-se nas estruturas da Presid•ncia da Repœblica
e dos ministŽrios. A organiza•‹o dessas estruturas est‡ disciplinada na
Medida Provis—ria Ð MP 782/2017. Em regra, n‹o precisamos estudar
detalhadamente essa estrutura, exceto quanto o edital exigir a MP
expressamente. PorŽm, podemos tecer algumas informa•›es relevantes.
A MP apresenta a composi•‹o da Presid•ncia da Repœblica, incluindo,
por exemplo, a Casa Civil, a Secretaria de Governo, a Secretaria-Geral, o
Gabinete de Seguran•a Institucional, etc.
Alguns —rg‹os prestam assessoramento imediato ˆ Presid•ncia da
Repœblica, a exemplo do Conselho de Governo, do Conselho de
Desenvolvimento Econ™mico e Social e do Advogado-Geral da Uni‹o.
Por fim, podemos mencionar os —rg‹os de consulta, como Conselho da
Repœblica e o Conselho de Defesa Nacional.
A outra ÒpernaÓ da Administra•‹o Direta do Poder Executivo federal Ž
composta pelos ministŽrios e seus —rg‹os subordinados. Aqui, podemos
mencionar diversos exemplos, como os ministŽrios da Defesa, da Fazenda,
do Esporte, da Educa•‹o, da Saœde, etc.
Outros exemplos s‹o a Secretaria da Receita Federal, que Ž um —rg‹o
subordinado ao MinistŽrio da Fazenda; o Departamento de Pol’cia Federal e
o Departamento de Pol’cia Rodovi‡ria Federal, —rg‹os subordinados ao
MinistŽrio da Justi•a.
Nos estados, Distrito Federal e munic’pios, a l—gica Ž a mesma.
Teremos os —rg‹os diretamente subordinados aos governos estaduais e
prefeituras municipais e os —rg‹os subordinados ˆs secretarias. Assim, s‹o

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exemplos de —rg‹os da Administra•‹o Direta municipal as secretarias de
educa•‹o, saœde, obras, etc.

Administração Indireta

A Administra•‹o Pœblica Indireta Ž composta pelas entidades


administrativas, que possuem personalidade jur’dica pr—pria e s‹o
respons‡veis por executar atividades administrativas de forma
descentralizada. S‹o elas: as autarquias, as funda•›es pœblicas e as
empresas estatais (empresas pœblicas e sociedades de economia mista).
As entidades da Administra•‹o Indireta n‹o possuem autonomia
pol’tica e est‹o vinculadas ˆ Administra•‹o Direta. Vale dizer, a
vincula•‹o n‹o Ž subordina•‹o, mas apenas uma forma de controle
final’stico para fins de enquadramento da institui•‹o no programa geral do
Governo e para garantir o atingimento das finalidades da entidade
controlada.
A organiza•‹o cl‡ssica da Administra•‹o Pœblica decorre do Decreto Lei
200/1967, conforme consta em seu art. 4¼:
Art. 4¡ A Administra•‹o Federal compreende:
I - A Administra•‹o Direta, que se constitui dos servi•os integrados na
estrutura administrativa da Presid•ncia da Repœblica e dos MinistŽrios.
II - A Administra•‹o Indireta, que compreende as seguintes categorias
de entidades, dotadas de personalidade jur’dica pr—pria:
a) Autarquias;
b) Empr•sas Pœblicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) funda•›es pœblicas. (grifos nossos)

Algumas observa•›es s‹o importantes. A primeira delas Ž que o


Decreto Lei 200/1967 s— se aplica ao Governo Federal, porŽm esse modelo
de organiza•‹o Ž adotado em todos os n’veis de Federa•‹o, ou seja, temos
esse modelo de Administra•‹o Indireta nas administra•›es estaduais,
distrital e municipais.
AlŽm disso, a mesma observa•‹o sobre a possibilidade de exist•ncia
de —rg‹os da Administra•‹o Direta em todos os Poderes, decorrente do
texto do art. 37, caput, da Constitui•‹o Federal, se aplica ˆ Administra•‹o
Indireta. Vale transcrever o conteœdo do artigo novamente:
Art. 37. A administra•‹o pœblica direta e indireta de qualquer dos
Poderes da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic’pios
obedecer‡ aos princ’pios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e efici•ncia [...]: (grifos nossos)

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Da’ decorre o entendimento que Ž poss’vel existir uma entidade
administrativa vinculada aos Poderes Legislativo ou Judici‡rio. ƒ claro que,
na pr‡tica, s— observamos Administra•‹o Indireta vinculada ao Poder
Executivo, mas, do Texto Constitucional, seria poss’vel, por exemplo, o
Poder Legislativo criar uma funda•‹o respons‡vel por fazer pesquisas sobre
o impacto de poss’veis propostas legislativas.
Outro ponto que vale ser mencionado Ž quanto ˆ defini•‹o que
apresentamos acima para a Administra•‹o Indireta. A doutrina costuma
dizer que a Administra•‹o Indireta Ž o conjunto de pessoas administrativas
que, vinculadas ˆ respectiva Administra•‹o Direta, t•m o objetivo de
desempenhar atividades administrativas de forma descentralizada21.
Entretanto, existem entidades administrativas que n‹o desempenham
atividade administrativa. ƒ o caso das empresas pœblicas e sociedades de
economia mista criadas com o objetivo de explorar atividades
econ™micas em sentido estrito22, conforme disp›e o art. 173 da
Constitui•‹o Federal. Essas empresas estatais n‹o prestam servi•os
pœblicos nem exercem atividades pr—prias da Administra•‹o Pœblica, mas,
ainda assim, integram a Administra•‹o Indireta.
Por fim, alŽm dos quatro tipos de entidades administrativas previstas
no DL 200/1967, devemos mencionar a exist•ncia dos chamados
cons—rcios pœblicos. A doutrina apresenta entendimento diferente se elas
representam ou n‹o uma quinta forma de pessoa jur’dica da Administra•‹o
Indireta. A doutrinadora Maria Sylvia Zanella Di Pietro23, por exemplo,
informa que a Administra•‹o Indireta Ž composta pelas autarquias,
funda•›es institu’das pelo Poder Pœblico, as sociedades de economia mista,
as empresas pœblicas e os cons—rcios pœblicos.
Entretanto, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo entendem que n‹o se
trata de uma quinta forma de pessoa jur’dica da administra•‹o indireta.
Perfilhamos com o entendimento dos autores, uma vez que os cons—rcios
pœblicos, conforme disp›e a Lei 11.107/2005, podem adquirir personalidade
jur’dica de direito pœblico ou de direito privado. Na primeira hip—tese, ser‹o
consideradas associa•›es pœblicas, integrando a administra•‹o indireta
de todos os entes da Federa•‹o consorciados (art. 6¼, ¤1¼). Nesse caso,


21
e.g. Carvalho Filho, 2014, p. 463.
22
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 29.
23
Di Pietro, 2014, p. 493.

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nada mais ser‹o do que uma espŽcie de autarquias, conforme se depreende
do art. 41, IV, do Código Civil, com a redação dada pela própria Lei 11.107/2005:
Art. 41. S‹o pessoas jur’dicas de direito pœblico interno:
[...]
IV - as autarquias, inclusive as associa•›es pœblicas.

Na segunda hip—tese, ou seja, quando adquirirem personalidade


jur’dica de direito privado, limitando-se ˆ interpreta•‹o da Lei
11.107/2005, os cons—rcios pœblicos n‹o integram formalmente a
administra•‹o pœblica. Logo, tambŽm n‹o podem ser considerados uma
nova espŽcie de entidade administrativa.
Os cons—rcios pœblicos constitu’dos na forma de
associa•‹o pœblica (direito pœblico) integram a
Administra•‹o Indireta de todos os entes
consorciados.

24. (Cespe – APGI/INPI/2013) A incumbência da administração pública federal no


Brasil está diretamente ligada à presidência da República e aos ministérios.
Comentário: o DL 200/67 apresenta uma definição um pouco limitada da
Administração direta. Primeiro porque se aplica unicamente à União. Segundo
porque o conceito abrange somente o Poder Executivo, enquanto a definição
correta deveria tratar dos demais Poderes (podemos incluir ainda os Tribunais
de Contas e do Ministério Público).
Porém, a definição do DL ajuda a responder esse item, vejamos:
Art. 4¡ A Administra•‹o Federal compreende:
I - A Administra•‹o Direta, que se constitui dos servi•os integrados na
estrutura administrativa da Presid•ncia da Repœblica e dos
MinistŽrios. (grifos nossos)
Assim, percebe-se que a incumbência da administração pública federal no
Brasil está diretamente ligada à presidência da República e aos ministérios.
Gabarito: correto.

25. (Cespe – Técnico Administrativo/ANTT/2013) As autarquias submetem-se ao


regime jurídico de direito privado quanto a criação, extinção, poderes, prerrogativas
e privilégios.
Comentário: as autarquias submetem-se ao regime jurídico de direito público.

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Gabarito: errado.

26. (Cespe – Técnico Administrativo/ANTT/2013) As autarquias só podem ser


criadas pela União.
Comentário: as autarquias podem ser criadas por todas as pessoas políticas:
União, estados, Distrito Federal e municípios.
Gabarito: errado.

27. (Cespe – APGI/INPI/2013) Compreendem-se como entidades da administração


direta, dotadas de personalidade jurídica própria, as autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações públicas.
Comentário: o único erro do item é que ele trocou “administração indireta”
por “administração direta”, pois as entidades administrativas (autarquias,
fundações públicas, EP e SEM) compõem a administração indireta.
Gabarito: errado.

28. (Cespe – Bacen/2013) A Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal


compõe a estrutura da administração indireta.
Comentário: as secretarias de estado, assim como os ministérios ou as
secretarias municipais, são órgãos integrantes do Poder Executivo. Por
conseguinte, integram a Administração Direta. Com isso, o item está errado.
Gabarito: errado.

29. (Cespe – Técnico Administrativo/ANAC/2012) A administração direta é


constituída pelos serviços integrados na estrutura administrativa da presidência da
República e dos ministérios, incluídas as fundações públicas.
Comentário: essa questão tomou por base o art. 4º do DL 200/1967:
Art. 4¡ A Administra•‹o Federal compreende:
I - A Administra•‹o Direta, que se constitui dos servi•os integrados na
estrutura administrativa da Presid•ncia da Repœblica e dos MinistŽrios.
II - A Administra•‹o Indireta, que compreende as seguintes categorias
de entidades, dotadas de personalidade jur’dica pr—pria: a) Autarquias;
b) Empr•sas Pœblicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) funda•›es
pœblicas.
O erro da questão é que as fundações públicas não integram a administração
direta.
Além disso, deve-se frisar que o DL 200/1967 apresenta uma definição
incompleta, uma vez que só alcança o Poder Executivo Federal. Devemos

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saber que a Administração Direta abrange os órgãos administrativos de todos
os Poderes e de todos os entes federados.
Gabarito: errado.

30. (Cespe – Técnico em Administração/TJ-AC/2012) A administração indireta é


composta pelas autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades
de economia mista.
Comentário: simples. A administração indireta é composta por: autarquias,
fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista, não
há o que comentar.
Gabarito: correto.

Características gerais

As entidades da administra•‹o indireta Ð autarquias, funda•›es


pœblicas, empresas pœblicas e sociedades de economia mista Ð possuem
algumas caracter’sticas comuns, s‹o elas:
(a) personalidade jur’dica pr—pria e, por isso, possuem responsabilidade por seus
atos, patrim™nio e receita pr—prios e autonomia tŽcnica, administrativa e
financeira;

(b) cria•‹o e extin•‹o condicionada ˆ previs‹o legal (lei cria ou autoriza a


cria•‹o);

(c) finalidade espec’fica, definida pela lei de cria•‹o;

(d) n‹o est‹o subordinadas ˆ Administra•‹o Direta, mas est‹o sujeitas a


controle.

A personalidade jur’dica pr—pria significa que elas podem ser


sujeitos de direitos e obriga•›es, sendo, por conseguinte, respons‡veis por
seus atos. Para tanto, elas possuem patrim™nio pr—prio,
independentemente de sua origem. Quando de sua cria•‹o, a entidade
pol’tica que as criou transfere parte de seu patrim™nio que, a partir da’,
passa a pertencer ao novo ente, servindo para viabilizar a presta•‹o de suas
atividades e para garantir o cumprimento de suas obriga•›es.

Por exemplo, quando o Governo Federal criou a


Agência Nacional de Aviação Civil – Anac, ocorreu a
transferência de patrimônio que antes pertencia ao
Comando da Aeronáutica – órgão da Administração Direta –, conforme determinou

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o art. 32 da Lei 11.182/2005 (Lei de criação da Anac): “Art. 32. São transferidos à
ANAC o patrimônio, o acervo técnico, as obrigações e os direitos de organizações do
Comando da Aeronáutica, correspondentes às atividades a ela atribuídas por esta
Lei”.

Ainda em decorr•ncia da personalidade jur’dica pr—pria, as entidades


administrativas possuem capacidade de autoadministra•‹o e receita
pr—pria. A primeira Ž representada por sua autonomia tŽcnica,
administrativa e financeira. No que se refere ˆ receita pr—pria, essas
entidades podem receber dota•›es or•ament‡rias, decorrentes da
Administra•‹o Direta, ou como resultado de suas pr—prias atividades24.
A segunda caracter’stica comum Ž a cria•‹o ou extin•‹o
condicionada ˆ previs‹o em lei espec’fica, conforme estabelece os art.
37, XIX, da CF/88:
XIX Ð somente por lei espec’fica poder‡ ser criada autarquia e autorizada
a institui•‹o de empresa pœblica, de sociedade de economia mista e de
funda•‹o, cabendo ˆ lei complementar, neste œltimo caso, definir as ‡reas
de sua atua•‹o; (grifos nossos)

Nesse contexto, Fernanda Marinela disp›e que por Òlei espec’ficaÓ


devemos entender a edi•‹o de uma lei ordin‡ria que ter‡ como finalidade
criar autarquias ou autorizar a cria•‹o das demais pessoas jur’dicas25.
Na pr‡tica, a Òlei espec’ficaÓ n‹o significa que a lei tratar‡ t‹o somente
da cria•‹o da entidade. Por exemplo, a Lei 10.233/2001 criou tr•s
autarquias Ð Ag•ncia Nacional de Transportes Terrestres; Ag•ncia Nacional
de Transportes Aquavi‡rios; e Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes Ð e ainda disp™s sobre o Sistema Federal de Via•‹o e ainda
criou um Conselho. Assim, o que n‹o pode ocorrer Ž a cria•‹o ou
autoriza•‹o genŽrica dessas entidades. Por exemplo, n‹o pode uma lei
autorizar o Poder Executivo a Òcriar empresas pœblicasÓ. Cada entidade
criada ou autorizada deve receber disposi•‹o legal para isso, ainda que a
lei trate de outras matŽrias conjuntamente.
Da mesma forma como ocorre na cria•‹o, tambŽm se exige previs‹o
legal para extinguir ou autorizar a extin•‹o da entidade administrativa. Isso
significa que n‹o se pode extinguir a entidade por mero ato administrativo,

24
Por exemplo, a Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel, autarquia do Governo Federal, pode receber
receitas oriundas de taxas devidas pelas concessionárias, permissionárias e autorizadas dos serviços de
telecomunicações ou, ainda, receber dotações consignadas no Orçamento Geral da União.
25
Apesar das considerações da autora, vamos observar adiante que, além das autarquias, as fundações públicas
de direito público também são criadas diretamente por lei específica.

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uma vez que deve haver paralelismo Ð o que foi feito por lei, somente por
lei poder‡ ser desfeito.
A terceira caracter’stica Ž a finalidade espec’fica, definida pela lei de
cria•‹o (ou autoriza•‹o). Assim, a entidade se encontra vinculada a este
tipo de atividade, atendendo ao princ’pio da especialidade. Se a pessoa
jur’dica descumprir a sua finalidade, atuando em um escopo mais amplo do
que o previsto, sua atua•‹o ser‡ ilegal, n‹o podendo o ato administrativo
contrariar aquilo que foi definido em lei26.
Por exemplo, o Departamento Nacional de Infraestrutura Ð DNIT,
autarquia federal criada pela Lei 10.233/2001, tem o seu objetivo definido
no art. 80 da Lei, compreendendo a implementa•‹o, em sua esfera de
atua•‹o, da pol’tica formulada para a administra•‹o da infraestrutura do
Sistema Federal de Via•‹o. Essa ser‡ a finalidade espec’fica do DNIT, ao
qual o Departamento encontra-se vinculado.
A œltima caracter’stica comum ˆs entidades administrativas Ž que elas
n‹o est‹o subordinadas ˆ Administra•‹o Direta, embora estejam
sujeitas ao controle destas. J‡ discutimos acima que, no caso de
descentraliza•‹o, n‹o h‡ rela•‹o hier‡rquica. Contudo, as pessoas jur’dicas
integrantes da Administra•‹o Indireta encontram-se vinculadas ˆ
Administra•‹o Direta, em geral ao ministŽrio da ‡rea correspondente.
Por exemplo, a Anatel, que Ž uma autarquia sob regime especial criada
com a fun•‹o de —rg‹o regulador das telecomunica•›es, est‡ vinculada ao
MinistŽrio das Telecomunica•›es. Da mesma forma, o INSS, que tambŽm Ž
autarquia, tem por finalidade promover o reconhecimento de direito ao
recebimento de benef’cios administrados pela Previd•ncia Social, e,
portanto, est‡ vinculado ao MinistŽrio da Previd•ncia Social.
A vincula•‹o, no entanto, n‹o Ž subordina•‹o nem rela•‹o hier‡rquica,
mas t‹o somente uma forma de assegurar o controle para fins de
cumprimento das atividades da entidade. Nessa linha, o Decreto Lei 200/67
esclarece que o controle da Administra•‹o Direta tem por objetivo (art. 26):
a) assegurar o cumprimento dos objetivos fixados no seu ato de cria•‹o;
b) harmonizar sua atua•‹o com a pol’tica e programa•‹o do Governo;
c) assegurar a obten•‹o da efici•ncia administrativa;
d) assegurar a autonomia administrativa, operacional e financeira.


26
Marinela, 2013, p. 112.

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Por isso, diz-se que, entre as entidades administrativas e a
Administra•‹o Direta, ocorre o chamado controle final’stico, tambŽm
chamado de supervis‹o ministerial.
AlŽm do controle da administra•‹o direta, as pessoas jur’dicas da
administra•‹o indireta realizam o controle sobre os seus pr—prios atos Ð
controle interno Ð e tambŽm est‹o submetidos a a•›es de —rg‹os
estranhos ˆ sua estrutura - controle externo.
Assim, essas pessoas jur’dicas se submetem ˆ fiscaliza•‹o cont‡bil,
financeira e or•ament‡ria dos Tribunais de Contas; ˆs a•›es do MinistŽrio
Pœblico; e ao controle de legalidade do Poder Judici‡rio. AlŽm disso, tambŽm
podemos mencionar as formas de controle da sociedade, como a a•‹o
popular ou representa•›es aos —rg‹os de controle do Estado.
Antes de finalizarmos, cumpre destacar que a doutrina diverge sobre
a classifica•‹o do controle realizado pela Administra•‹o Direta sobre a
Indireta.

Instituição das entidades da Administração Indireta

As entidades da Administra•‹o Indireta podem ser de direito pœblico


ou de direito privado. O que vai definir isso ser‡ a forma de cria•‹o: ser‹o
de direito pœblico quando criadas diretamente por lei espec’fica e de
direito privado quando forem criadas pelo registro de seu ato
constitutivo, ap—s autoriza•‹o para cria•‹o em lei espec’fica.
A matŽria Ž tratada na Constitui•‹o Federal no inc. XIX do art. 37, nos
seguintes termos:
XIX Ð somente por lei espec’fica poder‡ ser criada autarquia e
autorizada a institui•‹o de empresa pœblica, de sociedade de economia
mista e de funda•‹o, cabendo ˆ lei complementar, neste œltimo caso, definir
as ‡reas de sua atua•‹o; (grifos nossos)

A reda•‹o do inciso mencionado acima decorre de altera•‹o da Emenda


Constitucional 19/1998. Acontece que, na antiga reda•‹o, as funda•›es
tambŽm eram criadas diretamente por lei. Isso gerou muita pol•mica e
diverg•ncia sobre a natureza jur’dica e forma de cria•‹o das funda•›es
pœblicas.
Atualmente, no entanto, o assunto foi resolvido pelo STF, que assentou
o entendimento que atualmente existem dois tipos de funda•›es pœblicas:
as de direito pœblico Ð criadas diretamente por lei espec’fica; e as de

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direito privado, criadas pelo registro de seu ato constitutivo, ap—s
receberem autoriza•‹o legislativa.
Dessa forma, podemos concluir que as autarquias e funda•›es
pœblicas de direito pœblico s‹o criadas diretamente por lei espec’fica. Ou
seja, logo ap—s a promulga•‹o de suas leis, as entidades adquirem
personalidade jur’dica, independentemente de qualquer procedimento
complementar.
Por outro lado, as empresas pœblicas, as sociedades de economia
mista e as funda•›es pœblicas de direito privado s‹o criadas ap—s o
registro de seu ato constitutivo no —rg‹o competente, dependendo, para
isso, de autoriza•‹o legislativa.
O procedimento Ž o seguinte: a lei autoriza a institui•‹o da entidade
administrativa de direito privado; em seguida, o chefe do Poder Executivo
edita, por meio de decreto, o ato constitutivo da entidade; por fim, o decreto
Ž levado ˆ Junta Comercial ou ao Registro Civil de Pessoas Jur’dicas,
conforme o caso; ap—s a efetiva•‹o do registro, a entidade adquire
personalidade jur’dica pr—pria.
Quanto ˆs funda•›es pœblicas, ainda vale destacar que a parte final do
inc. XIX do art. 37 da CF/88 determina a edi•‹o de lei complementar para
definir ‡rea de atua•‹o das funda•›es pœblicas. Essa lei complementar
ir‡ balizar a ‡rea de atua•‹o tanto das funda•›es pœblicas de direito pœblico
quanto das de direito privado. No entanto, atŽ o presente momento, a
mencionada lei n‹o foi editada.
Encerrando o assunto, vale destacar novamente o que foi abordado no
cap’tulo seguinte. A extin•‹o das pessoas jur’dicas da Administra•‹o
Indireta deve ocorrer da mesma forma como ocorreu sua cria•‹o. Assim,
as entidades de direito pœblico s‹o extintas diretamente por lei, enquanto
as de direito privado dependem de lei para autorizar sua extin•‹o.
O quadro abaixo resume os procedimentos de institui•‹o das pessoas
jur’dicas da Administra•‹o Indireta:


Aquisição da personalidade
Entidade administrativa Natureza jurídica
jurídica
§ Autarquias Vigência da lei de criação Direito Público
§ Fundações públicas Vigência da lei de criação Direito Público

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Registro do ato constitutivo, após
Direito Privado
autorização legislativa.
§ Empresas públicas;
Registro do ato constitutivo, após
§ Sociedades de Direito Privado
autorização legislativa.
economia mista

O inc. XX do art. 37 da Constitui•‹o Federal disciplina a cria•‹o das


subsidi‡rias das entidades da Administra•‹o Indireta ou sua participa•‹o
em empresa privada, vejamos:
XX - depende de autoriza•‹o legislativa, em cada caso, a cria•‹o de
subsidi‡rias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a
participa•‹o de qualquer delas em empresa privada; (grifos nossos)

Uma subsidi‡ria Ž uma empresa controlada pela empresa matriz.


Trata-se, portanto, de uma entidade com personalidade jur’dica pr—pria,
controlada por outra empresa. Por exemplo, a Petrobr‡s Distribuidora e a
Petrobr‡s Combust’veis s‹o empresas subsidi‡rias da Petrobr‡s. N‹o se
confundem com meros Ò—rg‹osÓ, ou ÒunidadesÓ ou ainda ÒfiliaisÓ, uma vez
que s‹o empresas distintas, com personalidade jur’dica pr—pria.
As subsidi‡rias s‹o pessoas jur’dicas controladas indiretamente pelo
Poder Pœblico, n‹o integrando o conceito formal de Administra•‹o Pœblica.
Dessa forma, devemos consider‡-las como empresas privadas, que s‹o
controladas indiretamente, mas n‹o integram a Administra•‹o Pœblica.
Sobre a necessidade de autoriza•‹o legislativa, o entendimento do STF
Ž que a cria•‹o das subsidi‡rias depende de Òautoriza•‹o em leiÓ. Isto Ž, a
cria•‹o de subsidi‡rias depende de lei ordin‡ria, editada pelo ente pol’tico
ao qual est‡ vinculada a entidade da Administra•‹o Indireta que ir‡ criar a
subsidi‡ria.
Quanto ao Òcada casoÓ previsto no inc. XX, art. 37, da CF, o STF firmou
entendimento de que n‹o h‡ necessidade de uma lei para autorizar a
cria•‹o de cada subsidi‡ria. Basta, para tanto, existir uma autoriza•‹o
genŽrica permitindo que a entidade crie suas subsidi‡rias. Isso pode constar
inclusive na lei de cria•‹o (ou autoriza•‹o de cria•‹o) da entidade
administrativa27.


27
O caso das subsidiárias foi analisado na ADI 1649 / DF, que entendeu como constitucional dispositivo da Lei
9.478/1997, que autorizou a Petrobrás “a constituir subsidiárias” para o estrito cumprimento de atividades de
seu objeto social que integrem a indústria do petróleo (art. 64), sem definir exatamente quais e quantas
subsidiárias seriam. O STF entendeu o dispositivo como constitucional, firmando entendimento que é suficiente
existir previsão legal autorizando a criação de subsidiárias.

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Por exemplo, se o Governo Federal criar a “empresa


pública ESTUDANDO”, a lei que autorizou a criação
dessa entidade pode conter um dispositivo dizendo o
seguinte: “Art. XX – A empresa pública Estudando pode criar subsidiárias para
melhor desempenhar suas funções”.
Perceba que o dispositivo foi genérico, mas está de acordo com o entendimento do
Supremo Tribunal Federal para o caso.

Apesar de o STF s— ter se pronunciado sobre a cria•‹o de subsidi‡rias,


o mesmo entendimento pode ser aplicado para a participa•‹o das
entidades da administra•‹o indireta em empresas privadas. Isso
porque seria estranho o Pret—rio Excelso28 dar entendimento diferente ˆ
matŽria que se insere no mesmo dispositivo das subsidi‡rias. Perfilham com
esse entendimento os professores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo29.
Enfim, para que as entidades da administra•‹o indireta criem
subsidi‡rias ou participem em empresas privadas, dever‡ existir
autoriza•‹o em lei, bastando para tanto a exist•ncia de autoriza•‹o
legislativa genŽrica.

31. (Cespe – APGI/INPI/2013) A autarquia, mesmo sendo integrante da


administração pública indireta, tem personalidade jurídica de direito privado e sua
criação depende de lei específica.
Comentário: as autarquias compõem a administração indireta, mas têm
personalidade jurídica de direito público e são criadas diretamente por lei
específica.
Gabarito: errado.

32. (Cespe – Técnico Administrativo/ANAC/2012) Uma fundação pública é criada


por ato do Poder Executivo, sendo desnecessária autorização legislativa.
Comentário: a criação das fundações públicas pode ocorrer diretamente por
lei, caso em que terão natureza jurídica de direito público e possuirão as


28
Para aqueles que estão pouco familiarizados com a linguagem jurídica, o termo “Pretório Excelso” é uma forma
de designar o Supremo Tribunal Federal.
29
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 38.

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mesmas características das autarquias. Elas podem ainda ser criadas pelo
registro de seu ato constitutivo, dependendo de autorização legislativa para
isso. Nessa segunda hipótese, as fundações públicas possuem natureza
jurídica de direito privado.
Gabarito: errado.

33. (Cespe – Técnico em Administração/TJ-AC/2012) As autarquias, pessoas


jurídicas de direito público integrantes da administração indireta, poderão, em
caráter excepcional, ser criadas por lei infraconstitucional.
Comentário: essa é uma pegadinha! As autarquias são criadas por uma norma
infraconstitucional, a lei. Contudo, isso não ocorre em caráter excepcional, é
a regra. Ou seja, sempre as autarquias são criadas por lei infraconstitucional.
Gabarito: errado.

34. (Cespe – Administrador/TJ-RR/2012) A criação de fundações públicas ocorre


por meio de lei ordinária específica, contudo, a definição de suas áreas de atuação
depende da edição de lei complementar.
Comentário: o item não diferenciou as fundações públicas de direito público
e de direito privado, sendo, portanto, anulada. Vejamos a justificativa da
banca:
A reda•‹o do item prejudicou seu julgamento objetivo ao n‹o diferenciar
claramente, em sua abordagem, as funda•›es de direito pœblico das
funda•›es de direito privado. Dessa forma, se opta pela anula•‹o do
item.
Apesar da anulação, o item demonstra que o Cespe segue o entendimento do
STF de que existem fundações públicas de direito público e de direito privado.
Gabarito: anulado.

AUTARQUIAS

Conceito

O Prof. Celso Ant™nio Bandeira de Mello define autarquia como


Òpessoas jur’dicas de Direito Pœblico de capacidade exclusivamente
administrativaÓ. Para JosŽ dos Santos Carvalho Filho, pode-se conceituar
a autarquia como a Òpessoa jur’dica de direito pœblico, integrante da
Administra•‹o Indireta, criada por lei para desempenhar fun•›es

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que, despidas de car‡ter econ™mico, sejam pr—prias e t’picas do
EstadoÓ.
Outra importante defini•‹o Ž da lavra da Prof. Maria Sylvia Zanella Di
Pietro, que define autarquia como a:
[...] a pessoa jur’dica de direito pœblico, criada por lei, com capacidade de
autoadministra•‹o, para o desempenho de servi•o pœblico descentralizado,
mediante controle administrativo exercido nos limites da lei.

No ordenamento jur’dico, Ž muito utilizada a defini•‹o prevista no


Decreto-Lei 200/1967, que, apesar de ser aplicado exclusivamente ˆ
Administra•‹o Pœblica federal, costuma servir de refer•ncia para os demais
entes. Vejamos, ent‹o, o conteœdo do art. 5¼, I, do DL 200/1967:
I - Autarquia - o servi•o aut™nomo, criado por lei, com personalidade
jur’dica, patrim™nio e receita pr—prios, para executar atividades t’picas da
Administra•‹o Pœblica, que requeiram, para seu melhor funcionamento,
gest‹o administrativa e financeira descentralizada. (grifos nossos)

De forma mais simples, as autarquias representam uma extens‹o da


Administra•‹o Direta, pois, em regra, realizam atividades t’picas de
Estado, que s— podem ser realizadas por entidades de direito pœblico.
Assim, elas s‹o a personifica•‹o de um servi•o retirado da
Administra•‹o Direta. Elas s‹o criadas para fins de especializa•‹o da
Administra•‹o Pœblica, pois desempenham um servi•o espec’fico, com
maior autonomia em rela•‹o ao Poder central.

Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, há certo


consenso entre os autores ao apontarem as
características das autarquias:

® criação por lei;


® personalidade jurídica pública;
® capacidade de autoadministração;
® especialização dos fins ou atividades;
® sujeição a controle ou tutela.

Assim como todas as demais entidades administrativas, n‹o se


encontram subordinadas a nenhum —rg‹o da Administra•‹o Direta, ou seja,
elas n‹o se submetem ao controle hier‡rquico da administra•‹o
centralizada, mas est‹o vinculadas ˆ pessoa pol’tica que a criou,
normalmente por intermŽdio do ministŽrio da ‡rea correspondente.
Vejamos alguns exemplos de autarquias federais:

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ü Instituto Nacional do Seguro Social Ð INSS: autarquia vinculada
ao MinistŽrio da Previd•ncia Social;
ü Ag•ncia Nacional de Telecomunica•›es Ð Anatel: autarquia
vinculada ao MinistŽrio das Comunica•›es;

Os conselhos regionais e federais de fiscalização de


profissão, com exceção da OAB, são autarquias
federais (conhecidas como autarquias corporativas ou
profissionais), consoante entendimento do STF (MS 22.643/SC).
Por conseguinte, os conselhos de fiscalização de profissão (exemplos: Conselho
Federal de Medicina – CFM; conselhos regionais de medicina – CRM; Conselho
Federal de Engenharia e Agronomia – Confea; Conselho Federal de Nutricionistas –
CFN; conselhos regionais de nutricionistas – CRN), como entidades autárquicas
federais, são (RE 539.224/CE):
(i) criados por lei, tendo personalidade jurídica de direito público com autonomia
administrativa e financeira;
(ii) exercem a atividade de fiscalização de exercício profissional, atividade
tipicamente pública;
(iii) têm o dever de prestar contas ao Tribunal de Contas da União.
Todavia, tal regra não se aplica à Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, conforme
decidido pelo STF na ADI 3.026/DF. Para o STF, a OAB não integra a Administração
Pública, sendo considerada um serviço público independente, categoria ímpar no
elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro.
Podemos concluir, dessa forma, que as entidades de fiscalização de profissão
integram a Administração Pública indireta federal, com exceção da OAB, que não faz
parte da Administração Pública.

Quando se relacionam com os administrados, justamente pelo fato de


serem pessoas jur’dicas de direito pœblico, as autarquias agem como se
fossem a pr—pria Administra•‹o Pœblica central e, portanto, gozam das
mesmas prerrogativas e restri•›es que informam o regime jur’dico-
administrativo. Ademais, como possuem personalidade jur’dica pr—pria, os
seus direitos e obriga•›es s‹o firmados em seu pr—prio nome.
Com efeito, ainda em decorr•ncia da personalidade jur’dica pr—pria,
como essas entidades recebem compet•ncia em lei para desempenhar

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determinado servi•o (princ’pio da especializa•‹o), as autarquias s‹o
chamadas de servi•o pœblico personalizado.
No que se refere ˆ rela•‹o com a Administra•‹o central, a Prof. Maria
Di Pietro ensina o seguinte:
Perante a Administra•‹o Pœblica centralizada, a autarquia disp›e de
direitos e obriga•›es; isto porque, sendo institu’da por lei para
desempenhar determinado servi•o pœblico, do qual passa a ser titular, ela
pode fazer valer perante a Administra•‹o o direito de exercer aquela
fun•‹o, podendo opor-se ˆs interfer•ncias indevidas; vale dizer que ela tem
o direito ao desempenho do servi•o nos limites definidos em lei.
Paralelamente, ela tem a obriga•‹o de desempenhar suas fun•›es;
originariamente, essas fun•›es seriam do Estado, mas este preferiu
descentraliz‡-las a entidades ˆs quais atribuiu personalidade jur’dica,
patrim™nio pr—prio e capacidade administrativa; essa entidade torna-se a
respons‡vel pela presta•‹o do servi•o; em consequ•ncia, a Administra•‹o
centralizada tem que exercer o controle para assegurar que essa fun•‹o
seja exercida.

Complementa a autora afirmando que esse duplo aspecto Ð direito e


obriga•‹o Ð d‡ margem a outra dualidade: independ•ncia e controle.
Dessa forma, a capacidade de autoadministra•‹o Ž exercida nos limites da
lei; enquanto, da mesma forma, os atos de controle n‹o podem ultrapassar
os limites legais.

35. (Cespe – Técnico Administrativo/ANAC/2012) A autarquia é o serviço


autônomo criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios,
para executar atividades típicas da administração pública, que requeiram, para seu
melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
Comentário: segundo o DL 200/67:
Art. 5¼ [...]
I - Autarquia - o servi•o aut™nomo, criado por lei, com personalidade
jur’dica, patrim™nio e receita pr—prios, para executar atividades t’picas
da Administra•‹o Pœblica, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gest‹o administrativa e financeira descentralizada.
(grifos nossos)
Percebam que a questão é cópia idêntica do texto do Decreto-Lei.
Gabarito: correto.

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Criação e extinção

Conforme j‡ estudado anteriormente, tanto a cria•‹o quanto a


extin•‹o das autarquias devem ocorrer por meio de lei espec’fica, nos
termos previstos no art. 37, XIX, da CF.
Na esfera federal, a lei para a cria•‹o ou extin•‹o das autarquias Ž de
iniciativa privativa do Presidente da Repœblica, por for•a do art. 61,
¤1¼, II, ÒeÓ30, da Constitui•‹o Federal. Essa regra aplica-se, por simetria,
aos estados, Distrito Federal e munic’pios. Assim, caber‡ aos
governadores e prefeitos a iniciativa de lei para a cria•‹o ou extin•‹o de
autarquia dentro da esfera de governo de cada um.

Tanto a cria•‹o quanto a extin•‹o de


autarquia dependem de edi•‹o de lei
espec’fica.

Entretanto, na hip—tese de autarquia vinculada aos Poderes Legislativo


ou Judici‡rio, a iniciativa de lei caber‡ ao respectivo chefe de Poder.

36. (Cespe – Técnico/MPU/2015) O instrumento adequado para a criação de


autarquia é o decreto, pois o ato é de natureza administrativa e de iniciativa privativa
do chefe do Poder Executivo.
Comentário: a criação das autarquias ocorre com a vigência de sua lei de
criação, ou seja, uma autarquia não pode ser criada por decreto, mas apenas
por lei.
Gabarito: errado.

37. (Cespe – Técnico Administrativo/ANCINE/2013) A lei de criação de uma


autarquia federal deve ser de iniciativa privativa do presidente da República.
Comentário: segundo o art. 61, §1º, II, “e”, da CF, são de iniciativa privativa do
Presidente da República as leis que disponham sobre criação e extinção de
Ministérios e órgãos da administração pública. Esse dispositivo se estende a
criação e extinção de entidades integrantes da administração indireta. Dessa
forma, caberá ao PR a iniciativa de lei para a criação ou extinção de autarquia


30
Art. 61. [...] § 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: [...]
II - disponham sobre: [...]
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;

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federal. Nos estados e municípios, essa competência caberá,
respectivamente, aos governadores e prefeitos. Essa é a regra geral, que
deverá, inclusive, ser adotada nas provas. Por isso a questão está correta.
Lembramos, no entanto, que a doutrina admite, ainda que de forma
excepcional, a criação de autarquias vinculadas aos Poderes Legislativo ou
Judiciário, caso em que a iniciativa de lei caberia ao respectivo chefe de
Poder.
Gabarito: correto.

38. (Cespe – AJ/TRT-ES/2013) Uma autarquia federal pode ser criada mediante
decreto específico do presidente da República.
Comentário: a criação de autarquia ocorre por lei específica. É o que dispõe o
inciso XIX, art. 37, CF:
XIX Ð somente por lei espec’fica poder‡ ser criada autarquia e autorizada
a institui•‹o de empresa pœblica, de sociedade de economia mista e de
funda•‹o, cabendo ˆ lei complementar, neste œltimo caso, definir as
‡reas de sua atua•‹o;
Logo, o item está errado.
Gabarito: errado.

Atividades desenvolvidas

Segundo o DL 200/1967, as autarquias s‹o criadas para executar


atividades t’picas da Administra•‹o Pœblica. A doutrina defende,
ent‹o, que as autarquias devem executar servi•os pœblicos de natureza
social e atividades administrativas, excluindo-se os servi•os e atividades de
cunho econ™mico e mercantil31.
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo mencionam como atividades
desenvolvidas pelas autarquias a presta•‹o de servi•os pœblicos em sentido
amplo, a realiza•‹o de atividades de interesse social e o desempenho de
atividades que envolvam as prerrogativas pœblicas, como o exerc’cio do
poder de pol’cia. Com efeito, as autarquias podem ser criadas para o
desempenho e fiscaliza•‹o de obras, a exemplo do que faz o Departamento
Nacional de Infraestrutura e Rodagens Ð DNIT, criado pela Lei
10.233/200132.


31
Carvalho Filho, 2014, p. 477.
32
Lei 10.233/2001: Art. 80. Constitui objetivo do DNIT implementar, em sua esfera de atuação, a política
formulada para a administração da infra-estrutura do Sistema Federal de Viação, compreendendo sua operação,

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39. (Cespe – TJ/TRT-10/2013) Consoante a doutrina, as entidades autárquicas são


pessoas jurídicas de direito público, de natureza administrativa, criadas por lei, para
realizar, de forma descentralizada, atividades, obras ou serviços.
Comentário: a autarquias são pessoas jurídicas de direito público, com
capacidade de autoadministração, criadas por lei para desempenhar
atividades típicas da Administração Pública, em que podemos incluir a
prestação de serviços públicos em sentido amplo, a realização de atividades
de interesse social e o desempenho de atividades que envolvam as
prerrogativas públicas, como o exercício do poder de polícia, e o desempenho
e fiscalização de obras. O melhor exemplo do que consta no enunciado é o
DNIT, que é uma autarquia do Governo Federal.
Gabarito: correto.

40. (Cespe – SERPRO/2013) As autarquias são pessoas jurídicas de direito


privado, criadas por lei específica e destinadas a realizar atividades, obras e
serviços descentralizados da entidade estatal que as criou.
Comentário: o único erro do item é que as autarquias possuem personalidade
jurídica de direito público.
Gabarito: errado.

Tutela ou controle do ente político

Como j‡ abordado, as autarquias, assim como as demais entidades


administrativas, n‹o est‹o subordinadas ao ente instituidor, ou seja, n‹o
h‡ rela•‹o de hierarquia entre uma entidade aut‡rquica e os —rg‹os da
administra•‹o direta do ente pol’tico que as instituiu. Diz-se, no entanto,
que h‡ vincula•‹o administrativa, normalmente com o ministŽrio da ‡rea
correspondente.
Por exemplo, o DNIT est‡ vinculado ao MinistŽrio dos Transportes; o
INSS est‡ vinculado ao MinistŽrio da Previd•ncia Social; a Anatel vincula-


manutenção, restauração ou reposição, adequação de capacidade, e ampliação mediante construção de novas
vias e terminais, segundo os princípios e diretrizes estabelecidos nesta Lei. (grifos nossos)

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se ao MinistŽrio das Comunica•›es; a Ancine33 encontra-se vinculado ao
MinistŽrio da Cultura; e assim por diante.
O —rg‹o da administra•‹o direta exerce sobre a autarquia o
denominado controle final’stico Ð tambŽm conhecido como tutela
administrativa ou supervis‹o (normalmente chamada de Òsupervis‹o
ministerialÓ em decorr•ncia da vincula•‹o com os ministŽrios).
A grande diferen•a do controle hier‡rquico (quando h‡ rela•‹o de
hierarquia) e o controle final’stico, Ž que o primeiro Ž mais amplo, sendo
considerado presumido e permanente, abrangendo todos os aspectos da
atua•‹o do subordinado controlado, independentemente de previs‹o legal;
o controle final’stico, por outro lado, s— pode ocorrer nos limites
expressamente previstos em lei.
Ademais, o controle final’stico tem como o objetivo de verifica•‹o do
enquadramento da institui•‹o no programa geral do Governo e de seu
acompanhamento para garantir o atingimento das finalidades da entidade
controlada34.

41. (Cespe – Técnico/MPU/2015) Autarquia é entidade dotada de personalidade


jurídica própria, com autonomia administrativa e financeira, não sendo possível que
a lei institua mecanismos de controle da entidade pelo ente federativo que a criou.
Comentário: a autarquia é uma entidade administrativa e, como tal, possui
personalidade jurídica própria. Além disso, elas possuem autonomia em
relação ao ente instituidor para gerir o seu orçamento e a utilizar seus
recursos, por isso possuem autonomia orçamentária e financeira.
Claro que tal autonomia não representa uma independência total, uma vez que
as autarquias submetem-se à lei orçamentária e às políticas gerais do
Governo. Com efeito, é possível que o ente instituidor realize o controle sobre
as autarquias quando houver previsão legal para isso. Trata-se do chamado
controle finalístico.
Portanto, a questão está errada, uma vez que é possível que a lei institua
mecanismos de controle da autarquia pelo ente federativo que a criou.
Gabarito: errado.


33
Agência Nacional do Cinema.
34
Meirelles, 2013, p.

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42. (Cespe – Auditor/FUB/2015) As autarquias territoriais não detêm autonomia
política.
Comentário: as autarquias territoriais, denominadas pela Constituição Federal
de territórios federais, são criadas por meio do processo de descentralização
territorial ou geográfica. Elas caracterizam-se por possuir uma competência
administrativa genérica, uma vez que prestam diversos tipos de serviços
públicos dentro de sua extensão territorial. Contudo, elas não possuem
autonomia política, uma vez que não possuem capacidade de legislar.
Gabarito: correto.

43. (Cespe – ATA/MI/2013) Toda pessoa jurídica da administração pública


indireta, embora não se subordine, vincula-se a determinado órgão da estrutura da
administração direta, estando, assim, sujeita à chamada supervisão ministerial.
Comentário: as autarquias, assim como todas as demais entidades da
administração indireta, não se subordinam ao ente central, porém encontram-
se vinculadas a determinado órgão da administração direta para fins de tutela,
controle finalístico ou supervisão ministerial. Logo, o item está perfeito.
Gabarito: correto.

44. (Cespe – AJ/TRT-10/2013) As autarquias federais detêm autonomia


administrativa relativa, estando subordinadas aos respectivos ministérios de sua
área de atuação.
Comentário: pode-se dizer que a autonomia das autarquias é relativa, pois elas
não atuam de forma ilimitada, sujeitando-se ao controle finalístico da
administração direta. Contudo, o item está errado, uma vez que não há
subordinação entre administração direta e indireta.
Gabarito: errado.

45. (Cespe - Analista em Geociências/CPRM/2013) Embora seja dotada de


personalidade jurídica própria e de capacidade de autoadministração, a autarquia
sujeita-se ao controle ou à tutela do ente político que a tenha criado.
Comentário: exatamente. Embora as autarquias possuam personalidade
jurídica própria e capacidade de autoadministração, elas se encontram sob o
controle ou tutela do ente político que as criou.
Gabarito: correto.

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Patrimônio

De acordo com o novo C—digo Civil, ÒS‹o pœblicos os bens do dom’nio


nacional pertencentes ˆs pessoas jur’dicas de direito pœblico interno;
todos os outros s‹o particulares, seja qual for a pessoa a que pertenceremÓ
(CC, art. 98).
Por conseguinte, a natureza dos bens das autarquias Ž a de bens
pœblicos, uma vez que essas entidades s‹o pessoas jur’dicas de direito
pœblico. Em decorr•ncia dessa qualifica•‹o, os bens das autarquias
possuem os mesmos atributos dos bens pœblicos em geral35, destacando-
se a impenhorabilidade (n‹o podem ser objeto de penhora Ð assim, a
execu•‹o de judicial em desfavor de uma autarquia se submete ao regime
de precat—rios, nos termos do art. 100, CF); a imprescritibilidade (n‹o
podem ser adquiridos por meio de usucapi‹o); e as restri•›es quanto ˆ
aliena•‹o de bens pœblicos (que se submetem a regras espec’ficas).
Ademais, o patrim™nio inicial da autarquia Ž oriundo de
transfer•ncias do ente que as criou, passando a pertencer ˆ nova entidade.
Por outro lado, ao se extinguir a autarquia, os seus bens ser‹o
reincorporados ao patrim™nio da pessoa pol’tica36.

Pessoal

A Constitui•‹o Federal de 1988, na reda•‹o inicial do art. 39,


determinava que a Uni‹o, os estados, o Distrito Federal e os munic’pios
deveriam instituir, no ‰mbito de sua compet•ncia, regime jur’dico œnico
(RJU) para os servidores da administra•‹o pœblica direta, das
autarquias e das funda•›es pœblicas.
Dessa forma, os entes da Federa•‹o deveriam instituir o mesmo
regime jur’dico para os servidores da administra•‹o direta, aut‡rquica
e fundacional. A Constitui•‹o n‹o determinou que o regime devesse ser
estatut‡rio, apenas imp™s que os entes adotassem um regime jur’dico
œnico. Contudo, o regime estatut‡rio, em virtude das inœmeras garantias
que representa ao servidor, foi o que prevaleceu37.
No entanto, a Emenda Constitucional 19/1998 alterou a reda•‹o do
art. 39, caput, da Constitucional, tendo por objetivo abolir o regime jur’dico


35
Carvalho Filho, 2014, p. 487.
36
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 43.
37
Marinela, 2013, p. 123.

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œnico. A nova reda•‹o, portanto, permitiu a ado•‹o de regime jur’dico
mœltiplo, ou seja, um mesmo ente poderia utilizar tanto o regime estatut‡rio
quanto o regime celetista para a administra•‹o direta, autarquias e
funda•›es pœblicas. Para ter uma no•‹o melhor, vamos comparar as duas
reda•›es do art. 39, caput, antes e p—s EC 19/1998:

Redação anterior à EC 19/1998:


Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito
de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores
da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.

Redação instituída pela EC 19/1998 (atualmente suspensa pela ADI 2.135):


Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho
de política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores
designados pelos respectivos Poderes.

Contudo, ao analisar a A•‹o Direta de Inconstitucionalidade Ð ADI


2.135, o STF, em sede de cautelar, reconheceu a inconstitucionalidade
formal da nova reda•‹o do art. 39 da CF, uma vez que n‹o foram
observadas as regras para altera•‹o do texto constitucional, resgatando,
por conseguinte, o regime jur’dico œnico. Todavia, a medida foi tomada com
efeitos ex nunc, ou seja, os efeitos valem da data da decis‹o (2/7/2007)
em diante. Com isso, toda a legisla•‹o editada durante a vig•ncia da
reda•‹o do art. 39, caput, com reda•‹o dada pela EC 19/1998, cont’nua
v‡lida, bem como as respectivas contrata•›es de pessoal38.
Assim, a partir da decis‹o e atŽ que o STF pronuncie-se definitivamente
sobre o mŽrito da ADI 2.135, voltou a vigorar a reda•‹o inicial do art. 39,
caput, da Constitui•‹o Federal. Dessa forma, atualmente os entes devem
possuir regime jur’dico œnico, aplic‡vel a todos os servidores da
Administra•‹o Direta, das autarquias e das funda•›es pœblicas. Com efeito,
atualmente n‹o Ž mais permitida a contrata•‹o concomitante de servidores
pœblicos (regime estatut‡rio) e empregados pœblicos (regime celetista) na


38
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 46.

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administra•‹o direta, aut‡rquica e fundacional dos entes pol’ticos, uma vez
que vigora novamente a regra do regime jur’dico œnico.
Tendo em vista que o regime estatut‡rio foi adotado pelo Governo
Federal, as autarquias e funda•›es, atualmente, seguem este tipo de
regime. Com efeito, o art. 1¼39 da Lei 8.112/1990 Ð que institui o regime
jur’dico dos servidores pœblicos civis da Uni‹o Ð deixa claro que suas normas
se aplicam ˆs Òautarquias, inclusive as em regime especialÓ e ˆs
funda•›es pœblicas federais.
Nesse contexto, os agentes das autarquias, assim como todos os
servidores pœblicos, sujeitam-se a regras como: exig•ncia de concurso
pœblico (CF, art. 37, II); proibi•‹o para acumula•‹o (CF, art. 37, XVII); teto
remunerat—rio (CF, art. 37, XI); direito ˆ estabilidade (CF, art. 41); regras
de regime especial de aposentadoria (CF, art. 40); seus atos s‹o pass’veis
de remŽdios constitucionais e ao controle de improbidade administrativa;
bem como s‹o considerados funcion‡rios pœblicos para fins penais40.

46. (Cespe – SERPRO/2013) Os servidores das autarquias sujeitam-se ao regime


jurídico único da entidade-matriz.
Comentário: com o retorno da redação primitiva do art. 39, caput, da
Constituição Federal, voltou a vigorar a exigência de regime jurídico único
para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das
fundações públicas. Logo, os servidores das autarquias sujeitam-se ao
regime jurídico único da entidade política que as criou, ou, como mencionou
a questão, entidade-matriz. Portanto, o item está correto.
Gabarito: correto.

47. (Cespe – Agente Administrativo/SUFRAMA/2014) Considere que Emanuel,


servidor da SUFRAMA, tenha sido aprovado em concurso público para analista
administrativo em outra autarquia federal e passe a acumular os dois cargos, ambos
com jornada semanal de 40 horas. Nessa situação, uma vez que as duas autarquias
compõem a administração indireta, não há violação do dispositivo constitucional que
veda a acumulação de cargos no serviço público.


39
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as
em regime especial, e das fundações públicas federais.
40
Marinela, 2013, p. 128.

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Comentário: não é objeto desta aula as regras sobre acumulação de cargos.


No entanto, acabamos de ver que a proibição de acumulação, prevista no art.
37, XVII, da CF, aplica-se também aos servidores das autarquias. Segundo o
mencionado dispositivo constitucional, é vedada a acumulação remunerada
de cargos públicos, exceto nas seguintes situações, desde que exista
compatibilidade de horários:
® dois cargos de professor;
® um cargo de professor com outro técnico ou científico;
® dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas;
O caso apresentado é de analista administrativo, ou seja, não é cargo de
professor, nem de profissional de saúde. Assim, não é possível a acumulação.
Dessa forma, o item está errado.
Gabarito: errado.

Nomeação e exoneração dos dirigentes

A nomea•‹o dos dirigentes das autarquias cabe privativamente ao


Presidente da Repœblica, nos termos do art. 84, XXV41, da Constitui•‹o
Federal. Essa compet•ncia aplica-se, por simetria, aos governadores e
prefeitos.
A forma de investidura ser‡ disciplinada na lei que criar a entidade,
podendo prever aprova•‹o prŽvia do Senado Federal ou da casa legislativa
dos estados ou munic’pios, (CF, art. 84, XIV42). ƒ o que ocorre, por
exemplo, com as ag•ncias reguladoras (Anatel, Antaq, ANP, etc.), em que
a lei instituidora determina que a nomea•‹o dos dirigentes seja aprovada
previamente pelo Senado, tomando como fundamento o art. 52, III, ÒfÓ da
Constitui•‹o.
Por exemplo, a Lei 9.472/1997, que criou a Anatel, determina que a nomeação de
seus conselheiros seja aprovada pelo Senado Federal:
Art. 23. Os conselheiros serão brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária
e elevado conceito no campo de sua especialidade, devendo ser escolhidos pelo

41
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: [...]
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
42
Art. 84. [...] XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os
diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;

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Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal,
nos termos da alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição Federal.

Em outras situa•›es, a pr—pria Constitui•‹o determina que a nomea•‹o


dos dirigentes de autarquias passe pelo crivo do Senado, a exemplo do que
ocorre com o presidente e os diretores do Banco Central (CF, art. 52,
III, ÒdÓ).
Ademais, o Supremo Tribunal Federal j‡ consolidou o entendimento
que, nos estados, Distrito Federal e munic’pios, Ž poss’vel que as leis
instituidoras de autarquias e funda•›es pœblicas exijam a prŽvia aprova•‹o
da assembleia legislativa ou da c‰mara de vereadores, conforme o caso43.
Todavia, o STF entende que Ž vedada e exig•ncia de autoriza•‹o
legislativa para a exonera•‹o de dirigentes da administra•‹o indireta pelo
chefe do Poder Executivo. Com efeito, tambŽm n‹o Ž poss’vel que a
exonera•‹o seja efetivada diretamente pelo Poder Legislativo. Dessa forma,
em respeito ao princ’pio da separa•‹o dos poderes, n‹o Ž poss’vel que a
exonera•‹o de dirigentes das autarquias seja realizada pelo Poder
Legislativo, nem mesmo que se exija autoriza•‹o desse Poder para que o
chefe do Executivo possa exoner‡-los44.

Autarquias sob regime especial

Muito se tem falado sobre as Òautarquias sob regime especialÓ.


PorŽm, a legisla•‹o raramente apresenta a defini•‹o adequada.
JosŽ dos Santos Carvalho Filho apresenta uma classifica•‹o das
autarquias quanto ao regime jur’dico em: (a) autarquias comuns (ou
de regime comum); (b) autarquias especiais (ou de regime especial). As
primeiras apresentam um regime sem qualquer especificidade, enquanto as
œltimas seriam regidas por um regime com disciplina espec’fica, atribuindo


43
Nesse sentido, vide ADI 2.225 MC/SC:
EMENTA: Separação e independência dos poderes: submissão à Assembléia Legislativa, por lei estadual, da
escolha de diretores e membros do conselho de administração de autarquias, fundações públicas e empresas
estatais: jurisprudência do Supremo Tribunal. 1. À vista da cláusula final de abertura do art. 52, III, f da
Constituição Federal, consolidou-se a jurisprudência do STF no sentido da validade de normas locais que
subordinam a nomeação dos dirigentes de autarquias ou fundações públicas à prévia aprovação da Assembléia
Legislativa. 2. Diversamente, contudo, atento ao art. 173 da Constituição, propende o Tribunal a reputar ilegítima
a mesma intervenção parlamentar no processo de provimento da direção das entidades privadas, empresas
públicas ou sociedades de economia mista da administração indireta dos Estados.
44
Nesse sentido: ADI 1.949/RS.

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como caracter’stica algumas prerrogativas especiais e diferenciadas a
certas autarquias.
Todavia, o dif’cil Ž saber sobre o que elas se distinguem. Assim, alguns
autores mencionam o regime previsto no Decreto Lei 200/1967 como o
regime ordin‡rio, comum ou normal, enquanto as autarquias sob regime
especial receberiam de suas leis instituidoras as caracter’sticas pr—prias. No
entanto, o DL 200/1967 aplica-se exclusivamente ao governo federal e, em
geral, os entes administrativos n‹o possuem uma norma que discipline o
regime ordin‡rio dessas entidades.
De qualquer forma, devemos saber que as autarquias sob regime
especial s‹o entidades que recebem caracter’sticas pr—prias do
ordenamento jur’dico, em geral com o objetivo de outorgar-lhes maior
autonomia em rela•‹o ao ente instituidor.
Atualmente, o exemplo mais comum s‹o as ag•ncias reguladoras. N‹o
significa que todas as autarquias sob regime especial s‹o ag•ncias
reguladoras, porŽm este Ž o exemplo mais comum. Algumas universidades
tambŽm recebem a designa•‹o de autarquia especial e, para parte da
doutrina, os cons—rcios pœblicos, quando organizados na forma de
associa•‹o pœblica, tambŽm s‹o considerados autarquias sob regime
especial.
Para exemplificar, vamos apresentar o conteœdo do art. 8¼, caput e
¤2¼, da Lei 9.472/1997, que criou a Anatel:
Art. 8¡ Fica criada a Ag•ncia Nacional de Telecomunica•›es, entidade
integrante da Administra•‹o Pœblica Federal indireta, submetida a regime
aut‡rquico especial e vinculada ao MinistŽrio das Comunica•›es, com a
fun•‹o de —rg‹o regulador das telecomunica•›es, com sede no Distrito
Federal, podendo estabelecer unidades regionais.
[...]
¤ 2¼ A natureza de autarquia especial conferida ˆ Ag•ncia Ž
caracterizada por independ•ncia administrativa, aus•ncia de
subordina•‹o hier‡rquica, mandato fixo e estabilidade de seus
dirigentes e autonomia financeira. (grifos nossos)

Conforme ensinam Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, o termo


Òindepend•ncia administrativaÓ Ž utilizado de forma inadequada, pois
nenhuma entidade da administra•‹o indireta pode ser ÒindependenteÓ, por
for•a, dentre outros dispositivos, do art. 84, II, da CF. Com efeito, todas as
autarquias possuem autonomia administrativa e financeira e aus•ncia de
subordina•‹o hier‡rquica, o que, portanto, n‹o Ž nada de novo. Dessa
forma, de especial, s— sobra o mandato fixo e estabilidade dos dirigentes.

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Importante tambŽm Ž destacar que n‹o se confunde autarquia sob
regime especial com ag•ncias executivas, pois estas s‹o autarquias que
cumpriram os requisitos previstos em lei (Lei 9.649/1998, art. 51) para
receber a mencionada qualifica•‹o, podendo ser, inclusive, as autarquias
ÒnormaisÓ; enquanto aquelas s‹o as autarquias que receberam um regime
especial de sua lei instituidora.

Juízo competente

Nos termos do art. 109, I, da CF, ser‹o julgadas na Justi•a Federal


as causas em que uma autarquia federal for interessada na condi•‹o de
autoras, rŽs, assistentes ou oponentes. Na mesma linha, os mandados de
seguran•a contra atos coatores de agentes aut‡rquicos federais tambŽm
ser‹o processados e julgados na Justi•a Federal (CF, art. 109, VIII).

Nas causas envolvendo usuários-consumidores e


concessionárias de serviços públicos, intervindo
agência reguladora federal, na qualidade de
litisconsorte passiva necessária (quando a agência obrigatoriamente é ré do
processo juntamente com a concessionária), assistente ou oponente, a competência
para julgar o caso será da Justiça Federal. Porém, quando a agência não estiver em
nenhuma dessas situações, ou seja, quando a demanda envolver apenas o usuário e
a concessionária, sem participação da agência reguladora, o processo será de
competência da Justiça Estadual.
Nesse sentido, vale transcrever a Súmula Vinculante nº 27 do STF:
Súmula Vinculante nº 27
Compete à justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de
serviço público de telefonia, quando a Anatel não seja litisconsorte passiva
necessária, assistente, nem opoente.

No caso das autarquias estaduais ou municipais, n‹o existe regra


espec’fica. Por conseguinte, ser‡ da Justi•a Estadual as causas em que
figurarem as autarquias estaduais e municipais, inclusive nos mandados de
seguran•a contra atos das autoridades dessas entidades.
Por fim, no que se refere ˆs a•›es de rela•‹o de trabalho, a
compet•ncia ocorrer‡ de acordo com o regime de pessoal adotado. Na
esfera federal, as causas entre os servidores pœblicos (v’nculo

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estatut‡rio) e as autarquias, ser‹o processadas e julgadas na Justi•a
Federal. Nos estados e munic’pios, essas mesmas causas ser‹o de
compet•ncia da Justi•a Estadual. Por fim, em qualquer caso, quando o
regime for o celetista (empregados pœblicos), as causas ser‹o
resolvidas na Justi•a do Trabalho (CF, art. 114). Contudo, Ž importante
lembrar que, com o retorno da reda•‹o primitiva do art. 39, caput, da
Constitui•‹o Federal (regime jur’dico œnico), n‹o Ž mais poss’vel a
exist•ncia de dois regimes para o pessoal da administra•‹o direta,
aut‡rquica e fundacional.

48. (Cespe – AJ/TJDFT/2013) Nos litígios comuns, as causas que digam respeito
às autarquias federais, sejam estas autoras, rés, assistentes ou oponentes, são
processadas e julgadas na justiça federal.
Comentário: conforme redação do art. 109, I, da Constituição Federal, as
causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes serão
processadas e julgadas na Justiça Federal. Assim, o item está correto.
Gabarito: correto.

Atos, contratos e licitação

Existem dois tipos de atos, os atos administrativos, que gozam de


certos atributos que colocam a Administra•‹o em posi•‹o de superioridade
perante o administrado, como a presun•‹o de veracidade e de legitimidade,
a imperatividade e a autoexecutoriedade; e os atos de direito privado, que,
de forma geral, s‹o produzidos em condi•›es de igualdade na rela•‹o
Administra•‹o e administrados.
Da mesma forma, os contratos podem ser contratos
administrativos, que possuem as chamadas cl‡usulas exorbitantes, que
asseguram a posi•‹o de superioridade da Administra•‹o ante o
administrado; e os contratos de direito privado, em que as partes
(Administra•‹o e administrados) est‹o em condi•›es de igualdade.
As autarquias, como s‹o entidades de direito pœblico e que realizam
atividades t’picas de Estado, formalizam, em regra, atos administrativos e
contratos administrativos. Vale dizer, seus atos possuem todos os requisitos

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de validade (compet•ncia, finalidade, forma, motivo e objeto) e possuem
os atributos de presun•‹o de veracidade e de legitimidade, a imperatividade
e a autoexecutoriedade; enquanto os seus contratos sujeitam-se ao mesmo
regime jur’dico direito pœblico dos ajustes da administra•‹o direta.
Lembrando, Ž claro, que em algumas hip—teses, da mesma forma como na
administra•‹o direta, as autarquias realizar‹o atos e contratos de direito
privado. ƒ o que ocorre, por exemplo, em um contrato de compra e venda
da Administra•‹o.
Por fim, os contratos firmados pelas autarquias devem se submeter
previamente ˆ licita•‹o, na forma da Lei 8.666/1993, na forma do art. 22,
XXVII, da CF, com exce•‹o das ressalvas previstas na pr—pria lei (dispensa
e inexigibilidade de licita•‹o). Com efeito, o par‡grafo œnico, art. 1¼, da Lei
8.666/1993 Ð Lei de normas gerais de licita•›es e contratos Ð disp›e que a
Lei de Licita•›es e Contratos aplica-se aos —rg‹os da administra•‹o direta,
aos fundos especiais, ˆs autarquias, ˆs funda•›es pœblicas, ˆs empresas
pœblicas, ˆs sociedades de economia mista e ˆs demais entidades
controladas direta ou indiretamente pela Uni‹o, estados, Distrito Federal e
Munic’pios.

Prerrogativas das autarquias

Considerando a natureza da atividade desempenhada pelas autarquias,


o ordenamento jur’dico as atribui algumas prerrogativas de direito pœblico.
Segundo JosŽ dos Santos Carvalho Filho, as prerrogativas mais importantes
s‹o as seguintes45:
a) imunidade tribut‡ria rec’proca: o art 150, ¤2¼, da CF (c/c46 art.
150, VI, ÒaÓ), veda a institui•‹o de impostos sobre o patrim™nio, a
renda e os servi•os das autarquias, desde que vinculadas a suas
finalidades essenciais ou ˆs que delas decorram. O entendimento
literal Ž que a imunidade protege somente o patrim™nio, a renda e os
servi•os vinculados ˆs finalidades essenciais das autarquias, ou
decorrentes dessas finalidades. No entanto, o STF possui um
entendimento mais amplo, estendendo a aplica•‹o da imunidade
tribut‡ria ˆ renda decorrente de atividades estranhas ˆs finalidades da


45
Carvalho Filho, 2014, pp. 491, 492.
46
“c/c” = combinado com.

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autarquia, desde que esses recursos sejam integralmente aplicados
nas finalidades essenciais da entidade47.
Assim, se uma autarquia federal alugar um im—vel pertencente ao seu
patrim™nio e empregar a renda decorrente da loca•‹o em suas finalidades
essenciais, o munic’pio em que est‡ sediado o im—vel n‹o poder‡ cobrar-
lhe o IPTU.
b) impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas: os seus bens
n‹o podem ser penhorados como instrumento coercitivo para garantia
do credor. Os dŽbitos decorrentes de decis›es judiciais transitadas em
julgado devem ser quitados por meio do sistema de precat—rios (CF,
art. 100). As regras de exigibilidade seguem as linhas pr—prias da
legisla•‹o processual48.
c) imprescritibilidade de seus bens: os bens das autarquias s‹o
considerados bens pœblicos e, portanto, n‹o podem ser adquiridos por
terceiros por meio de usucapi‹o;
d) prescri•‹o quinquenal: as d’vidas e os direitos em favor de terceiros
contra as autarquias prescrevem em cinco anos (Decreto 20.910/1932,
art. 1¼49, c/c Decreto-Lei 4.597/1942, art. 2¼50). Dessa forma, se
alguŽm tem um crŽdito contra uma autarquia, dever‡ promover a
cobran•a nesse prazo, sob pena de prescrever o direito de a•‹o;
e) crŽditos sujeitos ˆ execu•‹o fiscal: possibilidade de inscrever os
seus crŽditos em d’vida ativa e realizar a respectiva cobran•a por
meio de execu•‹o fiscal, na forma da Lei 6.830/1980;
f) principais situa•›es processuais espec’ficas:


47
Nesse sentido, STF: RE 589.185 RS; e RE 237.718 SP:
“Imunidade tributária do patrimônio das instituições de assistência social (CF, art. 150, VI, c): sua aplicabilidade
de modo a preexcluir a incidência do IPTU sobre imóvel de propriedade da entidade imune, ainda quando
alugado a terceiro, sempre que a renda dos aluguéis seja aplicada em suas finalidades institucionais” (RE
237.718, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, DJ 6.9.2001 – grifos nossos).
48
Há exceções ao sistema de precatórios, conforme prevê o art. 100, §3º, da CF.
49
Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação
contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados
da data do ato ou fato do qual se originarem.
50
Art. 2º O Decreto nº 20.910, de 6 de janeiro de 1932, que regula a prescrição qüinqüenal, abrange as dívidas
passivas das autarquias, ou entidades e órgãos paraestatais, criados por lei e mantidos mediante impostos, taxas
ou quaisquer contribuições, exigidas em virtude de lei federal, estadual ou municipal, bem como a todo e
qualquer direito e ação contra os mesmos.

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® prazo em dobro para todas as suas manifesta•›es processuais Ð
(Novo CPC, art. 183);51
® est‹o sujeitas ao duplo grau de jurisdi•‹o obrigat—rio, de forma
que a senten•a proferida contra tais entidades, ou a que julgar, no
todo ou em parte, embargos opostos ˆ execu•‹o de sua d’vida
ativa, s— adquirem efic‡cia jur’dica se confirmada por tribunal
(Novo CPC, art. 496).
O duplo grau de jurisdi•‹o obrigat—rio significa que o juiz, ao
prolatar a senten•a, dever‡ determinar a remessa dos autos ao tribunal,
ainda que n‹o tenha ocorrido recurso volunt‡rio (apela•‹o). Caso o juiz n‹o
o fa•a, dever‡ o presidente do tribunal avocar os autos (Novo CPC, art. 496,
¤ 1¼).52
Por fim, podemos apresentar outros privilŽgios processuais para as
autarquias:
® isen•‹o de custas judiciais, com exce•‹o da obriga•‹o de
reembolsar as despesas judiciais feitas pela parte vencedora (Lei
9.289/1996, art. 4¼, I e par‡grafo œnico);
® dispensa de apresenta•‹o do instrumento de mandato, pelos
procuradores de seu quadro de pessoal, para a pr‡tica de atos
processuais em ju’zo (Lei 9.469/1997, art. 9¼);


51
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de
direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá
início a partir da intimação pessoal.
§ 1o A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.
§ 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio
para o ente público.
52
De acordo com o Novo Código de Processo Civil, o prazo em dobro não se aplicará em dois grupos de casos. O
primeiro refere-se ao “proveito econômico obtido na causa”, isto é, quando o valor certo e líquido for inferior a:
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações
de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito
público.

O segundo grupo refere-se aos casos em que a sentença esteja fundada em:
I - súmula de tribunal superior;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de
recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente
público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.

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Súmula nº 644/STF: “Ao titular do cargo de procurador de autarquia não se exige
a apresentação de instrumento de mandato para representá-la em juízo”.

49. (Cespe – Procurador Geral/AGU/2013) As autarquias, que adquirem


personalidade jurídica com a publicação da lei que as institui, são dispensadas do
registro de seus atos constitutivos em cartório e possuem as prerrogativas especiais
da fazenda pública, como os prazos em dobro para recorrer e a desnecessidade de
anexar, nas ações judiciais, procuração do seu representante legal.
Comentário: quando se deparar com uma questão extensa como essa,
procure analisá-la por partes. No início, o item afirma que as autarquias
adquirem personalidade jurídica com a publicação da lei que as instituiu, o
que está correto, uma vez que a lei efetivamente cria a autarquia. Dessa forma,
não há necessidade de registro de seu ato constitutivo em cartório.
Além disso, as autarquias gozam das prerrogativas especiais da fazenda
pública, como o prazo em dobro para todas as manifestações processuais e a
desnecessidade de apresentar instrumentos de mandato para representá-las
em juízo (Súmula 644/STF).
Com isso, concluímos pela correção do item.
Gabarito: correto.

50. (Cespe – Técnico Administrativo/ANCINE/2013) Os bens das autarquias não


são passíveis de penhora.
Comentário: os bens das autarquias gozam do atributo de impenhorabilidade.
Assim, os débitos decorrentes de decisões judiciais transitadas em julgado
contra as autarquias, com algumas exceções (CF, art. 100, §3º), devem seguir
o sistema de precatórios. Com isso, o item está correto. Além disso, os bens
dessas entidades são e imprescritíveis, ou seja, não podem ser adquiridos por
meio de usucapião.
Gabarito: correto.

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51. (Cespe - AA/PRF/2012) São exemplos de prerrogativas estatais estendidas às
autarquias a imunidade tributária recíproca e os privilégios processuais da Fazenda
Pública.
Comentário: as autarquias gozam da imunidade tributária recíproca, nos
termos do art. 150, inc. VI, “a”, e § 2º, da CF. Por conseguinte, é vedada a
instituição de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços das
autarquias, desde que vinculadas a suas finalidades essenciais ou às que
delas decorram, ou quando a renda seja aplicada integralmente nas
finalidades dessas entidades. Por fim, acabamos de ver que as autarquias
gozam dos privilégios processuais da Fazenda Pública (CPC, art. 188; Lei
9.469/1997, art.10).
Gabarito: correto.

Agências reguladoras e agências executivas

Agências Reguladoras

Origem das agências reguladoras

N‹o h‡ uma defini•‹o exata do surgimento das ag•ncias reguladoras


no mundo. Segundo Alexandre Santos Arag‹o, as ag•ncias reguladoras
possuem como marco principal a Interstate Commerce Commission, criada
nos Estados Unidos da AmŽrica em 1887 para regulamentar os servi•os
interestaduais de transporte ferrovi‡rio.
No Brasil, as primeiras entidades com fun•›es regulat—rias e
fiscalizat—rias do setor econ™mico j‡ existiam no in’cio do sŽculo XX,
conforme destaca Maria Sylvia Zanella Di Pietro:53
[...] no per’odo de 1930-1945, o Comissariado de Alimenta•‹o Pœblica
(1918), o Instituto de Defesa Permanente do CafŽ (1923), o Instituo do
A•œcar e do çlcool (1933), o Instituto Nacional do Mate (1938), o Instituto
Nacional do Pinho (1941), o Instituto Nacional do Sal (1940), todos esses
institutos institu’dos como autarquias econ™micas, com a finalidade de
regular a produ•‹o e o comŽrcio. AlŽm desses, podem ser mencionados
outros exemplos, como o Banco Central, o conselho Monet‡rio Nacional, a
Comiss‹o de Valores Mobili‡rios e tantos outros —rg‹os com fun•›es
normativas e de fiscaliza•‹o.

No entanto, a ado•‹o do modelo atual e a designa•‹o de Òag•ncia


reguladoraÓ surge no bojo da Reforma Gerencial, a partir de 1995. Assim,
as emendas constitucionais 8 e 9 de 1995 inclu’ram o termo Ò—rg‹o

53
Di Pietro, 2009, p. 190-181.

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reguladorÓ na Constitui•‹o Federal de 1998, especificamente para tratar da
regula•‹o dos servi•os de telecomunica•›es (art. 21, XI) e atividades
relacionadas com o petr—leo (art. 177, ¤2¼, III), vejamos:
Art. 21. Compete ˆ Uni‹o: [...]
XI - explorar, diretamente ou mediante autoriza•‹o, concess‹o ou
permiss‹o, os servi•os de telecomunica•›es, nos termos da lei, que
dispor‡ sobre a organiza•‹o dos servi•os, a cria•‹o de um —rg‹o
regulador e outros aspectos institucionais; (Reda•‹o dada pela Emenda
Constitucional n¼ 8, de 15/08/95:) (grifos nossos)
Art. 177. Constituem monop—lio da Uni‹o: [...]
¤ 2¼ A lei a que se refere o ¤ 1¼ dispor‡ sobre: (Inclu’do pela Emenda
Constitucional n¼ 9, de 1995)
III - a estrutura e atribui•›es do —rg‹o regulador do monop—lio da
Uni‹o; (Inclu’do pela Emenda Constitucional n¼ 9, de 1995) (grifos nossos)

A partir desses dispositivos, foram criadas as duas ag•ncias


reguladoras que possuem respaldo constitucional: a Ag•ncia Nacional de
Telecomunica•›es (Anatel), criada pela Lei 9.472, de 16 de julho de 1997,
e a Ag•ncia Nacional do Petr—leo (ANP), criada pela Lei 9.478, de 6 de
agosto de 1997.
Deve-se destacar que essas foram as primeiras ag•ncias reguladoras
criadas com previs‹o constitucional, mas h‡ diversas outras ag•ncias
criadas pelo legislador infraconstitucional. Assim, atualmente, existem 10
ag•ncias reguladoras federais, sendo que somente a Anatel e a ANP
possuem previs‹o na CF, vejamos:

Agência Lei de criação


Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Lei nº 9.427/1996
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Lei nº 9.472/1997
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
Lei nº 9.478/1997
(ANP)
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Lei nº 9.782/1999
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) Lei nº 9.961/2000
Agência Nacional de Águas (ANA) Lei nº 9.984/2000
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) Lei nº 10.233/2001
Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) Lei nº 10.233/2001
Medida Provisória
Agência Nacional do Cinema (Ancine)
2.228/2001
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Lei nº 11.182/2005

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Assim, podemos perceber que a primeira ag•ncia reguladora criada no
‰mbito federal foi a Ag•ncia Nacional de Energia ElŽtrica, criada em 26 de
dezembro de 1996 com a finalidade de regular e fiscalizar a Òprodu•‹o,
transmiss‹o, distribui•‹o e comercializa•‹o de energia elŽtrica, em
conformidade com as pol’ticas e diretrizes do governo federalÓ (art. 2¼, Lei
9.427/1996).

Conceito e atividades desenvolvidas

As ag•ncias reguladoras surgiram no Brasil a partir da dŽcada de


90, durante o per’odo da Reforma Gerencial ou Reforma do Aparelho do
Estado. Este foi um per’odo em que o modelo intervencionista, ou de
presta•‹o direta de servi•os, foi substitu’do por um modelo regulador, em
que o Estado diminuiu a sua atua•‹o direta na economia, privatizando
diversas empresas estatais. Todavia, para o desequil’brio do mercado em
virtude do poder econ™mico das grandes empresas, foi necess‡rio criar
entidades administrativas com grande capacidade tŽcnica e autonomia para
realizar a regula•‹o da atividade econ™mica. Essas entidades s‹o as
ag•ncias reguladoras.
No Brasil, elas se inserem no estudo da regula•‹o. Inicialmente, foram
criadas para regular atividades econ™micas atribu’das ao Estado, possuindo
ou n‹o natureza de servi•o pœblico, sendo objeto de concess‹o permiss‹o
ou autoriza•‹o. Isso ocorreu primeiro nos setores de energia elŽtrica,
telecomunica•›es, explora•‹o de petr—leo e outras. Dessa forma, pode-se
dizer que as ag•ncias reguladoras passaram a desempenhar uma dupla
fun•‹o:54
a) de um lado, elas assumem os poderes e encargos do poder
concedente nos contratos de concess‹o, como os de fazer licita•‹o,
contratar, fiscalizar, punir, alterar, rescindir, encampar, etc.;

b) de outro lado, as ag•ncias exercem a atividade chamada de


regula•‹o propriamente dita que, em sentido amplo, abrange a
compet•ncia de estabelecer regras de conduta, fiscalizar, reprimir,
punir, resolver conflitos, n‹o s— no ‰mbito da pr—pria concess‹o,
mas tambŽm nas rela•›es com outras prestadoras de servi•o.

A despeito de a primeira fun•‹o praticamente estar abrangida pela


segunda, Maria Di Pietro faz uma abordagem em separado para destacar o
papel cl‡ssico das ag•ncias de atuar em nome do poder concedente, como

54
Di Pietro, 2012, p. 180.

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parte do contrato de concess‹o, e, por outro lado, o papel mais amplo de
resolver conflitos e garantir a competi•‹o.
Para exemplificar, devemos lembrar que a Anatel Ž respons‡vel pelos
contratos de concess‹o de telefonia e, ao mesmo tempo, promove a
competi•‹o e resolve conflitos sobre a presta•‹o de servi•os.
No entanto, alŽm desses papŽis desempenhados pelas primeiras
ag•ncias, atualmente a Administra•‹o Federal possui ag•ncias com papel
tipicamente de poder de pol’cia, voltadas para outras ‡reas de atividade
privada, sem que ocorra concess‹o de servi•o pœblico. S‹o exemplos a
Ag•ncia de Vigil‰ncia Sanit‡ria (Anvisa), a Ag•ncia Nacional de Saœde
Pœblica Suplementar (ANS) e a Ag•ncia Nacional de çguas (ANA). Ainda
assim, essas entidades fiscalizam, reprimem, aplicam san•›es e imp›em
outras limita•›es administrativas. Percebe-se, portanto, que atualmente as
ag•ncias reguladoras atuam em um campo mais amplo que os servi•os
pœblicos.
Nessa linha, esse tipo de ag•ncia que exerce atividade t’pica de poder
de pol’cia, n‹o representa novidade no Direito Pœblico brasileiro. Isso
porque, desde a dŽcada de 30-45, conforme vimos acima, j‡ existiam
entidades que exerciam esse tipo de fiscaliza•‹o. Dessa forma, o nosso
ordenamento jur’dico comporta, h‡ v‡rias dŽcadas, a exist•ncia de
entidades que exercem o poder de pol’cia, nos moldes que fazem a ANS, a
ANA, a Anvisa, etc, mas, ainda assim, n‹o recebem a designa•‹o de
ag•ncias reguladoras.
Por exemplo, o Banco Central do Brasil (Bacen) e a Comiss‹o de
Valores Mobili‡rios (CVM) possuem fun•›es normativas e de fiscaliza•‹o,
mas n‹o s‹o considerados ag•ncias reguladoras em sentido estrito.
Assim, de acordo com Maria Sylvia Di Pietro, ag•ncia reguladora, em
sentido amplo, Ž Òqualquer —rg‹o da Administra•‹o Direta ou Indireta com
fun•‹o de regular a matŽria espec’fica que lhe est‡ afetaÓ. Dessa forma,
este conceito abrange, alŽm das ÒverdadeirasÓ ag•ncias reguladoras que
vimos acima, o Bacen, a CVM, o Conselho Administrativo de Defesa
Econ™mica (Cade) e outros —rg‹o com fun•‹o de regula•‹o e fiscaliza•‹o.
Por outro lado, em sentido estrito, e abrangendo apenas o modelo
que surge a partir da dŽcada de 90, a Òag•ncia reguladora Ž entidade da
Administra•‹o Indireta, em regra autarquia de regime especial, com a
fun•‹o de regular a matŽria que se insere em sua esfera de compet•ncia,
outorgada por leiÓ.

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Assim, nesse segundo conceito, no n’vel federal, encontramos apenas
aquelas dez ag•ncias reguladoras que mencionamos acima.
Em concursos e, por conseguinte, no restante da aula, vamos utilizar
apenas o conceito estrito de ag•ncia reguladora.
Mas qual Ž a diferen•a entre as ag•ncias do conceito amplo e do
conceito estrito?
Em geral, costuma-se dizer que as ag•ncias reguladoras s‹o
autarquias sob regime especial. Diz-se especial, pois essas entidades
possuem algumas caracter’sticas distintivas das demais autarquias,
concedendo-lhes maior autonomia ou independ•ncia em rela•‹o ao ente
instituidor.
A mais marcante caracter’stica das ag•ncias reguladoras se refere ao
mandato fixo de seus membros, conforme prazo disposto em suas leis
instituidoras.
Isso porque os dirigentes das autarquias ÒcomunsÓ podem ser
exonerados ad nutum, ou seja, o chefe do Poder Executivo pode exoner‡-
los a qualquer momento. Dessa forma, apesar de todas as autarquias
possu’rem maior autonomia em rela•‹o ao ente instituidor, os seus
dirigentes podem ser exonerados a qualquer momento.
Por outro lado, nas ag•ncias reguladoras, a aprova•‹o e exonera•‹o
dos diretores n‹o Ž t‹o flex’vel, permitindo que eles atuem com maior
autonomia em rela•‹o ao Presidente da Repœblica, por exemplo.
Outra caracter’stica dessas entidades Ž que elas devem possuir
compet•ncia regulat—ria para serem consideradas ag•ncias reguladoras. Ou
seja, uma autarquia ser‡ considerada uma ag•ncia reguladora, em sentido
estrito, quando os seus membros possu’rem mandado fixo e, ao
mesmo tempo, possu’rem compet•ncias regulat—rios em um setor
espec’fico (telecomunica•›es, petr—leo, cinema, etc.).
Depois dessa apresenta•‹o, vamos discutir o conceito e as
caracter’sticas das ag•ncias reguladoras, abordando inclusive as quest›es
de independ•ncia.

Características e independência das agências reguladoras

Para Alexandre Santos de Arag‹o, as ag•ncias reguladoras


independentes brasileiras s‹o:

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[...] autarquias sob regime especial, dotadas de consider‡vel
autonomia frente ˆ Administra•‹o centralizada, incumbidas do exerc’cio
de fun•›es regulat—rias e dirigidas por colegiado cujos membros s‹o
nomeados por prazo determinado pelo Presidente da Repœblica, ap—s
prŽvia aprova•‹o pelo Senado Federal, vedada a exonera•‹o ad
nutum. (grifos nossos)

Portanto, as ag•ncias reguladoras s‹o autarquias sob regime


especial, integrantes da Administra•‹o indireta, criadas por lei, dotadas de
autonomia financeira e or•ament‡ria, organizadas em colegiado cujos
membros detŽm mandato fixo, com a finalidade de regular e fiscalizar as
atividades de presta•‹o de servi•os pœblicos. N‹o est‹o subordinadas a
nenhum outro —rg‹o pœblico, sofrendo apenas a supervis‹o ministerial da
‡rea em que atuam.
Assim, as ag•ncias reguladoras n‹o representam uma nova entidade
administrativa, elas s‹o apenas uma forma especial de autarquia. Ou seja,
atualmente n—s possu’mos quatro tipos de entidades administrativas, quais
sejam as autarquias, funda•›es pœblicas, empresas pœblicas e sociedades
de economia mista, sendo que as ag•ncias reguladoras s‹o apenas um
modelo diferente das primeiras.
Percebam que o conceito que apresentamos de autarquia envolve a
autonomia. Contudo, as ag•ncias reguladoras possuem uma autonomia
ainda maior, ao ponto de ser chamada de independ•ncia.
Nessa linha, Maria Di Pietro disp›e que o regime especial dessas
entidades vem disciplinado em suas leis instituidoras, dizendo respeito, em
regra, (a) ˆ maior autonomia em rela•‹o ˆ Administra•‹o direta; (b) ˆ
estabilidade de seus dirigentes, garantida pelo exerc’cio de mandato fixo,
que eles somente podem perder nas hip—teses expressamente previstas,
afastada a possibilidade de exonera•‹o ad nutum, e; (c) ao car‡ter final de
suas decis›es, que n‹o s‹o pass’veis de aprecia•‹o por outros —rg‹os ou
entidades da Administra•‹o Pœblica (em regra).
Assim, a autora faz uma rela•‹o entre as margens de independ•ncia
das ag•ncias em rela•‹o a cada um dos tr•s poderes:
a) em rela•‹o ao Poder Legislativo Ð porque disp›em de fun•‹o normativa, que
justifica o nome de —rg‹o regulador ou ag•ncia reguladora;

b) em rela•‹o ao Poder Executivo Ð porque suas normas e decis›es n‹o podem


ser alteradas ou revistas por autoridades estranhas ao pr—prio —rg‹o;

c) em rela•‹o ao Poder Judici‡rio Ð porque disp›em de fun•‹o quase-


jurisdicional, no sentido de que resolvem, no ‰mbito das atividades controladas
pelas ag•ncias, lit’gios entre os delegat‡rios (empresas/pessoas que prestam

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servi•os mediante concess‹o, permiss‹o ou autoriza•‹o) e entre estes e os
usu‡rios dos servi•os pœblicos.

O termo independ•ncia, no entanto, deve ser encarado com certa


ressalva. Isso porque nenhum —rg‹o da administra•‹o pœblica Ž
tecnicamente independente. ƒ certo que as ag•ncias possuem um n’vel de
autonomia maior, mas ainda assim submetem-se aos controles previstos
na Constitui•‹o.
Por exemplo, em rela•‹o ao Poder Judici‡rio, apesar de suas decis›es
(das ag•ncias) terem um car‡ter quase-jurisdicional, uma vez que
encerram a discuss‹o no ‰mbito administrativo, n‹o afastam a
possibilidade de aprecia•‹o da decis‹o pelo Judici‡rio, nos termos
previstos no art. 5¼, XXXV, da CF/88.
Com efeito, as ag•ncias reguladoras se submetem ao controle
externo realizado pelos tribunais de contas, que podem realizar auditorias
e inspe•›es para verificar o desempenho das entidades, e do Poder
Legislativo. Ademais, o poder normativo das ag•ncias n‹o pode conflitar
com os regramentos previstos na Constitui•‹o e nas leis.
Elas submetem-se tambŽm ao controle interno (como a
Controladoria Geral da Uni‹o Ð CGU) e ˆ vincula•‹o ao ministŽrio do
setor correspondente, para fins de tutela ou supervis‹o ministerial.
Dessa forma, podemos perceber que a independ•ncia Ž muito relativa
e s— Ž marcante em rela•‹o ao Poder Executivo. A independ•ncia, nesse
contexto, tem como principal fun•‹o diminuir as influ•ncias pol’ticas sobre
a atua•‹o da ag•ncia como —rg‹o regulador.
Apesar dessa relativiza•‹o, a doutrina costuma utilizar o termo
independ•ncia justamente para deixar em evid•ncia a maior autonomia
quando comparada com as outras autarquias. Assim, podemos relacionar a
independ•ncia das ag•ncias reguladoras nos seguintes aspectos:
ü autonomia financeira-or•ament‡ria: as ag•ncias possuem compet•ncia para
formular suas pr—prias propostas or•ament‡rias e, depois, encaminh‡-las ao
ministŽrio em que se encontram vinculadas. Essa autonomia n‹o Ž ampla, uma vez
que a proposta deve se submeter ao crivo do Poder Legislativo e, ainda, pode sofrer
contingenciamentos realizados pelo Poder Executivo. A despeito disso, a doutrina
costuma trat‡-la como autonomia. AlŽm disso, em alguns casos, as ag•ncias
arrecadam taxas para custear suas despesas;

ü autonomia administrativa: as ag•ncias possuem personalidade jur’dica pr—pria.


Dessa forma, elas contratam em seu pr—prio nome, contraem obriga•›es e adquirem
direitos, sempre respeitando o ordenamento jur’dico;

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ü autonomia patrimonial: as ag•ncias possuem patrim™nio pr—prio para
desempenhar suas atividades;

ü autonomia tŽcnica: as ag•ncias devem possuir um corpo de funcion‡rios e


dirigentes com alta capacidade tŽcnica para que possam decidir com o m’nimo de
interfer•ncias pol’ticas;

ü vincula•‹o ministerial (aus•ncia de subordina•‹o hier‡rquica): as ag•ncias


encontram-se vinculadas ao ministŽrio do setor em que atuam, mas n‹o est‹o
subordinadas hierarquicamente. Dessa forma, as suas decis›es, em regra, n‹o
podem ser revistas por —rg‹os do ente central. Todavia, em situa•›es bem
espec’ficas, conforme vamos analisar adiante, Ž poss’vel a avoca•‹o de compet•ncia
da ag•ncia pelo Presidente da Repœblica ou mesmo a interposi•‹o de recursos
hier‡rquico impr—prio para o ministŽrio supervisor;

ü escolha tŽcnica e mandato fixo: os diretores ou conselheiros s‹o escolhidos pelo


Presidente da Repœblica por critŽrios tŽcnicos, depois s‹o sabatinados pelo Senado
Federal e, por fim, nomeados pelo Presidente.

Com efeito, as ag•ncias reguladoras se distinguem das demais


autarquias por serem dirigidas por colegiado cujos membros s‹o
nomeados por prazo determinado pelo Presidente da Repœblica,
ap—s prŽvia aprova•‹o pelo Senado Federal, vedada a exonera•‹o
ad nutum.

Ag•ncias reguladoras
Os dirigentes possuem mandato fixo, n‹o
podendo ser exonerados ad nutum.

Outras autarquias
Os dirigentes s‹o exonerados ad nutum pelo
chefe do Poder Executivo.

Vejamos alguns exemplos:

Aneel:
Art. 5o O Diretor-Geral e os demais Diretores serão nomeados pelo Presidente da República
para cumprir mandatos não coincidentes de quatro anos, ressalvado o que dispõe o art. 29.
Parágrafo único. A nomeação dos membros da Diretoria dependerá de prévia aprovação do
Senado Federal, nos termos da alínea "f" do inciso III do art. 52 da Constituição Federal.
ANTT e Antaq:
Art. 53. [...] § 1o Os membros da Diretoria serão brasileiros, de reputação ilibada, formação
universitária e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos a serem exercidos,

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e serão nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal, nos
termos da alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição Federal.
Art. 54. Os membros da Diretoria cumprirão mandatos de quatro anos, não coincidentes,
admitida uma recondução.
Anatel:
Art. 23. Os conselheiros serão brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e
elevado conceito no campo de sua especialidade, devendo ser escolhidos pelo Presidente
da República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da
alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição Federal.
Art. 24. O mandato dos membros do Conselho Diretor será de cinco anos.

A exonera•‹o, por sua vez, n‹o poder‡ ocorrer ad nutum. Nessa linha
a Lei 9.986/2000, estabelece que os conselheiros e os diretores das
ag•ncias reguladoras somente perder‹o o mandato em caso de renœncia,
de condena•‹o judicial transitada em julgado ou de processo administrativo
disciplinar (art. 9¼).
AlŽm disso, a lei de cria•‹o da ag•ncia poder‡ prever outras
condi•›es para a perda do mandato.


Os conselheiros ou diretores das ag•ncias s— perdem o mandato em caso de:
ü renœncia;
ü condena•‹o judicial transitada em julgado;
ü processo administrativo disciplinar; e
ü outras condi•›es previstas na lei que criar a ag•ncia.

AlŽm do mandato fixo, os membros das ag•ncias reguladoras


submetem-se a um per’odo de quarentena. Nessa linha, a quarentena Ž o
per’odo em que o ex-dirigente ficar‡ impedido para o exerc’cio de atividades
ou presta•‹o de servi•os no setor regulado pela respectiva ag•ncia,
contados da exonera•‹o ou do tŽrmino do seu mandato. A quarentena tem
a dura•‹o de quatro meses e, no caso do descumprimento desse
impedimento, o ex-dirigente incorrer‡ na pr‡tica de crime de advocacia
administrativa (Lei 9.986/2000, art. 8¼).

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Para exemplificar: um ex-dirigente da Anatel n‹o pode, durante o
per’odo de quatro meses contados de sua exonera•‹o ou tŽrmino de
mandato, prestar servi•os para as empresas de telefonia, como TIM, Vivo,
Oi, Claro, etc.
Durante a quarentena, o ex-dirigente ficar‡ vinculado ˆ ag•ncia,
percebendo remunera•‹o compensat—ria equivalente ˆ do cargo de dire•‹o
que exerceu e aos benef’cios a ele inerentes (Lei 9.986/2000, art. 8¼, ¤ 2¼).
Em rela•‹o ˆ supervis‹o ministerial e ao controle hier‡rquico
impr—prio, Ž importante tecer alguns coment‡rios.
Entende-se que, em regra, as decis›es das ag•ncias reguladoras n‹o
podem ser revistas pelo ente central. Contudo, Advocacia-Geral da Uni‹o
emitiu parecer flexibilizando tal entendimento.
De acordo com o Parecer AGU 51/2006, o Presidente da Repœblica, por
motivo relevante de interesse pœblico, poder‡ avocar e decidir qualquer
assunto na esfera da Administra•‹o Federal, incluindo compet•ncias das
ag•ncias reguladoras.
AlŽm disso, o Parecer reconheceu a possibilidade de interposi•‹o
de recurso hier‡rquico impr—prio, desde que a decis‹o da ag•ncia fuja
ˆs finalidades da entidade ou estejam inadequadas ˆs pol’ticas pœblicas
definidas para o setor.
Por conseguinte, h‡ possibilidade de interposi•‹o de recurso
hier‡rquico impr—prio, mas apenas em situa•›es excepcionais. Por outro
lado, se a decis‹o da ag•ncia for coerente com as suas finalidades e com
as pol’ticas definidas para o setor, n‹o poder‡ ser provido o recurso dirigido
ao ministŽrio.
Diante do que vimos atŽ aqui, podemos resumir as caracter’sticas das
ag•ncias reguladoras no Brasil da seguinte forma:
ü s‹o pessoas jur’dicas de direito pœblico;

ü desempenham atividades t’picas do Poder Pœblico;

ü s‹o autarquias sob regime especial (n‹o representam uma nova forma de
entidade administrativa);

ü integram a administra•‹o indireta (descentralizada);

ü possuem maior autonomia que as outras entidades da administra•‹o indireta;

ü s‹o dirigidas por colegiado cujos membros s‹o nomeados por prazo
determinado pelo Presidente da Repœblica, ap—s prŽvia aprova•‹o pelo Senado
Federal, vedada a exonera•‹o ad nutum;

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ü n‹o se submetem, em regra, ao controle hier‡rquico do ente central. PorŽm,
em casos espec’ficos, admite-se o controle hier‡rquico impr—prio pelo ministŽrio ou
a avoca•‹o de compet•ncias pelo Presidente da Repœblica;

ü encontram-se vinculadas ao MinistŽrio do Setor correspondente, para fins de


tutela, supervis‹o ou controle final’stico.

Agências executivas

O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE), que Ž o


documento de refer•ncia da Reforma Administrativa implementada no
Brasil na dŽcada de 90, estabeleceu como objetivo para o setor das
atividades exclusivas55: transformar as autarquias e funda•›es que
possuem poder de Estado em ag•ncias aut™nomas, administradas
segundo um contrato de gest‹o.
Percebam que o termo utilizado pelo PDRAE foi ag•ncias aut™nomas.
Todavia, a Lei 9.649/1998, que disp›e sobre a organiza•‹o da Presid•ncia
da Repœblica e dos ministŽrios, preferiu utilizar o termo ag•ncias
executivas, estabelecendo algumas exig•ncias para que a autarquia ou
funda•‹o receba tal qualifica•‹o.
Segundo a Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro56,
Ag•ncia executiva Ž a qualifica•‹o dada ˆ autarquia ou funda•‹o que
tenha celebrado contrato de gest‹o com o —rg‹o da Administra•‹o Direta a
que se acha vinculada, para melhoria da efici•ncia e redu•‹o de custos.
N‹o se trata de entidade institu’da com a denomina•‹o de ag•ncia
executiva. Trata-se de entidade preexistente (autarquia ou funda•‹o
governamental) que, uma vez preenchidos os requisitos legais, recebe a
qualifica•‹o de ag•ncia executiva, podendo perd•-la, se deixar de atender
aos requisitos. (grifos nossos)

Dessa forma, podemos perceber que as ag•ncias executivas n‹o


representam uma nova forma de entidade administrativa, mas t‹o somente
uma qualifica•‹o especial outorgada ˆ autarquia ou ˆ funda•‹o pœblica que
celebre um contrato de gest‹o com o respectivo —rg‹o supervisor. Busca-
se, com o contrato de gest‹o e, por conseguinte, com a qualifica•‹o,
aumentar a efici•ncia das autarquias e funda•›es pœblicas.
Os requisitos para receber a qualifica•‹o est‹o disciplinados nos arts.
51 e 52 da Lei 9.649/1998, vejamos:


55
O setor de atividades exclusivas é aquele em que está presente o poder de império do Estado e que, portanto,
só poderá ser desenvolvido por entidades de direito público, como as autarquias e fundações públicas de direito
público.
56
Di Pietro, 2014, p. 538.

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Art. 51. O Poder Executivo poder‡ qualificar como Ag•ncia Executiva a
autarquia ou funda•‹o que tenha cumprido os seguintes requisitos:
I - ter um plano estratŽgico de reestrutura•‹o e de desenvolvimento
institucional em andamento;
II - ter celebrado Contrato de Gest‹o com o respectivo MinistŽrio
supervisor.
¤ 1¼ A qualifica•‹o como Ag•ncia Executiva ser‡ feita em ato do Presidente
da Repœblica.
¤ 2¼ O Poder Executivo editar‡ medidas de organiza•‹o administrativa
espec’ficas para as Ag•ncias Executivas, visando assegurar a sua
autonomia de gest‹o, bem como a disponibilidade de recursos
or•ament‡rios e financeiros para o cumprimento dos objetivos e
metas definidos nos Contratos de Gest‹o.
Art. 52. Os planos estratŽgicos de reestrutura•‹o e de desenvolvimento
institucional definir‹o diretrizes, pol’ticas e medidas voltadas para a
racionaliza•‹o de estruturas e do quadro de servidores, a revis‹o dos
processos de trabalho, o desenvolvimento dos recursos humanos e o
fortalecimento da identidade institucional da Ag•ncia Executiva.
¤ 1¼ Os Contratos de Gest‹o das Ag•ncias Executivas ser‹o
celebrados com periodicidade m’nima de um ano e estabelecer‹o os
objetivos, metas e respectivos indicadores de desempenho da
entidade, bem como os recursos necess‡rios e os critŽrios e
instrumentos para a avalia•‹o do seu cumprimento.
¤ 2¼ O Poder Executivo definir‡ os critŽrios e procedimentos para a
elabora•‹o e o acompanhamento dos Contratos de Gest‹o e dos programas
estratŽgicos de reestrutura•‹o e de desenvolvimento institucional das
Ag•ncias Executivas. (grifos nossos)

Assim, a autarquia ou funda•‹o que quiser ser qualificada como


ag•ncia executiva dever‡, cumulativamente:

Para receber a qualifica•‹o como ag•ncia


executiva, a autarquia ou funda•‹o pœblica
deve:
a) ter um plano estratŽgico de reestrutura•‹o e de desenvolvimento
institucional em andamento; e
b) ter celebrado contrato de gest‹o com o respectivo MinistŽrio
supervisor.

A celebra•‹o do contrato de gest‹o com o respectivo MinistŽrio Ž


apenas um dos requisitos para receber a qualifica•‹o. Contudo, Ž por meio
de decreto que a autarquia ou funda•‹o pœblica se torna ag•ncia executiva.
Vale dizer, ap—s elaborar o plano estratŽgico de reestrutura•‹o e
desenvolvimento e ter celebrado o contrato de gest‹o, ser‡ expedido um
decreto, que efetivamente outorgar‡ ˆ qualifica•‹o ˆ entidade.

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AlŽm disso, a concess‹o da qualifica•‹o Ž ato discricion‡rio do
Presidente da Repœblica. Conforme disp›e o caput do art. 51 da Lei
9.649/1998, o ÒPoder Executivo poder‡ qualificarÓ as entidades como
ag•ncias executivas. Dessa forma, mesmo que a entidade preencha os
requisitos, caber‡ ao Presidente da Repœblica decidir se concede ou n‹o a
qualifica•‹o.
Os contratos de gest‹o das ag•ncias executivas devem ser celebrados
com periodicidade m’nima de um ano e estabelecer‹o os objetivos,
metas e respectivos indicadores de desempenho da entidade, bem como os
recursos necess‡rios e os critŽrios e instrumentos para a avalia•‹o do seu
cumprimento.
Ap—s receber a qualifica•‹o, a autarquia ou funda•‹o pœblica passa a
se submeter a um regime jur’dico especial, em que h‡ maior autonomia
para atua•‹o. Por exemplo, no que se refere ˆs licita•›es e contratos, as
ag•ncias executivas possuem um limite duplicado para dispensa de
processo licitat—rio: o art. 24, I e II, da Lei 8.666/1993, estabelece o
limite normal de dispensa de licita•‹o no valor de R$ 15.000,00 (quinze
mil reais) para obras e servi•os de engenharia e de R$ 8.000,00 (oito mil
reais) para compras e demais servi•os. Para as ag•ncias executivas,
esse valor Ž dobrado (Lei 8.666/1993, art. 24, ¤1¼): R$ 30.000,00 (trinta
mil reais) para obras e servi•os de engenharia e de R$ 16.000,00 (dezesseis
mil reais) para compras e demais servi•os.
ƒ importante frisar que a Lei 9.649/1998 Ž uma lei federal e, portanto,
aplica-se t‹o somente ˆ Uni‹o. Caso os estados e munic’pios desejam dispor
de mecanismo semelhante, dever‹o elaborar leis pr—prias, estabelecendo o
regramento de qualifica•‹o.

52. (FCC - Proc Jud/Pref Recife/2014 - adaptada) É característica recorrente nas


agências reguladoras estabelecidas no Brasil a partir da década de 90 a definição
de mandato aos seus dirigentes, com duração fixada em suas respectivas leis
instituidoras.
Comentário: a principal característica das agências reguladoras, instituídas a
partir da Reforma Gerencial na década de 90, é a existência de mandato fixo
para os seus membros. O prazo de duração do mandato consta na lei que

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instituir a agência. Essa informação consta, inclusive, na Lei 9.986/2000, que
estabelece a gestão de recursos humanos das agências reguladoras:
Art. 6¼ O mandato dos Conselheiros e dos Diretores ter‡ o prazo fixado
na lei de cria•‹o de cada Ag•ncia.
Vejamos alguns exemplos:
- Anatel: (Lei 9.472/1997) – “Art. 24. O mandato dos membros do Conselho Diretor
será de cinco anos.”
- ANP: (Lei 9.478/1997) – “Art. 11. A ANP será dirigida, em regime de colegiado,
por uma Diretoria composta de um Diretor-Geral e quatro Diretores.
§ 3° Os membros da Diretoria cumprirão mandatos de quatro anos, não
coincidentes, permitida a recondução, observado o disposto no art. 75 desta Lei.”
- Anvisa: (Lei 9.782/1999) – “Art. 10. A gerência e a administração da Agência
serão exercidas por uma Diretoria Colegiada, composta por até cinco membros,
sendo um deles o seu Diretor-Presidente.
Parágrafo único. Os Diretores serão brasileiros, indicados e nomeados pelo
Presidente da República após aprovação prévia do Senado Federal nos termos do
art. 52, III, "f", da Constituição Federal, para cumprimento de mandato de três
anos, admitida uma única recondução”.
Gabarito: correto.

53. (FCC – AJ/TST/2012) Uma pessoa jurídica que se enquadre no conceito de


autarquia
a) é essencialmente considerada um serviço autônomo.
b) deve necessariamente possuir um regime jurídico especial.
c) terá garantia de estabilidade de seus dirigentes.
d) subordina-se hierarquicamente a algum Ministério, ou órgão equivalente no plano
dos demais entes federativos.
e) não integra a Administração Indireta.
Comentário: a definição do DL 200/67 “mata” essa questão:
Art. 5¼ [...]
I - Autarquia - o servi•o aut™nomo, criado por lei, com personalidade
jur’dica, patrim™nio e receita pr—prios, para executar atividades t’picas
da Administra•‹o Pœblica, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gest‹o administrativa e financeira descentralizada.
(grifos nossos)
Assim, as autarquias são serviços autônomos, criados por lei, para executar
atividades típicas da Administração Pública. Assim, a alternativa A está
correta.

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Algumas autarquias se submetem a um regime especial, como as agências


reguladoras e as agências executivas. Contudo, normalmente, elas seguem o
regime jurídico comum.
A estabilidade dos dirigentes ocorre apenas nas agências reguladoras
(mandato fixo).
As autarquias são entes descentralizados, integrantes da Administração
indireta, estando apenas vinculados, mas não subordinados, à Administração
direta.
Gabarito: alternativa A.

QUESTÕES FGV

54. (FGV – Advogado/COMPESA/2016) As opções a seguir apresentam


prerrogativas das agências reguladoras, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Autonomia decisória.
b) Independência administrativa.
c) Poder normativo técnico.
d) Autonomia econômico-financeira.
e) Competência tributária.
Comentário: as agências reguladoras são autarquias sob regime especial,
integrantes da Administração indireta, criadas por lei, dotadas de autonomia
financeira e orçamentária, organizadas em colegiado cujos membros detém
mandato fixo, com a finalidade de regular e fiscalizar as atividades de prestação
de serviços públicos. Não estão subordinadas a nenhum outro órgão público,
sofrendo apenas a supervisão ministerial da área em que atuam. Assim, é
correto dizer que possuem autonomia decisória; independência administrativa;
poder normativo técnico relativo à sua área de atuação, bem como autonomia
econômico-financeira. Quanto à competência tributária (alternativa E), essa é
outorgada aos entes políticos, e não às entidades da Administração Indireta,
razão pela qual essa é a nossa alternativa incorreta.
Gabarito: alternativa E.

55. (FGV – Técnico/MPE-RJ/2016) Ernesto, recém aprovado em um concurso


público para provimento do cargo de médico, foi informado que exerceria suas funções
em um ente da Administração Pública indireta. É correto afirmar que a Administração
Pública indireta é:
a) caracterizada pela contratação de colaboradores para a prestação do serviço
público;

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b) integrada por diversos órgãos que não possuem personalidade jurídica, como as
Secretarias de Estado;
c) formada exclusivamente pelas autarquias e fundações públicas;
d) integrada por entes que não estão vinculados às normas constitucionais afetas à
Administração Pública;
e) integrada por entes que possuem personalidade jurídica, que podem, inclusive,
desempenhar atividade econômica.
Comentário: a Administração Pública Indireta é composta pelas entidades
administrativas, que possuem personalidade jurídica própria e são
responsáveis por executar atividades administrativas de forma descentralizada.
São elas: as autarquias, as fundações públicas e as empresas estatais
(empresas públicas e sociedades de economia mista). Assim, podem, inclusive,
desempenhar atividade econômica, como mencionado pela alternativa E, nosso
gabarito.
Gabarito: alternativa E.

56. (FGV – Apoio Administrativo/CODEBA/2016) No Brasil, a Administração


Pública é composta por órgãos que se dividem entre a administração direta e indireta.
A administração indireta exerce, de forma descentralizada, atividades administrativas
e explora atividades econômicas, vinculadas ou não, a um órgão da administração
direta. Assinale a opção que apresenta a entidade que corresponde a uma forma de
administração pública indireta.
a) Ministério.
b) Autarquia.
c) Secretaria.
d) Órgão Público.
e) Organização Social.
Comentário: as alternativas A, C e D correspondem a entidades sem
personalidade jurídica própria, integrantes da Administração Direta, originadas
do fenômeno da desconcentração administrativa. A alternativa E traz a
organização social, que é uma entidade paraestatal, ou seja, não compõe a
administração direta e nem a indireta. Assim, nossa alternativa correta é a B,
pois as autarquias são entidades administrativas que compõem a administração
indireta, fruto da descentralização.
Gabarito: alternativa B.

57. (FGV – Analista/TJ-PI/2015) O Tribunal de Justiça de determinado Estado, com


escopo de melhor organizar sua estrutura e conferir maior eficiência às atividades
administrativas, procedeu ao chamado desmembramento orgânico. Assim, o antigo
departamento de Recursos Humanos e Licitação se subdividiu em dois novos órgãos

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autônomos: Departamento de Recursos Humanos e Departamento de Licitação. A
doutrina de Direito Administrativo denomina o processo eminentemente interno de
substituição de um órgão por dois com o objetivo de melhorar e acelerar a prestação
do serviço de:
a) descentralização;
b) desconcentração;
c) delegação;
d) execução indireta;
e) execução fracionada.
Comentário: a descentralização administrativa ocorre quando o Estado não
executa o serviço por meio de sua Administração direta. Envolve, portanto, duas
pessoas distintas: o Estado – União, estados, Distrito Federal e municípios – e
a pessoa que executará o serviço, uma vez que recebeu essa atribuição do
Estado. Já a desconcentração ocorre exclusivamente dentro de uma mesma
pessoa jurídica, constituindo uma técnica administrativa utilizada para distribuir
internamente as competências. Por meio da desconcentração é que surgem os
órgãos públicos, sendo uma técnica administrativa de simplificação e
aceleração do serviço dentro da mesma entidade, como traz o enunciado.
Portanto, a alternativa B é o gabarito da questão.
Gabarito: alternativa B.

58. (FGV – Agente Fazendário/Prefeitura de Niterói – RJ/2015) O Estado, em sua


organização, atua por meio de órgãos, agentes e pessoas jurídicas, para exercer suas
atividades, com vistas a atender ao interesse público. Nesse contexto, de acordo com
a doutrina de Direito Administrativo, descentralização é:
a) o processo segundo o qual o Estado desmembra órgãos, criando um ou mais novos
órgãos, para propiciar melhoria na sua organização estrutural;
b) a situação em que o Estado executa suas tarefas diretamente, por intermédio dos
diferentes órgãos e agentes administrativos que compõem sua estrutura funcional;
c) o fenômeno que permite ao Estado executar suas tarefas indiretamente, isto é,
delegando o exercício da atividade a outras entidades necessariamente da
Administração Indireta;
d) o fato administrativo que traduz a transferência da execução de atividade estatal a
determinada pessoa, integrante ou não da Administração;
e) o desmembramento de órgãos da Administração Direta para Indireta, sendo
transferido com eles o dever de controle e fiscalização da atividade.
Comentário: a descentralização pressupõe a existência de, no mínimo, duas
pessoas distintas: uma que transfere a competência e a outra que recebe. Não
há relação hierárquica entre elas. A descentralização administrativa ocorre
quando o Estado não executa o serviço por meio de sua Administração direta.
Envolve, portanto, duas pessoas distintas: o Estado – União, estados, Distrito

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Federal e municípios – e a pessoa que executará o serviço, uma vez que recebeu
essa atribuição do Estado, conforme bem colocado pela alternativa D.
Gabarito: alternativa D.

59. (FGV – Agente Fazendário/Prefeitura de Niterói – RJ/2015) Consoante ensina


a doutrina de Direito Administrativo, as autarquias municipais integram a chamada
Administração:
a) direta, têm personalidade jurídica de direito público e são criadas por lei
complementar;
b) direta, têm personalidade jurídica de direito privado e sua criação é autorizada por
lei complementar;
c) indireta, têm personalidade jurídica de direito público e são criadas por lei
específica;
d) indireta, têm personalidade jurídica de direito privado e sua criação é autorizada
por lei complementar;
e) indireta, têm personalidade jurídica de direito público e sua criação é autorizada por
lei complementar.
Comentário: de acordo com o art. 37, XIX da CF/88, somente por lei específica
poderá ser criada autarquia. O DL 200/67 conceitua essa entidade da
administração indireta como o serviço autônomo, criado por lei, com
personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades
típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
Gabarito: alternativa C.

60. (FGV – Fiscal/Prefeitura de Niterói – RJ/2015) Diante dos grandes eventos


esportivos que vêm acontecendo no Rio de Janeiro nos últimos tempos, determinado
Prefeito de Município fluminense, com escopo de fomentar as ações de cunho
turístico, subdividiu a então Secretaria Municipal de Cultura e Turismo em duas novas
Secretarias: uma de Cultura e outra de Turismo. De acordo com a doutrina de Direito
Administrativo, essa substituição de um órgão por dois com o objetivo de melhorar a
prestação do serviço público é a:
a) desconcentração;
b) descentralização;
c) delegação;
d) outorga;
e) redivisão.
Comentário: questão simples. A desconcentração ocorre exclusivamente
dentro de uma mesma pessoa jurídica, constituindo uma técnica administrativa
utilizada para distribuir internamente as competências. Por meio da

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desconcentração é que surgem os órgãos públicos, sendo uma técnica de
simplificação e aceleração do serviço dentro da mesma entidade, como se extrai
do enunciado. Portanto, a alternativa A é o nosso gabarito.
Gabarito: alternativa A.

61. (FGV – Contador/Prefeitura de Niterói – RJ/2015) Em relação às autarquias


municipais, destaca-se a seguinte característica geral:
a) fazem parte da administração indireta;
b) ostentam personalidade jurídica de direito privado;
c) são criadas por decreto do Prefeito;
d) objetivam ao lucro por desenvolverem funções de caráter econômico;
e) está excluído seu pessoal da proibição de acumulação remunerada de cargos
públicos.
Comentário: segundo conceito trazido pela Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro,
a autarquia é a pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade
de autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado
(despidas, portanto, de caráter econômico), mediante controle administrativo
exercido nos limites da lei. Também é muito utilizada a definição prevista no
Decreto-Lei 200/1967, que, apesar de ser aplicado exclusivamente à
Administração Pública federal, costuma servir de referência para os demais
entes. Segundo o art. 5º, I, do DL 200/1967, a autarquia é o serviço autônomo,
criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para
executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu
melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
Gabarito: alternativa A.

62. (FGV – Direito/TCM-SP/2015) Controle é o conjunto de meios pelos quais pode


ser exercida função de natureza fiscalizatória sobre determinado órgão ou pessoa
administrativa. Nesse contexto, é correto afirmar que a entidade integrante da
Administração Indireta:
a) não é submetida ao chamado controle político, eis que seus dirigentes são
escolhidos internamente por critérios técnicos, sem qualquer intervenção da
autoridade competente da Administração Direta da pessoa política a que é vinculada;
b) está sujeita ao controle financeiro, pelo qual são fiscalizados seus setores financeiro
e contábil, tão somente em seu âmbito interno, diante da autonomia da entidade, que
não está sujeita ao controle externo pelo Tribunal de Contas, uma vez que não
pertence à Administração Direta;
c) é submetida a controle pela Administração Direta da pessoa política a que é
vinculada, normalmente por meio do Ministério ou da Secretaria que fica encarregado
de fiscalizar o grupo de pessoas da administração indireta que executem atividades
correlatas à sua competência;

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d) está sujeita ao controle judicial, necessariamente após o esgotamento das
tentativas administrativas de resolução consensual da lide por meio do controle interno
da própria entidade e do controle externo da Administração Direta do ente federativo
a que estiver vinculada;
e) é submetida a controle externo pelo Tribunal de Contas, órgão auxiliar do Poder
Legislativo, mas não está sujeita a qualquer controle pela Administração Direta da
pessoa política a que é vinculada, diante de sua autonomia administrativa, financeira
e contábil.
Comentário: entre as entidades administrativas e a Administração Direta, ocorre
o chamado controle finalístico, também chamado de supervisão ministerial.
Além do controle da administração direta, ou seja, aquele exercido pela pessoa
política à qual a entidade é vinculada, as pessoas jurídicas da administração
indireta ainda realizam o controle sobre os seus próprios atos (controle interno)
e também estão submetidos a ações de órgãos estranhos à sua estrutura
(controle externo). Assim, essas pessoas jurídicas se submetem à fiscalização
contábil, financeira e orçamentária dos Tribunais de Contas; às ações do
Ministério Público; e ao controle de legalidade do Poder Judiciário. Além disso,
também podemos mencionar as formas de controle da sociedade, como a ação
popular ou representações aos órgãos de controle do Estado.
Gabarito: alternativa C.

63. (FGV – Técnico/Câmara Municipal de Caruaru-PE/2015) Sobre os órgãos da


administração direta na Administração Pública brasileira, assinale a afirmativa correta:
a) podem, isoladamente, arrecadar recursos e possuir autonomia orçamentária.
b) têm, como uma de suas características, a ausência de personalidade jurídica
própria.
c) possuem personalidade própria e não estão diretamente ligadas ao chefe do Poder
Executivo.
d) estão vinculados a um ministério e muitos arrecadam recursos com a prestação de
serviços ou venda de produtos.
e) executam ou prestam diferentes serviços de interesse público, com base em
legislação particular.
Comentário: a Administração Direta é o conjunto de órgãos que integram as
pessoas políticas ou federativas (União, estados, Distrito Federal e municípios),
aos quais foi atribuída a competência para o exercício das atividades
administrativas do Estado de forma centralizada. Trata-se, portanto, dos
serviços prestados diretamente pelas entidades políticas, utilizando-se, para
tanto, de seus órgãos internos, que são centros de competências
despersonalizados, conforme destacado pela alternativa B.
Gabarito: alternativa B.

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64. (FGV – Técnico/Câmara Municipal de Caruaru-PE/2015) As autarquias são
pessoas jurídicas administrativas e correspondem a uma extensão da administração
direta, visto que prestam serviços públicos e executam atividades típicas do Estado
de forma descentralizada. Sobre as autarquias, assinale a afirmativa correta.
a) São pluripessoais quando o capital pertencer a mais de um ente público.
b) Exploram atividade econômica na forma de sociedade anônima, sendo que a
maioria das ações com direito a voto deve pertencer ao ente estatal ao qual
pertencem.
c) São formadas exclusivamente por entes da Federação, com a finalidade de realizar
a gestão associada dos serviços públicos.
d) São criadas para a exploração de atividade econômica que o Governo é levado a
exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa.
e) Estão sujeitas ao controle ou à tutela do Ministério a que se encontram vinculadas.
Comentário:
a) as autarquias são pessoas jurídicas de direito público, e portanto, seu capital
é totalmente público – ERRADA;
b) e d) as autarquias são criadas diretamente pela lei, seguindo um regime legal
de direito público. Não exploram atividade econômica, sendo criadas para a
prestação de serviços públicos – ERRADAS;
c) as autarquias não são criadas por entes da federação, pelo contrário, são
criadas a partir da descentralização administrativa realizada pelos entes
políticos – ERRADA;
e) as autarquias, assim como as demais entidades administrativas, não estão
subordinadas ao ente instituidor, ou seja, não há relação de hierarquia entre
uma entidade autárquica e os órgãos da administração direta do ente político
que as instituiu. Diz-se, no entanto, que há vinculação administrativa,
normalmente com o ministério da área correspondente – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.

65. (FGV – Técnico Médio Defensoria Pública/DPE-RJ/2014) O Decreto-Lei


200/67 estabelece que a autarquia tem personalidade jurídica, patrimônio e receita
próprios, para exercitar atividades típicas da administração pública que requeiram,
para seu melhor funcionamento, a gestão administrativa e financeira descentralizada.
A respeito da autarquia, é correto afirmar que
a) integra a administração indireta, sendo pessoa jurídica de direito privado.
b) seus funcionários devem observar a vedação constitucional de acumulação de
cargos públicos.
c) não exige a realização de concurso público para contratação de pessoal.

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d) somente por lei específica poderá ser autorizada sua instituição, cabendo à lei
complementar definir as áreas de sua atuação.
e) não está sujeita à lei de licitações.
Comentário:
a) as autarquias são integrantes da administração indireta, mas são pessoas
jurídicas de direito público – ERRADA;
b) e c) os agentes das autarquias, assim como todos os servidores públicos,
sujeitam-se determinadas a regras. Dentre elas, a proibição para acumulação
(CF, art. 37, XVII) (B – CORRETA); e a exigência de concurso público (CF, art. 37,
II) (C – ERRADA);
d) a questão trouxe o caso das fundações públicas de direito privado, cuja
==d63ba==

criação é autoriza por lei específica e a área de atuação será definida em lei
complementar – ERRADA;
e) a LLC aplica-se aos órgãos da administração direta, aos fundos especiais, às
autarquias, às fundações públicas, às empresas públicas, às sociedades de
economia mista e às demais entidades controladas direta ou indiretamente pela
União, estados, Distrito Federal e Municípios – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.

66. (FGV – Advogado/INEA-RJ/2013 – adaptada) As alternativas a seguir


apresentam características das autarquias, à exceção de uma. Assinale!a.
a) As autarquias têm personalidade de direito público.
b) As autarquias devem ser criadas por lei.
c) As autarquias devem possuir bens imprescritíveis.
d) As autarquias têm seus créditos inscritos em dívida ativa.
e) As autarquias possuem prazo em quádruplo para suas manifestações processuais.
Comentário: começamos com a definição de autarquia:
pessoa jur’dica de direito pœblico, integrante da Administra•‹o Indireta,
criada por lei para desempenhar fun•›es que, despidas de car‡ter
econ™mico, sejam pr—prias e t’picas do Estado. (grifos nossos)
Assim, já podemos descartar as alternativas A e B, que estão corretas.
Quanto à alternativa C, os bens das autarquias possuem os mesmos atributos
dos bens públicos em geral, quais sejam: impenhorabilidade (não podem ser
objeto de penhora); imprescritibilidade (não podem ser adquiridos por meio de
usucapião); e as restrições quanto à alienação de bens públicos (que se
submetem a regras específicas). Ou seja, correta a alternativa C.
Já a alternativa D está correta, pois segundo a Lei 6.830/1980, existe a
possibilidade de inscrever os créditos das autarquias em dívida ativa e realizar
a respectiva cobrança por meio de execução fiscal.

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Por fim, a alternativa E é a nossa resposta. Essa alternativa foi adaptada para a
redação do Novo CPC. Atualmente, as pessoas jurídicas de direito público
possuem prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais (Novo
CPC, art. 183).
Gabarito: alternativa E.

67. (FGV – Agente Administrativo/SUDENE/2013) Com relação à descentralização


administrativa, analise as afirmativas a seguir.
I. A descentralização administrativa atribui personalidade jurídica a uma entidade para
que ela preste serviços públicos ou realize atividades públicas ou de utilidade pública.
II. A descentralização administrativa transfere / distribui competências para um
terceiro (pessoa jurídica ou, eventualmente, pessoa física).
III. A descentralização administrativa transfere, dentro da mesma pessoa jurídica,
competências dos órgãos superiores para os órgãos inferiores.

Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa III estiver correta.
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Comentário:
I. A descentralização administrativa atribui personalidade jurídica a uma entidade para
que ela preste serviços públicos ou realize atividades públicas ou de utilidade pública.
II. A descentralização administrativa transfere / distribui competências para um
terceiro (pessoa jurídica ou, eventualmente, pessoa física).
Segundo os ensinamentos de Maria Di Pietro, a descentralização é a distribuição
de competências de uma para outra pessoa, física ou jurídica. Na
descentralização administrativa, o Estado não executa o serviço por meio de
sua Administração direta. Envolve, portanto, duas pessoas distintas: o Estado
– União, estados, Distrito Federal e municípios – e a pessoa que executará o
serviço, uma vez que recebeu essa atribuição do Estado – afirmações I e II
corretas;
III. A descentralização administrativa transfere, dentro da mesma pessoa jurídica,
competências dos órgãos superiores para os órgãos inferiores.
A afirmação se refere à desconcentração (técnica administrativa) e não à
descentralização – ERRADA.
Dessa forma, a alternativa correta é a letra C (se somente as afirmativas I e II
estiverem corretas).

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Gabarito: alternativa C.

68. (FGV – Agente Penitenciário/SEGEP-MA/2013) A respeito da relação existente


entre os entes federativos e as entidades da administração indireta, analise as
afirmativas a seguir.
I. Entre a União e uma autarquia a ela vinculada não há relação hierárquica, mas
controle ou vinculação.
II. A criação de uma autarquia por parte de um ente federativo para exercer
atribuições, anteriormente desempenhadas por um órgão desse ente federativo,
constitui!se em uma desconcentração.
III. A extinção de uma autarquia e a transferência das atribuições exercidas por essa
pessoa jurídica ao ente federativo ao qual era vinculada, constitui!se em uma
concentração.

Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
Comentário:
I - as autarquias, assim como as demais entidades administrativas, não estão
subordinadas ao ente instituidor, ou seja, não há relação de hierarquia entre
uma entidade autárquica e os órgãos da administração direta do ente político
que as instituiu. Diz-se, no entanto, que há vinculação, tutela ou controle
finalístico (ou simplesmente controle), normalmente com o ministério da área
correspondente – CORRETA;
II – a criação de uma autarquia para desempenhar uma atividade do Estado
constitui-se em uma descentralização – ERRADA;
III – a extinção de uma autarquia não configura uma concentração, mas sim uma
centralização. A concentração é a atividade inversa à desconcentração, que
ocorre dentro de um mesmo ente. Na extinção de uma autarquia, por sua vez,
uma pessoa jurídica é extinta e suas competências voltam ao ente que a instituiu
(centralização) – ERRADA.
Dessa forma, nossa alternativa correta é a letra A (se somente a afirmativa I
estiver correta).
Gabarito: alternativa A.

69. (FGV – Analista Contabilidade/MPE-MS/2013) Acerca do conceito de


descentralização da Administração Pública, analise as afirmativas a seguir.

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I. Ocorre a descentralização quando a Administração Pública transfere a execução de
determinada atividade para outra pessoa jurídica, pertencente ou não à administração
pública.
II. A descentralização para pessoa jurídica de direito público pertencente à própria
Administração terá que ser realizada sempre por lei.
III. É possível que a Administração Pública delegue, por meio de contrato de
concessão, serviços públicos que lhe são afetados.

Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Comentário:
I – já vimos que a descentralização é a distribuição de competências de uma
para outra pessoa, física ou jurídica. Ela se classifica como política (envolve a
distribuição de competências aos Estados-membros e aos municípios) e
administrativa (ocorre quando o Estado não executa o serviço por meio de sua
Administração direta) – CORRETA;
II – nesse caso falamos da descentralização por outorga, por serviços, técnica
ou funcional que ocorre quando o Estado cria uma entidade com personalidade
jurídica própria e a ela transfere a titularidade e a execução de determinado
serviço público. Esse tipo de descentralização dá origem à Administração
indireta (autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e
empresas públicas), pressupondo a elaboração de lei para criação ou
autorização da criação da entidade – CORRETA.
III – trata-se da descentralização por delegação ou colaboração. Esse tipo de
descentralização dá origem aos delegatários de serviço público por meio de
concessão, permissão ou autorização – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.

70. (FGV – Analista Contabilidade/MPE-MS/2013) As autarquias que integram a


Administração Pública Indireta apresentam as características listadas a seguir, à
exceção de uma. Assinale!a.
a) São pessoas jurídicas de direito público.
b) São dotadas de relativa autonomia.
c) Possuem servidores contratados sobre regime estatutário.
d) Possuem foro privilegiado na Justiça Federal.
e) São criadas por lei.

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Comentário: as autarquias constituem pessoa jurídica de direito público
(alternativa A), criadas por lei (alternativa E), com capacidade de
autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado. As
autarquias possuem receita e patrimônio próprios, porém estão sujeitas à
fiscalização do ente criador. Dessa forma, pode-se afirmar que elas possuem
autonomia relativa (alternativa B), exercida nos limites da lei.
Agora podemos verificar as alternativa C e D.
Em nossa aula, vimos que com a inconstitucionalidade da redação do art. 39,
caput, da Constituição Federal, dada pela EC 19/1998, voltou a vigorar o regime
jurídico único para as administrações direta, autárquica e fundacional. A
doutrina entende que não há obrigação de ser regime estatutário, mas apenas
que seja um único regime. No entanto, no Brasil, vigora como regime jurídico
único o estatutário. Assim, o entendimento da FGV é que o regime de pessoal
da administração direta, das autarquias e das fundações públicas é
obrigatoriamente o estatutário. Ou seja, correta a alternativa C.
O erro da alternativa E está em afirmar que as autarquias – sentido geral –
possuem foro privilegiado na Justiça Federal. Essa característica se adequa às
autarquias federais, sendo as autarquias estaduais e municipais
correspondentes ao foro Estadual. Como a questão não explicitou qual
autarquia era referida, devemos considerá-la errada.
Gabarito: alternativa D.

71. (FGV – Analista Judiciário Of. Justiça/TJ-AM/2013) Por meio de técnicas de


organização a Administração Pública realiza a distribuição das atribuições que devem
ser exercidas pelas pessoas jurídicas e pelos órgãos que a integram. Dentre essas
técnicas encontram!se a concentração e a centralização. Assinale a alternativa em
que ocorre, respectivamente, cada uma das técnicas mencionadas.
a) Delegação de competência de um órgão superior a um inferior. / Aglutinação de
atribuições entre pessoas jurídicas.
b) Avocação de atribuição entre órgãos. / Aglutinação de atribuições entre pessoas
jurídicas.
c) Delegação de atribuição entre pessoas jurídicas. / Delegação de atribuição entre
órgãos.
d) Avocação de atribuições entre órgãos. / Delegação de atribuição entre órgãos.
e) Aglutinação de atribuições entre pessoas jurídicas. / Aglutinação de atribuições
entre órgãos.
Comentário: primeiramente vamos esclarecer o que significam os termos
apresentados nas alternativas:

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¥ aglutinação: refere-se à incorporação das atribuições de um ou mais
órgãos ou pessoas jurídicas, formando uma unidade/entidade
aglutinadora;
¥ avocação: diz respeito à situação em que um órgão ou agente superior
atrai para si uma atribuição de um órgão ou agente inferior;
¥ delegação: é o ato de conferir a um órgão a competência de outro.
Agora podemos analisar as alternativas.
a) Delegação de competência de um órgão superior a um inferior =
desconcentração / Aglutinação de atribuições entre pessoas jurídicas =
centralização – ERRADA;
b) Avocação de atribuição entre órgãos = concentração / Aglutinação de
atribuições entre pessoas jurídicas = centralização – CORRETA;
c) Delegação de atribuição entre pessoas jurídicas = descentralização /
Delegação de atribuição entre órgãos = desconcentração – ERRADA;
d) Avocação de atribuições entre órgãos = concentração / Delegação de
atribuição entre órgãos = desconcentração – ERRADA;
e) Aglutinação de atribuições entre pessoas jurídicas = centralização /
Aglutinação de atribuições entre órgãos = concentração – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.

72. (FGV – Assistente Administrativo I, II e III/FBN/2013) A Administração Indireta


é o conjunto de entidades personalizadas, vinculadas normalmente a um órgão da
Administração Direta. Com relação aos órgãos que compõem a Administração
Indireta, analise os itens a seguir.
I. Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia
Mista,
II. Secretarias Executivas, Consultorias Juridicas e Secretaria de Controle Interno,
Ill. Secretarias Especificas, Departamentos, Coordenações e Divisões.

Assinale:
a) se todos os itens estiverem corretos.
b) se somente o item I estiver correto.
c) se somente o item Il estiver correto.
d) se somente o item lil estiver correto.
Comentário: essa foi fácil não é mesmo?
A composição da Administração indireta é feita pelas autarquias, fundações
públicas e pelas empresas estatais (empresas públicas e sociedades de
economia mista).

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Portanto, só a afirmativa I pode ser considerada correta e nossa alternativa é a
B.
Gabarito: alternativa B.

73. (FGV – Técnico Administrativo/INEA-RJ/2013) A administração Indireta é uma


das formas básicas da estrutura organizacional da administração pública e pode se
realizar por meio de
a) concessionária de serviços públicos, permissionárias de serviços públicos e
fundações.
b) autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
mista.
c) permissionárias de serviços públicos, autarquias, fundações públicas e empresas
públicas.
d) concessionárias de serviços públicos, permissionárias de serviços públicos,
autarquias e empresas de economia mista.
e) autarquias, fundações, empresas públicas e concessionárias de serviços públicos.
Comentário: respondemos uma questão semelhante acima. Constituem a
Administração indireta as autarquias, fundações públicas, EPs e SEMs.
Quanto às permissionárias e concessionárias de serviços públicos, elas não
integram à Administração, apenas atuam em colaboração através da
descentralização por delegação ou colaboração.
Gabarito: alternativa B.

74. (FGV – Técnico Administrativo/INEA-RJ/2013) A organização administrativa


baseada na “distribuição interna de competências, ou seja, dentro de uma mesma
pessoa jurídica” é denominada
a) desconcentração.
b) descompensação.
c) centralização.
d) vinculação.
e) descentralização.
Comentário: relembrar para fixar.
® Concentração: acontece quando a Administração extingue seus órgãos
existentes e reúne as suas competências em um número menor de unidades,
dentro da mesma pessoa jurídica;
® Desconcentração: é a distribuição interna de competências dentro de
uma única pessoa jurídica;

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® Centralização: ocorre quando o Estado presta os serviços por meio de
seus órgãos e agentes integrantes da Administração direta, ou seja, que
compõem as pessoas políticas;
® Descentralização: pressupõe a existência de, no mínimo, duas pessoas
distintas: uma que transfere a competência e a outra que recebe.
Assim, correta a alternativa A, pois “distribuição interna de competências, ou
seja, dentro de uma mesma pessoa jurídica” se trata da desconcentração.
Gabarito: alternativa A.

75. (FGV – Técnico Superior C. Contábeis/DPE-RJ/2014) Tendo em vista as


diversas competências, responsabilidades e atividades incumbidas ao poder público,
a administração pública pode atuar de forma centralizada (quando executa suas
tarefas diretamente) ou descentralizada (quando o faz delegando a terceiros, na forma
da lei). Nesse contexto, fazem parte da administração indireta, dentre outros,
a) os órgãos dos Ministérios (em nível federal, que dão suporte à Presidência da
República), das Secretarias Estaduais (em âmbito estadual, dando apoio ao
Governador) e das Secretarias Municipais (na esfera municipal, assessorando os
Prefeitos).
b) as autarquias públicas, empresas públicas e fundações privadas que prestam
serviços públicos.
c) as empresas privadas contratadas, após regular procedimento licitatório, para
prestar serviços públicos essenciais.
d) as concessionárias que prestam serviços públicos.
e) as fundações públicas, sociedades de economia mista e autarquias.
Comentário: mais um item tranquilo. As entidades da administração indireta são
as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de
economia mista. Asso, somente a opção E apresenta somente entidades
administração indireta.
A alternativa A trouxe os ministérios, as secretarias estaduais e as secretarias
municipais, que são exemplos típicos da Administração Direta. Na letra B, o erro
é que as fundações privadas não integram a Administração Pública, ainda que
prestem serviços públicos. É importante observar que existe diferença entre
fundação pública de direito privado (esta compõe a Administração) e fundação
privada (esta é instituída por particulares e não integra a Administração
Pública). Por fim, nem as empresas privadas nem tampouco as concessionárias
que prestam serviços fazem parte das administrações direta ou indireta.
Gabarito: alternativa E.

76. (FGV – Assistente Legislativo/AL MA/2013) Com relação à administração


pública, segundo a Constituição Federal, analise as afirmativas a seguir.

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I. A administração direta inclui os serviços desempenhados pela estrutura
administrativa da Presidência da República e dos ministérios (no caso da
administração federal).
II. A administração indireta, também chamada centralizada, inclui as empresas
públicas, as sociedades de economia mista e as fundações públicas e privadas que
desempenham atividades que lhes foram atribuídas (ou centralizadas).
III. A administração indireta, também chamada descentralizada, inclui as autarquias,
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas, que
desempenham atividades que lhes foram atribuídas (ou descentralizadas).

Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Comentário:
I. A administração direta inclui os serviços desempenhados pela estrutura
administrativa da Presidência da República e dos ministérios (no caso da
administração federal).
Temos a resposta para essa afirmação no art. 2º, I, do Decreto Lei 200/1967,
aplicável exclusivamente ao Poder Executivo Federal, que dispõe que a
“Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura
administrativa da Presidência da República e dos Ministérios” (art. 2º, I) –
CORRETA;

II. A administração indireta, também chamada centralizada, inclui as empresas


públicas, as sociedades de economia mista e as fundações públicas e privadas que
desempenham atividades que lhes foram atribuídas (ou centralizadas).
III. A administração indireta, também chamada descentralizada, inclui as autarquias,
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas, que
desempenham atividades que lhes foram atribuídas (ou descentralizadas).
A administração direta, como mencionamos anteriormente, é chamada por
alguns doutrinadores de descentralizada, e é composta pelas autarquias,
fundações públicas (de direito público e de direito privado) e empresas estatais
(empresas públicas e de sociedade de economia mista). Logo, o item II possui
dois erros. Primeiro que se trata de administração descentralizada e, segundo,
que as “fundações privadas”, que não se confundem com as fundações
públicas de direito privado, não integram a Administração Pública. Como
consequência, o item II está errado, enquanto o III está certo.

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Assim sendo, correta a alternativa B (se somente as afirmativas I e III estiverem
corretas).
Gabarito: alternativa B.

77. (FGV – Consultor Legislativo/AL MA/2013) As alternativas a seguir apresentam


características comuns às entidades da administração indireta, à exceção de uma.
Assinale!a.
a) Criação ou autorização de instituição por lei específica.
b) Vinculação à administração direta.
c) Não há subordinação hierárquica por ser ente autônomo.
d) Personalidade jurídica de direito público.
e) Titular de direitos e obrigações distintos da pessoa política que a instituiu, tendo,
então, patrimônio próprio.
Comentário:
a) Correta: todas as entidades que compõem a administração indireta são
criadas ou autorizadas por intermédio de lei específica.
b) e c) Corretas: as entidades da administração indireta são vinculadas à
administração direta, sem contudo haver subordinação entre elas. Nesse caso,
as entidades estão apenas sujeitas à tutela, controle finalístico ou supervisão
ministerial.
d) Errada: a administração pública indireta é composta por entidades
administrativas, que possuem personalidade jurídica própria – sendo algumas
de direito público e outras de direito privado –, responsáveis por seus atos,
patrimônio e receita, além de possuírem autonomia técnica, administrativa e
financeira.
e) Correta: por possuírem patrimônio próprio – vimos na alternativa anterior –
elas não possuem dependência com a entidade política que as criou. Na
realidade, no momento de sua criação, a entidade criadora transfere parte de
seu patrimônio que, a partir daí, passa a pertencer ao novo ente, servindo para
viabilizar a prestação de suas atividades e para garantir o cumprimento de suas
obrigações.
Gabarito: alternativa D.

78. (FGV - AuxJ II/TJ-AM/2013) Com relação à administração direta, realizada


segundo os níveis que compõem a nossa forma de Estado, analise as afirmativas a
seguir.
I. Na esfera municipal é realizada pela prefeitura e seus eventuais órgãos de
assessoria e pelas secretarias municipais

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II. Na esfera estadual é realizada pela governadoria e seus órgãos de assessoria e
pelas secretarias estaduais
III. Na esfera federal é realizada pela Presidência da República e seus órgãos de
assessoramento imediato ou de consulta e pelos ministérios.

Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Comentário: a administração direta, no Poder Executivo Federal, encontra-se
nas estruturas da Presidência da República e dos ministérios. Nos estados e
municípios, a aplicação é a mesma, ou seja, a estrutura do Poder Executivo se
encontra na estrutura do governo do estado ou da prefeitura municipal e em
suas respectivas secretarias.
Deste modo, podemos verificar que todas as afirmações estão corretas, pois
trazem o órgão central de cada esfera (municipal – prefeitura / estadual –
governadoria / federal – presidência da república), juntamente com suas
respectivas secretarias, ministérios e órgãos de assessoramento.
Gabarito: alternativa E.

79. (FGV - AJ I/TJ-AM/2013) Leia os casos a seguir.


I. O Estado extinguiu um órgão e aglutinou, junto a um secretário de estado, as
atribuições anteriormente exercidas por esse órgão.
II. O Estado criou uma autarquia para desempenhar as funções anteriormente
exercidas por uma secretaria estadual.

Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, os instrumentos que o Estado


utilizou nos casos acima.
a) No primeiro caso ocorreu concentração e no segundo caso descentralização.
b) No primeiro caso ocorreu centralização e no segundo descentralização.
c) No primeiro caso ocorreu concentração e no segundo caso desconcentração.
d) No primeiro caso ocorreu centralização e no segundo desconcentração.
e) Em ambos os casos ocorreu delegação.
Comentário: vamos lá, na primeira afirmação o Estado extinguiu um órgão e
aglutinou em uma secretaria, já existente, as atribuições desse órgão,
diminuindo o número de unidades. Essa situação descreve uma concentração.
Dessa forma, sempre que tivermos a extinção de órgãos, estaremos diante de
concentração. De forma contrário, quando for a criação de um órgão, teremos a
desconcentração.

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Já a afirmação II, traz a necessidade de criar uma nova entidade jurídica para
desempenhar as funções que pertenciam a um órgão inicial. Isso quer dizer que
passamos a tratar de duas pessoas jurídicas – a que desenvolvia a atividade e
a autarquia recém criada. Assim, trata-se de uma descentralização.
Portanto, correta a alternativa A.
Gabarito: alternativa A.

80. (FGV – AJ/TRE-PA/2011) A respeito das entidades da Administração Pública


Indireta, é correto afirmar que
a) as áreas de atuação das fundações de direito público são determinadas via lei
ordinária.
b) as empresas públicas são pessoas jurídicas de direito público criadas com o registro
de seus atos constitutivos.
c) somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, sociedade de economia mista e fundação.
d) as autarquias possuem natureza jurídica de direito privado, sendo criadas
diretamente por lei, sem necessidade de registro.
e) com a entrada em vigor da lei instituidora de sociedade de economia mista, dá-se
o termo inicial de sua pessoa jurídica.
Comentário: dessa vez vamos reescreveras frases
a) as áreas de atuação das fundações de direito público são determinadas via
lei ordinária. Segundo o art. 37, XIX, da Constituição, somente por lei
complementar poderão ser definidas as suas áreas de atuação – ERRADA;
b) as empresas públicas são pessoas jurídicas de direito público [privado]
criadas com o registro de seus atos constitutivos. São pessoas jurídicas de
direito privado – ERRADA;
c) somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, sociedade de economia mista e fundação –
CORRETA;
d) as autarquias possuem natureza jurídica de direito privado [público], sendo
criadas diretamente por lei, sem necessidade de registro. Possuem natureza
jurídica de direito público – ERRADA;
e) com a entrada em vigor da lei instituidora de sociedade de economia mista,
dá-se o termo inicial de sua pessoa jurídica. Somente com o registro do ato
constitutivo em órgão competente é que se dá o início da pessoa jurídica da
sociedade de economia mista. Assim, a lei somente autoriza a criação, porém a
efetivação ocorre com o registro do ato constitutivo – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.

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ƒ isso!
Em nossa pr—xima aula vamos continuar o estudo da organiza•‹o
administrativa.
Espero por voc•s!
Bons estudos e atŽ breve.
HERBERT ALMEIDA.
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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (Cespe – Nível Superior/FUB/2013) As entidades políticas são aquelas que


recebem suas atribuições da própria CF, exercendo-as com plena autonomia.
2. (Cespe - PCBA/2013) Ampara-se no princípio federativo, a instituição
constitucional da União, dos estados, dos municípios, do Distrito Federal (DF) e dos
territórios como entidades políticas dotadas de autonomia.
3. (Cespe – CNJ/2013) As entidades políticas são pessoas jurídicas de direito
público interno, como a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios. Já as
entidades administrativas integram a administração pública, mas não têm autonomia
política, como as autarquias e as fundações públicas.
4. (Cespe – MIN/2013) As entidades que integram a administração direta e indireta
do governo detêm autonomia política, administrativa e financeira.
5. (Cespe – Defensor Público Federal/DPU/2015) Considera-se desconcentração
a transferência, pela administração, da atividade administrativa para outra pessoa,
física ou jurídica, integrante do aparelho estatal.
6. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-GO/2015) Na desconcentração, há divisão de
competências dentro da estrutura da entidade pública com atribuição para
desempenhar determinada função.
7. (Cespe – Técnico Judiciário/TRE-GO/2015) A descentralização é caracterizada
pela distribuição de competência de forma externa, ou seja, de uma pessoa jurídica

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para outra criada para esse fim específico, o que resulta em uma relação hierárquica
entre elas.
8. (Cespe – Analista/MPU/2015) A criação de autarquia é uma forma de
descentralização por meio da qual se transfere determinado serviço público para outra
pessoa jurídica integrante do aparelho estatal.
9. (Cespe – Agente Administrativo/SUFRAMA/2014) Desconcentração
administrativa é a distribuição de competências entre órgãos de uma mesma pessoa
jurídica.
10. (Cespe – AFRE/SEFAZ-ES/2013) Em determinada secretaria de governo, as
ações voltadas ao desenvolvimento de planos para capacitação dos servidores eram
realizadas de forma esporádica, inexistindo setor específico para tal finalidade. A fim
de dar maior concretude a uma política de prestação de serviço público de qualidade
naquela secretaria, criou-se um departamento de capacitação dos servidores. Nessa
situação hipotética, a criação do referido departamento é considerada
a) desconcentração administrativa.
b) centralização administrativa.
c) descentralização administrativa.
d) medida gerencial interna.
e) concentração administrativa.
11. (Cespe - ATS/MC/2013) O contrato de concessão firmado entre a administração
pública e o concessionário constitui exemplo de descentralização administrativa.
12. (Cespe - ATS/MC/2013) Quando o Estado, por outorga e por prazo
indeterminado, transfere a realização de determinado serviço público a uma entidade,
ocorre descentralização administrativa.
13. (Cespe - ATS/MC/2013) A desconcentração administrativa é uma técnica
administrativa cuja utilização é vedada a organizações da administração indireta.
14. (Cespe - ATS/MC/2013) Caso uma organização pública pretenda realizar a
desconcentração administrativa, ela deverá criar um novo número de CNPJ para a
nova instituição, que terá personalidade jurídica distinta e novas atribuições.
15. (Cespe – APGI/INPI/2013) O instituto da desconcentração permite que as
atribuições sejam distribuídas entre órgãos públicos pertencentes a uma única pessoa
jurídica com vistas a alcançar uma melhora na estrutura organizacional. Assim,
concentração refere-se à administração direta; já desconcentração, à indireta.
16. (Cespe – TJ/TJDFT/2013) A criação, por uma universidade federal, de um
departamento específico para cursos de pós-graduação é exemplo de
descentralização.
17. (Cespe – TJ/TJDFT/2013) Quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere,
por lei, determinado serviço público, ocorre a descentralização por meio de outorga.

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18. (Cespe – Técnico/MPU/2013) A transferência pelo poder público, por meio de
contrato ou ato administrativo unilateral, apenas da execução de determinado serviço
público a pessoa jurídica de direito privado corresponde à descentralização por
serviços, também denominada descentralização técnica.

Um candidato a deputado estadual ajuizou ação pleiteando a anulação de decisão


administrativa que desaprovou suas contas como prefeito. O órgão indicado como réu
na ação considerou irregular a delegação de permissão de serviço público com base
em tomada de preços. O candidato autor da ação apontou suposto excesso de poder
e nulidades na decisão.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o seguinte item.
19. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Nessa situação, houve erro na
indicação do réu da ação.
20. (Cespe – Notários/TJ-PI/2013) No que se refere à estrutura da administração
pública, aos agentes públicos e às atividades administrativas, assinale a opção
correta.
a) Quanto à posição hierárquica, consideram-se órgãos públicos superiores aqueles
dotados de autonomia administrativa, financeira e técnica.
b) Para a aplicação, no caso concreto, da teoria do órgão, cujo fundamento é o
princípio da imputação volitiva concreta, é indispensável a presença de um agente
público, legitimamente investido no exercício da atividade do órgão, não se
compatibilizando essa teoria com a denominada função de fato ou com o exercício de
atividade por agente de fato.
c) A atividade administrativa pode ser realizada independentemente dos parâmetros
estabelecidos pela lei.
d) O princípio da publicidade, que rege o exercício das atividades administrativas, não
autoriza a ação administrativa a divulgar informações de ofício, ainda que estas sejam
de interesse público.
e) Conforme a teoria do órgão, fundamentada na noção de imputação volitiva, os
órgãos públicos, embora não sejam pessoas, podem exercer funções superiores de
direção ou funções meramente executivas.
21. (Cespe – TJDFT/2013) Os órgãos públicos classificam-se, quanto à estrutura, em
órgãos singulares, formados por um único agente, e coletivos, integrados por mais de
um agente ou órgão.
22. (Cespe – MPTCDF/2013) A atuação do órgão público é imputada à pessoa
jurídica a que esse órgão pertence.
23. (Cespe – Polícia Federal/2013) Os ministérios e as secretarias de Estado são
considerados, quanto à estrutura, órgãos públicos compostos.

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24. (Cespe – APGI/INPI/2013) A incumbência da administração pública federal no
Brasil está diretamente ligada à presidência da República e aos ministérios.
25. (Cespe – Técnico Administrativo/ANTT/2013) As autarquias submetem-se ao
regime jurídico de direito privado quanto a criação, extinção, poderes, prerrogativas e
privilégios.
26. (Cespe – Técnico Administrativo/ANTT/2013) As autarquias só podem ser
criadas pela União.
27. (Cespe – APGI/INPI/2013) Compreendem-se como entidades da administração
direta, dotadas de personalidade jurídica própria, as autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações públicas.
28. (Cespe – Bacen/2013) A Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal
compõe a estrutura da administração indireta.
29. (Cespe – Técnico Administrativo/ANAC/2012) A administração direta é
constituída pelos serviços integrados na estrutura administrativa da presidência da
República e dos ministérios, incluídas as fundações públicas.
30. (Cespe – Técnico em Administração/TJ-AC/2012) A administração indireta é
composta pelas autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de
economia mista.
31. (Cespe – APGI/INPI/2013) A autarquia, mesmo sendo integrante da
administração pública indireta, tem personalidade jurídica de direito privado e sua
criação depende de lei específica.
32. (Cespe – Técnico Administrativo/ANAC/2012) Uma fundação pública é criada
por ato do Poder Executivo, sendo desnecessária autorização legislativa.
33. (Cespe – Técnico em Administração/TJ-AC/2012) As autarquias, pessoas
jurídicas de direito público integrantes da administração indireta, poderão, em caráter
excepcional, ser criadas por lei infraconstitucional.
34. (Cespe – Administrador/TJ-RR/2012) A criação de fundações públicas ocorre
por meio de lei ordinária específica, contudo, a definição de suas áreas de atuação
depende da edição de lei complementar.
35. (Cespe – Técnico Administrativo/ANAC/2012) A autarquia é o serviço
autônomo criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios,
para executar atividades típicas da administração pública, que requeiram, para seu
melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
36. (Cespe – Técnico/MPU/2015) O instrumento adequado para a criação de
autarquia é o decreto, pois o ato é de natureza administrativa e de iniciativa privativa
do chefe do Poder Executivo.

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37. (Cespe – Técnico Administrativo/ANCINE/2013) A lei de criação de uma
autarquia federal deve ser de iniciativa privativa do presidente da República.
38. (Cespe – AJ/TRT-ES/2013) Uma autarquia federal pode ser criada mediante
decreto específico do presidente da República.
39. (Cespe – TJ/TRT-10/2013) Consoante a doutrina, as entidades autárquicas são
pessoas jurídicas de direito público, de natureza administrativa, criadas por lei, para
realizar, de forma descentralizada, atividades, obras ou serviços.
40. (Cespe – SERPRO/2013) As autarquias são pessoas jurídicas de direito privado,
criadas por lei específica e destinadas a realizar atividades, obras e serviços
descentralizados da entidade estatal que as criou.
41. (Cespe – Técnico/MPU/2015) Autarquia é entidade dotada de personalidade
jurídica própria, com autonomia administrativa e financeira, não sendo possível que a
lei institua mecanismos de controle da entidade pelo ente federativo que a criou.
42. (Cespe – Auditor/FUB/2015) As autarquias territoriais não detêm autonomia
política.
43. (Cespe – ATA/MI/2013) Toda pessoa jurídica da administração pública indireta,
embora não se subordine, vincula-se a determinado órgão da estrutura da
administração direta, estando, assim, sujeita à chamada supervisão ministerial.
44. (Cespe – AJ/TRT-10/2013) As autarquias federais detêm autonomia
administrativa relativa, estando subordinadas aos respectivos ministérios de sua área
de atuação.
45. (Cespe - Analista em Geociências/CPRM/2013) Embora seja dotada de
personalidade jurídica própria e de capacidade de autoadministração, a autarquia
sujeita-se ao controle ou à tutela do ente político que a tenha criado.
46. (Cespe – SERPRO/2013) Os servidores das autarquias sujeitam-se ao regime
jurídico único da entidade-matriz.
47. (Cespe – Agente Administrativo/SUFRAMA/2014) Considere que Emanuel,
servidor da SUFRAMA, tenha sido aprovado em concurso público para analista
administrativo em outra autarquia federal e passe a acumular os dois cargos, ambos
com jornada semanal de 40 horas. Nessa situação, uma vez que as duas autarquias
compõem a administração indireta, não há violação do dispositivo constitucional que
veda a acumulação de cargos no serviço público.
48. (Cespe – AJ/TJDFT/2013) Nos litígios comuns, as causas que digam respeito às
autarquias federais, sejam estas autoras, rés, assistentes ou oponentes, são
processadas e julgadas na justiça federal.
49. (Cespe – Procurador Geral/AGU/2013) As autarquias, que adquirem
personalidade jurídica com a publicação da lei que as institui, são dispensadas do
registro de seus atos constitutivos em cartório e possuem as prerrogativas especiais

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da fazenda pública, como os prazos em dobro para recorrer e a desnecessidade de
anexar, nas ações judiciais, procuração do seu representante legal.
50. (Cespe – Técnico Administrativo/ANCINE/2013) Os bens das autarquias não
são passíveis de penhora.
51. (Cespe - AA/PRF/2012) São exemplos de prerrogativas estatais estendidas às
autarquias a imunidade tributária recíproca e os privilégios processuais da Fazenda
Pública.
52. (FCC - Proc Jud/Pref Recife/2014 - adaptada) É característica recorrente nas
agências reguladoras estabelecidas no Brasil a partir da década de 90 a definição de
mandato aos seus dirigentes, com duração fixada em suas respectivas leis
instituidoras.
53. (FCC – AJ/TST/2012) Uma pessoa jurídica que se enquadre no conceito de
autarquia
a) é essencialmente considerada um serviço autônomo.
b) deve necessariamente possuir um regime jurídico especial.
c) terá garantia de estabilidade de seus dirigentes.
d) subordina-se hierarquicamente a algum Ministério, ou órgão equivalente no plano
dos demais entes federativos.
e) não integra a Administração Indireta.
54. (FGV – Advogado/COMPESA/2016) As opções a seguir apresentam
prerrogativas das agências reguladoras, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Autonomia decisória.
b) Independência administrativa.
c) Poder normativo técnico.
d) Autonomia econômico-financeira.
e) Competência tributária.
55. (FGV – Técnico/MPE-RJ/2016) Ernesto, recém aprovado em um concurso
público para provimento do cargo de médico, foi informado que exerceria suas funções
em um ente da Administração Pública indireta. É correto afirmar que a Administração
Pública indireta é:
a) caracterizada pela contratação de colaboradores para a prestação do serviço
público;
b) integrada por diversos órgãos que não possuem personalidade jurídica, como as
Secretarias de Estado;
c) formada exclusivamente pelas autarquias e fundações públicas;
d) integrada por entes que não estão vinculados às normas constitucionais afetas à
Administração Pública;
e) integrada por entes que possuem personalidade jurídica, que podem, inclusive,
desempenhar atividade econômica.

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56. (FGV – Apoio Administrativo/CODEBA/2016) No Brasil, a Administração
Pública é composta por órgãos que se dividem entre a administração direta e indireta.
A administração indireta exerce, de forma descentralizada, atividades administrativas
e explora atividades econômicas, vinculadas ou não, a um órgão da administração
direta. Assinale a opção que apresenta a entidade que corresponde a uma forma de
administração pública indireta.
a) Ministério.
b) Autarquia.
c) Secretaria.
d) Órgão Público.
e) Organização Social.
57. (FGV – Analista/TJ-PI/2015) O Tribunal de Justiça de determinado Estado, com
escopo de melhor organizar sua estrutura e conferir maior eficiência às atividades
administrativas, procedeu ao chamado desmembramento orgânico. Assim, o antigo
departamento de Recursos Humanos e Licitação se subdividiu em dois novos órgãos
autônomos: Departamento de Recursos Humanos e Departamento de Licitação. A
doutrina de Direito Administrativo denomina o processo eminentemente interno de
substituição de um órgão por dois com o objetivo de melhorar e acelerar a prestação
do serviço de:
a) descentralização;
b) desconcentração;
c) delegação;
d) execução indireta;
e) execução fracionada.
58. (FGV – Agente Fazendário/Prefeitura de Niterói – RJ/2015) O Estado, em sua
organização, atua por meio de órgãos, agentes e pessoas jurídicas, para exercer suas
atividades, com vistas a atender ao interesse público. Nesse contexto, de acordo com
a doutrina de Direito Administrativo, descentralização é:
a) o processo segundo o qual o Estado desmembra órgãos, criando um ou mais novos
órgãos, para propiciar melhoria na sua organização estrutural;
b) a situação em que o Estado executa suas tarefas diretamente, por intermédio dos
diferentes órgãos e agentes administrativos que compõem sua estrutura funcional;
c) o fenômeno que permite ao Estado executar suas tarefas indiretamente, isto é,
delegando o exercício da atividade a outras entidades necessariamente da
Administração Indireta;
d) o fato administrativo que traduz a transferência da execução de atividade estatal a
determinada pessoa, integrante ou não da Administração;
e) o desmembramento de órgãos da Administração Direta para Indireta, sendo
transferido com eles o dever de controle e fiscalização da atividade.

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59. (FGV – Agente Fazendário/Prefeitura de Niterói – RJ/2015) Consoante ensina
a doutrina de Direito Administrativo, as autarquias municipais integram a chamada
Administração:
a) direta, têm personalidade jurídica de direito público e são criadas por lei
complementar;
b) direta, têm personalidade jurídica de direito privado e sua criação é autorizada por
lei complementar;
c) indireta, têm personalidade jurídica de direito público e são criadas por lei
específica;
d) indireta, têm personalidade jurídica de direito privado e sua criação é autorizada
por lei complementar;
e) indireta, têm personalidade jurídica de direito público e sua criação é autorizada por
lei complementar.
60. (FGV – Fiscal/Prefeitura de Niterói – RJ/2015) Diante dos grandes eventos
esportivos que vêm acontecendo no Rio de Janeiro nos últimos tempos, determinado
Prefeito de Município fluminense, com escopo de fomentar as ações de cunho
turístico, subdividiu a então Secretaria Municipal de Cultura e Turismo em duas novas
Secretarias: uma de Cultura e outra de Turismo. De acordo com a doutrina de Direito
Administrativo, essa substituição de um órgão por dois com o objetivo de melhorar a
prestação do serviço público é a:
a) desconcentração;
b) descentralização;
c) delegação;
d) outorga;
e) redivisão.
61. (FGV – Contador/Prefeitura de Niterói – RJ/2015) Em relação às autarquias
municipais, destaca-se a seguinte característica geral:
a) fazem parte da administração indireta;
b) ostentam personalidade jurídica de direito privado;
c) são criadas por decreto do Prefeito;
d) objetivam ao lucro por desenvolverem funções de caráter econômico;
e) está excluído seu pessoal da proibição de acumulação remunerada de cargos
públicos.
62. (FGV – Direito/TCM-SP/2015) Controle é o conjunto de meios pelos quais pode
ser exercida função de natureza fiscalizatória sobre determinado órgão ou pessoa
administrativa. Nesse contexto, é correto afirmar que a entidade integrante da
Administração Indireta:
a) não é submetida ao chamado controle político, eis que seus dirigentes são
escolhidos internamente por critérios técnicos, sem qualquer intervenção da
autoridade competente da Administração Direta da pessoa política a que é vinculada;

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b) está sujeita ao controle financeiro, pelo qual são fiscalizados seus setores financeiro
e contábil, tão somente em seu âmbito interno, diante da autonomia da entidade, que
não está sujeita ao controle externo pelo Tribunal de Contas, uma vez que não
pertence à Administração Direta;
c) é submetida a controle pela Administração Direta da pessoa política a que é
vinculada, normalmente por meio do Ministério ou da Secretaria que fica encarregado
de fiscalizar o grupo de pessoas da administração indireta que executem atividades
correlatas à sua competência;
d) está sujeita ao controle judicial, necessariamente após o esgotamento das
tentativas administrativas de resolução consensual da lide por meio do controle interno
da própria entidade e do controle externo da Administração Direta do ente federativo
a que estiver vinculada;
e) é submetida a controle externo pelo Tribunal de Contas, órgão auxiliar do Poder
Legislativo, mas não está sujeita a qualquer controle pela Administração Direta da
pessoa política a que é vinculada, diante de sua autonomia administrativa, financeira
e contábil.
63. (FGV – Técnico/Câmara Municipal de Caruaru-PE/2015) Sobre os órgãos da
administração direta na Administração Pública brasileira, assinale a afirmativa correta:
a) podem, isoladamente, arrecadar recursos e possuir autonomia orçamentária.
b) têm, como uma de suas características, a ausência de personalidade jurídica
própria.
c) possuem personalidade própria e não estão diretamente ligadas ao chefe do Poder
Executivo.
d) estão vinculados a um ministério e muitos arrecadam recursos com a prestação de
serviços ou venda de produtos.
e) executam ou prestam diferentes serviços de interesse público, com base em
legislação particular.
64. (FGV – Técnico/Câmara Municipal de Caruaru-PE/2015) As autarquias são
pessoas jurídicas administrativas e correspondem a uma extensão da administração
direta, visto que prestam serviços públicos e executam atividades típicas do Estado
de forma descentralizada. Sobre as autarquias, assinale a afirmativa correta.
a) São pluripessoais quando o capital pertencer a mais de um ente público.
b) Exploram atividade econômica na forma de sociedade anônima, sendo que a
maioria das ações com direito a voto deve pertencer ao ente estatal ao qual
pertencem.
c) São formadas exclusivamente por entes da Federação, com a finalidade de realizar
a gestão associada dos serviços públicos.
d) São criadas para a exploração de atividade econômica que o Governo é levado a
exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa.
e) Estão sujeitas ao controle ou à tutela do Ministério a que se encontram vinculadas.
65. (FGV – Técnico Médio Defensoria Pública/DPE-RJ/2014) O Decreto-Lei 200/67
estabelece que a autarquia tem personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios,

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para exercitar atividades típicas da administração pública que requeiram, para seu
melhor funcionamento, a gestão administrativa e financeira descentralizada. A
respeito da autarquia, é correto afirmar que
a) integra a administração indireta, sendo pessoa jurídica de direito privado.
b) seus funcionários devem observar a vedação constitucional de acumulação de
cargos públicos.
c) não exige a realização de concurso público para contratação de pessoal.
d) somente por lei específica poderá ser autorizada sua instituição, cabendo à lei
complementar definir as áreas de sua atuação.
e) não está sujeita à lei de licitações.
66. (FGV – Advogado/INEA-RJ/2013 – adaptada) As alternativas a seguir
apresentam características das autarquias, à exceção de uma. Assinale!a.
a) As autarquias têm personalidade de direito público.
b) As autarquias devem ser criadas por lei.
c) As autarquias devem possuir bens imprescritíveis.
d) As autarquias têm seus créditos inscritos em dívida ativa.
e) As autarquias possuem prazo em quádruplo para suas manifestações processuais.
67. (FGV – Agente Administrativo/SUDENE/2013) Com relação à descentralização
administrativa, analise as afirmativas a seguir.
I. A descentralização administrativa atribui personalidade jurídica a uma entidade para
que ela preste serviços públicos ou realize atividades públicas ou de utilidade pública.
II. A descentralização administrativa transfere / distribui competências para um
terceiro (pessoa jurídica ou, eventualmente, pessoa física).
III. A descentralização administrativa transfere, dentro da mesma pessoa jurídica,
competências dos órgãos superiores para os órgãos inferiores.

Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa III estiver correta.
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
68. (FGV – Agente Penitenciário/SEGEP-MA/2013) A respeito da relação existente
entre os entes federativos e as entidades da administração indireta, analise as
afirmativas a seguir.
I. Entre a União e uma autarquia a ela vinculada não há relação hierárquica, mas
controle ou vinculação.
II. A criação de uma autarquia por parte de um ente federativo para exercer
atribuições, anteriormente desempenhadas por um órgão desse ente federativo,
constitui!se em uma desconcentração.

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III. A extinção de uma autarquia e a transferência das atribuições exercidas por essa
pessoa jurídica ao ente federativo ao qual era vinculada, constitui!se em uma
concentração.

Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
69. (FGV – Analista Contabilidade/MPE-MS/2013) Acerca do conceito de
descentralização da Administração Pública, analise as afirmativas a seguir.
I. Ocorre a descentralização quando a Administração Pública transfere a execução de
determinada atividade para outra pessoa jurídica, pertencente ou não à administração
pública.
II. A descentralização para pessoa jurídica de direito público pertencente à própria
Administração terá que ser realizada sempre por lei.
III. É possível que a Administração Pública delegue, por meio de contrato de
concessão, serviços públicos que lhe são afetados.

Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
70. (FGV – Analista Contabilidade/MPE-MS/2013) As autarquias que integram a
Administração Pública Indireta apresentam as características listadas a seguir, à
exceção de uma. Assinale!a.
a) São pessoas jurídicas de direito público.
b) São dotadas de relativa autonomia.
c) Possuem servidores contratados sobre regime estatutário.
d) Possuem foro privilegiado na Justiça Federal.
e) São criadas por lei.
71. (FGV – Analista Judiciário Of. Justiça/TJ-AM/2013) Por meio de técnicas de
organização a Administração Pública realiza a distribuição das atribuições que devem
ser exercidas pelas pessoas jurídicas e pelos órgãos que a integram. Dentre essas
técnicas encontram!se a concentração e a centralização. Assinale a alternativa em
que ocorre, respectivamente, cada uma das técnicas mencionadas.
a) Delegação de competência de um órgão superior a um inferior. / Aglutinação de
atribuições entre pessoas jurídicas.

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b) Avocação de atribuição entre órgãos. / Aglutinação de atribuições entre pessoas
jurídicas.
c) Delegação de atribuição entre pessoas jurídicas. / Delegação de atribuição entre
órgãos.
d) Avocação de atribuições entre órgãos. / Delegação de atribuição entre órgãos.
e) Aglutinação de atribuições entre pessoas jurídicas. / Aglutinação de atribuições
entre órgãos.
72. (FGV – Assistente Administrativo I, II e III/FBN/2013) A Administração Indireta
é o conjunto de entidades personalizadas, vinculadas normalmente a um órgão da
Administração Direta. Com relação aos órgãos que compõem a Administração
Indireta, analise os itens a seguir.
I. Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia
Mista,
II. Secretarias Executivas, Consultorias Juridicas e Secretaria de Controle Interno,
Ill. Secretarias Especificas, Departamentos, Coordenações e Divisões.

Assinale:
a) se todos os itens estiverem corretos.
b) se somente o item I estiver correto.
c) se somente o item Il estiver correto.
d) se somente o item lil estiver correto.
73. (FGV – Técnico Administrativo/INEA-RJ/2013) A administração Indireta é uma
das formas básicas da estrutura organizacional da administração pública e pode se
realizar por meio de
a) concessionária de serviços públicos, permissionárias de serviços públicos e
fundações.
b) autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
mista.
c) permissionárias de serviços públicos, autarquias, fundações públicas e empresas
públicas.
d) concessionárias de serviços públicos, permissionárias de serviços públicos,
autarquias e empresas de economia mista.
e) autarquias, fundações, empresas públicas e concessionárias de serviços públicos.
74. (FGV – Técnico Administrativo/INEA-RJ/2013) A organização administrativa
baseada na “distribuição interna de competências, ou seja, dentro de uma mesma
pessoa jurídica” é denominada
a) desconcentração.
b) descompensação.
c) centralização.
d) vinculação.
e) descentralização.

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75. (FGV – Técnico Superior C. Contábeis/DPE-RJ/2014) Tendo em vista as
diversas competências, responsabilidades e atividades incumbidas ao poder público,
a administração pública pode atuar de forma centralizada (quando executa suas
tarefas diretamente) ou descentralizada (quando o faz delegando a terceiros, na forma
da lei). Nesse contexto, fazem parte da administração indireta, dentre outros,
a) os órgãos dos Ministérios (em nível federal, que dão suporte à Presidência da
República), das Secretarias Estaduais (em âmbito estadual, dando apoio ao
Governador) e das Secretarias Municipais (na esfera municipal, assessorando os
Prefeitos).
b) as autarquias públicas, empresas públicas e fundações privadas que prestam
serviços públicos.
c) as empresas privadas contratadas, após regular procedimento licitatório, para
prestar serviços públicos essenciais.
d) as concessionárias que prestam serviços públicos.
e) as fundações públicas, sociedades de economia mista e autarquias.
76. (FGV – Assistente Legislativo/AL MA/2013) Com relação à administração
pública, segundo a Constituição Federal, analise as afirmativas a seguir.
I. A administração direta inclui os serviços desempenhados pela estrutura
administrativa da Presidência da República e dos ministérios (no caso da
administração federal).
II. A administração indireta, também chamada centralizada, inclui as empresas
públicas, as sociedades de economia mista e as fundações públicas e privadas que
desempenham atividades que lhes foram atribuídas (ou centralizadas).
III. A administração indireta, também chamada descentralizada, inclui as autarquias,
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas, que
desempenham atividades que lhes foram atribuídas (ou descentralizadas).

Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
77. (FGV – Consultor Legislativo/AL MA/2013) As alternativas a seguir apresentam
características comuns às entidades da administração indireta, à exceção de uma.
Assinale!a.
a) Criação ou autorização de instituição por lei específica.
b) Vinculação à administração direta.
c) Não há subordinação hierárquica por ser ente autônomo.
d) Personalidade jurídica de direito público.
e) Titular de direitos e obrigações distintos da pessoa política que a instituiu, tendo,
então, patrimônio próprio.

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78. (FGV - AuxJ II/TJ-AM/2013) Com relação à administração direta, realizada
segundo os níveis que compõem a nossa forma de Estado, analise as afirmativas a
seguir.
I. Na esfera municipal é realizada pela prefeitura e seus eventuais órgãos de
assessoria e pelas secretarias municipais
II. Na esfera estadual é realizada pela governadoria e seus órgãos de assessoria e
pelas secretarias estaduais
III. Na esfera federal é realizada pela Presidência da República e seus órgãos de
assessoramento imediato ou de consulta e pelos ministérios.

Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
79. (FGV - AJ I/TJ-AM/2013) Leia os casos a seguir.
I. O Estado extinguiu um órgão e aglutinou, junto a um secretário de estado, as
atribuições anteriormente exercidas por esse órgão.
II. O Estado criou uma autarquia para desempenhar as funções anteriormente
exercidas por uma secretaria estadual.

Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, os instrumentos que o Estado


utilizou nos casos acima.
a) No primeiro caso ocorreu concentração e no segundo caso descentralização.
b) No primeiro caso ocorreu centralização e no segundo descentralização.
c) No primeiro caso ocorreu concentração e no segundo caso desconcentração.
d) No primeiro caso ocorreu centralização e no segundo desconcentração.
e) Em ambos os casos ocorreu delegação.
80. (FGV – AJ/TRE-PA/2011) A respeito das entidades da Administração Pública
Indireta, é correto afirmar que
a) as áreas de atuação das fundações de direito público são determinadas via lei
ordinária.
b) as empresas públicas são pessoas jurídicas de direito público criadas com o registro
de seus atos constitutivos.
c) somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, sociedade de economia mista e fundação.
d) as autarquias possuem natureza jurídica de direito privado, sendo criadas
diretamente por lei, sem necessidade de registro.
e) com a entrada em vigor da lei instituidora de sociedade de economia mista, dá-se
o termo inicial de sua pessoa jurídica.

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GABARITO

1. C 11. C 21. E 31. E 41. E 51. C 61. A 71. B


2. E 12. C 22. C 32. E 42. C 52. C 62. C 72. B
3. C 13. E 23. C 33. E 43. C 53. A 63. B 73. B
4. E 14. E 24. C 34. X 44. E 54. E 64. E 74. A
5. E 15. E 25. E 35. C 45. C 55. E 65. B 75. E
6. C 16. E 26. E 36. E 46. C 56. B 66. E 76. B
7. E 17. C 27. E 37. C 47. E 57. B 67. C 77. D
8. C 18. E 28. E 38. E 48. C 58. D 68. A 78. E
9. C 19. C 29. E 39. C 49. C 59. C 69. E 79. A
10. A 20. E 30. C 40. E 50. C 60. A 70. D 80. C

REFERÊNCIAS

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01851042580 - Joana Angélica Moreira de Jesus

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