EL INCONSCIENTE, LA TÉCNICA

Y EL DISCURSO CAPITALISTA
Néstor A . Braunstein
 EL INCONSCIENTE,
L A TÉCNICA Y EL
DISCURSO CAPITALISTA

por

NÉSTOR A. BRAUNSTEIN

1.

siglo
veintiuno
editores

MÉXICO
ARGENTINA
3a grupo editorial
siglo veintiuno
siglo xxi editores, méxico siglo xxi editores, argentina
CERRO DEL A G U A 2 4 8 , ROMERO DE TERREPOS, GUATEMALA 4 8 2 4 , C 1 4 2 5 BÜP
0 4 3 1 0 N'TÉXICO, Ü F B U E N O S W R E S , ARGEMTINA
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BF28.E7
B73
2012 Braunstein, Néstor \
E l i n c o n s c i e n t e , l a t é c n i c a y e l d i s c u r s o c a p i t a l i s t a / p o r Néstor A .
Braunstein. — M é x i c o : Siglo X X I , 2011.
194 p. — (Psicología y psicoanálisis)

ISBN-13: 978-607-03-0352-4

1. Psicoanálisis. 2. Inconsciente 3. Tecnología — Aspectos psicológicos.

4. SubjetiN-idad 5. Formas del discurso. I . t. 11. Ser.

p r i m e r a edición, 2012
© siglo x x i editores, s.a. de c.v.

isbn 978-607-03-0352-4

derechos reservados conforme a la ley

impreso e n mújica impresor, s.a. de c.v.
camelia n ú m . 4
col. e l manto, iztapalapa
INTRODUCCIÓN: EL MALESTAR E N L A CULTURA
TECNOLÓGICA

S i e m p r e h e m o s c r e í d o y r e p e t i d o q u e F r e u d desestimaba sistemática-
m e n t e los c a m i n o s p r o p u e s t o s p a r a s u p e r a r el m a l e s t a r e n l a c u l t u r a :
" L a v i d a , c o m o n o s es i m p u e s t a , r e s u l t a gravosa: n o s t r a e h a r t o s d o l o -
res, d e s e n g a ñ o s , tareas i n s o l u b l e s . Para s o p o r t a r l a n o p o d e m o s pres-
c i n d i r d e c a l m a n t e s " . U n a vez asentada esta difícil c o n c l u s i ó n ( q u e
era, e n v e r d a d , e l p u n t o d e p a r t i d a ) se d e d i c a b a a d i s c u t i r los i n c o n -
v e n i e n t e s d e cada u n a d e las s o l u c i o n e s p r o p u e s t a s a esos impases: n o
le p a r e c í a n aceptables el d e l i r i o c o l e c t i v o q u e es l a r e l i g i ó n , e l d e l i r i o
s i n g u l a r d e l a l o c u r a , e l a m o r a l p r ó j i m o , e l a m o r sensual, e l a m o r c o n
m e t a s (sexuales) i n h i b i d a s , l a satisfacción a t e n u a d a q u e p r o c u r a n l a
s u b l i m a c i ó n artística y e l t r a b a j o p s í q u i c o o e s p i r i t u a l " q u e n o c o n m u e -
v e n n u e s t r a c o r p o r a l i d a d " y sólo s o n asequibles p a r a p o c o s seres h u m a -
nos, e l r e p l i e g u e esteticista sobre l a belleza, las i n t o x i c a c i ó n c o n d r o g a s
, e m b r i a g a n t e s q u e acaban p o r ser "peligrosas y d a ñ i n a s " , la s o l e d a d y
e l e x t r a ñ a m i e n t o d e l m u n d o , e l a i s l a m i e n t o p a r a " c u l t i v a r el p r o p i o
j a r d í n " , las tentativas o r i e n t a l e s d e c o n t r o l a r e l deseo y d o m e ñ a r las
aspiraciones p u l s i o n a l e s c o n t é c n i c a s c o m o e l yoga, la b ú s q u e d a d e
satisfacciones perversas i n c ó n d i c i o n a d a s y sordas a los r e c l a m o s d e la
civilización, e l i n t e n t o d e s u p e r a r l a aversión n a t u r a l d e los h o m b r e s a l
t r a b a j o así c o m o la b ú s q u e d a m í s t i c a d e fusiones o c e á n i c a s . E l f u n d a -
d o r d e l psicoanálisis e r a e s c é p t i c o c o n r e l a c i ó n a todas estas estrategias
d e a t e m p e r a r e l malestar d e los h u m a n o s e n e l m u n d o y l a m e t a p o r
t o d o s a n h e l a d a d e "alcanzar l a f e l i c i d a d y m a n t e n e r l a " . Si e l p r o g r a m a
d e l p r i n c i p i o d e l p l a c e r es e l q u e fija su fin a l a v i d a , f o r z o s o e r a p a r a
F r e u d r e c o n o c e r q u e su c u m p l i m i e n t o "es a b s o l u t a m e n t e i r r e a l i z a b l e
y q u e las d i s p o s i c i o n e s d e l T o d o — s i n e x c e p c i ó n — l o c o n t r a r í a n ; se
d i r í a q u e e l p r o p ó s i t o d e q u e el h o m b r e sea ' d i c h o s o ' n o está c o n t e -
n i d o e n e l p l a n d e la C r e a c i ó n " . S i n e m b a r g o , p o c o s h a n o b s e r v a d o
q u e la c o n d e n a q u e p a r e c e r e c a e r sobre l a e x t e n s a lista d e c a m i n o s a
la felicidad deja u n cierto resquicio i n t o c a d o a u n q u e , en cierto m o d o ,
susceptible t a m b i é n d e serias reservas.
8 lNTROr>UCCIÓN

C a b e r e c o r d a r sus p a l a b r a s : '

Hay p o r cierto o t r o camino, u n camino mejor, c o m o m i e m b r o de la c o m u n i -

dad, y c o n ayuda de la técnica guiada p o r la ciencia, pasar a la ofensixm contra
la naturaleza y someterla a la voluntad del hombre. Entonces se trabaja con todos
para la dicha de todos (p. 77) [cursivas míasl.

Es c i e r t o q u e d e s p u é s d é é s e e l o g i o a l c á í u i ñ o p r e f e r i b l e s e g u í a n
ciertas reservas a las q u e a l u d í a c o m o " u n f a c t o r d e d e s e n g a ñ o " e
indicaba que

Se han hecho extraordinarios progresos en las ciencias naturales y su aplica-

ción técnica consolidando el gobierno sobre la naturaleza en una medida antes
inimaginable. Los detalles son notorios; huelga pasarles revista. Los hombres
están orgullosos de estos logros y tienen derecho a ello. Pero [sin embargo pa-
rece] que el poder sobre la naturaleza n o es la única condición de la felicidad
humana, como tampoco es la única meta de los afanes de la cultura (p. 86).

Pese a s u " h u e l g a pasarles r e v i s t a " d e a l g ú n m o d o se c o m p l a c í a

F r e u d e n h a c e r l o y n o m b r a r a la t e l e f o n í a , l a t e l e g r a f í a , e l a u m e n t o
d e l a m e m o r i a p o r e l g r a m ó f o n o , los avances d e la a r q u i t e c t u r a e n
la p r o d u c c i ó n d e casas c a d a d í a m á s c o n f o r t a b l e s c o m o s u s t i t u t o s d e l
s e n o m a t e r n o , e l av'unce e n e l d o m i n i o s o b r e las e n f e r m e d a d e s y l a
m o r t a l i d a d i n f a n t i l , l a a n t i s e p s i a y u n a " l a r g a serie d e tales b e n e f i -
cios q u e d e b e m o s a la t a n v i l i p e n d i a d a é p o c a d e l p r o g r e s o t é c n i c o y
c i e n t í f i c o " . N u e v a m e n t e , l l e g a d o a ese p u n t o , "se h a c e o í r l a v o z d e
la c r í t i c a p e s i m i s t a " : m u c h o s d e los ¿nales a los q u e las t e c n o c i e n c i a s
p o n e n c o t o s o n m a l e s a t r i b u i b l e s a la t é c n i c a m i s m a ; p o r e j e m p l o :
" ¿ D e q u é n o s sirve h a b e r l i m i t a d o l a m o r t a l i d a d i n f a n t i l , si j u s t a m e n -
te eso n o s o b l i g a a la m á x i m a r e s e r v a e n la c o n c e p c i ó n d e h i j o s . . . y
nos i m p o n e penosas c o n d i c i o n e s e n nuestra v i d a sexual d e n t r o d e l
m a t r i m o n i o y p r o b a b l e m e n t e contrarresta la beneficiosa selección
n a t u r a l ? " ( p . 8 7 ) . P r o s e g u í a m o s t r a n d o l a s u c e s i ó n d e las h a z a ñ a s d e l
h o m b r e e m p e z a n d o p o r la m í t i c a c o n q u i s t a d e l f u e g o hasta l l e g a r
a la i d e a d e q u e todas estas h e r r a m i e n t a s s o n p e r f e c c i o n a m i e n t o s
d e los ó r g a n o s c o r p o r a l e s , t a n t o los m o t r i c e s c o m o los sensoriales

' S. F r e u d , El malestar en la cultura, e n O.C, vo!. x x i , Buenos aires, A m o r r o r t u , 1976,.

I N T R O D U C C I Ó N
9

y hace, a p a r t i r de ello, u n "elogio d e l h o m b r e " e n el que resuenan

los ecos d e l c o r o d e Antígona. S e ñ a l a e l a v a n c e d e s d e los ideales d e
c u l t u r a r e p r e s e n t a d o s p o r los dioses hasta " l a s i t u a c i ó n a c t u a l d o n d e
e l h o m b r e se h a c o n v e r t i d o e n u n a s u e r t e d e d i o s - p r ó t e s i s . . . v e r d a d e -
r a m e n t e g r a n d i o s o c u a n d o se c o l o c a t o d o s sus ó r g a n o s a u x i l i a r e s . . .
q u e e n ocasiones le d a n todavía m u c h o t r a b a j o " ( p . 9 0 ) .
N o se le escapaba e l c a r á c t e r t r a n s i t o r i o d e sus reser\^as:

Es cierto qué tiene derecho a consolarse pensando que ese desarrollo n o ha

concluido en el año 1930 d.G. Épocas hituras traerán consigo nuevos progre-
sos, acaso de m a g n i t u d inimaginable, en este ámbito de la cultura, y n o harán
sino aumentar la semejanza con u n dios. A h o r a b i e n , en interés de nuestra
indagación no debemos olvidar que el ser h u m a n o de nuestros días n o se
siente feliz en su semejanza con u n dios" (p. 91).

L o q u e v i n o d e s p u é s s o b r e p a s ó las e x p e c t a t i v a s d e las i m a g i n a c i o -
nes m á s d e s b o c a d a s t a n t o e n e l avance d e l a t é c n i c a g u i a d a p o r l a
c i e n c i a c o m o e n los p e l i g r o s i n h e r e n t e s a ese avance y e l m a l e s t a r e n
la c u l t u r a d e l s u j e t o s u m e r g i d o e n l o a c t u a l : u n sistema d e c a p i t a l i s m o
g l o b a l s i n a l t e r n a t i v a s a la vista. N o p u d o F r e u d i m a g i n a r l a v i o l e n c i a
i n c o m p a r a b l e de la segunda g r a n guerra, el g e n o c i d i o p l a n i f i c a d o
c i e n t í f i c a m e n t e , la aparición de armas devastadoras, la c o n t a m i n a -
c i ó n d e las aguas y d e l a i r e , las nuevas e n f e r m e d a d e s p r o v o c a d a s o r a
p o r l a escasez, o r a p o r la a b u n d a n c i a , la a m e n a z a d e e x t i n c i ó n d e r e -
cursos n a t u r a l e s y especies a n i m a l e s y vegetales, la c o n t r a c e p c i ó n c o n
e l a u m e n t o d e la p o s i b i l i d a d d e u n a v i d a s e x u a l n o r e g u l a d a n i p o r l a
esperanza n i p o r el t e m o r á la r e p r o d u c c i ó n , la explosión d e m o g r á -
fica, e l riesgo a t e r r a d o r q u e i m p l i c a c u a l q u i e r " i n g e n i e r í a g e n é t i c a "
que corrija el g e n o m a h u m a n o , el a u m e n t o b r u t a l e n la desigualdad
de la distribución de la riqueza, el d e s a r r o l l o de u n a m e m o r i a univer-
sal y u n i v e r s a l m e r i t e a s e q u i b l e q u e p o d r í a a c a b a r e n u n m o n o p o l i o
corporativo de la información, el alcance m u n d i a l de medios de d i f u -
s i ó n d e masas q u e t i e n d e n a u n i f o r m a r l a a t e n c i ó n y l a c o n c i e n c i a , l a
i n v e n c i ó n d e sustancias q u í m i c a s q u e p u e d e n a c t u a r c o m o f á r m a c o s ,
es d e c i r , c o m o m e d i c i n a s y c o m o v e n e n o s , p o r l o c u a l t e n e m o s t a n t o s
m o t i v o s p a r a f e l i c i t a r n o s c o m o p a r a d e p l o r a r e l avance d e l a q u í m i c a ,
el r e c h a z o d e l p e n s a m i e n t o filo-sófico e n n o m b r e d e l c á l c u l o i n f o r -
m á t i c o c o n d e s d é n d e t o d o l o q u e n o es " d a t o " c a p a z d e a l i m e n t a r
 lO I N T R O D U C C I Ó N

a las o m n i p r e s e n t e s y o m n i s c i e n t e s c o m p u t a d o r a s , e l o l v i d o d e l a d i -
mensión metafórica del lenguaje e n beneficio de la p u r a denotación
( n e o l e n g u a o r w e l l i a n a ) , l a m a n i p u l a c i ó n d e las m a y o r í a s e n n o m b r e
de la democracia e n pantalla y c o m o pantalla de la d o m i n a c i ó n , el
a u m e n t o d e l a d i s c r i m i n a c i ó n c o m o p r o t e c c i ó n d e las "sociedades
avanzadas", las nuevas f o r m a s — m u c h a s veces d e g r a d a d a s — d e l a r t e ,
l a e x p o s i c i ó n a l p e l i g r o d e l a e n e r g í a n u c l e a r i n c l u s o c u a n d o sus
usos s o n " p a c í f i c o s " . E n síntesis, q u e e l s i s t e m a d e p r o d u c c i ó n n o es
c o m p a t i b l e c o n el p r i n c i p i o d e l p l a c e r s i n o c o n e l goce e n sus f o r m a s
m á s devastadoras q u e se s o s t i e n e n e n e l r e f o r z a m i e n t o t i r á n i c o d e l
superyó.
E l d e s a r r o l l o t é c n i c o l l e g a a h o r a a eso q u e , s e g ú n p o d r e m o s cons-
tatar, es u n d i s c u r s o c o n t r a r i o a l psicoanálisis y a l a l u c i d e z f r e u d i a n a ,
u n d i s c u r s o P S T , "peste" o " p o s t " , v i s l u m b r a d o p o r L a c a n . L o r e l a c i o -
n a m o s c o n e l pasaje d e las sociedades d i s c i p l i n a r i a s d e F o u c a u l t a las
sociedades d e c o n t r o l o r g a n i z a d a s p o r los recursos t e c n o l ó g i c o s q u e
supo d e n u n c i a r Deleuze y que hace necesario, h o y más q u e n u n c a , u n
" r e t o m o a F r e u d " , es decir, a l a e s c u c h a d e esa voz q u e resiste a l a m o , la
d e l i n c o n s c i e n t e . E l d i s c u r s o d e l p s i c o a n a l i s t a h a s i d o y sigue s i e n d o " e l
revés d e l discurso d e l a m o " . E l a m o c a m b i a de rostro, de n o m b r e y de
h e r r a m i e n t a s a l tiempo q u e m u l t i p l i c a sus prótesis. E l i n c o n s c i e n t e n o ,
p u e s su e s e n c i a es l a resistencia y l a b ú s q u e d a d e c a m i n o s p a r a s u p e r a r
l a c e n s u r a . Es así q u e " e l i n c o n s c i e n t e es l a p o l í t i c a " ( " L ' i n c o n s c i e n t
c'est l a p o l i t i q u e " ; L a c a n , 10 d e m a y o d e 1967) y p o r e l l o , p o r " e l m a -
lestar e n l a c u l t u r a " , p o r e l g o c e q u e se i n f i l t r a y o b t u r a los c a m i n o s d e l
deseo y a l deseo m i s m o , es q u e e l s í n t o m a tiene s i e m p r e u n alcance p o -
lítico, " b i o p o l í t í c o " d i r í a m o s a l u d i e n d o a F o u c a u l t , ese p e n s a d o r q u e
d i o e n el c l a v o s i n d e c i d i r s e a l l a m a r a l clavo p o r su n o m b r e : " g o c e " , a l
q u e c o n f u n d í a p e n s a n d o q u e se t r a t a b a d e l "uso d e los placeres".
A estas a l t u r a s d e l s i g l o x x i F r e u d p o d r í a c o m p r o b a r q u e el " m e -
j o r " c a m i n o q u e él v i s l u m b r a b a p a r a e l h o m b r e e s t á t a n e r i z a d o d e
peligros c o m o el "peor" que h u b i e r a p o d i d o i m a g i n a r y que, sin e m -
b a r g o , e l m o v i m i e n t o d e l avance t é c n i c o es a v a s a l l a d o r e i m p o s i b l e
d e d e t e n e r y m u c h o m e n o s s e r í a p o s i b l e v o l v e r atrás e n l a h i s t o r i a
h a c i a u n p a s a d o q u e p o r m i l m o t i v o s d e b í a desvanecerse. ¿ Q u é q u e -
d a e n t o n c e s ? O í r a l i n c o n s c i e n t e , es d e c i r , d a r paso a l d i s c u r s o d e su
sujeto. L a p a l a b r a e n l i b e r t a d y éxtrafia al cálculo, surgida d e y e n la
transferencia, la palabra que r e d i m e y que p u e d e crecer e n m e d i o
I N T R O D U C C I Ó N

d e l p e l i g r o m o r t a l q u e le a c e c h a e n n u e s t r o s tiempos. L a p a l a b r a
p o é t i c a e n la q u e p o n í a H ó l d e r l i n sus esperanzas.
P a r a estar e n c o n d i c i o n e s d e e s c u c h a r esa v o z a m o r d a z a d a , se i m -
p o n e , c o m o q u e r í a D e r r i d a p a r a sí m i s m o , ser " t o t a l m e n t e h i s t o r i -
z a n t e " , n o o l v i d a r n u n c a " l a p r o c e d e n c i a h i s t ó r i c a d e t o d o s los c o n -
ceptos q u e u t i l i z a m o s así c o m o d e n u e s t r o s gestos". Es p o r eso q u e
conviene repetir: " M e j o r pues q u e r e n u n c i e q i ü e n n o p u e d a u n i r su
h o r i z o n t e a l a s u b j e t i v i d a d d e su é p o c a " .
T o d o el m u n d o se c o m p l a c e e n c i t a r y r e c i t a r esta frase d e L a c a n
d e 1953. P e r o ¿ s a b e m o s c u á l es esa s u b j e t i v i d a d , p a r t i c u l a r m e n t e e n
n u e s t r a é p o c a pues n o p o d r í a m o s " r e n u n c i a r " a n i n g u n a otra? ¿Es
" u n a " esa subjetividad? ¿ T i e n e " l a é p o c a " u n a s u b j e t i v i d a d ? ¿ Q u é clase
d e sujeto ( g r a m a t i c a l ) es " l a é p o c a " p a r a t e n e r ese a t r i b u t o — s u p u e s -
t a m e n t e filosófico, ya q u e n o p o d r í a ser p s i c o l ó g i c o y m u c h o m e n o s
c u l t u r a l — de la "subjetividad"? ¿ C ó m o u n i r n u e s t r o h o r i z o n t e a u n a
s u b j e t i v i d a d epocal? ¿Hay u n a s u b j e t i v i d a d d i f e r e n t e e n c a d a é p o c a y
p o r l o t a n t o c a b r í a c o n c e b i r a la s u b j e t i v i d a d c o m o u n p r o d u c t o histó-
rico? ¿A q u é t e n d r í a m o s q u e r e n u n c i a r , a l psicoanálisis? Así l o s u g i e r e
l a i n t i m a c i ó n r e t ó r i c a d e la p r e g u n t a q u e sigue: " ¿ C ó m o p o d r í a h a c e r
d e su ser el eje d e tantas vidas a q u e l q u e n o supiese n a d a d e la d i a l é c -
t i c a q u e l o lanza c o n esas vidas e n u n m o v i m i e n t o s i m b ó l i c o ? " Estamos
lanzados c o n "esas vidas" — ¿ l a s d e q u i é n e s ? — e n u n m o v i m i e n t o q u e
nos r e t i n é a u n q u e , a l a vez, y desde el p á r r a f o a n t e r i o r d e l m i s m o ar-
t í c u l o , se nos i m p o n e atravesar " u n a l a r g a ascesis s u b j e t i v a q u e n u n c a
sea i n t e r r u m p i d a " p a r a l l e g a r a ser e l eje d e todas esas vidas.
D e s d e 2 0 0 4 (cursos p u b j i c a d o s e n I n t e r n e t ) v e n g o i n s i s t i e n d o e n
q u e h a y u n a i n q u i e t a n t e a n a l o g í a e n t r e e l n u e v o " d i s c u r s o d e los
m e r c a d o s " q u e se e x p r e s a e n las " s o c i e d a d e s d e c o n t r o l " y e l d i s c u r s o
d e l psicoanálisis p u e s e n a m b o s e l l u g a r d e a g e n t e es o c u p a d o p o r
e l s e m b l a n t e d e l o b j e t o @. E n e l p r i m e r caso s o n los " s e r v o m e c a -
n i s m o s " , estos i n q u i e t a n t e s o b j e t o s s i e m p r e e n vías d e ser o b s o l e t o s
q u e se v e n d e n a los h a b i t a n t e s d e l m u n d o q u e q u i e r e n estar a l d í a ,
c h i r i m b o l o s a los q u e L a c a n l l a m ó lathouses. E n e l s e g u n d o caso e l
a g e n t e es esa f o r m a d e s e m b l a n t e d e l o b j e t o q u e e n c a r n a e l p s i c o a n a -
lista c u a n d o se d i r i g e a l sryeto a t a r a n t a d o p o r esos m i s m o s a p a r a t o s .
A l o l a r g o d e m i s cursos d e 2 0 0 4 a 2 0 0 6 a b o r d é esa a n a l o g í a , e x p u s e
las d i f e r e n c i a s e n t r e a m b o s y m o s t r é q u e , c o m p a r t i e n d o u n a f ó r m u l a
e s t r u c t u r a l , e r a n e n t r e sí e x c l u y e n t e s . O b s e r v é y p u b l i q u é e n d i s t i n t a s
 I N T R O D U C C I Ó N

o p o r t u n i d a d e s la s u c e s i ó n d e tres f o r m a s h i s t ó r i c a s d e l d i s c u r s o d e l
a m o ( c l á s i c o , c a p i t a l i s t a y " d e los mercados")*'^ y c o m o c o r r e s p o n d í a n
a las s o c i e d a d e s d e s o b e r a n í a , d i s c i p l i n a r i a s y d e l c o n t r o l .
S i n a b a n d o n a r e l t e m a , los a ñ o s 2 0 0 7 a 2009 e s t u v i e r o n d e d i c a d o s
a e s t u d i a r e l t e m a d e la m e m o r i a e n p s i c o a n á l i s i s y a b u n d a r o n las
r e f e r e n c i a s a las nuevas f o r m a s d e a l m a c e n a r l a m e m o r i a m e d i a n t e
servomecanismos cibernéticos y el i n t e n t o de e x c l u i r la c o n c e p c i ó n
f r e u d i a n a d e l t e m a c u y a p i e d r a basal es e l c o n c e p t o d e r e p r e s i ó n . D e
allí s a l i e r o n d o s l i b r o s q u e f u e r o n p u b l i c a d o s p r i m e r o éri e s p a ñ o l y
l u e g o t r a d u c i d o s ál f r a n c é s y a l i n g l é s y u n t e r c e r o q u e e s p e r a é l m o -
m e n t o d e su a p a r i c i ó n .
E n 2010 y 2011 volví a l t e m a d e los " s e r v o m e c a n i s m o s " , e n c o n t r é u n a
c o n v e r g e n c i a p e r o t a m b i é n u n a c o n f u s i ó n c o n e l c o n c e p t o d e "disposi-
t i v o " y p u d e p o n e r e n c o n t a c t o estos c o n c e p t o s c o n el Gestell (dispositi-
vo) d e H e i d e g g e r , c o n los "aparatos i d e o l ó g i c o s " d e A l t h u s s e r y c o n los
c u a t r o discursos p r o c l a m a d o s p o r L a c a n a los q u e a g r e g ó , d e r e p e n t e y
e n a l g ú n m o m e n t o , el i n e s p e r a d o " d i s c u r s o d e l capitalista". D e este re-
c o r r i d o p u e d e seguirse la t r a y e c t o r i a e n las actas d e las clases q u e se dic-
t a r o n e n l a U N A M y se t r a n s c r i b i e r o n e n <\\'ww.nestorbraunstein.com>.
E l m á s r e c i e n t e s e m e s t r e d e los cursos e n la F a c u l t a d d e F i l o s o f í a
y Letras ( p r i m e r o d e l a ñ o 2011) tuvo c o m o t e m a " L a técnica, el i n -
consciente y el t i e m p o " . E n él, c o n la ayuda i n v a l o r a b l e de u n públi-
co a t e n t o , crítico y e n t r e g a d o a apasionantes discusiones, p u d e d a r
u n a f o r m a p r o v i s i o n a l m e n t e d e f i n i t i v a a estos a ñ o s d e r e f l e x i ó n e n l a
q u e t a n t o s colegas, a m i g o s y c o m p a ñ e r o s i n t e r v i n i e r o n y a y u d a r o n ,
e n l a q u e t a n t o s a u t o r e s f u e r o n revisados y c i t a d o s , e n la q u e t a n t o s
obstáculos h u b o que r e m o v e r para sostener la m a r c h a d e l m o t o r de
estas e l a b o r a c i o n e s : e l d i s c u r s o d e l p s i c o a n á l i s i s .
D e e n t r e c i e n t o s d e p e r s o n a s q u e p a r t i c i p a r o n e n esta o b r a q u e n o
es p e r s o n a l s i n o e f e c t o d e u n a c o l e c t i v i d a d d e estudiosos, t o d o s los
cuales s a b e n d e m i a g r a d e c i m i e n t o , h a y u n n o m b r e q u e q u i e r o des-
t a c a r y a l q u e q u i e r o d e d i c a r estas p á g i n a s : V í c t o r C a s t r o San t i l l a n ,
a b a t i d o p o r la b a r b a r i e , e j e m p l o s u p r e m o y s u b l i m e d e l e s t u d i a n t e
mexicano.
Cuernavaca y Aíéxico, D, F., junio de 2011

^ " L o s mercados", e n plural, pues existen el mercado de la p r o d u c c i ó n y el consu-

mo de m e r c a n c í a s , el financiero, el del trabajo y el de las conciencias y la memoria.
Sería más fácil, aunque menos exacto, decir "discurso del mercado".
PRIMERA PARTE

L A H I S T O R I A H U M A N A ES L A H I S T O R I A D E L A ( S )
T É C N I C A (S)
1. E L RELOJ, H E C H O D E P A L A B R A S .
DISPOSITIVOS Y SERVOMECANISMOS

Comenzaré con una anécdota personal referida a u n antiguo -—qui-

zás d e b e r í a d e c i r " a l g u i e n q u e f u e " — a m i g o . L a a m i s t a d i m p l i c a u n a
e x p e c t a t i v a o p r o m e s a d e r e c i p r o c i d a d p e r o , e n e l caso d e l q u e h a -
b l a r é , t e n g o d u d a s s o b r e su c o n d i c i ó n d e a m i g o a p a r t i r d e e x p r e -
siones i n s ó l i t a m e n t e h o s t i l e s q u e l e e s c u c h é d e c i r e n f e c h a r e c i e n t e .
L a " r a z ó n " d e s u e n c o n o e r a u n a frase q u e m e o y ó p r o n u n c i a r h a c e
t r e i n t a a ñ o s y q u e , es e v i d e n t e , s i g u e a r d i e n d o e n é l c o m o u n f o g o s o
tizón p e r s o n a l d e l q u e n o consigue recuperarse o d e l q u e goza c o n
r e c ó n d i t a f r u i c i ó n . D i r é , p a r a c a r a c t e r i z a r l o e n l o i n t e l e c t u a l , q u e se
trata de u n científico r e c o n o c i d o y p r e m i a d o al q u e desde hace m u -
chos, m u c h o s , años he descrito, reconozco que c o n más e x a c t i t u d
q u e c a r i d a d , c o m o " f u n d a m e n t a l i s t a c i e n t í f i c o " . Esta a t r i b u c i ó n , s i n
e m b a r g o , n o h i z o q u e dejase d e t r a t a r l o c o m o a m i g o p o r sus gestos,
p o r su s i n c e r a s o l i d a r i d a d e n m o m e n t o s d i f í c i l e s , p o r su i n t e l i g e n c i a
e n los a s u n t o s e n los q u e es e x p e r t o , p o r l a h u m o r í s t i c a o r i g i n a l i d a d
d e su l e n g u a j e y p o r o t r a s n o m e n o s a p r e c i a b l e s v i r t u d e s . A l i g u a l q u e
m e sucedía c o n él, n o m e he p r i v a d o de la amistad de otros especí-
m e n e s d e f u n d a m e n t a l i s t a s c o n los q u e t a m p o c o c o i n c i d o ; r e l i g i o s o s ,
p o l í t i c o s , m o r a l i s t a s y t a m b i é n , p o r s u p u e s t o , psicoanalistas q u e s o n
m i s colegas. S é q u e l a exji)resión " f u n d a m e n t a l i s t a c i e n t í f i c o " p a r e c e
e x t r a v a g a n t e y es b i z a r r a t a n t o si se p i e n s a esta p a l a b r a e n su s e n t i d o
e n n u e s t r a l e n g u a c o m o si se l a t r a d u c e d e s d e e l f r a n c é s o e l i n g l é s .
R e c u r r o a ese r a r o s i n t a g m a ( q u e p a r e c e o x í m o r o n y o p c i ó n e x c l u -
y e n t e : o f u n d a m e n t a l i s t a o c i e n t í f i c o ; n o las d o s cosas a l a vez) p a r a ca-
l i f i c a r l a p o s t u r a d e este y d e m u c h o s i n v e s t i g a d o r e s q u e s ó l o e n c u e n -
tran " v e r d a d " o validez e n l o establecido p o r la ciencia positiva. Ellos,
h a c i e n d o g a l a d e u n a a l t a n e r a a r r o g a n c i a , se p e r m i t e n d e s p r e c i a r y
a g r a v i a r c o n los e p í t e t o s m á s v i o l e n t o s a t o d o s los q u e n o c o m p a r t e n
s u c a t e c i s m o : f u n d a m e n t a l i s t a s s o n los q u e n o c o n c u e r d a n c o n e l l o s .
S o n — p o s i b l e m e n t e t o d o s c o n o c e m o s a a l g u i e n a s í — esos f a n á t i c o s
d e l saber e x p e r i m e n t a l " d e m o s t r a d o " q u e d e s d e ñ a n p o r " r e t r ó g r a -

[15]
i6 DISPOSITIVOS Y S E R V O M E C A N I S M O S

dos" a quienes piensan q u e hay razones q u e la razón desconoce y n o

c o n d e s c i e n d e n a las sutilezas d e l a filosofía d i a l é c t i c a a la q u e l l a m a n
" o s c u r a " p o r q u e e n e l l a la " r e a l i d a d " e m p í r i c a se p r e s e n t a c o m o sos-
p e c h o s a y c o n t r a d i c t o r i a . P a r a los m i e m b r o s d e esta especie n o h a y
p e c a d o m a y o r q u e d u d a r d e l a " r e a l i d a d " , d e "las cosas c o m o s o n " . E l
suyo es u n i l u m i n i s m o a p a s i o n a d o . S o n p a r t i d a r i o s a p a s i o n a d o s d e
la ftmción d e n o t a t i v a d e las p a l a b r a s y se i r r i t a n c u a n d o se les h a c e n
n o t a r las c o n n o t a c i o n e s o los v a l o r e s m e t a f ó r i c o s d e los s i g n i f i c a n t e s .
G u s t a n c i t a r a u n F r e u d q u e h a b r í a d i c h o q u e " u n c i g a r r o es t a m b i é n
u n c i g a r r o " . ( N o se les p i d a q u e d i g a n d ó n d e o c u á n d o F r e u d d i j o
eso.)
E n a q u e l l a o p o r t u n i d a d , l e j a n a ya, a c o m i e n z o s d e los o c h e n t a ,
este B o u r n i s i e n ( ¿ q u i é n q u e leyó l a n o v e l a n o se a c u e r d a d e l f a r m a -
c é u t i c o a t e o q u e se e x t e n u a b a d a n d o a r g u m e n t o s " c i e n t í f i c o s " c o n t r a
H o m a i s , e l c u r a d e l p u e b l o , e n Madame Bovary?), este s a c e r d o t e d e
b a t a b l a n c a , m e o y ó d e c i r u n a frase i n s p i r a d a p o r l a e p i s t e m o l o g í a d e
B a c h e l a r d , ^ a u n q u e n u n c a fuese p r o n u n c i a d a e x a c t a m e n t e así p o r e l
v i e j o G a s t ó n ( 1 8 8 4 - 1 9 6 2 ) . L a frase e n c u e s t i ó n e r a m u y s i m p l e y p a r a
m í e v i d e n t e : " U n r e l o j está h e c h o d e p a l a b r a s " (¿es instrumenls ne sont
que des théoñes materialisées). N o sé si a t o d o s esa c o n t u n d e n t e a f i r m a -
c i ó n les p r o d u c e u n a m o l e s t i a s e m e j a n t e a l a s u f r i d a p o r m i a m i g o
— d e cualquier m o d o n o p o r ello dejaremos de i n t e r c a m b i a r o p i n i o -
nes e n la m e d i d a e n q u e m e l o p e r m i t a n — . M i q u e r i d o f u n d a m e n -
talista m i r ó la m u ñ e c a d e s u , a n t e b r a z o i z q u i e r d o y n o p u d o v e r e n
e l l a o t r a cosa q u e u n o b j e t o m e t á l i c o q u e t e n í a i n s c r i t o s — d e b í a m o s
r e c o n o c e r l o t a n t o él c o m o y p — u n a c a n t i d a d de n ú m e r o s r o m a n o s
( n o h a b í a relojes d i g i t a l e s e n esa é p o c a ) . E l i n v e s t i g a d o r , sensualista
i m p e n i t e n t e c o m o s i e m p r e l o f u e , e r a i n c a p a z d e p e r c i b i r e n ese o b -

' Naturellement, des q u ' o n passe de Tobservation á r e x p é r i m e n t a d o n , le ca-

r a c t é r e p o l é m i q u c de la conn^issance devient plus net e n c o r é . AJors il faut que le
p h é n o m é n e soit trié, filtré, é p u r é , coulé dans le moule des instruments, produit
sur le plan des instruments. O r les instruments ne sont que des théories materiali-
sées. II e n sort des p h é n o m é n e s qui portent de toutes parís la marque t h é o r i q u e "
(Gastón Bacheiard, Le nouvelesprit scientifique [1934], París, P U F , 1968, 10a. ed., p. 16).
Traduzco: "Naturalmente, desde que se pasa de la observación a la e x p e r i m e n t a c i ó n ,
el c a r á c t e r p o l é m i c o del conocimiento se hace a u n más nítido. E s necesario entonces
que el f e n ó m e n o sea cribado, filtrado, depurado, volcado e n el molde de los instru-
mentos, producido e n el plano de los instrumentos. Pero los instrumentos no son sino
teorías materializadas. Surgen de allí f e n ó m e n o s que llevan por todas partes la marca
teórica".
DISPOSITIVOS Y S E R V O M E C A N I S M O S
17

j e t o q u e m i r a b a c o n i n s i s t e n c i a o t r a cosa q u e l a sustancia r u d a y d u r a ,
a r d u a y u r d i d a p o r l a i n d u s t r i a . Se e x a s p e r a b a a l o í r m e d e c i r q u e esa
"cosa" n o e r a s i n o " r a z ó n m a t e r i a l i z a d a " y q u e ese c a c h o d e m e t a l ,
c o m o e n t o n c e s le d i j e , e r a " m a t e r i a r a c i o n a l i z a d a " , o r g a n i z a d a p o r
e l l e n g u a j e . Yo q u i s e a r g ü i r e n sus p r o p i o s t é r m i n o s : si " v e l o c i d a d es
i g u a l a e s p a c i o s o b r e t i e m p o " , v i n móvil c u a l q u i e r a , d i g a m o s p a r a e l
caso las agujas d e l s u s o d i c h o a p a r a t i t o , q u e r e c o r r e espacios i g u a l e s
e n lapsos iguales es u n " r e l o j " , es d e c i r u n i n s t r u m e n t o p a r a m e d i r e l
t i e m p o . L a r a z ó n c i e n t í ñ c a o r g a n i z a a ciertas sustancias i n o r g á n i c a s ,
las s o m e t e a su i m p e r i o , las i n t r o d u c e e n e l i m p e r i o d e l c á l c u l o y así
las p a l a b r a s d e l p e n s a m i e n t o c i e n t í f i c o p u e d e n d e v e n i r e n u t e n s i l i o s ,
e n h e r r a m i e n t a s , q u e sirven a sus u s u a r i o s . S o n a d e m á s , y eso t a m p o -
c o p u e d e verse e n e l c u a d r a n t e d e u n r e l o j , mercancías, c u y o s e c r e t o y
m i s t e r i o es, p o r u n l a d o , la e x t r a c c i ó n d e plusvalía y, p o r o t r o , u n p l u s
d e g o z a r a d s c r i t o y a d h e r i d o a l c u e r p o , a la m u ñ e c a i z q u i e r d a y a l o j o
d e l u s u a r i o . E l m e c a n i s m o d e l r e l o j es s i e r v o d e nuestras i n t e n c i o n e s
y a s í n o s e n c o n t r a m o s presentes, c o i n c i d i e n d o t o d o s a l a m i s m a h o r a ,
p a r a e s c u c h a r u n a c o n f e r e n c i a o asistir a u n c o n c i e r t o . T o d o s c o n -
c e r t a d o s p o r los s i g n i f i c a n t e s sociales, l o s d e l O t r o , e n c a r n a d o s e n
u n mecanismo que funciona con "exactitud". ¿Quién puede dividir y
m a t e m a t i z a r e l t i e m p o , q u i é n p u e d e h a c e r l o s i n significantes? ¿ Q u é
es e l t i e m p o c r o n o l ó g i c o m i s m o s i n o u n e f e c t o d e la p a l a b r a q u e i n -
t r o d u c e d i s c o n t i n u i d a d e s e n el flujo i n a n i m a d o d e l t i e m p o c ó s m i c o ?
NTo s ó l o e r a B a c h e i a r d m i f u e n t e d e i n s p i r a c i ó n e n a q u e l ya leja-
n o e n c u e n t r o c o n m i " a m i g o " . T e n í a fresca t a m b i é n l a l e c t u r a d e l
s e m i n a r i o I I d e Lacan^ (19^4-1955) q u e a c a b a b a d e a p a r e c e r e n f r a n -
c é s ( c o n m á s d e v e i n t e a ñ o s d e a t r a s o ) . E n esas p á g i n a s e x p l i c a b a
n u e s t r o m a e s t r o e n p s i c o a n á l i s i s q u e u n r e l o j n o es l o q u e c u a l q u i e r a
p i e n s a , q u e n o es l o c o n t r a r i o n i t a m p o c o u n s i m u l a c r o d e l o v i v i e n t e ,
u n s i m p l e a r t i f i c i o o a r t e f a c t o c o m o p o d r í a n serlo l a silla o l a m e s a u
o t r o s o b j e t o s q u e se a c o m o d a n a n u e s t r o c u e r p o y p a r e c e n e x t e n s i o -
nes d e él ( c i t . , p . 9 4 ) . Las m á q u i n a s s o n a l g o d i s t i n t o p u e s e n c a r n a n
la a c t i v i d a d s i m b ó l i c a m á s r a d i c a l d e q u e e l h o m b r e es capaz. M i frase
r e l o j e r a p a r e c í a v e n i r d e ese s e m i n a r i o : "Las m á q u i n a s m á s c o m p l i -
cadas n o e s t á n h e c h a s s i n o d e p a l a b r a s " ( c i t . , p . 6 3 ) . A g r e g a b a L a c a n

^ J . L a c a n , Seminarios del 12 de enero y del 22 de j u n i o de 1955. Le Séminaire. Livre

IL Le moi dans la théorie de Freud et dans la technique de la psychanalse-, París, Seuil, 1978,
pp. 94 y 343.
i8 DISPOSITIVOS Y SERVOMECANISMOS

— e n u n a r e f l e x i ó n q u e a r t i c u l a b a su p e n s a m i e n t o s o b r e la t é c n i c a
c o n el d e D e s c a r t e s — q u e el filósofo d e l cogito b u s c a b a e n e l h o m b r e ,
p r e c i s a m e n t e , a l e n g r a n a j e , eso q u e f u n c i o n a b a c o m o u n r e l o j . E l
m e c a n i s m o q u e a c t ú a c o m o u n a u t ó m a t a , q u e m a r c h a s o l o , q u e se
a u t o r r e g u l a , n o es l o i n h u m a n o s i n o l o m á s e s p e c í f i c a m e n t e p r o p i o
d e l h o m b r e . Se p r e g u n t a b a : " ¿ E n q u é s o m o s , e n t a n t o q u e h o m b r e s ,
p a r i e n t e s d e l a m á q u i n a ? " ( c i t . , p . 45) N a d i e a n t e s d e Descartes h a b í a
p e n s a d o o d i c h o q u e n u e s t r o s c u e r p o s s o n homeóstatos, u n a hipótesis
a n t i c i p a d o r a d e esa t e o r í a d e sistemas q u e t o m a r í a v u e l o e n l a d é c a d a
d e 1970.. L a b i o l o g í a p u e d e y d e b e e n t e n d e r s e c o n r e l a c i ó n a los p r o -
cesos mecánicos d e a u t o r r e g u l a c i ó n (feed-back) y la b i o l o g í a r e q u e r i d a
p o r F r e u d e n los p r i n c i p i o s d e su acti\'idad t e ó r i c a n o d e r i v a b a d e
n i n g u n a hipótesis especulativa sobre la vida sino de la aplicación de
las leyes d e l a t e r m o d i n á m i c a , d e u n sistema d e e c u a c i o n e s d e e n e r -
gía q u e s ó l o b u s c a b a y e n c o n t r a b a su f u n d a m e n t o e n la m a t e m á t i c a ,
en el desplazamiento de cantidades de excitación. Para F r e u d , en
u n a p r o v o c a c i ó n e q u i v a l e n t e a l a q u e s a c u d i ó a " m i a m i g o " , " e l cere-
b r o es u n a m á q u i n a d e s o ñ a r " ( L a c a n , c i t . , p . 9 6 ) s i n q u e p o r e l l o los
r e s u l t a d o s sean c a l c u l a b l e s o p r e d e c i b l e s . P o r esa i n c o m p a t i b l i d a d
se sostiene la d i s c r e p a n c i a e n t r e las n e u r o c i e n c i a s y el p s i c o a n á l i s i s .
E l e s p a c i o y el t i e m p o d e las r e l a c i o n e s d e l s u j e t o , l a transferencia,
c o n c e p t o y h e r r a m i e n t a t é c n i c a , sí, t é c n i c a , f u n d a m e n t a l d e l p s i c o a -
nálisis escapa y p o r d e f i n i c i ó n e s c a p a r á s i e m p r e a l sistema b i n a r i o d e
c e r o s y u n o s , a l a a l t e r n a n c i a d e u n a c o r r i e n t e q u e pasa o n o pasa a
través d e u n switch i n t e r r u p t o r . L a t r a n s f e r e n c i a — n o se l o v a y a n a d e -
c i r a m i a m i g o — es e l espacip d o n d e a c t ú a n los fantasmas (fantasías)
q u e s o n i r r e d u c t i b l e s al c á l c u l o . V o l v e r e m o s s o b r e e l l o .
Así, e l r e l o j es u n p r o d u c t o d e l a t é c n i c a , i m m e c a n i s m o q u e n o s
sirve y n o s d o t a d e u n s e n t i d o e x a c t o d e l pasar d e l t i e m p o , m á s allá
d e nuestras i m p r e c i s i o n e s subjetivas. D e a h í e n m á s es u n servomeca-
nismo, y m e d i s p o n g o — e s t o y dispuesto — a c e p t o , e l dispositivo d e u n a
e x p o s i c i ó n escrita q u e m e i m p o n e o r g a n i z a r m i s p a l a b r a s d e m o d o
q u e r e s p o n d a n positivamente al dispositivo q u e p i d e c o n g r u e n c i a
e n t r e e l n o m b r e d e l o b j e t o - l i b r o , s u t í t u l o , su g é n e r o , e l ensayo y
su c o n t e n i d o , a c e n t r a r m e e n t o r n o a la r e l a c i ó n e n t r e los " s e r v o -
m e c a n i s m o s " , t e m a d e m i d i s c u r s o y los " d i s p o s i t i v o s " p e n s a n d o
q u e , e n p r i n c i p i o , a esta p a l a b r a l a t e n d r e m o s q u e i n t e r r o g a r c o n
u n propósito analítico, usarla c o n cautela y acabar p o r i n c l u i r l a e n
DISPOSITIVOS Y SERVOMECANISMOS
19

u n " d i s c u r s o " . L a p a l a b r a " d i s - p o n e r " , s i n e m b a r g o , se n o s p r e s e n t a

c o m o evidente y unívoca, p e r o h a b r á de des-com-ponerse e n el pre-
fijo "dis" ("prefijo que significa negación o contrariedad, separación
o distinción" — s e g ú n el D R A E —) y el v e r b o " p o n e r " : " d i s p o n e r " y
t o d o s sus d e r i v a d o s , pues, b i e n p o d r í a n i n d i c a r l o c o n t r a r i o d e l o q u e
p r e t e n d o t r a n s m i t i r . Si " d i s - p o n g o " d e c i e r t a m a n e r a a las p a l a b r a s e n
l a fi'ase ( " u n r e l o j está h e c h o d e p a l a b r a s " ) p u e d o i n - d i s p o n e r a m i
a u d i t o r i o o a mis lectores, i r r i t a d o s p o r u n a supuesta "audacia". Pro-
p o n e r , d i s p o n e r , c o m p o n e r , r e p o n e r , s t i p o n e r . S i e m p r e p o n e r , insta-
lar, poser, mettre, put, síellen, setzen. P o n e r e n escena, d i s p o n e r s o b r e l a
escena y e l espacio de las p á g i n a s o d e l t i e m p o a d j u d i c a d o , u n c o m -
puesto d e palabras encadenadas tendientes a evocar u n s e n t i d o q u e
p u e d e c o n t r a p o n e r s e , c o n t r a - p o s i t i v a m e n t e , a los s e n t i d o s s u p u e s t o s ,
s u p o s i t i v o s . E s t a m o s "dis-puestos", " p r e - d i s p u e s t o s " a r e - c o m - p o n e r
el s e n t i d o d e l d i s p o s i t i v o ( e n H e i d e g g e r se l l a m a r á Gestell) o d e los
d i s p o s i t i v o s ( e n F o u c a u l t , D e l e u z e : dispositifs) y a s e p a r a r d e e l l o s , evi-
tando la conftisión i n t r o d u c i d a e n el tema p o r o t r o autor, A g a m b e n ,
a los o b j e t o s d e los q u e n o s s e r v i m o s : los s e r v o m e c a n i s m o s . Esa se-
p a r a c i ó n c o n c e p t u a l es n u e s t r a p r i m e r a t a r e a . E n r e s u m e n , m e c r e o
e n c o n d i c i o n e s d e d e m o s t r a r esta p r o - p o s i c i ó n : un dispositivo no es un
servomecanismo. Es o t r a cosa, m á s a m p l i a , y, a su vez, s ó l o se e n t i e n d e
e n el s e n o d e u n d i s c u r s o .
Retornemos p o r ahora a nuestros c r o n ó m e t r o s . A d m i t a m o s que
c u a l q u i e r r e l o j c u m p l e c o n los r e q u i s i t o s p a r a ser v i s t o c o m o u n m o -
d e l o m í n i m o y t r i v i a l d e s e r v o m e c a n i s m o , u n o q u e , e n los t i e m p o s
d e F r e u d y d e L a c a n , a d i f e r e n c i a d e h o y e n día, n o t e n í a p r o c e d i -
m i e n t o s de autocorrección. A h o r a b i e n , c o n u n m í n i m o esfuerzo de
la m e m o r i a p o d e m o s r e c o r d a r t a n t o s y t a n t o s p r o g r a m a s d e r a d i o y
televisión e n d o n d e e l c o n d u c t o r , l l e g a d o e l m o m e n t o , d i c e : " L a t i -
r a n í a d e l r e l o j n o s o b l i g a a s u s p e n d e r a h o r a este i n t e r e s a n t e d i á l o g o
q u e h u b i é r a m o s q u e r i d o p r o s e g u i r , etc. ...". E l r e l o j l e sirve 2i\r
p a r a d e c r e t a r e l fin d e l p r o g r a m a , p e r o e n esa c i r c u n s t a n c i a él n o
hace l o q u e q u i e r e sino l o que el r e l o j , razón materializada y m a t e r i a
r a c i o n a l i z a d a , ley d e l tiempo s o c i a l , le i m p o n e . E l , su e n t r e v i s t a d o , e l
p ú b l i c o , los d u e ñ o s d e l a e m p r e s a d e c o m u n i c a c i o n e s , los a n u n c i a -
d o r e s , t o d o s , s o n "siervos" d e l r e l o j a l q u e d e b e n servir. E l r e l o j m a r c a
e l t i e m p o d e nuestras a c c i o n e s y n o s o t r o s l l e v a m o s las m a r c a s q u e é l
n o s i m p o n e c u a n d o p a u t a n u e s t r a e x i s t e n c i a . E l " m e c a n i s m o " se h a
 DISPOSITIVOS Y SERVOMECANISMOS

t r a n s f o r m a d o e n u n " t i r a n o " ; es u n d é s p o t a q u e i m p o n e su r a z ó n a
n u e s t r o s deseos. E l d i s p o s i t i v o d e l p r o g r a m a m e d i á t i c o — e l a n u n c i a -
d o r c o m p r ó u n c i e r t o t i e m p o d e " s a l i r a l a i r e " — d e b e o b e d e c e r a las
ó r d e n e s q u e i m p a r t e e l r e l o j , s o r d o a c u a l q u i e r r e c l a m a c i ó n . ¿Y los
a c t o r e s y espectadores? S o m o s los s e r v o m e c a n i s m o s d e n u e s t r o s apa-
ratos prestadores de "servicios" q u e n o son — r e c o r d e m o s — sino p r o -
d u c t o s i n d u s t r i a l e s , m e r c a n c í a s q u e se c o m e r c i a n , o b j e t o s a los q i i e
h a y q u e c u i d a r r e s p e t a n d o sus n o r m a s d e f u n c i o n a m i e n t o , p r o t e g e r -
los d e l r o b o e v e n t u a l , d a r l e s c u e r d a o p o r t u n a m e n t e o c a m b i a r l e s las
b a t e r í a s c u a n d o se a g o t a n . C o m o d e c í a J u l i o C o r t á z a r e n su " P r e á m -
b u l o a las i n s t r u c c i o n e s p a r a d a r c u e r d a a l r e l o j " ^ e n u n c a p í t u l o q u e
d e b o abreviar p o r razones de espacio:

Piensa en esto: cuando te regalan u n reloj te regalan u n pequeño i n f i e r n o

florido, una cadena de rosas, u n calabozo de aire. [ . . . ] Te regalan — n o lo
saben, lo terrible es que n o lo saben-— u n nuevo pedazo frágil y precario de
ti mismo, algo que es tuyo pero n o es t u cuerpo, que hay que atar a t u cuerpo
con su correa como u n bracito desesperado colgándose de t u muñeca. [ . . . ]
N o te regalan u n reloj, tú eres el regalado, a t i te ofrecen para el cumpleaños
del reloj.

N o nos apresuremos a d e s p e d i r n o s de B a c h e i a r d , n u e s t r o p r i -
m e r f a r o , nuestra p r i m e r a luz, n u e s t r o p r i m e r analista d e l "espíri-
t u c i e n t í f i c o " q u e s u p o o r i e n t a r n o s e n l a selva d e l a e p i s t e m o l o g í a .
"Razón materializada" y "materia racionalizada". ¡Qué bonito, qué
e x a c t o ! ¡ E s t o s f r a n c e s e s , s i e n i p r e c o n esa e l e g a n c i a e n e l d e c i r , ese
r e f i n a m i e n t o , esa e v o c a c i ó n d e l g o c e d e l e n u n c i a d o y e n el e n u n -
c i a d o q u e h a c e p e n s a r e n e l g o c e d e la e n u n c i a c i ó n ! ( A l s u s o d i c h o
a m i g o p a r e c e q u e e l g o c e l e escuece, le i r r i t a . P o c o h a se q u e j a b a
él e n u n a r e u n i ó n d e sabios p o r q u e h a y g e n t e q u e d i c e " g a n s a d a s "
— a s í las l l a m ó — c o m o la d e q u e u n r e l o j e s t á h e c h o d e p a l a b r a s y,
p e o r a u n , q u e hasta h a y i n g e n u o s y p e d a n t e s dispuestos a e s c u c h a r l a s
sin e n f a d a r s e ) . Pues d e l g o c e se t r a t a : los s e r v o m e c a n i s m o s c o m o e l
e m b l e m á t i c o y p a r a d i g m á t i c o r e l o j s o n i n s t r u m e n t o s d e l g o c e , d e la
s e r v i d u m b r e v o l u n t a r i a (y a q u í r e s u m i r é l a r e f e r e n c i a d e t a l l a d a q u e
sin e m b a r g o es n e c e s a r i a y r e q u e r i r í a u n análisis p o r m e n o r i z a d o a l

^ Julio Cortázar, Historias de cronopios y de famas, e n Cuentos completos, vol. 1, Madrid,

Alfaguai-a, 1994, p. 417.
DISPOSITIVOS Y SERVOMECANISMOS

Discurso de la serviduvibre voluntaria e s c r i t o e n 1648, p o r É t i e n n e d e L a

B o é d e , l i m i t á n d o m e t a n s ó l o a u n a c i t a o , si el l e c t o r se d i s - p o n e a
poner-atención, a.dos): L a p r i m e r a :

Apenas puede creerse la facilidad con que el vasallo olvida el d o n de la liber-

tad, su apatía para recobrarla y la naturalidad c o n que se sryeta a la esclavi-
tud, que se diría que no ha p e r d i d o su libertad sino ganado su esclavitud.

Y vaya, a l i n e a d o c o n e l p r i m e r o , e l s e g u n d o e n t r e c o m i l l a d o :

No es tan fácil el pájaro e n dejarse coger p o r la r e d , n i el pez en caer al anzue-

lo como lo es el pueblo en dejarse seducir; maravilla ver cuan p r o n t o se dejan
ir al m e n o r halago que se les dispense. Teatros, juegos, farsas, espectácu-
los, gladiadores, animales extraños, medallas, cuadros, etc., f u e r o n para los
pueblos antiguos los incentivos de la esclavitud, el precio de su libertad, los
instrumentos de la tiranía. Alucinados los pueblos, cebados en pasatiempos
frivolos y hechizados por vanos placeres, se acostumbraron paulatinamente
a ser esclavos con más facilidad y aun peor: c o m o los niños que aprenden a
leer p o r el atractivo de las estampas que contiene el l i b r o .

H a y , s e g ú n la d e n u n c i a d e este teenagerdéi siglo x v i i , i n s t r u m e n t o s

de l a e s c l a v i t u d . Y la s e r v i d u m b r e a los " m e d i o s " ( d i s p o s i t i v o s d e d i -
v e r s i ó n ) n o es a l g o n o v e d o s o . N a d a es m á s h u m a n o q u e l a a s p i r a c i ó n
a e n t r e g a r la l i b e r t a d a cualq^uier " s u j e t o s u p u e s t o saber".
C o m o p u e d e verse, n o n q s a l e j a m o s d e l t e m a d e l o s servomecanis-
mos y d e los dispositivos, a los q u e a g r e g a m o s l a n e c e s a r i a r e f e r e n c i a a
los medios'^ de comunicación de masas c o m o se les l l a m a , s e g ú n L a c a n ,
d e u n m o d o " m á s o m e n o s c o r r e c t o " . L a B o é t i e u b i c a e n la h i s t o r i a
d e los " p u e b l o s a n t i g u o s " esta e s c l a v i t u d a c e p t a d a v o l u n t a r i a m e n t e y
p r o v o c a d a p o r t o d a clase d e e s p e c t á c u l o s . Y n o s o t r o s , los q u e m a n e j a -
mos c o n nuestros disponibles servomecanismos de " c o n t r o l r e m o t o "
los b o t o n e s d e l m u n d o e n t e r o c o m o e s p e c t á c u l o , ¿ q u é p o d r í a m o s
decir d e l goce de la esclavitud mediática y relojera, de la s e i v i d u m -
b r e , la n u e s t r a , a las e x i g e n c i a s d e los m e c a n i s m o s ? ¿ N o s o n ellos l a
e n c a r n a c i ó n de la m a l c o m p r e n d i d a "pulsión de m u e r t e " , m a l c o m -
p r e n d i d a si se le p r e t e n d e b u s c a r u n a r a z ó n b i o l ó g i c a ?
S i g a m o s p e n s a n d o e n los " s e r v o m e c a n i s m o s " , o b j e t o s t é c n i c o s q u e
nos s i r v e n p a r a c o n d u c i r n u e s t r a s vidas e n l a m e d i d a e n q u e o b e -
22 DISPOSITIVOS y SERVOMECANISMOS

d e z c a m o s a su p r o g r a m a c i ó n {pro-grama: l o e s c r i t o d e a n t e m a n o ) . L a
n o c i ó n de "siervo" i m p l i c a desde hace m i l e n i o s que el trabajo pesado
( d e l m ú s c u l o o d e l c á l c u l o ) es d e r i v a d o a las m a n o s o a l c e r e b r o d e
u n esclavo r o b u s t o q t i e t r a b a j a b a j o las c o n s i g n a s d e u n a m o q u e ,
gracias a esta d e l e g a c i ó n d e f u n c i o n e s , n o t i e n e q u e h a c e r o t r a cosa
q u e d a r las ó r d e n e s y j u z g a r d e su c u m p l i m i e n t o . E l c o n t r o l c o n u n o
o v a r i o s d e d o s — a l g o q u e es l i t e r a l m e n t e " d i g i t a l " — d e las f u n c i o n e s
de nuestras c o m p u t a d o r a s , de nuestros córreos y teléfonos, y t a m b i é n
d e l a m e m o r i a u n i v e r s a l c o n c e n t r a d a e n l a r e d n o s sirve c o m o i l u s t r a -
c i ó n o b v i a d e l a s é r v o m e c a n i c i d a d , y e n e l s u s o d i c h o control se i n c l u y e
l a c o r r e c c i ó n a u t o m á t i c a ( o casi) d e los e r r o r e s d e n u e s t r o s d e d o s .
¿Y n o s o n esos d e d o s , a su vez, los s e r v o m e c a n i s m o s d e e s t r u c t u r a s
i n f i n i t a m e n t e m á s p e q u e ñ a s , a u t é n t i c o s microchips, e n c e r i a d o s e n l a
caja c r a n e a n a a los q u e , d e s d e R a m ó n y C a j a l y a u n antes, l l a m a m o s
n e u r o n a s y d e las q u e s u p u e s t a m e n t e c a d a u n o d e n o s o t r o s t i e n e ca-
t o r c e m i l m i l l o n e s — a u n q u e m u c h a s veces d u d o d e q u e y o ó m u c h o s
d e m i s c o n g é n e r e s , e s p e c i a l m e n t e esos q u e g o b i e r n a n , t e n g a m o s t a n -
tas—? Vaya eso c o m o o t r a p r u e b a d e q u e l o p e q u e ñ o g o b i e r n a a l o
g r a n d e y q u e l a n a n o t e c n o l o g í a r e c i b e h o y m á s p o d e r e s q u e las m á -
quinas r u d i m e n t a r i a s d e l pasado. N o p o r n a d a d e c í a Derrida^ p o c o
a n t e s d e m o r i r q u e h a y q u e revisar la e x p r e s i ó n " D i o s es g r a n d e " p u e s
l a o m n i p o t e n c i a p a r e c e r e c l u i r s e e n l o í n f i m o . T a l vez las n a n o t e c n o -
l o g í a s d e n c a b i d a a u n a t e o l o g í a d e l p u n t o , ese p u n t o a p a r t i r d e l c u a l
se p r o d u j o e l e s t a l l i d o q u e los c i e n t í f i c o s l l a m a n G r a n E x p l o s i ó n .
L a c i e n c i a , l a episteme, t r a d i c i o n a l m e n t e h a s i d o vista (y se h a v i s t o
a sí m i s m a ) c o m o g u í a y p r e c u r s o r a d e l a r t e , d e la tekhné. P o r l o m e -
n o s é s t a e r a l a i d e a d e A r i s t ó t e l e s : l a c i e n c i a d e s c u b r e leyes e t e r n a s e
i n m a r c e s i b l e s , las r e l a c i o n e s necesarias d e a q u e l l o q u e n u n c a d e j a d e
e s c r i b i r s e y los h o m b r e s , a r m a d o s c o n e l c o n o c i m i e n t o d e esas leyes,
p r o d u c e n objetos variables, perecederos, c o r r u p t i b l e s , contingentes,
cosas q u e sí d e j a n d e e s c r i b i r s e y usarse, d e s t i n a d o s d e s p u é s d e u n
t i e m p o a l a b a s u r a o, si c o r r e n c o n s u e r t e , a los n e g o c i o s d e a n t i c u a -
r i o s y a los m u s e o s . L a doxa c o n v e n c i o n a l h a p r i v i l e g i a d o s i e m p r e a l
s a b e r m a t e m a t i z a d o , t e ó r i c o , p o r e n c i m a d e l saber hacer, p r á c t i c o ,
t é c n i c o . F^n e f e c t o , l a doxa es ¡vaya p a r a d o j a ! l a g r a n d e f e n s o r a d e l a

^ Jacques D e r r i d a , The Beast and the Sovereign, vol., I. C-hicago, Chicago University
Press. 2009, p. 258.
DISPOSITIVOS Y S E R V O M E C A N I S M O S
23

epistemeen u n a o p i n i ó n p ú b l i c a g o b e r n a d a p o r e l c i e n t i f i c i s m o . Se h a
considerado que la ciencia preside y precede a la eficiencia a u n q u e
p u e d e h a b e r e f i c i e n c i a s i n c i e n c i a ( t a l e l caso d e los a r t e s a n o s ) y c i e n -
c i a s i n e f i c i e n c i a ( c o m o es e l caso, p o r l o c o m ú n , d e los a s t r ó n o m o s ) .
H e m o s d e r e c o n o c e r q u e el p r o p i o p r o g r e s o d e las t é c n i c a s h a v u e l t o
o b s o l e t a esta c ó m o d a y t r a d i c i o n a l d i s t i n c i ó n . H o y e n d í a l a c i e n c i a
sigue e n m u c h a s o p o r t u n i d a d e s y c o n e n t u s i a s m o e l c a m i n o i n d i c a d o
p o r e l p e r f e c c i o n a m i e n t o d e t o d a clase d e i n s t r u m e n t o s q u é l l e g a n
i n c l u s o a p r o d u c i r nuevas e c u a c i o n e s y n u e v a s f o r m a s d e l o r e a l : a l -
t e r a c i o n e s e n l a e s t r u c t u r a d e los á c i d o s n u c l e i c o s y, así, otras f o r m a s
d e v i d a , c r e a c i ó n d e a m b i e n t e s d o n d e n o t i e n e n v a l i d e z ciertas le-
yes físicas, s o l u c i o n e s salidas d e las c o m b i n a t o r i a s c i b e r n é t i c a s p a r a
t e o r e m a s c e n t e n a r i o s q u e los g e ó m e t r a s n u n c a p u d i e r o n d i l u c i d a r .
L a t é c n i c a n o és ya l a sierva d e l a c i e n c i a s i n o q u e c o n f r e c u e n c i a
l a r e l a c i ó n se i n v i e r t e y s u c e d e l o c o n t r a r i o . " * L o s s e r v o m e c a n i s m o s
p u e d e n o r g a n i z a r a l a r a z ó n e i n c l u s o i m p u g n a r sus m á s l a b o r i o s o s
r e s u l t a d o s m o s t r a n d o q u e los c á l c u l o s r e a l i z a d o s p o r o m n i s c i e n t e s
c o m p u t a d o r a s n o c o n f i r m a n a las m e j o r p e r t r e c h a d a s d e las t e o r í a s .
P o r o t r a p a r t e , e n los n i v e l e s e c o n ó m i c o y p o l í t i c o , la o r g a n i z a c i ó n y
l a i n t e r a c c i ó n e n t r e los s e r v o m e c a n i s m o s e s t á e n f u n c i ó n d e l a d i s t r i -
b u c i ó n d e l p o d e r . E l c o n t r o l d e l a a c c i ó n " t é c n i c a " d e esta " m a t e r i a
r a c i o n a l i z a d a " se i n t e g r a e n u n "dispositivo" {Gestell), una compleja
a r m a z ó n d e recursos {Bestelleri): discursos, técnicas, instalaciones, per-
s o n a l c a p a c i t a d o , m a t e r i a s p r i m a s , i n v e r s i o n e s d e c a p i t a l , etc., q u e
t i e n e f u n c i o n e s e s t r a t é g i c a s r e l a c i o n a d a s c o n el c o n j u n t o d e l a c u l t u -
r a y d e l a a c t i v i d a d m u n d i a l e n t o d o s los p l a n o s . L a d o m i n a c i ó n d e l
d i s p o s i t i v o t e c n o c i e n t í f i c d ' (vale d e c i r , d e l c o n j u n t o d e los a p a r a t o s ,
t e o r í a s y p e r s o n a j e s q u e c u m p l e n f u n c i o n e s t é c n i c a s ) es la p r i m e r a
p a l a n c a q u e p e r m i t e l a d o m i n a c i ó n d é los c u e r p o s y d e las c o n c i e n -
cias d e t o d o s los seres v i v i e n t e s (y n o s ó l o d e los h u m a n o s ) así c o m o
d e l c o n j u n t o d e los r e c u r s o s p l a n e t a r i o s . Q u i e n c o n t r o l a los r e l o j e s
c o n t r o l a el t i e m p o (—¡Atención! E l ü e m p o cronológico; n o el tiem-
p o l ó g i c o ) . Q u i e n c o n t r o l a los a p a r a t o s d e p o s i c i o n a m i e n t o g l o b a l
( G P S ) c o n t r o l a e l e s p a c i o y e l l u g a r q u e e n él o c u p a n los o r g a n i s -
m o s . ( — ¡ A t e n c i ó n ! L o s o r g a n i s m o s ; n o los s u j e t o s ) . Q u i e n c o n t r o -

^ Martin Heidegger [1953] e n la conferencia que comentaremos extensamente en

las páginas siguientes de sus Vortrage und Aufsátze, " L a pregunta por la técnica" ("Die
Frage n a c h der T e c h n i k " ) , Pfullingen, V c r l a g G u n t h e r Neske, 1954, p. 22.
24 DISPOSITIVOS Y S E R V O M E C A N I S M O S

la e l m a p a g e n o m i c o c o n t r o l a l a i d e n t i d a d . Q u i e n c o n t r o l a el saber
c o n t r o l a e l h a c e r y q u i e n g o z a d e l a p r o p i e d a d d e los a p a r a t o s q u e
p e r m i t e n c o m p u t a r y c a l c u l a r c o n t r o l a e l a c t u a r . Q u i e n c o n t r o l a los
a r c h i v o s c o n t r o l a la m e m o r i a , l a f o r m a e n q u e e l s t i j e t o r e c t i e r d a su
p a s a d o y p e r c i b e su p r e s e n t e . E l d e t o d o s y e l d e t o d o .
Es i m p e n s a b l e e l p o d e r s i n esa c o n j u n c i ó n d e c o n t r o l e s . S i n e l
g o b i e r n o q u e e n g r i e g o se dice, cibemetes.
2. E L D I S P O S I T I V O ( H E I D E G G E R : G E S T E L L )

L l e g a m o s así a l t e m a d e l dispositivo, e n s i n g u l a r , y d e los i n c o n t a b l e s

dispositivos técnicos, e n p l u r a l , q u e q u i e r o ..enlazar c o n l a p r ó p ü é s
d e los servomecanismos, reconociendo u n a diferencia de nivel entre
ambas nociones para l u e g o p l a n t e a r u n tercer nivel, más general, que
i n c l u y a a a m b o s : ese t e r c e r n i v e l s e r á e l d e los discursos. A d e l a n t o des-
d e ya u n a síntesis q u e p r o m e t o d e s a r r o l l a r p a u l a t i n a m e n t e y r e t o m a r
al l l e g a r a las c o n c l u s i o n e s s o b r e la d i s d n c i ó n d e tres niveles: u n p r i -
m e r p l a n o , a] d e los s e r v o m e c a n i s m o s , d e los i n s t r u m e n t o s t é c n i c o s
q u e p r o l o n g a n l a a c c i ó n d e l c u e r p o y d e l a i n t e l i g e n c i a " p r ó t e s i s " , si
se les q u i e r e l l a m a r así; u n s e g u n d o p l a n o , bl d e la o r g a n i z a c i ó n d e l
uso d e estos e q u i p o s y a p a r a t o s a l s e r v i c i o d e l p o d e r ( e n sus d i s t i n t o s
niveles y m a n i f e s t a c i o n e s ) q u e es el d e los d i s p o s i t i v o s , y u n t e r c e r
p l a n o , c] d e la i n t e g r a c i ó n d e l c o n j u n t o d e a p a r a t o s y d i s p o s i t i v o s e n
una red compleja y estructuralmente formalizable, n o empírica, que
es l a d e los discursos ( s ó l o c u a t r o ) cuyas f ó r m u l a s f u e r o n avanzadas
p o r L a c a n a fines d e l a d é c a d a d e 1960 y s o n esenciales p a r a l a c o m -
p r e n s i ó n d e l c a p i t a l i s m o c o m o s i s t e m a y l a r e l a c i ó n q u e los sujetos
g u a r d a n c o n él.
U n o d e los m ó v i l e s d e m i e s c r i t u r a es l a c o n f u s i ó n e n t o r n o a los
t
"dispositivos" q u e n o surge de la entrevista dada p o r F o u c a u l t a u n a
revista d e p s i c o a n á l i s i s e n i j u l i o d e 1977^ n i d e l p r o f u n d o y p o s t r e r o
ensayo d e G i l í e s Deleuze^ q u e c o m e n t a , a m p l i f i c a y n o s i e m p r e res-
p e t a la d e f i n i c i ó n y e l c o n c e p t o p r o p u e s t o p o r F o u c a u l t . L a c o n f u -
sión r e f e r i d a f u e sembrada p o r u n t e x t o de G i o r g i o Agamben'^ que
s u p u e s t a m e n t e p r o l o n g a a l d e F o u c a u l t , q u e n o m e n c i o n a el e s t u d i o
d e D e l e u z e y q u e l l e v a e l m i s m o t í t u l o d e é s t e ú l t i m o : Qu*est-ce qu'un
dispositif? E n e l p e q u e ñ o ensayo d e A g a m b e n q u e se d i s c u t i r á e n d e -

' " L e jeu de Micliel Foucault", Omicar?, (10), París, j u l i o de 1977, pp. 62-93.
^ Gilíes Deleuze [1988], ("¿Qué es u n dispositivo?", e n Dos regímenes de locos. Valen-
cia, Pre-Textos, 2007, pp. 305-312. T r a d u c c i ó n de Pardo Torio.
'* Giorgio A g a m b e n , Qv'esl-ce qu'un dispositif?, París, Payot-Rivages (569), 2007. Tra-
ducido del italiano por Martin Rueff.
[25]
26 E L DISPOSITIVO ( H E I D E G G E R )

t a l l e e n e l a p a r t a d o 5 d e esta p r i m e r a p a r t e , e l c o n c e p t o d e " d i s p o -
s i t i v o " es d i l a t a d o d e m a n e r a e x o r b i t a n t e hasta e n g l o b a r a t o d o s los
o b j e t o s d e uso c o t i d i a n o , d e s d e u n c i g a r r i l l o hasta u n a c o m p u t a d o r a
y hasta el lenguaje m i s m o , c o n l o cual la p a l a b r a y la c o n c e p c i ó n
p r e s u n t a m e n t e i n n o v a d o i a s d e F o u c a u l t p i e r d e n p o r c o m p l e t o su
s e n t i d o filosófico. C o m o d i j e , l o q u e m e p r o p o n g o es c o n t r a p o n e r
a los " s e r v o m e c a n i s m o s " ( q u e L a c a n e n 1970 l l a m ó , e n u n a l í n i c a
o p o r t u n i d a d , lathouses, v o c a b l o q u e t a m b i é n d i s c u t i r e m o s ) c o n los
" d i s p o s i t i v o s " d e F o i i c a u l t y D e l e u z e y, a su vez, a é s t o s , d e los " d i s c u r -
sos", c u a t r o , q u e , s e g ú n L a c a n , c o n s t i t u y e n las f o r m a s d e l lazo social.
D e i n m e d i a t o p o d r e m o s c a p t a r l a f e c u n d i d a d d e esta d i f e r e n c i a c i ó n
d e los " s e r v o m e c a n i s m o s " p a r a v e r c ó m o ellos se i n t e g r a n a los d i s p o -
sitivos, a l Gestell d e H e i d e g g e r e n t e n d i d o c o m o d i s p o s i t i v o d e t o d o s
los d i s p o s i t i v o s f o u c a u l t i a n o s , y m á s t a r d e , e n l a s e g u n d a p a r t e d e l
ensayo, c ó m o , e n n u e s t r o s t i e m p o s , los i n s t r u m e n t o s t e c n o c i e n t í f i c o s
se t r a n s f o r m a n e n l o s a g e n t e s d e u n n u e v o discurso, s u s t i t u t o y c o m -
p l e m e n t o d e l d i s c u r s o c a p i t a l i s t a , q u e es el ^'discurso de los mercados^'.
E l t r a b a j o d e análisis c o n c e p t u a l p a r a d i f e r e n c i a r los tres p l a n o s d e b e
( o p r e t e n d e ) d e s e m b o c a r e n ideas f e c u n d a s q u e n o s o r i e n t e n e n e l
e s t a d o a c t u a l d e la civilización t e c n o l ó g i c a . E n e l final d e n u e s t r o
t r a b a j o i n t e n t a r e m o s d e m o s t r a r q u e l a i n t e r a c c i ó n e n t r e a ] ] servo-
m e c a n i s m o s , b\ d i s p o s i t i v o s y e ] ] d i s c u r s o s p e r m i t e d e f i n i r tres t i p o s
d e s o c i e d a d q u e se s u c e d e n a l o l a r g o d e l a h i s t o r i a : las sociedades d e
s o b e r a n í a , las s o c i e d a d e s d i s c i p l i n a r i a s y las d e c o n t r o l .
E n c a m i n a r é la reflexión teórica evocando u n a e x p e r i e n c i a perso-
n a l . " S i e m p r e " , o sea, desde q u e p u e d o r e c o r d a r , m e l l a m ó la a t e n -
c i ó n u n m o d e l o a r q u e t í p i c o d e " d i s p o s i t i v o " . Ese " a r q u e t i p o " n o es
u n p r o d u c t o t é c n i c o s i n o u n a s o m b r o s o o b j e t o n a t u r a l : l a web. Sí; l a
t e l a r a ñ a , ese s u t i l e n t r e t e j i d o d e h i l o s t e n u e s d o n d e esos b i c h o s d e
o c h o patas, p o n i e n d o e n a c t o s u saber i n s t i n t i v o , p r e p a r a n u n a t r a m -
p a , d o n d e e s t á ya p r e f i j a d o , p r e d e t e r m i n a d o , a s i g n a d o (bestellt), c u i -
dadosamente diseñado, dis-puesto, el l u g a r de la mosca o el mosco
q u e h a b r á d e ser su a l i m e n t o . Es e n l a web, a d m i r a b l e c o n s t r u c c i ó n d e
l a n a t u r a l e z a , d o n d e se p l a s m a la i n e s p e r a d a r e v a n c h a d e A r a k h n é so-
b r e l a d i o s a a r t e s a n a l q u e es M i n e r v a , p a t r o n a d e las artes e i n v e n t o r a
d e l a r u e c a (cf. Las metamorfosis d e O v i d i o y " l a t e l a " d e Las hilanderas
d e V e l á z q u e z ) . Es l a web — h a b l o a h o r a d e l I n t e r n e t — c o ñ i o i n m e n s a
organización caótica (valga e l o x í m o r o n ) d e los d i s t i n t o s discursos ( d e l
E L DISPOSITIVO ( H E I D E G G E R ) 27

a m o , d e la h i s t é r i c a , d e la u n i v e r s i d a d , d e l a n a l i s t a , d e l c a p i t a l i s t a , d e
los m e r c a d o s ) c o m o u n a e n o r m e f r a z a d a q u e e n v u e l v e a l m u n d o y
e n la q u e se p r o d u c e n —^se t r a m a n y e n t r e t e j e n — las s u b j e t i v i d a d e s
d e l p r e s e n t e , i n c l u s o p a r a los q u e n o t i e n e n acceso a e l l a . L a tueh, e l
i n m e n s o h i p e r t e x t o que t o d o l o acoge sin remilgos, sin a u t o r n i obje-
tivos, q u e se e x t i e n d e c o m o la t e l a d e l a a r a ñ a y q u e vive e n c a d a h i l o ,
e n c a d a l í n e a d e su i n g r á v i d a m a t e r i a :

The spider's touch, how exquisitely fine!

Feels át each thread, and Uves along the Une.
A l e x a n d e r P o p e , An Essay on Man ( 1 7 3 4 )

J u e g o c o n los d o s s e n t i d o s d e web: d i s p o s i t i v o e t o l ó g i c o y o r g a -
n i z a c i ó n i n f o r m á t i c a . ¿Es c a s u a l i d a d q u e los a n g l ó f o n o s h a y a n l l a -
m a d o web y los f r a n c ó f o n o s toile ( t e l a ) a l m á s p r o m i n e n t e , a l m á s
rico, a l m á s p r o d i g i o s o , a l m á s a m e n a z a n t e , a l m á s d i v i n o y d i a b ó l i c o
d e los d i s p o s i t i v o s o s e r v o m e c a n i s m o s (ya i n t e n t a r e m o s a c l a r a r esta
d i s y u n c i ó n ) q u e hasta h o y se h a n p r o d u c i d o e n l a h i s t o r i a ? ¿ Q u i é n
se a t r e v e r í a a p e n s a r q u i é n e s s o n l o s m o s c o s y las moscas q u e t i e -
n e n s u l u g a r " a s i g n a d o " ( a - s i g n a d o , p r e - p a r a d o ) e n la I n t e r n e t ? ¿ U n
s e r v o m e c a n i s m o o u n d i s p o s i t i v o ? T o d a v í a n o h e m o s d e c i d i d o si se
t r a t a d e u n o u o t r o y, p u e s t o q u e p o d e m o s n a v e g a r e n t r e las d o s d e -
n o m i n a c i o n e s , cabe t a m b i é n q u e r e c o n o z c a m o s p r o v i s i o n a l m e n t e
cierta analogía de ambas categorías. E n la m e d i d a e n q u e "sirve" a
sus u s u a r i o s y a l m i s m o t i e m p o los p o n e a su " s e r v i c i o " , s i e n d o u n r e -
c u r s o t e c n o c i e n t í f i c o , la vj^b es u n " s e r v o m e c a n i s m o " y e l m á s avan-
z a d o e n t r e e l l o s . E n l a m e d i d a e n q u e es u n c o n j u n t o d i s p a r y h e t e -
róclito de informaciones, regulaciones, proposiciones doctrinarias y
d i s t r i b u c i o n e s jerarquizadas d e l saber-poder, organizada para servir
a d i s c u r s o s c o n t r a p u e s t o s y e n f r e n t a d o s e n t r e sí p o r l a d o m i n a c i ó n
d e las masas h u m a n a s a n i v e l p l a n e t a r i o , I n t e r n e t es u n " d i s p o s i t i v o "
y n o u n o cualquiera, sino aquel que absorbe c o n voracidad a la to-
t a l i d a d d e l saber, e l q u e g u a r d a e n a c t o o e n p o t e n c i a las c o o r d e n a -
das t e m p o r a l e s , espaciales e i d e n t i t a r i a s d e t o d o s y c a d a u n o d e los
u s u a r i o s d e ese g i g a n t e s c o " s e r v o m e c a n i s m o " . Esta es l a n u e v a f o r m a
h i s t ó r i c a q u e h a n t o m a d o los U a m a d p s "seres h u m a n o s " . E n ese c o n -
j u n t o d e las c o m p u t a d o r a s i n t e r c o n e c t a d a s se e n c a r n a l a m e m o r i a
y e l saber d e l a e s p e c i e . Y c a d a u n o e s t á i n v i t a d o — c o a c c i o n a d o — a
28 KL DISPOSITIVO ( H E I D E O G E R )

t o m a r su l u g a r e n é l . Es allí, e n ese s u c e d á n e o d e l S a b e r A b s o l u t o ,
d o n d e se d e f i n e e l "ser s o c i a l " .
M o s t r e m o s desde ya nuestras cartas: l a web es un. d i s p o s i t i v o , n o
u n o m á s , es ^¿dispositivo, e n la m e d i d a e n q u e se la c o n s i d e r e c o m o
el g r a n d i o s o archivo de la m e m o r i a h u m a n a que t o d o lo cubre y que
r e ú n e e l c o n j u n t o d e las o b r a s d e l a c u l t u r a , e l u n i v e r s o c o m o i n m e n -
sa a c u m u l a c i ó n d e signos e n la q u e figura ( o figurará) t o d o l o q u e
p u e d e l l e g a r a saberse. Un d i s p o s i t i v o , el dispositivo, que se ofrece como
si fuese un servomecanismo neutral, casi natural, a l a l c a n c e y a las ó r d e -
nes d e c u a l q u i e r a q u e p u e d a e n c h u f a r s e . U n a t e l a r a ñ a q u e , c o m o
t a l , h a c e s e m b l a n t e d e n o t e n e r i n t e n c i o n e s . L a web p o d r í a ser vista
c o m o u n s e r v o m e c a n i s m o si se l a r e d u j e s e a l a c o n d i c i ó n d e o b j e t o ,
u n objeto entre muchos, que c u m p l e u n a función i n s t r u m e n t a l en el
d e s a r r o l l o d e l p r o c e s o d e d e v e l a m i e n t o d e l o r e a l e n l a q u e está c o m -
p r o m e t i d a n u e s t r a especie b a j o las b a n d e r a s d e a l g u n a m o d a l i d a d
h i s t ó r i c a m e n t e d e t e r m i n a d a d e l " d i s c u r s o d e l a m o " y q u e se p r e s e n t a
h o y e n d í a c o m o " d i s c u r s o d e la c i e n c i a " . ¿Es l a r e d — c o m o m u c h o s
p i e n s a n — - e l d e s t i n o (Geschick) e n c a r n a d o d e la h u m a n i d a d q u e h a c e
de toda la iñforniación a c u m u l a d a y de t o d o l o escrito a l o largo de
las eras, s i m p l e s p r e c u r s o r e s d e este c o m p e n d i o e n c o n s t a n t e c r e c i -
m i e n t o y a r b o r i z a c i ó n , s i n a u t o r , s i n fin n i finalidades, u n p u r o " m e -
d i o " carente de objetivos, u n " h i p e r t e x t o " servicial y disperso e n el
q u e , gracias a los eslabones (links) se c o n s t i t u y e u n c o n j u n t o i n f i n i t o
d é s i g n o s d e l q u e n a d a , d e l q u e n a d i e , está, e n p r i n c i p i o , e x c l u i d o y
a l q u e c u a l q u i e r a , a l q u e t o d o s , t i e n e n acceso? ¿Es " l a r e d " , "la t e l a " ,
u n a s p e c t o i n d i s o c i a b l e d e l anthropos, d e l zoon politikon —-así c o m o l a
t e l a r a ñ a es u n a p r o p i e d a d i n d i s o c i a b l e d e l o c t ó p o d o q u e l a segrega?
¿Es esta p r ó t e s i s d e l c e r e b r o u n s e m b l a n t e , u n e q u i v a l e n t e , d e l o b j e t o
@ d e L a c a n , causa d e l deseo y p r o v e e d o r d e u n g o c e s o b r a n t e , u n
p l u s d e g o c e d e l i n d i v i d u o y d e l a especie? ¿ P u e d e d e f i n i r s e a cada
ser h u m a n o c o m o u n a " t e r m i n a l " s e n s o r i a l y m o t r i z d e l i n m e n s o
a p a r a t o ? ¿ H e m o s v i v i d o los m i l e n i o s d e n u e s t r a h i s t o r i a p a r a a c a b a r
e n v u e l t o s e n esta noOsfera, a l e t o s f e r a , t e c n o s f e r a i m p e r s o n a l d e las
b a b a s segregadas p o r la e s c r i t u r a e n f o r m a d e signos " i n t e r a c t i v o s "
q u e r e s p o n d e n a g o l p e c i t o s s o b r e u n mouse o s o b r e u n cristal?
E n c u a l q u i e r caso, d i s p o s i t i v o o s e r v o m e c a n i s m o — d i s p o s i t i v o si se
l a t o m a c o m o c o n j u n t o q u e e n s a m b l a y g o b i e r n a e l saber h u m a n o
d e n t r o d e estrategias d e p o d e r , servomecanismo si se la c o n s i d e r a c o m o
E L DISPOSITIVO ( H E I D E G G E R )
29

u n o b j e t o o i n s t r u m e n t o q u e sirve a sus u s u a r i o s p e r o a l a vez los h a c e

siervos d e sus p r o c e d i m i e n t o s y l i m i t a c i o n e s — r e f u l g e l a sospecha
de que algo n o p u e d e incluirse e n la r e d , hay algo q u e la excede y
q u e d i b u j a su l í m i t e , q u e n o p u e d e a r c h i v a r s e e n su e s t r u c t u r a d e
interconexiones, u n objeto escandaloso, q u e tiene u n n o m b r e y u n a
t r a d i c i ó n q u e es y t e n d r á q u e ser c a d a d í a m á s m a l d i t a p r e c i s a m e n t e
p o r ser ina^simil^ihlc: el inconsciente freudiano, n o c u a n t i f i c a b l e , n o cal-
c u l a b l e , i m p e r m e a b l e a su i n c l u s i ó n e n u n sistema b i n a r i o d e u n o s y
ceros. ¿ C ó m o y q u i é n p o d r í a d i g i t a l i z a r a los s u e ñ o s o a los lapsus, a
los s í n t o m a s y a l s i n s e n t i d o ? N o s e n c o n t r a m o s a n t e u n p l u s d e sabei
eso q u e n o p u e d e s a b e r s e — y a n t e u n i n c a l c u l a b l e p l u s d e gozar.
¿Podrá definirse retroactivamente, a partir de nuestra actualidad téc-
n i c a , a l i n c o n s c i e n t e , e l q u e f u e p o s t u l a d o h a c i a 1900, c o m o e l O t r o
d e l saber u n i v e r s a l m a t e r i a l i z a d o e n l a red? Es u n a d e m i s p r o p u e s t a s .
¿ U n O t r o d e l O t r o cuya p o s i b i l i d a d m i s m a f u e n e g a d a p o r L a c a n :
" n o hay O t r o d e l O t r o " ? ¿ S e r á "eso" e l i n c o n s c i e n t e , e l O t r o d e l suje-
t o s u p u e s t o saber r e p r e s e n t a d o p o r l a web, u n O t r o c u y a n a t u r a l e z a
sólo p u e d e develarse c u a n d o l a h u m a n i d a d t o c a su d e s f i n o b a j o l a
f o r m a d e l a c o d i f i c a c i ó n y r e g i s t r o d e l saber u n i v e r s a l ? Es o t r a d e
m i s p r o p u e s t a s . ¿El f u n d a m e n t o d e o t r o dispositivo, el analítico, que
es l a a l t e r n a t i v a a l d o m i n i o d e l saber i n f o r m á t i c o , u n espacio d o n d e
se c o n s t r u y e otro saber? ¿ C o n s i d e r a r e m o s q u e e l t o d o - s a b e r d e l a r e d
de c o m p u t a d o r a s tropieza c o n el n o - t o d o d e l inconsciente? T a m b i é n
eso p r o p o n g o .
E l l u g a r d e l i n c o n s c i e n t e e n e l m u n d o d e las t é c n i c a s p o s t i n d u s -
triales, p o r l o t a n t o , e l l ^ ^ a r d e l d i s c u r s o p s i c o a n a l í t i c o , revés d e l
discurso d e l a m o , será el t e m a c r u c i a l de nuestras reflexiones e n la
s e g u n d a p a r t e d e este ensayo c u a n d o a b o r d e m o s l a r e l a c i ó n e n t r e los
s e r v o m e c a n i s m o s y los discursos s e g ú n L a c a n , t o m a n d o e n c u e n t a l a
d o m i n a n c i a i n d i c a d a p o r él d e l d i s c u r s o c a p i t a l i s t a .
Para esclarecer l a d i s t i n c i ó n e n t r e d i s p o s i t i v o (s) y s e r v o m e c a n i s -
m o s es r e c o m e n d a b l e u n a e x c u r s i ó n p o r l a h i s t o r i a i n c l u y e n d o los
n o m b r e s e q u í v o c a m e n t e c o n v o c a n t e s , c o m o si h a b l a s e n d e l o m i s m o ,
c o m o si n o h u b i e s e d i f e r e n c i a e n t r e sus p l a n t e a m i e n t o s , d e c i e r t o s
precursores^ y d e F o u c a u l t , D e l e u z e y A g a m b e n . P e r m i t á m o n o s , des-
pués de señalar la a m b i g u a y discutible presencia de A g a m b e n , q u i t a r

^ Insertemos desde ya sus nombres: Heidegger, M c L u h a n , Mumford, Althusser.

 El. D I S P O S I T I V O ( k E I D E G O E R )

d e l a l i s t a d e q u i e n e s p r e c o n i z a r o n el c o n c e p t o d e " d i s p o s i t i v o s " a L a -
c a n p u e s é l n u n c a se p r e g u n t ó q u é es u n d i s p o s i t i v o a u n q u e h a y a usa-
d o (si n o es q u e i n v e n t a d o ) los s i n t a g m a s " d i s p o s i t i v o a n a l í t i c o " p a r a
r e f e r i r s e a l c o n o c i d o y tantas veces c a r i c a t u r i z a d o a r r e g l o a s i m é t r i c o
c o n el s i l l ó n y e l diván y " d i s p o s i t i v o d e l pase" p a r a i n v e s t i g a r las v i c i s i -
t u d e s d e l a t e r m i n a c i ó n d e u n análisis y p a r a d e c i d i r d e los l u g a r e s d e
los a n a l i z a d o s e n su i n s t i t u c i ó n . D e j e m o s d e l a d o el r e c u e r d o d e q u e
é l n u n c a \l¿íTnó dispositivo', p o r l o m e n o s hasta d o n d e y o r e c u e r d o ,
a a q u e l i n s t r u m e n t o q u e i n i c i ó s u f a m a , el espejo, y q u e , d e n u e v o ,
si l a m e m o r i a n o m e f a l l a , los d e m á s ( F o u c a u l t , D e l e u z e , A g a m b e n ,
t a m p o c o H e i d e g g e r ) , h a y a n p e n s a d o e n ese a r t e f a c t o t é c n i c o (ser-
v o m e c a n i s m o ) q u e h i z o la d e s g r a c i a d e N a r c i s o . E l f a m o s o e s p e j o ,
m o d e l o d e t o d a r e - p r e s e n t a c i ó n {Vorstellung} q u e nos sumerge en el
i n s o n d a b l e y m a r a v i l l o s o , a veces t e r r i b l e , r e g i s t r o d e l o i m a g i n a r i o .
A h o r a b i e n , si q u i t a m o s a L a c a n h a b r í a q u e c o l o c a r e n su l u g a r
d e b a s a m e n t o — y p o r eso le c o r r e s p o n d e u n l u g a r p r i m e r o e n e l
o r d e n a m i e n t o d e nuestras r e f l e x i o n e s a u n texto más a n t i g u o , el
f a m o s o ensayo d e H e i d e g g e r , l a pregunta p o r l a técnica,^ d o n d e l a
p a l a b r a " d i s p o s i t i v o " e n c u e n t r a s u e x a c t o l u g a r c o n c e p t u a l c o m o Ges-
tell: l o q u e es p u e s t o y d i s p u e s t o , e l m a r c o , l a m o n t u r a , e l s o p o r t e , l a
e s t a n t e r í a . E l v e r b o a l e m á n 5¿í¿¿m s i g n i f i c a , m u y p r e c i s a m e n t e , p o n e r ,
d i s p o n e r y d e r i v a d e l latín installare con e l s i g n i f i c a d o d e " p o n e r a l g o
e n e l l u g a r q u e le estaba i n d i c a d o " . Gestell: arraisonnement, t r a d u c e al
francés, escandalosamente, André Preau (cit.) que tiene a la m a n o
p e r o p r e s c i n d e d e la p a l a b r a "'dispositif, m u c h o m á s p r e c i s a . " E s t r u c -
t u r a d e e m p l a z a m i e n t o " , trasluce a l e s p a ñ o l , d e m a n e r a n o m e n o s
d i s c u t i b l e , F r a n c i s c o Soler.^ Dispositivo, es, p u e s , l o q u e e s t á p r e - p a -
r a d o , d i s - p u e s t o , c o m o u n c o n j u n t o . E n su t r a b a j o H e i d e g g e r r e p i t e
n o m e n o s d e q u i n c e veces q u e e l dispositivo {Gestell) es " l a e s e n c i a d e

^ Martin Heidegger [1953]. "Die F r a g e . . . " cit. E n francés: " L a question de la techni-
que", en Essais et conférences, París, G a l l i m a r d (Tel, 52), pp. 9-48. T r a d u c c i ó n de A n d r é
Preau. D e esa edición tomo los n ú m e r o s de página. L a s citas que siguen e n español
han sido traducidas por m í a partir del original en a l e m á n . E n t r e las distintas versiones
e n español recomiendo la de Francisco Soler: " L a pregunta por la técnica", e n Filosofía,
ciencia y técnica. Santiago de C^hile, 1997, pp. 111-148. D e todos modos creo indispensa-
ble u n a vigilancia constante sobre los significantes heideggerianos y remitirse al texto
original para resolver cualquier duda.
Martín Heidegger, Filosofía, ciencia y técnica, Santiago de C h i l e , Editorial Univcrsi-
taria,1997, pp. 111-148.
E L DISPOSITIVO ( H E I D E G G E R )
31

la t é c n i c a m o d e r n a " . N u n c a r e c u r r e a l a p a l a b r a e n p l u r a l , Gestellen,
cosa q u e le h u b i e r a s i d o fácil; s i e m p r e H e i d e g g e r u t i l i z a e l s i n g u l a r :
dispositivo. E l d i s p o s i t i v o n o es u n m e d i o p a r a a l c a n z a r fines; es l a
"esencia" {Wesen) d e la t é c n i c a . H a y q u e de-velar {entbergen), hacer
q u e se m a n i f i e s t e , t r a e r h a c i a a d e l a n t e (hervorbringen), esa " e s e n c i a " o
" f u n d a m e n t o " (Grund) d e l a t é c n i c a e n a l g o q u e n o es t é c n i c o : e n e l
d i s p o s i t i v o . ¿A q u é tiende l a t é c n i c a ? A la p r o - d u c c i ó n (herattsfordem)
q u e es e l d e s - c u b r i m i e n t o , l a r e v e l a c i ó n (a-letheia) d e l o r e a l i m p e r -
c e p t i b l e . Si e l a g u a d e l a r e p r e s a l e j a n a se t r a n s f o r m a e n i l u m i n a c i ó n
de nuestras h a b i t a c i o n e s es p o r q u e l o r e a l d e l a l u z e s t á c o n t e n i d o y
o c u l t o e n e l a g u a h a s t a q u e la a c t i v i d a d h u m a n a , g u i a d a p o r l a c i e n -
cia, l o r e v e l a , l o h a c e s u r g i r , e n u n a a c t i v i d a d q u e és t a n t o t é c n i c a
c o m o p o i é t i c a ( s o n los dos s e n t i d o s d e tekhné en g r i e g o : a r t e y p r á c t i -
ca t r a n s f o r m a d o r a ) . "Pues t o d o producirse f u n d a e n el d e v e l a m i e n t o "
( p . 17) " y es p o r e l l o q u e l a t é c n i c a n o es u n m e d i o s i n o u n m o d o
de la d e s o c u l t a c i ó n (d^letheia)". Es u n a " p r o - v o c a c i ó n " (herausfordern)
h e c h a a l a n a t u r a l e z a q u e es p o r l a t é c n i c a c o n m i n a d a a l i b e r a r u n a
e n e r g í a q u e p u e d e , c o m o t a l , ser e x t r a í d a y a c u m u l a d a . U n a vez q u e
sé d i s p o n e d e e l l a , sé\e:p\ieó.e asignar (bestellen, commettredice l a d i s c u -
t i b l e t r a d u c c i ó n a l f r a n c é s ) la t a r e a d e c a l e n t a r , i l u m i n a r , m a n t e n e r la
m a r c h a d e los m o t o r e s o los e q u i p o s d e c o m u n i c a c i ó n . M i l e s d e usos
a los q u e se p r e s t a e l " h a d a e l e c t r i c i d a d " s e g ú n el e n o r m e c u a d r o d e
R a o u l D u í y a l r e d e d o r d e l c u a l g i r a el M u s e o d e A r t e M o d e r n o d e l a
c i u d a d d e P a r í s . L a técnica» i n t e r p e l a y p r o - v o c a a l a n a t u r a l e z a . E l
a p a r a t o q u e e l l a p r o d u c e , p o n g a m o s c o m o caso y e j e m p l o a l a v i ó n ,
n o es u n m e r o o b j e t o (Ge^nstand) s i n o q u e está a s i g n a d o a p e r m i -
t i r la p o s i b i l i d a d d e u n t r a n s p o r t e , y q u e l o esté " e n t o d a su cons-
t r u c c i ó n , e n c a d a u n a d e sus p a r t e s . . . L a m á q u i n a es a b s o l u t a m e n t e
d e p e n d i e n t e p u e s su ser s ó l o l o o b t i e n e d e u n a a s i g n a c i ó n q u e le es
dada." ( p . 23) ¿Por quién? ¿Por el h o m b r e ? ¡No! Por el dispositivo,
p o r el Gestell: t a m b i é n el h o m b r e es a s i g n a d o a r e a l i z a r e l e n c a r g o
d e n t r o d e la i n m e n s a m a q u i n a r i a d e l d i s p o s i t i v o ( e l " m o d o d e p r o -
d u c c i ó n " , p o d r í a d e c i r s e e n o t r o v o c a b u l a r i o , e l m a r x i s t a ) . P o r eso se
h a b l a d e los " r e c u r s o s h u m a n o s " , d e l a " p o b l a c i ó n d e u n h o s p i t a l " ,
etc. E l h o m b r e t a m b i é n es u n " r e c u r s o " (Bestand) c a l c u l a b l e , e x t r a í -
b l e , a c u m u l a b l e . " A l e n t r e g a r s e a l a t é c n i c a , é l t o m a p a r t e d e la asig-
n a c i ó n c o m o u n m o d o d e l d e v e l a m i e n t o " ( p . 2 5 ) . " D e m o d o q u e la
t é c n i c a m o d e r n a , e n t a n t o q u e d e - v e l a m i e n t o q u e asigna (bestellt) n o
32 KL Disposrrivo (HEIDEGGER)

es u n a c t o p u r a m e n t e h u m a n o " ( p . 2 6 ) . "Esta l l a m a d a p r o v o c a d o r a
q u e a c o m o d a a l h o m b r e ( a l r e d e d o r d e l a t a r e a ) es l o q u e l l a m a m o s
e l D i s p o s i t i v o {das Gestell) y n o s a r r i e s g a m o s a usar esta p a l a b r a e n
u n s e n t i d o q u e es p a r a n o s o t r o s c o m p l e t a m e n t e i n s ó l i t o " ( i d . ) - ''En
su significaciÓ7i (Bedeutung) habituar ( n o s o t r o s s u b r a y a m o s ; n o e n la
innovadora concepción de H e i d e g g e r ) , e n la acepción que p r o p o n e
el d i c c i o n a r i o , e l d i s p o s i t i v o es u n o b j e t o útil, u n i n s t r u m e n t o q u e
sirve p a r a a l g o , p o r e j e m p l o , u n a e s t a n t e r í a p a r a l i b r o s o i n c l u s o u n
e s q u e l e t o . P o r esta r a z ó n e l dispositivo, c a r a c t e r i z a d o d e este m o d o i n -
a u d i t o , e s e n c i a d e la t é c n i c a m o d e r n a , n o es e n sí n a d a i n s t r u m e n t a l .
E n c a m b i o , f o r m a p a r t e d e l o " t é c n i c o " eso q u e m u y b i e n c o n o c e m o s
s o b r e ejes, p i s t o n e s , c a l e f a c c i ó n , esos m e c a n i s m o s {mekhane) q u e se
o r d e n a n e n u n e n s a m b l a j e . " E l m o n t a j e , n o o b s t a n t e , c o n las m e n -
c i o n a d a s piezas c o n s t i t u t i v a s , e n t r a e n e l c a m p o d e l t r a b a j o t é c n i c o ,
que responde siempre a la pro-vocación del dispositivo, p e r o n u n c a
es e l d i s p o s i t i v o m i s m o n i , m e n o s a u n , l o p r o d u c e " ( p . 2 8 ) . E l o b j e t o
t é c n i c o n o es e l d i s p o s i t i v o , e l r e l o j o e l a v i ó n , s i n o q u e esas cosas,
p r o d u c i d a s p o r el saber se i n t e g r a n e n u n a c o n f i g u r a c i ó n {Ge-stell)
q u e le es a n t e r i o r y e x t e r i o r .
E s t o es l o q u e p r e t e n d o d e s t a c a r y s u b r a y a r e n e l d i s c u r s o d e H e i -
d e g g e r : u n a cosa es e l " d i s p o s i t i v o " y o t r a s o n los o b j e t o s q u e e l d i s p o -
s i t i v o p o n e e n a c c i ó n , i n c l u y e n d o a l h o m b r e q u e los usa o los o p e r a .
H o m b r e s y máquinas e n el proceso de p r o d u c c i ó n o e n la vida m i s m a
son "servomecanismos" múltiples e interactuantes mientras que el
" d i s p o s i t i v o " , u n o , ú n i c o , l o s í e n m a r c a , flota p o r e n c i m a d e e l l o s , les
a s i g n a sus l u g a r e s y tareas. H i s t ó r i c a m e n t e ( e n l a Historie que e x - p o n e
la d i s c i p l i n a d e l a H i s t o r i a ) la c i e n c i a p r e c e d e a los o b j e t o s t e c n o l ó -
g i c o s q u e a p a r e c e n c o m o sus a p l i c a c i o n e s , p e r o e n e l s u c e d e r d e los
a c o n t e c i m i e n t o s h u m a n o s ( e n l a Geschichté) s o n los p r o b l e m a s y los
i n s t r u m e n t o s d e l a p r a x i s h u m a n a los q u e i m p u l s a n a esa p r o d u c c i ó n
d e l saber q u e es l a c i e n c i a . U n a cosa s o n los i n s t r u m e n t o s i n m a n e n -
tes a l a a c c i ó n s o b r e la n a t u r a l e z a y s o b r e o t r o s h o m b r e s y o t r a es e l
dispositivo trascendente, el que p o n e e n acción al indagar científico,
(p- 30) L o s h o m b r e s n o s o n los q u e u t i l i z a n e l d i s p o s i t i v o s i n o los q u e
s o n puestos a actuar e n y p o r él.

El dispositivo n o tiene nada de técnico, n o es en nada u n a máquina. Él es

el m o d o según el cual lo real (das Wirkliche) se devela, se revela, c o m o re-
EL DISPOSITIVO ( H E I D E O O E R )
33

curso {oís Bestand). ¿Tiene lugar en alguna parte más allá de cualquier acto
humano? N o . Pero tampoco tiene lugar solamente en el h o m b r e , n i de una
manera determinante a través ¿¿^/hombre" [ . . . ] Nuestro hacer y nuestro n o
hacer están en todas partes, de manera oculta o encubierta, provocados p o r
el dis-posidvo (p. 32).

N u e s t r o p r o b l e m a es saber si, d e q u é m a n e r a y hasta q u e p u n t o ,

nos c o m p r o m e t e m o s y nos e n g a n c h a m o s e n e l d o m i n i o d e l d i s p o s i -
tivo. ¿ C u á l — c ó m o — es el d i s p o s i t i v o , e n q u é r e d a r a c n o i d e d e m á -
q u i n a s y n t j m e r o s estamos cogidos? ¿ D e q u é c á l c u l o s , e n t a n t o . q u e
partes d e l d i s p o s i t i v o , somos n o s o t r o s los o b j e t o s c a l c u l a d o s p o r " l a
r a z ó n " ? ¿Es e l d i s p o s i t i v o u n s i n ó n i m o o u n a síntesis d e l m o d o his-
tórico de organización social, u n a estructura e n estado de c a m b i o
permanente?
N o p o d e m o s evaluar el aporte de H e i d e g g e r sin t o m a r en cuen-
ta las c o n s e c u e n c i a s éticas y p o l í t i c a s d e su r e f e r e n c i a a l d i s p o s i t i v o .
Está d i f u n d i d o y hasta es u n l u g a r c o m ú n e l p r e j u i c i o q u e h a c e d e
H e i d e g g e r u n o p o s i t o r ( u n o - p o s i t i v o ) a la t é c n i c a y su d e s p l i e g u e .
Esta s i m p l i f i c a c i ó n t r a i c i o n a l a f e c u n d i d a d d e su e l a b o r a c i ó n p i o n e r a
p a r a p e n s a r e l m u n d o c o n t e m p o r á n e o q u e se va d e l i n e a n d o e n e l
s i n g u l a r m o m e n t o h i s t ó r i c o d e la a p o c a l í p t i c a a m e n a z a d e e x t i n c i ó n
a t ó m i c a . E n n o v i e m b r e d e 1955, dos a ñ o s d e s p u é s d e esta t a n cele-
b r a d a " p r e g u n t a p o r la t é c n i c a " , f u e i n v i t a d o H e i d e g g e r a p r o n u n -
c i a r u n a c o n f e r e n c i a e n su p u e b l o n a t a l , M a s s k i r c h , u n a a l d e a r u r a l
ubicada en el corazón de bosques d e la Selva N e g r a . A l l í d i o u n a
versión m e n o s c a r g a d a d e su, p o r m o m e n t o s , abstrusa t e r m i n o l o g í a
filosófica, p e r o n o p o r mas l i g e r a m e n o s r i g u r o s a i d e a d e su p e n -
s a m i e n t o a c e r c a d e l a t e c n o l o g í a . E l t í t u l o c o n q u e se la c o n o c e es
Gelassenheity se h a t r a d u c i d o c o m o Serenidad. P u d o e n t o n c e s e x p o n e r
su p e n s a m i e n t o t e n i e n d o e n c u e n t a las p r i m e r a s r e p e r c u s i o n e s d e
su r e c i e n t e ensayo y esclarecer a l g u n o s d e los p r e j u i c i o s s u r g i d o s d e
lecturas apresuradas:'

Para todos nosotros, las instalaciones, aparatos y máquinas del m u n d o técni-

co son hoy indispensables, para unos en mayor y para otros en m e n o r medi-
da. Sería necio arremeter ciegamente contra el m u n d o técnico. Sería m i o p e

. ^ M . Heidegger [1955], Serenidad, Barcelona, Ediciones del Serbal, 1989, pp. 35-82.
I r a d u c c i ó n de Ivés Z i m e r m a n n .
34 El. D I S P O S I T I V O ( H E I D E G G E R )

querer condenar el m u n d o técnico c o m o obra del diablo. Dependemos de

los objetos técnicos; nos desafían incluso a su constante perfeccionamiento.
Sin damos cuenta, sin embargo, nos encontramos tan atados a los objetos
técnicos, que caemos en relación de servidumbre con ellos.
Pero también podemos hacer otra cosa. Podemos usar los objetos técni-
cos, servirnos de ellos de f o r m a apropiada, p e r o manteniéndonos a la vez tan
libres de ellos que en t o d o m o m e n t o podamos desembarazarnos (¿oslassen) de
ellos. Podemos usar los objetos tal c o m o deben ser aceptados. Pero podemos,
al mismo t i e m p o , dejar que estos objetos descansen en sí, como algo que en
lo más íntimo y p r o p i o de nosotros mismos n o nos concierne. Podemos decir
" s f al inevitable uso de los objetos técnicos y podemos a la vez decirles " n o "
en la m e d i d a en que rehusamos que nos requieran de m o d o tan excUisivo,
que dobleguen, c o n f u n d a n y, finalmente, devasten nuesua esencia.
Pero si decirnos simultáneamente "sí" y " n o " a los objetos técnicos, ¿no se
convertirá nuestra relación con el m u n d o técnico en equívoca e insegura?
Todo l o contrario. Nuestra relación c o n el m u n d o técnico se hace maravillo-
samente simple y apacible. Dejamos entrar a los objetos técnicos en nuestro
m u n d o cotidiano y, al mismo t i e m p o , los mantenemos fuera, o sea, los deja-
mos descansar e n sí mismos como cosas que n o son algo absoluto, sino que
d e p e n d e n ellas mismas de algo superior. Quisiera d e n o m i n a r esta actitud
que dice simultáneamente "sí" y " n o " al m u n d o técnico con una antigua pa-
labra: ¿a Serenidad (Gelassenheit) para con las cosas.

Esta t o m a d e p o s i c i ó n , c o n su a m b i g ü e d a d e n t r e e l " s í " y e l " n o " a

la t e c n i f i c a c i ó n c r e c i e n t e d e l a v i d a h u m a n a , c o n f i r m a l o q u e l e e m o s
e n su r e s p u e s t a d e 1953 ( p . M ) a l a p r e g u n t a p o r l a t é c n i c a :

La esencia de la técnica m o d e r n a reside en el dis-positívo y éste f o r m a parte

del destino de develamiento. Estas proposiciones dicen m u y otra cosa que
las afirmaciones, escuchadas con frecuencia, de que la técnica es la fatalidad
de nuestra época, d o n d e "fatalidad" significa: lo que hay de inestable en u n
proceso que n o se puede modificar. Cuando, p o r el contrario, considera-
mos a la esencia de la técnica, entonces el dis-positivo se nos presenta como
u n destino de develamiento. Es así c o m o nos instalamos ya en el elemento
libre del destino, el que n o nos encierra de manera alguna en una lúgubre
imposición que nos obligaría a arrojarnos c o n la cabeza gacha en la técnica
o, lo que acabaría p o r ser lo mismo, a rebelarnos iniJtilmente contra ella y a
condenarla como u n a obra diabólica. Por el c o n t r a r i o , cuando nos abrimos
E L DISPOSITIVO ( H E I D E G G E R ) 35

correctamente a la esencia de la técnica, nos encontramos confrontados, de

una manera inesperada, con una llamada emancipadora.

D e a h í n o le q u e d a a l filósofo d e l a Selva N e g r a m á s q u e u n paso

p a r a a d m i t i r t a n t o los riesgos i m p l í c i t o s e n e l " p r o g r e s o " d e las m á -
q u i n a s c o m o l a p r o m e s a q u e h a y e n ese a v a s a l l a d o r i m p u l s o t e c n o -
c i e n t í f i c o p a r a la l i b e r a c i ó n d e las p o s i b i l i d a d e s d e l h o m b r e a través
de la i n v e n c i ó n , l a p r o - d u c c i ó n , l a c r e a c i ó n {.póiesis) d e l o n u e v o ; allí
reside e l c a m p ó t r a d i c i o n a l d e l a tekhné e n s u s i g n i f i c a c i ó n o r i g i n a l :
arte. N o l e q u e d a m á s q u e u n p a s o p a r a i n v o c a r l a p a l a b r a d e l p o e t a
( H ó l d e r l i n ) : " P e r o d o n d e h a y p e l i g r o (Gefahr), allí m i s m o , c r e c e l o
q u e salva ( das Rettendé)".

Si la esencia de la técnica, el disposiúvo, es el peligro supremo y si, al mismo

tiempo, lo que dice Hólderlin es verdadero, la dominación del dispositivo
no puede limitarse a hacer inaprensible toda claridad y t o d o develamiento,
a extinguir cualquier destello de la verdad. Es entonces necesario, p o r el
contrario, que sea justamente la esencia de la técnica la que albergue e n sí la
emergencia y el crecimiento de aquello que salva. U n a m i r a d a aguda pues-
ta sobre el dispositivo como destino de develamiento haría aparecer, en su
surgimiento mismo, aquello que salva [...1 L o que salva se arraiga e incluso
alcanza el máximo de su p r o f u n d i d a d , en aquello que constituye el mayor de
los peligros: la dominación d e l dispositivo ( p p . 38-39).

H e i d e g g e r es i n c a n s a b l e ^ n s e p a r a r a l d i s p o s i t i v o d e los o b j e t o s e n
los q u e é s t e se c o n c r e t a :
i
¿Es pues la esencia de la técnica, el Ge-stell, el término general para t o d o ló
técnico? Si así fiiese, entonces sería, p o r ejemplo, la t u r b i n a de vapor, el ciclo-
trón, la estación que emite ondas hertzianas, u n Ge-stell. [Vale la pena resaltar
el hecho; n i aun aquí, bajo la f o r m a de negación, d o n d e parecería lógico que
viniese a la pluma, la designación Gestell aparece en p l u r a l : Gestellen. [ N A B ] .
La palabra dispositivo no designa n i a u n i n s t r u m e n t o ( Gerat) n i a u n a clase
de aparatos (Apparaturen). Menos aun designa al concepto general aplicable
a tales "recursos" (Bestándé). Las máquinas y los equipos son en igual escasa
medida casos particulares o especies d e l dispositivo c o m o lo son el h o m b r e
en el tablero de comando o el ingeniero en las oficinas de planificación de
la construcción. Sin duda, todo ello entra, a su m o d o , en el dispositivo, sea
36 E L DISPOSITIVO ( H E I D E G G E R )

c o m o parte integrante de los recursos {Bestandstücke) o como recurso o c o m o

asignación o c o m o asignador {Besteller), pero el dispositivo no es nunca la
esencia de la técnica en el sentido de u n tipo o especie {Gattung). El dispo-
sitivo es u n m o d o "destinal" {geschickhafté) del develamiento {Entbergens), a
saber, el m o d o pro-vocador (herausfordemdé). Ea póiesis es u n m o d o destinal
semejante (p. 40).

E l d i s p o s i t i v o e n H e i d e g g e r é s — s í sé í u é p e r m i t e la i n t e r p r e t a -
c i ó n — u n a i n t e r v e n c i ó n q u e d e s p l a z a a s a b i e n d a s e l eje d e su cons-
t r u c c i ó n — este vasto c o m p l e j o d e l p r o c e s o d e p r o d u c c i ó n , l a " e r n -
p r e s a h u m a n a " e n su c o n j u n t o , y e s t á i n t e g r a d o p o r los " r e c u r s o s
h u m a n o s " , p o r e l saber t é c n i c o , p o r las c i e n c i a s y p o r los p r o d u c t o s
t e c n o l ó g i c o s q u e e l l a p e r m i t e p r o d u c i r . L o s i n s t r u m e n t o s n o s o n dis-
p o s i t i v o s y t a m p o c o l o s o n los h o m b r e s q u e p r o - d u c e n m e r c a n c í a s
u o b r a s d e a r t e . N o s o n los t e l é f o n o s fijos o m ó v i l e s , n o s o n los p i n -
celes n i las p i n t u r a s n i los p i n t o r e s , n o s o n o b j e t o s n i p r o y e c t o s , n o
s o n p l a n o s n i e d i f i c i o s , n o s o n leyes n i g u a r d i a n e s d e l o r d e n , n o s o n
h i e r b a s m e d i c i n a l e s f i i sustancias q u í m i c a s envasadas e n u n a f á b r i c a .
T o d o s esos i n g r e d i e n t e s o b j e t i v a d o s d e l p r o d u c i r h u m a n o s o n "servo-
m e c a n i s m o s " , i n s t r u m e n t o s , e f e c t o s d e u n a t é c n i c a q u e se i n t e g r a e n
el i n m e n s o engranaje q u e H e i d e g g e r c o n d e n s a c o n u n solo vocablo:
dispositivo. L a t e c n o l o g í a o p e r a y f u n c i o n a e n sí m i s m a y p a r a sí m i s -
m a p r o d u c i e n d o a la vez a l h o m b r e c o m o s u j e t o y, a la vez, b o r r a n d o ,
d i s o l v i e n d o , d e c r e t a n d o e l fadingde ese s u j e t o c o m o e n t i d a d supues-
t a m e n t e a u t ó n o m a q u e g o b i e r n a e l o r d e n d e su m u n d o . ( ¿ N o es así
— q u e se m e p e r m i t a la i n t e i | p o l a c i ó n — c o m o f u n c i o n a e l r e g i s t r o d e
l o s i m b ó l i c o e n la c o n c e p c i ó n d e L a c a n ? ) E l h o m b r e es e l e n g r a n a j e
q u e n o se r e c o n o c e c o m o t a l y q u e s u e ñ a ser e l a m o d e los m e c a n i s -
m o s q u e l o g o b i e r n a n . N o es l a m á q u i n a l a q u e se c a r g a d e f u n c i o -
nes " h u m a n a s " ( i n t e l i g e n c i a , c á l c u l o , m e m o r i a , e m i s i ó n d e mensajes,
t r a d u c c i ó n , e t c . ) ; es e l h o m b r e q u e se p l i e g a a sus e x i g e n c i a s el q u e
se m e c a n i z a y se e x p o n e " a l m a y o r d e los p e l i g r o s : l a d o m i n a c i ó n d e l
dispositivo".
E n t r e los riesgos d e la t é c n i c a y a q u e l l o d e l o q u e salva, la t e c n o -
l o g í a h a c e y d e s h a c e , c o n f i g u r a y r e c o n f i g u r a las s u b j e t i v i d a d e s d e
n u e s t r o t i e m p o . . . c o m o s i e m p r e l o h i z o . N o h a y e n esto n o v e d a d .
L a n o c i ó n d e l " h o m b r e - m á q u i n a " es m á s q u e t r i s e c u l a r ; n a c i ó e n e l
s i g l o X V I I I c o n la p r o d u c c i ó n i n d u s t r i a l . L a d i f e r e n c i a e n la é p o c a
E L DISPOSITIVO ( H E I D E O O E R ) 37

a c t u a l e s t r i b a e n l a p o t e n c i a d e los " m e d i o s " a su " d i s - p o s i c i ó n " , e n l a

re-ligazón, r e - l i g i ó n d e l a r c h i v o e n s a m b l a d o e n u n a u n i d a d m n é m i c a
i n d i v i s a y o m n i p r e s e n t e ; esto es, el a r m a d o d e u n " h i p e r t e x t o " ú n i c o ,
c o m p l e t o , sin lagunas, acaparador de t o d o c u a n t o el lenguaje p u e d e
p r o d u c i r c o m b i n a n d o bytes. L a h i s t o r i a d e l a h u m a n i d a d p u e d e resu-
m i r s e c o m o el p r o c e s o q u e l l e v a d e s d e l a m í t i c a y t i t á n i c a c o n q u i s t a
d e l f u e g o hasta l a s u b s u n c i ó n d e t o d o s los seres vi\ientes e n u n saber
y e n u n a m e m o r i a ú n i c a y a b s o l u t a . E l Gestell úe H e i d e g g e r , o m n i p r e -
sente, casi o m n i p o t e n t e . E l a p a r a t o d e l p o d e r : la o r g a n i z a c i ó n social,
e c o n ó m i c a , t é c n i c a y p o l í t i c a d e l a s o c i e d a d d e los h u m a n o s , h o y g l o -
bal, e n la c u l m i n a c i ó n d e l proceso de e n s a m b l a d u r a del planeta, de
los h u m a n o s , q u e se i n i c i ó c o n el d e s c u b r i m i e n t o d e A m é r i c a . V o l v e -
r é a u n a las ideas d e H e i d e g g e r s o b r e l a t é c n i c a c u a n d o i n t r o d u z c a
las c o n c e p c i o n e s d e M i c h e l F o u c a u l t a c e r c a d e los " d i s p o s i t i v o s " , e n
el c a p í t u l o 4.
3. H I S T O R I A D E L O S S E R V O M E C A N I S M O S .
LOS "MEDIOS": LEWIS M U M F O R D Y M A R S H A L L M C L U H A N

L a palabra "servomecanismo" fue preconizada, pro-puesta, p o r u n

i n g e n i e r o f r a n c é s , J o s e p h Farcot^ e n 1 8 6 2 . E r a s u i d e a q u e u n a p a r t e
de la e n e r g í a movilizada p o r u n m o t o r p o d í a dedicarse a evaluar l a
marcha d e l m o t o r m i s m o y a i n t e r r u m p i r o reiniciar su m o v i m i e n t o
o m a n t e n e r l o d e n t r o d e ciertos límites m á x i m o s y m í n i m o s d e acti-
v i d a d a u m e n t a n d o l a e f i c i e n c i a y e l i m i n a n d o los p e l i g r o s d e l f u n c i o -
n a m i e n t o , p o r e j e m p l o , los d e l r e c a l e n t a m i e n t o accidental. Farcot
n o sólo aportó e l n e o l o g i s m o sino q u e c o n c i b i ó múltiples aplicacio-
nes y a l c a n z ó a p a t e n t a r v a r i o s i n v e n t o s e n l o q u e f u e s e g u i d o p o r e l
i n g l é s J o h n M c F a r l a n e G r a y e n 1866. E r a m u y c o n v e n i e n t e q u e las
m á q u i n a s se r e g u l a s e n a sí m i s m a s m e d i a n t e m e c a n i s m o s q u e l u e g o
se l l a m a r o n de feedback, l i t e r a l m e n t e , r e t r o a l i m e n t a c i ó n . E l h o m b r e se
l i b e r a b a d e l a t a r e a d e c o n t r o l a r a las m á q u i n a s y d e l e g a b a e n ellas l a
i n g e n i e r i l tarea de controlarse a sí mismas.
E n ese s e n t i d o , los " s e r v o m e c a n i s m o s " e r a n , d e s d e s u c o n c e p c i ó n
o r i g i n a l , a p é n d i c e s d e los s e n t i d o s c o r p o r a l e s y e s t a b a n a su s e r v i c i o
d e l m i s m o m o d o q u e los s u s o d i c h o s s e n t i d o s d e b í a n a d a p t a r s e al f u n -
c i o n a m i e n t o d e estos a r t e f a c t o s q u e e r a n g u a r d i a n e s d e l a r e g u l a r i -
d a d y d e t e c t o r e s de.las a n o r m a l i d a d e s m e c á n i c a s : " v e í a n " , " m e d í a n " ,
" c o r r e g í a n " c o m o si f u e s e n — y e n v e r d a d e r a n — " e m p l e a d o s " . L a
n o c i ó n d e "servicio r e c í p r o c o " e n t r e el o b j e t o y el c u e r p o está e n e l
o r i g e n d e m i p r o p u e s t a d e d e s i g n a r c o m o s e r v o m e c a n i s m o s , a esta
p l é y a d e d e a p a r a t o s q u e n o s r o d e a n y d e los q u e d e p e n d e m o s m á s
c o n c a d a d í a q u e pasa, as time goes by. C o n v i e n e r e p r o d u c i r a q u í l a
d e f i n i c i ó n d e l D i c c i o n a r i o ( D R A E ) : " S i s t e m a e l e c t r o m e c á n i c o q u e se
activa p o r sí m i s m o a l d e t e c t a r e l e r r o r o l a d i f e r e n c i a e n t r e su p r o p i a
a c t u a c i ó n r e a l y l a d e m a n d a d a " . Es o b v i o q u e e l o r g a n i s m o a r i i m a l es,
d e p o r sí, u n a o r g a n i z a c i ó n d e m e c a n i s m o s d e r e t r o a l i m e n t a c i ó n , —-es
c i e r t o , n o " e l e c t r o m e c á n i c o s " p e r o , sí e l e c t r o q u í m i c o s — , q u e d e t e c t a
la diferencia entre l o actuado y l o d e m a n d a d o y tiende a la autoco-
r r e c c i ó n . S i n a p e l a r a l uso d e l a e l e c t r i c i d a d , t a n t o e l flotador d e u n

[38]
HISTORIA DE LOS SERVOMECANISMOS
39

t a n q u e ( m o d e l o o r g á n i c o : l a s a c i e d a d d e l a sed) c o m o e l a j u s t a d o r
d e l pasaje d e l a l u z {dimmer) e n u n a p a r a t o ó p t i c o ( m o d e l o : e l d i á m e -
tro de la p u p i l a ) son "servomecanismos". Pero la palabra m i s m a nos
e n c a m i n a hacia el uso específico q u e p r e t e n d o darle e n la c o n t i n u a -
ción de m i a r g u m e n t o : objetos industriales tecnológicos p r o d u c i d o s
p o r la a c c i ó n o p e r a t i v a d e l saber c i e n t í f i c o q u e s u p o n e n , d e p a r t e d e l
u s u a r i o , u n c o n o c i m i e n t o p r á c t i c o d e sus usos y l i m i t a c i o n e s y u n a
o b e d i e n c i a s e r v i c i a l , p o r n o d e c i r servily a s u c o m p o s i c i ó n m a t e r i a l y
a las i n s t r u c c i o n e s p a r a s u m a n e j o .
V a l e l a p e n a , l l e g a d o s a este p u n t o , i n t e r p o l a r u n a n o t a e t i m o -
l ó g i c a : t o d o s s a b e m o s d e l o r i g e n l a t i n o d e l a p a l a b r a " s i e r v o " y sus
d e r i v a d o s : servtLS (esclavo) c o m o o p u e s t o a liber ( l i b r e ) . L a p a l a b r a
" s i e r v o " se a p l i c a t a n t o a los h o m b r e s c o m o a las cosas, c o r r e s p o n d e
t a m b i é n a los b i e n e s q u e n o s o n l i b r e s y e s t á n s o m e t i d o s a u n a ser-
v i d u m b r e : serva praedia. N i n g u n a s o r p r e s a n o s a g u a r d a p o r e l l a d o
d e la l e n g u a d e los r o m a n o s , p e r o sí c u a n d o l l e g a m o s a l g r i e g o d o n -
d e e l s i g n i f i c a n t e es o t r o , u n o q u e h a t e n i d o d i s t i n t a f o r t u n a e n las
l e n g u a s o c c i d e n t a l e s : therapeín "ser s e r v i d o r d e , estar a l s e r v i c i o d e ,
c u i d a r , a t e n d e r " . Therápon se d i c e d e l " s e r v i d o r [ d e c o n d i c i ó n l i b r e o
esclavo], cuidador, escudero, v e n e r a d o r [de u n d i o s ] " , therapeutikóses
" s e r v i c i a l , " d i l i g e n t e " y therápeuma es e n t r e o t r a s cosas, e l " c u i d a d o d e l
c u e r p o , la s e r v i d u m b r e , e l a t a v í o , l a v e n e r a c i ó n y l a a d u l a c i ó n l i s o n -
j e r a " . " S e r v o m e c a n i s m o " es, p a r a n o s o t r o s , u n a p a l a b r a h í b r i d a q u e
c o n j u n t a dos r a í c e s , l a l a t i n a d e l siervo y la g r i e g a d e l mekhané, que
significa "máquina, m e d i 0 , c a m i n o , recurso" y también " r e m e d i o " .
" M á q u i n a " es u n t é r m i n o q u e d e s i g n a a los o b j e t o s " a p t o s p a r a c o m -
b i n a r , p a r a h a c e r t r a b a j o ríe i n g e n i e r o " . A l c o n s i d e r a r el s i g n i f i c a d o ,
c u a n d o se t o m a n e n c u e n t a los o r í g e n e s h e l e n o s , e l " s i e r v o " ( p a l a b r a
de p r o c e d e n c i a r o m a n a ) convoca o sugiere u n a inesperada relación
c o n l a t e r a p é u t i c a y l a f a r m a c i a n a c i d a s e n G r e c i a . Las m á q u i n a s s o n
" t e r a p é u t i c a s " e n g r i e g o y, p o r e l l a d o l a t i n o , los siervos sorv m a q u í n i -
cos e n l a r e a l i z a c i ó n d e o p e r a c i o n e s c o m b i n a t o r i a s . L o s " r e m e d i o s "
a las c a r e n c i a s y a los m a l e s p r o v i e n e n d e los siervos, h u m a n o s o m e -
cánicos.
L a l i s t a d e estos " s i r v i e n t e s " o " t e r a p e u t a s " , si se i n c l u y e e n e l l a
a los i n s t r u m e n t o s y u t e n s i l i o s , e m p e z a n d o p o r e l f u e g o o e l h a c h a
de sílex y todos cuantos f u e r o n usados y s i g u e n usándose — c o m o
c u a l q u i e r a se d a c u e n t a — s e r í a i n t e r m i n a b l e : e l lápiz y e l m a r t i l l o .
40 HISTORIA D E L O S SERVOMECANISMOS

l a r u e d a y e l c o c h e o c u a l q u i e r m o d o d e t r a n s p o r t e q u e n o sean las
p i e r n a s , las p e l í c u l a s y los tele\'isores, las r a d i o s , los t e l e f o n o s fijos y
a m b u l a n t e s , los a r t e f a c t o s e l é c t r i c o s e n el h o g a r desde el m á s h u m i l -
d e d e los f o c o s hasta la m á s s o f i s t i c a d a d e las c o m p u t a d o r a s p o r n o
h a b l a r d e los e q u i p o s especializados q u e u t i l i z a n los c i e n t í f i c o s e n sus
i n v e s t i g a c i o n e s : u l t r a m i c r o s c o p i o s , a c e l e r a d o r e s d e p a r t í c u l a s , etc.
S o b r a r e c o r d a r q u e e l m u n d o e n e l q u e v i v i m o s es, c a d a vez m á s y e n
u n p r o c e s o v e r t i g i n o s o d e c o m p l i c a c i ó n , u n m u n d o e n q u e la m a t e -
r i a se r a c i o n a l i z a , la r a z ó n se m a t e r i a l i z a , las p a l a b r a s ( e l s i g n i f i c a n t e )
h a c e n l a r e a l i d a d . . . y a los v i v i e n t e s s ó l o n o s q u e d a a d e c u a r n o s a
ese d e s a r r o l l o , a ese " p r o g r e s o " t e c n o l ó g i c o q u e n o o b e d e c e a " n u e s -
t r a " v o l u n t a d y t a m p o c o a la v o l u n t a d d e n a d i e . A r a ñ a s q u e somos,
e f e c t o s d e la tela q u e c r e e m o s q u e f a b r i c a m o s , moscas q u e t a m b i é n
s o m o s e n nuestras p r o p i a s redes, " m o s c a r a ñ a s " s e g ú n el portemanteau
lüord q u e m e p r o p o n e D a n i e l K o r e n . E l m u n d o nos es p r e s e n t a d o ,
d e m o d o c a d a d í a m á s e v i d e n t e , c o m o u n a a c u m u l a c i ó n de servo-
m e c a n i s m o s . Esa l u j u r i o s a m u l t i p l i c a c i ó n d e las m á q u i n a s o b e d e c e
a i n e l u c t a b l e s e i m p r e v i s i b l e s avatares d e la h i s t o r i a y se c o n s t a t a e n
l a s u c e s i ó n d e los m o d o s d e p r o d u c c i ó n q u e v a n d e l esclavismo a l
f e u d a l i s m o , d e l f e u d a l i s m o a l c a p i t a l i s m o y d e l c a p i t a l i s m o al estado
a c t u a l d o n d e las i n n o v a c i o n e s t e c n o c i e n t í f i c a s m i s m a s p e r m i t e n e m -
pezar a hablar de u n "poscapitalismo" o de u n a producción " h i p e r i n -
d u s t r i a l " , " p o s t i n d u s t r i a l " , q u e f u n c i o n a p o r sí sola y n o o b e d e c e a d e -
s i g n i o s p e r s o n a l e s , g r u p a l e s o sociales, d e p e r s o n a s o estados, o q u e
obedece a u n a entidad imperceptible y omnipresente que llamamos
"los m e r c a d o s " . Estos, e n s u ^ o n j u n t o ( m e r c a d o s d e la p r o d u c c i ó n y
d e l c o n s u m o , m e r c a d o s d e l t r a b a j o , m e r c a d o s financieros), i n t e g r a n
u n v e r d a d e r o "dispositivo" de ensamblaje de la e x p e r i e n c i a h u m a n a
g l o b a l ( n u e s t r a i d e a d e Ge-stell, n u e s t r a m a n e r a d e l e e r a H e i d e g g e r )
q u e se c o n c r e t a e n el v i e j o s u e ñ o h e g e l i a n o d e l S a b e r A b s o l u t o , sa-
b e r s i n fallas, cuya m a t e r i a l i d a d c o n t e m p o r á n e a se m a t e r i a l i z a e n l a
o m n i s c i e n t e web. E l c o n j u n t o d e los s e r v o m e c a n i s m o s se i n t e g r a e n el
dispositivo. U n o e i n f i n i t o .
I n s t r u m e n t o s , útiles, h e r r a m i e n t a s , i n v e n c i o n e s técnicas q u e
m o d i f i c a n la relación d e l h o m b r e c o n el m t m d o , h a h a b i d o desde
s i e m p r e , a n t e s a u n d e ese a d e l a n t o r e v o l u c i o n a r i o q u e f u e la r u e d a .
P a r a h a b l a r d e l a a n t i g ü e d a d d e a l g o d e c i m o s q u e "es m á s v i e j o q u e
e l a g u a t i b i a " . ¿ C u á l es l a s a b i d u r í a e n c e r r a d a e n ese d i c h o p o p u l a r ?
HISTORIA DE LOS SERVOMECANISMOS ^1

R e c o n o z c a m o s ( c o n F r e u d ) q u e sí, q u e es p o s i b l e y h a s t a e v i d e n t e
q u e l a h u m a n i d a d se h a e r i g i d o a p a r t i r d e u n a t r a n s g r e s i ó n , d e
u n r o b o , e q u i v a l e n t e al p a r r i c i d i o o r i g i n a l . E n el o r d e n d e l m i t o ,
el q u e P r o m e t e o h i z o a los dioses c u a n d o Ies a r r e b a t ó e l f u e g o , ese
p r i m e r i n s t r r u n e n t o que permitió la fabricación d e l agua tibia. N o
es el m o m e n t o d e h a b l a r d e u n a h i s t o r i a d e l a t é c n i c a q u e es c o n -
s u s t a n c i a l c o n la h i s t o r i a d e l a h u m a n i d a d y q u e c o m i e n z a c o n l a
fechoría c r i m i n a l d e q i i i e n tuyo q u e pagar e n t r e g a n d o su hígado
al b u i t r e . ^ N a d i e d u d a r á q u e m u c h o h a c a m b i a d o d e s d e e n t o n c e s
y q u e e l r i t m o d e l a i n n o v a c i ó n t e c n o l ó g i c a es e n n u e s t r o t i e m p o
u n m o v i m i e n t o prepotente y exponencialmente acelerado r i t m a d o
p o r la i n v e n c i ó n y el uso masivo de servomecanismos, de m á q u i n a s
"terapéuticas".
E l g o c e d e l c u e r p o — m ú s c u l o y c e r e b r o — es t r a s l a d a d o a las p r ó -
tesis, a estos o b j e t o s t é c n i c o s , q u e l o c o n t i n ú a n . E l m u n d o d e c a d a ser
h a b l a n t e e s t á c o n f i g u r a d o p o r la t e c n o l o g í a , e m p e z a n d o p o r las palas
y los a r a d o s , los m a r t i l l o s y l o s m o r t e r o s , las b o t e l l a s y e l v i n o . T o d o s
esos i n s t r u m e n t o s l l e v a n e n su m a t e r i a l i d a d y s i n s a b e r l o l a m e m o r i a
de los gestos y d e los t r a b a j o s q u e l l e v a r o n a su c o n s t r u c c i ó n c o m o
extensiones d e l c u e r p o y de la m e n t e . Los objetos técnicos c o n s w a n
la h i s t o r i a d e l a h u m a n i d a d . L o i n t u í p o r p r i m e r a vez c u a n d o estu-
diaba m e d i c i n a y la historia de la m e d i c i n a . E n t e n d í entonces que el
m é d i c o n o es s i n o e l s u j e t o d e los i n s t r u m e n t o s o m á q u i n a s c o n los
q u e e s t u d i a el c u e r p o d e l e n f e r m o . L i n o es e l m é d i c o d e s a n g r í a s y
ventosas r i d i c u h z a d o p o r M o l i e r e , o t r o e l m é d i c o d e l e s t e t o s c o p i o y
e l t e r m ó m e t r o d e l " n a c i r n i e n t o d e la c l í n i c a " , o t r o e l d e los rayos X ,
o t r o e l d e l m i c r o s c o p i o e l e c t r ó n i c o y la t o m o g r a f í a a x i a l c o m p u t a -
r i z a d a . L o q u e a c a b o d e d e c i r d e l m é d i c o vale p a r a t o d o s n o s o t r o s :

^ Prometeo, benefactor de la h u m a n i d a d y h é r o e cultural para l a t r a d i c i ó n románti-

ca, emblema de la r e n u n c i a pulsional que í t m d a la cultura (y su malestar) para F r e u d ,
es u n c r i m i n a l parricida, castigado por ese padre (Zeus) al qu<^ prentende burlar en las
varias versiones del mito debidas a Hesiodo, Esquilo, Platón, etc. E s él quien trae —se-
gún versa el m i t o — las artes y las técnicas (tekhné) y las pone a disposición de los hom-
bres. Por a h o r a el último avatar del titán es la n o - ó p e r a , n ó p e r a , de Lulgi N o n o (1985)
que lleva el n o m b r e del h é r o e transgresor (Prometeo, una tragedia deVascoltó)\n esa
pieza musical, revolucionaria e n todo sentido, su figura es contraplicsta a la del legis-
lador, Moisés, propuesta medio siglo antes e n otra ó p e r a revoliicionaria: Moisésy Aarón
de A i n o l d Schoenberg. Cf., además, B e r n a r d Stiegler, La technique et le tetnps. 1. La faute
d'Epimethée, París, Galiléc, 1994. Volveremos a Prometeo en un capítulo ulterior.
42 HISTORIA DK LOS SERVOMECANISMOS

s b m o s e n l a r e d d e los a p a r a t o s q u e m a n e j a m o s y n o s m a n e j a n . E n
ellos radica nuestra pre-historia.
L a t e c n o l o g í a p r e c e d e y p r e s i d e a los m o d o s d e v i d a y p r o d u c -
c i ó n , a las e s t r u c t u r a s d e l a e c o n o m í a p o l í t i c a y a las s u b j e t i v i d a d e s
q u e a e l l a se i n t e g r a n . L e í a ayer e n e l p e r i ó d i c o u n a r t í c u l o a c e r c a
d e u n a n i ñ a q u e a u n n o c u m p l e tres a ñ o s y q u e d i j o : " É s t e es e l l i b r o
d e p a p á " y a g a r r ó u n K i n d l e : p a r a e l l a ese a p a r a t o d e p l á s t i c o susti-
t u y e a l l i b r o c o n sus p á g i n a s i m p r e s a s , a l a vez q u e ya sabe m a n e j a r
c o n sus d e d i t o s m u c h a s f u n c i o n e s d e l t e l é f o n o c e l u l a r . E l p a d r e ,
q u i e n a u n n o se h a c e a l a i d e a d e l e e r u n " l i b r o " q u e c e n t e l l e a e n
l a p a n t a l l a q u e p o r t a e n l a p a l m a d e s u m a n o , se p r e g u n t a si n o se
e s t á n c r e a n d o d i f e r e n c i a s e n o r m e s e n t r e las g e n e r a c i o n e s , c a d a vez
c o n lapsos m e n o r e s e n t r e unas y otras, s e g ú n el a m b i e n t e t e c n o l ó -
g i c o e n q u e los n i ñ o s l l e g a n a l m u n d o . . . y eso s i n c o n t a r las d i f e -
r e n c i a s g e o p o l í t i c a s . E l a b i s m o es c a d a vez m a y o r e n t r e los n i ñ o s d e
las s o c i e d a d e s p o s t i n d u s t r i a l e s m o d e r n a s y las s o c i e d a d e s q u e s o n
tecnológicas t a m b i é n , c o m o todas, p e r o q u e m a n e j a n inventos an-
t e r i o r e s . N a c e r es n a c e r a u n e s t a d o d e la t e c n o l o g í a . L o s n i ñ o s s o n
y s e r á n s e g ú n los s e r v o m e c a n i s m o s q u e ( l o s ) m a n e j e n . E l m a n d a -
m i e n t o a c t u a l p a r a los p a d r e s e n l a c i v i l i z a c i ó n t e c n o c i e n t í f i c a es e l
d e i n c o r p o r a r c u a n t o a n t e s a sus h i j o s e n l a c u l t u r a c i b e r n é t i c a . S i n
eso, s o n " r e t a r d a d o s " , arriérés. A l c a p i t a l i s m o g l o b a l le u r g e h a c e r d e
c a d a n i ñ o u n a p é n d i c e d e los s e r v o m e c a n i s m o s d e l a i n f o r m a c i ó n ,
e n g a n c h a r l o , " e n c h u f a r l o " sjin d i l a c i ó n a l m u n d o i n f o r m á t i c o . Las
c o m p u t a d o r a s s o n los a r t e f a c t o s d e l a i n t e g r a c i ó n d e los f u t u r o s
c i u d a d a n o s d e l m u n d o e n 1^ c o m u n i d a d m u n d i a l . Las i n s t i t u c i o n e s
educativas nacionales q u e generaban " i d e n t i d a d " c o n símbolos "pa-
t r i o s " c e d e n s u l u g a r a u n a p r o g r a m a c i ó n t r a s n a c i o n a l — c o m o las
c o r p o r a c i o n e s q u e l a r i g e n — y esa a p r o p i a c i ó n d e los e s p í r i t u s es
l i d e r a d a p o r los E s t a d o s U n i d o s d e ( u n a p a r t e d e ) N o r t e a m é r i c a .
L a m e m o r i a es c o l e c t i v i z a d a m á s a l l á d e las c o m u n i d a d e s d e o r i g e n
y atraxdesa t o d a s las f r o n t e r a s . Es l a r e d i n f o r m á t i c a l a q u e h o y " d a "
e l ser y sus c o o r d e n a d a s t e m p o r a l e s , espaciales y m e n t a l e s . A d e m á s ,
m e d i a n t e las " r e d e s s o c i a l e s " , d e f i n e n u e v a s m o d a l i d a d e s d e l v í n c u -
lo amistoso y amoroso.

D e s d e h a c e a l g u n o s a ñ o s v e n g o i n s i s t i e n d o e n la c o n v e n i e n c i a d e
p e n s a r e n los " s e r v o m e c a n i s m o s " c o m o m i i d o s agentes d e u n n u e v o
d i s c u r s o ( s e m b l a n t e s d e l o b j e t o @ d e L a c a n —^ya se e x p l i c a r á — ) y
HISTORIA DE LOS SERVOMECANISMOS 43

c r e í a q u e , a l p r i v i l e g i a r esta p a l a b r a , h a c í a u n a p o r t e a l a c o m p r e n -
sión d e l sujeto c o n f i g u r a d o p o r la c a d e n a significante t a l c o m o l o
v e m o s e n n u e s t r a é p o c a y t a l c o m o se p r e s e n t a e n l a e x p e r i e n c i a d e l
p s i c o a n á l i s i s : e l h o m b r e ( l a m u j e r ) s i r v i e n t e d e sus aparatos, d e los
p s i c o f á r m a c o s o f r e c i d o s p o r l a i n d u s t r i a , d e los m e d i o s masivos d e
c o m u n i c a c i ó n , d e l show, d e l m u n d o c o n c e b i d o c o m o u n i n m e n s o
malí en e l q u e h a y q u e a p r o v e c h a r Jas " o p o r t u n i d a d e s " , d e l a o r g a n i -
z a c i ó n b u r o c r á t i c a d e l e s t a d o c o n sus p r o c e d i m i e n t o s d e estandariza-
ción y evaluación y de u n a democracia hueca.
A c l a r e m o s : e l s u j e t o ($) es (y h a s i d o ) s i e m p r e r e p r e s e n t a d o p o r
u n s i g n i f i c a n t e p a r a o t r o s i g n i f i c a n t e , es u n e f e c t o d e l a p a l a b r a q u e
e m i t e (S 2) a n t e l a p a l a b r a q u e l o n o m b r a (S 1 ) . Eso, e n t a n t o q u e
es u n a d e f i n i c i ó n e s t r u c t u r a l , n o c a m b i a , a t r a v i e s a las é p o c a s h i s t ó -
ricas, los m o d o s d e p r o d u c c i ó n y las t é c n i c a s ; n o h a y l u g a r p a r a u n
" n u e v o s u j e t o " e n la t e o r í a c o m o l o p r o b a r e m o s a l a n a l i z a r e l l u g a r
d e l s u j e t o e n los c u a t r o d i f e r e n t e s " d i s c u r s o s " d e l i n e a d o s p o r L a c a n
h a c i a 1970. L o q u e sí c a m b i a s o n las m o d a l i d a d e s d e l a e x i s t e n -
cia s u b j e t i v a s e g ú n c u á l e s sean l o s s i g n i f i c a n t e s q u e l o r e p r e s e n t a n ,
q u i é n sea e l a m o (a e l e g i r e n t r e tres: a n t i g u o o esclavista, m o d e r n o
o c a p i t a l i s t a , p o s m o d e r n o o d e los m e r c a d o s ) , c u á l e s los s e r v o m e -
c a n i s m o s y c u á l e l e q u i l i b r i o o las t e n s i o n e s e n t r e los d i s c u r s o s d e
esos tres a m o s . D e c í a q u e c r e í a q u e esta i n s i s t e n c i a e n los " s e r v o m e -
canismos" era u n a a p o r t a c i ó n antes de investigar a f o n d o el t e m a
p e r o — c o m o s i e m p r e s u c e d e c u a n d o u n o c r e e estar i n v e n t a n d o o
d e s c u b r i e n d o a l g o — e n c o n t r é q u e e r a t a n s ó l o e l c o n t i n u a d o r , si
n o e l r e p e t i d o r i n c o n s c i e n t e ( e l a d j e t i v o n o es e x c u s a v á l i d a ) d e
o t r o s pensadores. Esto l o deja a u n o c o n u n a s e n s a c i ó n a g r i d u l c e :
hay q u e r e n u n c i a r a la satisfacción narcisista de pensarse c o m o u n
i n n o v a d o r p e r o se r e c i b e a c a m b i o l a r e c o m p e n s a d e s a b e r q u e u n o
n o está t a n l o c o c o m o p a r a a t r i b u i r s e el d e s c u b r i m i e n t o de verda-
des i n s ó l i t a s . P o r o t r a p a r t e , a l i n c l u i r e l p r o p i o d i s c u r s o e n t m a
g e n e a l o g í a , se p u e d e t r a n s m i t i r c o n m a y o r f a c i l i d a d la i d e a q u e se
p r o p o n e r e m i t i e n d o t a n t o los m é r i t o s c o m o las fallas a a n c e s t r o s
más o m e n o s prestigiosos. <
Los "servomecanismos" r e c i b i e r o n de parte de autores proceden-
tes d e Estados U n i d o s d e N o r t e a m é r i c a , l a m a y o r p o t e n c i a t e c n o l ó -
g i c a e n e l s i g l o x x , e l n o m b r e , t a n p o p u l a r , d e ''medid' e n i n g l é s , m e -
d i o s , p l u r a l d e médium. ( C u a n d o n o se h a c e u n a a c l a r a c i ó n especial
44 HISTORIA D E L O S SERVOMECANISMOS

se e n t i e n d e q u e los " m e d i o s " s o n los " m e d i o s d e d i f u s i ó n d e m a s a s " ) .

S e ñ a l a r e l p a r e n t e s c o d e los t é r m i n o s e r a , é s t e sí, u n " d e s c u b r i m i e n -
to", a u n q u e b i e n modesto y t a m p o c o m u y novedoso: el d e l r e c í p r o c o
d e s c o n o c i m i e n t o q u e existe e n t r e l a filosofía c o n t i n e n t a l ( d e l a q u e
p r o c e d e n los p r e s t i g i o s o s n o m b r e s e u r o p e o s q u e h e m o s v e n i d o c i -
t a n d o ) y l a a c t i v i d a d d e los p e n s a d o r e s " n o r t e a m e r i c a n o s " ( g r i n g o s ) ^
a los q u e se d e s c a l i f i c a c o n f r e c u e n c i a m e d i a n t e i n u e n d o s , es d e c i r ,
a p r e c i a c i o n e s d e m a l a l e c h e . Esta s i t u a c i ó n es p a r t i c u l a r m e n t e d o -
l o r o s a c u a n d o e l t e m a e n e s t u d i o es e l d e l a t e c n o l o g í a c o n t e m p o -
r á n e a , d o n d e los n o m b r e s d e l n e o y o r q u i n o L e w i s M u m f o r d ( 1 8 9 5 -
1990, a u t o r d e dos o b r a s esenciales: Técnica y civilización ( 1 9 3 4 ) y El
mito de la máquina, p u b l i c a d o a su vez e n d o s v o l ú m e n e s ; La técnica y
el desa^Tollo del hombre ( 1 9 6 7 ) y El pentágono del poder ( 1 9 7 0 ) ) y d e l ca-
nadiense M a r s h a l l M c L u h a n (1911-1980) q u e escribió, p o r n o m b r a r
t a m b i é n s ó l o sus l i b r o s m á s c o n o c i d o s y m á s e s p e c í f i c o s p a r a n u e s t r o
t e m a . La galaxia Gutenberg ( 1 9 6 2 ) , Comprender a los medios. Las exten-
siones del hombre ( 1 9 6 4 ) , El medio es el mensaje ( 1 9 6 7 ) y Guerra, y paz en
la aldea global ( 1 9 6 8 ) , a r d u a y a m p l i a m e n t e d e b a t i d o s e n e l O c c i d e n -
te e n t e r o , a u n q u e f u e r a n s i e m p r e y s i s t e m á t i c a m e n t e i g n o r a d o s p o r
los d e s t a c a d o s e s t u d i o s o s e u r o p e o s a los q u e h e m o s e s c o g i d o c o m o
e m b l e m a s d e n u e s t r o d i s c u r s o e n las p á g i n a s a n t e r i o r e s : H e i d e g g e r ,
L a c a n , F o u c a u l t , Deleuze, Stiegler y A g a m b e n .
C o m e n c e m o s c o n e l p r e c u r s o r , M u m f o r d , q u i e n , t a l vez s i n co-
n o c e r a Heidegger, hace m á s , d e m e d i o siglo (1963), o p o n i e n d o l o
t
^ ¿Es u n inuendo llamarlos "giingoj^"? E n absoluto. C o r r e s p o n d e aquí interpolar u n a
digresión y recordar las opiniones de*}ean-Luc G o d a r d e n su intrigante película Elogio
del amor (2001), dedicada de punta a cabo a impugnar los fundamentos de la industria
fílmica de Estados Unidos, u n país, dice el cineasta que ni siquiera tiene n o m b r e . Pone
en boca de u n o de los personajes la afirmación de que hay mvichos "Estados U n i d o s " ,
c o m o los de Brasil, o tres "Estados U n i d o s de N o r t e a m é r i c a " contatido a M é x i c o y
C a n a d á , de modo que llamar "gringos" a los ciudadanos o habitantes (uno de los dos
de los qvie estaremos hablando con el mayor de los respetos era u n canadiense) que
tienen por bandera a la de las barras y estrellas no es descalificarlos — m e p a r e c e —
sino simplemente dar u n nombre a algo que no lo tiene: ¿ P u e d e alguien decir c o n
claridad qué quiere decir "escritor americano" o película "norteamericana" o "invento
estadunidense"? E l adjetivo y el sustantivo "gringo", originado en la lengua española
para llamar a los "angloamericanos" (otra d e n o m i n a c i ó n incorrecta pues incluye a los
j a m a i q u i n o s , a los canadienses de origen inglés, etc.) es suficientemente claro y n o en-
cuentra mejor expresión en inglés y en el resto de las lenguas para n o m b r a r a los que
están incluidos en esta d e n o m i n a c i ó n . "Yanquis" son los naturales de N u e v a Inglaterra
o del norte del país aunque por extensión puede aplicarse a los nativos de) país entero.
HISTORIA D E L O S SERVOMECANISMOS 45

q u e él l l a m a b a " t é c n i c a s a u t o r i t a r i a s " a las " t é c n i c a s d e m o c r á t i c a s "

f u e capaz d e a f i r m a r : ^

A través de la mecanización, la automatización y el c o n t r o l cibernético, las

técnicas autoritarias h a n acabado p o r superar su debilidad más importante,
su dependencia o r i g i n a r i a de esos servomecanismos resistentes y a veces acti-
vamente díscolos y desobedientes, lo bastante humanos todavía como para
albergar propósitos que no siempre son coincidentes con los del sistema
(cursivas mías). _

C r e o c o n v e n i e n t e resaltar este rasgo n o v e d o s o p r o m o v i d o p o r e l

ensayista d e N u e v a Y o r k : los s e r v o m e c a n i s m o s n o s o n los aparatos
que manejamos: somos nosotros en t a n t o que p o d e m o s hacer obstá-
culo al proceso de p r o d u c c i ó n ("díscolos y desobedientes") y a lo q u e
se p i d e y se e s p e r a d e n o s o t r o s . Es n u e s t r a e v e n t u a l i n c a p a c i d a d o
desobediencia l o q u e p o n e e n riesgo la acción d e l proceso i n d u s t r i a l :
las m á q u i n a s , ellas, s o n p r e v i s i b l e s y c u m p l e n c o n su deber. E n c a m -
b i o , los h u m a n o s estamos i n c l u i d o s c o m o s e r v o m e c a n i s m o s e n u n a
tarea e n la q u e n o c o n o c e m o s n u e s t r o l u g a r y e n u n p r o c e s o q u e n o s
t r a s c i e n d e . P r e g u n t a m o s p r o v o c a n d o y c o n t a m i n a n d o la r e f e r e n c i a :
¿Se t r a t a d e la a b s o r c i ó n d e los " r e c u r s o s h u m a n o s " e n u n d i s p o s i t i v o
{Ge-stell) d e la p r o d u c c i ó n ? A g r e g a M u m f o r d :

El centro de la a u t o r i d a d en este nuevo sistema no es ya una personalidad

visible, u n rey todopoderoso: iiicluso en Las dictaduras totalitarias el centro reside
ahora en el sistema mismo, invisilple pero omnipresente. Todos sus componen-
tes humanos —abarcando a la'élites técnicas y gerenciales y llegando incluso
al sagrado sacerdocio de la ciencia—, los que tienen acceso al conocimiento
secreto p o r m e d i o del cual se ejerce sutilmente el c o n t r o l total, están tam-
bién ellos atrapados en la propia perfección de la organización que han i n -
ventado. [ . . . ] El peligro [Gefahr, en Heidegger, acotemos] para la democra-
cia no procede de algunos descubrimientos científicos o de determinadas
innovaciones electrónicas. Las compulsiones humanas que gobiernan a las
técnicas autoritarias de nuestros días proceden de una época anterior aun
a la invención de la rueda. El origen del peligro es este: desde que liacon y
Galileo d e f i n i e r o n los métodos y objetivos de las técnicas, nuestras grandes

^ L. M i i m i o r d , "Democratic a n d authoritarian techniques", Technology and Culture,

Baltiniore, J o h n s H o p k i n s L-niversit)' Press, vol. v (1), 1964, pp. 1-8.
46 H I S T O R I A D E L O S S E R V O M E C A N I S M O S

transformaciones físicas han sido efectuadas p o r u n sistema que deliberada-

mente e l i m i n a toda referencia a la personalidad h u m a n a , i g n o r a el proceso
histórico, sobrestima el papel de la inteligencia abstracta y hace del control de la
naturaleza fisica, en última instancia, del control del hombre mismo, el objetivo capital
de la existencia. [ . . . ] ¿Por qué nuestra época se ha r e n d i d o tan fácilmente a
los controladores, manipuladores, reguladores de las técnicas autoritarias?
La respuesta a esta pregunta es a la vez paradójica e irónica. Las técnicas
actuales difieren de las anteriores, las muy crudas y brutales de los sistemas
autoritarios del pasado, e n u n aspecto singular y en apariencia favorable:
han aceptado el p r i n c i p i o básico de la democracia, el de que cada u n o de los
miembros de la sociedad debiera tener u n a participación en sus beneficios.
A l llenar gradualmente esta parte de la promesa democrática, nuestro siste-
ma adquirió una ftierza sobre la c o m u n i d a d total que amenaza con barrer
con cualquier o t r o vestigio de democracia. Se nos p i d e que ratifiquemos u n
espléndido soborno. [ . . . ] U n a vez que nuestras técnicas autoritarias hayan
consolidado sus poderes c o n la ayuda de sus nuevas formas de c o n t r o l de las
masas, con su panoplia de sedantes, tranquilizantes y afrodisiacos, ¿podrá en
algún sentido sobrevivir la democracia? L a p r e g u n t a es absurda: la vida mis-
ma n o sobrevivirá sino en aquello que pase p o r el e m b u d o de lo mecánico
colectivo (cursivas mías).

M u m f o r d n o se p e r m i t e e n t r e v e r c o n H e i d e g g e r (y H ó l d e r l i n ) " l o
q u e salva" e n m e d i o d e l p e l i g r o s i n o q u e v o c i f e r a c o m o u n p r o f e t a
a p o c a l í p t i c o . A s u s t a d o a l p a r e c e r p o r sus p r o p i o s p r e s a g i o s se v i o f o r -
z a d o a r e s t r i n g i r e l a l c a n c e d e su a m e n a z a : " E s t o n o es u n a p r e d i c c i ó n
de l o que sucederá sino u n a advertencia ante l o que p o d r í a suceder"
( c i t . ) . N a d a y n a d i e p o d r í a c o i k c i d i r m e j o r c o n el H e i d e g g e r d e 1955
(¿lo s a b í a M u m f o r d ? ) . E n l a Selva N e g r a , e n el ya c i t a d o d i s c u r s o a los
c a m p e s i n o s d e M a s s k i r c h ( " S e r e n i d a d " , c i t . ) , se r e f i r i ó e l filósofo d e l
Dasein a " L a a m e n a z a s u p r e m a " . C o n s i s t e e n q u e

j u n t o a la más alta y eficiente sagacidad del cálculo que planifica e inventa,

coincidiría la indiferencia hacia el pensar reflexivo, u n a total atisencia de
pensamiento. ¿Y entonces? Entonces el h o m b r e habría negado y arrojado de
sí lo que tiene de más p r o p i o , a saber: que es u n ser que reflexiona. Por ello
hay que salvaguardar esta esencia d e l h o m b r e . Por ello hay que mantener
despierto el pensar reflexivo.
HISTORIA D E E O S SERVOMECANISMOS 47

L a a m e n a z a s u p r e m a es q u e l a t é c n i c a c u m p l a c o n Sus p r o m e s a s
y l l e g u e a e j e r c e r u n c o n t r o l t o t a l s o b r e el p l a n e t a y sus r e c u r s o s , i n -
c l u y e n d o a los seres v i v i e n t e s , los q u e h a b l a n y los q u e n o . Q u e o f r e z -
ca " u n m u n d o f e l i z " d o n d e las o p e r a c i o n e s m e c á n i c a s d e los n u e v o s
artefactos e n c u e n t r e n y e j e c u t e n las " s o l u c i o n e s " p a r a los p r o b l e m a s
vitales y los h o m b r e s se v e a n descargados d e p e n s a r c u á l es su l u g a r
e n el m u n d o s i m p l i f i c a d o p o r e l " c o n t r o l r e m o t o y a u t o m á t i c o " . Q u e
la c o l m e n a h u m a n a g l o b a l , l o q u e l l a m a r e m o s e l hombriguero, se h a g a
r e a l i d a d . Es s e g u r o q u e H e i d e g g e r n o c o n o c í a l o e x p u e s t o p o r L a c a n
a sus a l u m n o s u n o s meses antes, e n e l m i s m o a ñ o 1955:*

Nos llega la imagen de u n a creación esencialmente simbólica, es decir de

una máquina, la más moderna de las máquinas, mucho más peligrosa para el hombre
que la bomba atómica: la máquina de calcular. Se los estoy diciendo, ustedes lo es-
cuchan y no l o creen — l a máquina de calcular tiene u n a m e m o r i a — . A uste-
des les divierte decirlo pero n o lo creen. Desengáñense. Tiene u n a f o r m a de
memoria que está destinada a cuestionar todas las imágenes que nos hemos
dado hasta ahora de la memoria. Las cosas se registran en la máquina en el
estado de mensajes, t - , , ] ¿Qué es u n mensaje en el i n t e r i o r de u n a máquina?
Es algo que procede p o r abertura o p o r cierre, c o m o u n a lámpara electróni-
ca, p o r sí o p o r no. Es algo articulado, d e l mismo o r d e n que las oposiciones
fiindamentales del registro simbólico.

U n o s a ñ o s d e s p u é s d e l a r t í c u l o s o b r e las, t é c n i c a s d e m o c r á t i c a s y
las a u t o r i t a r i a s , e n e l d í p t i c o ya c i t a d o : El mito de la máquina {TheMyth
of the Machine, N u e v a Y o r k , I ^ a r c o u r t B r a c e J o v a n o v i c h , v o l . i , 1967 y
I I , 1970) M u m f o r d i n t r o d u j o e l c o n c e p t o v i s i o n a r i o d e l a ''megamáqui-
na" q u e , p a r a o p e r a r correcta y e f i c i e n t e m e n t e necesita de

una concentración de poder político y económico, de comunicación instan-

tánea y de u n sistema de almacenamiento de la información capaz de guar-
dar huellas de t o d o evento —para lo cual este nuevo invento de la computadora
será suficiente (cursivas mías).

D i g a m o s q u e su " m e g a m á q u i n a " es u n a m e g a m e m o r i a , u n mecanis-

m o q u e g u a r d a las h u e l l a s d e c u a l q u i e r a c o n t e c i m i e n t o , eso a l o q u e

^ J . L a c a n , Le Séminaire. Lixrm II, Le moi dans la théorie de Freud et dans la technique de la

psychanalse, París, Seuil, 1978, p. 111. Clase del 19 de enero de 1955.
48 H I S T O R I A D E L O S S E R V O M E C A N I S M O S

h o y n o s h e m o s a c o s t u m b r a d o y q u e M u m f o r d s u p o a v i z o r a r h a c e cua-
r e n t a años> L a d o m i n a c i ó n e j e r c i d a p o r este e n g e n d r o s o b r e los "ser-
v o m e c a n i s m o s " q u e s o n los h u m a n o s q u e c r e e n m a n e j a r l o pasa p o r e l
''registro' d e sus actos y d e sus " i d e n t i d a d e s " b i o l ó g i c a s y personales y
r e q u i e r e u n a a c u m u l a c i ó n y a l m a c e n a m i e n t o d e la m e m o r i a c o l e c t i v a
p a r a l o c u a l la c o m p u t a d o r a ( n o se c o n o c í a a u n I n t e r n e t p e r o ya p o d í a
preverse s u a p a r i c i ó n ) s e r í a s u f i c i e n t e . E l p r o c e s o d e m e c a n i z a c i ó n d e l
a l m a c e n a m i e n t o d e datos h a c e d e c a d a i n d i v i d u ó üí^ " c o n j u n t o finito
d e datos y cifras q u e p u e d e d i g i t a l i z a r s e , esto es, someterse a c á l c u l o .
L a c u l m i n a c i ó n de esa r e d u c c i ó n se a l c a n z a r á e n el d í a n o l e j a n o e n
q u e la i d e n t i d a d esté o b j e t i v a d a p o r e l m a p a g e n o m i c o y l l e g a r á n a ser,
e n c o n s e c u e n c i a , p r e s c i n d i b l e s los m ú l t i p l e s n ú m e r o s a los q u e h o y
se r e c u r r e p a r a i d e n t i f i c a r a u n h a b i t a n t e d e l p l a n e t a : d e l d o c u m e n t o
d e i d e n t i d a d , d e l p a s a p o r t e , d e los t e l é f o n o s , d e las cuentas bancarias,
d e las tarjetas d e c r é d i t o , d e l a i n s c r i p c i ó n e n la s e g u r i d a d social, d e
la a g e n c i a d e r e c a u d a c i ó n d e i m p u e s t o s , etc. S a b e r l o t o d o acerca d e
t o d o s p o r m e d i o d e u n a m á q u i n a ú n i c a y u b i c u a q u e asigna n ú m e r o s
c o m o i d e n t i d a d e s ( t a l c o m o s u c e d í a e n esos p r e c u r s o r e s q u e f u e r o n
los c a m p o s d e c o n c e n t r a c i ó n ) h a b r á d e j a d o d e ser u n a fantasía p a r a -
n o i c a . Eso p a s a r á , guste o n o guste; se c u m p l i r á p o r q u e ya está i n s c r i t o
y ya va t r a z a n d o su c a m i n o e n el p r o g r a m a d e l a m e g a m á q u i n a . N o
se p u e d e n a d a r e n c o n t r a d e l a c o r r i e n t e d e l a h i s t o r i a q u e es l a d e l
i r r e f r e n a b l e p e r f e c c i o n a m i e n t o d e los artefactos q u e a l n u m e r a r n o m -
b r a n y a s i g n a n lugares e n el d i s p o s i t i v o d e l p o d e r . ¿ D e d ó n d e , d e q u é
a l t e r n a t i v a , p o d r í a p r o c e d e r " l o q u e salva"?
M u m f o r d f u e u n o d e los r q u c h o s p e n s a d o r e s d e l a p o s g u e r r a q u e
v i e r o n c o n escepticismo y alarma el progreso tecnológico a u n q u e to-
d o s ( d e s d e H e i d e g g e r y a u n d e s d e el s i g l o x i x , desde M a r x ) ^ c o m -

^ K. Marx [1867], "Maquinaria y gran industria", El capital, vol. 2, cap. 13, México,
Siglo X X I , 1975, pp. 451-613. T r a d u c c i ó n de Pedro Scaron. Marx, cien años autcs,
toma la definición ya entonces vigente de la m á q u i n a c o m o " u n autómata enorme, com-
puesto de innumerables ó r g a n o s m e c á n i c o s dotados de conciencia propia, que actúan
de c o m ú n acuerdo e ininterrumpidamente para producir un objeto c o m ú n , estando
todos esos ó r g a n o s subordinados a una tuerza motriz que se nmevc por sí m i s m a " (p.
511) y se permite subrayar esa definición mostrando que, según ella, el a u t ó m a t a no es
la m á q u i n a sino el sryeto. " L a m á q u i n a central de donde arranca todo el movimiento,
no es u n autómata sino u n autócrata" (p. 512). " E n la manufactura y el artesanado el tra-
bajador se sil-ve de la herramienta; en la fábrica sirve a la máquina. Allí parte de él el
movimiento del medio de trabajo; aquí es él quien tiene que seguir el movinúento de
éste. E n la m a n u í a c t u r a los obreros son miembros de u n mecanismo vivo. E n la fábri-
HISTORIA D E L O S SERVOMECANISMOS
49

prendían que n o tenía n i n g ú n sentido oponerse a él, conocedores

c o m o e r a n d e l fracaso d e l m o v i m i e n t o a n t i m a q u í n i c o q u e t u v o a l -
g u n a f u e r z a y se p l a n t e ó a c c i o a e s c o n c r e t a s c o n t r a l a i n d u s t r i a e n l a
p r i m e r a m i t a d d e l s i g l o x i x . E l n o m b r e d e M u m f o r d p u e d e ser u n i d o
a los d e M a h a t m a G a n d h i ( c u y o s í m b o l o e r a la r u e c a a r t e s a n a l d e l a
I n d i a e n oposición al telar i n d u s t r i a l de G r a n B r e t a ñ a ) , al d e l c r e a d o r
de la c i b e r n é t i c a , N o r b e r t W i e n e r , a l d e s u c o n t e m p o r á n e o a n t i m e -
diático, M a r s h a l l M c L u h a n , q u e t a n t o a p r e n d i ó d e las p r i m e r a s o b r a s
de . M u m f o r d , a l d é úri i n t e r m i n a b l e c a t á l o g o d e c r í t i c o s q u e l l e g a n ,
e n d e f i n i t i v a , hasta las a c t i t u d e s i n t e l e c t u a l e s d e r e s i s t e n c i a — e j e m -
plificadas hoy p o r el italiano G i o r g i o A g a m b e n ( n . e n 1 9 4 2 ) — q u e
ü e n e n sus r e d u c t o s e n los á m b i t o s a c a d é m i c o s . A s u vez, estos pensa-
dores f u e r o n p r e c e d i d o s y a c o m p a ñ a d o s p o r e s c r i t o r e s d e o b r a s d e
ficción q u e m o s t r a b a n los " p e U g r o s " i n h e r e n t e s a l " p r o g r e s o " c i e n t í f i -
co, e n t r e los cuales c r e o c o n v e n i e n t e destacar ( e n t r e c i e n t o s ) c u a t r o
c r e a c i o n e s p a r t i c u l a r m e n t e s i g n i f i c a t i v a s : E . M . F o r s t e r c o n su i n c r e í -
b l e r e l a t o ( i n c r e í b l e p o r ser r i g u r o s a m e n t e p r o f é t i c o , hasta e n sus
í n f i m o s detalles) The machine stops ( 1 9 2 8 ) , d o s o b r a s h a r t o c o n o c i d a s
q u e h a n s e r v i d o p a r a p l a s m a r nuestras p e o r e s p r e m o n i c i o n e s : Brave
New World , d e A l d o u s H u x l e y ( 1 9 3 5 ) , n o v e l a d e c o n t e n i d o s f r a n c a -
mente reaccionarios c o m o lo señaló c o n agudeza M a x Horkheimer*"
y 1984 d e G e o r g e O r w e l l ( 1 9 4 8 ) , c r e a d o r d e l a i m a g e n t e r r o r í f i c a d e l
B i g B r o t h e r y su n e o l e n g u a y, finalmente, a h o r r a n d o t o d o d i s c u r s o
crítico, o b r a p r e m o n i t o r i a e n u n nivel p o é t i c o inmarcesible a la q u e
d e b e r e m o s evocar d e n u e v o 'en el h i l o d e n u e s t r a e x p o s i c i ó n , La in-
vención de Morel, d e A d o l f o ^ic>y Casares ( 1 9 4 0 ) , q u e i n s p i r ó a A l a i n
R o b b e G r i l l e t y a A l a i n Resnais p a r a h a c e r u n a d e las o b r a s m a y o r e s
d e l c i n e d e t o d o s los t i e m p o s : El año pasado en Marienbad (1961). El
c o m e n t a r i o d e estas (y o t r a s ) o b r a s d e ficción y c i e n c i a - f i c c i ó n e x c e d e
los l í m i t e s q u e q u i e r o i m p o n e r a este ensayo y p o r eso m e r e s t r i n j o ,
n o s i n pesar, a su m e r a m e n c i ó n .

ca existe u n mecanismo inanimado independiente de ellos, al que son incorporados

como apéndices vivientes l . . . | Mediante su t r a n s f o r m a c i ó n e n a u t ó m a t a , el medio de
trabajo se enfrenta al obrero, durante el proceso mismo de trabajo, como capital, como
trabajo inanimado que d o m i n a y succiona la fuerza de trabajo viva (pp. 515-516)". L a
idea de la servidumbre de los hombres c o m o "recursos" en el proceso tiene en Marx
i m claro precursor.
Max H o r k h e i m e r [1967], Critica de la razón instrumental, Buenos Aires, Sur, 1969,
pp. 66-68. Traducción de H . A . M u r e n a .
 HISTORIA D E L O S SERVOMECANISMOS

L a " m e g a m á q u i n a " o b e d e c e a u n a m i s i ó n c a p i t a l : e l l a l l e v a el re-

gistro ( " m e m o r i a l d e las cosas a c a e c i d a s " ) , p a l a b r a esencial p a r a la
c o n t i n u a c i ó n d e n u e s t r o d i s c u r s o , n o s ó l o p o r los tres registros d e l a
experiencia (real, simbólico e i m a g i n a r i o ) segim Lacan, sino, f u n -
d a m e n t a l m e n t e , p o r l o q u e i m p l i c a c o m o p r e s e r v a c i ó n d e l pasado.
Registro es p a l a b r a d e r i v a d a d e l l a t í n regerere ( t r a n s c r i b i r ) , q u e a su
vez d e r i v a d e gerere (llevar, c o n d u c i r , e j e c u t a r g e s t i o n e s ) . D e ese ge-
rere d e r i v a n p a l a b r a s c o m o gesta, g e s t a c i ó n , d i g e r i r , i n g e r i r , s u g e r i r ,
etc. Las m á q u i n a s , éstas q u e n o s o c u p a n , se e n c a r g a n d e e n c a j o n a r
y o r g a n i z a r , " o r d e n a r " , l a m e m o r i a d e t o d o s los d a t o s a l m a c e n a b l e s :
s o n " r e g i s t r a d o r a s " . Q u i e n e s las m a n e j a n s o n " g e r e n t e s " , managers.
C o n t r o l a r es g u a r d a r y r e g u l a r e l acceso a los r e g i s t r o s , a los a r c h i v o s .
H o y más que n u n c a , menos q u e m a ñ a n a , el ejercicio d e l p o d e r exige
l a m a n i p u l a c i ó n d e la m e m o r i a c o m o su c o n d i c i ó n p r e v i a . L a d o m i -
n a c i ó n es c o n t r o l d e la m e m o r i a i n d i v i d u a l y c o l e c t i v a . Ya se sabe:
Who Controls the past controls thefuture: who controls the present controls the
past ( G . O r w e l l [ 1 9 4 8 ] , 1984). L a " n e o l e n g u a " (newspeak), m o d e l o y
desiderátum de objetividad en el habla, construida p o r acumulación
de neologismos tecnológicos, i n f i l t r a d a e n el m u n d o entero p o r el
i n g l é s d e los t e c n ó c r a t a s , a s p i r a n t e y e s p e r a n z a d e u n f u t u r o i d i o m a
u n i v e r s a l , es u n i n s t r u m e n t o d e c o n t r o l d e l a m e m o r i a e n los tres
t i e m p o s d e l a g r a m á t i c a , esos tres t i e m p o s u n i f i c a d o s p o r el l e m a d e l
Big Brother es t a m b i é n , a su vez, u n a c r e a c i ó n n e o l i n g ü í s t i c a . ^ Re-
g i s t r a r es c o n t r o l a r e l p a s a d o y e l f u t u r o . ¿ Q u é m á s p u e d e p e d i r e l
a m o i n t e m p o r a l , e l d e s i e m p r e , c o n sus c a m b i a n t e s facetas?
P a r a " r e g i s t r a r " los datos» c o n v i e n e n o s e l e c c i o n a r l o s ( p a r a e l l o ha-
b r í a q u e pensar, c u a n d o l o r e q v i e r i d o y s u f i c i e n t e es a c u m u l a r l o s s i n
r e f l e x i o n a r ) : basta c o n i g n o r a r la p r e g u n t a p o r el s e n t i d o d e l o q u e
se g u a r d a . N u n c a se sabe l o q u e e l f u t u r o p u e d e r e q u e r i r . T o d o t i e n e
q u e ser " g r a b a d o " . I m p o r t a p o c o si h a b r á o n o t i e m p o y o p o r t u n i -
d a d p a r a el análisis y la d i s e c c i ó n m i n u c i o s a d e los a c o n t e c i m i e n t o s ,
i n c l u s o los m á s banales. Las b o d e g a s d e la r e t e n c i ó n m n é m i c a n o re-
q u i e r e n ya d e e s p a c i o , e d i f i c i o s n i t i e m p o ; a h o r a es c u a n d o " e l saber
n o o c u p a l u g a r " . N a d a p u e d e escapar a l a i n m e n s a m a q u i n a r i a d e l a
m e m o r i a c o m p u t a d a , base d e l c á l c u l o d e la s u b j e t i v i d a d d e h o y . E l

^ J a i m e S e m p r ú n , Déjense el illustralion de la novlangae fran<;aise, París, Editions de

r E n c y c l o p é d i e des Nuisances, 200.5. Volveremos sobre el tema del lenguaje "maqui-
nado".
HISTORIA D E L O S SERVOMECANISMOS
51

h e c h o e n sí, e n b r u t o , h a b r á d e ser d e s m e n u z a d o h a s t a sus m í n i m o s

e l e m e n t o s d i g i t a l e s , hasta sus á t o m o s i n f o r m á t i c o s . Las c o n t i n u i d a -
des d e b e n ser d i s u e l t a s y t r a n s f o r m a d a s e n trazos s e p a r a d o s , d i s c r e -
tos, d i s c o n t i n u o s . E l t i e m p o y el e s p a c i o d e b e n ser " n o m b r a d o s " e n
u n l e n g u a j e i n e q u í v o c o q u e los h a g a ú n i c o s y p e r m i t a i n t e g r a r l o s e n
u n sistema d e c o o r d e n a d a s y n a d a se p r e s t a a e l l o t a n b i e n c o m o e l
n ú m e r o , el materna, e n u n sistema n u m é r i c o ( b i n a r i o ) de ceros y
u n o s . Es l o q u e l l a m a r e m o s " d i g i t a l i z a c i o n d e la r e f e r e n c i a " p a r a sig-
n i f i c a r q u e l a r e f e r e n c i a n o r e m i t e a u n a "cosa" d e este m u n d o , r e a l
o ficticia, s i n o a u n c o n j u n t o d e c i f r a s q u e c o r r e s p o n d e a esa cosa y
p e r m i t e l o c a l i z a r l a p o r m e d i o s c i b e r n é t i c o s . E n el l e n g u a j e h a b l a d o ,
e n e l d i s c u r s o c o r r i e n t e , é s a es l a f u n c i ó n d e l s i g n i f i c a n t e : e s t a b l e c e r
cortes, s i n g u l a r i z a r , l i m i t a r l a a m b i g ü e d a d . C o n l a d i g i t a l i z a c i o n , los
i m p e r c e p t i b l e s , los i n c o r p ó r e o s , e l n a n o s e g u n d o , e l n a n o g r a m o , e l
n a n o m i l í m e t r o l l e g a r á n a ser las u n i d a d e s a t ó m i c a s q u e p e r m i t i r á n e l
c á l c u l o e x a c t o y l a p r e d i c c i ó n i n e q u í v o c a . P a r a r e g i s t r a r a l g o es n e c e -
sario saber c o n p r e c i s i ó n d ó n d e estaba e l ser v i v i e n t e {cardinalizactón:
grados, m i n u t o s , segundos, n a n o s e g u n d o s d e l a t i t u d y l o n g i t u d ) y a
q u é h o r a {calendarización: a ñ o , mes, día, m i n u t o , etc.), h a c i e n d o q u é
a c c i ó n o p e n s a n d o q u é . D e s d e la p e r s p e c t i v a t é c n i c a e l nombre d e la
cosa es su número. S ó l o l o c a l c u l a b l e ( c o m p u t a b l e ) es c o n t r o l a b l e y
d i g n o d e c o n s i d e r a r s e c o m o e x i s t e n t e . P a r a c o n t r o l a r h a y q u e saber,
p a r a saber h a y q u e g r a b a r , e s c r i b i r , r e g i s t r a r , t o d o s los d a t o s , todas las
coordenadas. Hay que n u m e r a r . E l archivo fue siempre la fuente del
p o d e r y h o y , e n t i e m p o s d e l a r c h i v o a b s o l u t o , e s t á n sentadas — - d i g i t a -
l i z a c i o n m e d i a n t e — las bases p a r a e l p o d e r a b s o l u t o . E l s i g n i f i c a n t e
t i e n e q u e ser d i a c r í t i c o y s u p o d e r d e p e n d e d e q u e se e v i t e t o d a p o -
sible c o n f u s i ó n . A l a a m b i g u a f l o t a c i ó n d e los s i g n i f i c a d o s , i n e v i t a b l e
c u a n d o se usa l a p a l a b r a , se o p o n d r á l a p r e c i s i ó n d e l n ú m e r o q u e
se e s c r i b e y es l e í d o p o r m á q u i n a s . E l m u n d o es u n l a b e r i n t o q u e se
o r d e n a gracias a í n f i m a s d i f e r e n c i a s i n ( t r o ) d u c i d a s p o r el s i g n i f i c a n -
te. R e c o r d a n d o a l p r i m e r Lacan:^ "Es e l m u n d o d e las p a l a b r a s e l
q u e c r e a e l m u n d o d e las cosas, p r i m e r a m e n t e c o n f u n d i d a s e n e l hic
et mine d e l t o d o e n d e v e n i r " . M a s ¡ay! las p a l a b r a s n o a c a b a n c o n la
i n c c r t i d u m b r e : p u e d e n d e c i r u n a cosa y t a m b i é n su c o n t r a r i o . Es p o r

^ Jacques L a c a n [1953], "Función y c a m p o de la palabra y el lenguaje en psicoaná-

lisis". Escritos I, México, Siglo X X I , vol. 1, 1984, p. 265.
52 H I S T O R I A D E L O S SERVOMECANISMOS

eso q u e e l a m o a m a a l n ú m e r o hasta e l p u n t o d e i d e n t i f i c a r s e c o n él:

el n o m b r e d e l p a d r e , e l o r g a n i z a d o r i m p r e s c i n d i b l e e i n e l u d i b l e d e l
c o n j u n t o d e los s i g n i f i c a n t e s e n el m u n d o d e l a t é c n i c a es su n ú m e r o .
E l o r d e n es o r d i n a l y h a y q u e s u b - o r d i n a r s c . L a confi.isión d e b e evi-
tarse a t o d a costa. Es p e l i g r o s a la l e t r a I p u e s p u e d e c o n f i a n d i r s e c o n
e l n ú m e r o 1 . T a m b i é n l a O c o n e l O y hasta l a S c o n e l 5. Es p o r eso
q u é se h a i n v e n t a d o u n o r d e n " a l f a n u m é r i c o " q u e e v i t a esos signos
d u d o s o s . F á c i l es i m a g i n a r e l r i e s g o q u e r e p r e s e n t a n el s u e ñ o y su
l e c t u r a fi-eudiana p a r a e l d i s c u r s o d e l a m o . ¿ Q u i é n q u i e r e t r a d u c i r
u n lapsus e n l e n g u a j e a l f a n u m é r i c o ? ¿ Q u é se p o d r í a a p r e n d e r d e u n
s u e ñ o t r a d u c i d o al lenguaje d i g i t a l de ceros y unos? ¿Se p o d r á p r e -
d e c i r u n s u e ñ o c o m o se p r e d i c e n l a h o r a y las c a r a c t e r í s t i c a s d e u n a
nevada? ¿ Q u i é n se atreve a pensar l o q u e sabe y l o q u e c r e e saber?
E l o t r o a u t o r , el o t r o g r a n d e s c o n f i a d o — c u a n d o n o o p o s i t o r —
a l a t e c n o l o g í a q u e h i z o r e f e r e n c i a a los " s e r v o m e c a n i s m o s " e n e l
m i s m o s e n t i d o y al m i s m o t i e m p o q u e M u m f o r d f u e , c o m o h e m o s
e v o c a d o , e l c a n a d i e n s e M a r s h a l l M c L u h a n . E l i r r u m p i ó e n e l pensa-
m i e n t o contemporáneo con u n libro que hizo época: Understa?iding
Media, c u y o s u b t í t u l o e r a l a escueta d e f i n i c i ó n d e l o q u e e n t e n d í a p o r
"media": TheExtensions ofMan (Nueva York, M c G r a w H i l l , 1964). ¿Ha-
b í a l e í d o ya a M u m f o r d ? Es casi s e g u r o . ¿Y a H e i d e g g e r ? N a d a p a r e c e
i n d i c a r l o . M c L u h a n c o n s i d e r ó a las t e c n o l o g í a s e l e c t r ó n i c a s c o m o
e x t e n s i o n e s d e la c o n c i e n c i a h u m a n a y p r o n u n c i ó u n a d e las frases
q u e m a r c a r o n e l p e n s a m i e n t o d e los a ñ o s sesenta: ''el medio es el men-
saje' junto con l a c é l e b r e a n t i é i p a c i ó n d e n u e s t r o f u t u r o c o m o "aldea
globar. S o s t e n í a q u e los medias ( t o d o s los i n s t r u m e n t o s y los o b j e t o s
p r o d u c i d o s p o r la t é c n i c a ) m o d e l a b a n los a m b i e n t e s sociales y p o -
l í t i c o s y o r g a n i z a b a n las r e l a c i o n e s h u m a n a s . E l l o s e r a n , e n v e r d a d ,
e n sí m i s m o s , e l m e n s a j e , i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e los " c o n t e n i d o s "
q u e s u p u e s t a m e n t e t r a n s m i t í a n . P o r eso t e m í a , t a m b i é n é l , l a p é r d i -
d a d e los c o n t r o l e s d e m o c r á t i c o s a m a n o s d e esos n u e v o s sistemas d e
c o m u n i c a c i ó n y a d v e r t í a d e l p e l i g r o (Gefahr!) d e q u e los h u m a n o s se
t r a n s f o r m a s e n e n "ser\^omecanismos" d e u n a t e c n o l o g í a c o n t r o l a d a
p o r u n o s p o c o s a expensas d e las m a y o r í a s . C o n el c o r r e r d e l t i e m p o
y antes d e su m u e r t e e n 1980 se f u e i n c r e m e n t a n d o su p e s i m i s m o y s u
visión s o m b r í a d e los a c o n t e c i m i e n t o s p u e s v e í a c ó m o la t e c n o l o g í a
se a d e l a n t a b a y rebasaba t o d o c o n t r o l . D e c í a :
HISTORIA D E L O S S E R V O M E C A N I S M O S
53

La vertiginosa velocidad del cambio aumenta el aislamiento de los individuos

que ya están en sí fragmentados. A la velocidad de la luz el h o m b r e pierde
sus metas, sus objetivos y su i d e n t i d a d personal. Llega a ser u n ítem en u n
banco de datos — t a n sólo u n software, fácilmente olvidado y p r o f u n d a m e n t e
resentido.

P a r a M c L u h a n , los " m e d i o s " , p r ó t e s i s , " e x t e n s i o n e s d e l c u e r p o " ,

e q u i v a l e n a n u e s t r o s " a p a r a t o s " t é c n i c o s y s i i imjpérló é s í h ü y á m p l ^ ^
n o t a n r e s t r i c t i v o c o m o e l q u e a h o r a p r o p o n g o p a r a los " s e r v o m e c a -
n i s m o s " ; L o s "'medid^ d e l c a n a d i e n s e a b a r c a n m u c h o m á s q u e los d e
la c o m u n i c a c i ó n masiva c o n t e m p o r á n e a {mass media). E l i n c l u y e e n
su d e s m e s u r a d o c a t á l o g o d e " m e d i o s " a l a p a l a b r a h a b l a d a , a l a p a l a -
b r a escrita, a l n ú m e r o , a l a r u e d a ( e x t e n s i ó n d e l p i e ) , a l a v e s t i m e n t a
( e x t e n s i ó n d e la p i e l ) , a l l i b r o ( e x t e n s i ó n d e l o j o ) , a l a h a b i t a c i ó n , a l
d i n e r o , a los r e l o j e s , a los a u t o m ó v i l e s , etc. S u l i b r o t i e n e c a p í t u l o s
p a r a 26 m e d i o s d i f e r e n t e s . . . y a u n a h í n o a p a r e c í a e l m e d i o p o r ex-
celencia, I n t e r n e t , q u e a c a b ó p o r r e u n i r y c o n j u g a r e n la práctica a
t o d o s los d e m á s .
A f i r m a b a e n La galaxia Gutenberg, p . 32 d e la e d i c i ó n e n i n g ^ (yo
traduzco):

En lugar de tender hacia una vasta Biblioteca de Alejandría, el m u n d o se

ha transformado en una computadora, u n cerebro electrónico, exactamente
como en u n a fábula i n f a n t i l de ciencia-ficción. Y así como nuestros sentidos
han emigrado fuera de nosotros, así también el B i g Brother se traslada al
interior. De m o d o que, a menos que estemos conscientes de esta dinámica,
entraremos de golpe en una fase de terrores pánicos, los que exactamente
corresponden a u n m u n d i l l o de tambores tribales, de interdependencia ab-
soluta y de coexistencia forzada.

L a m e n t e m o s l a r e c í p r o c a i g n o r a n c i a e n q u e se s o s t i e n e n los p e n -
sadores g r i n g o s y los f r a n c ó f o n o s ( A g a m b e n , a u n q u e escribe e n i t a -
l i a n o , es i n m e d i a t a m e n t e t r a d u c i d o a l f r a n c é s y a través d e esa l e n -
g u a se l e c o n o c e i n t e r n a c i o n a l m e n t e ) . A d m i t a m o s t a m b i é n q u e es
i m p o s i b l e q u e F o u c a u l t , D e l e u z e , etc., n o h a y a n c o n o c i d o los t e x t o s
d e M u m f o r d y M c L u h a n q u e se d i s c u t í a n e n todas las u n i v e r s i d a d e s
a n g l o s a j o n a s y e r a n la c o m i d i l l a d e l a m b i e n t e i n t e l e c t u a l y d e los mass
media d e l a é p o c a . F o u c a u l t , e l p r o v e r b i a l h i s t o r i a d o r d e l a l o c u r a y
54 H I S T O R I A D E E O S S E R V O M E C A N I S M O S

d e l a s e x u a l i d a d , q u e e n esa é p o c a pasaba b u e n a p a r t e d e su t i e m -
p o e n C a l i f o r n i a , n o c i t a n i u n a vez a estos d o s a u t o r e s e n las m i l e s
d e p á g i n a s d e sus escritos y r e p o r t a j e s y los i g n o r a o l í m p i c a m e n t e
c u a n d o d a su d e f i n i c i ó n y e j e m p l i f i c a , e n 1977, eso q u e b a u t i z a c o m o
"dispositivos".
S i n e m b a r g o , n o se p u e d e o l v i d a r — y casi n o es n e c e s a r i o r e c o r -
d a r — q u e , pese a esa i n c u r i a e u r o p e a p o r el p e n s a m i e n t o g r i n g o ,
casi t o d o s los i n v e n t o s q u e h a n m o d e l a d o e l paisaje t é c n i c o d e l m u n -
d o d á n d o l e su c o n f i g u r a c i ó n a c t u a l , h a n s i d o p a t e n t a d o s y p r o m o v i -
d o s p o r n o r t e a m e r i c a n o s ( c o n t r a e j e m p l o s , y d e p e s o : la f o t o g r a f í a ,
e l c i n e y l a r a d i o ) y q u e s o n los g r i n g o s los q u e se h a n a p o d e r a d o
d e l a i n d u s t r i a d e a q u e l l o s a r t e f a c t o s ( m e d i o s ) q u e o b e d e c e n a la
d e f i n i c i ó n d e l d i c c i o n a r i o y los h a n u s a d o p a r a p r o m o v e r su i d e a
de la "industria c u l t u r a l " c o m o , c o n toda precisión, la l l a m a r o n M a x
H o r k h e i m e r y T h e o d o r W. Adorno.^
E l leitmotiv de M c L u h a n es l o q u e d e s d e l a d é c a d a d e 1920 v e n í a n
l l a m á n d o s e los media, a b r e v i a t u r a c ó m o d a y d e s p u é s m u n d i a l m e n t e
a c e p t a d a d e " m e d i o s d e c o m u n i c a c i ó n d e masas"; masas, a g r e g u e -
m o s , e n e l s e n t i d o p r o p u e s t o p o r L e B o n y l l e v a d o a su c é n i t p o r
F r e u d . T a n t o M c L u h a n c o m o M u m f o r d c o n o c í a n a l d e d i l l o las o b r a s
d e F r e u d s o b r e l a civilización y l o c i t a b a n c o n f r e c u e n c i a . N o c a b e ,
s i n e m b a r g o , c o n s i d e r a r l o s c o m o " c u l t u r a l i s t a s " . L a c o n c l u s i ó n a I?t
q u e M c L u h a n a r r i b ó se c o n v i r t i ó e n u n e s l o g a n q u e ya h e m o s m e n -
c i o n a d o : " E l m e d i o es e l m e n s a j e " . E l n o c o n o c i ó l a r e d y p o r eso sus
e j e m p l o s s o n m á s e l e m e n t a l e s : e l f o c o e l é c t r i c o y la t e l e v i s i ó n , p e r o
n o d e j a d e i n c l u i r e n su c o n c i t o a n i n g ú n i m p l e m e n t o c u l t u r a l , e m -
p e z a n d o p o r l a p a l a b r a h a b l a d a y p o r la p a l a b r a e s c r i t a c o n s i d e r a d a s
también c o m o "medios", "extensiones d e l h o m b r e " según u n a consi-
deración c o n la que expresaremos nuestro f r a n c o y total desacuerdo.
M c L u h a n demuestra de m a n e r a impecable c ó m o el foco incandes-
c e n t e i n v e n t a d o p o r E d i s o n c a m b i ó las c o n d i c i o n e s d e l a v i d a d e la
especie; s i n e m b a r g o , a r g u y e q u e l a l a m p a r i l l a es u n " m e d i o " q u e n o
t i e n e n i n g ú n c o n t e n i d o p e r o q u e es, e n sí m i s m o , u n m e n s a j e y u n a
p r o m e s a d e bienestar.^** L a v a l o r a c i ó n é t i c a d e l a l u z d e p e n d e d e l o

^ Max H o r k h e i m e r y T h . W- A d o r n o [1969], " L a industria cultural. Ilustración

c o m o e n g a ñ o d r masas", e n Dialéctica de. la ilustración, Madrid, Trotta, 1994, pp. 16.5-
212. T r a d u c c i ó n lie J.J. Sánchez.
Heidegger, más lúcido, para nada naif, ya c o m p r e n d í a que esta "neutralidad" de
HISTORIA D E L O S SERVOMECANISMOS
55

q u e es i l u m i n a d o p o r ellas; n u n c a d e j a d e t e n e r u n a c o n n o t a c i ó n p o -
lítica q u e n o p o d r í a ser " n e u t r a l " . L a u t i l i d a d d e los " m e d i o s " d e p e n -
d e d e los fines a los q u e se les d e s t i n a . E n e l m u n d o o c c i d e n t a l , e n las
zonas " d e s a r r o l l a d a s " , t o d o s los a r t e f a c t o s ( l u z a r t i f i c i a l , t e m p e r a t u r a
r e g u l a d a , c o n e x i o n e s a I n t e r n e t , etc.) s o n p r o m e t i d o s a los asistentes
a c u a l q u i e r " e v e n t o " y c u m p l e n c o n su f u n c i ó n p e r f o r m a t i v a . C o m o
s i e m p r e , m i l a p t o p c u a n d o l l e g a a esta palabra^ m e l a ca por
" p r e f o r n í a t i v a " . N o es ü n lapsus, [ ó j o ! , es u n a c o m p u l s i ó n d e r e p e t i -
c i ó n d e l a q u e n o sabe l i b r a r s e . S u f a l l o m e r e d i m e e n e l m o m e n t o d e
escribir: m e o b l i g a a n o c o n f i a r en ella y pensar en lo q u é e n c o n t r a r á
e l l e c t o r si l a dejase l i b r a d a a sus o p e r a c i o n e s . T a m p o c o " l e g u s t a "
que escriba M c L u h a n c o n u n a mayúscula y sin i n t e r v a l o después de
la c y q u e h a y a u n a m a y ú s c u l a e n m e d i o d e u n a p a l a b r a . A s í q u e todas
la veces t e n g o q u e c o r r e g i r su Mcluhan. Y e l n o r t e a m e r i c a n o ( e n este
caso, c a n a d i e n s e ) n o p o d r í a ser m á s c l a r o c o m o v i s i o n a r i o e x p o s i t o r
de la c o n c e p c i ó n que i n t e n t o tranmitir:^^

A l adoptar incesantemente nuevas tecnologías, nos relacionamos con ellas

como servomecanismos. Es por ello que, para estar en condiciones de usarlas,
debemos ponernos al servicio de estos objetos, estas extensiones de nosotros
mismos, c o m o a dioses o a religiones subalternas. U n i n d i a n o es el servome-
canismo de su canoa, como el cowboy de su caballo o el ejecutivo de su reloj
(cursivas m í a s ) .

D e l m i s m o m o d o q u e el p a n a l f o r m a p a r t e de la abeja y el d i q u e
d e l castor, así nuestras e x t e n s i o n e s l l e g a n a ser n o s o t r o s , l o e s e n c i a l
de nosotros mismos. T a m m é n lo decía M c L u h a n en Understanding
Media-}'^

Fisiológicamente, el h o m b r e , en el uso n o r m a l de su tecnología (de las va-

riadas extensiones de su cuerpo) es m o d i f i c a d o sin cesar p o r ella y a la vez
encuentra siempre nuevas maneras de m o d i f i c a r su tecnología. Los hombres

los objetos t e c n o c i e n t í ñ c o s es u n e n g a ñ o pues cada u n o de ellos está integrado e n el

Ge-stell (en el dispositivo) y que, lo sepamos o no, los artefactos de la técnica, desde
la rueda hasta la bomba de neutrones, forman parte de la empresa de control de la
naturaleza y de los h o m b r e s . . . empresa que para n a d a es neutral.
" Marshall M c L u h a n , Understanding Media. The extensions of Man, Nueva York, Rout-
ledge a n d K e g a n Paul, 1964, p. 51,
^2 I d - , p. 56.
56 HISTORIA DE LOS SERVOMECANISMOS

se t r a n s f o r m a n , si c a b e d e c i r , e n l o s ó r g a n o s s e x u a l e s d e l m u n d o m a q u í n i c o ,
c o m o l a a b e j a lo es e n el r e i n o vegetal, q u e p e r m i t e n d e ese m o d o l a f e c u n -
d a c i ó n y la evolución hacia formas siempre nuevas. E l m u n d o de la m á q u i n a
c o r r e s p o n d e a l a m o r d e l h o m b r e al c u m p l i m e n t a r sus a n h e l o s y d e s e o s , p r i n -
cipalmente proveyéndolo con riquezas.

Q u e n o se c r e a q u e esta a l u s i ó n a los h o m b r e s c o m o " ó r g a n o s

sexuales d e l m u n d o m a q u í n i c o " y a esta r e l a c i ó n a m o r o s a d e l h o m b r e
c O r i l a m á q u i n a es sólo u n a a f o r t u n a d a m e t á f o r a m á s o m e n o s aislada
e n l a o b r a d e l p r o v o c a t i v o " m e d i ó l o g o " . Ya e n su p r i m e r l i b r o , The M&-
chanicalBñde ( 1 9 5 1 , r e e d i t a d o : N u e \ ^ Y o r k , T h e G i n g k o Press, 2 0 0 2 ) ,
h a b í a a f i r m a d o la r e l a c i ó n e r ó t i c a e n t r e e l h o m b r e y l o q u e a u n n o lla-
m a b a las " e x t e n s i o n e s d e su c u e r p o " . E l t í t u l o d e la o b r a c o n su a l u s i ó n
a M a i c e l D u c h a m p : Ta novia mecánica, h a c e r e f e r e n c i a a l a a t r a c c i ó n
l i b i d i n a l q u e e j e r c e n las m á q u i n a s y a la e x p l o t a c i ó n c o m e r c i a l d e esa
a t r a c c i ó n q u e es f u n d a m e n t a l p a r a la i n d u s t r i a d e l a p u b l i c i d a d . E l
deseo se m e c a n i z a y las m á q u i n a s se h a c e n deseantes. F u e q u i z á M c L u -
h a n e l p r i m e r o e n percatarse d e l a m a n i o b r a " f r e u d i a n a " d e los a n u n -
ciantes q u e p r o m o v í a n la v e n t a d e c o c h e s m o s t r a n d o a n a l o g í a s e n t r e
los aparatos m e c á n i c o s y el d i s e ñ o d e los a u t o m ó v i l e s y la a n a t o m í a
f e m e n i n a . L a e r o t i z a c i ó n d e t o d a m e r c a n c í a ( c u y o m o d e l o es l a c u r -
vilínea botella de Coca Cola) era u n a f ó r m u l a de segura r e n t a b i l i d a d
p a r a e l é x i t o e n e l m e r c a d o . I n v e r s a m e n t e , la j e r g a t e c n o m e c á n i c a y la
t i p o g r a f í a r e b u s c a d a d e los a n u n c i o s servían s u t i l m e n t e p a r a i n c i t a r a
la c o m p r a d e r o p a i n t e r i o r f e m e n i n a . M c L u h a n d e s c u b r i ó esta a l i a n z a
i n c o n s c i e n t e e n t r e la tecnolí^gía d e p u n t a y l a s e x u a l i d a d , e n ú l t i m a
i n s t a n c i a , e n t r e e l goce tecnológico y e l c a r á c t e r d e r e m e d i o i m a g i n a r i o
p a r a l a c a s t r a c i ó n ( f e t i c h i s m o ) q u e t e n í a n los gadgets p r o m o v i d o s p o r
la i n d u s t r i a capitalista. C o m p r a r i m p l i c a cargarse d e valores fálleos: es
l a l ó g i c a d e l c o n s u m o . ¿Y n o es la i d e a m a c l u h i a n a d e la " a l d e a g l o b a l "
u n a a n t i c i p a c i ó n d e la s i t u a c i ó n a c t u a l d o n d e , m e d i a n t e t e c n o l o g í a s
d i g i t a l e s y gracias a u n a m e m o r i a a b s o l u t a a l m a c e n a d a e n containers
f u e r a de t o d o c e r e b r o , c u a l q u i e r a p u e d e llegar a saberlo t o d o sobre
c u a l q u i e r o t r o ? ¿ N o se p e r c i b e u n r e l e n t e p e r v e r s o e n el p r o y e c t o m i s -

E l saber sobrevuela al m u n d o h u m a n o ; gira e n la noosfera tecnocientífica de

Vernadsky, en la cristiana de T c i l h a r d de C h a r d i n , e n la aletosfera de L a c a n o en la
estratosfera satelital. Los hombres son los sujetos-soporte del saber; están integrados a
él por sus "medios de c o m u n i c a c i ó n " .
HISTORIA D E E O S SERVOMECANISMOS 57

m o d e "saberlo t o d o " cuyo t r a s f o n d o es l a p r e t e n s i ó n d e "saber-gozar"

b o r r a n d o así l a f a l l a i n h e r e n t e a l saber p o r l a p r e s e n c i a m i s m a d e l
i n c o n s c i e n t e , o sea, d e a q u e l l o d e l o q u e n o se p u e d e saber? "Saber-
g oz a r " es e l f a n t a s m a p e r v e r s o y la i d e o l o g í a d e l c o n s u m o s u n t u a r i o
c o m o d e s m e n t i d a d e l a c a s t r a c i ó n es su m a n i f e s t a c i ó n m á s t r a n s p a r e n -
te. ¿Se p o d r á c o m p r a r l o q u e f a l t a c u a n d o es a l O t r o a l q u e le falta? L a
fijación l i b i d i n a l i n s t a u r a d a e n l a e s t r u c t u r a p e r v e r s a se f u n d a m e n t a
e n l a n e c e s i d a d d e d e s m e n t i r q u e exista o t r o goce q u e el g o c e fálico.^^
C o n t r a todas las evidencias, la m a d r e d e b e s e g u i r s i e n d o f á l i c a y el f e t i -
che o e l i n s t r u m e n t o t e c n o c i e n t í f i c o t o m a n y o c u p a n e l l u g a r s u s t i t u t i -
vo d e l o q u e a e l l a le falta, d e l o q u e h o p u e d e f a l t a r l e s i n q u e p e l i g r e n
el t r o n o y e l altar. Fascinus gs el f a l o y los c o m p l e j o s aparatos q u e t o d o
l o p u e d e n c o m o p r o l o n g a c i o n e s d e l g o c e d e l c u e r p o s o n los m e j o r e s
ejemplos de lo fascinante. L a hija y el h i j o , c o n s u m i e n d o , p r e t e n d e n
r e p u d i a r l a p e r c e p c i ó n d e l a f a l l a e n ella, e n e l O t r o : N u n c a f u e m á s
c i e r t a l a expt'esión fetichismo de la mercancía.
Comprender a los medios lleva u n s u b t í t u l o q u e ya s u b r a y a m o s : Exten-
siones del hombre. ¿Y n o es l a e x p r e s i ó n " e x t e n s i o n e s d e l h o m b r e " {man,
n p woman) u n a clara a n t i c i p a c i ó n d e l o b j e t o i n d u s t r i a l c o m o s e m b l a n -
te d e l o b j e t o f a l l a n t e , d e a q u e l l o q u e se h a s e p a r a d o d e l c u e r p o , es
decir, d e l o b j e t o @ c o m o e n c u b r i m i e n t o y d e s m e n t i d a f e t i c h i s t a d e
la c a s t r a c i ó n ? Quizás esa sea l a m á s escueta y r e s o l u t i v a d e c u a n t a s d e -
finiciones se h a n d a d o de los m e d i o s , los s e r v o m e c a n i s m o s o los q u e
L a c a n b a u t i z ó c o m o lathouses, c r e a n d o u n n e o l o g i s m o q u e e n c o n t r a -
mos t a n rebuscado c o m o ihnecesario. Volveremos d e n t r o de p o c o a
esta d e s i g n a c i ó n p e r o a n t ^ p r e g u n t e m o s : ¿ Q u é m á s e-vidente (salta
a l a vista) c o m o e x t e n s i ó n d e l c u e r p o , m e t o n i m i a y m e t á f o r a d e l ser,
q u e e l f a l o a l q u e se t u v o q u e r e n u n c i a r p o r l a c a s t r a c i ó n ? E l f e t i c h e es,
s e g ú n l a p r o p u e s t a f r e u d i a n a d e 1927, e l o b j e t o d e s t i n a d o a d e s m e n t i r ,
a desestimar, l a c a s t r a c i ó n y, e n p a r t i c u l a r , la c a s t r a c i ó n d e la m a d r e .
Su f u n c i ó n p e r m i t e a f i r m a r q u e existe u n solo g o c e y é s e es el g o c e
f á l i c o , q u e n o hay g o c e O t r o q u e e l d e l f a l o ( B r a u n s t e i n , c i t . ) . E l f e t i -
c h e ( r e c o r d e m o s q u e , e t i m o l ó g i c a m e n t e , " f e t i c h e " s i g n i f i c a feiti^Oy l o
f a c t i c i o , el a r t e f a c t o ) es u n a p r o l o n g a c i ó n f a n t a s m á t i c a d e l c u e r p o q u e
j u e g a u n l u g a r decisivo e n la e c o n o m í a p s í q u i c a d e l sujet o. Ese sujeto

Néstor A. Braunstein, El goce: un concepto lacaniano, Buenos Aires, Siglo X X I , 2006,

pp. 243-266.
58 HISTORIA D E L O S SERVOMECANISMOS

sujeto —es éste e l m o m e n t o d e r e c o r d a r l o — v i e n e m a r c a d o p o r e l

i m p o s i b l e c u m p l i m i e n t o d e l a p r o m e s a d e la r e l a c i ó n sexual y d e l a
a n u l a c i ó n d e l a f a l t a i n s t a u r a d a e n e l ser desde l a s e p a r a c i ó n d e la p l a -
c e n t a . E n t a n t o q u e p e r d i d a , esa p l a c e n t a , a r q u e t i p o d e l o b j e t o @, es
"causa d e l d e s e o " . P a r a n a c e r es p r e c i s o h a b e r estado " e n c h u f a d o " a l
c u e r p o d e la m a d r e m e d i a n t e la p l a c e n t a y " d e s e n c h u f a r s e " d e él per-
d i e n d o esa c o n e x i ó n v i t a l . D e s p u é s d e h a b e r n a c i d o se e x p e r i m e n t a d e
diversas m a n e r a s l a a l t e r n a n c i a e n t r e / o r í y ¿íá, e n t r é estar e n c h u f a d o
y d e s e n c h u f a d o a los d i s t i n t o s o b j e t o s ( o b j e t o s d e la p u l s i ó n ) q u e s o n
d e f i n i t i v a m e n t e sacrificados p o r l a c a s t r a c i ó n s i m b ó l i c a , p o r la firnción
d e l O t r o q u e es c u m p l i d a p o r e l s i g n i f i c a n t e d e l N o m b r e d e l P a d r e . E l
sujeto d e la civilización ( t e c n o l ó g i c a , p o r n a t u r a l e z a y p o r d e f i n i c i ó n )
r e q u i e r e s i e m p r e d e l s e m b l a n t e d e la c o n e x i ó n c o n e l m u n d o ( d e l l e n -
g u a j e ) q u e L a c a n l l a m ó " a l e t o s f e r a " . E n ese s e n t i d o es q u e t o d a tele-
c o m u n i c a c i ó n , c u a l q u i e r a sea l a vía e m p l e a d a , es u n " e n c h u f e " c o n
ese i n m e n s o o r g a n i s m o , c o n esa a s o c i a c i ó n j e r á r q u i c a y m u n d i a l q u e
n o s p e r m i t i r e m o s l l a m a r ''hombriguero'\l h o m b r i g u e r o es l a r e a l i d a d
f u n d a n t e y fiandamental, ú l t i m a e n e l tiempo, n i s i q u i e r a ya d e l t o d o
c o n c r e t a d a y p o r eso p r i m o r d i a l — a q u e l l o a l o q u e nos d i r i g i m o s — a
p a r t i r d e la c u a l e x i s t e n las " h o m b r i g a s " ( h o m b r e s , h e m b r a s , h o r m i -
gas) q u e , p u e s t o q u e h a b l a n , s o n capaces d e d e c i r " y o " .
E n e l final, e l h o m b r i g u e r o . E n e l p r i n c i p i o , e n e l m i t o , P r o m e t e o ,
e l s o b e r b i o titán, e l titán d e l a s o b e r b i a , q u e f u e c a s t i g a d o p o r Z e u s
y e n c a d e n a d o a la roca d e l Cáucaso d o n d e cada día recibía la voraz
v i s i t a d e l á g u i l a q u e t o m a b a l i b r a s d e la c a r n é d e su h í g a d o , ese h í -
g a d o q u e se r e g e n e r a b a c a d a no^che. E l castigo n o s e r í a e t e r n o , p u e s
estaba e s c r i t o q u e H é r c u l e s l o l i b e r a r í a , a u n q u e p o r s i e m p r e d e b e r í a
l l e v a r u n a n i l l o e n e l q u e estaba e n g a r z a d o u n f r a g m e n t o d e la e n o r -
m e roca. ¿ R o c a engarzada e n él o él e n c a d e n a d o p a r a siempre a la
roca? E l c r i m e n d e P r o m e t e o h a b í a s i d o e l d e e n s e ñ a r a los h o m b r e s
las o p e r a c i o n e s q u e n e c e s i t a b a n p a r a s o b r e v i v i r d a d a l a f u n d a m e n -
t a l i n d e f e n s i ó n d e l c a c h o r r o h u m a n o , d e l r e c i é n n a c i d o , f r e n t e a las
c o e r c i o n e s d e l a n a t u r a l e z a (Ananke), las n u m e r o s a s t é c n i c a s d e s c r i -
tas p o r E s q u i l o y c o n d e n s a d a s e n l a l e y e n d a a l r e d e d o r d e u n o b j e t o
p r i m o r d i a l : e l f u e g o . E s c u c h e m o s e l a l e g a t o d e l titán e n la t r a g e d i a :

L o cual diré yo, n o en son de queja contra ios hombres, sino porque veáis
cuánto les regaló m i buena voluntad. Ellos, a lo p r i m e r o , viendo, veían en
HISTORIA DK L O S SERVOMECANISMOS
59

vano; oyendo, no oían. Semejantes a los fantasmas de los sueños, al cabo de

siglos aún n o había cosa que p o r ventura no confundiesen. N i sabían de labrar
con el ladrillo y la madera casas halagadas del soL Debajo de tierra habitaban a
modo de ágiles hormigas en lo más escondido de l o s antros donde jamás llega
la luz. N o había para ellos signo cierto, n i de invierno, n i de la f l o r i d a primave-
ra, n i del verano abundoso en frutos. Todo lo hacían sin u n o , hasta tanto que
no les enseñé yo las intrincadas salidas y puestas de los astros. Por ellos inventé
los números, ciencia entre todas eminente, y la composición de las letras, y la
memoria, madre de las musas, universal hacedora. Yo f u i el p r i m e r o que unció
al yugo las bestias fieras, que ahora doblan la cerviz a la cabezada, para que sus-
tituyesen con sus cuerpos en las más recias fatigas. Y puse al carro los caballos
humildes al freno, ufanía de la opulenta p o m p a . N i nadie más que yo inventó
esos carros de alas de lino que surcan los mares. A los hombres todo les pasaba
sin posibilidad de elegir p o r faltar en ellos el conocimiento. ¿Caían enfermos?,
pues no había remedio n i n g u n o , n i m a i i j a r , n i poción, n i bálsamo, sino que se
consumían con la falta de medicinas, antes de que yo les enseñase las saluda-
bles preparaciones con que ahora se defienden de todas las enfermedades [...]
Puse a los mortales en camino de arte {tekhné) dificilísimo, y les abrí los ojos,
antes ciegos, a los signos de la llama. Tal fue m i obra. Pues y las preciosidades,
ocultas a los hombres en el seno de la fierra: el cobre, el h i e r r o , la plata y el
oro, ¿quién podría decir que los e n c o n U ó antes que yo? Nadie, que bien lo sé,
si ya n o quisiere jactarse temerario. En conclusión, óyelo todo en j u n t o : p o r
Prometeo tienen los hombres todas las artes (tekhné)".

Su castigo n o s ó l o es p r o p o r c i o n a d o a l c r i m e n s i n o q u e es t a l i ó n i -
co, es u n a v e n g a n z a d e l p a ^ r e b u r l a d o . C o n s i s t e e n p a d e c e r b a j o e l
y u g o d e u n i n s t r u m e n t o d e t o r t u r a q u e él m i s m o p e r g e ñ ó , las cade-
nas d e m e t a l , f o r j a d a s n o p o r e l titán d e l f u e g o s i n o p o r e l d i o s d e l
fuego, p o r Hefesto, el hijo sin padre, pues H e r a — s e g ú n H e s i o d o —
l o c o n c i b i ó s i n l a m e d i a c i ó n d e Zeus, u n d i o s t a n f e o y e s p a n t o s o q u e ,
al nacer, su m a d r e l o tiró p o r las f a l d a s d e l O l i m p o . H e f e s t o ( V u l c a -
n o ) es e l t u t o r d e l f u e g o , d e la f r a g u a , d e los e s c u l t o r e s y d e l a m e t a -
l u r g i a , i n c a p a z d e sostenerse s o b r e sus p i e s . E l b a l d a d o d i o s d e l f u e g o
es q u i e n d e b e a m a r r a r a P r o m e t e o y el t i t á n , h é r o e d e l a c u l t u r a p a r a
el r o m a n t i c i s m o , apóstol de la r e n u n c i a p u l s i o n a l para F r e u d , v i v i r á
encadenado y —agregaríamos p o r nuestra p a r t e — condenado a m i -

S. F r e u d [1931], "Nota sobre la conquista d e l fuego", e n O. C, vol. x x i i , Buenos

Aires, A m o r r o r t u , 1976., pp. 173-178.
6o HISTORIA D E L O S SERVOMECANISMOS

r a r i n m ó v i l e l e s p e c t á c u l o q u e le o f r e c e n las " c a d e n a s " d e televisión,

e l e s p e c t á c u l o d e l o q u e p a r e c e m o v e r s e m i e n t r a s a g u a r d a al h e r c ú -
l e o s e m i d i ó s q u e h a b r á d e l i b e r a r l o d e l a parálisis t e c n o l ó g i c a q u e él,
e n s u hybris, l l e g ó a p e n s a r q u e e r a u n r e g a l o q u e p o d í a o f r e n d a r a los
m o r t a l e s a r r e b a t á n d o s e l o al sol.
Las t é c n i c a s y los o b j e t o s q u e ellas p e r m i t e n f a b r i c a r s o n m o d o s
d e e n f r e n t a r a la i m p o t e n c i a , a l a i n d e f e n s i ó n d e l ser h u m a n o , d e su-
p l i r a l a f a l t a q u e e s t á e n e l o r i g e n . E n ese s e n t i d o p o d e m o s c a l i f i c a r
c o m o "perv^ersa" a la f u n c i ó n d e los s e r v o m e c a n i s m o s q u e p r o l o n g a n
las a c t i v i d a d e s d e l c u e r p o y e n a p o y o d e ese e p í t e t o n o e n c o n t r a m o s
o b s e r v a c i o n e s m á s p e r t i n e n t e s q u e las f o r m u l a d a s p o r F i e r r e K l o s -
s o w s k i ( 1 9 0 5 - 2 0 0 1 ) }^ F u e este sagaz e s c r i t o r q u i e n p l a n t e ó c o n m a y o r
l u c i d e z los t e m a s d e l g o c e d e l O t r o , d e l g o c e d e l esclavo y d e l g o c e
p e r v e r s o y q u i e n s u p o s e ñ a l a r l a f u n c i ó n c o r r u p t o r a d e los s e r v o m e -
canismos orientados a la p r o d u c c i ó n d e l plus de gozar e n la m a q u i -
n a r i a s a d i a n a , t a l c o m o h o y e n d í a la v e m o s f u n c i o n a r a n i v e l m u n -
d i a l . L o s a p a r a t o s d e l g o c e a c t ú a n m e d i a n t e la d e g r a d a c i ó n d e l o t r o ,
d e l partenaire. K l o s s o w s k i d e s t a c a b a l a i n c o m u n i c a b i l i d a d y e l s i l e n c i o
i m p u e s t o a los sujetos e n t a n t o q u e o b j e t o s s o m e t i d o s a l a v o l u n t a d
p e r v e r s a : todas las r e l a c i o n e s " p e r s o n a l e s " e s t á n i n c o n e x a s e n t r e sí;
tienen lugar en f o r m a radiada y convergen alrededor de u n centro
d e s p ó t i c o q u e es e l p o d e r d e l a m o l i b e r t i n o ; n a d a q u e d a d i s p o n i b l e
p a r a l a s i m p a t í a y l a s o l i d a r i d a d . Esa s o l e d a d r a d i c a l d e las v í c t i m a s es
compensada y suplida p o r la fabricación y el c o n s u m o de p r o d u c t o s
u t i l i t a r i o s , d e gadgets, d e a p a r a t o s g o z ó g e n o s :

Pues el acto de fabricar concierne a la manera en que el ser h u m a n o se con-

duce n o solamente con respecto a todo b i e n en tanto que fabricable, sino
también de su p r o p i o cuerpo y del cuerpo del o t r o en tanto que objeto capaz
de transformarse en i n s t r u m e n t o . ¿Qué propensión se beneficiará de ello en
f o r m a de demanda? ¿Cuál será la oferta? La f o r m a en que la industria se con-
cibe a sí misma con sus innumerables técnicas llevaría a creer que ella podría
neutralizar a las fuerzas pulsionales mediante la producción de objetos ins-
trumentales, fabricados, utilitarios. [ . . . ] La fabricación de objetos utilitarios,
cada vez más complejos, reúne dos o tres facultades, determinadas p o r una
operación cualquiera y separa a lo sensible de su agente c o r p o r a l : no sólo

F i e r r e Klossowski [1970], I.a monnaie vivante, París, Payot, Rivages-Poche, 1997,

pp. 31-37.
HISTORIA D E L O S S E R V O M E C A N I S M O S 6l

"ojos para n o ver" y "oídos para n o escuchar" que sobrepasan a las limitacio-
nes del ejercicio manual, sino que incluso el instrumento c{ue ellos c o m p o n e n
seproyecta él mismo en los objetos a producir como otras tantas hinciones psíquicas
y mentales diferenciadas a las cuales responden los objetos involucrados.

Instrumentos que son órganos cibernéticos sin cuerpo viviente,

correlatos d e l c u e r p o sin órganos de Deleuze y Guattari. L a lectura
q u e p r a c t i c a IClossowski d e l a " r a z ó n , i n s t r u m e n t a l " a c e n t ú a el c a r á c -
t e r p e r v e r s o d e esta o p e r a c i ó n d e p r ó t e s i s d e los ó r g a n o s y f u n c i o n e s
del c u e r p o y d e l p s i q u i s m o p o r m e d i o d e aparatos q u e sustituyen al
p l a c e r d e ó r g a n o d e r i v a d o d e l a e x c i t a c i ó n d e las f u e n t e s (Quelle)
d e las p u l s i o n e s . H a y u n a e s e n c i a p e r v e r s a , c o n c r e t a m e n t e f e t i c h i s t a ,
q u e se m a n i f i e s t a e n e l pasaje d e l p l a c e r o r g á n i c o (Organlust) al goce
i n s t r u m e n t a l d e l sryeto p r o m e t e i c a m e n t e " e n c h u f a d o " a m á q u i n a s
o d r o g a s . E n e l c u e r p o l i b r a d o a sus o p e r a c i o n e s físicas, e n l a p r o -
d u c c i ó n , e n l a e s c r i t u r a , e n l a c r e a c i ó t i a r t í s t i c a , e n l a g u e r r a , etc.,
las a c c i o n e s m a n u a l e s p o d í a n ser vistas c o m o o b e d i e n t e s y c o m p l a -
c i e n t e s c o n las a s p i r a c i o n e s d e l a v i d a o n í r i c a q u e e r a n captadas y d e
algún m o d o exorcizadas m e d i a n t e el trabajo y la acción. E l músculo
se p o n í a a l s e r v i c i o d e l deseo y se e s f o r z a b a , a u n q u e e n v a n o , p o r rea-
l i z a r l o . E l deseo p e r s i s t í a i n s a t i s f e c h o p e r o , e n su m o v i m i e n t o , t r a n s -
f o r m a b a l a r e a l i d a d e x t e r i o r y c o n f i g u r a b a l a p r o p i a v i d a (efectos alo
y autoplásticos, d e c í a Freud^^ a p a r t i r d e F e r e n c z i ) . M a s e n e l m u n d o
d e l a t é c n i c a , c u a n d o el i n s t r u m e n t o h a l i b e r a d o a los ó r g a n o s sen-
soriales, m a n o , b o c a , o r e j a , 'ojos, estas f u e r z a s n u t r i e n t e s d e l s u e ñ o
d e j a n d e o p e r a r a l s e r v i c i o d e l a p a r a t o c o r p o r a l d e las p u l s i o n e s , t a l
c o m o v e n í a n h a c i é n d o l o d e s d e e l p r i n c i p i o d e los t i e m p o s . L a s m á -
q u i n a s d e c ó m p u t o y los f á r m a c o s , c u a n d o n o los a p a r a t o s r o b ó t i c o s ,
r e c i b e n l a d e l e g a c i ó n d e l saber-gozar y d e l ( e n ) s o ñ a r d e los c u e r p o s .
E n vez d e l a p o t e n c i a p o é t i c a d e l s u e ñ o e n t r a n e n a c c i ó n fuerzas
materiales, tangibles, al servicio t a n t o d e la perversión u t i l i t a r i a c o m o
d e l a p e r v e r s i ó n lisa y l l a n a m e n t e s e x u a l q u e es a h o i a p o s i b i l i t a d a
p o r u n a g e n t e e x t r a c o r p o r a l , e l instrumento, que realiza el fantasma
d e a l c a n z a r u n a c i e r t a s a t i s f a c c i ó n . Este o b j e t o n o es e l i n a l c a n z a b l e
o b j e t o p e r d i d o d e los i n i c i o s q u e h a s i d o p r e v i a m e n t e d e s a r t i c u l a d o
y d e s p r e n d i d o d e la r e p r e s e n t a c i ó n ( m e n t a l ) p a r a ser s u s t i t u i d o b a j o

S i g m u n d F r e u d [1924], " L a pérdida de la realidad e n las neurosis y e n las psico-

sis", O . C , cit., vol. XIX, p. 195 y n. 7.
6a H I S T O R I A D E L O S S E R V O M E C A N I S M O S

n u e v o s disfraces e n su r e a r t i c u l a c i ó n i n s t r u m e n t a l . ^ ^ Sade f u e e l p i o -
n e r o e n l a i n v e n c i ó n d e estas m á q u i n a s q u e h o y h a d e s e m b o c a d o e n
l a l u c r a t i v a i n d u s t r i a d e los gadgets sexuales, m a n i f e s t a c i ó n l a m á s p a l -
p a b l e y casi c a r i c a t u r a l d e las m o d a l i d a d e s d e l p l u s d e g o z a r o f r e c i d a s
a l s u j e t o d e l a civilización h i p e r o p o s t i n d u s t r i a l p o r e l sistema d e l a
p r o d u c c i ó n y el c o n s u m o de bienes "gozables" en relación c o n todos
los s e n t i d o s y f u n c i o n e s d e l c u e r p o y l a m e n t e . P o r eso c o n c l u y e
K l o s s o w s k i d i c i e n d o " q u e e l i n s t r u m e n t o es e l a g e n t e i n m e d i a t o d e l
f a n t a s m a . . . q u e c o n o c e d e o t r a m a n e r a y m e j o r a su o b j e t o q u e l o
q u e j a m á s p o d r í a l o g r a r l a m a n o " y q u e " e l o b j e t o se e x p l í c i t a ú n i c a -
m e n t e según el contacto i n s t r u m e n t a l " . Q u i e n q u i e r e el objeto (pul-
sional) r e q u i e r e d e l i n s t r u m e n t o q u e s i m u l a ("hace semblante de")
d a r acceso a é l . L a " p e r v e r s i ó n " es l a p u e s t a e n a c t o d e l f a n t a s m a q u e
e l i n s t r u m e n t o c u m p l e c u a n d o n o es é l q u i e n l o e n g e n d r a y l o n u -
t r e : ese " s e r v o m e c a n i s m o " q u e i m p u l s a e l u s o r e p e t i t i v o , a d i c t i v o , d e l
p r o d u c t o o f r e c i d o p o r l a i n d u s t r i a . Las " s a t i s f a c c i o n e s " s o n m e r c a n t i -
les, t e c n o l ó g i c a s . L a c o m p u l s i ó n y l a d e p e n d e n c i a d e los o b j e t o s q u e
i n d u c e n este a c c i o n a r i n s i s t e n t e (es e l " c o n d i c i o n a m i e n t o o p e r a n t e "
q u e e n s a l z a n los p s i c ó l o g o s c o g n i t i v o - c o n d u c t u a l e s y se m a n i f i e s t a d e
m o d o e j e m p l a r e n l a d e p e n d e n c i a d e d r o g a s , v i d e o j u e g o s , etc.) p a r e -
ce i n i n t e l i g i b l e , i r r a c i o n a l , e n t a n t o q u e es u n a c c i o n a r a i s l a d o d e su
soporte orgánico. U n nuevo organismo h u m a n o — y a que no u n nue-
vo s r y e t o — h a surgido p o r la acción de la perversión i n s t r u m e n t a l
s o b r e los " m e c a n i s m o s fisiológicos" d e l p l a c e r y d e l a m e m o r i a . C a d a
s e r v o m e c a n i s m o e x t e r i o r i z a y es e l a g e n t e r e a l i z a d o r d e u n fantas-
m a . K l o s s o w s k i es i m p l a c a b l e ^ n l a d i s e c c i ó n d e este m e c a n i s m o d e
f u n c i o n a m i e n t o d e l sistema d e p r o d u c c i ó n d e s e m b l a n t e s d e l g o c e
q u e n o es o t r a cosa q u e e l f u n c i o n a m i e n t o c a d a d í a m á s p e r v e r s o
d e los p r o c e s o s d e p r o d u c c i ó n y c o n s u m o . K a n t , vía F r e u d y M a r x ,
c o n Sade. C a b e n m u c h a s p r e g u n t a s q u e r e d u c i r e m o s a d o s : ¿ C ó m o
se p u e d e i n d u s t r i a l i z a r l a p r o d u c c i ó n e n d ó g e n a d e c a t e c o l a m i n a s , l a

Puede considerarse como u n a ilustración imprescindible de esta tesis el filme de

J a n Svankmajer, Los conspiradores delplactír. República C h e c a , 1996.
Dany-Robert Duibur, La cité perverse, Libéralisme et pomographie, París, Denoél,
2009. E n esa obra: sobre el "isolisnio" e n Sade (esa incomunicabilidad señalada por
Klossowski), pp. 143-145. Sobre las máquinas de gozar y el "castillo sadiano", pp. 157-
165. Sobre los instrumentos al servicio y c o m o semblantes del goce e n el m u n d o con-
t e m p o r á n e o , pp. 329-333. Sobre el arte y los desechos o residuos, pp. 333-347.
HISTORIA DE LOS SERVOMECANISMOS 63

fabricación de emociones "fuertes", la secreción a chorros del plus de

gozar? ¿ C ó m o se p u e d e h a c e r r e n t a b l e a l a m a s t u r b a c i ó n c o n v i r t i é n -
d o l a e n u n b i e n q u e t i e n e " v a l o r d e c a m b i o " ? Respuesta: m e d i a n t e
la p r o d u c c i ó n de semblantes d e l goce p u l s i o n a l , de semblantes de
@. L o s m e r c a d o s p r o d u c e n y m e r c a n t i l i z a n , a través d e los " m e d i o s " ,
l a a d r e n a l i n a y los restantes n e u r o t r a n s m i s o r e s segregados p o r los
c u e r p o s g o z a n t e s . A través d e los ó r g a n o s d e los s e n t i d o s * p r i n c i p a l -
m e n t e a través d e l o j o p o r m e d i ó d é é s e aparató l l a m televisor, se
desencadena el proceso de destilación de la l i b i d o , del combustible
que al quemarse p r o d u c e el goce. L a industria fabrica e n el i n t e r i o r
d e los c u e r p o s l a e n e r g í a {''essencé\ q u e se c o n -
s u m e e n e l t i e m p o d e l a v i d a h u m a n a . L a plusvalía sé a n u d a e n y c o n
el plus-de-gozar. L a c i e n c i a h a d e s e n t r a ñ a d o u n o d e los secretos d e l a
i n d u s t r i a : l a p r o d u c c i ó n " e n d ó g e n a " (¿?) d e t o r r e n t e s d e fluidos q u e
i n u n d a n las sinapsis.^^ Se p u e d e f a b r i c a r l i b i d o y v e n d e r l a e n e l m e r -
c a d o a sus p r o d u c t o r e s m i s m o s : p o c a s i n d u s t r i a s h a y m á s r e n t a b l e s .
E l c e r e b r o se p r o y e c t a a l e x t e r i o r y c u m p l e ( p e r f o r m a ) l a f u n c i ó n
f á l i c a a través d e los " a d e l a n t o s t e c n o l ó g i c o s " q u e l a c i e n c i a p r o p o n e
s i n t r e g u a c o m o " n u e v o s " s e m b l a n t e s d e l @. ¿ C u á l es e l p r e c i o d e esta
e n c e f a l i z a c i ó n d e l m u n d o ? M c L u h a n es e x p l í c i t o y su d i a g n ó s t i c o n o
f u n d a ningún o p t i m i s m o y n i n g u n a esperanza utópica. A p u n t a c o n
c l a r i d a d las c o n s e c u e n c i a s d e esta " e x t e n s i ó n d e l h o m b r e " m á s allá
d e n u e s t r o s a p a r a t o s sensoriomotores:^^

Nuestros sistemas nerviosos sé expanden p o r los medios electrónicos y nues-

tros cuerpos físicos ocupan ^ o s espacios exteriores. Ponemos así en marcha
una dinámica p o r la cual todas las tecnologías previas que son meras exten-
siones de las manos, los pies y los dientes —todas esas prolongaciones de
nuestros cuerpos que incluyen a nuestras ciudades— serán traducidas en
términos de sistemas informáticos. L a tecnología electromagnética requiere
u n a u m e n t o de la docilidad h u m a n a y u n a suspensión de la meditación tal
c o m o ahora cuadra a un organismo que usa su cerebro afuera de su cráneo y sus
nervios afuera de su piel.

R e c o r d e m o s a q u e l l a o b s e r v a c i ó n a la q u e a l u d i m o s y a la q u e n o
f a l t a n rasgos d e p i c a r d í a h e c h a p o r S i g m u n d F r e u d a l c o m i e n z o d e

^'^ D e d o p a m i n a en el nucleus accumbens, dirían los neurofisiólogos.

2^ I d . , p. 64.
64 HISTORIA D E LOS SERVOMECANISMOS

SU " C o m p l e m e n t o m e t a p s i c o l ó g i c o a l a t e o r í a d e los s u e ñ o s " . E n e l

s e g u n d o p á r r a f o d e ese a r t í c u l o e s c r i b i ó :

A l acostarse con el propósito de dormir, se despoja el hombre de todas aquellas

envolturas que encubren su cuerpo y de aquellos objetos que son u n comple-
mento de sus órganos somáticos o una sustitución de partes de su cuerpo, esto
es, de los lentes, de la peluca, de la dentadura postiza, etc. Y obra igualmente
cóñ su psiquismo, renunciando a la mayoría de sus adquisiciones psíquicas.
[ . . . ] E l d o r m i r es, somáticamente u n retorno a la estancia en el seno miaternó.

L a i d e a d e F r e u d n o s p o n e e n l a p i s t a d e M c L u h a n : a l irse a d o r m i r
el h o m b r e suspende t o d o aquello q u e d u r a n t e el día corresponde a
la t e c n o l o g í a . Se d e s e n c h u f a d e l a a l e t o s f e r a , h u b i e s e d i c h o L a c a n ,
y se r e e n g a n c h a c o n l o r e a l , c o n e l c u e r p o m a t e r n o . A p a g a r a d i o s y
televisores, p o n e a descansar a s u c o m p u t a d o r a , d e s c o n e c t a los te-
l é f o n o s c e l u l a r e s y se l i b e r a d e todas las p r ó t e s i s c o n las q u e p a r e c e
q u e su v i d a n o p u e d e c o n t i n u a r . ¿ Q u é s o n los " m e d i o s " , servomeca-
n i s m o s , etc., todas esas " e x t e n s i o n e s d e l c u e r p o " , s i n o o b j e t o s d e los
q u e hay q u e apartarse para p o d e r d o r m i r ? Los objetos tecnológicos,
a n z u e l o s d e l g o c e , s o n los estorbos q u e d i f i e r e n o i m p i d e n e l r e p o s o
y e l r e i n a d o a b s o l u t o d e l p r i n c i p i o d e p l a c e r . Eso n o q u i t a q u e t a m -
b i é n q u e p a n e n l a d e f i n i c i ó n d e " s e r v o m e c a n i s m o s " las pastillas p a r a
combatir el i n s o m n i o producidos p o r la industria química y que u n o
i n - c o r p o r a ( m e t e e n el c u e r p o ) p a r a a d o r m e c e r s e , a l i g u a l q u e t o d o
t i p o d e a r t e f a c t o s tales c o m o el l i b r o a t a r á x i c o o l a televisión h i p n o -
t i z a d o r a q u e se v e n d e s d e la c^ma. E l c a t á l o g o d e estos m e d i o s p r o t é -
sicos c o n s u m i d o s e n l a v i d a v i g i l , p r o l o n g a c i o n e s s o m á t i c a s , s e m b l a n -
tes y s u s t i t u t o s d e l f a l o s o m e t i d o a l a c a s t r a c i ó n , es i n t e r m i n a b l e . . .
c o m o i n a g o t a b l e s s o n su d e m a n d a y su d e v o r a c i ó n p o r el h o m b r e
t e c n o l o g i z a d o d e l m a l e s t a r e n la c u l t u r a .
E n la m i s m a é p o c a d e l " c o m p l e m e n t o m e t a p s i c o l ó g i c o " q u e v e n i -
m o s d e c i t a r , F r e u d d e j a b a pasar d e l a d o — y hasta c o m b a t í a — u n a
r e f e r e n c i a t a l vez esencial p a r a n u e s t r o t e m a ( q u e es el m i s m o d e
K l o s s o w s k i ) : l a r e l a c i ó n e n t r e los s e r v o m e c a n i s m o s y l a p e r v e r s i ó n .
E n e f e c t o , u n a u t o r a q u i e n h o y t e n d r í a m o s o l v i d a d o si n o fuese p o r
la m e n c i ó n q u e F r e u d h i z o de él, E. J e n t s c h ( 1 9 0 6 ) , e x p o n í a u n a

S. F r e u d [1915], e n O. C, cit., vol. xiv, p. 221.

HISTORIA DE LOS SERVOMECANISMOS 65

i d e a q u e t i e n e l a m á x i m a p e r t i n e n c i a p a r a e l análisis d e esta r e l a c i ó n
y lo hacía p o r u n c a m i n o inusitado al subrayar el efecto " o m i n o s o " ,
" s i n i e s t r o " , unheimliche^ q u e i n v a r i a b l e m e n t e a f e c t a e i n f e c t a a l l e c t o r
de esas h i s t o r i a s e n d o n d e la d i s t i n c i ó n e n t r e l o v i v i e n t e y l o m u e r t o ,
e n t r e l o a n i m a d o y l o i n a n i m a d o , es difícil d e d e c i d i r . P a r a J e n t s c h
el r e l a t o d e l a r e n e r o {Der Sandmann) d e E . T. A . H o f f m a n n , e s c r i t o
h a c i a 1815, e r a u n e j e m p l o s u p r e m o d e este efecto> d e p e r p l e j i d a d
o m i n o s a d e b i d o a la i m p o s i b i l i d a d p a r a e l p r o t a g o n i s t a (y t a m b i é n
p a r a e l l e c t o r ) d e resolver el d i l e m a d e l o q u e se m u e v e e n v i r t u d d e
su p r o p i a e n e r g í a , v i v i e n t e , y l o i n q u i e t a n t e m e n t e e x t r a ñ o , l o q u e se
mueve p o r gracia de procesos m e c á n i c o s c o m o sucede c o n el aparato
técnico, c o n el r o b o t . F r e u d , a p r e s u r a d a m e n t e , descarta la p r o p u e s t a
d e J e n t s c h y desvía e l t e m a d e l a o p o s i c i ó n e n t r e l o a n i m a d o y l o i n a -
n i m a d o h a c i a la c u e s t i ó n d e la a n g u s t i a d e c a s t r a c i ó n h a c i e n d o v a l e r
la e c u a c i ó n e n t r e los ojos y los g e n i t a l e s m a s c u l i n o s t a l c o m o p o d r í a
verse — a r g u y e F r e u d — e n el m i t o y e n e l d r a m a d e E d i p o .
E n el c u e n t o de H o f f m a n n , el p r o t a g o n i s t a , N a t h a n a e l , según u n a
h o r r e n d a l e y e n d a o í d a e n l a i n f a n c i a d e b o c a d e su m a d r e y r a t i f i c a -
d a p o r u n a c r i a d a , se siente a m e n a z a d o p o r u n m o n s t r u o q u e e c h a
a r e n a e n los ojos d e los n i ñ o s q u e n o q u i e r e n d o r m i r s e hasta h a c e r l o s
saltar d e sus ó r b i t a s , e n s a n g r e n t a d o s , y d e s p u é s los g u a r d a y se los
lleva e n u n a bolsa. L a f á b u l a d e l a r e n e r o es e l p r i m e r e j e m p l o d e l o
o m i n o s o y s i n i e s t r o e n e l r e l a t o . N a t h a n a e l i n t u y e q u e ese a r e n e r o es
u n p e r s o n a j e d e l a r e a l i d a d , u n v i s i t a n t e d e s u casa, i d e a l i z a d o p o r
e l p a d r e y a b o r r e c i d o p o r la m a d r e , e l a b o g a d o C o p p e l i u s . D e s p u é s
d e u n e x t r a ñ o e n c u e n t r o c o n C o p p e l i u s e n e l q u e su p a d r e m u e r e ,
N a t h a n a e l sufre u n épisocuo f e b r i l y d e l i r a n t e del que difícilmente
se r e c u p e r a . M á s t a r d e , ya a d o l e s c e n t e , e s t á c o m p r o m e t i d o e n m a -
t r i m o n i o c o n C l a r a , h e r m a n a d e u n a m i g o , p e r o su a m o r se e s f u m a
c u a n d o a p a r e c e la b e l l a y m u y f e m e n i n a m u ñ e c a O l i m p i a . E l l a es e l
o b j e t o m e c á n i c o , l o n o v i v i e n t e , q u e J e n t s c h se e s m e r a e n resaltar
c o m o a p o y o p a r a su tesis. O l i m p i a es u n m a n i q u í f a b r i c a d o p o r u n
e x t r a ñ o e q u i p o i n t e g r a d o p o r el sabio Spallanzani, presentado c o m o
el " p a d r e " de O l i m p i a , el abogado Coppelius, p r e s u n t o responsable
d e la m u e r t e d e l p a d r e d e N a t h a n a e l , y e l v e n d e d o r d e i n s t r u m e n t o s
ó p t i c o s , C o p p o l a , r e e n c a r n a c i ó n d e C o p p e l i u s , u n a figura d e m o n i a -

S. F r e u d , " L o ominoso" [1919], en O. C, cit., vol. x v i i , pp. 215-252.

66 HISTORIA D E L O S SERVOMECANISMOS

ca. O l i m p i a , l a m a r i o n e t a , es e l o b j e t o d e l a m o r a p a s i o n a d o y f a t a l d e
N a t h a n a e l . N o p o d e m o s o l v i d a r e n este m o m e n t o l a p r o p u e s t a d e l
d e s d e ñ a d o J e n t s c h y, e n esa I m e a d e p e n s a m i e n t o , c o n s i d e r a r e n e l
r e l a t o d e H o f f m a n n l a f a s c i n a c i ó n q u e p r o d u c e n los o b j e t o s m e c á n i -
cos q u e i m i t a n l a v i d a y e l m o v i m i e n t o y se p r e s e n t a n c o m o s u s t i t u t o s
p o s i b l e s d e l o b j e t o a m o r o s o . Las m u ñ e c a s a r t i f i c i a l e s h a n t e n i d o u n a
p r o f i c u a descendencia literaria e industrial según l o p r u e b a n rela-
tos c o m o La Eva futura d e V i l l i é f s d e I T s l e A d a m o "Las H o r t e n s i a s "
d e l turuguayo Felisberto H e r n á n d e z y la lucrativa empresa de fabrica-
c i ó n d e c o m p a ñ e r o s sexuales d e c a u c h o o p l á s t i c o q u e se c a r g a n d e
ta n ta s c u a l i d a d e s " h u m a n a s " sensoriales y vitales c o m o sea p o s i b l e
"transmitirles". El razonamiento de Freud en " L o ominoso", ligando
l a angu&üa d e N a t h a n a e l a l a c a s t r a c i ó n , r e s u l t a él m i s m o m u t i l a d o
e n t a n t o q u e descuida u n p u n t o esencial d e s c u b i e r t o p o r F r e u d p e r o
a u n n o s u f i c i e n t e m e n t e e l a b o r a d o e n su t e o r í a , la p u l s i ó n visual ( o b -
j e t o d e análisis e n la " m e t a p s i c o l o g í a " d e esos a ñ o s , c u a n d o e s t u d i a b a
l a g r a m á t i c a d e las p u l s i o n e s e n e l e x h i b i c i o n i s m o y e l v o y e r i s m o ) .
V o h d e n d o a l r e l a t o : N a t h a n a e l es u n voyeury " v e " (goza c o n ) escenas
q u e d e b e r í a n estar p r o h i b i d a s p a r a él (Urszenen, escenas p r i m a r i a s )
c o m o l a c ó p u l a (Coppola) — ¿ e n t r e sus p a d r e s o e n t r e su p a d r e y e l
m a g o ? — e n t r e e l f a b r i c a n t e d e p r ó t e s i s sexuadas q u e es ese m a g o y

^* E s arriesgado, ante la falta de documentos concretos, hablar de la homosexuali-

d a d del padre de H o f f m a n n pero, a d e m á s de lo que el relato sugiere, puede citarse el
artículo biográfico de E r i k a T u n n e r cuyos datos coinciden con todas las biografías del
escritor {Le nouveau dictionnaire des d^teurs, París, Laffont, 1994, pp. 1469-1471) donde
se dice: " E l padre, abogado, prefiere leer a los poetas e interpretar música más que
litigar. Se separa muy rápido de su miyer. D e su padre [Hoffimann] no oye hablar sino
a m e d i a voz y por subentendidos. Esta herida lo hará sufrir durante su vida entera".
E n la p r i m e r a de las escenas dramáticas de " E l arenero", se cuenta c o m o Nathanael
( ¿ E T A H ? ) se introduce subrepticiamente e n el cuarto de su padre para ver lo que
sucede allí cuando llega el abominable Coppelius, odiado por su madre e idolatrado
y atendido servilmente por el padre; " C o m p r e n d í que sólo él, Coppelius, podría ser
el h o m b r e de arena. E r a u n monstruo que dejaba dolor, p e n u r i a y destrucción sin fin
por d o n d e pasaba. Yo, escondido, estaba c o m o hechizado. A riesgo de ser descubierto
y con la clara conciencia de que e n ese caso sería duramente castigado, me q u e d é
inmóvil; con la cabeza estirada, espiando a través de la cortina. Mi padre recibió a C o -
ppelius c o n toda solemnidad. "¡A trabajar!", dijo éste c o n u n graznido ronco y se quitó
el abrigo. Mi padre también se quitó su bata de dormir (cursivas m í a s ) , silencioso y s o m b r í o
y ambos se pusieron largos delantales negros...", etc. Traducción de A n d r e a Pagni.
E . T . A . H o f f m a n n . Cuentos fantásticos, Buenos Aires, Corregidor, 2005, p. 83.
E s t a hipótesis interpretativa sobre u n a escena homosexual entre el padre y el are-
HISTORIA DE LOS SERVOMECANISMOS 67

la m u ñ e c a m i s m a q u e p a r e c e a n i m a d a y l l e v a a N a t h a n a e l a u n trági-
co final, e l castigo i n c o n s c i e n t e m e n t e b u s c a d o p o r h a b e r e c h a d o esas
m i r a d a s s o b r e l o q u e n o p u e d e verse m e d i a n t e spy glasses. E n ese p u n -
to a p a r e c e , p a r a F r e u d , el t e m a d e l a c a s t r a c i ó n , p e r o l o h a c e d e u n a
manera secundaria en lo q u e respecta a nuestra c o m p r e n s i ó n d e l
e f e c t o s i n i e s t r o q u e p r o d u c e e n los l e c t o r e s e l r e l a t o d e H o f f m a n n .
La intuición de Jentsch sobre la oposición entre l o i n e r t e y lo viviente
r e c u p e r a t o d o su v a l o r , s e g ú n l o p o d e m o s a p r e c i a r , e n n u e s t r o a c t u a l
m u n d o d e p r ó t e s i s q u e a p u n t a n y o b t i e n e n e f e c t o s " p e r v e r s o s " , es
decir, p r o p i o s d e l a s e x u a l i d a d h u m a n a q u e n o c o n o c e d e " o b j e t o s
n a t u r a l e s " y q u e es h u m a n a p r e c i s a m e n t e p o r l a d e s v i a c i ó n t é c n i c a
( l e n g u a j e r a ) d e las satisfacciones " n a t u r a l e s " .
L a f a n t a s í a d e los e s c r i t o r e s q u e j u e g a n c o n la i n d i s t i n c i ó n e n t r e
el u t e n s i l i o y e l ser v i v i e n t e o e l c u e r p o sensible p u l s i o n a l n o h a c e
s i n o p o n e r e n e v i d e n c i a los p o d e r e s d e l f a n t a s m a capaz d e c r e a r
o t r a r e a l i d a d s e x u a l , " e x t r a " o " a n t i " n a t u r a l . Capaz d e p r o d u c i r a
las O l i m p i a s d e n u e s t r a é p o c a c i b e r n é t i c a , é p o c a d e l a p u l s i ó n v i s u a l
satisfecha a través d e l shozo m e d i á t i c o , d e l g o c e o b t e n i d o o r e a l z a d o
p o r p r o d u c t o s q i i í m i c o s , d e l a e r o t i z a c i ó n d e todas las p a r t e s d e l o r -
g a n i s m o q u e s o n — ¿ t o d a s y s i e m p r e ? — m a n i f e s t a c i o n e s d e la s e x u a l i -
d a d , h u m a n a , c u y a esencia es l a t r a n s g r e s i ó n y q u e h a d a d o l u g a r a l a
i n m e n s a b i b l i o g r a f í a d e l o q u e se d a e n l l a m a r " p e r v e r s i ó n " . N u e s t r a
b u e n a a m i g a M a n y a Steinkoler, talentosa psicoanalista y escritora de
Nueva Y o r k dice en u n trabajó aún inédito: "La obra de H o f f m a n n
d e m u e s t r a e l h o r r o r d e la u n i f i c a c i ó n d e l s u j e t o c o n e l o b j e t o d e l
deseo, r e v e l a n d o l a m o n s t r u o s i d a d d e c u a l q u i e r final ' s a l u d a b l e ' o
d e c u a l q u i e r a p a c i g u a m i e n t o o solaz p o r m e d i o d e l a m o r . . . T o d o s
los h o m b r e s e s p e r a n , e v i d e n t e m e n t e , q u e sus m u j e r e s se c o m p o r t e n
c o m o autómatas. E l h u m o r de la fábula de H o f f m a n n deriva p o r lo
t a n t o d e o b s e r v a r q u e e n e l o r d e n s o c i a l p r e v a l e n t e se t r a n s f o r m a a
las m u j e r e s e n a u t ó m a t a s . E n este s e n t i d o , e l e x t r a ñ o a m o r d e N a t h a -
n a e l e s t á s o c i a l i z a d o a l a p e r f e c c i ó n . L a a p a r i e n c i a d e automaton y e l
c a r á c t e r m e c á n i c o d e la m u ñ e c a n o h a c e n s i n o s u b r a y a r el c a r á c t e r
m e c á n i c o d e las r e l a c i o n e s ' i n t e r s u b j e t i v a s ' , e n especial aquellas q u e
s o n , b á s i c a m e n t e , r e l a c i o n e s c o n e l o b j e t o p e r d i d o , efectos d e la ac-

nero, Coppelius, puede sustentarse con un rosario de citas del cuento, todas conver-
gentes, pero que e x c e d e n el ofcyetivo de este ensayo dedicado a los servomecanismos.
68 HISTORIA H E TOS SERVOMECANISMOS

c i ó n p u l s i o n a l . O l i m p i a , l a m u ñ e c a d e *E1 a r e n e r o e s u n a a d i c i ó n
o m i n o s a a l r e n o v a d o m u n d o d e las m e r c a n c í a s y destaca e l p a p e l d e
l a m u j e r c o m o m e r c a n c í a erl l a v i d a b u r g u e s a " .
E n l a s o c i e d a d t e c n o c i e n t í f i c a ¿ c u á l e s s o n los límites e n t r e l o
m e c á n i c o y lo viviente? ¿ E n q u é m e d i d a p o d e m o s d i s t i n g u i r e n t r e los
c u e r p o s a n i m a d o s y sus p r o l o n g a c i o n e s p r o t é s i c a s c u a n d o , c a d a vez
m á s , las f u n c i o n e s corporales e s t á n reguladas p o r sustancias y u t e n -
silios inventados p o r l a t é c n i c a , c u a n d o c a d a vez h a y m á s cyborgs, q u e
s o n o r g a n i s m o s c i b e r n é t i c o s obteriidos p o r l a m e z c l a d e ó r g a n o s his-
t o l ó g i c o s y aparatos reguladores d e s u f u n c i o n a m i e n t o ? Y a n o se trata
s ó l o de los lentes o las d e n t a d u r a s postizas s i n o d e m a r c a p a s o s , sus-
tancias inyectadas d e ' l i b e r a c i ó n l e n t a ' , drogas q u e r e g u l a n e l estado
d e á n i m o o p r o c u r a n el olvido de lo d i s p l a c e n t e r o , m i c r o c h i p s q u e
c o n t r o l a n l o s pasos y las a c c i o n e s d e a l g u i e n , etc. Y e l otro, n u e s t r o
p r ó j i m o : ¿ s e r á u n viviente o es u n a m á q u i n a o p e r a d a p o r e l " e n c a -
d e n a m i e n t o " significante? S e g ú n v i m o s , d e , a c u e r d o a l a p r o p u e s t a
d e J e n t s c h , lo siniestro resulta de l a i n d e t e r m i n a c i ó n d e l a respuesta
a esta p r e g u n t a angustiante: Si somos N a t h a n a e l , ¿ q u i é n es n u e s t r o
partenaire, es O l i m p i a , l a a u t ó m a t a , o es l a fiel y constante noviecita
c o n l a q u e e l j o v e n a s p i r a a casarse, d e n o m b r e C l a r a ? ¿ O tras O l i m -
p i a , e l gadget s e x u a l , se e s c o n d e e l fabricante de s e r v o m e c a n i s m o s
c o n sus distintos rostros: C o p p e l i u s , C o p p o l a , S p a l l a n z a n i ? ¿ Q u é es
lo viviente y q u é lo m u e r t o e n n u e s t r o trabajo, e n nuestras pasiones,
e n e l goce d e nuestros cuerpos?
4. L O S D I S P O S I T I V O S E N L A O B R A D E F O U C A U L T Y D E L E U Z E

Q u i e n q u i e r a l e e r u n a m o n o g r a f í a exhaustiva sobre l a historia y e l

uso d e i a p a l a b r a "dispositivo" (y s u posible conftisión c o n los "servo-
m e c a n i s m o s " ) e n c o n t r a r á e n I n t e r n e t u n e r u d i t o estudio d e F r a n k
Kessler q u e v i e n e a c o m p a ñ a d o p o r u n a bibUografía "bastante" c o m -
pleta p u e s los n o m b r e s de los autores gringos s i g u e n faltando^ Se
v e r á a p a r e c e r e n esa r e s e ñ a n o s ó l o los n o m b r e s d e F o u c a u l t , D e -
leuze, G u a t t a r i (y Heid eg g er, a u n q u e n o se atreva a t raduc i r Gestell
c o m o dispositivo), s i n o t a m b i é n otros d e i m p o r t a n c i a p e r o q u e n o
r e s e ñ a r e m o s a q u í c o m o los d e F. B a u d r y , F. L y o t a r d , M . d e C e r t e a u ,
etc., así c o m o u n a discusión e s c l a r e c e d o r a a c e r c a d e l c i n e y l a tele-
visión c o m o " m e d i o s " . F a l t a r á n tan s ó l o dos n o m b r e s e u r o p e o s de
i m p o r t a n c i a (el a r t í c u l o d e K e s s l e r es d e l a ñ o 2006) q u e s o n aquellos
q u e n o s c o n v o c a r á n e n apartados siguientes: los d e G i o r g i o A g a m b e n
y B e r n a r d Stiegler, discíptilo y c o n t i n u a d o r d e J a c q u e s D e r r i d a y tam-
p o c o e l d e l p r e d e c e s o r de Stiegler e n e l tema: G^orges S i m o n d o n . Y
faltará t a m b i é n u n cuarto n o m b r e , anterior, i m p r e s c i n d i b l e e ignora-
do p o r todos: e l d e L o u i s A l t h u s s e r y s u c o n c e p c i ó n d e los "aparatos
i d e o l ó g i c o s d e l E s t a d o " q u e reside e n u n a a r d i e n t e p r o x i m i d a d c o n
los "dispositivos" d e F o u c a u l t . Althusser, ese d e s d i c h a d o p r e c u r s o r a
q u i e n n a d i e cita hoy e n r e l a c i ó n c o n este c o n c e p t o q u e h a i d o g a n a n -
do e n a c t u a l i d a d y n o t o r i e c ^ d .
E l t é r m i n o dispositivo a p a r e c e t a r d í a m e n t e e n l a o b r a d e F o u c a u l t
(1977, eit.) e n u n d i á l o g o c o n psicoanalistas d e l c í r c u l o í n t i m o de
Jacques L a c a n . Foucault, que siempre r e c o n o c i ó a Heidegger y a
N i e t z s c h e c o m o los dos filósofos q u e m á s i n f l u y e r o n sobre s u pensa-
miento, n u n c a hizo referencia al imprescindible artículo de Heideg-
ger de 1953 q u e c o m e n t a m o s e n nuestro c a p í t u l o 2, " L a p r e g u n t a
p o r l a t é c n i c a " , c e n t r a d o e n l a n o c i ó n d e GestelL^ L a obvia t r a d u c c i ó n

* <:^^^vw.let.uu.nl/~Frank.Kcsslc^/..ynotes%20on%2(Mispositif.PDF>.
^ C a b e preguntarse si Foucault leyó alguna vez ese artículo esencial. Según u n o
de sus biógrafos, Paul V c y n c (Foucault, sa pensée, sa personne, Paris, L e Livre de Poche.
Biblio-Essais, p. 10, n. 2 ) , Foucault n o leyó de H e i d e ^ e r más que el artículo "Sobre
[69]
70 LOS DISPOSITIVOS E N L A ORRA D E F O U C A U L T V D E L E U Z E

d e Gestell c o m o dispositivo y e l p a r e n t e s c o d e s u p r o p u e s t a c o n los me-

dia d e l o s a u t o r e s g r i n g o s p a r e c e q u e se le escapa p o r c o m p l e t o . D e l
m i s m o m o d o ^ e l t a n r e c o n o c i d o a r q u e ó l o g o y g e n e a l o g i s t á d e l a clí-
n i c a , d e l a l o c u r a , d e l a s e x u a l i d a d , d e l a e c o n o m í a p o l í t i c a , etc., o m i -
te s e ñ a l a r c u a l q u i e r r e l a c i ó n e n t r e sus " d i s p o s i t i v o s " y los " a p a r a t o s
ideológicos d e l Estado" q u e m o t i v a r o n el i n f l u y e n t e y m u y debatido
e s t u d i o d e L o u i s A l t h u s s e r e n 1970.^ ¿ D e s c u i d o , i g n o r a n c i a d e l i b e r a -
d a , a n g u s t i a d e las i n f l u e n c i a s , e v i t a c i ó n d e las f u e n t e s ? N o p o d e m o s
d e c i r l o . . . p e r o descartamos la p o s i b i l i d a d d e u n a i g n o r a n c i a sirnple
y llana. L a falta de referencias a H e i d e g g e r y Althusser, sin embargo,
n o es o b s t á c u l o p a r a q u e a n a l i c e m o s y v a l o r e m o s l o o r i g i n a l d e s u
p r o p u e s t a y a q u e l l o e n l o q u e se a d e l a n t a y c o m p l e t a a sus ( p o r é l )
"olvidados" precursores.
L a " n o v e d a d " f o u c a u l d a n a consiste e n la i n t e g r a c i ó n de la n o -
c i ó n d e d i s p o s i t i v o c o n l a d e las p r á c t i c a s y las f o r m a s d e e j e r c i c i o
d e l p o d e r , algo q u e Althusser h a b í a a f i r m a d o a ñ o s antes c o n l u j o d e
c l a r i d a d . Para F o u c a u l t h a y d o s t i p o s d e prácticas: las epistémicas (dis-
cursivas) y los dispositivos m a t e r i a l e s q u e i n t e g r a n a esas p r á c t i c a s d e l
saber d i s c u r s i v o c o n las acti\idades n o - d i s c u r s i v a s . L o s " d i s p o s i t i v o s "
c u m p l e r i l a f u n c i ó n d e m o s t r a r c ó m o las r e l a c i o n e s d e p o d e r l l e g a n
a ser las c o n d i c i o n e s d e p o s i b i l i d a d p a r a l a f o r m a c i ó n y l a p u e s t a
e n p r á c t i c a p o l í t i c a ( e n las d i m e n s i o n e s t á c t i c a y e s t r a t é g i c a ) d e l o s
saberes. E l poder es l a c a t e g o r í a e s e n c i a l e n l a d o c t r i n a d e F o u c a u l t
q u e a r t i c u l a los temas dispersos d e l a filosofía, l a e p i s t e m o l o g í a y l a
h i s t o r i a d e l a c i e n c i a c o n las p r á c t i c a s d i s c i p l i n a r i a s y e l e j e r c i c i o d e
l a a u t o r i d a d y d e l a f u e r z a . \a. n o c i ó n d e d i s p o s i t i v o n o t o m a s e n t i d o
s i n o e n . s u r e l a c i ó n c o n e l p o d e r , c o n e l saber y c o n l a s u b j e t i v i d a d ;
se i n t e g r a c o n l a d e " g o b e r n a b i l i d a d " d e los h o m b r e s . E l p r i m e r o
d e los d i s p o s i t i v o s a b o r d a d o d e m a n e r a e s p e c í f i c a y c o n r i g o r f u e e l
" d i s p o s i t i t i v o d i s c i p l i n a r i o " , eje t e m á t i c o d e Vigilar y castigar,''^ c u y o
p r i m e r diseño técnico (arquitectónico) analizado c o m o "objeto" que

la esencia de la verdad" y los seminarios d e l filósofo sobre Nietzsche que tuvieron el

efecto paradójico de hacerlo nietzscheano, sí, mas no heideggeriano (nota de Daniel
Koren).
^ L o u i s Althusser, "Idéologie et appareils idcologiques de EFtat", La Pensée (151),
París, 1970. T r a d u c c i ó n al español de D o m e n e c B e r g a d á , Posiciones, M é x i c o , Grijalbo,
1977, pp. 75-137.
^ M . Foucault [191S],Villar y castigar, M é x i c o , Siglo X X I , 1976.
LOS DISPOSITIVOS E N L A OBRA D E F O U C A U L T Y D E L E U Z E

m o s t r a b a esta i n t e g r a c i ó n d e l o d i s c u r s i v o c o n l o n o d i s c u r s i v o f u e e l
p a n ó p t i c o d e B e n t h a m , e l e v a d o p o r F o u c a u l t y p o r sus l e c t o r e s — e n -
t r e los q u e g u s t o s a m e n t e m e c u e n t o — a l a c a t e g o r í a d e p a r a d i g m a
d e l f u n c i o n a m i e n t o d e las "sociedades d i s c i p l i n a r i a s " .
E l a s p e c t o e s e n c i a l d e l a t é c n i c a e n F o u c a u l t se i n c l u y e e n l o políti-
co, e n l o q u e l u e g o é l l l a m a r í a " b i o p o l í t i c a " . N o es t a n s ó l o e l de-vela-
miento d e l a v e r d a d , c o m o p r o p o n e H e i d e g g e r , esa aletheia q u e r e v e l a
l o o c u l t o e n l a n a t u r a l e z a y l o i n t e g r a a l a a c c i ó n d e los h o m b r e s , s i n o
a l g o m u c h o m á s c o n c r e t o , pulsional—^^sí se n o s p e r m i t e d e c i r l o — u n
sistema d e d o m i n a c i ó n d e l o s c u e r p o s m e d i a n t e u n a c o m p o s i c i ó n
d e los discursos y d e l p o d e r . P o r e l l o F o u c a u l t se p e r m i t e r e c u r r i r a
s i n t a g m a s i m p e n s a b l e s e n l a o b r a d e H e i d e g g e r tales c o m o " t e c n o l o -
gía p o l í t i c a d e l c u e r p o " , " t e c n o l o g í a d e l a v e r d a d " , " t e c n o l o g í a s d e l
ser" y " t é c n i c a s d e v i d a " . L a h e i d e g g e r i a n a " p r e g u n t a p o r l a t é c n i c a "
( q u e t a l vez F o u c a u l t n u n c a c o n o c i ó ) es t r a n s f o r m a d a p o r e l filósofo
francés e n u n a cuestión biopolítica q u e d a lugar a "elementos extra-
d i s c u r s i v o s " y resalta e l l u g a r d e l c u e r p o , d e l c u e r p o m u t i l a d o y t r o n -
c h a d o e n s u r e l a c i ó n c o n e l p o d e r p o r l a a c c i ó n d e los d i s p o s i t i v o s : ^

El capitalismo, que se desarrolló a fines d e l siglo x v i n y comienzos d e l x i x ,

socializó ante todo u n p r i m e r objeto, el cuerpo, e n función de la fuerza pro-
ductiva, de la fuerza de trabajo. El control de la sociedad sobre los individuos
no sólo se efectúa p o r la conciencia o p o r la ideología, sino también en el
cuerpo y c o n el cuerpo.

Esta l e c t u r a n o es a j e n ^ e i n c l u s o a l i e n t a a u n a e v e n t u a l l e c t u r a
política d e l texto de H e i d e g g e r : p u e d e llegar a decirse q u e la idea
e s t á i m p l í c i t a a t o d o l o l a r g o d e Die Frage nach der Technik. C o n v i e n e
i n t e n t a r esa l e c t u r a p o l í t i c a a u n c u a n d o d u d e m o s d e q u e H e i d e g g e r
m i s m o l a h u b i e s e a d m i t i d o . E l filósofo d e l a Selva N e g r a — p t i e s d e -
b e m o s v o l v e r a é l — e s c r i b í a e n p a l a b r a s q u e es i m p e r i o s o c i t a r e n
r e l a c i ó n c o n las d e Foucault:*^

El develamiento concierne e n p r i m e r término a la naturaleza como el p r i n -

cipal réservoiio de los recursos {Bestándé) de energía. E l c o m p o r t a m i e n t o

^ M i c h e l Foucault, DiL^ et écrits,'vo\. i i , París, G a l l i m a r d , 1994, p p . 209-210.

^ Martin Heidegger, " L a question de la technique", e n Essais et conférences, París,
G a l l i m a r d (Tel, 52), p. 29.
72 LOS DISPOSITIVOS E N LA OBRA D E FOUCAULT Y D E L E U Z E

"asignador" d e l h o m b r e , de m o d o correspondiente, se revela de entrada en

la aparición de la ciencia m o d e r n a , exacta, de la naturaleza. El m o d o de re-
presentación p r o p i o de esta ciencia sigue al pie a la naturaleza considerada
como u n complejo calculable de fuerzas. La física m o d e r n a n o es una físi-
ca experimental p o r q u e aplique a la naturaleza aparatos para interrogarla,
sino, p o r el contrario — y ya c o m o p u r a t e o r í a — c o n m i t i a a la naturaleza a
mostrarse como i m complejo calculable y previsible de fuerzas que la experi-
rnentación está asignada {bestellt) a interrogar, para llegar a saber si y cómo la
naturaleza, así intimada, responde a la invocación.

L a n a t u r a l e z a es s e r v i d o r a d e u n p r o y e c t o " d e l h o m b r e " . P e r o así

t a m b i é n e l h o m b r e m i s m o e s t á ( d i s ) p u e s t o a l s e r v i c i o d e l Gestell:

El guardabosques que m i d e y pesa la leña talada y que sigue en apariencia

los mismos caminos y d e l mismo m o d o en que lo hacía su abuelo está hoy, lo
sepa o no, asignado {bestellt) p o r la industria de los aserraderos. Está asigna-
do a hacer que pueda disponerse de la celulosa y esta disponibilidad, p o r su
parte, es requerida p o r las demandas de papel para los diarios y las revistas
ilustradas. Estos, a su vez, interpelan a la opinión ptíblica para que esta engu-
lla las hojas impresas, con el fin de que ellas mismas puedan ser asignadas a
una formación de opiriiión de la que ha recibido la demanda (bestellbar) ( i d . ,
p. 24).

¿ P u e d e d e c i r s e m á s c l a r a m e n t e q u e la n a t u r a l e z a y los h o m b r e s
f o r m a n p a r t e d e l a e s e n c i a d e l a t é c n i c a y q u e é s t a es e l ' d i s p o s i t i v o
d e l a e x p l o t a c i ó n c a p i t a l i s t a |lo sepa o n o " q u i e n f u n c i o n a c o m o su
a g e n t e , l o d i g a o n o H e i d e g g e r c o n esas palabras? T a n t o e l h o m b r e
c o m o el árbol talado son "recursos" calculables e integrados en u n i n -
m e n s o d i s p o s i t i v o q u e l i g a l a tala d e á r b o l e s c o n l a i n d u s t r i a d e l p a p e l
y c o n e l show business a través d e l a i m p r e s i ó n d e i m á g e n e s m u l t i c o -
l o r e s y atractivas p a r a u n p ú b l i c o ávido d e distracciones.^ ¡ E n l o q u e
acaba la " r e p r o d u c t i b i l i d a d t é c n i c a d e la o b r a d e a r t e " a l a q u e r e g r e -

Bestándé: nuevamente l a t r a d u c c i ó n al francés es equívoca pues usa la palabra

fonds, es decir, fondo, que confunde más de lo que informa; la traducción al inglés se
acerca u n poco más a la idea pues dice standing reserve, pero la palabra española a la
que hemos recurrido y que h u b i e r a podido usarse mediante sus equivalentes, tanto e n
inglés ''resource" como e n francés, "ressourcé", expresa con claridad meridiana la idea
de Heidegger.
LOS DISPOSITIVOS E N L A OBRA D E F O U C A U L T Y D E L E U Z E 73

saremos d e l a m a n o d e W a l t e r B e n j a m í n ! P e r o así c o m o e l a b u e l o d e l
g u a r d a b o s q u e s s a b í a o c r e í a saber p a r a q u i e n t r a b a j a b a ( e l d u e ñ o d e
la t i e r r a ) n o l o sabe su n i e t o e n e l sistema c a p i t a l i s t a , P e r o a m b o s , e l
u n o y el o t r o , están integrados a u n "dispositivo", t é c n i c o e n ambos
casos, e n e l q u e o c u p a n su l u g a r .
El m e o l l o de la tardía c o n c e p c i ó n de F o u c a u l t (1977) acerca de
los d i s p o s i t i v o s r e s i d e , p r e c i s a m e n t e , e n r e f o r z a r la idea^^de esta asig-
nación o consignación y en operar u n sutil deslizamiento d e l texto
de H e i d e g g e r ( d e 1 9 5 3 ) a la r e a l i d a d p o l í t i c a y e c o n ó m i c a d e l ca^
p i t a l i s m o i n d u s t r i a l d e avanzada, m á s c l a r a m e n t e \dsible d e s p u é s d e
los trabajos d e H o r k h e i m e r , A d o r n o y M a r c u s e y d e l a m o d a d e los
discursos s o b r e ia " s o c i e d a d d e c o n s u m o " q u e t u v o s u a p o g e o e n la
d é c a d a d e los sesenta. E l c a l l a d o m e c a n i s m o d e i n t e r v e n c i ó n filosó-
fica h a b r í a s i d o l a t r a d u c c i ó n , n o a d m i t i d a c o m o t a l p e r o c o r r e c t a ,
necesaria, d e l Gestell c o m o dispositif. P o d r í a u n o p r e g u n t a r s e a esta
a l t u r a p o r q u é n o s i n t e r e s a t a n t o esta p a l a b r a ( ¿ u n a " m e r a " p a l a b r a ? )
y su uso p o r d i s t i n t o s a u t o r e s e n n u e s t r a d i s c u s i ó n s o b r e l a t é c n i c a .
L a respuesta t i e n e q u e v e r c o n l a t é c n i c a m i s m a , c o n l a t é c n i c a d e l a
a r g u m e n t a c i ó n . T o d o s e n t e n d e m o s q u e l a t e r m i n o l o g í a es e l i n s t a n t e
poético d e l pensamiento, que la elección a f o r t u n a d a de u n signifi-
cante d e f i n e el valor d e l discurso m i s m o e n f u n c i ó n de la capacidad
d e v e l a d o r a d e la p a l a b r a p o é t i c a . Es n e c e s a r i o q u e t e n g a m o s ideas
claras d e l o q u e a f i r m a m o s c u a n d o h a b l a m o s d e " d i s p o s i t i v o s " . A f a l t a
de u n a d e f i n i c i ó n t a x a t i v a y r i g u r o s a d e l o q u e F o u c a u l t e n t i e n d e p o r
d i s p o s i t i v o , h e m o s d e r e c u r r i r a las e x p r e s i o n e s m á s b i e n d e s c r i p t i v a s
q u e utilizó e n la c o n v e r s a c i ó n c o n a q u e l l o s psicoanalistas y a u t o r e s
p r ó x i m o s a Jacques L a c a n ( J a c q u e s - A l a i n M i l l e r , G é r a r d M i l l e r , G u y
L e G a u f f e y , A l a i n G r o s r i c h a r d , J u d i t h M i l l e r , C a t h e r i n e M i l l o t , etc.)
e n la q u e p r e s e n t ó sus ideas y q u e t o m a n e l l u g a r d e l a d e f i n i c i ó n
f a l t a n te;

Intento ubicar bajo esta denominación, primero, a u n conjunto definitiva-

mente heterogéneo que incluye discursos, institticiones, configuraciones
arquitectónicas, decisiones reglamentarias, leyes, medidas administrativas,
enunciados científicos, proposiciones filosóficas, morales, filantrópicas. En
resumen: cosas dichas tanto como n o dichas; éstos son los elementos del
dispositivo. El dispositivo mismo es la red que se establece entre estos ele-
mentos. En segundo término lo que querría identificar en este "dispositivo"
74 LOS DISPOSITIVOS E N LA OBRA D E F O U C A U L T Y D E L E U Z E

es precisamente la naturaleza de la conexión que puede existir entre esos

elementos heterogéneos. Así, cierto discurso puede aparecer ora c o m o
p r o g r a m a de u n a institución, ora, p o r el contrario, c o m o u n elemento que
permite justificar y enmascarar una práctica que, en sí, permanece muda, o
fiancionar c o m o reinterprctación posterior de esa práctica, darle acceso a i m
nuevo campo de racionalidad. E n síntesis, entre estos elementos, sean ellos
discursivos o nO, hay c o m o u n j u e g o , cambios de posición, modificación de
fimciones que p u e d e n , tambiéii ellas, variar énóririém En tercer lugSLr,
e n t i e n d o c o m o dispositivo a. una especie — d i g a m o s — de formación que tiene
c o m o su función p r i n c i p a l en u n m o m e n t o histórico dado la de responder a
u n a urgencia. Por lo tanto el dispositivo tiene una función estratégica d o m i -
nante como, p o r ejemplo, la reabsorción de u n a masa de población flotante
que resultaba estorbosa para una economía mercantilista: h u b o entonces u n
imperativo estratégico que actuó c o m o la matriz de u n dispositivo que se
convirtió poco a poco en el control-sujeción de la locura, de la enfermedad
mental, de la neurosis-

P o r l o q u e estas frases d a n a e n t e n d e r , e l d i s p o s i t i v o e j e c u t a m ú l t i -
ples f u n c i o i i e s . P u e d e aparecer c o m o el p r o g r a m a explícito ("discur-
sivo o n o " , d i c h o e n p a l a b r a s o m a t e r i a l i z a d o e n e q v i i p o s , a p a r a t o s ,
e d i f i c i o s , etc.) d e u n a i n s t i t u c i ó n , c o m o u n e l e m e n t o q u e p e r m i t e
j u s t i f i c a r u o c u l t a r u n a p r á c t i c a , o c o m o u n a i n t e r p r e t a c i ó n a posterio-
ri d e esta p r á c t i c a a l a q u e o t o r g a u n c i e r t o c a m p o d e r a c i o n a l i d a d , . .
o c o m o t o d o e l l o a l a vez. E l d i s c u r s o se a g r e g a a m o d o d e u n a p u e s t a
e n palabras q u e viene a racionalizar l o ya existente y c o m p l e m e n t a
la c o e r c i ó n s o c i a l ya e x i s t e n ^ , m á s o m e n o s v i o l e n t a , c o n el l e n g u a -
j e i n t e g r a n d o así u n c o n j u n t o m u l t i l i n é a l y d i n á m i c o . A l s u m a r s e e l
d i s c u r s o a l e j e r c i c i o d e l p o d e r se c o n s t i t u y e ese c o n j u n t o c o i u p l e j o ,
trabajado siempre p o r conflictos de poder, que llamamos "dispositi-
v o " . ¿Es a b u s i v o d e c i r q u e consiste e s e n c i a l m e n t e e n u n a i n c l u s i ó n
d e los c u e r p o s g o z a n t e s e n los discursos, d e l o v i v i e n t e (bios) e n e l
aparato de la d o m i n a c i ó n ? U n a política d e l cuerpo, u n a "biopolíti-
ca". Se a b r e a q u í u n a i n e s p e r a d a c o n e x i ó n e n t r e F o u c a u l t y la tesis
l a c a n i a n a d e los c u a t r o discursos q u e c o n t e m p l a c u a t r o i n t e g r a n t e s
e n t o d o d i s c u r s o : e l S^ ( s i g n i f i c a n t e a m o ) , el S^ ( c o n j u n t o d e l s i g n i f i -
c a n t e , s a b e r ) , e l $ ( s u j e t o e s c i n d i d o r e p r e s e n t a d o p o r e l S^ p a r a el S^)
y u n e l e m e n t o q u e p o d r í a m o s l l a m a r e x c e d e n t e o extfadí.scursivo, e l
o b j e t o @, e x t r a í d o d e l c u e r p o , p l u s d e g o z a r y causa d e l deseo. Este
LOS DISPOSITIVOS E N LA OBRA D E F O U C A U L T Y D E L E U Z E
75

l l a m a d o a l a i n c l u s i ó n d e l c u e r p o e n l a e s t r u c m r a d e l d i s c u r s o , esta
i n n o v a c i ó n r a d i c a l , h a b í a s i d o i n s c r i t a p o r L a c a n a fines d e 1968 y r e -
c o n o c i d a p o r F o u c a u l t de m o d o n o explícito, a su p r o p i a m a n e r a , e n
e l d i á l o g o a l q u e ñ i e i n v i t a d o p o r a l g u n o s d e sus d i s c í p u l o s , e n 1977.
L o s d i s p o s i t i v o s p r o m o v i d o s e n t o n c e s p o r F o u c a u l t , c o n sus c o m p o -
n e n t e s e x t r a d i s c u r s i v o s , n o s e r í a n s i n o la m a t e r i a l i z a c i ó n d e los (cua-
t r o ) discursos d e L a c a n s e g ú n c r e e m o s y t r a t a r e m o s d e d e m o s t r a r en
la s e g u n d a p a r t e d e esta o b r a .
Además de definirse p o r el ensamblaje de elementos heterogé-
n e o s , d i s c u r s i v o s y no,^ u n d i s p o s i t i v o fiDucaultíano se c a r a c t e r i z a p o r
su g é n e s i s : es u n p r o d u c t o h i s t ó r i c o , r e s p o n d e a n e c e s i d a d e s estra-
t é g i c a s . E l d i s p o s i t i v o , u n a vez c o n s t i t u i d o , p e r m a n e c e r e l a t i v a m e n -
te estable m i e n t r a s t i e n e l u g a r u n p r o c e s o d e s o b r e d e t e r m i n a c i ó n
ñ m c i o n a l : cada efecto, cada e l e m e n t o , positivo o negativo, q u e r i d o o
n o q u e r i d o , e n t r a e n r e s o n a n c i a o c o n t r a d i c c i ó n c o i l los d e m á s i n t e -
g r a n t e s d e l c o n j u n t o y e x i g e u n r e a j u s t e ; es d i n á m i c o , c o y u n t u r a l , so-
m e t i d o a transformaciones. Por o t r o lado, nos encontramos también
c o n u n p r o c e s o d e p e r p e t u a r e f o i m u l a c i ó n t á c t i c a d e sus m e d i o s d e
o p e r a c i ó n y e s t r a t é g i c a c o n r e l a c i ó n a los o b j e t i v o s finales. E n pocas
p a l a b r a s : u n d i s p o s i t i v o es u n a e s t r u c t u r a e n m o v i m i e n t o p e r p e t u o .
C o m o e n s e g u i d a v e r e m o s , s e r á G i l í e s D e l e u z e , e n 1988, e n o c a s i ó n
d e su ú l t i m a i n t e r v e n c i ó n p ú b l i c a , q u i e n insistirá e n este a s p e c t o .
E n los usos y c o n t e x t o s e n q u e F o u c a u l t r e c u r r e a la p a l a b r a " d i s -
p o s i t i v o " se d i s t i n g u e n a l g u n a s r e f o r m u l a c i o n e s q u e h a c e n a p a r e c e r
c o n s t r u c c i o n e s s i n t a g m á t i c a s n o v e d o s a s : e n t r a e n escena u n c o n j u n -
t o i n d e f i n i d o , l a x o e i n a g i t a b l e d e " d i s p o s i t i v o s " v i n c u l a d o s e n t r e sí:
d i s p o s i t i v o s d e s e x u a l i d a d , d i s c i p l i n a r i o s , asistenciales, d e a l i a n z a , d e
s u b j e t i v i d a d , d e v e r d a d , d e p o d e r . N o se p o d r í a h a c e r u n a lista ex-
h a u s t i v a d e los d i s p o s i t i v o s c o m o , p o r e l c o n t r a r i o , se i m p o n e u n a
e n u m e r a c i ó n e s t r u c t u r a l r í g i d a d e l o s d i s c u r s o s e n la e n s e ñ a n z a d e
Lacan: c u a t r o "y sólo c u a t r o " . Sin e m b a r g o , hay algo m u y claro y que
n o a d m i t e c o n f u s i ó n : p a r a F o u c a u l t los d i s p o s i t i v o s , a l i g u a l q u e los
discursos p a r a L a c a n , n o s o n n u n c a o b j e t o s e m p í r i c o s : s o n s i e m p r e
u n p r o d u c t o d e l análisis h i s t ó r i c o y filosófico q u e los aisla c o m o " r e -
des d e r e l a c i o n e s e n t r e e l e m e n t o s h e t e r o g é n e o s " y es e l c o n j u n t o

^ E n t r a m a d o de leyes, edificios, fábricas, reglamentos, instrumentos técnicos, re-

glamentos, trabiijadores, administradores, relaciones con el poder político, etcétera.
76 LOS DISPOSITIVOS E N LA OBRA D E F O U C A U L T Y D E L E U Z E

m o l e c u l a r d e tales á t o m o s i n t e g r a d o s d e m a n e r a v a r i a b l e e n c a d a
u n o d e los i n c o n t a b l e s d i s p o s i t i v o s e l q u e " e s t a b l e c e l a n a t u r a l e z a
d e l n e x o q u e p u e d e e x i s t i r e n t r e esos e l e m e n t o s " . Es e l t o d o e l q u e
d e f i n e l a fijnción d e las p a r t e s . A d e l a n t á n d o n o s a D e l e u z e p o d r í a -
m o s d e c i r q u e e l d i s p o s i t i v o es u n a a c t u a l i z a c i ó n (agencement) d e l a
estructura.
M e p a r e c e q u e , c o n t r a r i a m e n t e a l a p r e t e n s i ó n d e F o u c a u l t , no
se p u e d e e s t a b l e c e r u i l á r í g i d a d i s t i n c i ó n e n t r e p r á c t i c a s e p i s t é m i c a s
( s ó l o discursivas) y d i s p o s i t i v o s q u e i n c l u y e n e l e m e n t o s n o d i s c u r s i -
vos. E n r e a l i d a d , u n a l e c t u r a c u i d a d o s a d e l a s u c e s i ó n d e sus t e x t o s
p e r m i t e d e t e c t a r u n pasaje, m á s a u n , u n c a m b i o d e c i s i v o , e n e l p e n -
s a m i e r i t o d e F o u c a u l t : las p r á c t i c a s e p i s t é m i c a s , p u r a y p r o p i a m e n t e
discursivas, q u e a t r a j e r o n s u a t e n c i ó n e n e l p e r i o d o a r q u e o l ó g i c o
( e n l o s a ñ o s sesenta: Las palabras y las cosas. La arqueología del saber.
El nacimiento de la clínica) t e r m i n a n p o r f o r m a r p a r t e ellas m i s m a s d e
los d i s p o s i t i v o s q u e se t e o r i z a r o n c o n u l t e r i o r i d a d . P o r eso F o u c a u l t
se p e r m i t i ó , r e t r o a c t i v a m e n t e , m u c h o d e s p u é s d e las p r i m e r a s o b r a s
" a r q u e o l ó g i c a s " , h a b l a r d e dispositivos de la verdad, dispositivos de la sub-
jetividad, etc., q u e e n u n p r i n c i p i o h u b i e r a n f o r m a d o p a r t e d e las
p r á c t i c a s e p i s t é m i c a s . Es e n las i n v e s t i g a c i o n e s " g e n e a l ó g i c a s " d e l p e -
r i o d o p o s t e r i o r (los a ñ o s setenta: Villar y castigar. Historia de la sexuali-
dad, etc.) d o n d e a p a r e c e n e x p l í c i t a m e n t e las e x p r e s i o n e s dispositivo
disciplinario" o "dispositivo de la sexualidad\n r e s u m e n : l a n o c i ó n d e
dispositivo, e x p u e s t a e n 1977, p e r m i t e c a p t a r r e t r o a c t i v a m e n t e su p r e -
s e n c i a de fació e n laá l l a m a d a s " p r á c t i c a s e p i s t é m i c a s " d e l o s a ñ o s se-
senta, a n t e r i o r e s a l i n t e r é s d e J ' o u c a u l t p o r e l p o d e r y p o r los d e s t i n o s
d e los c u e r p o s s o m e t i d o s a l a d o m i n a c i ó n . ^

L o que ahora querría hacer es intentar mostrar que lo que l l a m o dispositivo

es u n caso m u c h o más general de la episteme. O más bien que la episteme
es u n dispositivo específicamente discursivo, a diferencia d e l dispositivo que
es discursivo y n o discursivo, siendo sus elementos m u c h o más heterogéneos.

E n este p á r r a f o d e la c o n v e r s a c i ó n c o n los p s i c o a n a l i s t a s se v e c o n
c l a r i d a d q u e , d e t o d o s m o d o s y p a r a F o u c a u l t , l a episteme S U con-
j u n t o a d q u i e r e , a posteriori, u n n u e v o e s t a t u t o : es e l l a m i s m a u n dis-

^ Michel Foucault, Omicarf (10), 1977, cit., p. 65, reproducido e n Dits et écrits, cit.,
pp, 300-301.
LOS DISPOSITIVOS E N L A O B R A D E F O U C A U L T Y D E L E U Z E 77

p o s i t i v o a l i a d o c o n los d e m á s d e s u m i s m a e s p e c i e . I n m e d i a t a m e n t e
d e s p u é s d e esa a f i r m a c i ó n J a c q u e s - A l a i n M i l l e r y G u y L e GaufFey i n t e -
r r o g a r o n a F o u c a u l t acerca d e su idea d e i r más allá d e l discurso c o n
la n o c i ó n d e d i s p o s i t i v o s i e n d o q u e , d e t o d o s m o d o s , n o p o d í a a l c a n -
zar a l g o q u e fiiese " n o d i s c u r s i v o " . F o u c a u l t n o q u i s o c e d e r s o b r e este
p u n t o i n s i s t i e n d o e n q u e l a d i m e n s i ó n i n s ü t u c i o n a l e r a " l o social n o
d i s c u r s i v o " . S o n i n s t r u c t i v a s estas l í n e a s d e l d i á l o g o :

—Jacques-Alain M i l l e r : La institución es evidentemente algo discursivo.

— M i c h e l Foucault: Si tú quieres, pero, c o n m i cosa esta (mon truc) d e l dispo-
sitivo n o es m u y i m p o r t a n t e decir: esto es discursivo, esto n o lo es.

Es i n d i s c u t i b l e q u e , a l m a r g e n d e esta d i s c r e p a n c i a s o b r e los as-

p e c t o s d i s c u r s i v o s o n o d e los d i s p o s i t i v o s , l a n o c i ó n d e F o u c a u l t , d e l
ú l t i m o F o u c a u l t , se t r a s l a d a b a d e l c a m p o e p i s t é m i c o , m á s o m e n o s
a c a d é m i c o , a l d e las l u c h a s p o r e l p o d e r , c o n u n a a u t o c r í t i c a e x p l í c i t a
al p e r i o d o a n t e r i o r d e s u o b r a , a l impasse e n e l q u e r e c o n o c e h a b e r
e s t a d o d e s d e Las palabras y las cosas c u a n d o se p r o p o n í a h a c e r u n a
" h i s t o r i a d e l a ^¿^í^we". Pasaba F o u c a u l t casi i n s e n s i b l e m e n t e d e u n
análisis d e l a a r q u e o l o g í a d e l saber a " u n a a n a l í t i c a d e las r e l a c i o n e s
d e p o d e r " y e l " d i s p o s i t i v o " se c o n v e r t í a a s í e n u n i n s t r u m e n t o c o n -
c e p t u a l e s e n c i a l d e n t r o d e s u p r o y e c t o filosófico. Pues es d e l g o c e
— e l d e los c u e r p o s — d e l o q u e e l d i s p o s i t i v o , d i s c u r s i v o o n o , "eso n o
es m u y i m p o r t a n t e " , d i s p o n e .

A l a i n G r o s r i c h a r d se l o i ^ a r c ó c o n t o d a c l a r i d a d , a l u d i e n d o a u n a
c é l e b r e tesis d e M a r x :

—¿Debemos ver u n cambio en la idea que tienes d e l uso a dar a tus libros?
¿Escoges tus objetos, las maneras de abordarlos, e n fijnción de nuevos objeti-
vos, q u e serían hoy los de las luchas a sostener y de u n m u n d o al que hay que
transformar más que interpretar?

A l o q u e F o u c a u l t r e s p o n d i ó q u e su n o c i ó n d e d i s p o s i t i v o t e n í a ,
en efecto.

— . . . u n a función más b i e n estratégica, que suponía u n a cierta manipulación

de relaciones de fuerzas, una intervención racional y concertada en ellas.
78 LOS DISPOSITIVOS E N L A OBRA D E F O U C A U L T Y D E L E U Z E

para desarrollarlas o para bloquearlas e n tal o cual dirección, para estabili-

zarlas, para utilizarlas, etc. E l dispositivo está siempre inscrito en u n j u e g o de
p o d e r (cit-, p p . 64-65).

L o q n e s o r p r e n d e e n l a p r o p u e s t a d e F o u c a u l t es q u e o f r e c e ele-
m e n t o s p a r a l a e l a b o r a c i ó n p o l í t i c a d e l a a c t u a l i d a d y e l análisis crí-
t i c o d e los m o d o s d e e j e r c i c i o d e l p o d e r a l m i s m o t i e m p o q u e é l
d e n e g a b a este a s p e c t o p o l í t i c o d e s u p r o p u e s t a . E l análisis t e ó r i c o y
t é c n i c o d e l o s d i s p o s i t i v o s d e l a d o m i n a c i ó n y las f a z o r í é s e s t r a t é g i -
cas d e ese a n á l i s i s p a r e c e n d i s o c i a d o s d e s u u t i l i z a c i ó n . E n v e r d a d ,
F o u c a u l t era r e n u e n t e a ligar su p e n s a m i e n t o c o n la a c c i ó n política.
Ese d í a , d i r i g i é n d o s e a J . - A . M i l l e r , d i j o :

— T ú sabes que yo nunca entro en polémicas y que de la política estoy alejado

( c Í L , p . 78).

F o u c a u l t m u r i ó e n 1984, siete a ñ o s después^ ^ d e f o r m u l a r su p r o -

p u e s t a d e los d i s p o s i t i v o s . F u e p o c o m á s t a r d e , e n 1988 c u a n d o t u v o
l u g a r u n E n c u e n t r o I n t e r n a c i o n a l d e d i c a d o a Michel Foucault, philo-
sophcy e d i t a d o e n P a r í s ( S e u i l , 1 9 8 9 ) y e n B a r c e l o n a ( G e d i s a , 1 9 9 5 ) .
E n esa o c a s i ó n G i l í e s D e l e u z e p r e s e n t ó u n t e x t o t i t u l a d o " ¿ Q u é es
u n dispositivo?,"^^ e n e l q u e a c e r c a l a p r o p u e s t a d e F o u c a u l t a sus
p r o p i o s " p r o c e d i m i e n t o s c o l e c t i v o s d e e n u n c i a c i ó n " {agencements cO-
llectifs d^énonciation) }^ N o h a y q u e dejarse e n g a ñ a r p o r e l h o m e n a j e

"N'utilisez pas la pensée pour donne^á une pratique politique une valeur de vérité'' ( M .
Foucault, Dits et écrits Til, París, Gallimard, 1994, p. 135).
L o s años dedicados a La historia de la sexualidad (3 volúmenes, México, Siglo X X I )
a los cursos en Estados U n i d o s y los realizados e n el Collége de France culminando e n
Le courage de la vérité (1983-1984), París, G a l l i m a r d , Seuil, 2009.
G . Deleuze, reproducido e n Dos regímenes de locos. Valencia, Pre-Textos, 2007, pp.
305-312. T r a d u c c i ó n d e j . L . Pardo Torio.
E n verdad, la palabra agencement, a la q u e Deleuze era tan afecto, no podría tra-
ducirse mejor al español que c o m o "dispositivo", según reconoce e l traductor de Dos
regímenes de locos, e n u n a nota al pie de su versión (cit., p. 123). E l ú n i c o problema que
él encuentra surge, justamente, cuando tiene que usar dos palabras distintas para agen-
cement y dispositif, siendo que toda otra traducción al español de agencement (agencia-
miento, c o m p o n e n d a , arreglo) diferente de "dispositivo" dicen mal o demasiado poco
c o n relación a l a expresión dcleuziana. E n el capítulo 9 del libro de Deleuze, Kafka: por
una literatura menor, se lee, en l a edición en español, e l título que parece u n a repetición
"¿Qiíé es u n dispositivo?". E l original francés, sin embargo, no permite dudas: Chapitre
9: "Qu'est-ce q u ' u n agencement?"
LOS D I S P O S I T I V O S E N TA O B R A D E F O U C A U L T Y D E L E U Z E 79

de D e l e u z e a F o u c a u l t . D e l i c a d a m e n t e D e l e u z e desplaza a l d i s p o s i -
tivo d e F o u c a u l t y l o l l e v a e n d i r e c c i ó n a sus p r o p i a s c o n c e p c i o n e s
m a q u í n i c a s , a su i d e a d e l r i z o m a , d e l a a r b o r i z a c i ó n , d e curvas d e
v i s i b i l i d a d y d e e n u n c i a c i ó n , d e d i s p e r s i ó n d e l í n e a s d e f u e r z a y lí-
neas d e s u b j e t i v a c i ó n . P o r e j e m p l o c u a n d o d i c e " L o s d i s p o s i t i v o s s o n
m á q u i n a s d e R a y m o n d R o u s s e l según el análisis de Foucault, m á q u i n a s
de h a c e r v e r y d e h a c e r h a b l a r " (cursivas m í a s ) .^^ F p u c a u l t , h a y q u e
r e c o n o c e r l o , n u n c a sé plégÓ á las corlea m a q u í n i c a s caras a
D e l e u z e y G u a t t a r i a u n q u e haya, sí, h a b l a d o a l g u n a vez d e la " m á -
q u i n a d e l p a n ó p t i c o " . D e t o d o s m o d o s , n o es n u e s t r o o b j e t i v o a q u í
aclarar las d i f e r e n c i a s e n t r e la p r o p u e s t a d e F o u c a u l t y su p a r t i d a r i a
( p o r n o d e c i r a r b i t r a r i a ) l e c t u r a p o r D e l e u z e . P a r a F o u c a u l t e l dis-
p o s i t i v o establece r e l a c i o n e s e n t r e los e l e m e n t o s h e t e r o g é n e o s q u e
l o c o n s t i t u y e n y, a u n q u e n u n c a se estanca e n u n e s t a d o d e q u i e t u d ,
t i e n d e a l a e s t a b i l i d a d , m i e n t r a s q u e p a r a D e l e u z e es u n o r g a n i s m o
i n e s t a b l e , u n e n t r a m a d o {agencement) d e l í n e a s d i v e r g e n t e s , sujetas
s i e m p r e a c a m b i o s i m p r e v i s i b l e s , a t e r r e m o t o s y t s u n a m i s , y sus c o n -
t o r n o s s o n d i f u s o s y c a m b i a n t e s . D i g a m o s q u e D e l e u z e se a p r o p i a d e
los d i s p o s i t i v o s f o u c a u k i a n o s — e s t á e n su d e r e c h o , c l a r o , a u n q u e su
acto t e ó r i c o p o d r í a ser m á s e x p l í c i t o — y los t r a n s f o r m a e n a g u a q u e
m u e v e las aspas d e su p r o p i o m o l i n o .
N o s i m p o r t a l a p o s i c i ó n d e D e l e u z e p o r q u e e l filósofo d e l Antiedi-
po insiste e n l o e s e n c i a l — y l o m á s d e s c u i d a d o — d e los " d i s p o s i t i v o s "
p r o p u e s t o s y p r o m o v i d o s p o r F o u c a u l t : q u e su o b j e t i v o ú l t i m o , su
f u e r z a , su r a z ó n d e ser, es l a p r o d u c c i ó n d e s u b j e t i v i d a d e s , a l g o q u e
t a m b i é n h a b í a s e ñ a l a d o A l ^ i u s s e r a l c a r a c t e r i z a r a los a p a r a t o s i d e o -
l ó g i c o s d e l E s t a d o c u a n d o s o s t e n í a q u e " L a i d e o l o g í a i n t e r p e l a a los
i n d i v i d u o s e n t a n t o q u e sujetos". D e l e u z e e s c r i b e :

El estudio de los procesos de subjetivación parece ser sin d u d a una de las

tareas fundamentales qxie Foucault ha legado a sus sucesores (p. 308) [ . . ]
Pertenecemos a estos dispositivos, actuamos en ellos. A la novedad de u n dis-
positivo en comparación con las anteriores la denominamos su actualidad,
nuestra actualidad. L o nuevo es lo actual. L o actual n o es lo que somos sino

M . Foucault, [19631, Rayrnond Roussel, México, Siglo X X I , 1973, t r a d u c c i ó n de P-

Canto. C u a n d o Foucaiilt se refiere a "las máquinas" (los telares) de Roussel lo hace e n
términos que poco tienen que ver con los "dispositivos" a los que se dedicaría quince
años después, a n a c r ó n i c a m e n t e invocados por Deleuze.
8o LOS DISPOSITIVOS E N LA OBRA D E FOITCAULT Y D E L E U Z E

más bien aquello en lo que nos convertimos, aquello e n que nos estamos
convirtiendo, es decir, el O t r o , nuestro devenir-otro. E n todo dispositivo hay
que distinguir lo que somos (que es lo que ya n o somos) y aquello en lo que
nos estamos c o m i r t i e n d o ; la parte de la historia y taparte de lo actual. La historia
es el archivo, el c o n t o r n o de lo que somos y dejamos de ser, mientras que lo
actual es el esbozo de aquello en lo que nos vamos transformando. Mientras
que la historia o el archivo es lo que aun nos separa de nosotros mismos, lo
actual es ese O t r o con q u i e n ya empezamos a c o i n c i d i r (p. 310). [ . . . ] N o ;
n o se trata de predecir sino de estar atentos a lo desconocido que llama a
nuestra p u e r t a ( p . 311).

L o s d i s p o s i t i v o s s o n , p a r a D e l e u z e , agencements collectifs d'énonciation,

p r o c e d i m i e n t o s colectivos de e n u n c i a c i ó n , q u e f u n c i o n a n direc-
t a m e n t e e n los procedimientos maquinicos {agencements machiniques) y
n o se p u e d e e s t a b l e c e r u n a r u p t u r a o u n c o r t e r a d i c a l e n t r e los r e -
g í m e n e s d e signos ( " e p i s t é m i c o s " ) y sus o b j e t o s ( " m a t e r i a l e s " ) . L a
m á q u i n a , c o m o nuestro p r o v e r b i a l r e l o j , está h e c h a de palabras: el
d i s p o s i t i v o d e e n u n c i a c i ó n es m a q u í n i c o : es u n a m á q u i n a d e p r o d u -
c i r y m o v i l i z a r a las s u b j e t i v i d a d e s . L o s e n u n c i a d o s se m a t e r i a l i z a n
e n o b j e t o s \ñsibles q u e o p e r a n e n el s e n o d e los d i s p o s i t i v o s , p e r o
esos o b j e t o s n o s o n , e n sí, d i s p o s i t i v o s . Las m á q u i n a s o p e r a n e n e l
s e n o d e discursos. C o m o e n l a d i s c u s i ó n d e F o u c a u l t c o n sus a m i g o s
psicoanalistas, t a m p o c o se d i s t i n g u e c o n c l a r i d a d e n las p r o p u e s t a s
d e D e l e u z e c ó m o los d i s p o s i t i v o s p o d r í a n ser o t r a cosa q u e m á q u i n a s
s i g n i f i c a n t e s , discursos, d o n d e e l e l e m e n t o n o l e n g u a j e r o , e l o b j e t o
@, o c u p a e l l u g a r (es e l l u g ^ t e n i e n t e ) d e l o r e a l d e n t r o d e l d i s p o s i -
tivo. Los elementos "maquinales" d e l dispositivo deleuziano i n d i c a n
t a m b i é n , al i g u a l q u e l o " n o d i s c u r s i v o " e n F o u c a u l t , l a p r e s e n c i a d e
u n resto y d e u n exceso: e l p l u s d e gozar, p r e c i o p a g a d o p o r e l cuer-
p o p a r a i n t e g r a r s e a esos c o m p l e j o s h e t e r o g é n e o s , m u l t i v e c t o r i a l e s ,
q u e s o n los d i s p o s i t i v o s . P o r la p é r d i d a r e a l d e @ — q u e D e l e u z e n o
r e c o n o c e y p o r eso se ve l l e v a d o a d i s t a n c i a r s e d e L a c a n — es q u e los
sujetos se v e n t r a n s f o r m a d o s e n " m á q u i n a s d e s e a n t e s " d o t a d o s d e esa
p o t e n c i a social p o s i t i v a y p r o d u c t i v a q u e D e l e u z e a t r i b u y e al deseo
c o m o f u e r z a m o t r i z , c o m o f u e r z a capaz d e e s t a b l e c e r c o n e x i o n e s y
d e i n c r e m e n t a r e l p o d e r d e los c u e r p o s . Si e l o b j e t o @, l o R e a l q u e
f a l t a c o m o c o n s e c u e n c i a d e l a Ley, es causa d e l d e s e o , e l s u j e t o s e r á
u n a g e n t e a c t i v o , m á q u i n a d e s e a n t e . Estos p á r r a f o s n o e s t á n g u i a d o s
LOS DISPOSITIVOS E N L A O B R A D E F O U C A U L T Y D E L E U Z E
81

por u n a f á n conciliatorio s i n o p a r a m o s t r a r l a c o n v e r g e n c i a d e L a c a n
(el L a c a n d e l goce, n o e l p r e v i o , d e l s i g n i f i c a n t e ) , d e F o u c a u l t (el
F o u c a u l t d e los dispositivos b i o p o l í t i c o s , n o e l p r e v i o , d e las p r á c t i c a s
e p i s t é m i c o s ) y d e D e l e u z e ( e l d e l Antiedipo m á s q u e e l d e l a Lógica del
sentido).
5. G I O R G I O A G A M B E N Y L A E X T E N S I Ó N S I D E R A L
DEL DISPOSITIVO

E l p o l é m i c o filósofo i t a l i a n o , G i o r g i o A g a m b e n , p r e t e n d i e n d o u b i -
c a r su p e n s a m i e n t o e n l a c o n t i n u a c i ó n d i r e c t a d e l d e F o u c a u l t , p r o -
n u n c i ó e n 2006 u n a breve c o n f e r e n c i a que fue t r a d u c i d a al francés
e n 2 0 0 7 y q u e l l e v a e l m i s m o t í t u l o q u e los t e x t o s d e F o u c a u l t y
d e D e l e u z e : Qu'est-ce qu^un dispositif?^ C u r i o s a m e n t e este t e x t o f u e
t r a d u c i d o a l i n g l é s c o n e l e q u í v o c o t í t u l o d e What is an apparatusl
[ S t a n f o r d , S t a n f o r d U n i v e r s i t y Press, 2 0 0 9 ] . ''Aparato'^ es u n a t e r g i -
versación d e l título o r i g i n a l , sin duda, p e r o presenta u n a ventaja
n o c a l c u l a d a p o r e l a u t o r n i p o r sus t r a d u c t o r e s : l a d e a p r o x i m a r
l a n o c i ó n d e d i s p o s i t i v o a l a d e los " a p a r a t o s " t e o r i z a d o s p o r L o u i s
A l t h u s s e r {op. cit.) e n los a ñ o s sesenta: ''aparatos ideológicos del Esta-
do" ( f a m i l i a , e s c u e l a , i n s t i t u c i o n e s ) , A I E , q u e n o d e b í a n c o n f u n d i r s e
c o n l o s a p a r a t o s " t é c n i c o s " d e l E s t a d o c o m o l a a d m i n i s t r a c i ó n d e los
transportes y la r e c a u d a c i ó n de i m p u e s t o s o c o n los aparatos " r e p r e -
sivos" ( j u r í d i c o - p o l í t i c o s ) d e l E s t a d o c o m o l a p o l i c í a o e l e j é r c i t o .
L a n o c i ó n d e " a p a r a t o de E s t a d o " sirve p a r a u b i c a r e n el t e m a gene-
r a l d e l o s " d i s p o s i t i v o s " a l filósofo m a r x i s t a f r a n c é s c u y a i n f l u e n c i a
y c u y a r e f e r e n c i a n o se m e n c i o n a n n i e n l a o b r a d e F o u c a u l t n i e n
la de Deleuze y que sólo traducción d i s c u t i b l e (al inglés) per-
m i t e v i s l u m b r a r e n la de A g a m b e n . H o y Althusser podría l l a m a r l o s
"dispositivos i d e o l ó g i c o s d e l E s t a d o " y n o se v e r í a e n l a n e c e s i d a d d e
c a m b i a r u n a s o l a d e sus f o r m u l a c i o n e s . E l m e c a n i s m o d e a c c i ó n d e
los A I E p o s t u l a d o s p o r A l t h u s s e r , e n c a m i n a d o s a " l a r e p r o d u c c i ó n
d e las r e l a c i o n e s d e p r o d u c c i ó n " , es l a v i o l e n c i a s i m b ó l i c a e j e r c i d a
s o b r e los i n d i v i d u o s c o n e l o b j e t o d e e v i t a r o d i s m i n u i r l a a c c i ó n
d e l a v i o l e n c i a física, o r g á n i c a , a q u e l l a c o n la q u e a c t ú a n los apa-
r a t o s r e p r e s i v o s d e l e s t a d o . E l E s t a d o es, e n sí y e n s u c o n j u n t o , u n
e n o r m e "aparato" que organiza y regula a u n a organización hete-
r o g é n e a de dispositivos^ i d e o l ó g i c o s , t é c n i c o s y represivos y r e g u l a ,

^ Giorgio Agamben, Qu'est-ce qu'un dispositif?, París, Payot Se Rivagcs, n ú m . 569, 2007.
E n el sentido específico dado a la palabra por Foucault.
[82]
GIOROIO A G A M B E N Y E L DISPOSITIVO 83

r e d u c i e n d o al m í n i m o necesario p a r a su s u p e r v i v e n c i a , el uso d e la
v i o l e n c i a s o b r e los c u e r p o s . E l c o m p l i c a d o a p a r a t o d e l E s t a d o s i r v e
a los fines d e l e j e r c i c i o d e l p o d e r : l o m u e s t r a y / o l o e n c u b r e ; e n
t o d o caso l o r e g u l a . A l t h u s s e r , p o r s u p a r t e , n o se p i e n s a a sí m i s m o
c o m o e l " d e s c u b r i d o r " d e este c o m p l e j o s i s t e m a s i n o q u e r e m i t e a
u n prestigioso precursor, A n t o n i o Gramsci, q u i e n había señalado
q u e e l E s t a d o i n c l u í a a l a ''sociedad civif c o n sus i n s t i t u c i o n e s : i g l e -
sias, escuelas, s i n d i c a t o s , etc. A s í c o m o s e ñ a l a m o s e n s u m o m e n -
t o q u e F o u c a u l t n o p r o p o n í a u n a d e f i n i c i ó n d e sus " d i s p o s i t i v o s " ,
debemos ahora r e c o n o c e r que t a m p o c o lo hace Althusser c u a n d o
a b o r d a los " a p a r a t o s " d e l E s t a d o . Se r e f i e r e é l a " c i e r t o n ú m e r o d e
r e a l i d a d e s q u e se o f r e c e n a l e s p e c t a d o r i n m e d i a t o b a j o l a f o r m a
d e i n s t i t u c i o n e s i n d e p e n d i e n t e s y e s p e c i a l i z a d a s " d e las q u e p r o -
p o n e " u n a lista e m p í r i c a q u e , n a t u r a l m e n t e , d e b e r á examinarse e n
detalle, someterse a p r u e b a , rectificarse y r e c o m p o n e r s e " (cit., p .
9 2 ) . S u " l i s t a " i n c l u y e los A I E r e l i g i o s o , escolar, f a m i l i a r , j u r í d i c o ,
p o l í t i c o , s i n d i c a l , d e l a i n f o r m a c i ó n , c u l t u r a l , etc. ¿ S e ve o n o q u e
e n n a d a se d i f e r e n c i a n estos A I E d e l o s " d i s p o s i t i v o s " d e F o u c a u l t ?
¡ S o n l o m i s m o ! Estos a p a r a t o s n o f u n c i o n a n p r i o r i t a r i a m e n t e c o n
la v i o l e n c i a sino c o n la ideología, a u n q u e , de m o d o secundario,
p u e d e n r e c u r r i r a l a r e p r e s i ó n f í s i c a y se m a n i f i e s t a n , e n t o d o m o -
m e n t o , "las m á s s u t i l e s c o m b i n a c i o n e s , e x p l í c i t a s o tácitas, e n t r e los
r e s p e c t i v o s p a p e l e s d e l a p a r a t o ( r e p r e s i v o ) d e l e s t a d o y los a p a r a t o s
i d e o l ó g i c o s " ( c i t . , p . 9 5 ) . Si a l t e r m i n a r los a ñ o s sesenta A l t h u s s e r (y
Lacan) r e c o n o c í a n al aparato educativo c o m o el escenario decisivo
p a r a l a p r o d u c c i ó n - r e p r o d u c c i ó n d e las s u b j e t i v i d a d e s a través d e
l a i n t e r p e l a c i ó n d e los i n d i v i d u o s c o m o s u j e t o s , h o y , p o s i b l e m e n t e ,
a t r i b u i r í a n ese p a p e l d e c i s i v o a l o s " m e d i o s " masivos d e c o m u n i -
c a c i ó n q u e ya p a r a e n t o n c e s t e o r i z a b a n M u m f o r d y M c L u h a n . L o
q u e F o u c a u l t y D e l e u z e a g r e g a r o n c o n su n o c i ó n d e d i s p o s i t i v o s a
los " a p a r a t o s " d e A l t h u s s e r es, d e t o d o s m o d o s , m u y i m p o r t a n t e : l a
" m a t e r i a l i d a d " d e l a i d e o l o g í a r e c o n o c i d a p o r é s t e se c o n c r e t a e n
u n a d o m i n a c i ó n y u n a a c c i ó n d i s c i p l i n a r i a s o b r e los c u e r p o s , u n
a s p e c t o q u e e s c a p ó a l " m a t e r i a l i s t a " q u e era A l t h u s s e r p e r o n o a
L a c a n q u e , t a m b i é n e n 1969-1970, p e r o r a b a s o b r e los d i s c u r s o s y
d e s c u b r í a e l g o c e e n c a r n a d o e n e l o b j e t o @, a b i e r t o — c o m o sabe-
m o s — a las s u s t i t u c i o n e s p o r " s e m b l a n t e s " q u e l a i n d u s t r i a o f r e c e
c o m o " u t e n s i l i o s " , c o m o " s e r v o m e c a n i s m o s " {gadgets) tecnológicos
84 GIORGIO AGAMBEN Y E L DISPOSITIVO

q u e p r o m e t e n y p o s t e r g a n i n d e f i n i d a m e n t e ese goce.^ D e s d e los ve-

n e r a b l e s r e l o j e s d e c u e r d a h a s t a l o s m á s s o f i s t i c a d o s teléfiDuos m ó -
viles i n t e g r a d o s a c o m p u t a d o r a s i n t e r n e t e a d a s . D e s d e las cajitas d e
música hasta el l a b o r a t o r i o musical d o m é s t i c o .
Es h o r a d e v o l v e r a A g a m b e n tras esta d i g r e s i ó n q u e n o s llevó a l
c a m p o r o t u r a d o p o r A l t h u s s e r c o n s u r e f e r e n c i a a los " a p a r a t o s " .
El p r o f e s o r i t a l i a n o , sin citar - - - a l i g u a l que n o los cita F o u c a u l t — a
l o s a u t o r e s g r i n g o s y h a c i e n d o , é l sí, u n a e x p l í c i t a y j u s t a r e f e r e n -
c i a a H e i d e g g e r y s u Gestell, se basa e n l a e n t r e v i s t a y a c o m e n t a d a
q u e F o u c a u l t c o n c e d i e r a a Ornicar? e n 1 9 7 7 y p r o p o n e d a r " u n a
g e n e r a l i d a d m á s a m p l i a a u n a l a clase d e p o r sí m u y vasta d e los
dispositivos de Foucault" (cit., p . 30). " G e n e r a l i d a d más a m p l i a " . . ,
¿ e q u i v a l e a tergiversación? T a l es l a d u d a q u e se a p o d e r a d e n o s o t r o s
c u a n d o e s c u c h a m o s l a d e f i n i c i ó n ( é l si t i e n e u n a q u e p r o p o n e r )
dada p o r A g a m b e n y que conviene comparar, término a término
c o n la fallida definición de F o u c a u l t (citada e n el apartado a n t e r i o r ;
A g a m b e n l a r e p r o d u c e e n las p á g i n a s 8 a 10 d e s u o p ú s c u l o ) . D i c e
nuestro autor:

L l a m o dispositivo a todo lo que tiene, de u n m o d o u otro, la capacidad de

capturar, orientar, determinar, interceptar, modelar, controlar y asegurar los
gestos, las conductas, las opiniones y los discursos de los seres vivientes [¿esta-
rá pensando que hay opiniones y discursos de los animales? ... ¿o de las máquinas?].
N o tan sólo pues las prisiones, los asilos, los panópticos, las escuelas, la confe-
sión, las fábricas, las disciplinas, las medidas jurídicas, cuya articulación c o n
el poder es en cierto sentido evíHente, sino también el bolígrafo, la escritura,
la literatura, la filosofía, la agricultura, el cigarrillo, la navegación, las com-
putadoras, los teléfonos celulares y, p o r qué no, el lenguaje mismo, quizás
el más antiguo de los dispositivos en el cual, hace ya muchos miles de años,
u n primate, posiblemente incapaz de darse cuenta de las consecuencias que
le sobrevendrían, tuvo la inconciencia de dejarse enredar (cit., p p . 31-32).

^ Mi amigo Jacques Nassif , a q u i e n debo tantas observaciones fecundas sobre este

texto, me señala otro sesgo que toma la palabra "aparato" cuando recordamos que,
para F r e u d , el psiquismo, el alma, es también u n aparato: seelisches Apparat. E n la con-
c e p c i ó n freudiana se r e ú n e n la idea del aparato cuyo modelo es el ó p t i c o (micro o
telescopio) y el o r g á n i c o (aparato digestivo o respiratorio). E l alma (Seele) es el aparato
del goce movido por el significante, el modelo de tcjdos los "aparatos".
 GIORGIO AGAMBEN Y E E DISPOSITIVO 85

H a y q u e r e n d i r s e a n t e l a a m p l i t u d y l a f a c i l i d a d d e esta d e f i n i c i ó n
y d e esta e n u m e r a c i ó n ; d í g a n m e , d í g a n m e p o r favor, q u é cosa q u e
resulta ser u n a f o r m a c i ó n d e la c u l t u r a se escapa d e esta d e f i n i c i ó n
de " d i s p o s i t i v o " . C u a n d o l e o la e x o r b i t a n t e e x t e n s i ó n d e l a n o c i ó n así
e l a b o r a d a m e s i e n t o s o f o c a d o y m e v i e n e n ganas d e a c a b a r c o n los
dispositivos y v o l v e r m e d i s n e g a t i v o .
E l d e s c o n c i e r t o a u m e n t a a l l e e r las l í n e a s s i g u i e n t e s q u e n o s l l e v a n
a u n a o b j e c i ó n d e peso. A g r e g a A g a m b e n :

Hay p o r lo tanto dos clases [¿clases de qué, preguntamos?]: los seres vivientes
y los dispositivos. Entre ambas, coino terceros, los srijetos. L l a m o sujeto a lo
que resulta de la relación y, por así decirlo, d e l cuerpo a cuerpo entre los
vivientes y los dispositivos (p. 32).

H a b í a m o s e n t e n d i d o q u e , s e g ú n este i n f l u y e n t e a u t o r i t a l i a n o ,
n a c i d o e n 1942, e l l e n g u a j e y t o d o l o q u e é l p e r m i t e c o n c e b i r d e b e
ser e n t e n d i d o c o m o " d i s p o s i t i v o " . P e r o a h o r a se a n u n c i a a l g o q u e
no es " d i s p o s i t i v o " y eso s o n los "seres v i v i e n t e s " (vale d e c i r , p l a n -
tas, a n i m a l e s y h o m b r e s , t o d o s j u n t o s ) q u e e s t á n t r a b a d o s e n u n
c o m b a t e q u e l o s e n f r e n t a a los d i s p o s i t i v o s q u e n o s e r í a n v i v i e n t e s
- y p o r l o t a n t o e s t a r í a n m u e r t o s . E s t o s u e n a c o n o c i d o : la N a t u r a l e z a
c o n t r a la C u l t u r a . L a V i d a (orgánica) c o n t r a la M u e r t e (inorgánica,
i n a n i m a d a ) y n o la m u e r t e c o m o c o n t i n u a c i ó n de la vida. Dejemos
d e l a d o a las especies b o t á n i c a s y a n i m a l e s — s a b e m o s q u e m u c h a s
d e ellas e s t á n e n t r a n c e d e d e s a p a r e c e r p o r l a a c c i ó n d e s t r u c t i v a d e
las c i e n c i a s a p l i c a d a s , p o r Ja a c t i v i d a d t e c n o l ó g i c a d e l h o m b r e —
a u n q u e n o n o s h a y a m o s e n t e r a d o d e q u e esas especies, c o m o tales,
se h a y a n o p u e s t o a los a r t e f a c t o s d e l a h u m a n i d a d s i n o q u e p a r e c e ,
m á s b i e n , q u e s u f r e n p a s i v a m e n t e sus e s t r a g o s s i n p o d e r d e f e n d e r -
se. D e j e m o s d e l a d o a m i p e r r a q u e " c o m b a t e " y se o p o n e v i o l e n t a -
m e n t e a m i s i n t e n t o s d e p o n e r l e u n a c a d e n a p a r a q u e n o se escape
c u a n d o saco e l a u t o d e l a c o c h e r a . L i m i t é m o n o s a l o m á s o b v i o , l o
d e l a l u c h a d e los sujetos e n u n c u e r p o a c u e r p o e n t r e sus o r g a n i s -
m o s y los d i s p o s i t i v o s . ¿ L o s h o m b r e s c o m b a t i e n d o c o n t r a e l l e n -
guaje? ¿ C o n t r a los dispositivos? ¿ Q u é h o m b r e s , q u é m u j e r e s , s e r í a n
ésos? ¿ D ó n d e ? ¿No viven ellos e n el h o m b r i g u e r o o r g a n i z a d o p o r la
p a l a b r a , p a l a b r a h e c h a Gestell, a r t i c u l a d a e n discursos?
L a o p o s i c i ó n d e l o \ivo d e l 0 1 g a n i s m o y l o m u e r t o d e la m á q u i n a es u n
86 GTORGIO AGAMBEN Y E E DISPOSITIVO

l u g a r c o m ú n , u n t ó p i c o r e c u r r e n t e cuyos antecedentes p o d e m o s rastrear

desde la cita q u e h i c i m o s d e El capital e n n u e s t r o c a p í t u l o 3 ( p . 4 8 ) . Re-
c o r d e m o s q u e M a r x i n d i c a b a q u e e l trabajo d e los o b r e r o s los convertía
e n " a p é n d i c e s vivos" d e l "trabajo m u e r t o " d e p o s i t a d o e n las m á q u i n a s .
L a o p o s i c i ó n , t a n f r e c u e n t e y hasta r e m a n i d a , d e l m e c a n i s m o i n e r t e y
" d e s a l m a d o " contra los cuerpos \ivientes es e q u í v o c a pues convoca a u n a
i d e n t i f i c a c i ó n e m o c i o n a l de los lectores p a m q u e se sientan "maltratados
p o r los mecanismos". Así n o se p u e d e sino e n t o r p e c e r al p e n s a m i e n t o .
Se desconoce l a presencia d e l o viviente i n c o r p o r a d o c o m o " r a z ó n " e n la
m á q u i n a y d e l o m e c á n i c o o p e r a n d o e n los sujetos d e c u a l q u i e r c u l t u r a
e n t a n t o q u e esos stijetos son efectos d e la articulación significante. Es
p r e c i s a m e n t e e l p e n s a m i e n t o d e la t é c n i c a l o q u e nos salva de caer e n
ese e r r o r . D e c í a L a c a n c o m e n t a n d o las lecturas simplistas de la f r e u d i a n a
"pulsión d e m u e r t e " : " L a vida sólo es a c o g i d a p o r l o s i m b ó l i c o c o m o frag-
m e n t a d a y descompuesta. E l ser h u m a n o m i s m o está e n p a r t e f u e r a d e
la v i d a , p a r t i c i p a e n el i n s t i n t o d e m u e r t e . Es sólo desde allá q u e p u e d e
abordarse e l registro d e la v i d a " .
Es e j e m p l a r e l d i á l o g o q u e o p u s o e n ese s e m i n a r i o a L a c a n c o n
u n o d e sus m e j o r e s d i s c í p u l o s . O c t a v i o M a n o n n i :

—Lacan: Somos seres encarnados y pensamos siempre a través de algún arti-

ficio imaginario que detiene, obstruye, e m b r o l l a la mediación simbólica que
resulta, de este m o d o , constantemente despedazada, i n t e r r u m p i d a .
— M a n o n n i : Me molesta que mé quede el sentimiento de que este redoblamien-
to imaginario no sólo despedaza sino que es también el alimento indispensable
del lenguaje simbólico. Si el lenguaje es privado completamente de este alimento,
se convierte en la máquina, es decir, en algo que ya no es humano.
—Lacan: Nada de sentimiento. N o vaya a decirme que la máquina es muy
mala y que perturba nuestra existencia. N o se trata de eso. L a máquina no es
sino la sucesión de los pequeños ceros y unos y del mismo m o d o está zanjada
la cuestión de si ella es h u m a n a o n o lo es. Definitivamente n o lo es. Sólo
queda por saber si lo h u m a n o , del m o d o en que usted lo entiende, es, en
verdad, tan humano.*

¿Y si el d e s t i n o d e l a h u m a n i d a d fuese e l d e i m p u l s a r y p r e s e n c i a r
este c o n s t a n t e avance d e l o s i m b ó l i c o , d e l o a u t o m á t i c o , d e l o i n o r -

J . L a c a n , Le Séviinaire. Lixrre II, Le moi dans la théorie de Freud et dans la technique de la

psychanalse, París, Seuil, 1978, pp. 113 y 367 respectivamente.
GIORGIO AGAMBEN Y E L DISPOSITIVO 87

g á n i c o , d e l o " l e n g u a j e r o " q u e se h a c e c a r g o d e l a r e g u l a c i ó n d e l o
v i v i e n t e h u m a n o ? ¿ N o es é s a " l a e s e n c i a " d e l a t é c n i c a q u e a l c a n z a sus
fines c o n t r o l a n d o las f u e r z a s — ¿ c i e g a s ? — d e l a N a t u r a l e z a ( e s c r i t a
así, c o n m a y ú s c u l a s ) c o m o si d e l m i s m í s i m o D i o s se tratase? ¿ N o h a -
b r á q u e c o n t r a p o n e r e l Deus sive Natura s p i n o z i a n o a u n Deus sive Ars,
d o n d e es e l a r t e (tekhné) e l q u e se d a a sí m i s m o sus m e d i o s y sus fines
q u é i n c l u y e n e l r e c o n o c i m i e n t o d e los l í m i t e s a s u . i d e a l o m n i p o t e n -
cia? ¿ N o o c u p a l a técmcá--—orientada p o r l a c i e n c i a — los altares d e
la civilización e n esta é p o c a post- o h i p e r i n d u s t r i a l d o m i n a d a p o r las
i n e s c r u t a b l e s leyes y d e s i g n i o s d e los m e r c a d o s ? ¿ N o es a e l l a a q u i e n
se p i d e n los m i l a g r o s q u e a n t e s d i s p e n s a b a n l a s a n t i d a d y l a p u r e z a
del a l m a d e l suplicante? L a idea p u e d e traducirse e n términos quizá
sorprendentes para,los lectores de F r e u d p e r o consonantes c o n l o
e x p r e s a d o p o r L a c a n desde e l c o m i e n z o d e s u e n s e ñ a n z a , desde los
primeros dos seminarios: la pulsión de m u e r t e , e n la c o n c e p c i ó n de
F r e u d , c o n d u c e a l o i n a n i m a d o , p e r o eso i n a n i m a d o n o es l a m u e r t e
c o m o e s t a d o d e i n e r c i a , i n o r g á n i c a ( l o q u e n o pasa d e ser u n a p o b r e
metáfora), sino el j u e g o d e l significante que c u l m i n a e n la m á q u i n a
de c á l c u l o , e n e l e q u i p o d e g o b i e r n o d e las s u b j e t i v i d a d e s , e n l a su-
m i s i ó n d e l s r y e t o a l j u e g o d e s i g n i f i c a n t e s , d e c e r o s y u n o s . Gobierno,
e n g r i e g o , s e g ú n d e s c u b r e l a e t i m o l o g í a , es cibemetesy f u e P l a t ó n e n
La República q u i e n i n t r o d u j o la n o c i ó n d e l t i m o n e l c o m o g o b e r n a n t e
y q u e d a l u g a r a eso q u e h o y c o n o c e m o s c o m o c i b e r n é t í c a . Ya i n c l u s o
e n 1954, e n e l s e m i n a r i o I I , Lacan^ p o n í a a sus a l u m n o s a j u g a r p a r a
m o s t r a r l a d e t e r m i n a c i ó n s i m b ó l i c a d e los a u t o m a t i s m o s d e l a r e p e -
t i c i ó n y a r e f l e x i o n a r s o b r e d a s u c e s i ó n d e alfas, betas, gamas y deltas
e n l a e d i c i ó n p u b l i c a d a d e l s e m i n a r i o d e " L a c a r t a r o b a d a " . ^ E n este
s e n t i d o l o m u e r t o d e las m á q u i n a s n o es l o c o n t r a r i o d e l a v i d a " s i n o

' J . L a c a n [8 de diciembre de 1954], Le Séminaire. Livre II, cit., p. 63. Se dice allí: "Así
comienza la circulación de la palabra y se infla hasta el punto de constituir el m u n d o
del símbolo que permite los cálculos algebraicos. L a m á q u i n a es la estructura despren-
dida de la actividad del sujeto [funcionando p o r sí sola - N A B ] . E l m u n d o simbólico
es el m u n d o de la máquina". E l seminario se d e d i c ó a "jugar" el 30 de marzo de 1955,
cit., pp. 221-224.
^'J. L a c a n , " E l seminario sobre La carta robadí£\ 1, M é x i c o , Siglo X X I , 1984,
pp. 5-35. Antes aun, e n 1938, e n el artículo sobre "Los complejos familiares" L a c a n se
había ya enfrentado con la n o c i ó n del "instinto de muerte" c o m o u n falso instinto :
"Incluso es verdad que el genio mismo de F r e u d cede al prejuicio del biólogo". Cf. J .
L a c a n , " L e s complexes familiaux dans la formation de Tindividu", Autres écrits, París,
Seuil, 2001, p. 35.
88 GIORGIO AGAMBEN Y E L DISPOSITIVO

l a c o n t i n u a c i ó n d e l a v i d a p o r otros m e d i o s " c o m o n o s atrevemos a

d e c i r p a r a f r a s e a n d o a Clausewitz. L a t é c n i c a (ars) n o se o p o n e c o m o
"artificial*' a u n a v i d a q u e s e r í a " n a t u r a l " : es u n a estrategia d e lo vi-
viente q u e , p o d r í a i n c l u s o d ec i rs e, e n l e n g u a j e d a r w i n i a n o , se h a c e
m á s c o m p l e j a y m á s eficiente e n tanto q u e p r e s e n t a "ventajas adap>-
tativas" e n l a l u c h a p o r l a sobrevivencia. L o q u e n o i m p l i c a olvidar lo
s e ñ a l a d o d e s d e H e i d e g g e r , M u m f o r d y M c L u h a n a c e r c a de los p e l i -
gros e c o l ó g i c o s y filosóficos q u e l a m i s m a t é c n i c a conlleva. N o hay
e n f r e n t a m i e n t o d e l a v i d a y l a m u e r t e y t a m p o c o e h f í r e n t á m i e n t o de
l a n a t u r a l e z a y l a cultura.^ L a vida, e s a q u e estudia l a biología, resulta
ser u n a a l t e r n a n c i a d e ceros y u n o s {on ~ ofj) y es a p r e h e i i s i b l e e n
u n a n u m e r a c i ó n b i n a r i a ; p o r eso es q u e p u e d e decirse, c o n F r e u d ,
q u e l a v i d a es e l c a m i n o q u e lleva a l a m u e r t e , a lo i n a n i m a d o , q u e
l a v i d a s ó l o p u e d e d e f i n i r s e p o r s u r e l a c i ó n c o n l a m u e r t e y es a ese
d e s c u b r i m i e n t o q u e se r e f i e r e n las tesis sobre el instinto d e m u e r t e :
" L a m á q u i n a e n c a m a l a actividad s i m b ó U c a m á s r a d i c a l e n e l h o m b r e
[.,.] D e a h í e l c a r á c t e r decisivo d e l a r e f e r e n c i a a l a m á q u i n a c u a n d o
se trata d é f u n d a m e n t a r a l a b i o l o g í a " ( L a c a n , Livre II, cit., p . 9 5 ) ,
S o r p r e n d e q u e G i o r g i o A g a m b e n p u e d a s i q u i e r a plantearse l a
e x i s t e n c i a separaday hasta c o n t r a p u e s t a d e l a v i d a y d e l lenguaje (de
los dispositivos t é c n i c o s y discursivos) c o m o si l o esencial, c o m o si l a
naturaleza d e l h o m b r e , n o fiiese l a d e servirse d e l a p a l a b r a y d e los
a d i t a m e n t o s t e c n o l ó g i c o s ( q u e s o n e l efecto i n s t r u m e n t a l d e l a f a c u l -
t a d l e n g u a j e r a ) p a r a c o n d u c i r s u existencia. L o s i ns t rument os —^his-
t ó r i c a m e n t e contingentes, p r o g r e s i v a m e n t e c o m p l i c a d o s y e x a c t o s —
f o r m a n p a r t e d e l lenguzge q u » e s i n s e p a r a b l e d e l ser h u m a n o , u n ser
c u y a " n a t u r a l e z a " l o distingue d e las d e m á s especies y q u e consiste e n
ser, " p o r n a t u r a l e z a " , c u l t u r a l e i n s t r u m e n t a l . S u " m e d i o a m b i e n t e "
es la naturaleza regulada por el símbolo. L o s n e u r o f i s i ó l o g o s d e h o y des-
c u b r e n l a a l t e r n a n c i a on-off e n e l pasaje o n o d e l a descarga d e u n a
n e u r o n a a otra e n c a d a c o n e x i ó n s i n á p t i c a . E s t a p r e s e n c i a d e l s í m b o -

^ N . A . Braunstein, " L a s pulsiones y l a muerte", e n La m-flexión de los conceptos de

Freud en la obra de Locan, M é x i c o , Siglo X X I , 1983, p. 77. Allí escribíamos: " L a pulsión
de muerte está más allá d e las regulaciones naturales. H a c e d e l vivir u n a inscripción
histórica, historiza a l h o m b r e y al acontecer. L a historia es l a m a r c a dejada por el tro-
q u e l d e l a insistencia repetitiva e n la vida de los hombres. TeftAné opuesta a dütS'. C o n -
c r e t á b a m o s así lo propuesto páginas antes (p. 47): " T a contraposición heideggeriana
es m á s ajustada q u e la fireudiana [ E r o s opuesto a T á n a t o s l pues elude los equívocos
biologistas ineluctablemente vinculados a los conceptos de vida y muerte".
GIORGIO AGAMBEN Y E L DISPOSITIVO 89

lo e n l a n a t u r a l e z a , este a b r i r y c e r r a r d e puertas, a l t e r n a n c i a d e ceros

y u n o s d e l a n u m e r a c i ó n b i n a r i a , vale t a m b i é n p a r a todo p r o c e s o d e
transmisión d e "mensajes", dotados o n o d e s e n t i d o . E l homo sapiens
es l e n g u a j e r o y n o p u e d e vivir e n n i n g u n a parte y e n n i n g ú n tiempo
histórico f u e r a d e l a r e a l i z a c i ó n d e e s a v o c a c i ó n t e c n o l ó g i c a q u e co-
m e n z ó , y a d i j i m o s , c u a n d o P r o m e t e o se a p o d e r ó d e l fuego.* P r e c i -
samente p o r eso es q u e p o s t u l a m o s h a c e casi treinta a ñ o s q u e " n a d a
hay rnás siriiésti^ó, m á s MTC^^'T^^ q u e e l h o m b r e " . L a tekhné, las artes,
no s o n u n aditamento o u n a parte m á s o m e n o s p r e s c i n d i b l e de la
especie. E l o r g a n i s m o h u m a n o esta h a b i t a d o desde s i e m p r e y hasta
e n l a m á s r e c ó n d i t a d e sus células p o r e l l e n g u a j e . E s e l e n g u a j e n o
se s u p r i m e n i s i q u i e r a , y é s e es el d e s c u b r i m i e n t o d e F r e u d , c u a n d o
nos r e t i r a m o s a d o r m i r p u e s e l i n c o n s c i e n t e sigue f o r j a n d o historias,
m e z c l a n d o palabras c o n i m á g e n e s , c o m p o n i e n d o p o é t i c a m e n t e sus
s u e ñ o s , e s c e n i f i c a n d o sus a s p i r a c i o n e s p u l s i o n a l e s , p r o l o n g a n d o las
pasiones. E s t á b i e n r e c o r d a r q u e L a c a n dijo q u e p a r a e l h o m b r e e l
l e n g u a j e es u n p a r á s i t o , u n c h a n c r o , u n c á n c e r . P e r o las tres i m á g e -
nes r e m i t e n a lo m i s m o : los significantes e s t á n i n c o r p o r a d o s (built-in,
d i r í a m o s p a r a usar e l v o c a b u l a r i o d e los constructores d e servome-
c a n i s m o s ) i n c o r p o r a d o s al o r g a n i s m o . . . lo q u e n o garantiza q u e las
relaciones entre el h o m b r e y el lenguaje sean a r m ó n i c a s . E l lengua-
j e n o es u n " i n s t r u m e n t o " a n u e s t r a " d i s p o s i c i ó n " ( " u n dispositivo")
pues constituye n u e s t r a e s e n c i a m i s m a : n o l o t e n e m o s ; lo somos. P r e -
c i s a m e n t e p o r q u e las relaciones s o n a tal p u n t o conflictivas es q u e la
especie p u e d e y debe ser d e f i n i d a , n o a partir d e u n a c o n c e p c i ó n d e l
h o m b r e p r e h i s t ó r i c o sino a|partir d e l h o m b r e actual, é s t e d e l a a l d e a
global, este sirviente de sus m e c a n i s m o s , este u s u a r i o de l a n e o l e n -
gua, este habitante d e l a civilización c i e n t í f i c a q u e investiga a s u a n -
tecesor, p r e s u n t a m e n t e o r i g i n a r i o , c o n c a r b o n o catorce, c o n análisis
de A D N , c o n c u r i o s i d a d p o r los r u d i m e n t a r i o s p r e c u r s o r e s c o m p o r t a -
mentales q u e a c t ú a n e n los a n i m a l e s y e n las f o r m a s d e v i d a h u m a n a
ya extintas, etc. E l p i c t ó g r a f o d e e s c e n a s d e c a z a q u e h a b i t a b a e n

" E s interesante señalar que e n la tradición de la B i b l i a j u d í a la técnica (foija de los

metales, invención de los instrumentos musicales, cuidado del ganado) es aportada
por la descendencia de Caín, el .asesino, a través de los hijos de L a m e c . L a m e c {Gen:
4:18-24) era, él también, u n asesino q u e jEue el p r i m e r poeta y e l p r i m e r bigamo (se
casó c o n A d d a h y con Z i l l a h ) . L a relación entre t é c n i c a y c r i m e n (¿perversión de I<>
"natural"?) tiene fuertes soportes e n la mitología.
 GIORGIO AGAMBEN Y E L DISPOSITIVO

las cavernas h a c e d e c e n a s d e m i l e s d e a ñ o s es u n a " c o n s t r u c c i ó n "

d e l c i e n t í f i c o c i b e r n é t i c o d e n u e s t r o s d í a s . Es c u a n d o i n v e s t i g a m o s
l o q u e h a c í a n n u e s t r o s ancestros y los " d o c u m e n t o s " q u e n o s l e g a r o n
c u a n d o , i n v i r t i e n d o la m a r c h a d e l t i e m p o , nos c o n v e r t i m o s e n pre-
cursores y fabricantes de nuestros antepasados.
D e este m o d o l l e g a m o s a los sujetos, esos " t e r c e r o s " q u e e s t a r í a n
i n t e r p u e s t o s e n t r e los v i v i e n t e s y los d i s p o s i t i v o s , s i e n d o e l l e n g u a j e ,
p a r a A g a m b e n , u n d i s p o s i t i v o ( ¿ u n o m á s ? ) q u e m a n e j a n los v i v i e n t e s .
¿Entre Naturaleza y Cultura? ¿ G o m o p o d r í a haber Un sujeto f u e r a de
la d e f i n i c i ó n d e q u e e l siijetó es r e p r e s e n t a d o p o r u n s i g n i f i c a n t e p a r a
o t r o s i g n i f i c a n t e ? Es e n y p o r e l l e n g u a j e , e n y p o r e l O t r o , c o m o e l su-
j e t o se c o n s t i t u y e . Es e l o r d e n s i m b ó l i c o — e l d e l a m á q u i n a — e l q u e
se a p r o p i a d e los c u e r p o s . ¿ Q u i é n es ese sujeto? C i e r t a m e n t e e l s u j e t o
d e l i n c o n s c i e n t e , e l d e las p u l s i o n e s , el f o r z a d o a desear e n v a n o , a
desear s i n t r e g u a y s i n r e m e d i o , e l d e l a c o m p u l s i ó n a l a r e p e t i c i ó n , ^
e l a s i e n t o d e a s p i r a c i o n e s a l g o c e q u e d e b e n ser r e s t r i n g i d a s p u e s las
p u l s i o n e s m i s m a s n o s o n o r g á n i c a s s i n o q u e e s t á n instaladas e n e l
l e n g u a j e y e n e l r é g i m e n d e los i n t e r c a m b i o s . ¿ R e c o r d a r e m o s q u e e l
s u j e t o es eso q u e se c o n s t i t u y e e n e l c a m p o d e l O t r o c o m o " m e n o s
u n o " , c o m o a q u e l l o q u e "descompleta", q u e r o m p e la u n i d a d esféri-
ca, c e r r a d a , d e l O t r o a b s o l u t o ? ¿ Q u e u n s u j e t o es e l r e s u l t a d o d e u n a
" s e p a r a c i ó n " d e l c a m p o h o m o g é n e o d e l O t r o d o n d e él e n t r a e n u n
p r i n c i p i o b a j o l a f o r m a y l a especie d e l a alienación"?^** O , si n o s a t r e -
v e m o s a p l a n t e a r l o d e esta m a n e r a , q u e e l s u j e t o — ¡ a t e n c i ó n ! n o e l
c u e r p o , n o e l i n d i v i d u o , n o e l o r g a n i s m o , n o e l c i u d a d a n o , n o e l "ser
v i v i e n t e " — el sujeto, d e c i m o s , ^ parletre, e l s u j e t o d e l i n c o n s c i e n t e , es
l o q u e n o p o d r í a e x i s t i r a l m a r g e n d e los a p a r a t o s y d i s p o s i t i v o s e n los
q u e b a ñ a s u e x i s t e n c i a . E n este s e n t i d o p o d e m o s o b j e t a r l a f o r m u l a -

^J. L a c a n [19 de enero de 1955], /-e Séminaire. Livre // (cit., p. 112): "Aquí reencon-
tramos lo que Ies indicaba, que el inconsciente es el discurso del Otro. Este discurso
no es el del otro abstracto, del otro e n la díada, de mi interlocutor, ni siquiera sim-
plemente el de mi esclavo; es el discurso del circuito en el que estoy integrado. Y o soy
u n o de sus eslabones. E s , por ejemplo, el discurso de m i padre, en tanto que mi padre
h a cometido errores que yo estoy absolutamente condenado a repetir — e s lo que se
llama superyó. Estoy condenado a reproducirlo porque es necesario que yo retome el
discurso que él me h a heredado, no tan sólo porque yo soy su hijo, sino porque u n o
no detiene la cadena del discurso y yo estoy precisamente condenado a transmitirlo e n
f o r m a aberrante a alguien m á s " . '
J . L a c a n , Le Séminaire. Livre XI. Les quatre concepts fondamentaux de la psychanalyse,
París, Seuil, 1973, pp. 185-208.
GIORGIO AGAMBEN Y E L DISPOSITIVO

c i ó n d e A g a m b e n : n o h a y u n c u e r p o a c u e r p o e n t r e los seres v i v i e n t e s
y los d i s p o s i t i v o s p u c s los "seres v i v i e n t e s " , e n t a n t o q u e h u m a n o s ,
s o n u n e f e c t o d e l l e n g u a j e y d e los d i s p o s i t i v o s p r o p i o s d e su tiempo
y l u g a r . S i e m p r e l o h a n s i d o , s i e m p r e e l s u j e t o es e l r e s u l t a d o d e l p r o -
ceso d e s e p a r a c i ó n d e u n ser p u l s i o n a l y g o z a n t e c o n r e s p e c t o a l g o c e
d e l O t r o . E l ser q u e se d e s p r e n d e d e sus a p a r a t o s a l irse a d o r m i r y so-
ñ a r n o l o h a c e c o n í m l o s " d i s p o s i t i v o s " o los " s e r v o m e c a n i s m o s " s i n o
e n i^elación c o n ellos, a u n a l " d e s e n c h u f a r s e " d e l m u n d o . " A p a r t a r s e "
s i g n i f i c a c o n t i n u a r c o r r i e n d o p o r e l c a u c e d e los d i s p o s i t i v o s q u é d e -
m a n d a n , s i n p a l a b r a s , l a a l i e n a c i ó n , l a i n c l u s i ó n n o c o n f l i c t i v a d e l ser
e n e l c o n j u n t o q u e h e m o s l l a m a d o e l h o m b r i g u e r o o, si se p r e f i e r e l a
d e n o m i n a c i ó n más convencional y académica, "la sociedad".
E l p r o b l e m a c o n l a c o n f e r e n c i a - a r t í c u l o d e A g a m b e n es q u e , a l
p r e t e n d e r d a r u n a g e n e r a l i d a d " a u n m á s a m p l i a " a l a n o c i ó n d e dis-
p o s i t i v o d e F o u c a u l t , acaba p o r d i s o l v e r l a n o v e d a d filosófica b u s c a d a
p o r é s t e y p o r D e l e u z e , esa q u e ya estaba p r e s e n t e e n e l Gestell d e
H e i d e g g e r , e n los a p a r a t o s d e A l t h u s s e r y e n los discursos d e L a c a n .
L a s e m i l l a d e l a c o n f u s i ó n q u e s i e m b r a A g a m b e n pasa p o r la i n d i s -
tinción e n t r e los vastos " d i s p o s i t i v o s " y los p u n t u a l e s i n s t r u m e n t o s
o " s e r v o m e c a n i s m o s " q u e s o n o b j e t o s " t e c n o l ó g i c o s " , gadgets, p o r l o
c o m ú n m e r c a n t i l e s , p r o d u c t o s d e l a i n d u s t r i a . N a d i e es d u e ñ o d e u n
d i s p o s i t i v o , c u a l q u i e r a es e l p r o p i e t a r i o d e u n a l i n t e r n a o u n f ó s f o -
r o . U n a cosa s o n las cosas q u e se f a b r i c a n p a r a r e s p o n d e r a ciertas
d e m a n d a s e n n u e s t r o m u n d o y o t r a los e n o r m e s e n s a m b l a j e s h e t e -
r o g é n e o s d e e l e m e n t o s discursivos a los q u e p o d e m o s , si b i e n n o s
v i e n e y c o n F o u c a u l t , l l a m a r d i s p o s i t i v o s . N o es l a m i s m a l a c a t e g o r í a
o e l c o n j u n t o q u e p o d r í a i n c l u i r a u n c i g a r r i l l o y a l a filosofía, a u n
t e l é f o n o m ó v i l y a l a a g r i c u l t u r a , a u n b o l í g r a f o y a l l e n g u a j e . L a "ge-
n e r a l i d a d " a n h e l a d a p o r A g a m b e n acaba c o n t o d a " e s p e c i f i c i d a d " y
d i s u e l v e u n a h e r r a m i e n t a p a r a e l análisis filosófico q u e f u e c u i d a d o -
s a m e n t e i n t r o d u c i d a p o r H e i d e g g e r ( Gestell) y d e s a r r o l l a d a p o r sus
continuadores {dispositifs).
P a r a A g a m b e n , m e a t r e v e r í a a d e c i r , e l l e n g u a j e es e l d i s p o s i t i v o
m a e s t r o ( c o m o se d i c e llave m a e s t r a ) d e t o d o s los d i s p o s i t i v o s . M u y
sugestivo s i n d u d a , p e r o , así, t o d o a c a b a p o r ser " d i s p o s i t i v o " y, p o r
l o t a n t o , n a d a l o es. E l v o c a b l o p i e r d e su v a l o r d i a c r í t i c o y se h a c e
c o r r e l a t i v o d e c u a n t o e n e l m u n d o h a y d e c u l t u r a l . Es c i e r t o q u e u n a
p l u m a e s t á d i s p u e s t a p a r a a c o g e r a l a m a n o q u e la m a n e j a y q u e u n
9^ GIORCilO A G A M B E N Y E L DISPOSITIVO

c i g a r r o t i e n e u n l u g a r p a r a l a b o c a d e l f u m a d o r así c o m o l a o r e j a
se i n t e g r a c o n e l t e l é f o n o . M a n o s , bocas y o r e j a s q u e s o n c o n f i g u r a -
das p o r las m e r c a n c í a s y o b j e t o s t é c n i c o s q u e se p r o p o n e n c o m o sus
a p é n d i c e s . Estos " d i s p o s i ü v o s " s o n " e x t e n s i o n e s d e l h o m b r e " c o m o
q u e r í a M c L u h a n . . . p e r o de tal m o d o h a n p e r d i d o su relación c o n
e l c o n c e p t o m u c h o m á s a m p l i o y c o n las listas s i e m p r e i m p r e c i s a s
q u e e s b o z a r a n A l t h u s s e r y F o u c a u l t . P o r eso es p r e f e r i b l e l l a m a r c o n
o t r o n o m b r e a los gadgets m e r c a n t i l e s ( s e m b l a n t e s d e @); n u e s t r a
p r o p u e s t a d e d e s i g n a r l o s servomecanismos se a n t o j a c o m o p e r t i n e n t e y
d o t a d a d e l n e c e s a r i o aval h i s t ó r i c o y filológico.
C u a n d o A g a m b e n dice "parece q u e h o y n o hay u n solo instante
d e l a v i d a d e los i n d i v i d u o s q u e n o e s t é m o d e l a d o , c o n t a m i n a d o o
c o n t r o l a d o p o r u n d i s p o s i t i v o " ( c i t . , p . 34) n o h a c e s i n o r e c o r d a r
u n a s i t u a c i ó n q u e n a d a tiene d e n o v e d o s a s i n o q u e es i n t e m p o r a l y
transhistórica. Siempre la vida h u m a n a h a t r a n s c u r r i d o e n u n am-
biente de "dispositivos", conjuntos complejos y h e t e r o g é n e o s de
a g e n c i a s i n s t i t u c i o n a l e s c o m o los d e F o u c a u l t ( p o r e j e m p l o , los " d i s -
positivos de alianza", según la legítima l e c t u r a q u e hace F o u c a u l t de
Lévi-Strauss), o "servomecanismos" instrumentales, c o m o l l a m a m o s
a c u a l q u i e r t é c n i c a q u e c o m i e n z a p o r e l f u e g o p a r a c o c i n a r los a l i -
m e n t o s y l l e g a hasta los m ú l t i p l e s a p a r a t o s y a p a r a t i t o s o f r e c i d o s p o r
l a i n d u s t r i a q u e L a c a n n o m b r ó h e i d e g g e r i a n a m e n t e lathouses, i n t e -
g r a n t e s d e la aletosfera. E l t e m a está a m p l i a m e n t e d e s a r r o l l a d o e n ese
l i b r o esencial y t a m b i é n precursor, escrito e n la m i s m a é p o c a de la
q u e v e n i m o s h a b l a n d o , e n 1967, p o r M a x H o r k h e i m e r . * ^ E l m u n d o
c o n s i d e r a d o c o m o e f e c t o d e ^ l e n g u a j e n o es u n a n o v e d a d q u e b r o t ó
d e r e p e n t e c o n las o n d a s h e r t z i a n a s o c o n e l I n t e r n e t . A g a m b e n d a
u n a n u e v a m u e s t r a d e su i r r e p r i m i b l e t e n d e n c i a a e n c o n t r a r c o m o
n o v e d o s o l o q u e es e s t r u c t u r a l : así le s u c e d e t a m b i é n c u a n d o t e o r i z a
la "vida d e s n u d a " o el "estado de e x c e p c i ó n " q u e n o son, c o m o p r e -
t e n d e , rasgos s o r p r e n d e n t e s d e l a a c t u a l c o n c e n t r a c i ó n y d i s t r i b u c i ó n
d e l p o d e r s i n o q u e h a n e s t a d o a l o l a r g o d e l a h i s t o r i a y, si se n o s
p e r m i t e d e c i r l o , s o n " t a n viejos c o m o e l a g u a t i b i a " .
E n c u e n t r a A g a m b e n q u e " e n l a raíz d e t o d o d i s p o s i t i v o se e n c u e n -
t r a u n deseo h u m a n o d e f e l i c i d a d " ( c i t . , p . 3 7 ) . ¡ ¿ C ó m o ? ! ¿ N o r e c u e r -
d a é l a N i e t z s c h e d i c i e n d o : " E l ser h u m a n o no a s p i r a a l a f e l i c i d a d ;

" Max Horkheimer, Crítica de la razón instrumental, Buenos Aires, Sur, 1969.
GIORGIO AGAMBEN Y E L DISPOSITIVO 93

sólo e l i n g l é s h a c e eso"?*^ T a m p o c o se le o c u r r e a r t i c u l a r esa t a n r e -

m a n i d a n o c i ó n d e l "deseo d e f e l i c i d a d " — ¿ e x i s t e , e n v e r d a d , t a l cosa
u n a vez q u e h e m o s r e c o n o c i d o a l i n s t i n t o d e m u e r t e ? — c o n e l males-
tar, c o n l a b e n d i t a e x i g e n c i a d e l a " r e n u n c i a p u l s i o n a l " i m p u e s t a a los
habitantes d e l lenguaje, c o n el vaciamiento d e l goce que el psicoaná-
lisis d e s i g n a c o m o " c a s t r a c i ó n " . L a c a s t r a c i ó n h a c e d e los s e m b l a n t e s
d e l o b j e t o @, r a d i c a l m e n t e p e r d i d o (los " m e d i o s " , las p r ó t e s i s , los
instrumentos ofrecidos p o r la c u l t u r a ) , re-medios para el desamparo
q u e se e n c a r e c e n p o r su r e c ó n d i t o v a l o r f á l i c o . L a " p o t e n c i a espe-
c í f i c a d e l d i s p o s i t i v o " d e l a q u e h a b l a e l filósofo i t a l i a n o , r e n u e n t e
s i e m p r e a l p s i c o a n á l i s i s , es u n a c l a r a m e t á f o r a d e a l g o q u e n o a l c a n z a
a n o m b r a r , e l f a l o , a s í c o m o l e n g u a j e c i f r a d o ( d e s e x u a l i z a d o ) es l o
q u e e n A g a m b e n se desliza a l h a b l a r d e " n u e s t r o c u e r p o a c u e r p o
c o n los d i s p o s i t i v o s " . E l s u j e t o n o es " u n t e r c e r o " e n t r e e l o r g a n i s m o
v i v i e n t e y e l d i s p o s i t i v o i n a n i m a d o s i n o q u e los p r o d u c t o s i n d u s t r i a l e s
y lenguajeros que aquí llamamos "servomecanismos" son extensiones
y reguladores d e l f u n c i o n a m i e n t o del c u e r p o h u m a n o , semblantes
d e l o b j e t o i r r e m i s i b l e m e n t e p e r d i d o , d e l p l u s d e g o z a r q u e causa e l
deseo. " M e d i o s " ^ " d i s p o s i t i v o s " , " s e r v o m e c a n i s m o s " , " a p a r a t o s " , "pró^
tesis", " e x t e n s i o n e s " , etc., ¿ p o r q u é n o d e c i r s e m b l a n t e s y s u s t i t u t o s
(Ersatz) d e l f a l o o f r e c i d o s a l s u j e t o atravesado p o r esa c a s t r a c i ó n q u e
l o h a c e s i í b d i t o d e l l e n g u a j e y l a Ley? Es e l o b j e t o @ e l q u e t r a z a los
surcos e n los q u e se c o n s t i t u y e t o d o s u j e t o r e c u r r i e n d o a las p r ó t e s i s
d e l s i g n i f i c a n t e q u e p r o c e d e , t a n t o c u a n d o es p a l a b r a c o m o c u a n d o
es a r t e f a c t o , s i e m p r e , d e l c a m p o d e l O t r o . Y a q u í , h a y q u e r e p e t i r l o
tal c o m o l o d i j i m o s c u a n d o ^bordamos a Foucault, la diferencia entre
d i s c u r s i v o y n o d i s c u r s i v o h a p e r d i d o ya t o d a r e l e v a n c i a .

F. Nietzsche [1888], Crepúsculo de los ídolos, Madrid, Alianza, 1986. Aforismo 12, p.
31. E l " n o " es subrayado por Nietzsche. Traducción de Sánchez Pascual.
6. E L L E N G U A J E ES ( L A ) T É C N I C A Y ES ( E L ) A R T E

P O R E L C A M I N O D E L A GRAMATICALIZACIÓN

T o d o s los s e r v o m e c a n i s m o s e s t á n h e c h o s d e y c o n p a l a b r a s . R a z ó n
m a t e r i a l i z a d a , ya d i j i m o s , y t a m b i é n m a t e r i a l i z a c i ó n p e r o n o s ó l o de
la razón, sino t a m b i é n d e l goce, de u n plus de gozar que el "aparato"
e n t r e g a a l c u e r p o . L a c o n d i c i ó n d e estos a r t e f a c t o s es t r i p l e e n el
r e g i s t r o económico:
d\n valor de cambio, s o n m e r c a n c í a s q u e se p r o d u c e n y c o n -
sumen,
b] tienen valor de uso, c o m o o b j e t o s o i n s t r u m e n t o s q u e satisfacen
d e m a n d a s y,
c] tienen valor de goce, p u e s s o n f e t i c h e s q u e e n c u b r e n y d e s m i e n -
ten la castración.
J u n t o a l o e v i d e n t e d e su v a l o r u t i l i t a r i o y c o n f o r t a b l e se escon-
d e n d o s secretos; l a plusvalía m a r x i s t a y e l p l u s d e g o z a r l a c a n i a n o .
S o n a p a r a t o s m á s o m e n o s p r o v e c h o s o s a l a vez q u e causas d e deseo,
respuesta a demandas q u e v i e n e n d e l O t r o y q u e el sujeto hace " p r o -
pias" c o m o i n t e g r a n t e de la c u l t u r a e n u n estado d e t e r m i n a d o de la
t e c n o l o g í a . A l a vez, s o n t e n t a t i v a s d e p r o v o c a r y " h a c e r s e r v i r " u n
e x c e d e n t e d e g o c e e n ciertas zonas d e l c u e r p o q u e F r e u d se a n t i c i p ó
a l l a m a r " e r ó g e n a s " : las f u e n t e s d e la p u l s i ó n . C a b e t a m b i é n a g r e g a r
que son anticipos de bienestar o emociones: placebos. Cada u n o de
ellos, c o m o p r o m e s a d e b i e n e s t a r y e f i c i e n c i a , e q u i v a l e a u n d e c i r
p e r f o r m a t i v o . S o n " e x t e n s i o n e s d e l h o m b r e " , d e su c u e r p o . P r ó t e s i s
q u e se m o n t a n y d e s m o n t a n . I n s t r u m e n t o s c a d a vez m á s c o m p l e j o s
q u e se v a n s u c e d i e n d o e n l a h i s t o r i a d e la c i v i l i z a c i ó n . N o s o n u n a
n o v e d a d d e n u e s t r o s t i e m p o s : l a c u l t u r a n u n c a f u e o t r a cosa q u e u n
c o m p l e j o sistema, u n d i s p o s i t i v o o Gestell t é c n i c o y d i s c u r s i v o a r m a d o
p o r h e c h o s y p r o m e s a s q u e se c u m p l e n o n o , q u e d e c e p c i o n a n o
n o — l o d i c h o vale p a r a u n a c e r e m o n i a r e l i g i o s a , p a r a u n a b o t e l l a
d e a l c o h o l o p a r a u n a p a r a t o d e t e l e v i s i ó n — . Si las p a l a b r a s h a c e n
a los r e l o j e s (y t a m b i é n a los e x a c t o s r e l o j e r o s , é s o s i n v i s i b l e s servi-

[94]
E L L E N G U A J E E S TÉCNICA Y ES A R T E
95

dores d e l tiempo i m p e r s o n a l cuyas h o r a s d e t r a b a j o e s t á n o c u l t a s e n

el m e c a n i s m o d e l c r o n ó m e t r o ) es p o r q u e e l l e n g u a j e es ya, e n sí,
u n a técnica consustancial c o n l o h u m a n o , n i a n t e r i o r n i posterior, u n a
t é c n i c a d e l d i s c u r s o e s p e c i f i c a d a c o m o l e n g u a " n a t u r a l " (sea l a espa-
ñ o l a q u e d a " l a h o r a e s p a ñ o l a " — c o m o l a d e R a v e l — o l a suiza d e
los e m b l e m á t i c o s cucú.s) q u e es c o n s t i t u t i v a d e l l a z o s o c i a l . N o h a y
t é c n i c a s i n o p o r y a través d e l l e n g u a j e q u e se e s p e c i f i c a e n l e n g u a s :
t o d a t é c n i c a es l e n g u a j e r a a u n q u e p r e t e n d a i g n o r a r l o . N o h a y t é c n i -
ca n i i n s t r u m e n t o q u e r i o pase p o r e l d i s c u r s o y p o r a l g u n a clase d e
e s c r i t u r a q u e es m e m o r i a g r a m a t i c a l i z a d a . L a c u l t u r a es u n i n m e n s o
d i s p o s i t i v o d e t r a n s c r i b i r l a e x p e r i e n c i a y l a v i d a d e los h o m b r e s : "san-
g r e , s u d o r y l á g r i m a s " , así c o m o d e i n s c r i b i r s u s p i r o s y p e n s a m i e n t o s ,
objetos de uso c o t i d i a n o o m o n u m e n t o s y demás construcciones que
se g u a r d a n y d e j a n rastros, q u e p o d r á n ser l e í d o s e n u n p r o b l e m á t i c o
fiituro (hipomnematá). L o que queda: u n m o n t ó n de cementerios y
d o c u m e n t o s d e actos ( f a l l i d o s ) a n t e r i o r e s .
Gramaticalización es el n o m b r e d e ese p r o c e s o d e i n s c r i p c i ó n , d e
excavar surcos e n l a tierra, d e d e j a r m a r c a s y p i n t u r a s e n los o b j e -
tos artesanales o i n d u s t r i a l e s , d e c o n s e r v a r c o n e s c r i t u r a s i m p r e s a s o
e l e c t r ó n i c a s los h e c h o s , t a n t o los t r i v i a l e s c o m o los t r a s c e n d e n t a l e s .
( ¿ Q u i é n sabe c u á l e s s o n u n o s y c u á l e s l o s o t r o s ? ) . G r a m á t i c a es l a
v o c a c i ó n d e l a h u m a n i d a d c u a n d o t r a s m u t a l o v i v i d o e n signos q u e
se a l m a c e n a n , e n s o p o r t e s m a t e r i a l e s d e l a p u l s i ó n d e m u e r t e . L a
p u l s i ó n d e m u e r t e es, c o m o q u e r í a F r e u d , e l pasaje d e l o v i v i e n t e a
l o i n a n i m a d o . ¿Y q u é m á s i n a n i m a d o — a l m i s m o t i e m p o q u e m o v i -
l i z a d o r — q u e las letras d ^ l a l f a b e t o y los n ú m e r o s q u e r e s g u a r d a n
l o q u e ya n o vive, g r a f i s m o s q u e p e r m i t e n v o l v e r a h a c e r p r e s e n t e s
( r e - p r e s e n t a r ) las gestas y las t r a n s i t o r i a s e x i s t e n c i a s d e los i n s t a n t e s
y d e los seres v i v i e n t e s q u e ya n o e s t á n ? ¿ Q u é m á s i n a n i m a d o q u e e l
r í t m i c o pasaje d e los astros p o r e l firmamento cuyas c o n j u n c i o n e s y
d i s y u n c i o n e s r e g i s t r a n c o n m i n u c i a los fí^sicos y a s t r ó n o m o s ? La pul-
sión de muerte es la pulsión gramaticalizadora, esa pasión fundamental de
la especie lenguajera. T r a s m u t á n d o s e e n m e m o r i a , m e m o r i a escrita, es
c o m o e l h u m a n o vive p a r a la m u e r t e . Es así c o m o a p a r e c e desapare-
c i e n d o e n los trazos q u e d e j a d e sus pasos s o b r e l a tierra... y a h o r a ,
p o r los avatares d e l a a v e n t u r a t e c n o l ó g i c a , m á s allá. Per aspra ad astra.
N o h a y t é c n i c a o r i g i n a r i a : c a d a u n a l l e v a e n sí l a s e d i m e n t a c i ó n
d e u n a l a r g a h i s t o r i a d e m o d i f i c a c i o n e s p r o g r e s i v a s . C u a l q u i e r espec-
96 E L L E N G U A J E ES TÉCNICA Y E S A R T E

tador d e u n filme a n t r o p o l ó g i c o (los d e J e a n R o u c h s o n m o d e l o s )

a p r e c i a r á e l i n c a l c u l a b l e a p o r t e d e g e n e r a c i o n e s sucesivas q u e d e j a n
s e d i m e n t a d a s e n s u c u l t u r a las c o m p l i c a d a s m a n i o b r a s r e q u e r i d a s
p o r los m e d i o s t é c n i c o s e n a p a r i e n c i a m á s "primitivos". ¿ C u á n t o s si-
glos d e constante i n n o v a c i ó n se e s c o n d e n e n las t é c n i c a s c u l i n a r i a s ,
e n los m o d a l e s e n l a m e s a , e n l a c o n f e c c i ó n d e textiles, e n l a caza c o n
a r c o , e n l a r o t u r a c i ó n d e l a tierra, e n l a c a z a d e b a l l e n a s d e los siglos
x v i n y X I X descrita p o r Melville... p o r no hablar de l o " m o d e r n o " o
l o " c o n t e m p o r á n e o " d e u n c a m i ó n o d e nuestros infalibles y n a n o m é -
trieos artefactos registradores, s i e m p r e - y a obsoletos?
E l l e n g u a j e n o es " u n " dispositivo s i n o la condición de todo dispositivo',
a m a l g a m a d e lo discursivo y l o t é c n i c o , d e lo p u l s i o n a l y lo legal, d é
l o d i c h o y l o escrito e n l a p i z a r r a p o r e l amo-maestro {maitre) c u a n -
d o e s g r i m e l a tiza, ese c a c h o d e yeso, c o m o i n s t r u m e n t o q u e es u n a
p r ó t e s i s d e s u d e d o . E n este s e n t i d o c o n s i d e r a m o s válido y vigente e l
c o n c e p t o d e "dispositivo" d e F o u c a u l t y D e l e u z e , tal c o m o fiie recor-
d a d o y citado e n e l c a p í t u l o 4. E s p o r e l l e n g u a j e h a b l a d o y escrito
(registrado) q u e se p r o d u c e e l a c o p l a m i e n t o de los ó r g a n o s d e l cuer-
p o — d e las zonas e r ó g e n a s — y los i n s t r u m e n t o s o m e d i o s t é c n i c o s
p r o p i o s d e l homo faber E l s e r h u m a n o , c o m o P r o m e t e o , vive a m a r r a d o
a sus aparatos o cadenas y paga c o n m o n e d a s de goce — t r o z o s de s u
h í g a d o — e l tributo a los dioses, e l i m p u e s t o d e b i d o a s u a r r o g a n c i a
" c o n t r a n a t u r a " . Y así vive hoy, c o n e c t a d o a las c a d e n a s i n f o r m á t i c a s
q u e h a b i l i t a n dos alternativas d e l g o c e e n las rocas d e l C á u c a s o q u e
o c u p a n e l p l a n e t a e n t e r o , e l q u e se sostiene sobre los h o m b r o s d e s u
h e r m a n o Atlas: on Une - off ^ne.
L a l e n g u a q u e h a b l a m o s , los c o m p l e j o s u t e n s i l i o s q u e m a n e j a -
m o s , n u e s t r a s t é c n i c a s y artes actuales, no son el resultado final sino
el presupuesto fundamental. No llegamos a ellos: están en nuestro origen
c o m o especie. N i n g ú n h u m a n o p u e d e i m p u n e m e n t e dejar de ser el
fiel s i r v i e n t e d e sus t é c n i c a s d e s o b r e v i v e n c i a e n ese c o i i j u n t o q u e
l l a m a m o s " c u l t u r a " . F o r m a m o s parte d e l o q u e h a c e m o s y d e c i m o s .
N o h a y u n " m u n d o r e a l " a f u e r a d e n u e s t r a s vidas: e l ú n i c o " m u n d o
r e a l " es e l d e l a t é c n i c a e n e l m o m e n t o e n q u e se h a b l a . E l h o m b r e
es lo que ha llegado a ser hoy; no lo que fue e n e l t i e m p o c r o n o l ó g i c o
d e p a s a d o s m i l e n i o s , e n esa ficción llamada historia q u e l a c i e n c i a
c o n t e m p o r á n e a p e r m i t e ( r e ) c o n s t r u i r . E l h o m b r e es lo que será c o n
relación a l a ciencia y a la t é c n i c a que v e n d r á n : u n a apertura al fu-
FX L E N G U A J E ES TÉCNICA Y E S A R T E 97

turo i m p r e v i s i b l e , "el esbozo de a q u e l l o e n l o q u e nos c o n v e r t i m o s "

( D e l e u z e , c i t . ) - ¿Y e l p a s a d o ? M e d i a n t e las t é c n i c a s l e n g u a j e r a s q u e
hoy m a n e j a m o s nos p r e g u n t a m o s p o r los o r í g e n e s d e l lenguaje,
¿ Q u é h a b í a in principió? L a cultura maquínica e instrumental de
nuestro t i e m p o h a puesto e n m a r c h a u n dispositivo de la investiga-
c i ó n d e los o r í g e n e s q u e se s i r v e d e a p a r a t o s t e c n o c i e n t í f i c o s q u e , a
m e d i d a q u e se p e r f e c c i o n a n , p e r m i t e n f o r m u l a r n u e v a s p r e g u n t a s
sobre l o q u e h u b o e n la p r e h i s t o r i a y f a b r i c a r (más q u e "recons-
t r u i r " ) u n p a s a d o d e l q u e , s i n e l l o s , n a d a s a b r í a m o s y, s o b r a d e c i r l o ,
n a d a s a b í a n n u e s t r o s a n t e p a s a d o s . Es e l c o n j u n t o i n d i s o c i a b l e d e
episteme y tekhné, e l s a b e r h a c e r d e l a t é c n i c a , ciencia y arte, l o q u e
c o n s t i t u y e y d e f i n e a l anthropos, ese a n i m a l p r o d u c t o r d e h i s t o r i a ( s ) .
P o r eso estaba d e s c a m i n a d a l a c e n s u r a q u e S ó c r a t e s f o r m u l a b a a
la t é c n i c a d e la e s c r i t u r a , u n a m n e m o - t é c n i c a , e n n o m b r e d e l sa-
b e r " v e r d a d e r o " s e g ú n n o s c u e n t a l a f á b u l a d e P l a t ó n (Fedro) en
esa r e d - a c c i ó n d e l d i á l o g o q u e él n o s d e j ó . * S i n e l t e x t o d e P l a t ó n ,
p r o d u c t o d e la i n s c r i p c i ó n d e g r a f i s m o s q u e a h í se i m p u g n a , n a d a
s a b r í a m o s d e las o b j e c i o n e s s o c r á t i c a s , esas q u e se p r o l o n g a n e n las
c r í t i c a s a las i n n o v a c i o n e s t e c n o l ó g i c a s e m i t i d a s p o r s e c t o r e s d e i n -
telectuales supuestamente "progresistas". ( E n v e r d a d a t e m o r i z a d o s
p o r el p e l i g r o que crece, de m a n e r a necesaria e inevitable, j u n t o a
l o q u e , d e m a n e r a p o s i b l e y c o n t i n g e n t e , salva — d a s Rettende: ¿no
s e r í a m á s e x a c t o t r a d u c i r l o c o m o redime?)'^ H u m a n a es l a e s p e c i e d e l
saber: homo sapiens, es d e c i r , l a q u e se d e f i n e y se d i f e r e n c i a p o r ser,

' Platón, Fedro o de la belleza. Obras completas^ M a d r i d , Aguilar, 1979, pp. 8 8 L 8 8 4 . Tra-
ducción de E de Samaranch. U b i c a r a Platón en el lugar de u n opositor a la escritura
(como letra muerta) e n nombre de la palabra viviente es u n a simplificación abusiva y
frecuente. E s indispensable, al respecto, leer el texto de Jacques Derrida, " L a farmacia
de Platón", e n La diseminación, Madrid, E s p i r a l / Fundamentos, pp. 91-262. Traduc-
ción de J o s é M. Arancibia,
^ "Salvación" es algo que se concede desde afuera por alguna superioridad bené-
vola o es algo que uno encuentra y a lo que se aferra c o m o la tabla tras el naufragio,
" R e d e n c i ó n " remite a u n a falta ¿originaria? y es corrrelativa de esa hyhris que nos hace
ser, fatalmente, necesariamente, to deinotaton, lo más pavoroso, según el inquietante
y ominoso (ungeheuer, unheimliche) decir del segundo coro de la Antígona. de Sófocles.
Tanto los vocablos "salvación" c o m o " r e d e n c i ó n " tienen connotaciones religiosas que
se pueden evitar al aplicarse al destino técnico de la h u m a n i d a d que ante toda diñ-
cultad encuentra respuestas... excepto ante la m u e r t e . . . et quand méme, dirían hoy los
ingenieros genéticos. L a "salvación" está del lado de la "salud" mientras que la "reden-
ción" es p r ó x i m a al "rescate": das Rettende.
98 E L L E N G U A J E E S TÉCNICA Y ES A R T E

a l a vez, h a b l a n t e y t e c n o l ó g i c a , d i c h o d e o t r o m o d o , e s c r i b i e n t e
y d o t a d a d e a r c h i v o s , d e m e m o r i a h i s t ó i ' i c a . ¿ Q u i é n se a t r e v e r í a a
f a b u l a r e l m i t o d e u n o s h o m b r e s p r i m i g e n i o s , s i n l e n g u a j e , s i n ley,
s i n e s c r i t u r a , s i n t é c n i c a s , s i n mnemotecnicas o r e g i s t r o s d e l p a s a d o
(hipomnematá).
C o n l a p a l a b r a g r i e g a hipomnematá p r e t e n d o d e s i g n a r , j u n t o a va-
r i o s a u t o r e s franceses ( D e r r i d a , Foucault^ S t i e g l e r , e t c . ) , a t o d o sus-
t r a t o m a t e r i a l d e la m e m o r i a . V a l e t a n t o p a r a las tabletas d e a r c i l l a
b a b i l o n i a s c o m o p a r a los p a p i r o s , las estelas mayas, las b i b l i o t e c a s , las
f o t o g r a f í a s o los d a t o s a r c h i v a d o s d i g i t a l m e n t e e n I n t e r n e t , es d e c i r ,
e n l a r e d p l a n e t a r i a d e todas las c o m p u t a d o r a s i n t e r c o n e c t a d a s . D e -
r r i d a n o d u d a e n t r a d u c i r esta p a l a b r a g r i e g a , c u a n d o l a e n c u e n t r a
e n P l a t ó n , c o m o monumento y l i g a r l a c o n "los i n v e n t a r i o s , los a r c h i v o s ,
las n o t a s , las citas, las copias, los r e l a t o s , las c r ó n i c a s , las g e t i e a l o g í a s ,
las r e f e r e n c i a s " . C u a n d o e l a b o r a esta l i s t a d e " o b j e t o s d e l a m e m o -
r i a " a l u d e D e r r i d a a l m o m e n t o e n q u e S ó c r a t e s i r o n i z a a c e r c a d e las
m n e m o t e c n i a s d e los sofistas, e n este caso, H i p i a s ( P l a t ó n , c i t . , p . 1 2 1 ,
285 d ) (cf, J . D e r r i d a , c i L , p . 1 6 0 ) . E l d i l e m a e n P l a t ó n es e l q u e
opone I3. mneme ( m e m o r i a , Gedachtnis en e l a l e m á n d e H e g e l ) a la /z¿-
pomneme ( r e m e m o r a c i ó n , e n las t r a d u c c i o n e s a l e s p a ñ o l y a l a l e m á n ,
Erinnerung). L o s hipomnematá son, e n p r i m e r a y e n última instancia,
l e t r a s , tipoi, " g r a m a s " . P o r eso la e s c r i t u r a c i ó n t é c n i c a d e l m u n d o es
u n p r o c e s o d e gramaticalización. L a idea d e l m u n d o c o m o tipografía
d e b e r e l a c i o n a r s e a su vez c o n las c o n c e p c i o n e s c a b a l í s t i c a s d e Y a h v é ,
el dios que crea el universo escribiéndolo c o n u n n ú m e r o l i m i t a d o
d e l e t r a s y n ú m e r o s ( 5 ^ r o í , * e m a n a c i o n e s d e D i o s , q u e n a d a casual-
m e n t e s o n d i e z ) , los d e la T o r a h . E l m u n d o h a b r í a s i d o d i s e ñ a d o p o r
Y a h v é c o n letras y n ú m e r o s : l a i d e a d e l m u n d o c o m o l i b r o e s c r i t o e n
c a r a c t e r e s m a t e m á t i c o s r e a p a r e c e e n G a l i l e o y se c o n c r e t a h o y e n las
p r o e z a s d e la i n s c r i p c i ó n d e c u a n t o h a y e n e l u n i v e r s o c o n u n alfabe-
t o d e d o s letras: O y 1 , l e n g u a j e b i n a r i o i n v e n t a d o p o r L e i b n i z q u e es
l a m a t r i z e p i s t é m i c a d e t o d o s los a p a r a t o s c i b e r n é t i c o s . L a g r a m a t i c a -
l i z a c i ó n d a s u f o r m a y sustancia a l m u n d o c o n t e m p o r á n e o , esta ale-
tosfera d o n d e letras l a t i n a s y n ú m e r o s a r á b i g o s a c a b a n p o r c o n f i g u r a r
u n e s p e r a n t o p l a n e t a r i o {newspeak, n e o l e n g u a ) c u y a base l i n g ü í s t i c a
es e l i n g l é s . D e r r i d a h a b l ó d e u n a " m u n d o l a t i n i z a c i ó n " p a r a r e f e r i r -
se a esta " a l i a n z a e x t r a ñ a d e l c r i s t i a n i s m o , c o m o e x p e r i e n c i a d e l a
muerte de Dios, y del capitalismo teletecnocientífico" que unifica e n
E L L E N G U A J E ES TÉCNIC:A Y ES A R T E
99

u n h a z a l a f e y a l saber a l r e d e d o r d e l a l ó g i c a d e los mercados.^ L a

l e n g u a u n i v e r s a l , l o v e m o s , l a q u e se h a b l a b a a n t e s d e B a b e l , h a s i d o
r e c u p e r a d a d e l m i t o y p u e s t a e n f u n c i o n e s p o r las t e c n o l o g í a s d i g i t a -
les d e l a a c t u a l i d a d - ¿ Q u é cosa m á s s i m p l e y u n i v e r s a l q u e u n a l f a b e t o
de d o s l e t r a s q u e p e r m i t e d e c i r l o t o d o y e s t á a l a l c a n c e d e c u a l q u i e r a
q u e sea a l c a n z a d o p o r él? E l l e n g u a j e u n i f i c a d o es u n a r e b e l i ó n y
u n d e s a f í o a los d e s i g n i o s d e Yavé: c o n é l , c o n u n a sola l e n g u a , los
h o m b r e s p o d r í a n l l e g a r a l c i e l o . ¡ N o l o p e r m i t a él c i e l o ! " E r a l á n é r r á
t o d a d e u n a sola l e n g u a y d e u n a s m i s m a s p a l a b r a s [...] B a j ó Yavé a
v e r l a c i u d a d y l a t o r r e q u e e s t a b a n h a c i e n d o los h o m b r e s y se d i j o :
' H e a q u í u n p u e b l o u n o , p u e s t i e n e n t o d o s u n a l e n g u a sola. Se h a n
p r o p u e s t o esto y n a d a les i m p e d i r á l l e \ ^ r l o a c a b o . B a j e m o s p u e s y
c o n f u n d a m o s su l e n g u a d e m o d o q u e n o se e n t i e n d a n u n o s a o t r o s ' ,
Y los d i s p e r s ó d e a l l í Yavé p o r t o d a l a faz d e l a t i e r r a y así c e s a r o n d e
edificar la c i u d a d " (Génesis: x i ) .
H a b r á q u e a n a l i z a r ( d e s m e n u z a r ) e l c o n c e p t o m i s m o d e estos "sus-
tratos m a t e r i a l e s d e l a m e m o r i a " p o r l a i m p o r t a n c i a q u e h a n t o m a d o
e n e l m u n d o c o n t e m p o r á n e o y s e g u i r los d e s a r r o l l o s d e p e n s a d o r e s
c o m o W a l t e r B e n j a m í n ' * y, d e n u e v o , M i c h e l F o u c a u l t . ^ M á s allá d e l
m i t o r e l a t a d o e n Fedro d o n d e se e n f r e n t a a T o t h , i n v e n t o r d e la escri-
t u r a , c o n T h a m o s , e l r e y d e Tebas q u e d i s c u t e l a u t i l i d a d d e l i n v e n t o .
P l a t ó n r e c o n o c í a l a u t i l i d a d d e l a g r a m á t i c a y r e c o m e n d a b a a los es-
t u d i a n t e s d e la A c a d e m i a e l u s o d e " n o t a s " {hipomnematá) en donde
se a p u n t a r í a n las cosas l e í d a s , e s c u c h a d a s , pensadas, q u e s e r v i i í a n
c o m o d e p ó s i t o e n e l q u e se a c u m u l a r í a u n m a t e r i a l q u e p e r m i t i r í a ,
d e s p u é s , l a e s c r i t u r a — o t r a veg. l a e s c r i t u r a — d e t r a t a d o s s i s t e m á t i c o s .
P l a t ó n usaba n o t a s p a r a r e d a c t a r sus " d i á l o g o s " y c o n s e r v a b a e n ellos
la e n s e ñ a n z a d e S ó c r a t e s . S a b í a b i e n , p o r o t r a p a r t e , q u e la ley, u n
c o n j u n t o d e presciipcioneSy n e c e s a r i a i n e n t e d e b í a ser escrita {inscrita)
p a r a q u e p u d i e r a ser c o n o c i d a y l e í d a . E l l e g i s l a d o r es u n e s c r i t o r y
el j u e z es u n l e c t o r ; n o p u e d e n n i e l u n o n i e l o t r o p r e s c i n d i r d e l a

^J. D e r r i d a , "Foi et savoir", e n j . D e r r i d a y G . Vattimo (dir.). La religión, París, Seuil,

1996, p. 42,
* W. B e n j a m í n [1936-19391, " L a obra de arte en la é p o c a de su reproductibilidad
técnica", e n Discursos iiiterrumpidos, Barcelona, Planeta - Agostini, 1994, pp. 1.5-.59. (Ref.
también e n EcritsJrangais, París, G a l l i m a r d , Folio-Essais (#v418), 1991, pp. 149-250). L a
versión e n español es t r a d u c c i ó n de la alemana. Benjamín escribió las dos.
^ M i c h e l Foucault [1981-1982], Uherméneutique du sujet, París, Gallimard-Seuil,
2001, p. 343. {'Les hupomnemata sont des supports d^; souvenirs".).
1 oo ET. L E N G U A J E E S T É C N I C A Y E S A R T E

letra y n o p o d r í a h a b e r política n i r e p ú b l i c a sin escrituras. Platón n o

f u e n i u n ancestro n i el é m u l o de Eróstrato, el i n c e n d i a r i o que a c a b ó
c o n el t e m p l o de A r t e m i s a y al q u e Sartre i n m o r t a l i z a c o n el i n f u n d i o
de q u e h a b r í a q u e m a d o nada m e n o s q u e la biblioteca de Alejandría
para alcanzar u n a fama imperecedera.
L a e s c r i t u r a p u e d e m e n t i r , insiste P l a t ó n , p e r o t a m b i é n l a p a l a -
b r a p u e d e h a c e r l o y se i n c l i n a a e l l o c u a n d o r e c u r r e a l a m a g i a y
a l e m b r u j a m i e n t o d e los d i s c u r s o s . L a p a l a b r a , l a d e los p o e t a s e n
p r i m e r l u g a r , es c r e a d o r a d e i m á g e n e s y d e s i m u l a c r o s . E l l o s n o co-
n o c e n e l ser s i n o s ó l o las a p a r i e n c i a s . Las artes {tekhné) p a r a P l a t ó n
s o n i m i t a t i v a s y p o r l o t a n t o n o p u e d e n ser t o m a d a s e n s e r i o . S o n
m á s b i e n a l g o i n f a n t i l . Las p e r c e p c i o n e s s o n e n g a ñ o s a s y " o c a s i o n a n
u n a g r a n p e r t u r b a c i ó n e n n u e s t r a s a l m a s d e las q u e se a p r o v e c h a n
l a p i n t u r a e n c l a r o s c u r o , e l a r t e d e l a m a g i a y e l d e los c h a r l a t a n e s
y c u a n t o s r e c u r s o s d e ese e s t i l o p u e d a n a f e c t a r l a " . E n esta l í n e a , l a
s o l u c i ó n p r o p u e s t a p o r e l filósofo p a r a m a n i f e s t a r l a v e r d a d a p o y a las
f o r m a l i z a c i o n e s escritas ( g r a m a t i c a l e s ) d e l a c i e n c i a c o n t e m p o r á n e a :
" L o s r e m e d i o s s o n e l m e d i r {metrein), e l c o n t a r {arithmein) y e l pesar
{instanai)'^^' p a r a q u e se i m p o n g a n las reglas d e l c á l c u l o , l a m e d i c i ó n
y e l p e s o h a c i e n d o l a b o r a r a l a p a r t e r a z o n a b l e d e n u e s t r a s almas.
E n s í n t e s i s , p a r a q u e se i m p o n g a l a e s c r i t u r a m a t e i u á t i c a d e l a episte-
me q u e n o p u e d e p l a s m a r s e si n o es p a s a n d o p o r l a e s c r i t u r a . T o d a
l a c r í t i c a s o c r á t i c o - p l a t ó n i c a d e l a m e m o r i a a l m a c e n a d a e n escritos
{hipomneme) a c a b a e n u n a r e i v i n d i c a c i ó n d e l a m e m o r i a d e los d i á l o -
gos, ú n i c o c a m i n o h a c i a l a v e r d a d m e d i a n t e los e n t r e c r u z a m i e n t o s
d e o p i n i o n e s o r t o y h e t e r o d o x a s q u e p u e d e n s u p e r a r las l i m i t a c i o n e s
i n h e r e n t e s a l a p a l a b r a h a b l a d a d e sofistas, i m i t a d o r e s , a u t o r e s d e
s i m u l a c r o s y c h a r l a t a n e s . I n c i e r t a s y p o r o s a s s o n las f r o n t e r a s e n t r e
mnemec hipo7?ineme, e n t r e m e m o r i a ( d e l ) v i v i e n t e y m e m o r i a escrita.
L a e s c r i t u r a a r t e s a n a l y l a p a l a b r a i m p r e s a p r i m e r o , las t é c n i c a s
a n a l ó g i c a s ( f o t o g r a f í a , c i n e , f o n o g r a f í a , r o t o g r a b a d o ) , d e s p u é s y, fi-
n a l m e n t e , los p r o c e d i m i e n t o s d e r e g i s t r o d i g i t a l e s , c i b e r n é t i c o s , q u e
t r a n s f o r m a n los datos e n u n a s u c e s i ó n d e n ú m e r o s q u e s o n ú n i c o s
p a r a c a d a cosa r e g i s t r a d a a l a vez q u e r e p e t i b l e s a l i n f i n i t o , i n v u l n e r a -
bles a l desgaste y a l a d e g r a d a c i ó n d e l a i n f o r m a c i ó n , h a n a m p l i a d o ,

*^ Platón, La República, o de la justicia, cit., p. 832 (602 d ) . C L igualmente Hipias me-

nor, o de lo falso, cit., p. 105 (367 a ) .
E L LENCiLTAJE ES T É C N I C A Y E S A R T E lOl

d e m o d o q u e a u n e r a i m p e n s a b l e e n e l 1935 d e B e n j a m í n , los alcances

d e " l a o b r a d e a r t e e n l a é p o c a d e su r e p r o d u c t i b i l i d a d t é c n i c a " . H a n
hecho posible n o sólo la " r e p r o d u c c i ó n " sino también la " c l o n a c i ó n "
de las o b r a s d e a r t e , la s u p e r a c i ó n d e las l i m i t a c i o n e s d e l o r i g i n a l
h e c h o d e m a t e r i a l e s c o n t i n g e n t e s o evanescentes.^ U n e j e m p l o res-
t a l l a n t e n o s es d a d o p o r " L a ú l t i m a c e n a " d e L e o n a r d o d a V i n c i , u n a
obra cuyo "aura" (valor i m p o n d e r a b l e del o r i g i n a l e n e l m o m e n t o de
la c r e a c i ó n artística, s e g ú n i B e n j a m i n , i n s t a n t e d e r e v e l a c i ó n c a r g a d o
de v a l o r r i t u a l y d e c u l t o ) e m p e z ó a d i s o l v e r s e e n el m o m e n t o m i s m o
d e s u a c a b a m i e n t o d e b i d o a los p i g m e n t o s o r d i n a r i o s , m a l a m e n t e
a d h e r i d o s a la frágil y g r a n u l e n t a p a r e d s o b r e l a q u e f u e r o n a p l i c a d o s
p o r el p i n t o r , a f e c t a d a l u e g o p o r los siglos, p o r los e f e c t o s d e b o m b a r -
deos a é r e o s , p o r los i n t e n t o s d e b e n é v o l o s r e s t a u r a d o r e s , p o r las h u -
m e d a d e s n a t u r a l e s y las t r a n s p i r a d a s p o r sus i n n ú m e r o s e s p e c t a d o r e s
apretujados a la distancia e n Santa María delle Grazie e n Milán. L a
o b r a d e L e o n a r d o c o b r a h o y n u e v a v i d a c o n las t é c n i c a s h o l o g r á f i c a s ,
la r e s t i t u c i ó n d e los c o l o r e s o r i g i n a l e s , los a c e r c a m i e n t o s a l a o b r a e n
su c o n j u n t o y a c a d a u n o d e sus d e t a l l e s y l a fijación i n q u e b r a n t a b l e
d e sus m á s í n f i m o s d e t a l l e s , i n c l u y e n d o l o s u c e d i d o a los g r a n u l o s
d e l e s t u c o d e l a p a r e d . Eso es l o q u e p u e d e verse e n u n a p e l í c u l a
filmada p o r P e t e r G r e e n a w a y q u e p e r m i t e l a p r e s e n t a c i ó n d e l a o b r a
e n t e r c e r a d i m e n s i ó n y e n a m p l i o s espacios, espacios c a t e d r a l i c i o s ,
c o m o los q u e e x i g e e l f r e s c o l e o n a r d e s c o . ¿Y l a " o b r a d e a r t e " e n sí
m i s m a ? ¿ M u e r t a y resucitada? A l i o r a yace e n e l e s p a c i o a b i e r t o c o m o
u n a b i s m o q u e separa el " o r i g i n a l " m i l a n é s , c o n su l e y e n d a d e " a u r a "
i n a l c a n z a b l e p a r a el e x p e d i d o r c o n t e m p o r á n e o , p e r d i d a desde h a c e
siglos, y el " s i m u l a c r o " p r o d u c i d o p o r la t e c n o l o g í a q u e p u e d e e x h i -
birse e n L o n d r e s o N u e v a Y o r k que p e r m i t e tanto "ver" la o b r a c o m o
r e f l e x i o n a r a c e r c a d e su h i s t o r i a y d e l p r o c e s o e n e l c u a l ese e x p e c t a -
d o r e s t á i n c l u i d o y es i n t e r p e l a d o . L a ú l t i m a c e n a se h a a c t u a l i z a d o :
vive d o b l e m e n t e o vive " e n t r e d o s m u e r t e s " y su d o b l e v i d a o su d o b l e
m u e r t e n o es c u e s t i ó n de las e s t a d í s t i c a s d e l n ú m e r o d e e s p e c t a d o r e s ,
d a t o s e c u n d a r i o si los h a y c o n r e s p e c t o a su n a t u r a l e z a d e " o b r a d e
a r t e " . Es l a r e p r o d u c c i ó n t é c n i c a " l o q u e r e d i m e " a l a o b r a allí " d o n -

^ Esta idea es discutida, con argumentos convincentes, e n Robert Darntorn 12009],

Apologie du livre, París, G a l l i m a r d / N R F , 2011, capítulo v: "Mort d u livre o u mort d u pa-
pier?", pp. I I S - I G I . E l autor sostiene que los sustratos mmicricos están más sometidos
a la d e g r a d a c i ó n que el papel.
102 E L L E N O I J A J E E S TÉCNICA Y ES A R T E

d e c r e c e e l p e l i g r o " , e l p e l i g r o d e su d i f u s i ó n , e l p e l i g r o " d e m o c r á t i -
c o " d e q u e " t o d o s " q u i e r a n a c c e d e r a su c o n t e m p l a c i ó n y n o q u e d e
c o m o p r i v i l e g i o d e l a c o f r a d í a q u e e n c a r g ó su p r o d u c c i ó n . B e n j a m í n
( c i t . ) o p o n í a e l valor ritual ( e l p r e s t i g i o y la p o s e s i ó n d e l o r i g i n a l c o n
su aura o r i g i n a l , p r i v i l e g i o d e los " p r o p i e t a r i o s " ) a l valor de exhibición
( a n u l a c i ó n d e l a u r a e n e l s u p u e s t o b e n e f i c i o d e las m u l t i t u d e s q u e
p u e d e n a c c e d e r a los v a l o r e s plásticos e h i s t ó r i c o s d e u n a o b r a q u e
c a m b i a los c á n o n e s m i s m o s d e l a b e l l e z a e n n u e s t r a é p o c a de i n f i n i t a
reproductibilidad técnica). El mejor homenaje que Benjamín podía
e s p e r a r a sus tesis v i n o , b a j o l a f o r m a d e u n a c o n t r i b u c i ó n c r í t i c a , d e
sus a m i g o s d e l a escuela d e F r a n k f u r t ( A d o r n o , f í o r k h e i m e r ) Se-
g ú n T h . W . A d o r n o , h a b í a q u e r e c o n o c e r la p r e s e n c i a d e los v a l o r e s
p r o p i o s d e l c a p i t a l i s m o e n los dos m o m e n t o s d e la o b r a : a] e n la m a -
n i f e s t a c i ó n p r i m i g e n i a d e los aspectos " a u r á t i c o s " , a r i s t o c r á t i c o s , d e
l a o b r a d e a r t e a l a q u e n o c a b í a t a n s ó l o c o n s a g r a r a la d e c l i n a c i ó n ,
es d e c i r , e n el m o m e n t o m i s m o d e l a c r e a c i ó n l e o n a r d e s c a , y b] e n l a
f o r m a c i ó n d e ese p ú b l i c o m a s i v o , p r o l e t a r i o , q u e n o e n c u e n t r a e n lá
o b r a r e p r o d u c i d a p o r l a t é c n i c a o t r a cosa q u e a q u e l l o q u e c o n s u e n a
c o n los v a l o r e s capitalistas y q u e la p e r c i b e c o n los o j o s d e l a i d e o l o g í a
d o m i n a n t e . Se resistía A d o r n o t a n t o a l a i d e a l i z a c i ó n r o m á n t i c a d e
las masas llevadas a l a s u b l i m a c i ó n p u l s i o n a l c o m o a l a i d e a f i z a c i ó n
r o m á n t i c a de la "conservación de la p e r s o n a l i d a d " , p r o p i a del i n d i v i -
d u a l i s m o b u r g u é s , q u e e n c u e n t r a e n la o b r a de arte la c o n f i r m a c i ó n
d e sus p r o p i o s y excelsos valores. C o n a l t u r a , e l filósofo A d o r n o le
d e c í a a l filósofo B e n j a m í n q u e e r a n e c e s a r i o , m á s q u e o p o n e r , d i a -
l e c t i z a r l a o p o s i c i ó n e n t r e l^s o b r a s " o r i g i n a l e s " y las " r e p r o d u c i d a s "
s e ñ a l a n d o q u e u n a s y o t r a s " l l e v a n los estigmas d e l c a p i t a l i s m o y, a l a
vez, c o n t i e n e n e l e m e n t o s d e c a m b i o " ( c i t . , p . 1 7 3 ) . Este d e b a t e n o es
a n t i g u o n i s u p e r a d o s i n o a c t u a l i z a d o y a c t u a l i z a b l e e n m e d i o d e las
c o n d i c i o n e s actuales d e la p r o d u c c i ó n y r e p r o d u c c i ó n d e las obras d e
a r t e t r a n s f o r m a d a s c a d a d í a m á s e n e j e m p l o s destacados de l a m e r -
c a n c í a s u n t u a r i a . ¿ Q u é c o m p r a q u i e n p a g a sumas m u l t i m i l l o n a r i a s
p o r u n action painting d e P o U o c k , u n a m a s c o t a d e C o o n s , u n b r u ñ i -
d o B u d a d e M u r a k a m i , etc.? C u a n d o A n d y W a r h o l p i n t a e n u n ó l e o
c e n t e n a r e s d e latas d e s o p a o R o y L i c h t e n s t e i n r e p r o d u c e escenas d e

^ T h . W. A d o r n o (firmada: Teddie W i e s e n g r u n d ) , carta a Walter Benjamín del 18

de marzo de 1936, e n W. Benjamín, Écrits franjáis, París, G a l l i m a r d (Folio # 418), 1991,
pp. 170-176.
E L L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E

tiras c ó m i c a s ¿ q u é h a c e n , q u é , si n o d e n u n c i a r t a n t o e l v a l o r " a u r á t í -
c o " d e sus p r o p i a s o b r a s y l a a l i e n a c i ó n d e u n p ú b l i c o q u e c o n s u m e
m i e r d a c o m e s t i b l e o e s p i r i t u a l y n o q u i e r e s i n o f e t i c h i z a r su p r o p i a
i n t r a s c e n d e n c i a e n la s o c i e d a d h i p e r i n d u s t r i a l ? A r t e e f í m e r o , a r t e
c o r p o r a l , arte pavera, a r t e v i r t u a l , a r t e h e c h o c o n r e s i d u o s o c o n flui-
dos c o r p o r a l e s , etc., s o n todas f o r m a s c o n c e p t u a l e s d e l a d e n u n c i a
d e l a a l i e n a c i ó n " m e d i á t i c a " . Estas o b r a s se p r e s e n t a n c o m o las alter-
nativas "culüvádas''^, " s ó f í s t i c á d a s " , f r e n t e a l a r t e p a r a las masas c u y o
p a r a d i g m a es e l c i n e d e H o l l y w o o d . E l p e l i g r o d e l a d e s i n d i v i d u a c i ó n
es e v i d e n t e e i n m i n e n t e : u n " t o d o s " q u e l l e g a a ser n a d i e , n a d i e c o n -
c r e t o , tiene la e x p e r i e n c i a i m p e r s o n a l , m e c a n i z a d a , d e l c o n t a c t o c o n
l a p r e s u n t a " o b r a d e a r t e " . P e r o t a m b i é n allí se l e v a n t a l a c o l u m n a d e
f u e g o d e l o q u e salva e n m e d i o d e l p e l i g r o . P o r eso i m p o r t a destacar
el v a l o r de la o b r a de arte e n la é p o c a de la r e p r o d u c t i b i l i d a d técnica
y a d v e r t i r e l v a l o r p r o f é t i c o d e l ensayo d e B e n j a m í n (y d e sus c r í t i c o s )
c o n r e s p e c t o a l o q u e v e n d r í a , n u e s t r a a c t u a l i d a d c i b e r n é t i c a d e co-
pias m ú l t i p l e s e i n m a t e r i a l e s d o n d e e l e s p í r i t u se h a e v a p o r a d o .
O t r o e j e m p l o , u n o q u e se p o d r í a c o n t r a p o n e r d e m o d o carica-
t u r a l p e r o q u e i l u s t r a i g u a l m e n t e este d e s t i n o d e l a o b r a d e a r t e e n
n u e s t r o t i e m p o , es t a m b i é n l e o n a r d e s c o y es e l d e s t i n o d e esa G i o -
c o n d a e j e c u t a d a h a c e m á s d e 600 a ñ o s , t r a n s p o r t a d a p o r e l a u t o r e n
c o n d i c i o n e s q u e c a u s a n h o r r o r a los c o n s e r v a d o r e s y r e s t a u r a d o r e s
d e n u e s t r o tiempo, a l o m o d e m u í a p o r los A l p e s , l l e v a d a c o m o o b -
s e q u i o a l r e y d e F r a n c i a , r o b a d a y restitviidá y q u e a c a b ó , tras i n n ú -
m e r a s v i c i s i t u d e s , e n las p a r e d e s d e l L o u v r e d o n d e atrae a m i l l o n e s
d e v i s i t a n t e s p o r l o c o m u n i c a r e n tes d e i n t e r é s e n l a p i n t u r a p e r o
q u e c u m p l e n c o n el r e q u i s i t o d e " h a b e r v i s t o " — y e s p e c i a l m e n t e d e
d e c i r q u e " h a n v i s t o " — a la M o n a L i s a . H a y m á s r e p r o d u c c i o n e s e n
t o d o t i p o d e s o p o r t e s m a t e i i a l e s , t i m b r e s y tarjetas postales, copias,
l o g o t i p o s , f o t o g r a f í a s , etc., q u e h a b i t a n t e s e n l a t i e r r a . ¿Y su "aura"?
Es e l t e m a t á c i t o d e la p r e s u n t a t a r j e t a p o s t a l q u e h a b r í a e n c o n t r a d o
M a r c e l D u c h a m p e n 1919 a l a q u e a g r e g ó , c o m o si fuese u n estu-
d i a n t e d e s e c u n d a r i a , i r r e v e r e n t e y flaco d e i m a g i n a c i ó n , u n b i g o t i t o
y u n a b a r b a d e c h i v o c o n las letras m a n u s c r i t a s e n e l m a r g e n i n f e -
r i o r " L . H . O . O . Q - " ^ E l gesto d e s m i t i f i c a d o r d e D u c h a m p a l c a n z ó su
c o m p l e t i t u d e n 1929 c u a n d o q u i t ó los a d i t a m e n t o s p i l o s o s y tituló a

^ L é a s e : Elle a chaud au cuí.

 E L L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E

S U o b r a " L a G i o c o n d a r a s u r a d a " . E l s a r c a s m o g e n i a l d e l g r a n artista

q u e é l f u e se revela a h o r a c o m o u n a s u p e r c h e r í a t o t a l q u e d e n u n c i a
l a f c t i c h i z a c i ó n d e la o b r a n o s ó l o p a r a e l p ú b l i c o d e s u t i e m p o s i n o
p a r a e l d e h o y e n día, p a r a n o s o t r o s , c u a n d o u n a i n v e s t i g a d o r a des-
c u b r e q u e n o h a b í a tales postales d e la G i o c o n d a e n 1919 s i n o q u e l a
o b r a f u e y es, e n ú l t i m a i n s t a n c i a , u n a f o t o g r a f í a d e M a r c e l D u c h a m p
m i s m o , a l g o r e t o c a d a , c o n las v e s t i m e n t a s y el f o n d o p a i s a j í s t i c o d e l
c u a d r o d e L e o n a r d o . Cosa q u e n o es d e e x t r a ñ a r d e q u i e n a d o p t ó el
s e u d ó n i m o d e R r o s e Sélavy y p l a s m ó c o n a ñ o s d e a n t i c i p a c i ó n , e n esa.
i r r i s o r i a Gioconda, e l c o m e n t a r i o m á s a g u d o d e l t e x t o q u e W a l t e r B e n -
j a m í n e s c r i b i ó s o b r e el o r i g i n a l , su " a u r a " y las r e p r o d u c c i o n e s q u e
s o n e l p a n c o t i d i a n o d e los museum shops. E n c i e r t o s e n t i d o e l gesto
d e D u c h a m p d e s c o n t r i u a e l a u r a d e l t e x t o d e B e n j a m í n a ñ o s antes
d e q u e f u e r a e s c r i t o . P o r q u e t a m b i é n los ensayos y las t e o r í a s t i e n e n
valor de culto y valor de exhibición.
¿ N o es l a a v e n t u r a d e los hipomnematá la misma aventura del L i b r o ,
ese s o p o r t e d e l a m e m o r i a , a n t e r i o r a las i m p u g n a c i o n e s p l a t ó n i c a s ,
q u e a s e g u r a n q u e l o d e c i s i v o e n l a t i e r r a n o es la c o n s e r v a c i ó n d e
lo viviente sino el registro grabado, gramatical, de lo perecedero?
¿ N o es é s a l a a v e n t u r a d e las r e l i g i o n e s m o n o t e í s t a s , c o n v e r t i d a p o r l a
c i e n c i a e n e s c r i t u r a i n m a r c e s i b l e d e f ó r m u l a s c i e n t í f i c a s , las p r o p i a s
d e l a m a t e m á t i c a , d e l a f í s i c a y d e la q u í m i c a p r i m e r o , a n t e s d e ser-
l o d e t o d o l o e x i s t e n t e p o r m e d i o d e ese p r i m e r r e c u r s o t r a í d o p o r
P r o m e t e o a l m u n d o , su p r i m e r a i n v e n c i ó n , q u e es e l número s e g ú n
l e e m o s c u a n d o e s c u c h a m o s s u q u e j a — q u e ya r e p r o d u j i m o s — e n e l
r e l a t o i n m o r t a l d e E s q u i l o ? C a c o n t a b i l i d a d es la p r i m e r a t é c n i c a ,
c o m ú n a t o d a s las c u l t u r a s y es, a la vez, e l (¿fatal? - ¿ r e d i m i b l e ? - ¿es-
peranzador?) destino de la h u m a n i d a d . Los n ú m e r o s tatuados en la
p i e l d e los p r i s i o n e r o s d e A u s c h w i t z n o f u e r o n así m á s q u e t o r p e s
a d e l a n t o s t é c n i c o s d e l a d i g i t a l i z a c i o n d e los seres h u m a n o s e n su
i n d i v i d u a l i d a d , e n sus " p a r t e s " , e n sus a c c i o n e s , e n sus e m o c i o n e s y
p e n s a m i e n t o s rastreables hasta l l e g a r a sus s o p o r t e s n e u r o n a l e s p o r
m e d i o de la unión teórica y técnica de l o cognitivo-conductual c o n l o
p s i c o q u í m i c o , es d e c i r , a l p r o g r a m a a c t u a l d e la c i e n c i a " p s i c o l ó g i c a " .
¿ N o e s t á i n s c r i t a e n n u e s t r o d e s t i n o la i n s e r c i ó n d e microchips c o n los
cuales s e r e m o s p e r p e t u a m e n t e u b i c a b l e s , q u e s e r v i r á n d e a u t o r i z a -
c i ó n o p r o h i b i c i ó n p a r a pasar g u a r d i a s y f r o n t e r a s , d o n d e e s t a r á n
escritos n u e s t r o s gustos, nuestras a c t i v i d a d e s , n u e s t r o s c o n s u m o s .
E L L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E

nuestras r e l a c i o n e s p e r s o n a l e s y p a s i o n e s a m o r o s a s y d e o d i o , nues-
tros lazos f a m i l i a r e s , nuestras o p i n i o n e s , n u e s t r a c o r r e s p o n d e n c i a ?
Pasar d e l a r e s p i r a c i ó n p u l m o n a r a l a c o n s p i r a c i ó n d e c o m p u t a -
d o r a s i m p e r s o n a l e s q u e se c o n e c t a n e n t r e sí. E n eso consiste l a tras-
c e n d e n c i a p r o f é t i c a q u e atribuíamos al i n v e n t o de M o r e l e n el relato
d e B i o y Casares a l q u e a u n h e m o s d e regresar. L o m u e r t o c o n su
c o m p u l s i ó n a l a r e p e t i c i ó n se a p o d e r a d e l o v i v i e n t e , s e g ú n la p r e -
d i c c i ó n d e M a r x . L o i n a n i m a d o se r e v e l a c o m o la v o c a c i ó n ú l t i m a
d e l a p u l s i ó n q u e n o s h a c e vivir, s e g ú n l a c o n c e p c i ó n d e F r é ü d . L a
m e m o r i a , maquínica, m e m o r i a de nadie, t r i u n f a n d o sobre el olvido,
e l d e t o d o s . ¿Y la v i d a , la h u m a n a ? N o es s i n o e l s o p o r t e d e las o p e r a -
c i o n e s d e s t i n a d a s a c o n s e r v a r y p o t e n c i a r s i n l í m i t e s las o p e r a c i o n e s
d e c o m b i n a c i ó n d e n ú m e r o s q u e f u n c i o n a n s i n s u j e t o (s) n i fin (es).
E l t i e m p o y el espacio se m a t e r i a l i z a n c o m o hipomnematá. Los "da-
t o s " se s e p a r a n d e los agentes q u e los i n s c r i b e n , estos m i s m o s cere-
b r o s o i n d i v i d u o s q u e son e n ú l t i m a i n s t a n c i a , p r e s c i n d i b l e s a u n q u e
dotados de u n a i m a g i n a r i a " i d e n t i d a d " que, e n última instancia, a
n a d i e i m p o r t a p u e s t o q u e se t r a t a d e g r a f i s m o s i n t e r c a m b i a b l e s . L a
c o n s e c u e n c i a es u n a d e s i n d i v i d u a l i z a c i ó n g e n e r a l i z a d a , u n b o r r a -
m i e n t o d e las d i f e r e n c i a s y las p a r t i c u l a r i d a d e s , d e las i d i o s i n c r a s i a s .
Es e n ese s e n t i d o q u e l a d i g i t a l i z a c i o n d e la r e f e r e n c i a , el h e c h o q u e
t o d o s los h e c h o s sean s u s t i t u i b l e s p o r su e q u i v a l e n t e n u m é r i c o b i n a -
r i o q u e p u e d e i n s c r i b i r s e c o m o u n c ó d i g o d e b a r r a s q u e es i m p o s i b l e
d e " l e e r " c o n el o j o p e r o q u e c u a l q u i e r m á q u i n a p u e d e t a n t o e s c r i b i r
c o m o d e s c i f r a r , se t r a n s f o r m a , s e g ú n v e r e m o s , e n e l a g e n t e q u e g o -
b i e r n a las " s o c i e d a d e s d e c c y i t r o l " , avatar u l t e r i o r , d e s t i n o a n t i c i p a d o
d e las " s o c i e d a d e s d i s c i p l i n a r i a s " q u e e r a n las p r o p i a s d e l ascenso d e l
capitalismo c u a n d o sobrevino la p r o m o c i ó n del cálculo c o m o ciencia
s u p r e m a , c u a n d o se p a s ó d e l r e n a c i m i e n t o a l a " m o d e r n i d a d " . L l e g a -
r á e l m o m e n t o d e o c u p a r s e d e ellas c u a n d o a n a l i c e m o s las p r o p o s i -
c i o n e s d e D e l e u z e (a las q u e s u s c r i b i m o s ) a l final d e esta o b r a .
E l l e n g u a j e n o es d i s p o s i t i v o , n o es e l Gestell de H e i d e g g e r ( r e c o r -
d e m o s : l a " e s e n c i a d e l a t é c n i c a " , e l c o n j u n t o d e la e m p r e s a m u n d i a l
d e e x p l o t a c i ó n d e l a n a t u r a l e z a , d e los seres v i v i e n t e s y d e los h u m a -
n o s ) . N o es e l l e n g u a j e u n a p r ó t e s i s , u n a " e x t e n s i ó n " d e l h o m b r e o
d e su c u e r p o p u e s e s t á built-in e n ese c u e r p o , es u n v i r u s q u e i n v a -
d e hasta l a m á s h u m i l d e d e sus c é l u l a s . N o es e l a l m a , s e p a r a d a d e l
c u e r p o ; es, e n t a n t o q u e l e n g u a j e , l a c é l u l a p a r e n q u i n i a t o s a , la n o b l e
io6 E L LENGUAJE ES TÉCNICA Y ES A R T E

carne, d e l " t e j i d o " antropológico. ¿Qué " h o m b r e " ( m u j e r ) sería el

ser d e s v i n c u l a d o d e las cadenas d e l s i g n i f i c a n t e y las m n e m o t é c n i c a s ?
H a b l á b a m o s d e l a h i s t o r i a y d e l a p r e h i s t o r i a d e los servomecanis-
m o s : h o y a c o r d a r í a m o s e n v a l o r a r c o m o p r i m e r l o g r o d e la h u m a n i -
d a d a la c o n q u i s t a d e l fij.ego, s i m u l t á n e a c o n e l c á l c u l o , s e g ú n el m i t o
d e P r o m e t e o , r e p e t i d o b a j o hermas diversas e n todas las a n t r o p o g o n í a s
(cf. H e s i o d o , Teogonia, Los trabajos y los días. P l a t ó n , Diálogos, " P r o t á g o -
ras" y E s q u i l o , Prometeo encadenado^), D o m e ñ a r a l f u e g o f u e e l p r i m e r
t i i u n f o ( p í r r i c o ) sobre la c a s t r a c i ó n — i n i m a g i n a b l e , t a m b i é n él, s i n el
l e n g u a j e — } ^ T o d o s los " a d e l a n t o s " t e c n o l ó g i c o s se u b i c a n e n su des-
c e n d e n c i a y cada u n o d e ello¿, cada h e r r a m i e n t a , i n s t r u m e n t o o apa-
r a t o , p u e d e , a su vez, ser c o n s i d e r a d o c o m o u n s e m b l a n t e d e l o b j e t o
causante d e l deseo y u n d e s c e n d i e n t e l e g í t i m o d e esa t i t á n i c a e m p r e s a .
E n el a r t í c u l o d e 1931 d e d i c a d o a la c o n q u i s t a d e l f u e g o F r e u d d e -
m u e s t r a , p r e c i s a m e n t e , l a r e l a c i ó n q u e existe e n t r e el f u e g o y el c h o r r o
d e o r i n a q u e l o apaga, la q u e hay e n t r e l a e r e c c i ó n y l a d e t u m e s c e n c i a
d e ese a p é n d i c e d e l c u e r p o , e s e n c i a l m e n t e separable, q u e es el p e n e .
E l f u e g o evoca y "hace s e m b l a n t e " , p o r c o n t r a p a r t i d a , d e esa p é r d i d a
c o r p o r a l i r r e v e r s i b l e q u e es l a d e l l í q u i d o a m a r i l l o á m b a r q u e se escapa
a través d e l o r i f i c i o u r e t r a l d e las n i ñ a s y los n i ñ o s . L a e m i s i ó n u r i n a r i a
evoca y d e s m i e n t e la c a s t r a c i ó n : @ / —- cp e n la n o t a c i ó n a l g e b r a i c a
p r o m o v i d a p o r L a c a n , la sencilla l e t r a a [@] q u e sigue s i e n d o a l e r g ó -
g e n a p a r a m u c h o s espíritus. S e ñ a l a b a F r e u d l a i n c o m p a t i b i l i d a d e n t r e
el f a l o ( e r e c c i ó n d e l p e n e ) y la m i c c i ó n , e n t r e e l f u e g o y e l agua. Esa
i n c o m p a t i b i l i d a d , esa p r e s e n c i a d e la c a s t r a c i ó n e n a q u e l l o m i s m o q u e
p a r e c e n e g a r l a , e n el f u e g o t r ^ j u s f o r m a d o e n semblante de @ p o r l a " p o -
t e n c i a " d e los s e r v o m e c a n i s m o s q u e la i n d u s t r i a y la c i e n c i a coligadas
n o s o f r e c e n , es esencial p a r a e n t e n d e r l a f u n c i ó n d o m i n a n t e q u e e n
n u e s t r o tiempo y e n n u e s t r o m o d o d e p r o d u c c i ó n tienen los objetos
t e c n o c i e n t í f i c o s , t o d o s ellos d e l e g a d o s d e l o b j e t o @, la p a r t e d e sí q u e
el h u m a n o d e b e p e r d e r p o r e f e c t o d e l l e n g u a j e , causante d e l deseo
y ersatz d e l goce. P r o m e t e o es e l h é r o e d e l m i t o q u e e x p o n e , c o n sus
cuitas y sus castigos, c ó m o la t é c n i c a l l e g a a la h u m a n i d a d : m e d i a n t e
el c r i m e n , el r o b o h e c h o a los dioses, e l p a r r i c i d i o o r i g i n a r i o (enga-
ñ o a Z e u s ) , e l asesinato y la d e v o r a c i ó n d e l Urvater. E n ese s e n t i d o e l

S i g m u n d F r e u d , "Sobre la conquista del fuego", e n O. C, vol. x x i i , Buenos Aires,

A m o r r o r t u , 1979, p. 175.
E L L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R l ' E

c r i m i n a l e n c a d e n a d o a la r o c a es l a figura q u e se c o n t r a p o n e a la d e
Moisés, e l m e n s a j e r o q u e trae la L e y a l p u e b l o e l e g i d o p a r a q u e éste la
obedezca sometiéndose al Padre e n t o d o el r i g o r de u n a Idea absoluta
e irrepresentable. Prometeo, h é r o e y e m b l e m a de u n a h u m a n i d a d au-
t o s u f i c i e n t e , es el a p ó s t o l d e la t é c n i c a , el b e n e f i i c t o r d e los h o m b r e s
(cf. e l t e x t o d e E s q u i l o , ya c i t a d o , d o n d e e l titán h a c e u n e n c e n d i d o
alegato d e m o s t r a n d o l a i m p o r t a n c i a de sus regalos a la h u m a n i d a d , e l
p o e m a " P r o m e t e o " d e G o e t h e y la ó p e r a " P r o m e t e o " d e L u i g i N o n o ) ,
el - h o m b r e r e b e l d e " q u e n o se s o m e t e a n i n g u n a a u t o r i d a d y paga
c o n s u c u e r p o , h e p á t i c a m e n t e , e l p r e c i o d e l a i n s u r g e n c i a . Para F r e u d
( 1 9 3 1 , c i t . ) es u n h é r o e , sí, p e r o n o el d í s c o l o titán i d e a l i z a d o p o r los
r o m á n t i c o s . Es h é r o e p e r o n o d e la satisfacción s i n o d e la renuncia pul-
sional, e l p r o m o t o r d e la d e s d i c h a h u m a n a q u e i n c i t a a a b d i c a r d e l
g o c e d i r e c t o d e las f u n c i o n e s c o r p o r a l e s y p r o p o n e e n c a m b i o los lar-
gos r o d e o s c u l t u r a l e s d e l a t é c n i c a , el r e c u r s o a p r o l o n g a c i o n e s a r t i -
ficiales d e los ó r g a n o s q u e s o n h e r r a m i e n t a s , u t e n s i l i o s y, e n ú l t i m a
i n s t a n c i a , artefactos, q u e p e r m i t e n prácticas perversas, i n s t r u m e n t o s d e
goces i m p e n s a d o s , fetichistas, o b t e n i d o s p o r m e d i o d e saberes a n t i -
n a t u r a l e s . E l f u e g o , p r i m e r a c o n q u i s t a d e l a t é c n i c a , es la m a n i f e s t a -
c i ó n d e u n a n u e v a n a t u r a l e z a , la h u m a n a . P r o m e t e o — e n e l d e c i r d e
F r e u d — se hace ' m e r e c e d o r d e la h o s t i l i d a d d e sus " b e n e f i c i a r i o s " , los
h o m b r e s , p o r sacarlos d e la p a c í f i c a v i d a d e l r e b a ñ o y o b l i g a r l o s a tra-
bajar p a r a la c u l t u r a .
S e r í a c a r e n t e d e s e n t i d o a r g u m e n t a r q u e l a t e c n o l o g í a gobier-
na a l a s o c i e d a d (sea l a a n t i g u a o l a m o d e r n a , m o s a i c a y s u m i s a
o p r o m e t e i c a y r e b e l d e ) p u e s n o p o d r í a c o n c e b i r s e a la s o c i e d a d
(el h o m b r i g u e r o ai q u e parece q u e f a t a l m e n t e nos e n c a m i n a m o s )
c o m o algo e x t e r i o r a la tecnología y al proceso de invención de
p r o c e d i m i e n t o s y a p a r a t o s . " S o c i e d a d t e c n o l ó g i c a " es u n p l e o n a s -
m o . Las e x t e n s i o n e s d e l c u e r p o , las t é c n i c a s , son la c i v i l i z a c i ó n e n sí
y n o u n a g r e g a d o d i s p e n s a b l e . N u e s t r o d e s t i n o {Geschick) —ahora
es c u a n d o p o d e m o s e n t e n d e r l o — es e l d e ser p r o - g r a m a d o s , p r e -
escritos, e n u n u n i v e r s o c o m p u t a c i o n a l m a t e m a t i z a d o q u e o p e r a
s e g ú n u n a l ó g i c a d i g i t a l i z a d a i n d e p e n d i e n t e d e las a s p i r a c i o n e s y d e
las v o l u n t a d e s d e los h a b i t a n t e s d e l p l a n e t a , s i g u i e n d o u n p r o c e s o
a u t o m á t i c o e i r r e f r e n a b l e que n o c o n o c e o t r o r i t m o que el m a r c a d o
p o r e l z u m b i d o d e esos s e r v o m e c a n i s m o s q u e e n g e n d r a n s i n cesar
o t r o s s e r v o m e c a n i s m o s y " d c s i n d i v i d u a l i z a n " a los u s u a r i o s c o n v i r -
io8 E l . L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E

t i é n d o l o s e n " r e c u r s o s h u m a n o s " . ¿ N o h a y h i g a r p a r a " l o q u e salva"

d e l a s e r v i d u m b r e i m p v i e s t a p o r l o s m e c a n i s m o s ? ¿Es l a t é c n i c a e l
t o t a l , e l c o n j u n t o , e l t o d o , d e l a v i d a h u m a n a ? ¿ S o n estos p r o d u c t o s
industriales, efectos d e l signifícante, materializaciones d e l lenguaje
y d e l a episteme, los a g e n t e s c o n d u c t o r e s d e u n p r o c e s o q u e e s t á l l e -
v a n d o y a c a b a r á p o r llevar i n e l u c t a b l e m e n t e a la transformación de
l o s seres h u m a n o s e n extensiones de los aparatos cibernéticos, invirtien-
d o l a r e l a c i ó n d e l m o d o ya v i s l u m b r a d o p o r F r e u d y e x p l i c i t a d o p o r
M c L u h a n e n d o n d e l o s " m e d i o s " n o s o n las p r ó t e s i s q u e e x t i e n d e n
el d o m i n i o d e n u e s t r o s c u e r p o s s i n o q u e n o s o t r o s , l o s " o p e r a d o -
res", s o m o s las p r ó t e s i s d e n u e s t r o s i n s t r u m e n t o s , o b l i g a d o s a i n t e r -
p r e t a r las p a r t i t u r a s q u e e l l o s e s c r i b e n ? ¿ E s e l d e s t i n o d e n u e s t r o s
c u e r p o s e l d e ser a p é n d i c e s i m p e r s o n a l e s d e los i n s t r u m e n t o s tec-
n o c i e n t í f i c o s , r e c u r s o s {Bestándé) d e n t r o de u n proceso i m p e r s o n a l
de organización d e l h o m b r i g u e r o ? Establecimos e n su m o m e n t o
q u e e l m é d i c o d e los siglos p a s a d o s e r a l a e x t e n s i ó n d e sus a p a r a -
tos. ¿ C ó m o n o l o s e r í a e l d e l s i g l o x x i ? Ya l o d e c í a M c L u h a n "'We
shape our tools and thereafter our tools shape us'\o q u i é n e s s o m o s
n o s o t r o s , los q u e f o r j a m o s esas h e r r a m i e n t a s si n o h u b i é s e m o s s i d o
ya f o r m a d o s y f o r j a d o s p o r las h e r r a m i e n t a s , es d e c i r , p o r l a c u l t u r a
q u e e n ellas se m a t e r i a l i z a ? ¿ Q u é s o n n u e s t r o s r e c u e r d o s y p e r c e p -
ciones más elementales sino el efecto de adquisiciones culturales
anteriores a nuestra existencia o n t o g e n é t i c a ; q u é son sino efectos
d e esa e n t i d a d v i v i e n t e q u e a c o s t u m b r a m o s a l l a m a r " t r a d i c i ó n " y es
el e s q u e l e t o d e n u e s t r o f r e u d i a n o " s u p e r y ó " ?
L a i n f r a e s t r u c t u r a d e l "pi^ogreso t e c n o l ó g i c o " es e c o n ó m i c a p e r o
sus efectos se s i e n t e n e n todas las d i m e n s i o n e s d e la a c c i ó n h i s t ó r i c a .
Las i n n o v a c i o n e s o p e r a n y s u é x i t o es i r r e s i s t i b l e , c o m o M u m f o r d
d i j o , p o r m e d i o d e u n s o b o r n o e n d o n d e a l h o m b r e le s o n p r o m e -
tidas la l i b e r a c i ó n d e las n e c e s i d a d e s , l a c o m o d i d a d , la d e m o c r a c i a
y h a s t a la f e l i c i d a d e n l a m e d i d a e n q u e a d h i e r a a sus " i n n e g a b l e s "
ventajas. L a o p o s i c i ó n a este ''brave nexo world' p a r e c e d e s c a b e l l a d a ,
utópica, reaccionaria, nostálgica de anteriores formas de la d o m i n a -
c i ó n c o m o las d e l a m o f e u d a l o d e l c a p i t a l i s t a .
¿ C a b e o p o n e r s e al f u t u r o n o e n n o m b r e d e l pasado sino e n n o m -
b r e d e l f u t u r o m i s m o ? L a p r e g u n t a — c o m o se v e — n o es filosófica;
es p o l í f i c a . . . p o r l o t a n t o , filosófica e n e l m e j o r s e n t i d o d e l a p a l a b r a ,
o r i e n t a d a a l saber-vivir d e l a e s p e c i e .
E L L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E

E l p r o c e s o ( " p r o g r e s o " ) se p r e s e n t a , p o r o t r a p a r t e , c o m o i n c o n -
t r o l a b l e , a u t ó n o m o , es d e c i r , r e g u l a d o p o r sus p r o p i a s leyes q u e n o
e s c u c h a n n i h a b i l i t a n d e s a r r o l l o s c o n t r a d i c t o r i o s . Las nuevas f o r m a s
del capitalismo (sociedad informática absoluta y p o s t i n d u s t r i a l ) son
e x h i b i d a s c o m o e l fin d e la h i s t o r i a . E n c a d a é p o c a se p e n s ó q u e se
había alcanzado la culminación del desarrollo histórico y n o tenemos
razones p a r a p e n s a r q u e h o y l a s i t u a c i ó n es d i s t i n t a y q u e " a h o r a sí"
l l e g a m o s a l final p o r l a s o f i s t i c a c i o n a l c a n z a d a c o n los avances d e l a
c i b e r n é t i c a . M á s vale a n t i c i p a r q u e , d a d o é l r i t m o a c e l e r a d o d e las
i n n o v a c i o n e s , estamos a u n e n u n p e r i o d o e m b r i o n a r i o d e l a t é c n i -
ca y q u e es i m p r e v i s i b l e l o q u e v e n d r á . Si a l g o e n s e ñ a l a h i s t o r i a es
q u e e l f u t u r o es i n s o n d a b l e , i m p r e v i s i b l e . L a l i t e r a t u r a y e l c i n e d e
c i e n c i a - f i c c i ó n h a n i l u s t r a d o i n n u m e r a b l e s veces esta l u c h a d e l h o m -
bre c o n t r a la m á q u i n a y lo h a n hecho c o n u n a desesperación y u n
p e s i m i s m o tales q u e l l e v a n las m á s d e las veces a los f a b u l o s o s y p o c o
c o n v i n c e n t e s happy endings e n d o n d e u n o s h é r o e s q u e a c t ú a n c o n
d e t e r m i n a c i ó n y t e m e r i d a d l o g r a n i m p o n e r s e e n l a " g u e r r a d e los
m u n d o s " y salvar a l a h u m a n i d a d i m p o n i e n d o sus p r i n c i p i o s r o m á n -
ticos. Las t r a m a s d e esas novelas y p e l í c u l a s a p o c a l í p t i c a s a t r a v i e s a n
la p e s a d i l l a y a c a b a n e n u n d e s p e r t a r a l i v i a d o d o n d e se e s c u c h a n d e
n u e v o los cantos d e l a n a t u r a l e z a y g e r m i n a l a e s p e r a n z a d e l a s o l i -
d a r i d a d a m o r o s a q u e sigue a la c a t á s t r o f e t a n t e m i d a . N a d i e p u e d e
d e j a r d e v e r la a r t i f i c i a l i d a d d e ese falso o p t i m i s m o q u e e q u i v a l e a l d e
los c r e y e n t e s q u e se a í é r r a n a la i d e a d e u n a v i d a u l t r a t e r r r e n a p a r a
n e g a r l a r e a l i d a d — p a r a ellos a c u c i a n t e — d e la m u e r t e . ''Ven dulce
muerte' es u n a c a n t a t a y u n ^ á n t i c o d e l a d e s e s p e r a c i ó n . M i e n t r a s m á s
se e s c e n i f i c a e l p a r a í s o m á s se c o n f i r m a q u e l a v i d a está c o n d e n a d a a
la e x t i n c i ó n e n este " v a l l e d e l á g r i m a s " . M i e n t r a s m á s se i m a g i n a u n a
" g u e r r a c o n t r a las m á q u i n a s " y u n a v i c t o r i a s o b r e ellas, m á s e v i d e n t e
se h a c e la i r r e a l i d a d d e l p l a n t e o y la d e s e s p e r a c i ó n ¿ g o z o s a ? d e q u i e -
nes se s i e n t e n acosados p o r el " p r o g r e s o " t e c n o l ó g i c o . L a s a t i s f a c c i ó n
p o r e l c a m i n o d e l f a n t a s m a a p o c a l í p t i c o es, h o y e n H o l l y w o o d c o m o
ayer e n P a t m o s , la t i n t a q u e s u b r a y a l a a n g u s t i a .
" E l m a l e s t a r e n la c u l t u r a " es i r r e f u t a b l e y n o se l o p u e d e d i s i m u -
l a r p o r a s o m b r o s o s y m i r í f i c o s q u e sean los i n s t r u m e n t o s d e p r ó t e s i s
( d e l a c a s t r a c i ó n ) a los q u e se r e c u r r a . N o s ó l o n o se acaba s i n o q u e
e l m a l e s t a r se a l i m e n t a c o n ellos p u e s c a d a " a v a n c e " t e r m i n a p o r ser
u n a n u e v a a m e n a z a , la causa d e n u e v o s síntomas. H a s t a H e i d e g g e r se
1 lo E L L E N G U A J E E S TÉCNICA Y ES A R T E

f e l i c i t a b a e n 1955 p o r q u e e n c u a l q u i e r l u g a r d e l p l a n e t a p o d r í a insta-
larse u n a p l a n t a d e e n e r g í a n u c l e a r {Gelassenheit, c i t . ) . I m p r e v i s i b l e s
e r a n e n t o n c e s las c a t á s t r o f e s d e T h r e e M í l e I s l a n d , C h e r n o b y l y e l
t s u n a m i j a p o n é s de 2011.
E l g o c e e s t á p r o h i b i d o p a r a e l q u e h a b l a y s ó l o p u e d e alcanzarse
e n l a escala i n v e r t i d a d e l a L e y d e l d e s e o ( L a c a n ) . Eso es l o r e a l . " L o
q u e salva" n o e s t á f u e r a — r u e ñ o s a u n e n c o n t r a — d e l a t é c n i c a c u y a
" e s e n c i a " es e l " d i s p o s i t i v o " {Gestell) d e l a e x i s t e n c i a d e t o d o s . " L o q u e
salva" s ó l o p o d r í a p r o c e d e r d e la a c c i ó n p o l í t i c a e n las grietas p o r
d o n d e se c u e l a la r e s i s t e n c i a i n h e r e n t e a l " d i s p o s i t i v o " m i s m o . Esas
grietas n o son u n a carencia q u e la t é c n i c a p o d r í a solventar c o n n u e -
vos " a d e l a n t o s " s i n o u n e x c e d e n t e , u n p l u s , q u e la t é c n i c a m i s m a ge-
n e r a j u n t o c o n e l m a l e s t a r a l u d i d o . E l p l u s d e g o z a r d e los u t e n s i l i o s
es i n h e r e n t e a l a i n s a t i s f a c c i ó n p u l s i o n a l q u e ellos d e j a n c o m o s a l d o y
a l a n e c e s a r i a d e c e p c i ó n q u e a c a r r e a n las p r o m e s a s d e los s e r v o m e c a -
n i s m o s c o m o a l t e r n a t i v a s o ersatz d e l a c a s t r a c i ó n . Allí d e b e m o s bus-
car e l m e c a n i s m o d e c o n e x i ó n e n t r e los p r o d u c t o s t e c n o l ó g i c o s y los
n u e v o s s í n t o m a s , las t a n cacareadas " n u e v a s e n f e r m e d a d e s d e l a l m a " ,
el enlace nada sencillo entre el r e f r i g e r a d o r y la anorexia, entre la
f a r m a c o l o g í a y las d e p e n d e n c i a s , e n t r e e l t e l e v i s o r y la d e p r e s i ó n . E l
o b j e t o causa d e l deseo, e l p l u s d e gozar, e l o b j e t o @, n o se desplaza
d e s d e e l c t i e r p o a l a p r o d u c c i ó n i n d u s t r i a l q u e f a b r i c a esas e x t e n s i o -
nes, esos s e m b l a n t e s d e l o p e r d i d o , d e l o q u e es i r r e c t i p e r a b l e p a r a e l
ser q u e h a b l a . N o h a y m a n u f a c t u r a p o s i b l e d e l o b j e t o d e l deseo q u e
s u t u r e l a f a l t a c o n s t i t u t i v a d e l s u j e t o . L a t é c n i c a es pharmakon, es d e -
cir: r e m e d i o , m e d i c a m e n t o , veneno, brebaje mágico y encantamien-
t o . L o m e j o r , l o q u e salva y a l a vez l o m á s p e l i g r o s o , l o ¡que m a t a . "Allí
d o n d e c r e c e e l p e l i g r o . . . " S ó l o q u i e n h a a h o n d a d o e n esta p a l a b r a
d e l p o e t a p u e d e e v i t a r los d i s c u r s o s a p o c a l í p t i c o s t a n t o c o m o los m e -
s i á n i c o s y c o m p r e n d e r q u e c a d a u n o d e esos dos discursos n o es s i n o
la r e f l e x i ó n e s p e c u l a r d e l o t r o .
P o r u n a p a r t e F r e u d y L a c a n y, d e m o d o a u n m á s t a j a n t e , D e l e u z e
y G u a t t a r i , h a n e x p l i c i t a d o sus t e o r í a s d e l s u j e t o r e c u r r i e n d o a d i s t i n -
tos m o d e l o s " m a q u í n i c o s " . F r e u d e m p e z ó p o r h a b l a r d e l p s i q u i s m o
c o m o u n " a p a r a t o d e l a l m a " {seelisches Apparat) que podía equiparar
a o t r o s a p a r a t o s ó p t i c o s y m e c á n i c o s . L a p u l s i ó n ( Trieb) h a b í a d e ser
p e n s a d a m e d i a n t e la a n a l o g í a c o n u n a " f u e r z a c o n s t a n t e " {konsíante
Kraft) c o n u n a e n e r g í a s u s c e p t i b l e d e m e d i c i ó n y c á l c u l o , p o r u n a se-
E L L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E 111

rie d e m e c a n i s m o s q u e se p o n e n e n m a r c h a a u t o m á t i c a m e n t e y q u e
a u t o m á t i c a ( i n c o n s c i e n t e m e n t e ) d e t i e n e n su a c c i o n a r . E l p r i n c i p i o
d e l p l a c e r - d i s p l a c e r y t a m b i é n su " m á s a l l á " ( l a p u l s i ó n d e m u e r t e )
operan c o m o mecanismos autorregulados o eventualmente irrefre-
nables. N u n c a se a p r e c i a m e j o r este f u n c i o n a m i e n t o s e r v o m e c á n i c o
del a l m a q u e en la "compulsión de r e p e t i c i ó n " {Wiederholungszwang)
q u e , n a d a c a s u a l m e n t e , L a c a n a veces p r e f e r í a t r a d u c i r c o m o " a u t o -
m a t i s m o de r e p e t i c i ó n " , a c e n t u a n d o así el c a r á c t e r m a q u í n i c o p o r
encima del psicológico i m p l i c a d o e n la palabra "compulsión". Los
s e r v o m e c a n i s m o s y e l feed-back a c t ú a n t a n t o e n e l " a p a r a t o d e l a l m a "
d e l a e s p e c u l a c i ó n f r e u d i a n a c o m o e n los a p a r a t o s d e l c u e r p o o e n
los d e l E s t a d o . E l " p u n t o d e vista e c o n ó m i c o " e n l a m e t a p s i c o l o g í a
d e F r e u d es e l p r i n c i p i o r e g u l a d o r d e las i n v e s t i d u r a s l i b i d i n a l e s y
a l r e d e d o r d e las c a n t i d a d e s m o v i l i z a d a s d e l i b i d o es q u e se d e c i d e e l
é x i t o o el fracaso d e la c u r a a n a l í t i c a . L a " e c o n o m í a " e n e l a p a r a t o
p s í q u i c o n o es u n a d é b i l m e t á f o r a . P o r e l c o n t r a r i o , su f u n d a m e n -
t o e s t á e n la r e f e r e n c i a a l a c i e n c i a d e l a e c o n o m í a p o l í t i c a ( l a d e
S m i t h , R i c a r d o y M a r x , p r e v i a m e n t e m e t a f o r i z a d a p o r los físicos d e l
siglo X I X e n las leyes d e la t e r m o d i n á m i c a ) y a las l l a m a d a s " f u e r z a s
r e g u l a d o r a s d e l m e r c a d o " , esas " m a n o s i n v i s i b l e s " q u e a c t ú a n d e m a -
nera independiente de cualquier voluntad. La perturbación del fun-
c i o n a m i e n t o d e estas leyes p r o c e d e n , c o m o l o d e m u e s t r a l a c i e n c i a
e c o n ó m i c a actual, de la acción de p r i n c i p i o s " a n t i e c o n ó m i c o s " q u e
n o buscan la mayor ganancia sino el m a y o r desperdicio, algo que en
t é r m i n o s p s i c o a n a l í t i c o s l l a m a m o s goce. Las m e t a s d e la m a q u i n a r i a
p s í q u i c a a p u n t a n " m á s allá* d e l p r i n c i p i o d e l p l a c e r " o, l o q u e es l o
m i s m o , " m á s allá d e l b i e n y d e l m a l " .
L a c a n entiende la estructura m i s m a d e l lenguaje c o m o u n a "me-
g a m á q u i n a " (si se n o s p e r m i t e t o m a r p r e s t a d o e l s i g n i f i c a n t e u s a d o
p o r Lewis M u m f o r d ) . E l l o significa q u e el sujeto d e l inconsciente,
e n t a n t o q u e a r t i c u l a d o c o n e l O t r o d e la c u l t u r a e n u n i n t e r j u e g o
d e s í m b o l o s , e s t á d e s c e n t r a d o . Y es e n ese j u e g o y e n ese m u n d o d e l
O t r o d o n d e la m á q u i n a está i n c l u i d a n o c o m o u n a g r e g a d o m á s o
m e n o s c o n t i n g e n t e s i n o c o m o su e s e n c i a m i s m a {Géstela). E l m u n d o
s i m b ó l i c o es e l m u n d o d e l a m á q u i n a s e g ú n e v o c a b a L a c a n ya e n su
s e m i n a r i o I I (1954-1955, c i t . ) . B i e n p o d r í a d e c i r s e q u e " e l i n c o n s -
c i e n t e está e s t r u c t u r a d o c o m o u n a m á q u i n a " . U n a m á q u i n a o r i e n -
t a d a a l g o c e . Es p o r este c a m i n o p a r a d ó j i c o q u e el deseo h u m a n o
112 KI. L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E

se c o n v i e r t e e n u n deseo m e c á n i c o o m a q u í n i c o . L a m á q u i n a d e l o
s i m b ó l i c o a l i e n a a l s u j e t o d e su jouissance " n a t u r a l " c a n a l i z á n d o l o y
p e i - \ i r t i é n d o l o a través d e l sistema a u t o r r e f e r e n c i a l d e los s i g n i f i c a n -
tes: i n e l u c t a b l e m e n t e la d e m a n d a tiene q u e t o m a r e l r o d e o d e las
fiaentes d e e n e r g í a l i b i d i n a l q u e p r o c e d e n d e l l e n g u a j e y e l d e s e o así
se c o n v i e r t e e n e l deseo d e l O t r o . E l deseo s ó l o p u e d e r e c o n o c e r s e
m e d i a n t e s u d e s v i r t u a c i ó n {Ent-stellung trans-posición, dis-torsión)
e n u n d i s c u r s o . E n c o n s e c u e n c i a , la f é á l i d á d , p a r a e l s u j e t o h a b l a n t e ,
es d e f i ^ r m a d a d e m o d o a n a m ó r f i c o y es c o n d u c i d a p o r e l f a n t a s m a ,
h a c i e n d o q u e los o b j e t o s r e c o n o c i d o s e n l o i m a g i n a r i o y n o m b r a d o s
e n l o s i m b ó l i c o n u n c a c o i n c i d a n p l e n a m e n t e c o n los o b j e t o s reales.
E l l e n g u a j e i n t r o d u c e la f a l t a y, p a r a d ó j i c a m e n t e , a p o r t a ál s u j e t o la
p r o m e s a i l u s o r i a d e a n u l a r esa f a l t a . Es p o r l a m á q u i n a d e l deseo
q u e e s t á s i g n a d a l a v o c a c i ó n t e c n o l ó g i c a d e l h o m b r e q u e busca, c o n
sus i n g e n i o s o s e m b l a n t e s , p a l i a r l a f a l t a f e c u n d a q u e l o c o n s t i t u y e
c o m o m i e m b r o d e l h o m b r i g u e r o e n el q u e t r a n s c u r r e su v i d a . N o s
a c e r c a m o s a la r e a l i d a d d e l m u n d o c o n las m a q u i n a r i a s puestas e n
m a r c h a p o r el deseo t r a n s g r e s i v o . " N a d a h a y q u e sea m á s s i n i e s t r o
{Unheimlich) q u e e l h o m b r e " . Las m á q u i n a s s o n c o n s u s t a n c i a l e s Con
l a h u m a n i d a d , s o n e l a s p e c t o unheimliche d e l a p r e n d i z d e b r u j o q u e
las i n v e n t a , las p a t e n t a y las h a c e p a t e n t e s , es d e c i r , las f a b r i c a .
A p u n t e m o s q u e u n a d e las c a r a c t e r í s t i c a s d e los s e r v o m e c a n i s m o s
— d e s d e los m á s c l á s i c o s ( p o r e j e m p l o , la v e l a d e l e n t a c o m b u s t i ó n )
hasta los m á s n o v e d o s o s ( c o m o l a c o m p u t a d o r a i n t e g r a d a a l t e l é f o -
n o ) — es l a d e p a r e c e r s e a los " a n i m a l e s - m á q u i n a " d e s c r i t o s p o r Des-
cartes y a l " h o m b r e m á q u i n a " d e L a Mettrie.^^ Descartes a v a n z ó la
i d e a d e q u e "los a n i m a l e s r e a c c i o n a n m i e n t r a s q u e los h o m b r e s res-
p o n d e n " . J a c q u e s D e r r i d a se i n d i g n a b a y u o d u d a b a e n j u n t a r e n este
a s p e c t o a D e s c a r t e s c o n L a c a n : p a r a a m b o s el filósofo d e l a descons-
t r u c c i ó n r e s e r v a b a , e n este p u n t o , sus m á s acerbas c r í t i c a s . E n c u a n t o
a los s e r v o m e c a n i s m o s , c u a n d o s o n o p e r a d o s s e g ú n el " m a n u a l d e l
u s u a r i o " , e m p e z a n d o p o r la a l u d i d a vela, p a s a n d o p o r la l a m p a r i l l a
i n c a n d e s c e n t e y hasta l l e g a r ( p o r a h o r a ) a l i n m e n s o G o o g l e , t a m b i é n
ellos " r e a c c i o n a n " a la a c t i v a c i ó n d e los c o m a n d o s d e u n a m a n e r a
q u e p u e d e ser e l e m e n t a l o m u y c o m p l e j a . " R e a c c i o n a n " y n o "res-

J . O . L a Mettrie (1709-1751) [1746J, El hombre máquina, Buenos Aires, E u d e b a ,

1961. T r a d u c c i ó n de A. CapelleUi.
E L LENGUAJE ES TÉCNICA Y ES A R T E

p o n d e n * ' , n o r e f l e x i o n a n . O b e d e c e n , d e a c u e r d o c o n su hardware,
a las p r e s c r i p c i o n e s i m p r e s a s e n su m a n u a l o p e r a t i v o . C o n v i e n e r e -
. c o r d a r a q u í l a houtade ( p u n t a d a , s a l i d a i n g e n i o s a ) d e J e a n C o c t e a u
c u a n d o d e c í a q u e e l e s p e j o h a r í a b i e n e n r e f l e x i o n a r u n p o c o antes
de d e v o l v e r n o s n u e s t r a i m a g e n . E l e s p e j o r e f l e j a s i n r e f l e x i o n a r : re-
a c c i o n a c o m o u n a n i m a l s e g ú n e l e s q u e m a d e l e s t í m u l o y la respues-
ta- Y n o o l v i d e m o s q u e e l e s p e j o , d e l q u e t a n t o se o c u p ó L a c a n a l
c o m i e n z o d e su e n s e ñ a n z a , es u n m o d e l o e j e m p l a r d e l a r t e f a c t o , d e l
"servomecanismo".

CAPITALISMO Y "SERVOMECANIS^vIOS". LAS L A T H O U S E S D E LACAN.

M N E M O T E C N O L O G I A Y MNEMOPOLÍTICA. E L SUJETO L O C A L I Z A D O

Cabe e x t r a ñ a r e n los d i s c u r s o s d e H e i d e g g e r , F o u c a u l t , D e l e u z e y
A g a m b e n — y t a m b i é n , p o r s u p u e s t o , e n los m e n t a d o s a u t o r e s g r i n -
g o s — l a escasez d e r e f e r e n c i a s a las r e l a c i o n e s e n t r e e l c a p i t a l i s m o
y los s e r v o m e c a n i s m o s , e s p e c i a l m e n t e los r e l a c i o n a d o s c o n los m e -
dios, " l a i n d u s t r i a c u l t u r a l " , e f i c i e n t e m o d e l a d o r a , d e s d e s i e m p r e ,
d e l a s u b j e t i v i d a d . Esta p r e s e n c i a d e s t e ñ i d a d e las a l u s i o n e s a l m o d o
d e p r o d u c c i ó n y c o n s u m o q u e d o m i n a e n l a a c t u a l i d a d n o es t o t a l
e n esos a u t o r e s p e r o sí r a r a , d i s p e r s a y a s i s t e m á t i c a . N o s u c e d e así
c o n A l t h u s s e r , el m a r x i s t a , n i c o n B e r n a r d Stiegler, e l d e r r i d e a n o d e
q u i e n nos ocuparemos e n el siguiente apartado, n i c o n L a c a n c o m o
p o d r e m o s v e r e n l a s e g u n d í ^ p a r t e . ¿Las razones? C r e o e n t e n d e r l a s .
Es difícil h a b l a r s o b r e e l c a p i t a l i s m o s i n q u e l o d i c h o se l e a c o m o " d e -
n u n c i a " d e los r e p r o c h e s q u e cabe f o r m u l a r a l s i s t e m a y d e la m i s e r i a
m a t e r i a l y s i m b ó l i c a q u e p a r e c e n f a t a l m e n t e a c o m p a ñ a r l o . E l dis-
c u r s o q u e se d e j e a r r a s t r a r p o r e l t e m a t a n m a n o s e a d o d e l c a p i t a l i s -
m o y c a i g a e n esas f a c i l i d a d e s s e r í a e s c u c h a d o c o m o u n a r e t a h i l a d e
"mensajes" y consignas políticas s i m p l i f i c a d o r a s q u e más nublarían
e l e n t e n d i m i e n t o d e l o q u e p u d i e s e n a y u d a r a e n t e n d e r las p r o p u e s -
tas a l t e r n a t i v a s . E l c o n s u m i s m o y la t e c n o l o g í a a l i e n a n t e s o n b l a n c o s
d e m a s i a d o f á c i l e s y sus i m p u g n a c i o n e s se p r e s t a n a t r a n s f o r m a r s e e n
esos r o l l o s t a n p o p u l i s t a s c o m o i n t r a s c e n d e n t e s q u e t u v i e r o n su a u g e
e n los a ñ o s q u e r o d e a r o n a l e m b l e m á t i c o 1968. L a r e l a c i ó n e n t r e
el sistema e c o n ó m i c o y e l p r o g r e s o t e c n o l ó g i c o n a d a t i e n e d e n o v e -
114 E L L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E

dosa n i secreta. T o d o s c o n o c e m o s , s i n n e c e s i d a d d e i n s i s t i r e n e l l o ,
las i n m e n s a s ganancias ( ¿ " b e n e f i c i o s " ? ) q u e o b t u v i e r o n las e m p r e s a s
p i o n e r a s e n c i b e r n é t i c a q u e c o t i z a n c o n su p r o p i o í n d i c e N a s d a q e n
M^all Street, y l o g r a r o n p r e m i o s d e c a p i t a l m u y s u p e r i o r e s a los t r a d i -
c i o n a l e s i n d i c a d o r e s d e las o t r a s e m p r e s a s , i n d u s t r i a l e s y financieras,
q u e c o m p o n e n e l m e r c a d o a c c i o n a r i o . L a s o l i d a r i d a d e n t r e las i n -
d u s t r i a s t e c n o l ó g i c a s avanzadas y los m e r c a d o s d e capitales es í n t i m a
y l o dififcilés d e c i d i r cuál d e los d o s e l e m e n t o s es e l m o t o r d e l o t r o :
es q u e s o n i n d i s o c i a b l e s .
L a m i s m a intrascendencia, la m i s m a fatiga intelectual, acecha a
las c r í t i c a s q u e se d i r i g e n d e m a n e r a c o r r i e n t e a l p r e d o m i n i o d e las
i m á g e n e s y a la supuesta t r a n s f o r m a c i ó n d e la " r e a l i d a d r e a l " e n u n a
" r e a l i d a d v i r t u a l " . Pocas cosas s o n t a n p o b r e s e n i m a g i n a c i ó n c o m o
e l r e c h a z o d o g m á t i c o d e l p r e d o m i n i o d e las i m á g e n e s s o b r e las p a -
labras e n e l m u n d o c o n t e m p o r á n e o . V a r i o s " f i l ó s o f o s " — n o es nece-
sario n o m b r a r l o s - — h a n alcanzado la n o t o r i e d a d mediática m u n d i a l
m e d i a n t e estas a p o r t a c i o n e s d e l u g a r e s c o m u n e s cuya " s i m p a t í a " es
d i r e c t a m e n t e p r o p o r c i o n a l a su s u p e r f i c i a l i d a d .
H a b l á b a m o s d e la p o b r e z a d e r e f e r e n c i a s a l sistema e c o n ó m i c o
q u e subyace a l " p r o g r e s o t e c n o l ó g i c o " c o m o si las t e c n o c i e n c i a s p u -
d i e s e n disociarse d e l m o d o d e p r o d u c c i ó n d e m e r c a n c í a s e n el c u a l
p r o s p e r a n . U n a r e f e r e n c i a q u e m e p a r e c e esencial p a r a l a j u s t a c o m -
p r e n s i ó n d e l t e m a y p a r a l a m a r c h a d e m i d i s c u r s o es e l s i n t a g m a "dis-
c u r s o ( d e l ) c a p i t a l i s t a " q u e a f l o r a u n a s c u a n t a s veces e n l a e n s e ñ a n z a
d e L a c a n e n t r e 1969 y 1973: d e s i g n a b a él a s í a u n a t r a n s f o r m a c i ó n e n
e l d i s c u r s o d e l a m o a n t i g i K ) c o m o c o n s e c u e n c i a d e la c o n v e r g e n c i a
h i s t ó r i c a q u e se p r o d u j o e n la e d a d m o d e r n a e n E u r o p a c u a n d o t u v o
l u g a r l a c ó p u l a d e l d i s c u r s o t r a d i c i o n a l d e l a d o m i n a c i ó n ( e l d e l so-
b e r a n o ) c o n e l c á l c u l o , vale d e c i r , c o n l a c i e n c i a .
L a c i e n c i a , f u l c r o y b r a z o d e la p a l a n c a d e l d i s c u r s o c a p i t a l i s t a ,
se p r e s e n t a a n t e n o s o t r o s d e d o s m a n e r a s c o m p l e m e n t a r i a s . P o r u n
l a d o , p r i m e r o , c o m o teoría {episteme), la c i e n c i a se p r e t e n d e c o n o c i -
m i e n t o d e l o r e a l , d e l o n e c e s a r i o , d e l o q u e n o p u e d e ser d e o t r a
m a n e r a y su e x p r e s i ó n , m á s q u e c o m o u n d i s c u r s o a r t i c u l a d o d e
a r g u m e n t o s q u e se e s c u c h a n , se p r e s e n t a y se t r a n s m i t e c o m o u n a
e s c r i t u r a d e f ó r m u l a s m a t e m á t i c a s q u e se l e e n y n o n e c e s i t a n d e t r a -
d u c c i ó n . P o r o t r a p a r t e , s e g u n d o , e n el a s p e c t o práctico {tekhné), da
l u g a r a la i n v e n c i ó n d e o b j e t o s " ú t i l e s " q u e p e r m i t e n e x p e r i m e n t a r
E L L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E

y c o n f i r m a r las p r e d i c c i o n e s c i e n t í f i c a s a d e l a n t a d a s p o r l a t e o r í a . E l
e q u i p o i n s t r u m e n t a l c o n q u e t r a b a j a e l i n v e s t i g a d o r p a r e c e n o ser
o b l i g a t o r i o n i e t e r n o sino c o n t i n g e n t e y destinado a desaparecer
c u a n d o u n n u e v o a p a r a t o m á s útil p e r m i t a s u s t i t u i r l o . E n el p l a n o
d e l a t e o r í a , las fiSrmulas d e G a l i l e o y K e p l e r d i c e n d e m o d o i n m a r -
c e s i b l e e l ser " n e c e s a r i o " d e l m u n d o m i e n t r a s q u e los t e l e s c o p i o s s o n
" c o n t i n g e n t e s " , c o r r u p t i b l e s y p e r e c e d e r o s , v = e / t es l a e s c r i t u r a
d e f i n i t i v a d e u n a r e l a c i ó n i n t e m p o r a l m i e n t r a s q u e los r e l o j e s s o n
aparatos destinados al basurero. Sin e m b a r g o , n o hay oposición sino
c o n v e r g e n c i a e n t r e las e c u a c i o n e s y t e o r e m a s y los i n s t r u m e n t o s o
a p a r a t o s q u e e l saber c i e n t í f i c o p e r m i t e fiibricar. L a c a n se a t r e v i ó a
b a u t i z a r estos o b j e t o s c o n u n n e o l o g i s m o q u e , e x t r a ñ a m e n t e y a d i f e -
r e n c i a d e m u c h o s o t r o s q u e é l p r o p u s o , n o t u v o r e p e r c u s i o n e s y está
casi o l v i d a d o : ''lathouses^^'^ Las d e f i n í a c o m o :

Los pequeños objetos a minúscula que encontrarán ahí, cuando salgan, en

el piso, e n cada rincón de la calle, en todas las vitrinas de los comercios, esa
profusión de objetos hechos para causar su deseo, en la m e d i d a en que es
la ciencia quien lo gobierna. Piénsenlos <ZÍ:ÍT[VO lathouses (latosas o letosas),
latosas que r i m a n con ventosas pues hay viento en ellas, el viento de la voz
humana.

L a c a n n o d u d a e n l l a m a r o b j e t o s a m i m i s c u l a a sus ''lathouses" p e r o
c r e e m o s q u e g e n e r a así u n a c o n f u s i ó n e n l a q u e n o h a n d e j a d o de*
c a e r sus d i s c í p u l o s , J a q u e s - A l a i n M i l l e r e n t r e e l l o s , c u a n d o , p a r a t o -
m a r ese ú n i c o e j e m p l o , e n «Los p a r a d i g m a s d e l goce",^^ sostiene q u e
se p u e d e a m p l i a r la n ó m i n a d e los c u a t r o o b j e t o s @ p r o p u e s t o s p o r
L a c a n p a r a i n c l u i r e n l a lista a t o d o s los o b j e t o s p r o d u c i d o s p o r la c u l -
t u r a y l a c i e n c i a . C r e e m o s q u e estos o b j e t o s ( q u e s i e m p r e e x i s t i e r o n )
n o s o n s i n o semblantes^ d e l o b j e t o Este, n u n c a d e b e o h i d a r s e ,
es u n o b j e t o r e a l d e s p r e n d i d o d e l c u e r p o e i r r e c u p e r a b l e , causa d e l
deseo y n o o b j e t o o f r e c i d o a l deseo, es d e c i r q u e e l @, i n v e n t a d o p o r

Jacques L a c a n , Le Séminaire. Livre XViL L'envers de la psychanalyse, París, Seuil,

1991, sesión del 20 de mayo de 1970.
J.~A. Miller, "Los seis paradigmas del goce", e n El lenguaje, aparato del goce, Buenos
Aires, C o l e c c i ó n Diva, 2000, pp. 124-L57.
Oportunametitc, e n la segunda parte, est.lareceremos las razones de esta nove-
dosa escritura: @.
ii6 E L L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E

L a c a n , n o es u n o b j e t o d e s t i n a d o a d a r satisfacciones, m i e n t r a s q u e
los a r t e f a c t o s t e c n o c i e n t í f i c o s , i n v e n t a d o s e n talleres y l a b o r a t o r i o s ,
n o h a c e n o t r a cosa q u e satisfacer d e m a n d a s . N o s o t r o s h e m o s j u s t i f i -
c a d o ya, l a r g a m e n t e , n u e s t r a p r e f e r e n c i a p a r a usar u n a p a l a b r a m á s
c o n v e n c i o n a l y d e o t r o m o d o r i c a e n s e n t i d o : ''servo7necanismos'\e
d e s i g n a a esos c h i r i m b o l o s q u e la c i e n c i a p e r m i t e f a b r i c a r y e n v i a r a l
m e r c a d o p a r a sit c o n s u r n o m a s i v o y q u e e s t á n d e s t i n a d o s a u n a rápi-
d a o b s o l e s c e n c i a , o b j e t o s q u e l l a m a r í a m o s prét áportero, m e j o r , pret á
jouiry q u e f u n c i o n a n c o m o a n á l o g o s d e l o b j e t o causa d e l deseo, d e l
o b j e t o @. E l o b j e t o @ f i o es m e r c a n c í a y n o es p o s i b l e su c o n s u m o
m a s i f i c a n t e . N o hay p ú b l i c o c o n s u m i d o r d e las p r o p i a s l á g r i m a s o
d e los p r o p i o s e s c í b a l o s a u n q u e h a y a q u i e n g o c e l l o r a n d o o... D e las
letosas o s e r v o m e c a n i s m o s , p o r e l c o n t r a r i o , sí se e x t r a e n ventajas y
s í n t o m a s ; t i e n e n v a l o r d e uso y v a l o r d e c a m b i o a d e m á s d e su v a l o r d e
g o c e . M á s a u n , es p o r ser m e r c a n c í a s q u e ellos e x i s t e n : su c a p a c i d a d
p a r a p r o d u c i r plusvalía es s u r a z ó n d e ser. L a d i f e r e n c i a es i n m e n -
sa. E l p a r e n t e s c o se d a e n su c o n d i c i ó n d e p l u s d e g o z a r . . . p e r o a h í
t a m b i é n yace u n a esencial d i f e r e n c i a , u n a a u t é n t i c a o p o s i c i ó n . P o r
u n l a d o , @ surge d e u n a p é r d i d a c o r p o r a l , s i n g u l a r e i r r r e c u p e r a b l e ,
r e a l , e x p e r i m e n t a d a p o r a l g u i e n q u e es así d e s t i n a d o a desear (es e l
o b j e t o @ c o m o "causa d e l d e s e o " ) y, p o r e l o t r o l a d o , m u y a l c o n t r a -
r i o , e n c o n t r a m o s el o f r e c i m i e n t o u n i v e r s a l o u n i v e r s a l i z a b l e d e vma
m e r c a n c í a s u s t i t u t i v a c o n sus d i m e n s i o n e s s i m b ó l i c a s e i m a g i n a r i a s
q u e se o f r e c e p a r a satisfacer las d e m a n d a s masivas d e c o n s u m i c i ó n y
se p r o p o n e c o m o e q u i v a l e n t e , c o m o r e m e d o d i r í a m o s , d e l " p l u s d e
g o z a r " . ¿ Q u i é n h a r í a la i m p e n s a b l e p u b l i c i d a d m e d i á t i c a d e l o b j e t o
@? ¿ Q u i é n , p o r e l c o n t r a r i o , n o se s e n t i r í a t e n t a d o e i m p u l s a d o a
p r o m o v e r c a m p a ñ a s p a r a p o n e r e n v e n t a y o b t e n e r ganancias c o n e l
c o n s u m o d e t o d o s esos a p a r a t i t o s q u e a d o r m e c e n y a p l a c a n el deseo
o p a r a a m p l i a r e l n ú m e r o d e sus a m i s t a d e s e n Facebook? E l p a r e n t e s c o
y l a d i f e r e n c i a e n t r e e l @ y sus s e m b l a n t e s es i l u s t r a d a , d e n u n c i a d a ,
a p r o v e c h a d a , e v i d e n c i a d a , p o r c i e r t o s artistas q u e v e n d e n b o t e l l a s
c o n a i r e , p a r t e s e x t r a í d a s d e su c u e r p o o, m á s d i r e c t a m e n t e , d i s t i n t a s
v a r i e d a d e s d e sus p r o p i a s sustancias e x c r e m e n t i c i a s . " ^
¿Es p o r p r e s u n c i ó n n e o l ó g i c a q u e l l a m a m o s " s e r v o m e c a n i s m o s " a
l o q u e A g a m b e n , i n v o c a n d o p o r su p a r t e a F o u c a u l t , l l a m a " d i s p o s i -

Iván Mejía, El cuerpo posthumano, M é x i c o , UNAM, 2005.

E L L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E
117

tivos" y L a c a n ( C Í L ) , c o n u n s e n t i d o p r ó x i m o al q u e q u e r e m o s p r o -
p o n e r , l l a m a lathouses? D e n i n g u n a m a n e r a . . . p e r o es e l l e c t o r q u i e n
debe j u z g a r sobre nuestras razones.
Q u i e r o d e t e n e r m e a l g o m á s e n estas lathouses, L a c a n e n 1970, des-
p u é s d e la i n s u r r e c c i ó n e s t u d i a n t i l d e 1968, t o m ó d e b i d a n o t a d e la
g l o b a l i z a c i ó n q u e e l s i g n i f i c a n t e , a través d e l a c i e n c i a , i m p o n í a c o m o
p r o c e s o d e i n t e r c o n e x i ó n e n t r e los seres h u m a n o s . . E l p r o c e s o d e d e -
v e l a m i e n t o a n u n c i a d o p o r T J é i d é g g e r {aletheia) d e l o r e a l a c a b a b a
p o r u n i f i c a r a l m u n d o e n u n a esfera ( c l a r a es l a c o n e x i ó n c o n la i d e a
d e " a l d e a g l o b a l " ) e n d o n d e t o d o s estamos " e n c h u f a d o s " {branchés)
a t m sistema a n ó n i m o q u e h o y p e r c i b i m o s c o m o r e d , c o m o web. L o s
h o m b r e s q u e p i s o t e a b a n l a L u n a p o d í a n d e c i r d e s d e allí las m a y o r e s
b a n a l i d a d e s o m e n t i r a s p e r o n o e r a eso l o i m p o r t a n t e s i n o q u e ellos
e s t a b a n c o n e c t a d o s c o n la h u m a n i d a d e n s u c o n j u n t o , q u e e l o b j e t o
@ de su voz t e l e t r a n s m i t i d a era c o n g r e g a n t e . E l a c o n t e c i m i e n t o n o
e r a t a n t o l a p r e s e n c i a física p i o n e r a d e los a s t r o n a u t a s e n n u e s t r o
s a t é l i t e c o m o q u e el e s p e c t á c u l o fuese u n o y e l m i s m o p a r a t o d o s los
t e r r í c o l a s . L a " a l e t o s f e r a " se m a t e r i a l i z a b a y los a p a r a t o s d e televisión
y s o r i i d o r e g i s t r a b a n esa u n i f i c a c i ó n p l a n e t a r i a c o n e l @ d e s p r e n d i -
d o o e m i t i d o p o r u n s e ñ o r l l a m a d o A r m s t r o n g , e n c a r n a c i ó n d e l fecit
potentiam in brachio suo, d e l t e x t o d e l Magníficat. N a d i e p u e d e ser c i u -
d a d a n o d e esta a l d e a g l o b a l s i n estar c o n e c t a d o a través d e a p a r a t o s ,
gadgets, lathouses. S i n e n c h u f a r s e .
D e s c a r t a m o s "lathouses^ c o m o u n a p a l a b r a t a n ' a r t i f i c i o s a o m á s
a u n q u e los trastos q u e p r e t e n d e m o s d e s i g n a r c o n e l l a . Ya estableci-
m o s q u e la d e f i n i c i ó n d e ^'dispositivo'' q u e A g a m b e n t o m a d e F o u c a u l t
y e x t i e n d e a t o d o s estos a p a r a t o s e x c e d e i n c a l c u l a b l e m e n t e a los ar-
t e f a c t o s q u e l l a m a m o s "servomecanismos^ y q u e n o c o n v i e n e usar u n
s i g n i f i c a n t e p a r a n o m b r a r a " o b j e t o s " c o n c r e t o s c u y a lista p u e d e ex-
p a n d i r s e o c o n t r a e r s e ad libitum/y e l m i s m o s i g n i f i c a n t e p a r a d e s i g n a r
o b j e t o s d e c o n o c i m i e n t o q u e se u b i c a n e n d i m e n s i o n e s d i f e r e n t e s
c o m o , p o r e j e m p l o , los c o m p l e j o s i n s t i t u c i o n a l e s . Ya l o h e m o s c o m -
p r o b a d o : u n e s t a d o n a c i o n a l n o es u n c i g a r r i l l o . E l l e n g u a j e n o es u n
bolígrafo.
S i n f o r z a r las e v i d e n c i a s , p o d r í a m o s c o n v e n i r e n q u e hay, sí, u n
mercado d e esos s e m b l a n t e s d e @ q u e t i e n e n l a f u n c i ó n d e d e s m e n t i -
d a d e la c a s t r a c i ó n (@ / — cp). ¿ N o p r o m e t e n esas lathouses lacanianas,
esos s e r v o m e c a n i s m o s , esos m a l l l a m a d o s dispositivos agambenianos,
ii8 E L L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E

n o es acaso su f u n c i ó n , l a d o a n d c i p a r e l g o c e — e s o q u e n a d i e p u e d e
p r o m e t e r p u e s la b a r r e r a d e l p l a c e r se i n t e r p o n e y l o h a c e p r o h i b i -
d o — y n o s o n ya todas esas "cosas", d e s e c h o s , r e s i d u o s , d e s d e e l m o -
m e n t o m i s m o e n q u e se los a d q u i e r e ? ¿ Q u i é n n o r e c u e r d a l a i m a g e n
d e l r o s t r o d e u n f u l a n o c u a l q u i e r a c o n su i-f?hone m o s t r a n d o t o d o l o
q u e p u e d e hacer, todas las f u n c i o n e s q u e t i e n e y q u e n a d i e p u e d e u t i -
lizar, todas las o p c i o n e s de m a n i o b r a , t o d o s los i c o n o s q u e a p a r e c e n
y d e s a p a r e c e n c o n el m o v i m i e n t o d e u n d e d o , etc.? L a suya es u n a
i m a g e n d e la s a t i s f a c c i ó n m á s e l o c u e n t e a u n q u e la p a r a d i g m á t i c a d e
F r e u d c u a n d o h a b l a d e l b e b é saciado d e s p u é s d e m a m a r su t e t a . Es
m u y d i f í c i l h a b l a r l e d e la c a s t r a c i ó n a l d u e ñ o d e u n i-f)hone, p o r n o
d e c i r d e u n M e r c e d e s . ¿ P a r a q u é se n o m b r a r í a a l a soga e n casa d e
q u i e n se s i e n t e d u e ñ o d e la h o r c a ?

B E R N A R D S T I E G L E R Y L A TÉCNICA E N E L M U N D O
HIPERINDUSTRIAL

A u n q u e l a lista es l a r g a , s o n , s e g ú n c r e o , p o c o s los p e n s a d o r e s q u e
a l c a n z a n s o b r e el t e m a d e los d i s p o s i t i v o s e n e l m u n d o c o n t e m p o -
r á n e o la p r o f u n d i d a d d e los r e p u t a d o s a u t o r e s q u e m e n c i o n a m o s
e n l a p r i m e r a p a r t e . E n t r e esos p o c o s destaca e l n o m b r e d e l f r a n c é s
B e r n a r d S d e g i e r ( q u i e n t a m p o c o c i t a a sus p r e d e c e s o r e s g r i n g o s q u e
e s c r i b í a n e n i n g l é s ) . Stiegler, e n sus tres v o l ú m e n e s t i t u l a d o s La tech-
nique et le temps ( 1 9 9 4 , 1996^ y 2 0 0 1 , e l p r i m e r o d e d i c a d o "a G i l í e s ,
m i h e r m a n o d e s a p a r e c i d o " ( ¿ D e l e u z e ? ) y e l t e r c e r o d e d i c a d o a su
a m i g o y maestro, Jacques D e r r i d a ) , e n el l i b r o q u e coescribió c o n
D e r r i d a , Echographies de la televisión ( 1 9 9 6 ) , e n sus m á s r e c i e n t e s tres
v o l ú m e n e s p u b l i c a d o s c o n e l n o m b r e d e Mécréance et discrédit ( 2 0 0 4 ,
2 0 0 6 y 2 0 0 6 ) — t o d o s ellos e n P a r í s , G a l i l é e — , e n la ú l t i m a serie q u e
a n u n c i a : Prendre soin ( 2 0 0 9 y 2 0 1 1 ) , e n P a r í s , F l a m m a r i o n , se h a i n -
t r o d u c i d o c o n a g u d e z a y o r i g i n a l i d a d c o n c e p t u a l e n los t e m a s m á s
espinosos d e l a a c t u a l i d a d t é c n i c a : l a b i o t e c n o l o g í a y las n a n o t e c n o -
l o g í a s . N o h a b r á q u e o l v i d a r , l l e g a d o s a este p u n t o , las r e f l e x i o n e s
d e l p r o p i o D e r r i d a e n Mal d'archive y e n su ú l t i m o s e m i n a r i o d e 2 0 0 2
c o n e l e n c a b e z a d o d e La béte et le souverain. Larga sería la referencia a
las valiosas a p o r t a c i o n e s d e S t i e g l e r e n e l s u r c o a b i e r t o p o r D e r r i d a y
E L L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E

nos q u e d a la o p c i ó n d e h a c e r u n b r e v e , n e c e s a r i a m e n t e a v e n t u r a d o
e i n e x a c t o , r e s u m e n y c o m e n t a r i o d e las m i s m a s . ¿ Q u é a p o r t a él a
n u e s t r a c o m p r e n s i ó n d e los s e r v o m e c a n i s m o s ( p a l a b r a q u e r a r a m e n -
te usa) y d e sus e f e c t o s c o n s t i t u y e n t e s p a r a las s o c i e d a d e s q u e l l a m a
" h i p e r i n d u s t r i a l e s " p u e s r e c h a z a d e m o d o t e r m i n a n t e q u e se h a b l e
de s o c i e d a d e s " p o s m o d e r n a s " o "postíndustriales"?^^
N o p o d r í a m o s e n c o n t r a r a l g u i e n más afín que él a nuestro p e n -
s a m i e n t o c u a n d o c e n t r a la c u e s t i ó n p o l í t i c a y c u l t u r a l d e l d e s a r r o l l o
instrumental e n t o r n o a la prodigiosa m n e m o t e c n o l o g í a científica.
Así c o m o n o s o t r o s h e m o s l l e g a d o a l t e m a d e la t é c n i c a a través d e
u n a larga interrogación psicoánalítica sobre la m e m o r i a , Stiegler h a
s e g u i d o u n r e c o r r i d o similar."^

Es sobre este camino de la m e m o r i a que he encontrado a la técnica: com-

prendí más tarde que la técnica era el corazón mismo de esta pregunta p o r
la m e m o r i a . N o me considero u n "filósofo de la técnica" sino más b i e n como
u n filósofo que intenta contribuir, j u n t o c o n otros, a establecer que la cues-
tión filosófica, es de p u n t a a punta, la aceptación de una condición que lla-
mo tecno-lógica: al mismo tiempo técnica y lógica, forjada desde el inicio en el
entrecruzamiento del lenguaje y el i n s t r u m e n t o .

L a r e v o l u c i ó n h i p e r i n d u s t r i a l , d i c e S i e g l e r d e m i l m a n e r a s , es l a
de los m e c a n i s m o s c a d a d í a m á s p o d e r o s o s d e r e t e n c i ó n , d e m e m o -
r i a , d e a r c h i v o y d e r e g i s t r o d e los d a t o s . L a m e m o r i a n o se g u a r d a
e n Ios-sujetos; les es i m p u e s t a a ellos p o r a p a r a t o s d o t a d o s d e ciertas
m o d a l i d a d e s " o r g á n i c a s " , e s d e c i r , i n s t r u m e n t a l e s . Así, s i g u i e n d o
a H u s s é r l , S t i e g l e r c o m i e n z a p o r r e c o n o c e r ''retenciones primarias'.
C u a n d o se e s c u c h a u n a f r a s e . o u n a m e l o d í a , es n e c e s a r i o c o n s e r v a r
u n r e g i s t r o m n é m i c o d e las p a l a b r a s o las n o t a s a n t e r i o r e s p a r a p o d e r

B e r n a r d Stiegler, De la misere synibolique,vo\. I: Uépoque hyperindustrielle, París, G a -

lilée, 2004, p. 98. Stiegler rechaza a la vez la expresión de "sociedades posmodernas"
originado e n la obra de J e a n - E Lyotard ("el concepto de posmodernidad necesitaría
de u n a crítica minuciosa y escrupulosa y no todo e n él es a rechazar") c o m o la de "so-
ciedades postindustriales" de A l a i n Touraine pues, "muy por el contrario, estamos más
que n u n c a e n la industrialización de todas las cosas".
'"^ B e r n a r d Stiegler, Philosopherpar accident, París, Galilce, 2004. Présentation.
B e r n a r d Stiegler, De la misere symholique, vol. TI: La catastrophe du sensibU,
París:,Galilée, 2005, p. 23: " L a o r g a n o l o g í a es la rama de la musicología que clasifica y
describe los instrumentos de música".
1 FX L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E

" s e g u i r " , d a r i l a c i ó n , a u n f l u j o d e s e n s a c i o n e s q u e se p r e s e n t a n c o m o
c o n t i n u a s : la p e r c e p c i ó n s ó l o es p o s i b l e c u a n d o a c t ú a u n a m e m o r i a
d e l pasado i n m e d i a t o que precede a cada m o m e n t o de la actividad
s e n s o r i a l . L a m e m o r i a i n m e d i a t a y a u t o m á t i c a d e l p a s a d o m á s re-
c i e n t e es la c o n d i c i ó n d e l a p e r c e p c i ó n . L u e g o h a b r á q u e t o m a r e n
c u e n t a ''retenciones secundarias^ q u e d a n s e n t i d o y o r i g i n a n r e c u e r d o s
(Erinnerungen) d e las e x p e r i e n c i a s pasadas (mneme, e n A i i s t ó t e l e s ) ,
Se t r a t a d e la m e m o r i a s i n g u l a r , e p i s ó d i c a , esa q u e se consei-va e n
l a m e n t e d e q u i e n t u v o las v i v e n c i a s , se t r a n s m i t e b a j o l a m o d a l i d a d
d e a n é c d o t a s , n o se a c u m u l a si n o se c o n f i a n los d a t o s a m e d i o s d e
e s c r i t u r a y a c a b a r á p o r ser a b o l i d a e n e l i n s t a n t e d e l a m u e r t e d e
su s u j e t o - s o p o r t e (Tráger), F i n a l m e n t e , e s t á l a m e m o r i a c o n s i g n a d a a
e q u i p o s d e r e g i s t r o {hypomnernata) que son objetos innemotécnicos
y q u e v a n desde la e s c r i t u r a m a n u a l h a s t a I n t e r n e t c o m o s o p o r t e d e
u n a m e m o r i a o b j e t i v a y u n i v e r s a l . S o n éstas, s e g ú n H u s s e r l y Stiegler,
las "retenciones terciarias'', c o n s u s t a n c i a l e s c o n la c u l t u r a , asignadas a
ciertos soportes materiales ("servomecanismos" diríamos nosotros)
q u e a s u m e n u n a e v i d e n t e d o m i n a n c i a e n la é p o c a a c t u a l p e r o q u e
p u e d e n rastrearse a l o l a r g o d e l a h i s t o r i a t o d a d e l a e s p e c i e e n t a n t o
q u e h a b l a n t e . P a r a ellas a c u ñ a e l a u t o r u n útil ( a u n q u e r e b u s c a d o )
n e o l o g i s m o : se t r a t a d e u n a m e m o r i a " e p i f i l o g e n é t i c a " q u e se c o n -
serva m á s allá d e los c u e r p o s " p o r organización de ¿o inorgánico, pues
u n i n s t r u m e n t o , u n a escritura, u n a h u e l l a técnica, n o son más que
u n estado i n o r g á n i c o y n o obstante o r g a n i z a d o " . E n otras palabras:
materia racionalizada. C o m o el reloj de nuestros principios. U n l i -
b r o , t a n t o e n p a p e l c o m o n u ^ n é r i c o , es u n a p a r a t o d e c o n s e r v a c i ó n
d e la m e m o r i a d e su e s c r i t u r a , hipomnematá, según el h e l e n i s m o de
D e r r i d a y Foucault que Stiegler r e f r e n d a .
E l a p o r t e o r i g i n a l d e S t i e g l e r se a p r e c i a c u a n d o m u e s t r a q u e e l
o r d e n e n q u e d e b e n c o n s i d e r a r s e estas tres m o d a l i d a d e s d e l a r e t e n -
c i ó n es, d e s d e u n p u n t o d e vista t a n t o l ó g i c o c o m o c r o n o l ó g i c o , e l
i n v e r s o a l q u e s u p o n d r í a m o s d e m a n e r a i n t u i t i v a y a la o r d e n a c i ó n
q u e él h a p r o p u e s t o . S o n los a p a r a t o s y las t é c n i c a s c u l t v u a l e s d e r e -
g i s t r o d e l p a s a d o o r e t e n c i o n e s " t e r c i a r i a s " ( c o n s e r v a c i ó n d e escri-
t u r a s , las m i s m í s i m a s " l e n g u a s n a t u r a l e s " , l a m e m o r i a i n s t r u m e n t a l

B e r n a r d Stiegler, La technique et te temps. 3. Le temps du cinema et la C{uestio7i du mal-

étre. París, Galilée, 2001, p- 302.
E L L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E 12 1

i n c o r p o r a d a e n los a r t e f a c t o s ) las q u e c o n d i c i o n a n l a a p a r i c i ó n y e l
r e g i s t r o d e las r e t e n c i o n e s " s e c u n d a r i a s " ( r e c u e r d o s ) y s o n éstas, a su
vez, las q u e p e r m i t e n e l r e c o n o c i m i e n t o d e las u n i d a d e s e l e m e n t a l e s
" p r i m a r i a s " q u e p e r m i t e n d a r s i g n i f i c a c i ó n a las secuencias d e letras,
p a l a b r a s y frases q u e p e r c i b i m o s c o m o " d i s c u r s o " . D e i g u a l m o d o su-
c e d e c o n las n o t a s , m e l o d í a s y c o m p o s i c i o n e s m u s i c a l e s q u e r e s u l t a n
d e l a i n t e r v e n c i ó n d e " i n s t r u m e n t o s " ( " ó r g a n o s " ) q u e l l e v a n e n sí, e n
su c o n s t r u c c i ó n , las m a r c a s d e l a h i s t o r i a d e las c u l t u r a s e n las q u e
son u t i l i z a d o s . S t i e g l e r o b j e t a l a i d e a i n g e n u a d e l d e s a r r o l l o l i n e a l
( o n t o g e n é t i c o y filogenético) a p a r t i r d e las p e r c e p c i o n e s y c o l o c a
e n e l o r i g e n e l estado d e l a m n e m o t é c n i c a q u e es a r t í f i c e d e l a m e -
m o r i a y d e l a p e r c e p c i ó n . Es allí d o n d e r e c u r r e a l c o n c e p t o d e l o
" e p i f i l o g e n é t í c o " , i n s t r u m e n t a l , q u e es f u n d a n t e y f u n d a m e n t a l . E n
e l o r i g e n e s t á l a m e m o r i a escrita d e l a especie y d e l a c u l t u r a . L a
m e m o r i a h i s t ó r i c a y c o l e c t i v a es e l f u n d a m e n t o d e los r e c u e r d o s y d e
l a m e m o r i a e p i s ó d i c a s i n g u l a r d e los m i e m b r o s d e u n a c o m u n i d a d
y es é s t a l a q u e d e t e n t a las claves d e l a p e r c e p c i ó n y e l r e g i s t r o d e l a
e x p e r i e n c i a v i v i d a . E l l e n g u a j e es, e n ú l t i m a i n s t a n c i a , e l f u n d a m e n t o
d e l a p e r c e p c i ó n y n o a l c o n t r a r i o . Y c o n e l l e n g u a j e l l e g a n los d e -
m á s i n s t r u m e n t o s . E l b i b e r ó n p r e c e d e a l b e b é . S o n los r e c u e r d o s d e l
p a s a d o v i v i d o los q u e o r g a n i z a n l a p e r c e p c i ó n d e l p r e s e n t e q u e se
o f r e c e a los s e n t i d o s .
S i g u i e n d o u n proceso de recensión histórica análoga a la que he-
m o s d e s a r r o l l a d o e n u n p a r á g r a f o e s p e c i a l ' d e la s e g u n d a p a r t e ( p .
1 1 9 ) , S t i e g l e r destaca la r e l e v a n c i a :
1] d e l a e s c r i t u r a artesang^l, q u e a l c a b o d e u n t i e m p o y e n e l á r e a
d e l M e d i t e r r á n e o , d e v i e n e alfabética, p r o p i a de u n m o m e n t o inicial
c o m o f u n d a m e n t o d e l p o d e r d e q u i e n e s p o d í a n r e g i s t r a r y conser-
v a r los a r c h i v o s d e c a d a s o c i e d a d y, 2 ] la d e la e x p a n s i ó n industrial
d e la m n e m o t é c n i c a c o n la imprenta d e G u t e n b e r g , hasta l l e g a r a la
f u n d a c i ó n d e las " e m p r e s a s " d e la i n f o r m a c i ó n e n e l s i g l o x i x (1834^
1844) c o n las a g e n c i a s n o t i c i o s a s y la a p l i c a c i ó n d e l a e l e c t r i c i d a d a
las t e l e c o m u n i c a c i o n e s q u e r e v o l u c i o n a r o n los m o d o s d e r e g i s t r o e n
el s i g l o x x , p a r a a c a b a r e n l o q u e n o s o t r o s c o n s i d e r a m o s 5 ] e l a c t u a l
e s t a d o d e la e s c r i t u r a , c u y o n ú c l e o s o n los s e r v o m e c a n i s m o s infor-
máticos y cibernéticos q u e u t i l i z a n c ó d i g o s d i g i t a l e s y q u e p r e s c i n d e n
d e t o d o s o p o r t e m a t e r i a l . Es ( c o m o s i e m p r e l o f u e ) u n a t é c n i c a d e
e s c r i t u r a la q u e o f r e c e al i n d i v i d u o u n a m e m o r i a ya f a b r i c a d a , la d e
122 E L L E N G U A J E E S TÉCNICA Y ES A R T E

S U c u l t u r a , la d e su g r u p o s o c i a l , p l a s m a d a e n y p o r e l l e n g u a j e y es, a
su vez, este l e n g u a j e y este d i s c u r s o p r e c e d e n t e , c o n los i n s t r u m e n t o s
c o r r e l a t i v o s , e l q u e p e r m i t i r á a ese i n d i v i d u o p e r c i b i r la " r e a l i d a d " y
organizaría de m o d o significativo.
L a m e m o r i a i n d i v i d u a l y colectiva c o m i e n z a e n el O t r o d e l len-
g u a j e q u e es l a c o n d i c i ó n d e p o s i b i l i d a d d e l a c o n s e r v a c i ó n d e los
r e c u e r d o s c o m o " m e m o r i a e p i s ó d i c a " , m e m o r i a n a r r a t i v a d e los
a c o n t e c i m i e n t o s v i v i d o s , esa q u e , d e e x i s t i r e n los a n i m a l e s , s e r í a
r u d i m e n t a r i a , a d i f i s r e n c i a d e la " m e m o r i a s e m á n t i c a " , m e m o r i a de
d a t o s y e x p e r i e n c i a s , q u e , a l d e c i r d e los n e ü r o c i e n t í f i c o s , es c o m ú n
a los a n i m a l e s y a l hombre.^**
S t i e g l e r insiste (si n o es q u e d e s c u b r e ) q u e e l i n s t r u m e n t o ( m n e -
m o ) t é c n i c o p a r a ser p e r f e c t o t i e n e q u e c u m p l i r c o n u n p r e r r e q u i s i t o
q u e es la n u m e r a c i ó n , l a t r a n s f o r m a c i ó n d e l d a t o e n n ú m e r o . L o q u e
se va a r e g i s t r a r tiene q u e ser " ú n i c o " , i n c o n f u n d i b l e , d i f e r e n c i a d o d e
t o d o o t r o objeto registrado o registrable. Sólo el n ú m e r o ofrece u n
sistema d e " n o m b r e s " q u e n o p u e d e n r e p e t i r s e s i n r e m i t i r a l m i s m o
o b j e t o . E l c ó m p u t o a r i t m é t i c o c o m i e n z a p o r ser u n a a c t i v i d a d m o t r i z
d e l o j o y d e la m a n o , se t r a n s f o r m a l u e g o e n u n a a c t i v i d a d m e n t a l
q u e h a c e q u e e l m u n d o se p r e s e n t e c o m o esa r e a l i d a d c a l c u l a b l e q u e
p e r m i t e e l c o m e r c i o y la a s t r o n o m í a , y t e r m i n a s i e n d o u n a a c t i v i d a d
m a q u í n i c a q u e se e j e r c e i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e c u a l q u i e r v o l u n t a d
p o r m e d i o d e s e r v o m e c a n i s m o s e s p e c í f i c o s . P a r a q u e u n a h u e l l a sea
u n " o b j e t o " fielmente c o n s e r v a d o y r e p r o d u c i b l e hasta e l i n f i n i t o s i n
c a m b i o ( i d e n t i d a d s i n d i f e r e n c i a e n t r e e l a c o n t e c i m i e n t o y su r e m e -
m o r a c i ó n ) es n e c e s a r i o t r a n s f o r m a r a l h e c h o s u c e d i d o y a su r e g i s t r o
en u n n ú m e r o (en u n a coordenada numérica) absolutamente dife-
r e n t e , específico y n o s u p e r p o n i b l e c o n o t i o n ú m e r o , u n n ú m e r o al
q u e sea p o s i b l e r e c u r r i r tantas veces c o m o se l o c r e a c o n v e n i e n t e . R e i -
t e r a b l e hasta e l i n f i n i t o s i n q u e n u n c a c a m b i e , " H i p e r r e p r o d u c i b l e " .
H e m o s d i c h o q u e el a m o a m a a l n ú m e r o hasta e l p u n t o d e q u e se c o n -
fiande c o n él: el n ú m e r o es — t i e n e q u e s e r — e l a m o . T i e m p o y espa-
c i o d e b e n ser r i g u r o s a m e n t e n u m e r a d o s p a r a q u e p u e d a n ser o b j e t o
d e r e g i s t r o y c á l c u l o . Las c o n t i n u i d a d e s d e b e n ser disueltas m e d i a n t e

N é s t o r A . Braunstein, Memoria y espanto O el recuerdo de infancia y La memoria, la

inventora. M é x i c o , Siglo X X I , 2008. U n tercer volumen sobre el tema. La memoria del
uno y la iriemoiia del Otro, está e n proceso de edición y c o m p l e t a r á una trilogía sobre ei
tema de la m e m o r i a singular, la m e m o r i a colectiva y la historia documental.
E L L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E
123

cortes q u e h a g a n d e c a d a n a n o s e g u n d o y d e c a d a n a n o m i h i n e t r o u n a
u n i d a d a b s o h i t a e i n c o n f u n d i b l e q u e s u p e r a i n f i n i t a m e n t e las capaci-
dades d e d i s c r i m i n a c i ó n d e los sentidos. N o bastan las d o s r e f e r e n c i a s
de t i e m p o y espacio c o n las q u e se o b t i e n e n g r á f i c a s b i d i m e n s i o n a l e s
c o n sus respectivas abscisas y o r d e n a d a s . Es p r e c i s o a c c e d e r a u n a í^-
dimensión también constitutiva del hecho, a u n a esfericidad de la
r e f e r e n c i a d o n d e esos d o s registros d e l tiempo y e l e s p a c i o s o n c o r r e -
l a c i o n a d o s c o n la " i d e n t i d a d " y la s i n g u l a r i d a d d e l o b j e t o ' ( a u t o m ó v i l ,
planta, mosca, persona individualizada, p i e d r a q u e aparece e n www.
g o o g l e . e a r t h , etc.) a u t e n t i f i c a d a p o r c i e r t o s d o c u m e n t o s ^ p a r a , u n a
vez t r a n s f o r m a d a l a "cosa" e n n ú m e r o , r e t e n e r y m a t e m a t i z a r su pasa-
d o . N o se conserva a l m o s q u i t o s i n o a l n ú m e r o ú n i c o q u e l o d e s i g n a
e n u n a e s c r i t u r a i n d e l e b l e . H o y e n d í a t o d o es c a l c u l a b l e , i n c l u s o el
f u t u r o , m e d i a n t e l a p r o b a b i l í s t i c a y " c a l c u l a r " es m a n e j a r u n t e c l a d o
q u e p o n e e n a c c i ó n a u n m e c a n i s m o e n e l q u e se h a n d e l e g a d o las
o p e r a c i o n e s d e l a i n t e l i g e n c i a . " I n t e l i g e n c i a a r t i f i c i a l " le d i c e n , i n t e -
l i g e n c i a c o m o a r t i f i c i o , i n t e l i g e n c i a d e los artefactos. L a m á q u i n a n o
es l o c o n t i n g e n t e a l o q u e se a r r i b a p o r e l " d e s a r r o l l o " t e c n o l ó g i c o ; l a
m á q u i n a p o n e e n e v i d e n c i a l o r e a l d e l c á l c u l o y r e d u c e a las o p e r a c i o -
nes m e n t a l e s y m o t r i c e s d e los h o m b r e s a n t e r i o r e s , los " p r i m i t i v o s " , a
la c o n d i c i ó n d e p r e c u r s o r a s d e l a a c c i ó n s e r v o m e c á n i c a . L a m á q u i n a
d e t e n t a las claves d e l a m e m o r i a y d e l c á l c u l o ; Deep blue l e e n s e ñ a a los
K a s p a r o v d e l p r e s e n t e y d e l f u t u r o . E l n u e v o l e n g u a j e n o es u n a espe-
cie d e n e o f o r m a c i ó n t u m o r a l c o m o a l g u n o s se c o m p l a c e n ( o s u f r e n )
e n p e n s a r s i n o la r a z ó n d e ser d e todos los l e n g u a j e s p r e c e d e n t e s . L a
m e m o r i a a b s o l u t a encarnada^ e n las c o m p u t a d o r a s n o es u n c ú m u l o
d e d a t o s i n e r t e s : l a m á q u i n a n o es l o m u e r t o q u e se e n f r e n t a c o n los
o r g a n i s m o s v i v i e n t e s s i n o q u e es u n a m a n i f e s t a c i ó n t é c n i c a d e la v i d a
h u m a n a q u e está, t o d a ella, s o m e t i d a a l l e n g u a j e q u e le es c o n s u s t a n -
c i a l . ¿ L a j a u l a d e l l e n g u a j e ? S u p o n g a m o s q u e sí. ¿ C ó m o p o d r í a m o s
salir d e e l l a s i n o es c o n e l l e n g u a j e m i s m o ?
L a t é c n i c a p u e d e ser \ista c o m o u n s í n t o m a , c o m o e l sinthome d e l a
h u m a n i d a d h i s t ó r i c a , c o m o u n a d e las respuestas posibles a l m a l e s t a r
e n la c u l t u r a . A m o d o de tal, c u m p l e c o n u n a f u n c i ó n necesaria y
n o se p r e s t a p a r a d a r o r i g e n a p r o g r a m a s t e n d i e n t e s a " c o m b a t i r " sus
efectos o a p r o p u e s t a s p a r a q u e los o r g a n i s m o s se e n f r e n t e n e n u n
c o m b a t e c o n t r a los s e r v o m e c a n i s m o s (cabe e v o c a r a q u í l a d i s c u t i b l e
p r o p u e s t a d e A g a m b e n ) . D e l o q u e se t r a t a p a r a l a h u m a n i d a d , t a n t o
1 24 E L L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E

a h o r a c o m o s i e m p r e , es d e "saber h a c e r " c o n e l s í n t o m a y p a r a e l l o n o
h a y recetas n i p r e s c r i p c i o n e s válidas. Este p r o g r e s o t e c n o c i e n t í f i c o es
u n d e s a f í o a las s u b j e t i v i d a d e s , u n pharmakon ( m e d i c i n a y v e n e n o a la
vez) y n i n g ú n c ó d i g o , n i n g u n a r e f l e x i ó n filosófica, n i n g u n a o r t o d o x i a
podrán l i b r a r del s u f r i m i e n t o y el goce concomitantes. Será el m o -
m e n t o de recordar c o n Heidegger la palabra de Hólderlin: e n m e d i o
d e l p e l i g r o c r e c e l o q u e salva. E n m e d i o d e las amenazas a la s u b j e t i -
v i d a d p r o c e d e n t e s d e l a o b j e t i v a c i ó n y e l c á l c u l o surge u n a a l t e r n a t i v a
q u e es e l d e s p l i e g u e d e o t r o .discurso, revés d e l d i s c u r s o d o m i n a n t e ,
e s t i m u l a d o p r e c i s a m e n t e p o r l o q u e se p r e s e n t a c o m o riesgo d e d e -
v a s t a c i ó n e s p i r i t u a l . E l s u e ñ o y el a r t e , e l p s i c o a n á l i s i s e n la m e d i d a e n
q u e sepa a c o m p a ñ a r l o s , s e r á n las a l t e r n a t i v a s " t e r a p é u t i c a s " , " f a r m a -
c o l ó g i c a s " , p a r a e l p r e v i s i b l e y c o n s t a t a b l e i n c r e m e n t o e n el malestar.
A u n q u e n o l o d i g a d e esa m a n e r a S t i e g l e r : e l u n i v e r s o es u n l i b r o
t a l c o m o l o p l a n t e a b a G a l i l e o e n // saggiaíore y las letras d e su escri-
t o r s o n s i g n o s m a t e m á t i c o s y figuras g e o m é t r i c a s . L a l o c a i m a g e n d e
u n L i b r o q u e es u n a n á l o g o d e la n a t u r a l e z a , d e u n L i b r o c o n el
c u a l e l u n i v e r s o f u e c r e a d o , q u e h a b r á d e leerse c o n n ú m e r o s p a r a
d e s e n t r a ñ a r e l p l a n d e su e s c r i t u r a , es l a d e u n a gematría a l a q u e I n -
t e r n e t d a l a r a z ó n y la p u n t a d a final. E l m u n d o e s t á c i f r a d o y p u e d e
d e s c i f r a r s e m e d i a n t e los sefirot, los d í g i t o s e l e v a d o s p o r la C a b a l a a
la d i g n i d a d d i v i n a , saber d e l p a s a d o y d e l f u t u r o d e t o d o y d e t o d o s .
L o s a c o n t e c i m i e n t o s , y c o n esto v o l v e m o s a Stiegler, e n la p e r s p e c t i v a
d e l a t e c n o c i e n c i a , t i e n e n q u e ser " a t o m i z a d o s " m e d i a n t e su discre-
c i o n a l i z a c i ó n , su s u m i s i ó n a u n a i n f i n i t a división q u e h a g a d e c a d a
m o m e n t o y de cada p u n t o algo absolutamente i n c o n f u n d i b l e con
c u a l q u i e r o t r o . L a t e c n o c i e n c i a es l a m n e m o t e c n o l o g í a q u e p e r m i t e
g u a r d a r r e g i s t r o y a r c h i v a r t o d o s esos m i c r o e l e m e n t o s d e s p u é s d e
c o n f e r i r l e s u n n ú m e r o . L a m e g a m á q u i n a — l l a m é m o s l a a s í — es u n
i n f i n i t o a l m a c é n d e n a n o d a t o s . U n g r a n a p a r a t o q u e hace d e t o d o , l o
m á s b a n a l y l o m á s r e l e v a n t e , a l g o ú n i c o q u e se r e g i s t r a p a r a s i e m p r e
c o n u n n ú m e r o q u e es su c o n s t a n t e .
Ese a l m a c é n n o es u n s ó t a n o d o n d e los n a n o d a t o s s o n p a s i v a m e n -
te g u a r d a d o s . Es u n a o r g a n i z a c i ó n i n f o r m á t i c a activa q u e c o n f i g u r a
y m o d e l a las s u b j e t i v i d a d e s y sus i d e n t i d a d e s , las n u e s t r a s , l a d e q u i e -
nes s o m o s p r o d u c i d o s y m o l d e a d o s p o r l a m e m o r i a u n i v e r s a l q u e es
e p i f i l o g e n é t i c a , s u p e r p u e s t a a l a d e l a especie. L a m e g a m á q u i n a , s i n
e m b a r g o , t i e n e u n p u n t o d e t r o p i e z o y ese p u n t o es e l sujeto v i v i e n t e
E L L E N G U A J E ES T É C N I C A Y ES A R T E

q u e g o z a y s u f r e . L a s u b j e t i v i d a d es t a n e x t r a ñ a , t a n i n c o m p a t i b l e c o n
el r e g i s t r o n u m é r i c o d e los h e c h o s c o m o l o q u e p u e d e d i s t i n g u i r e l
o j o d e s n u d o c u a n d o t r a t a d e e n t e n d e r e l r e c t á n g u l o atravesado p o r
l í n e a s verticales d e u n c ó d i g o d e b a r r a s . S ó l o las m á q u i n a s " s a b e n "
" l e e r " ese l e n g u a j e . L a " r e a l i d a d " , e n este caso e l c o n j u n t o d e d a t o s
r e l a c i o n a d o s c o n l a m e r c a n c í a , n o p u e d e ser " l e í d a " p o r e l ó r g a n o
de la visión s i n o p o r la c o m p u t a d o r a . L a " r e a l i d a d " d e la p e r c e p c i ó n -
c o n c i e n c i a está e n c u a d r a d a p o r t o d o eso q u e n o se p e r c i b e c o n los
sentidos s i n q u e p o r e l l o sea i n c o n s c i e n t e , p o r el d i s p o s i t i v o d e la p r o -
d u c c i ó n y el c o n s u m o q u é o p e r a a través d e c i e r t o s s e r v o m e c a n i s m o s
r e g u l a d o s e n su f u n c i o n a m i e n t o p o r e l saber c i e n t í f i c o q u e n o es e l
saber d e n a d i e ( o q u e es e l saber d e l O t r o ) . E l o j o d e l a c o m p u t a d o r a
q u e lee e n e l a e r o p u e r t o e l c ó d i g o d e b a r r a s g r a b a d o e n e l p a s a p o r t e
d e l c i u d a d a n o "sabe" d e él m u c h o q u e é l i g n o r a d e sí m i s m o . P e r o
n a d a sabe d e su g o c e , i n c l u s o e l d e ser " i n d i v i d u a l i z a d o " y h e c h o
" i n c o n f u n d i b l e " p o r u n a máquina registradora que f u n c i o n a tan mis-
teriosamente c o m o "el ojo de Dios" a p r e n d i d o e n el catecismo.
D e este m o d o el saber y las c o o r d e n a d a s i n d i v i d u a l e s se t r a n s f o r -
m a n e n p r o d u c t o s i n d u s t r i a l e s y e n m e r c a n c í a s q u e se p r e s e n t a n
c o m o tales e n los m e r c a d o s . L o s d a t o s se c o m p i l a n , se v e n d e n y se
t r a n s m i t e n de u n r i n c ó n d e l p l a n e t a al o t r o . Los "bancos de datos"
s o n , c o m o t o d o s los b a n c o s , i n s t i t u c i o n e s financieras q u e h a c e n e l
c e n s o y l a c e n s u r a d e los " d a t a d o s " . E l c o m p r a d o r d e p r o d u c t o s m a r -
cados c o n e l Universal Product Code ( U P C ) , a l pasar p o r l a c é l u l a ó p t i c a
q u e m a n e j a e l v e n d e d o r se t r a n s f o r m a e n u n a m e r c a n c í a , u n d a t o
q u e p u e d e v e n d e r s e a u n tjercero c o m o su " p e r f i l d e c o n s u m i d o r " .
I g u a l m e n t e le s u c e d e a q u i e n e n t r e g a s u p a s a p o r t e a l b u r ó c r a t a d e
m i g r a c i o n e s c u a n d o e n t r a o sale d e u n p a í s .
V e m o s q u e e l sistema t é c n i c o se h a v u e l t o i m p e r i a l y p l a n e t a r i o p o r
la d i g i t a l i z a c i o n invasiva d e l m u n d o , e n t e r o a través d e los aparatos
electrónicos de cálculo, de transmisión y de t e l e c o m u n i c a c i ó n . Ellos
p e r m i t e n u n a integración global de la producción de bienes de con-
s u m o , d e l a p r o m o c i ó n p u b l i c i t a r i a y d e l a d i f u s i ó n q u e se c o n s i g u e
p o r m e d i o d e la o m n i p r e s e n t e p a n t a l l a d e " t e l e v i s i ó n / t e l é f o n o p o r -
t á t í l / I n t e r n e t / c o m p u t a d o r a " t r a n s f o r m a d a e n u n ó r g a n o d e teleco-
m a n d o , s e g ú n la t a n festejada n o v e d a d d e l o " i n t e r a c t i v o " . ^ ' E l m u n d o

"Interpasivo" propone, con toda razón, Slavoj Zizek (The Tnterpassive Subjecí, París,
Traverses, 1998).
126 E L LENOTTAJE E S T E C N I C A Y ES A R T E

es u n o s o l o , el q u e l a t é c n i c a h a c o n f i g u r a d o , y n a d i e p u e d e escapar
d e é l . E l s u j e t o a n t e su televisor es u n d a t o r e g i s t r a d o e n las encuestas
d e rating. Sus r e a c c i o n e s a n t e e l e s p e c t á c u l o q u e se le ofirece s o n t a m -
b i é n o b j e t o d e c á l c u l o . E l p r o d u c t o q u e las e m i s o r a s y los a n u n c i a n t e s
c o m p r a n y v e n d e n es su c a p a c i d a d d e a t e n c i ó n y r e a c c i ó n y es f e r o z
l a c o m p e t e n c i a p o r c a p t a r ese p r o d u c t o , esa a c t i v i d a d c e r e b r a l , esa
a d r e n a l i n a y esa s e r o t o n i n a q u e l o tienen c a u t i v o d e l show. Hay, sin
e m b a r g o , e f e c t o s p a r a d ó j i c o s . U n o d e ellos es e l s í n d r o m e d e satura-
c i ó n s e n s o r i a l : e l b o m b a r d e o i n f o r m á t i c o a c a b a p o r p r o d u c i r la i n d i -
f e r e n c i a y e l b l o q u e o d e los sistemas d e r e t e n c i ó n s e c u n d a r i a , a q u é l l o s
q u e l l e v a n a l c o m p r o m i s o s u b j e t i v o c o n e l e s p e c t á c u l o q u e se o f r e c e .
C u a n d o l a a t e n c i ó n d e j a d e f u n c i o n a r a l s e r v i c i o d e l r e g i s t r o d e datos
y d e p r o v o c a r u n a r e a c c i ó n " i n t e r a c t i v a " , e l p r o d u c t o q u e el sistema
h a c o m p r a d o , esto es, l a a c t i v i d a d c e r e b r a l d e l espectador, p i e r d e su
v a l o r c o m e r c i a l e i n d u s t r i a l . Es difícil m a n t e n e r u n j u s t o e q u i l i b r i o
e n t r e el m á x i m o d e a t e n c i ó n q u e se q u i e r e c a p t a r y la a n u l a c i ó n anes-
t é s i c a p o r s a t u r a c i ó n d e esa f a c u l t a d d e respuesta. L a c o n t e m p l a c i ó n
d e s g a n a d a , a p á t i c a , es l a c o n t r a p a r t e d e l a c i c l ó p e a p o t e n c i a d e l c o n -
t r o l r e m o t o q u e p e r m i t e e l surfing por l a escena m u n d i a l d o n d e t o d o
acaba p o r ser e q u i v a l e n t e y p o r p r o d u c i r e l m i s m o e f e c t o h i p n ó t i c o ,
d o n d e t o d o p o d r í a ser d i c h o — y a c a b a r á p o r d e c i r s e — s i n q u e a na-
d i e le i m p o r t e , p u e s t o q u e t o d o s e r á r e d u c i d o a la p a p i l l a i n f o r m e d e
lo i n d i s t i n g u i b l e , de la i m p e r c e p t i b l e diferencia entre u n n ú m e r o de
t r e i n t a d í g i t o s y o t r o . E n t r e dos r e c t á n g u l o s d e c ó d i g o d e barras.
E l m u n d o se h a u n i f i c a d o a l r e d e d o r d e l o q u e se m u e s t r a , d e l
show, cuya p r i m e r a y e s p e c t a c u l a r a p a i i c i ó n f u e l a d e l h o m b r e e n
l a L u n a . A p a r t i r d e e n t o n c e s the show must go on. L o s e s p e c t á c u l o s
d e p o r t i v o s y a r t í s t i c o s , las f l u c t u a c i o n e s d e los m e r c a d o s a c c i o n a r i o s ,
e l e s c u r r i m i e n t o d e las n o t i c i a s , es i n c e s a n t e . S i e m p r e y e n a l g u n a
p a r t e a l g o está p a s a n d o q u e se o f r e c e c o m o pasto p a r a e l a p e t i t o d e l
e s p e c t a d o r q u e se d e j a a r r a s t r a r p o r e l m o v i m i e n t o s i n t r e g u a d e las
i m á g e n e s q u e f i j a n e l r i t m o d e las a c t i v i d a d e s m e n t a l e s p r o g r a m a d a s
d e s d e c e n t r o s d e c o n t r o l i m p o s i b l e s d e l o c a l i z a r e n l a g e o g r a f í a te-
r r e s t r e o e n e l escaneo c e r e b r a l y t r a n s m i t i d o s , t r a n s - m e t i d o s , desde
satélites q u e o r b i t a n f u e r a d e la a t m ó s f e r a . E l f u e g o d e la c a v e r n a p l a -
t ó n i c a q u e a l u m b r a u n d e s f i l e d e s o m b r a s es a t i z a d o s i n pausas. Las
c o n c i e n c i a s l a t e n c o n r i t m o s establecidos p o r e l O t r o y c o n o c e n sus
sístoles y sus d i á s t o l e s d e n t r o d e l g r a n e s p e c t á c u l o c i n e m a t o g r á f i c o
E L L E N G U A J E ES TÉCNICA Y ES A R T E 127

y tele-visado q u e es l a a l d e a g l o b a l . L a g r a n ilusión se h a p u e s t o e n
m a r c h a y esa i l u s i ó n f u e i n a u g u r a d a e n e l c a m p o d e l a p i n t u r a p o r l a
perspectiva, surgida e n el R e n a c i m i e n t o y reforzada p o r la fotografía
e n l a é p o c a i n d u s t r i a l . Es el trompe Voeil, e l t r a m p a n t o j o , l a ilusión d e
la r e f e r e n c i a l i d a d , d e "estar a h í " . C u a n d o v e m o s u n a f o t o g r a f í a p e n -
samos q u e eso es u n r e c o r t e d e l pasado q u e h a s i d o t r a í d o a l p r e s e n t e
y d i f í c i l m e n t e p e n s a m o s e n e l a r t i f i c i o q u e es la m i r a d a d e l f o t ó g r a f o
y la i n t e n c i ó n d e l i b e r a d a o n o d e e n g a ñ a r a través d e l e n c u a d r e , d e
la s e l e c c i ó n d e l m o m e n t o , d e los azares h i s t ó r i c o s q u e e s t á n d e t r á s d e
cada t r a r n p a n t o j o o de cada fotografía o película q u e llega a nuestra
m i r a d a . T e n d e m o s a creer, i n g e n u a m e n t e , q u e si a l g o se n o s p r e s e n t a
c o m o f o t o g r a f í a o c o m o f o n o g r a f í a eso q u e v e m o s y o í m o s es a l g o
q u e r e a l m e n t e f u e . B o r r a m o s la diferancia q u e h a y e n t r e e l a c o n t e c i -
m i e n t o , p a r a s i e m p r e p e r d i d o , y s u r e i t e r a c i ó n p o r los s e r v o m e c a n i s -
mos que son instrumentos de la m n e m o p o l í t i c a .
E l sujeto de la sociedad d e l espectáculo está e n la posición del
p r o t a g o n i s t a d e La invención de Morel, el r e l a t o d e B i o y Casares d e
1940 a l q u e a h o r a v o l v e m o s . E n a q u e l l a h i s t o r i a , e l i n v e n t o r h a b í a
a s e g u r a d o , a través d e l m o v i m i e n t o d e las m a r e a s , u n a f u e n t e e n e r -
gética inagotable que ponía en acción máquinas que reproducían
e n e l espacio r e a l a p e r s o n a j e s y s i t u a c i o n e s q u e h a b í a n s i d o "regis-
tradas", " f i l m a d a s " e n u n pasado r e m o t o y a t e m p o r a l . E l náufrago
q u e l l e g a b a a la isla d o n d e f u n c i o n a b a este p r o d i g i o s o i n v e n t o e r a
t a n r e a l o i r r e a l c o m o e l e s p e c t á c u l o q u e se d e s a r r o l l a b a a n t e sus
ojos' P o d í a e n a m o r a r s e d e u n a m u j e r " p r o y e c t a d a " p e r o n o p o d í a
c o m u n i c a r s e c o n e l l a p o r q u e e l t i e m p o d e su visión n o c o i n c i d í a c o n
el d e los a c o n t e c i m i e n t o s q u e " p r e s e n c i a b a " . E n este "caso" la d i s l o -
c a c i ó n e r a t e m p o r a l ; e n e l caso d e l e s p e c t a d o r d e l m u n d o televisivo
q u e se p r e s e n t a c a d a vez c o m o m á s v e r o s í m i l y v e r a z , l a d i s l o c a c i ó n
es espacial: é l o e l l a v e n desde su h a b i t a c i ó n , e n u n t i e m p o c o m p a r -
t i d o c o n o t r o s m i l l o n e s d e c o n s u m i d o r e s d e las m i s m a s i m á g e n e s , a
seres c u y a e x i s t e n c i a y cuyas sensaciones les l l e g a n d e s d e u n satélite
a r t i f i c i a l q u e p r o y e c t a l o q u e s u c e d e e n c u a l q u i e r o t r o l u g a r d e la
t i e r r a . L a f a n t á s t i c a i l u s i ó n m o r e l i a n a se h a v u e l t o t r i v i a l . ¿ Q u i é n es
el M o r e l que " d a a ver" u n m u n d o que c o n c e n t r a a miles de m i l l o n e s
d e m i r a d a s ? " C o n c e n t r a " e n u n " c a m p o " c o m p a r t i d o , e l v i s u a l . T a l es
e l d i s p o s i t i v o d e l e s p e c t á c u l o c u y a c r í t i c a es h o y u n a v u l g a r i d a d p o r
la q u e q u i z á d e b e r í a m o s p e d i r d i s c u l p a s .
128 E L L E N G U A J E E S T É C N I C A Y E S ARTE

L a a c t u a l i d a d es u n a " a r t e f a c t u a l i d a d " , ^ ^ es u n a c o n s t r u c c i ó n ar-

t i f i c i a l q u e pasa p o r los " m e d i o s " . D e este m o d o , el tiempo, n u e s t r o
t i e m p o " v i v i d o " , es u n p r o d u c t o d e los s e r v o m e c a n i s m o s q u e c r e a n
las i m á g e n e s q u e d o m i n a n n u e s t r a a c t i v i d a d v i g i l y hasta l a o n í r i c a .
Este e f e c t o " m o r e ü a n o " n o es u n a c c i d e n t e s i n o q u e es esencial e n
el actual m o d o de producción, u n m o d o post o h i p e r m o d e r n o que
n o e s t á c e n t r a d o e n la s a t i s f a c c i ó n d e las n e c e s i d a d e s m e d i a n t e la
o f e r t a d e o b j e t o s p a r a e l c o n s u m o s i n o e n l a c r e a c i ó n d e las d e m a n -
das d e o b j e t o s q u e s i m u l e n e l g o c e , espejos d e N a r c i s o ( n u n c a se
o l v i d a r á l a r e l a c i ó n e n t r e e l narciso y l a narcosis, esto es^ l a a n u l a c i ó n
sensorial), q u e p e r m i t e n al sujeto la ilusión de la o m n i p o t e n c i a a
través d e l m a n e j o d e teclados q u e p a r e c e n h a b i l i t a r l a s e l e c c i ó n d e l
m u n d o e n d o n d e c a d a u n o p o d r í a vivir. T e n d e m o s a c r e e r q u e s o m o s
sujetos y q u e a p a r t i r d e s e r l o e l e g i m o s e n t r e los a p a r a t o s q u e n o s s o n
o f r e c i d o s p o r l a i n d u s t r i a . ¿ N o es m á s b i e n l o c o n t r a r i o ? ¿ N o es q u e
n u e s t r o ser c o m o sujetos es e l e f e c t o d e u n a t e c n o l o g í a q u e p r e c e d e
y p r e e x i s t e a las e s t r u c t u r a s subjetivas e i n c l u s o a las c o n f i g u r a c i o n e s
p o l í t i c a s d e nuestras sociedades? ¿ N o s e r e m o s c o m o esos m é d i c o s
c u y a p e r c e p c i ó n y c u y a a c c i ó n estaba d e t e r m i n a d a y c o n d i c i o n a d a
p o r los a p a r a t o s q u e m a n e j a b a n , p o r e l e s t e t o s c o p i o , l a m á q u i n a d e
rayos X , e l e s c á n e r ? ¿ N o s o n esos a r t e f a c t o s los q u e n o s i n s t a l a n e n l a
r e a l i d a d y n o s p r i v a n d e l o real? ¿ N o s o n e l l o s los s i g n i f i c a n t e s a m o
q u e nos r e p r e s e n t a n ante el Otro? ¿No goza e l sujeto de la civiliza-
c i ó n c o n t e m p o r á n e a c o n su i n c l u s i ó n e n u n m u n d o high tech e n e l
q u e c o m p r a l a i l u s i ó n d e ser el a m o c u a n d o , e n r e a l i d a d , h a p a s a d o
a ser u n d a t o , u n n ú m e r o n^ás, e n e l u n i v e r s o d e las encuestas? N o
s i e m p r e sabe — y p u e d e q u e n u n c a s e p a — e l u s u a r i o d e l G P S q u e e s t á
s i e n d o l o c a l i z a d o y s e g u i d o p o r e l a p a r a t o q u e m a n e j a , q u e es u n o b -
j e t o @ e n t r e g a d o a l g o c e d e l O t r o . Q u e s u i n t e r a c t i v i d a d q u e consiste
e n a p r e t a r e l mouse o t o c a r u n p e d a c i t o d e c r i s t a l d e u n a p a n t a l l a es
u n a d e m o s t i a c i ó n de su pasividad ante el deseo y el goce d e l O t r o
que "lo tiene m e d i d o " .

Jacques Derrida, "Artefactualités", e n Jacques D e r r i d a y B e r n a r d Stiegler, Echogra-

phies de la telmñsion. Entretiens filmes, primera parte, París, Galilée, 1996.
SEGUNDA PARTE

LA TEORÍA LACANIANA DE LOS DISCURSOS.

LOS C U A T R O DISCURSOS, E L DISCURSO C:APITALISTA
y E L D I S C U R S O PST, POST-, P E S T I L E N T E
7. L A C A N : L O S D I S C U R S O S ( C U A T R O ) E N L U G A R D E L O S
DISPOSITIVOS

LA TEORÍA D E LOS D I S C U R S O S : UNA E X I G E N C I A E N E L C A M P O

FREUDIANO

L a e n s e ñ a n z a d e Jacques L a c a n , c o m o sabemos, es a n t e r i o r a la p u e s t a
e n j u e g o d e los " d i s p o s i t i v o s " p o r p a r t e d e M i c h e l F o u c a u l t y sus e p í g o -
nos, D e l e u z e y A g a m b e n . Más a u n , ya h e s u g e r i d o q u e la i n n o v a c i ó n
d e F o u c a u l t es u n a respuesta tácita a las p r o p o s i c i o n e s d e A l t h u s s e r e n
1970 s o b r e los aparatos i d e o l ó g i c o s d e estado y d e L a c a n e n t r e 1968
y 1973 sobre los c u a t r o discursos. N o es q u e L a c a n desconociese l a
p a l a b r a o las u t i l i z a c i o n e s posibles d e l t é r m i n o " d i s p o s i t i v o " . U s ó c o n
f r e c u e n c i a la e x p r e s i ó n " d i s p o s i t i v o a n a l í t i c o " cuya i n v e n c i ó n h i z o re-
m o n t a r a l p r o c e d i m i e n t o de la c u r a f r e u d i a n a y p r o p u s o a l t e r a c i o n e s
a ese d i s p o s i t i v o q u e a u n h o y se d i s c u t e n . F u e él q u i e n c o m p a r ó ( s e m i -
n a r i o - i n é d i t o d e l 10 d e m a y o de 1966) la escena d e l análisis, s e m b l a n t e
d e l a v i d a a través d e l d i s c u r s o d i r i g i d o a l psicoanalista e n " o t r a escena"
(einanderes Schauspiel, c o m o l a q u e se hace c r e í b l e e n los s u e ñ o s ) c o n e l
f u n c i o n a m i e n t o d e los e l e m e n t o s " p r a c t i c a b l e s " , semblantes d e p u e r -
tas y ventanas q u e separan espacios e n el d e c o r a d o t e a t r a l h a c i e n d o
así c r e e r e n la " v e r d a d " d e l dispositivo.^ E n su m o m e n t o p r o m o v i ó e l
" d i s p o s i t i v o d e l pase" c o m o u n a i n n o v a c i ó n p a r a e l f u n c i o n a m i e n t o
d e " s u " Escuela F r e u d i a n a d e París. N u n c a , s i n e m b a r g o , t u v o la i d e a
g e n é r i c a d e los " d i s p o s i t i v o s " q u e F o u c a u l t d e l i n e ó a ñ o s d e s p u é s e n
u n a r e u n i ó n c o n a l g u n o s d e los p r i n c i p a l e s d i s c í p u l o s y c o n ciertos
f a m i l i a r e s d i r e c t o s d e L a c a n q u e ya h e m o s r e s e ñ a d o .
Después de h a b e r d e f i n i d o e n la p r i m e r a p a r t e e l l u g a r d e la t é c n i c a
y d e los s e r v o m e c a n i s m o s e n la escena c o n t e m p o r á n e a d e l a c u l t u r a y
después d e l a d i s c u s i ó n d e los d i s p o s i t i v o s y sus d i s t i n t a s c o n c e p c i o n e s ,

^ L a relevancia de esta c o m p a r a c i ó n entre lo practicable del análisis y el mecanis-

mo teatral h a sido destacada e n u n texto imprescindible de Jacques Nassif, la segunda
parte de su libro Le bon mariage. L'appareil de la psychanalyse, París, Aubier, 1992, pp.
109-179.
[131]
132 LA TEORÍA L A C A N I A N A D E L O S DISCURSOS

c r e o l l e g a d o e l m o m e n t o d e s e ñ a l a r l o q u e el p s i c o a n á l i s i s p u e d e
p r o p o n e r , p a r t i e n d o de la situación actual, sobre la relación entre
t e c n o l o g í a , l e n g u a j e y o r g a n i z a c i ó n " d i s p o s i t i v a " d e l p o d e r . Esto o b l i -
g a r á a r e p a s a r l a tesis d e los d i s c u i s o s y la p r o p u e s t a e s t r u c t u r a l de
L a c a n q u e n o d a l u g a r a u n a lista e m p í i ñ c a s i e m p r e excesiva, s i e m p r e
incompleta, sino a u n i n s t r u m e n t o conceptual riguroso para articu-
l a r el saber i n a u g u r a d o p o r F r e u d c o n l a t e o r í a p o l í t i c a , p o r u n a par-
te, y c o n l a l i n g ü í s t i c a e n t a n t o q u e t e o r í a d e l d i s c u r s o , p o r l a óti-á.
T a l es l a a m b i c i ó n y e l o b j e t i v o n o s i e m p r e d e c l a r a d o d e esos c u a t r o
" d i s c u r s o s " e n e l s e n t i d o l a c a n i a n o : u n a i r r u p c i ó n d e l psicoanálisis
e n c a m p o s q u e p a r e c e n serle a j e n o s .
D e b e m o s e m p e z a r p o r a d m i t i r q u e c a r e c e m o s d e u n a t e o r í a sóli-
d a , n o i m p u g n a b l e , d e l a a r t i c u l a c i ó n e n t r e los h a l l a z g o s d e l a c l í n i c a
y las c o n d i c i o n e s m a t e r i a l e s d e la e x i s t e n c i a d e n u e s t r o s p a c i e n t e s
—de n o s o t r o s mismos— e n l a s o c i e d a d c o n t e m p o r á n e a . C u a l q u i e r
c o n c l u s i ó n a l r e s p e c t o d e b e r á estar s o m e t i d a a l a e s c u c h a d e l "caso
p o r caso" y c a d a n u e v a o b s e r v a c i ó n p o d r í a infirmar nuestras m á s
fundadas especulaciones. A c e p t a r e m o s c a m b i a r nuestra teoría para
d a r c u e n t a d e los casos... p e r o n o a los casos p a r a j u s t i f i c a r ntiestras
reflexiones. El analista n o p u e d e dejar de i n d a g a r la relación entre
l a c o m p l e j a s o c i e d a d d e su t i e m p o y la n o m e n o s c o m p l i c a d a subje-
t i v i d a d d e sus a n a l i z a n t e s ( e l " m a l e s t a r e n la c u l t u r a " ) p e r o e s t a r á
e n t o d o m o m e n t o a d v e r t i d o d e l r i e s g o d e las g e n e r a l i z a c i o n e s e n las
q u e se c o n f u n d e n las e l a b o r a c i o n e s d e d i s c i p l i n a s q u e t i e n e n d i v e r -
sos o b j e t o s d e e s t u d i o . Si e l i n c o n s c i e n t e es l o q u e e x c e d e a l saber
d e las t e c n o c i e n c i a s n o p o r e l l o es fácil e s t i p u l a r la r e l a c i ó n e n t r e el
e x c e d e n t e y l o e x c e d i d o . ¿ C ó m o es l a r e l a c i ó n e n t r e la m á q u i n a d e
s o ñ a r y la m á q u i n a de calcular?
E n esa d i f i c u l t a d n o s e m b a r c a m o s : a r t i c u l a r l o s u b j e t i v o s i n g u l a r ,
l o p a r t i c u l a r d e l s u f r i m i e n t o y d e los e x t r a v í o s e n los v e r i c u e t o s d e l
g o c e y d e l deseo c o n los p r o c e s o s c o l e c t i v o s e n estos t i e m p o s d e ver-
t i g i n o s a t r a n s f o r m a c i ó n d e l paisaje s o c i a l , i d e o l ó g i c o e i n c l u s o fí'sico
c o m o r e s u l t a d o d e los "avances" d e la t e c n o c i e n c i a q u e p e r m i t e n e l
c o n t r o l s o f i s t i c a d o d e l a n a t u r a l e z a y d e los h o m b r e s . N o s n e g a m o s
la c o n s o l a c i ó n i n i c i a l d e u n a i n e x i s t e n t e " t e o r í a s ó l i d a " d e la q u e p o -
d r í a m o s deducir las e x p l i c a c i o n e s q u e n o s f a l t a n y a l a q u e p o d r í a -
m o s , si t u v i é s e m o s b u e n a f o r t u n a , reducir \?i v a r i o p i n t a m u l t i p l i c i d a d
d e l a r e a l i d a d q u e c o m p r o b a m o s e n la c l í n i c a . O p t a m o s , e n c a m b i o .
LOS DISCURSOS KN UUOAR D E L DISPOSl I I V O

p o r d e s m e n u z a r ( " a n a l i z a r " ) los c a m b i o s q u e se p r o d u c e n e n los d o s

c a m p o s y t r a t a m o s d e inducir—abducir dirÍ2L e l e p i s t e m ó l o g o q u e n o
teme al serrallo de la ó p e r a de M o z a r t — u n a respuesta p r o v i s i o n a l y
p r u d e n t e , sujeta a r e c t i f i c a c i o n e s , q u e p u d i e s e server c o m o m e c a n i s -
m o d e e m b r a g u e t e ó r i c o e n t r e l a masa d e i n f i ^ r m a c i o n e s ( " d a t o s " )
q u e v i e n e n d e a m b o s l a d o s : e l p s i c o a n á l i s i s p o r u n a p a r t e y las " c i e n -
cias sociales" p o r l a o t r a . N o existe u n a t e o r í a u n i f i c a d a d e las c i e n -
cias d e l s i g n o y esc d é f i c i t p a r e c e n o ser u n a pasajera impotencia, s i n o
u n a p e r d u r a b l e imposibilidad.
T r a b a j a m o s nuestras hipótesis a p a r t i r d e u n a gigantesca masa d e
datos y cifiras q u e nos i n f i ^ n i i a n acerca d e u n a r e a l i d a d esquiva y abier-
ta a las i n t e r p r e t a c i o n e s m á s dispares. P a r ü m o s d e u n p u n t o a c e p t a d o
c o n v e n c i o n a l m e n t e y p o r eso m i s m o sospechoso: l a f e n o m e n o l o g í a d e
u n a v i d a c a m b i a n t e e n las sociedades l l a m a d a s pos ( h i p e r ) i n d u s t r i a l e s
q u e t a n t o y t a n b a n a l m e n t e c o s q u i l l e a a la m a y o r í a d e los estudiosos,
a r r e b a t a d o s p o r los i n e s p e r a d o s e m b r u j o s y las amenazas a p o c a l í p t i -
cas d e l a c o n t e m p o r a n e i d a d t é c n i c a , social y p o l í t i c a . Ese c ú m u l o d e
a b r u p t a s novedades parece i n d i c a r nuevas o r i e n t a c i o n e s y h o r i z o n t e s ;
el c a c o f ó n i c o discurso q u e esc uc h amos y c o n f r e c u e n c i a n o s e n s o r d e -
ce, p r o v e n i e n t e d e m i l a l t o p a r l a n t e s , s e r í a e l f e n ó m e n o r e v e l a d o r d e
nuevas p o s i c i o n e s subjetivas a las q u e t e n d r í a m o s q u e a p l i c a r las p o t e n -
cias d e l //m^ar e n t e n d i d o e n e l s e n t i d o h e i d e g g e r i a n o . A esto el psicoa-
nálisis n o p u e d e r e n u n c i a r : a c o n s i d e r a r las c o n d i c i o n e s d e su c l í n i c a
( d e l a t r a n s f e r e n c i a ) e n cada m o m e n t o d e la h i s t o r i a . S i n o l v i d a r q u e
b i e n p u d i e r a ser q u e n a d a h u b i e s e d e i n u s i t a d o y q u e nuestras i m p r e -
siones acerca d e t r a n s f o r m a c i o n e s radicales e n la v i d a h u m a n a f u e s e n
meras e x t e n s i o n e s d e n u e s t r o f a n t a s m a . N o s e r í a ésta la p r i m e r a vez e n
q u e la m o n t a ñ a d e datos a l u m b r a a u n r a t ó n m i e n t r a s e s c o n d e la esen-
cia d e l o q u e parece revelar. O q u e n o s f a s c i n a m o s c o n u n a " n o v e d a d "
q u e el sol a l u m b r a desde el c o m i e n z o d e los t i e m p o s .
L a h i s t o r i a es b i e n c o n o c i d a , a l m e n o s e n los c u a r t e l e s d e l laca-
n i s i n o , y p r o c e d e r é a r e s t i t u i r l a c o n r a p i d e z . D e s p u é s d e kís a c o n -
t e c i m i e n t o s d e 1968 q u e s a c u d i e r o n a la c i v i l i z a c i ó n m u n d i a l d e s d e
E u r o p a hasta e l L e j a n o O r i e n t e , d e s d e M é x i c o hasta e l V a t i c a n o , l a
r e s pu e s ta d e J a c q u e s L a c a n f u e l a p r o m o c i ó n d e u n a " t e o r í a d e los
c u a t r o d i s c u r s o s " , e x p u e s t a e n el s e m i n a r i o x v i i ^ y e n su c o n f e r e n -

^ Jacques L a c a n [1969-1970], Le Séminaire. Livre XVIL L'envers de la psychanalyse, Pa-

rís, Seuil, 1991, p. 31 y R/idiophonie, AutresÉcrils, París, Seuil, 2001, p. 447. D e b o .señalar
134 L A T E O R Í A L A C A N I A N A OF. L O S D I S C U R S O S

cia RaAiophonie. N u n c a antes h a b í a t e n i d o el psicoanálisis u n a herra-

m i e n t a t a n p r e c i s a p a r a a n a l i z a r las s i t u a c i o n e s t a n t o d e su p r o p i a
c l í n i c a c o m o d e l a a r t i c u l a c i ó n d e e l l a c o n los p r o c e s o s h i s t ó r i c o s
q u e i n v o l u c r a n a l a s u b j e t i v i d a d . E l p i i n t o d e p a r t i d a era e l d e l a rea-
l i d a d d i s c u r s i v a y e l d i s c u r s o a d m i t í a u n a escueta d e f i n i c i ó n : e r a "/¿m
sociaV', l a z o o v í n c u l o s o c i a l . S e n c i l l a t a m b i é n e r a la fi^rmalización
e s t r u c t u r a l a u n q u e p u e d a p a r e c e r fi3rzada a l l e c t o r h a b i t u a d o a l e e r
e n p r o s a y q u e a b r i g a u n a j u s t i f i c a d a déscÓnfíáhizá fiente a las f ó r m u -
las m a t e m á t i c a s : c u a t r o " l u g a r e s " l i g a d o s p o r fiechas o vectores d e
c o n e x i ó n q u e m a r c a b a n la necesidad o la i m p o s i b i l i d a d de ciertos
" e n c u e n t r o s " e n t r e esos c u a t r o l u g a r e s d i s t r i b u i d o s , d o s e n u n a l í n e a
s u p e r i o r ( e l d e l agente, el d e l otro), y dos e n la l í n e a i n f e r i o r ( e l d e l a
producción y el d e l a verdad), c u a t r o m a t e m a s o l e t r a s q u e o c u p a b a n
o r d e n a d a m e n t e sus l u g a r e s d e n t r o d e u n á l g e b r a r í g i d a ( S,, S^, @
—petit a— y $ ) y p e r m i t í a n d e f i n i r c u a t r o e s t r u c t u r a s discursivas ( d e l
amo, d e l a universidad, d e l psicoanalistay d e l a histérica). C o n estas fór-
m u l a s e l l a z o social h a b í a s i d o e n l a z a d o . U n a a r t i c u l a c i ó n de Jacto y
de júrelos l i g a b a : los c u a t r o discursos n o p o d í a n ser e x c l u y e n t e s ; c a d a
u n o d e e l l o s s u p o n e l a p r e s e n c i a y la m o v i l i z a c i ó n d e los o t r o s tres.
C o m o e n c u a l q u i e r c u a d r ú p e d o q u e n o esté l i s i a d o .
L o s discursos aparecen e n t o d a su pureza sobre el p a p e l p e r o e n
e l análisis d e la r e a l i d a d , d e c u a l q u i e r r e a l i d a d q u e está o r g a n i z a d a
e n r e l a c i ó n c o n el v í n c u l o social, se d e b e t o m a r e n c u e n t a la c o y u n -
t u r a d e su i n t e r a c c i ó n p u e s " e l d i s c u r s o e s t á l i g a d o a los intereses d e l

que la escritura es diferente en estas dos referencias que son c o n t e m p o r á n e a s : en las

fórmulas que a c o m p a ñ a n a los enunciados de Radiofonía se indican vectores curvos
entre los dos lérminos inferiores de cada u n o de los cuatro discursos y aparecen las
palabras "imposibilidad" e n el vector Sj del discurso del amo y en el vector @ —* $
del discurso del analista e "impotencia" a c o m p a ñ a n d o a los vectores curvos inferiores
e n el discurso de la univer-sidad entre $ y en el discurso de la histérica entre S^*— @.
L o s vectores curvos en la parte inferior y las palabras agregadas no fueron ni dichas ni
escritas e n ninguno de los seminarios. C o m o esta escritura y las nada matemáticas pa-
labras "impotencia" e "imposibilidad" en la escritura de las cuatro fórmulas se usaron
u n a ú n i c a vez y no tuvieron efectos en la e n s e ñ a n z a ulterior de L a c a n y tampoco entre
sus discípulos, me limito a dejar constancia de ellas sin abundar e n comentarios que
serían infundados y arriesgados de mi parte. Por otra parle y c o m o luego veremos, las
fórmulas trabajadas en los seminarios fueron radical y subrepticiamente modificadas
e n 1971-1972. Esas conferencias acaban de ser publicadas: J. Ijaccxw, Je parle aux murs,
París. Seuil, 2011.
LOS D I S C U R S O S E N L U G A R D E L D I S P O S I T I V O

sujeto"^. E l p l a n t e o d e L a c a n e r a d e u n a c a u t i v a n t e s i m p l i c i d a d y a l
m i s m o tiempo h a c í a b r i l l a r u n a p r o m e s a d e e x a c t i t u d . L a f ó r m u l a
m a t r i z d e los discursos e r a l a d e l p r i m e r o d e los ^cuatro e n u n s e n t i -
d o l ó g i c o y c r o n o l ó g i c o : e l discurso del amo. Ese o r d e n d e los c u a t r o
l u g a r e s e s t r u c t u r a l e s : ( a g e n t e , o t r o , p r o d u c c i ó n y v e r d a d , respectiva-
m e n t e ) g i r a n d o p o r c u a r t o s d e c í r c u l o en sentido horario o antihorario,
permitía d e f i n i r sólo c u a t r o discursos q u e e r a n , a p a r t i r d e l a l g o r i t m o
i n i c i a l ya m e n c i o n a d o , los o t r o s tres: e l u n i v e r s i t a r i o ( a g e n t e : S^), e l
d e l a n a l i s t a ( a g e n t e : @) y e l d e l a h i s t é r i c a ( a g e n t e : $ ) .

Estructura general del discurso, de cada uno de los cuatro discursos

Agente otro

Verdad producción

especificados como

Discurso del amo o maestro Discurso de la Unixjersidad

$ @ $
Discurso del analista Discurso de la histérica

¿De d ó n d e procede la idea de Lacan de p r o p o n e r u n a estructura

m a t e m á t i c a , r i g u r o s a , f o r m a l i z a d a , d e los discursos? ¿ P o r q u é esos
c u a t r o e l e m e n t o s y p o r q u é e n ese o r d e n ? L a e l e c c i ó n y la s e l e c c i ó n
n o s o n a r b i t r a r i a s . E l f u n d a m e n t o d e esta p r o p u e s t a e s t r u c t u r a l es e l
c o n c e p t o d e l objeto m i s m o de c o n o c i m i e n t o d e l psicoanálisis, aquel

^Jacques L a c a n Séminaire. Livre XVII, cit., p. 105.

136 r,A l E O R T A L A C A N I A N A D E L O S D I S C U R S O S

q u e m o t i v a su p r á c t i c a y su t e o r í a : el sujeto, el s u j e t o e n u n s e n t i d o
l i n g ü í s t i c o , g r a m a t i c a l ( q u e es, p o r u n l a d o , e l s t i j e t o d e l e n u n c i a d o
y, p o r o t r o , e l s u j e t o d e l a e n u n c i a c i ó n ) y e l s u j e t o e n u n s e n t i d o psi-
c o a n a l í t i c o ( s u j e t o d e l i n c o n s c i e n t e ) y sus c o n e x i o n e s c o n e l sujeto
p o l í t i c o ( s u j e t o c i u d a d a n o d e las d e m o c r a c i a s ) y el s u j e t o p s i c o l ó g i c o
( e n t e n d i d o c o m o i n t e r i o r i d a d a n í m i c a d e u n o r g a n i s m o v i v i e n t e ) re-
p r e s e n t a d o a n t e sí m i s m o y a n t e los d e m á s p o r e l p r o n o m b r e " y o " .
E n l a e n s e ñ a n z a d e L a c a n y s ó l o e n su e n s e ñ a n z a , h a c i a 1968, ya se
h a b í a afianzado la r i g u r o s a definición psicoánalítica y lingüística d e l
sujeto e n su r e l a c i ó n c o n los significantes, que no puede confimdirse
c o n n i n g u n o d e los o t r o s " s e n t i d o s " d e l a p a l a b r a " s u j e t o " , c o n e x c l u -
sión de t o d a r e f e r e n c i a e m p í r i c a , sociológica o psicológica o d e t o d a
a l u s i ó n a l a h i s t o r i a d e los e q i i í v o c o s q u e la filosofía h a b í a a c u m u l a d o
a l r e d e d o r d e este c o n c e p t o q u e es u n v o c a b l o f u n d a m e n t a l l a c a n i a -
n o , n o f r e u d i a n o , d e l p s i c o a n á l i s i s . El sujeto es lo que un significante
representa para (ó ante) otro significante.'^
L a f o r m a l i z a c i o n d e los c u a t r o discursos, esa q u e h e m o s r e p r o d u -
c i d o p o c o h a , p e r m i t e u n a r e p r e s e n t a c i ó n a l g e b r a i c a d e esa d e f i n i -
c i ó n y deja u n l u g a r a la i n v e n c i ó n lacaniana c o n c o m i t a n t e q u e n o
a p a r e c e c o m o t a l e n l a d e f i n i c i ó n y q u e es u n a g r e g a d o d e c r u c i a l
i m p o r t a n c i a . L a d e f i n i c i ó n c o r r e l a t i v a d e los s i g n i f i c a n t e s Sj y y
el s u j e t o $ d e j a u n s a l d o , u n r e s i d u o , e l o b j e t o a m i n ú s c u l a , no

^Jacques L a c a n [1968-1969], D'un Autre á l'autre. Le Séminaire. LivreXVT, París, Seuil,

2006, pp. 21-24. Esta f ó r m u l a venía siendo enunciada desde antes pero es en esta opor-
tunidad, el 13 de noviembre de 1968, cuando se liga con el objelo a (@ e n la escritura
que nosotros proponemos) y se esboza lo que t e r m i n a r á por ser la fórmula general
del discurso.
D e b o justificar esta innovación tipográfica mía que es e x t r a ñ a a la tradición la-
caniana y a la letra misma tal como siempre la utilizó el propio L a c a n . E l usó siempre
el signo e n cuestión c o m o a miiuiscula {petit a) aunque lo escribiese de dos maneras:
*'/ e n cursivas cuando se refería a la imagen del otro {aulre), en el registro imaginario,
por ejemplo en la f ó r m u l a del fantasma (S <> «, en el grafo del deseo, o: i {a) para
inscribir el matema de la imagen del otro en el mismo grafo); después usó la letra
" a " sin cursivas, c o m o m í n i m a n o t a c i ó n algebraica, u n a vez que hubo "inventado " el
objeto a minúscula, perteneciente al registro real. Mi propuesta para referirme a este
objelo es: @, una a minúscula seguida de una cola o espiral, arroba, en nuestras lenguas
romances. E n tal caso, la a queda encerrada en u n a letra o, o de objeto, inacabada,
no cerrada. Este signo tipográfico es hoy de-uso general y figura en todas nuestras
actuales "máquinas de escribir", no tiene un sonido (es a-fónico, u n a pura letra) que
lo haga partícipe de equívocos significantes que son distintos en cada lengua (la letra
a es una. preposición eu español {voy a casa), una m a n e r a de conjugar el verbo "tener"
LOS D I S C U R S O S E N l U G A R D E L D I S P O S I T I V O

s i g n i f i c a n t e y n o s u b j e t i v o , q u e t a m b i é n fi^rma p a r t e d e la e s t r u c t u r a .
C o n el o b j e t o @, p e r t e n e c i e n t e a l o r e a l , p o d í a L a c a n d a r c u e n t a d e
su avance: " t o d o es e s t r u c t u r a , p e r o n o t o d o es significante".'^ Las cua-
t r o fi5rmulas d e los discursos d e r i v a n d e esa d e f i n i c i ó n c o r r e l a t i v a d e l
sujeto y los s i g n i f i c a n t e s c o n su r e s t o n o i n c l u i d o : @. L a e s c r i t u r a laca-
n i a n a , a p a r t i r d e la d e f i n i c i ó n d e l s u j e t o y d e la fiírinula d e l d i s c u r s o
d e l a m o , es u n a fi^rmalización d e las m o d a l i d a d e s d e l lazo social, t m
i n s t r u m e n t o p a r a t r a b a j a r a n a l í t i c a m e n t e la c a c o f o n í a íntp en
u n m u n d o d o n d e parece q u e t o d o p u e d e decirse y q u e t o d o r e q u i e r e
u n m o d o c o m ú n d e " c o m p r e n s i ó n " . Es e l i n t e n t o d e h a c e r v a l e r u n
p r i n c i p i o d e o r d e n e n el u n i v e r s o i n f o r m e d e los e n u n c i a d o s .
Ya a n t i c i p é q u e l a f ó r m u l a l a c a n i a n a d e l a e s t r u c t u r a g e n e r a l d e
los d i s c u r s o s ( u n a t o p o l o g í a , u n a t o p o l o g í a e n t a n t o q u e es m a t e -
i n a t i z a b l e ) f u e t r a n s f o r m a d a p o r é l , s i n p r e v i o aviso, e n 1971.^ N o
s ó l o a g r e g ó L a c a n e n esa o p o r t u n i d a d c u a t r o n u e v o s v e c t o r e s ( e n l a
f ó r m u l a o r i g i n a l h a b í a s ó l o u n v e c t o r , e l q u e l i g a b a a l " a g e n t e " c o n el
" o t r o " ) c o n u n a o r i e n t a c i ó n s o r p r e n d e n t e d e las r e l a c i o n e s e n t r e los
d i s t i n t o s " l u g a r e s " s i n o q u e , a d e m á s , m o d i f i c ó los n o m b r e s d e tres d e
los c u a t r o " p o l o s " a u n q u e d e j ó s i n a l t e r a r las c u a t r o letras, los c u a t r o
m a t e m a s q u e i n t e g r a b a n su " c u a d r ú p e d o " :

en francés (il a), u n artículo indefinido e n inglés {a somathlng), u n artículo definido de

g é n e r o femenino e n portugués {a mulher), etc. L a @ carece de imagen especular pues
es simplemente u n "lugar", h e c h o que es particularmente claro en inglés donde lo que
nosotros llamamos "arroba" se lee como: at. L a n o t a c i ó n @ h u b i e r a sido impensable
cuando el objeto "a" fue "inventado" por L a c a n y hasta 1990. C r e o que son evidcTUes
las ventajas de usar la escritura @ en los textos lacanianos y particularmente en la
explicitación de los cuatro discursos. Q u i e n lee @ sabe que está e n otra álgebra: la de
L a c a n . L a s consideraciones que seguirán sobre el discurso del analista y sobre el de los
mercados como semblantes apuntalarán esta propuesta.
^ J. L a c a n , "Observación sobre el informe de D a n i e l Lagache", Escritos 2, M é x i c o ,
Siglo X X I , 1984, p. 627.
^ C o n f e r e n c i a del 2 de diciembre de 1971 : J . Udcan, Je parle aux murs, cit., p. 68. Por
razones que ignoro J.-A. Miller, el encargado de establecer el texto de este seminario
p r o n u n c i a d o e n el Hospital Psiquiátrico de Ste. A u n e e n París, h a decidido suprimir
el texto de la conferencia del 3 de febrero de 1972 de la que sólo publica un sucinto
"extracto" de pocas líneas. L a referencia a los nuevos nombres de los cuatro lugares,
indicada e n dos oportunidades e n la m e n c i o n a d a exposición, h a sido así eliminada.
L a fuente a la que recurrimos es la de versiones inéditas y mimeografiadas de las su-
sodichas í:oníerencias que circularon con el títvilo de Le savoir du psychanalyste. Esas
transciipcioues extraoficiales son sumamente ctínliables..
138 LA T E O R Í A L A C A N I A N A D E L O S DISCURSOS

y los c u a t r o n o m b r e s d e los d i s c u r s o s q u e s e g u í a n l l a m á n d o s e s e g ú n
q u i e n o c u p a b a e l l u g a r d e a r r i b a y a l a izquierda» ese l u g a r q u e e r a e l
d e l " a g e n t e " y q u e a h o r a se l l a m a b a d e l " s e m b l a n t e " :

a m o , analista, u n i v e r s i d a d e histérica.

P a r a m o s t r a r esos c a m b i o s v e a m o s l a n u e v a e s c r i t u r a d e l d i s c u r s o
del amo:
formalizacion del discurso del amo

A q u í se a d v i e r t e , e n t r e o t r a s cosas, q u e e l l u g a r d e l a v e r d a d ($, e l
s u j e t o ) e s t á d i s o c i a d o d e l l u g a r d e La p r o d u c c i ó n ( e l p l u s d e gozar,
a ) , q u e n ó h a y v í n c u l o d i r e c t o e n t r e e l l o s , y q u e la v e r d a d ($) n o
r e c i b e n i n g ú n v e c t o r , n o es a f e c t a d a , n a d a le l l e g a , d e s d e n i n g u n o
d e los o t r o s tres l u g a r e s . D e ese l u g a r ( a b a j o y a la i z q u i e r d a ) p a r t e n
d o s v e c t o r e s q u e se d i r i g e n , u n o , v e r t i c a l a s c e n d e n t e f , h a c i a e l l u g a r
d e l s e m b l a n t e (S^) y u n o , d i a g o n a l a s c e n d e n t e h a c i a el g o c e (S^) •
P u e s t o e n p a l a b r a s : l a v e r d a d ( c u y o l u g a r es o c u p a d o p o r e l s u j e t o )
c o m a n d a al semblante y al goce.
• L o s tres o t r o s discursos ( a n a l i s t a , u n i v e r s i t a r i o e h i s t é r i c a ) se aco-
m o d a b a n t a m b i é n s e g ú n estas m á s c o m p l e j a s o r i e n t a c i o n e s v e c t o r i a -
les. P e r o el c a m b i o s u b r e p t i c i o , j a m á s e x p l i c i t a d o , consiste e n q u e
d o n d e antes se l e í a " a g e n t e " a h o r a L a c a n e s c r i b e ''semblante', e n l u g a r
d e " o t r o " ese d í a i n t i ' o d u c e a l "goce", e n vez d e " p r o d u c c i ó n " a p a r e -
ce "plus de gozar' y e l l u g a r d e l a " v e r d a d " , a b a j o y a l a i z q u i e r d a , n o
cambiaba de n o m b r e , de m o d o que la f ó r m u l a general d e l discurso
q u e d a b a así:
LOS DISCURSOS E N EU(;AR D E L DISPOSITIVO

Semblante Goce

t
Verdad Plus-de-gozar

El discurso capitalista ¿ Quinto discurso ?

Cabe s e ñ a l a r a h o r a l a i n e s p e r a d a p e r t u r b a c i ó n d e esta b i e n aceitada

m á q u i n a a l g e b r a i c a q u e L a c a n i n t r o d u j o ese m i s m o 6 d e e n e r o d e
1972 e n q u e r e b a u t i z ó a tres d e los " l u g a r e s " o p o l o s d e los discursos
y cuyos ecos (a m e n u d o c o n f u s o s ) se e x t i e n d e n hasta n u e s t r o s días.
D e b e m o s p a r t i r d e u n a n o c i ó n f u n d a m e n t a d a e n la h i s t o r i a o c c i d e n t a l
y q u e es ya casi c o n v e n c i o n a l : la q u e lleva a d i s t i n g u i r e n t r e e l amo anti-
guo q u e p r o m o v í a l a f o r m a c i ó n d e i n d i v i d u o s j u r í d i c a m e n t e r e g u l a d o s
e n su r e l a c i ó n c o n e l S o b e r a n o , s u b d i t o s o b e d i e n t e s d o t a d o s d e d e r e -
chos y deberes, y el amo moderno q u e i n c i t a a la satisfacción d i r e c t a d e
aspiraciones y d e m a n d a s r o z a n d o y p e r f o r a n d o las hneas d e f r o n t e r a
(borderlines) d e l a ley. LJn a m o era el t r a d i c i o n a l d e la r e p r e s i ó n y l a i m -
p o s i c i ó n d e r e n u n c i a s a l a satisfacción p u l s i o n a l y u n n u e v o a m o éste
q u e p e r m i t e y c o m a n d a e l g o c e d e los ó r g a n o s d e l c u e r p o . ,.
U n nuevo discurso, variante del anterior, habría e m e r g i d o de ma-
n e r a s o l a p a d a y d e s d e h a c e u n o s dos siglos, u n n u e v o d i s c u r s o q u e
r e f l e j a b a e l ocaso p a u l a t i n o d e l a m o c l á s i c o . Esta n u e v a m o d a l i d a d
d e l a d o m i n a c i ó n f u e p r o c l a m a d a y n o m b r a d a p o r L a c a n c o n u n tér-
m i n o p e r t i n e n t e : discurso capitalista.'^ L o h i z o e n u n p r i n c i p i o casi
c o m o si estuviese b r o m e a n d o , c o m o si fuese u n c a p r i c h o p e r s o n a l
al q u e p o d r í a r e n u n c i a r si l o quisiese; "Si h u b i e r a q u e r i d o d i v e r t i r -
m e , vale d e c i r , si h u b i e s e b u s c a d o la p o p u l a r i d a d [ h u b i e s e p o d i d o ]
m o s t r a r l e s e l í n f i m o g i r o q u e hace [ d e l d i s c u r s o d e l a m o ] e l d i s c u r s o

L a p r i m e r a m e n c i ó n lacaniana al "discurso capilalista" se produjo, precisamente,

no p o r casualidad, en 1068, pronto veremos en qué términos. F u e eu el seminario
del día 20 de noviembre, antes a u n de "descubrir", "producir" o "inventar" sus cuatro
discursos. D'un Autre á Cautre. Le Séminaire. Livre XVI, cit., p. 37.
140 L A TEORÍA LACANIANA D E L O S DISCURSOS

capitalista."^ Ya e n e l s e m i n a r i o d e l a ñ o a n t e r i o r h a b í a L a c a n a n t i c i -
p a d o l o q u e p r e p a r a b a c o m o f ó r m u l a p a r a ese d i s c u r s o . V a l e la p e n a
r e p r o d u c i r sus p a l a b r a s d e entonces:^^ " U n o n o h a e s p e r a d o hasta ver
q u e e l d i s c u r s o d e l a m o se h a y a d e s a r r o l l a d o p l e n a m e n t e p a r a m o s -
t r a r s u v e r d a d e r o t r a s f o n d o e n el d i s c u r s o c a p i t a l i s t a , c o n su c u r i o s a
copulación c o n la ciencia".
E n l a clase d e l mes s i g u i e n t e a esa a n t i c i p a c i ó n d e l ''ínfimo gird'^'^
insistió y u b i c ó este " n u e v o " d i s c u r s o e n t é r m i n o s h i s t ó r i c o s l i g á n d o -
l o c o n e l i n d u s t r i o s o e m p i i j e d e l p r o t e s t a n t i s m o a d h i r i é n d o s e así, s i n
d e c i r l o d e m a n e r a e x p l í c i t a , a las clásicas tesis d e M a x W e b e r s o b r e el
"espíritu d e l capitalismo":

La historia muestra que el discurso d e l amo ha vi\^do durante siglos de u n

m o d o provechoso para todo el m u n d o hasta llegar a una cierta desviación
que lo transformó, p o r u n zVyímí deslizamiento que pasó desapercibido has-
ta para los propios interesados, en algo que lo especifica desde entonces
como el disctirso del capitalista... El discurso del capitalista se distingue por
la Veruterfung, por el rechazo, la expulsión al exterior de todo el campo de lo
simbólico... ¿el rechazo de qué? E l de la castración. Todo o r d e n y todo discur-
so qtte se emparienta con el capitalismo deja de lado eso que sencillamente
llamaremos las cosas del amor. ¡Y eso, mis buenos amigos, n o es poca cosa! Y
es p o r ello que, dos siglos después de ese deslizamiento —llamémoslo ¿por
qué no? calvinista—, la castración hizo finalmente su entrada irrtiptora bajo
la f o r m a d e l discurso analítico.

D i g a m o s , s i n d u d a s n i r u b o r , q u e , a c o m i e n z o s d e los setenta, L a -
c a n p r o p o n í a u n a s e c u e n c i a h i s t ó r i c a d e tres discursos e m p a l m a d o s
e n u n a s u c e s i ó n : e l d e l a m o , e l c a p i t a l i s t a , e l d e l p s i c o a n a l i s t a , cada
u n o d e ellos a n t e c e d e n t e y c o n d i c i ó n d e p o s i b i l i d a d p a r a l a e m e r g e n -
cia d e l s i g u i e n t e .
E l s i n t a g m a discurso (del) capitalista a f l o r a u n a s cuantas veces e n la
e n s e ñ a n z a d e L a c a n : d e s i g n a u n a t r a n s f o r m a c i ó n e n el d i s c u r s o d e l

•* J. í-.acan. Je parle aux murs, cít., pp. 65-66. "... ce q u e j ' a u r a i s p u faire si m'avait
a m u s é , c'est á diré, si j e chercháis la populante. |e vous aurai m o n t r é le toiU petit tour-
nant quelque part qui en fait le discours d u capitaliste."
J . L a c a n , Le Séminaire. Livre XVTI, cit., clase del 11 de marzo de 1970, p. 126.
^'J. L.-AC'<xn, Je parle aux murs, cit., p. 96.
Poco después de proponer el sintagma "discuiso capitalista" L a c a n manifestó su
desden hacia el capitalismo y su p r o d u c c i ó n de gadgets: 'Yo no digo que el capitalismo
L O S D I S C U R S O S 1£N L U G A R D E L D I S P O S I T I V O
141

a m o c o m o c o n s e c u e n c i a d e l e n c u e n t r o d e é s t e c o n las ciencias, q u e
se a n u n c i a , m á s q u e c o m o p a l a b r a h a b l a d a , c o m o escritura d e f ó r m u -
las m a t e m á t i c a s {episteme) y, d e m o d o p r á c t i c o , c o m o objetos t é c n i c o s
(tekhné). L a c a n , r e c o r d e m o s , l l e g ó a b a u t i z a r a los " s e r v o m e c a n i s -
m o s " c o n e l ya e l a b o r a d o (y casi o l v i d a d o ) n e o l o g i s m o d e lathouses}^
C u a n d o apareció el sintagma "discurso capitalista", éste n o re-
p r e s e n t a b a , e n t r e los a ñ o s 1 9 6 8 y 1 9 7 2 , n i n g ú n p r o b l e m a p a r a los
a l u m n o s de Lacan, pues p o d í a asimilarse a otros similares ("discurso
filosófico", " d i s c u r s o d e las c i e n c i a s " , e t c . ) , m u y c o m p r e n s i b l e s e n sí,
q u e n o e x i g í a n l a e s c r i t u r a d e f ó r m u l a s e s p e c í f i c a s c o m o las q u e ya
r e p r o d u j i m o s , a c o r d e s a l a t o p o l o g í a m a t e m a t i z a d a d e los discursos,
c o n l u g a r e s y signos a l g e b r a i c o s . L a e s p o r á d i c a r e f e r e n c i a a l í n f i m o
g i r o , ''tout petit tournanf\o l l e v a b a a p e n s a r q u e e l " t o u r " se c o n c r e -
taría c o m o tal e n la escritura de u n a nueva f ó r m u l a , de u n supuesto
" q u i n t o " discurso.
F á c i l es c a l c u l a r q u e c o n e l f a m o s o " c u a d r ú p e d o " d e 1969 se p o -
d r í a , p o r p e r m u t a c i o n e s l ó g i c o m a t e m á t i c a s , d e f i n i r veinticuatro dis-
cursos d i f e r e n t e s ( 4 x 3 x 2 x 1 = 2 4 ) . P e r o Lacan^'^ t u v o e l c u i d a d o ,
d e s d e u n p r i n c i p i o , d e a d v e r t i r q u e " E l n ú m e r o d e los discursos es
l i m i t a d o , tal c o m o yo hice de m o d o s u m a r i o al estructurarlos en nú-
m e r o d e c u a t r o , p o r u n a r e v o l u c i ó n n o p e i m u t a t í v a e n las p o s i c i o n e s
d e los c u a t r o t é r m i n o s " . Y recalcé), c o n u n a c i e r t a i n f l a c i ó n f a c i l i t a d a
p o r u n a e x p r e s i ó n l i n g ü í s t i c a c o m ú n e n su l e n g u a f r a n c e s a , e n a q u e -
l l a c o n f e r e n c i a d e M i l á n d e l d í a e n que se a t r e v i ó a e s c r i b i r e n la p i -
z a r r a u n a n u e v a f ó r m u l a d i s c u r s i v a , l a d e l d i s c u r s o capitalista:^^ ' Y n o
h a y t r e i n t a y seis p o s i b l e s , h a y t a n s ó l o c u a t r o " ( c i t . ) . Sea e n s e n t i d o

no sirva para nada ... son las cosas que él hace las que no sirven para nada". A l mismo
tiempo, constataba los efectos políticos de ese sistema de p r o d u c c i ó n : " E l capitalismo
ha cambiado e n efecto los hábitos del poder. Se h a n vuelto, quizá, más abusivos, pero,
e n ñ n , h a n cambiado. E l capitalismo introdujo algo que n u n c a se había visto, eso que
se llama el poder liberal". Le Séminaire. Livre XVI. D'un Autre á Vautre, cit., clase del 19
marzo 1969, p. 239.
'^ }. L a c a n , Le Séminaire. Livre XVII. L'emiers de la psychanalyse, cit., p. 188.
'^ J . L a c a n , « Hadiophoriie", cit., p. 444. "¿Y/f limité le nombre des discours [...] commej'ai
fait au plus court de /£s struclurer au tiombre de quatre d'une révolution non pcrmutative en leur
position de quatre termes\
^^
' J . L a c a n , conferencia e n la Universidad de Milán del 12 de mayo de 1972, en
Lacan in Italia (1953-1978), R o m a , L a Salamandra, pp. 32-.^.5. Versión electrónica en
francés: hltp://pagesperso-orange.fr/espace.freud/topos/psycha/psysem/italie.htm
"Et il n 'y en a pas tiente-six possibles, il n 'y en a rnéme que qucdre."
142 LA TEORÍA L A C A N I A N A D E L O S D I S C U R S O S

h o r a r i o , sea e n s e n t i d o a n t i h o r a r i o , e l o r d e n d e los m a t e m a s d e b e ser

e l m i s m o : n o es p o s i b l e a l t e r a r l o , es " n o p e r m u t a t i v o " ,
P e r o f u e e n esa ú n i c a o p o r t u n i d a d , e n I t a l i a , e n 1972, c u a n d o ins-
c r i b i ó c o n u n a f ó r m u l a d i s t i n t i v a a l discurso c a p i t a l i s t a q u e p o d r í a así
s u m a r s e a los c u a t r o i n i c i a l e s y p a r a d i g m á t i c o s q u e e l m i s i n o L a c a n
h a b í a p r e s e n t a d o p a r a d a r c u e n t a d e l u n i v e r s o d i s c u r s i v o . A l escri-
b i r u n a v e r s i ó n " l i g e r a m e n t e " d i s t i n t a d e l d i s c u r s o d e l a m o , estaba
c o n v o c a n d o , a l m i s m o t i e m p o e n q u e insistía e n p r o s c r i b i r u n quinto
discurso, q u e h u b i e r a s u b v e r t i d o sus p r o p i a s f o r m u l a c i o n e s . L a c o n -
f u s i ó n e r a a l e n t a d a y p o t e n c i a d a p o r q u e e n l a t r a n s c r i p c i ó n d e esa
c o n f e r e n c i a p u e d e verse l o q u e L a c a n e s c r i b i ó e n l a p i z a r r a ese d í a y
e f e c t i v a m e n t e allí se l e e n las f ó r m u l a s d e cinco discursos a p e s a r d e la
a d v e r t e n c i a d e q u e discursos s ó l o h a b í a c u a t r o .
A q u e l día, n e g á n d o s e a d a r m a y o r e s e x p l i c a c i o n e s , L a c a n p r o p u s o
u n a , a sus o j o s , " í n f i m a " t r a n s f o r m a c i ó n ( "une toiite petite inversión")
y escribió e n la pizarra u n a f ó r m u l a que invertía, e n el discurso d e l
a m o , los l u g a r e s d e l agente (S^) y d e la verdad ( $ ) . A d e m á s , e l i m i n a b a
e l v e c t o r q u e l i g a b a , e n l a l í n e a s u p e r i o r d e l a f ó r m u l a g e n e r a l d e los
d i s c u r s o s , a l agentej y a l l_otro q u e r e c i b í a s u o r d e n o c o n m i n a c i ó n ,
p e r m i t í a q u e e n esta n u e v a f ó r m u l a se a b o l i e s e la i m p o s i b i l i d a d d e l
e n c u e n t r o d e l s u j e t o y e l o b j e t o @, p r o p i a d e l a e s t r u c t u r a d e l fantas-
m a ( $ <) a) p u e s @, m e d i a n t e u n v e c t o r q u e sale d e su l u g a r c o m o
¡"producto, a b a j o y a l a d e r e c h a , p u e d e a l c a n z a r a l s r y e t o $, q u e e n
esta n u e v a f ó r m u l a está e n e l l u g a r d e l agente o semblante, a r r i b a y a l a
i z q u i e r d a . P r o d u c i d a l a i n v e r s i ó n d e los l u g a r e s d e y $, se a b r í a l a
c u e s t i ó n d e si, c o m o e n t o d o s los discursos^ e l v e c t o r v e r t i c a l d e l a iz-
q u i e r d a , q u e i b a d e l m a t e m a d e l s u j e t o $ ( e n e l l u g a r d e l a verdad I)
a l agente \ semblante (S^), c o n s e r v a b a su o r i e n t a c i ó n a s c e n d e n t e j o
si, p a r a m a n t e n e r l a r e l a c i ó n e n t r e a m b o s n o e n t é r m i n o s d e l u g a r e s
s i n o e n t é r m i n o d e q u i é n e s o c u p a b a n esos l u g a r e s , e l v e c t o r i n v e r -
t í a su d i r e c c i ó n y se h a c í a e n s e n t i d o v e r t i c a l d e s c e n d e n t e i . L a c a n
o p t ó p o r esta s e g u n d a p o s i b i l i d a d . E n d e f i n i t i v a , l a f ó r m u l a final d e l
novedoso "discurso" era:
Discurso d e l capitalista

$ ^ ^ S,

Sj a
LOS D I S C U R S O S E N L U G A R D E L D I S P O S I T I V O

E n e l d í a d e esa ú n i c a p r e s e n t a c i ó n f o r m a l , h a c i a e l final d e su
c o n f e r e n c i a , d i j o s o b r e este " n u e v o " d i s c u r s o que^^

,..la crisis, n o la d e l discurso del amo, sino la del discurso capitalista, que es su
sustituto, está abierta. Para nada les estoy d i c i e n d o que el discurso capitalista
sea feúcho, es, al co ntrari o , algo locamente astuto, ¿eh? Locamente astuto,
pero de todos modos destinado a reventar. E n fin, es, después de todo, lo más
astuto que se ha hecho c o m o discurso. Pero n o p o r eso está menos destinado
a reventar. Es que es insostenible. Es insostenible... en u n truco que podría
explicarles... p o rqu e el discurso capitalista es ahí, ustedes l o ven {indica la fór-
mula) u n a pequeñísima inversión simplemente entre el y el $ que es el
sujeto... eso alcanza para que t o d o camine sobre ruedas, n o puede marchar
mejor, pero precisamente va demasiado rápido, se consume, se consume tan
bien que se consuma.

E l c a p i t a l i s t a , a p a r e c i d o c o m o a g e n t e d e l d i s c u r s o desde l a p r i -
m e r a m i t a d d e l siglo x v i i i , n o hace sino r e n o v a r y p r o l o n g a r el m i -
l e n a r i o d i s c u r s o d e l a m o . P o r esta " í n f i m a " s u s t i t u c i ó n , él m i s m o , e n
su c o n d i c i ó n d e s u j e t o ($) t o m a el l u g a r d o m i n a n t e ( d e l a g e n t e o
semblante) que o c u p a b a el significante a m o . E n el discurso tradicio-
n a l d e l capitalista-agente-de-su-discurso, s u r g i d o c o n las r e v o l u c i o n e s
b u r g u e s a s y c o n l a r e v o l u c i ó n i n d u s t r i a l , se filtran las variables i n t r o -
misiones d e l discurso de la histérica (agente: $), d e l a l m a bella que
p r e t e n d e n o t e n e r r e s p o n s a b i l i d a d e n los t r a s t o r n o s q u e p r o d u c e a
su a l r e d e d o r y q u e c o n f u n d e su deseo ( d e l q u e n a d a sabe) c o n sus
d e m a n d a s . E l s u j e t o , $, a p a r e c e o c u p a n d o e l l u g a r d e l a g e n t e t a n t o
e n e l d i s c u r s o d e l c a p i t a l i s t a c o m o e n e l d e la h i s t é r i c a . P e r o m i e n t r a s
la h i s t é r i c a se d i r i g e a l a m o ( v e c t o r $ —* S^) y l o c o n m i n a a la p r o -

L a C l i s e , n o n pas d u discours d u maitre, mais d u discours capitaliste,

qui e n est le subsütut, est ouverte. C'est pas d u tout que j e vous dise que le
discours capitaliste, ce soit moche, c'est au contraire quelque chose de fol-
lement astucieux, hein? D e follement astucieux, mais voué á la crevaison.
E n f i n , c'est aprés tout ce q u ' o n a fait de plus astucieux c o m m e discours. <^a n ' e n est
pas moins voué á la crevaison. C'est que c'est intenable. C'est intenable, dans u n truc
q u e j e povirrais vous expliquer... parce que, le discours capitaliste est lá, vous le voyez...
[indica la fórmula en la pizarra]... u n e toute petite inversión simplement entre le S I et
le S b a r r é , qui est le sujet... <;a sullit á ce que ga m a r c h e c o m m e sur des roulettes, ga ne
peut pas m a r c h e r mieux, mais justement ga m a r c h e trop vite, <ja se c o n s o m m é , Qa se
c o n s o m m é si bien que ^a se consume.
144 LA TEORÍA L A C A N I A N A D E L O S DISCURSOS

d u c c i ó n d e l saber (S^), e l c a p i t a l i s t a n o se d i r i g e a n i n g ú n o t r o ( q u e
e v e n t u a l m e n t e s e r í a e l p r o l e t a r i o ) y a p a r e c e d i s o c i a d o d e l saben Ya
n o i m p o r t a q u i é n es e l a n ó n i m o y d e s f i g u r a d o p r o d u c t o r d e l o b j e t o
a. P e r o i m p o r t a , sí, q u e e l p r o d u c t o v u e l v a a las m a n o s d e l c a p i t a l i s t a ;
l o m u e s t r a el v e c t o r d i a g o n a l a s c e n d e n t e q u e va d e a ( a b a j o a la
d e r e c h a ) a $ ( a r r i b a a l a i z q u i e r d a ) . Esta v i n c u l a c i ó n d e l s u j e t o y el
o b j e t o p l u s d e g o z a r estaba e x c l u i d a e n la f ó r m u l a t r a d i c i o n a l , la d e l
d i s c u r s o d e l a m o c l á s i c o . Allí, c o m o d i j i m o s , e n t r e $ J y ¡_a, al i g u a l
que e n el m a t e m a d e l fantasma, hay u n desencuentro estructural:
$ ^ a. L a p r o d u c c i ó n d e m e r c a n c í a s e n f u n c i ó n d e su plusvalía y d e l
p l u s d e g o c e ( o b j e t o s a) es la m a n i f e s t a c i ó n v i s i b l e d e la p o t e n c i a d e
la e m p r e s a c a p i t a l i s t a y e x p o n e l a r a z ó n d e ser d e sus e m p e ñ o s , esa
e x t r a c c i ó n d e la plusvalía q u e s o s ü e n e a los a c t o r e s d e l d i s c u r s o e n
sus l u g a r e s . C a b e p r e g u n t a r s e si e n v e r d a d c o r r e s p o n d e la p a l a b r a
" d i s c u r s o " p a r a u n a f ó r m u l a c o m o é s t a e n d o n d e e l " s e m b l a n t e " ~\o
se d i r i g e a l | " g o c e " ( o a l o t r o ) , s i n o q u e es d e s d e e l I " p l u s d e g o z a r "
( o la p r o d u c c i ó n ) desde d o n d e r e c i b e las i n t i m a c i o n e s .
N o s o n p o c o s los d i s c í p u l o s d e L a c a n q u e h a n r e t o m a d o e l tema^^
y se m u l t i p l i c a n las r e f e r e n c i a s a este m a l l l a m a d o " q u i n t o " d i s c u r s o ,
C o n t i n u e m o s e n la tarea d e d e s m e n u z a r l a r a r a f ó r m u l a d e l d i s c u r -
so c a p i t a l i s t a : el agente del discurso es allí el mismo que en la histeria: el
sujeto ($) e n su i n s a n a b l e división, e l d e s e a n t e v d i v i d i d o s u j e t o d e l
i n c o n s c i e n t e . S ó l o q u e e n este caso n o es e l agente ($) q u i e n se d i r i g e
al saber (S^), su "otrd\a q u e " p r o d u z c a " o b j e t o s @, f o r z á n d o l o
a a c t u a r d e a c u e r d o a su v o l u n t a d , c o m o A l a d i n o c u a n d o i m p a r t e
ó r d e n e s a l g e n i o d e la l á m p a r a . Q u i e n s i g u e " o r d e n a n d o " es e l S^, el
m o d e r n o a m o c a p i t a l i s t a . L o h a c e d e s d e e l l u g a r d e l a verdad i y se
d i r i g e a l | goce ( v e c t o r d i a g o n a l a s c e n d e n t e : S^—j ¡ S^). E l saber,
d e t o d o s m o d o s , s i n e s c u c h a r las i n j u n c i o n e s p r o c e d e n t e s d e l l u g a r
\

R o l a n d C h e m a m a (ed.). Diccionario de psicoanálisis, Buenos Aires, yVinorrorf ii, 1998,

p. H 4 . Coleue Soler (2001),'L'angoisse d u prolétaire généralisé", e n <hup://w\vw.
champlacanienfrance.net/IMG/pdf/rsolercours.pdf>. Eran(;oÍs Terral. "Sur le lien so-
cial capitaliste", En-Je (1), 2003, pp. 139-150. Hervé Defalvard, Les non-dUs du marche. Dia-
logue d'un économisie avec la psychanalyse, Ramónville, Eres, 2008, pp. 149-171. (Juy L-éres,
"Lecture du discours capitaliste chez L a c a n . U n outil po\ir r e p o n d r é au Malaisé' Essaim,
(3), 1999, pp. 89-109. Raúl Albino Pacheco Filho, " A praga do capitalismo c a peste da
psicanálise", A Peste (1), Sao Paulo, 2009, pp. 143-164. A l h e ñ o Fernández, "Sonriente
plus de goce del capitíilista": <http://wwvv.galeon.com/eloi üh;i/lacan8.html>. Frank
C h a u m o n , "Sujel de l'inconscient, subjectivilc politique" Essaim (22), 2009, pp. 7-22.
LOS DISCURSOS E N L U G A R D E L DISPOSITIVO

d e l semblante_S ($) s i n o las q u e v i e n e n d e l l u g a r d e l a verdadT^, esto es,

d e l ( s i g n i f i c a n t e ) a m o , o p e r a p o r m e d i o d e l saber c i e n t í f i c o (S^) p r o -
d u c i e n d o esos o b j e t o s desechables, las lathouses,, los servomecanismos.
A h o r a b i e n , ¿cuál es l a " v e r d a d " q u e fijndamenta esta i n - d i f e r e n -
cia, esta n o - r e l a c i ó n , r e c í p r o c a d e l s u j e t o y d e l saber, d e $ I a l (el
saber d e l t r a b a j a d o r , del esclavo e n u n p r i n c i p i o , e l saber de la ciencia
e n etapas m á s p r ó x i m a s a n o s o t r o s ) ? L a fi5rmula d e l d i s c u r s o c a p i t a -
lista i n s c r i b e a esa "verdad' ocwp^nvúo su l u g a r , a b a j o y a l a i z q u i e r d a :
e l ( s i g n i f i c a n t e ) a m o ( S , " ] ) , E l s u j e t o , e l s u j e t o " a u t ó n o m o " d e l ca-
p i t a l i s t a , e n l a c e g u e r a d e sus d e m a n d a s , s i n s a b e r l o , i n c o n s c i e n t e ,
c r e y e n d o e n la fiaerza d e l " y o " , h a c e a c t u a r e l m a n d a t o d e l a m o . E l
a g e n t e d e l d i s c u r s o c a p i t a l i s t a ($ I) " h a c e s e m b l a n t e " d e ser el a m o ,
c r e e n o estar s i i j e t a d o a n a d a a u n q u e es, m á s q u e u n A l a d i n o o m n i -
p o t e n t e , e l " a p r e n d i z d e b r u j o " d e G o e t h e , u n i m p o t e n t e q u e des-
e n c a d e n a e f e c t o s q u e n o p u e d e d o m i n a r y q u e i m a g i n a q u e c o n las
p a l a b r a s y c o n sus i n v o c a c i o n e s p u e d e c r e a r u n m u n d o o b e d i e n t e a
sus d e s i g n i o s . Es e l s u j e t o d e s c o n o c e d o r d e s u p e r p e t u a división, d e
su s e r v i d u m b r e a esa " v e r d a d " q u e l o t r a s c i e n d e ; es el s u j e t o q u e la
f e n o n l e n p l p g í a s o c i o l ó g i c a d e n u e s t r o t i e m p o , i n f l u i d a p o r e l psicoa-
nálisis, l l a m a " n a r c i s i s t a " . E l narcisismo es — ^ p r o p o n e m o s — la pre-
sentación clínica históricamente favorecida por la dominancia del discurso
capitalista. V a m á s allá d e u n a c o i n c i d e n c i a c r o n o l ó g i c a y a n e c d ó t i c a
q u e sea e l p e r i o d o q u e separa a las d o s g u e r r a s m u n d i a l e s a q u e l e n
q u e se i m p u s i e r o n e n p s i c o a n á l i s i s los d i a g n ó s t i c o s d e " n e u r o s i s d e l
c a r á c t e r " y " n e u r o s i s n a r c i s í s t i c a s " m á s allá, e n este ú l t i m o caso, d e l
f u g a z i n t e n t o d e F r e u d p o r a s i m i l a r l a s a las psicosis.
U n a vez q u e L a c a n , casi a m o d o d e l i t o t e , c o m o si d e n a d a se t r a -
tase, d i o a p e n s a r e n u n q u i n t o d i s c u r s o d e n t r o d e las f ó r m u l a s d e
su " c u a d r ú p e d o " d e la d i s c u r s i v i d a d , q u e d a b a n a b i e r t a s todas las
d e m á s p o s i b i l i d a d e s . C o n cviatro discursos h a b í a v e i n t e ( d e los 2 4
p o s i b l e s ) q u e estaban e x c l u i d o s , p e r o si se h a c í a l u g a r a u n q u i n t o ,
c o n e l "discurso capitalista^' s u m á n d o s e a los o t r o s c u a t r o , r e s t a r í a n
aún diecinueve formulaciones diferentes n o abordadas. Nos intere-
sa, e n e l h i l o d e nuestro d i s c u r s o , d e f i n i r , si cabe, o t r a f ó r m u l a , u n a
e s p e c í f i c a d e l d i s c u r s o d o m i n a n t e e n la s o c i e d a d p o s t i n d u s t r i a l d e l
capitalismo tardío, que sería d i f e r e n t e d e l m a t e m a d e l discurso d e l

C h r i s l o p h c r E a s c h , Tlie Culture of Narcissism, Nueva York, W.W. Norton, 1978.

146 LA TEORÍA L A C A N I A N A D E L O S DISCURSOS

capitalista. ¿Cabe plantear la hipótesis de o t r o posible discurso, el

d e l a o r g a n i z a c i ó n social c o n t e m p o r á n e a c o n s e c u t i v a a los c a m b i o s
c u a l i t a t i v o s y c u a n t i t a t i v o s e n e l d e s a r r o l l o d e las t e c n o c i e n c i a s . ¿ U n
s e x t o d i s c u r s o , "posf? L a c a n m i s m o , c o m o v e r e m o s , a b r i ó e l s u r c o
p a r a p e n s a r l o y l o h i z o e n M i l á n ese m i s m o d í a d e 1972. ¿ A c a b a r e m o s
p o r e n c o n t r a r a l g u n a d e esas d i e c i n u e v e f ó r m u l a s " l a t e n t e s " d e s p u é s
d e l d e s p l i e g u e d e las " c i n c o " p r i m e r a s ?
D i r é — t r a t a r é d e d e m o s t r a r — q u e n o , q u e n o s a g u a r d a ü h á sor-
presa:

El discurso capitalista es una forma del discurso de la unixjersidad

P e r o , antes d e a b r i r l a p o s i b i l i d a d d e u n "sexto d i s c u r s o " , d e b e m o s

r e f l e x i o n a r s o b r e l a c o n g r u e n c i a y l a c o n v e n i e n c i a d e este " q u i n t o dis-
c u r s o " o " c u a r t o discurso m á s u n o " c o m o t a m b i é n se l o h a l l a m a d o ,
q u e es t a n i r r e g u l a r e n c u a n t o a la o r d e n a c i ó n d e los lugares c o m o
a l a r e l a c i ó n e n t r e ellos d a d o s los c a m b i o s e n las o r i e n t a c i o n e s vecto-
riales i n t r o d u c i d o s a c o m i e n z o s d e 1972. ¿ N o h a y m á s r e m e d i o q u e
descalabrar l a e s t r u c t u r a d e los c u a t r o discursos p o s t u l a d o s o r i g i n a l -
m e n t e s i n r e c u r r i r al hapax legomenon d e u n a f ó r m u l a b i z a r r a , d e u n a
e s c r i t u r a q u e n u n c a h a b r í a d e r e p e t i r s e e n la e n s e ñ a n z a d e Lacan?
C r e e m o s q u e sí h a y o t r a p o s i b i l i d a d y e l l a f u e b i e n esbozada e n e l ya
m e n c i o n a d o y m u y l o a b l e t e x t o d e G u y Lérés^^ c u a n d o él se r e f i e r e a
las " d i f i c u l t a d e s p a r a e s c r i b i r el d i s c u r s o c a p i t a l i s t a " . Este c o l e g a s e ñ a l a
q u e L a c a n , e n l a l e c c i ó n d e l s e m i n a r i o q u e siguió a l a p r o d u c c i ó n d e
los c u a t r o discursos " h a c e d e e l v e r d a d e r o d o m i n a n t e d e l discur-
so d e l a m o m o d e r n o b a j o los auspicios d e l Saber O m n i s c i e n t e d e l a
b u r o c r a c i a " ( p . 9 6 ) . E n f u n c i ó n d e esta r e f e r e n c i a a la r e c t a l í n e a de
la f o r m a l i z a c i o n l a c a n i a n a , L é r é s c o n c l u y e : "Si e l saber está e n p o s i -
c i ó n d o m i n a n t e y si se r e s p e t a n las d i f e r e n t e s reglas q u e r i g e n a los
discursos, l o q u e e n ese caso se escribe n o es o t r a cosa q u e e l discurso
u n i v e r s i t a r i o " ( p . 9 7 ) . A l o q u e agrega, c i t a n d o e l s e m i n a r i o d e l 11 d e
m a r z o d e 1970:^*^ " E l d i s c u r s o u n i v e r s i t a r i o es a q u e l q u e e x h i b e eso d e

Guy Lérés, "Lecture d u discours capitaliste chez L a c a n . U n outil pour r e p o n d r é

au Malaisé\ (3), 1999, pp. 89-109. Colocamos entre paréntesis el n ú m e r o de las
páginas citadas.
J . L a c a n , L'envers de la psychanalyse. Le Séminaire Livre XVII, cit., p. 119.
LOS DISCURSOS EN LUCAR D E L DISPOSITIVO 147

lo q u e se asegura el discurso d e l a c i e n c i a [ . . . ] E l o c u p a allí e l l u g a r

d o m i n a n t e e n c u a n t o es e n e l l u g a r d e la o r d e n , d e l m a n d a m i e n t o , e n
el l u g a r o c u p a d o p r i m e r a m e n t e p o r e l a m o , q u e e l saber h a a d v e n i d o .
¿ P o r q u é sucede q u e u n o n o e n c u e n t r a e n e l n i v e l d e su v e r d a d o t r a
cosa q u e el s i g n i f i c a n t e a m o e n t a n t o q u e é s t e a c t ú a l l e v a n d o la o r d e n
d e l a m o ? " U n discurso, el u n i v e r s i t a r i o , q u e es el d e l o r d e n , el d e "las
fiaerzas d e l o r d e n " , cuya tarea es la d e u n i f i c a r a las p o b l a c i o n e s alre-
d e d o r d e ciertas " v e r d a d e s " q u e n o se d i s c u t e n . Ese d i s c u r s o se e m i t e
desde e l p u l p i t o y t r a n s m i t e las verdades reveladas p o r la voz c a n t a n t e
q u e es, h o y e n día, la d e l a c i e n c i a y sus " m a r a v i l l o s a s " , " m i l a g r o s a s " ,
a p l i c a c i o n e s t e c n o l ó g i c a s . Q u i e n l o p r o n u n c i a ya n o es u n s a c e r d o t e
q u e h a h e c h o votos d e p o b r e z a , castidad y o b e d i e n c i a s i n o u n " c o m u -
n i c a d o r " q u e h a b l a a su p ú b l i c o desde la u b i c u a p e r o o m n i p r e s e n t e
p a n t a l l a d e l t e l e v i s o r / o r d e n a d o r / t e l é f i ^ n o móvil y q u e p e r m i t e a l es-
p e c t a d o r m a n i f e s t a r su a c u e r d o m e d i a n t e la o p c i ó n like/dislike e n u n
simulacro de "interactividad".
P o r eso p o d e m o s sostener, c o m o r e s p a l d o a l o d i c h o p o r L é r é s ,
q u e el discurso capitalista tiene ya su fórmula en el seno de los cuatro discur-
sos y e l l a n o es o t r a q u e la d e l discurso universitario en d o n d e e l saber
t o m a e l l u g a r d e l agente q u e r e p i t e y c o m u n i c a los d i c t a d o s d e l a m o
d i r i g i é n d o s e —^ a u n I ot70 q u e n o es ya e l esclavo s i n o e l p r o l e t a r i o
a n ó n i m o , sin rostro, siempre sustituible, i m a g e n m i s m a d e l objeto
@ (vector —* @ e n e l d i s c u r s o u n i v e r s i t a r i o ) . Se p u e d e d a r c u e n t a
de la n o v e d a d que i m p l i c a el discurso capitalista, discurso d e l a m o
m o d e r n o , m o s t r a n d o q u e es h o m ó l o g o c o n e l d i s c u r s o u n i v e r s i t a r i o ,
q u e c o m p a r t e su f ó r m u l a e s t r u c t u r a l . . . y los discursos s i g u e n s i e n d o
c u a t r o . N o es s ó l o L é r é s q u i e n l o d i c e ; el p r o p i o L a c a n e n l a c o n f e -
r e n c i a tantas veces c i t a d a d e l 12 d e m a y o d e 1972 h a b l ó d e l d i s c u r s o
universitario c o m o "el discurso e t e r n o , el universal". D e tal m o d o ,
n o es n e c e s a r i o q u e " e l r i g o r d e l a l e c t u r a [ d e l m a t e m a ] p a d e z c a p o r
e l l o " ( L é r é s , p . 9 8 ) . Se p r e c i s a b a d e esta revisión c r í t i c a d e l " q u i n t o
d i s c u r s o " , c a p i t a l i s t a , antes d e h a c e r e n t r a r e n escena a o t r o a s p i r a n t e
a o c u p a r u n l u g a r p r o p i o e n l a d a n z a d e los discursos y l u e g o m o s t r a r
q u e , t a m b i é n é l , está ya p r e v i s t o e n e l e s q u e m a o r i g i n a r i o d e los dis-
cursos d e 1 9 6 9 . . . c o n l o q u e s i g u e n s i e n d o c u a t r o .
S i n e m b a r g o , t e n g o q u e r e f e r i r m e a h o r a a u n a casi i g n o r a d a p e r o
i m p o r t a n t í s i m a a d i c i ó n d e L a c a n a su c o n c e p c i ó n , u n a r e f e r e n c i a a
otro discurso ( ¿ u n o m á s ? ) , q u e f u e f o r m u l a d a a l m i s m o t i e m p o q u e e l
148 LA TEORÍA LACANIANA D E LOS DISCURSOS

discurso capitalista p e r o que h a pasado p r á c t i c a m e n t e inadvertida

p a r a sus d i s c í p u l o s .

El discurso PST, pestilente, discurso de los mercados.

¿ "Sexto " discurso ?

E n M i l á n , L a c a n n o se l i m i t ó a d a r c u e n t a d e la p r e s e n c i a ya s ec u l a r
d e l d i s c u r s o d e l c a p i t a l i s t a s i n o q u e , a d e m á s , p r o f e t i z ó la a p a r i c i ó n
d e un nuevo discurso q u e es e s e n c i a l p a r a n o s o t r o s e n n u e s t r o t i e m p o
e n f u n c i ó n d e los debates c l í n i c o s y t e ó r i c o s e n los q u e p a r t i c i p a m o s .
E l discurso d e l capitalista tuvo u n a p r o f i c u a descendencia bibliográ-
fica e n n u e s t r a s huestes l a c a n i a n a s . . . p e r o s u c o n t i n u a d o r , é s e , sigue
l l a m a n d o a n u e s t r a s p u e r t a s s i n q u e se le e s c u c h e . O i g a m o s esas a d -
vertencias de Lacan que q u e d a r o n olvidadas entre "lo que u n o dice
y l o q u e u n o oye".

E n v e r d a d , c r e o q u e n o se h a b l a r á d e l p s i c o a n a l i s t a e n l a d e s c e n d e n c i a , si
puedo d e c i r , d e m i d i s c u r s o . . . d e m i d i s c u r s o a n a l í t i c o . A l g o d i f e r e n t e apare-
c e r á que, desde luego, d e b e r á m a n t e n e r la posición del semblante, p e r o de
t o d o s m o d o s s e r á . . . se l l a m a r á q u i z á s e l d i s c u r s o P S . U n i*s y d e s p u é s u n a T ,
e s o e s t a r á p o r o t r a p a r t e , t o t a l m e n t e d e a c u e r d o a l m o d o e n q u e se e n u n c i a
lo que F r e u d veía de la i m p o r t a c i ó n del discurso psicoanalítico a Estados
U n i d o s . . . e s o s e r á e l d i s c u r s o P S T . A g r e g u e n u n a E , e s o d a PESTE. U n discurso
q u e s e r í a p o r fin v e r d a d e r a m e n t e a p e s t o s o , t o t a l m e n t e c o n s a g r a d o , e n fin, a l
s e r v i c i o d e l d i s c u r s o c a p i t a l i s t a . E s o p o d r á , q u i z á s , u n d í a , servar p a r a a l g o s i ,
p o r c i e r t o , n o se d e s b a r a t a a n t e s t o d o e l t i n g l a d o .

E l t o n o es d e c i d i d a m e n t e a l a r m a n t e y p e s i m i s t a e n la m i s m a l í n e a
f r e u d i a n a que pronosticaba el i n c r e m e n t o constante del malestar e n

Literalmente: " A la vérité j e crois q u ' o n ne parlera pas dvi psychanalyste dans
la descendance, si j e puis diré, de m o n discours... m o n discours analytique. Q u e l q u e
chose d'autre apparaitra qui, bien sur, doit maintenir la position du semblant, mais
q u a n d m é m e ca sera... mais ga s'appellera peut-étre le discours Ps. U n ps et puis u n T ,
ga sera d'ailleurs tout á fait conforme á la iagon dont o n é n o n c e que F r e u d voyait l ' i m -
portation d u discours psychanalytique en A m é r i q u e . . . ga sera le discours P S T . Ajoutez
u n E , qa. fait P E S T E . U n discours qui serait enfin vraimcnt pesteux, tout entier voué,
enfin, au service d u discours capitaliste. Qd pourra peut-étre u n j o u r servir á quelque
chose. si, bien sur, toute l'affaire ne lache pas totalement, avant."
LOS DISCURSOS E N L U G A R D E L DISPOSITIVO

la c u l t u r a : el p s i c o a n a l i s t a se ve c o n d e n a d o a d e s a p a r e c e r d e l d i s c u r -
so y a l g o v e n d r á a r e m p l a z a r l o y d e s p l a z a r l o , a l g o s o m e t i d o p l e n a -
m e n t e a l d i s c u r s o c a p i t a l i s t a . N o el d i s c u r s o d e L a c a n , o t r a cosa q u e
o c u p a r á su l u g a r , a l g o p e s t i l e n t e : h a y q u e p r e p a r a r s e .
A este d i s c u r s o P S , O P S T , o apestoso, postcapilalista, postindustrial
p r e f e r i m o s l l a m a r discurso de los mercados e s t á d e d i c a d a la c o n t i n u a -
ción de nuestro camino.
Lacan lo adelantó y ha llegado el m o m e n t o de preguntar, a m o d o
d e h i p ó t e s i s : ¿ H a ya e n t r a d o e n escena u n n u e v o d i s c u r s o , n o d e l
a m o n i d e l c a p i t a l i s t a , s i n o u n o i n é d i t o , d i f e r e n t e d e sus d o s p r e c u r -
sores, e l discurso PST o pestilente o posl^industrial o post-capitalista o, lisa
y llanamente, de los mercados,^'^ c o n u n a e s t r u c t u r a d i s t i n t a d e l m e n -
saje p o n t i f i c i o y sus r e s o n a n c i a s t e o c r á t i c a s — t a l e r a e l d i s c u r s o d e l
a m o f e u d a l — y d i s t i n t a t a m b i é n d e la i d e o l o g í a c a l c u l a d o r a d e l a
i n v e r s i ó n y e l r é d i t o , c a l v i n i s t a o, e n g e n e r a l , p r o t e s t a n t e , r e c o n o c i -
d a desde M a x Weber^^ c o m o f u n d a m e n t o d e l sistema c a p i t a l i s t a y d e
su " e s p í r i t u " ? ¿Hay e n estos t i e m p o s , u n a n o v e d a d , u n t e r c e r avatar
del a m o , caracterizado p o r u n discurso a n ó n i m o , ateo y a m o r a l que
cabalga m o n t a d o e n las t e c n o c i e n c i a s y sus a p l i c a c i o n e s s e r v o m e c á n i -
cas? T a l es n u e s t r a p r o p u e s t a p e r o , p a r a d e f i n i r e n s e n t i d o e s t r i c t o u n
n u e v o d i s c u r s o (y n o u n a m o d a l i d a d m á s b i e n d e s c r i p t i v a c o m o e n
los s i n t a g m a s " d i s c u r s o filosófico" o " d i s c u r s o d e l a c i e n c i a " ) d e b e r í a -
m o s i n d i c a r l o s m a t e m a s q u e l o s i n g u l a r i z a n e n r e l a c i ó n c o n los o t r o s
discursos y m o s t r a r , s i g u i e n d o l a f o r m a l i z a c i o n l a c a n i a n a , los e l e m e n -
tos q u e p a r t i c i p a n e n el l u g a r d e l agente ( o semblante), d e l otro ( o goce),
d e la producción (o plus de gozar) y d e l a verdad. Tras h a b e r c o n c l u i d o ,
d e a c u e r d o c o n L é r é s , q u e e l " d i s c u r s o c a p i t a l i s t a " se a m o l d a b a a l a
d e f i n i c i ó n f o r m a l d e l d i s c u r s o u n i v e r s i t a r i o c o n e l saber o c u p a n d o
el l u g a r d e l s e m b l a n t e , q u e n o t e n í a u n a f ó r m u l a e s t r u c t u r a l p r o p i a ,
d e b e m o s revisar m i n u c i o s a m e n t e l a p o s i b l e a r t i c u l a c i ó n d e los m a -
temas e n este " n u e v o " d i s c u r s o . ¿ S e r á v e r d a d e r a m e n t e n u e v o o s e r á
o t r o d i s f r a z u o t r o avatar d e a l g u n o d e los c u a t r o ya r e c o n o c i d o s ?

Preíérinios el plural, de los mercados, para marcai' la diferencia entre diferentes

especies de mercado: el de la p r o d u c c i ó n y consumo de m e r c a n c í a s , el del trabajo, el
financiero.
M . Weber [1920-1921], La ética protestante y el espíritu del capitalismo. México, E d i -
ciones Coyoacán, 1996-
 LA TEORÍA L A C A N I A N A D E L O S D I S C U R S O S

Historia de la escritura y sucesión de los discursos dominantes

Aiites de i n i c i a r la aventura de d e f i n i r u n a fórmula " P S T " , cualquie-

r a q u e e l l a fiiese, h a y q u e r e n o v a r y d i s i p a r la s o s p e c h a d e q u e la
c a l e i d o s c ó p i c a r e a l i d a d c o n t e m p o r á n e a p u d i e s e estar i n d u c i e n d o ,
c o m o c o n tanta frecuencia ha sucedido a lo largo de la historia, u n a
c o n v i c c i ó n a p r e s u r a d a d e estar a n t e c a m b i o s " r e v o l u c i o n a r i o s " . C o n -
v e n g a m o s e n q u e n a d a es t a n péÍTOariénte c o m o la d i s c u t i b l e i d e a d e
q u e t o d o c a m b i a , q u e n a d a es t a n c o n s t a n t e c o m o l a i l u s i ó n d e q u e
c a d a m o m e n t o h i s t ó r i c o es r a d i c a l m e n t e d i f e r e n t e c u a n d o , e n ver-
d a d , los c a m b i o s c i r c u n s t a n c i a l e s , a n e c d ó t i c o s , s o n esos q u e e n t o d o
m o m e n t o se p r o d u c e n y se p r e g o n a n m i e n t r a s q u e las e s t r u c t u r a s
p e r s i s t e n t e r c a m e n t e e n ser las m i s m a s y c o n s e r v a n u n a t e r c a e s t a b i l i -
d a d . D e b e m o s a s e g u r a r n o s d e h a b e r d e s p e j a d o las i l u s i o n e s " c u l t u r a -
listas" y l a f a s c i n a c i ó n p o r las v a r i a c i o n e s e m p í r i c a s , p o r las d i s t i n t a s
v e s t i m e n t a s d e l m i s m o d e s n u d o e m p e r a d o r , ajenas p o r n a t u r a l e z a a l
discurso d e l psicoanálisis.
¿ T e n e m o s d e r e c h o a a f i r m a r q u e ya i r r u m p i ó ese n u e v o disctirso?
R e s p o n d e m o s d e m o d o tajante, a s u m i e n d o el riesgo d e ser acusados
d e a p r e s u r a m i e n t o : sí. Y c o n m u c h a s razones q u e t r a t a r e m o s d e des-
e n t r a ñ a r . Sz"porque a n t e n u e s t r o s ojos se p r o d u j o u n c a m b i o decisivo
e n e l m o d o d e p r o d u c c i ó n y e n e l f u n c i o n a m i e n t o d e los m e r c a d o s
a u n q u e p e r s i s t e n — y s e g u r a m e n t e s e g u i r á n m a n i f e s t a n d o su p o d e r —
r e l i q u i a s d e los m o d o s a n t i g u o s : el d e l a m o clásico esclavista y e l d e l
a m o m o d e r n o capitalista. A h o r a b i e n , u n a vez p r o c l a m a d a la tesis d e
u n n u e v o m o d o d e p r o d u c c i ó n , d e u n n u e v o a m o , d e u n a n u e v a or-
g a n i z a c i ó n social, t e n e m o s q u e j u s t i f i c a r l a y l o h a r e m o s c o n u n a r g u -
m e n t o q u e p u e d e p a r e c e r e s t r a t a l a r i o o i n s ó l i t o . Extra-\^gante, i n c l u s o
errante y e r r a b u n d o pues llega p o r u n c a m i n o p o c o transitado.
L o " r e v o l u c i o n a r i o " de nuestra é p o c a n o corresponde a u n a más
e n t r e las m ú l t i p l e s a p o r t a c i o n e s d e la t é c n i c a s i n o a c i e r t a n o v e d a d
q u e a f e c t a a todas las t é c n i c a s y, p o r l o t a n t o , a las m o d a l i d a d e s d e la
r e l a c i ó n d e los h o m b r e s e n t r e sí y c o n l a n a t u r a l e z a . H a b l o d e u n a
i n n o v a c i ó n q u e r e p e r c u t e s o b r e el Gestell y s o b r e c a d a u n o d e los
d i s p o s i t i v o s q u e p u d i e s e d e s c r i b i r u n F o u c a u l t . M e r e f i e r o c o n estos
e n f á t i c o s a/en tos a l a aparición de una nueva forma de la escritura, l a
d i g i t a l , la p r i m e r a " c i e n t í f i c a " , u n a m o d a l i d a d d e r e g i s t r o d e l a e x p e -
r i e n c i a h u m a n a q u e consideramos "tercera" y q u e sustenta u n n u e v o
L O S D I S C U R S O S KN L U G A R D E L D I S P O S I T I V O

avatar, t a m b i é n e l t e r c e r o , d e l d i s c u r s o d e l a m o . N o se p u e d e e n t r a r
e n m a t e r i a s i n revisar la histoHa de los modos de escritura e n r e l a c i ó n c o n
los m o d o s d e p r o d u c c i ó n y c o n l a v i d a e c o n ó m i c a , s o c i a l y p o l í t i c a
d e l a ú n i c a especie q u e desde h a c e r e l a t i v a m e n t e p o c o s siglos ( a l r e -
d e d o r d e sesenta) se t r a n s f o r m ó e n e s c r i b i e n t e , la n u e s t r a , sapiens •y
grammaticus. E n e l c u r s o d e l a h i s t o r i a s u r g i ó p e n o s a m e n t e u n a t é c n i -
ca, l a d e l a e s c r i t u r a , q u e t r a j o a p a r e j a d a la m e t a m o r f o s i s d e l a vida.^^
I n s i s t i r é e n la n o m i n a c i ó n d e los tres discursos d e l amo q u e Vengo
p r o p u g n a n d o c o m o sucesivos: a ] e l d e l esclavista, b ] e l d e l c a p i t a l i s t a
y c ] e l d e los m e r c a d o s , r e l a c i o n á n d o l o s u n o a r m o c o n los tres m o -
m e n t o s claves d e la e s c r i t u r a :
a\ estadio: E l d e la p a l a b r a e s c r i t a m i s m a , ú n i c a c a d a vez q u e
se p l a s m a s o b r e s u p e r f i c i e s m á s o m e n o s p e r d u r a b l e s ( p i e d r a , a r c i l l a ,
p e r g a m i n o , p a p e l ) , cuyos o r í g e n e s d e b e n buscarse e n E g i p t o y e n
C h i n a (jeroglíficos, ideogramas) q u e p r e l u d i a n a la escritura alfabé-
t i c a p r o c e d e n t e d e l C e r c a n o O r i e n t e . Esta e s c r i t u r a artesanal, h e c h a
a m a n o , es el p a t r i m o n i o y e l f u n d a m e n t o , s e g ú n n u e s t r a i d e a , d e l
d i s c u r s o d e l a m o esclavista y f e u d a l . Sus l a b o r i o s o s g r a f i s m o s se c o n -
c r e t a n y se m a t e r i a l i z a n e n u n o b j e t o , e l libro, q u e t i e n e sus p r e c u r -
sores e n los p a p i r o s sueltos y e n los r o l l o s q u e a ú n s i g u e n u s á n d o s e
p a r a conserv^ar l a T o r a h e n e l r i t u a l j u d í o . C o m o t a l , c o m o c o n j u n t o
d e h o j a s cosidas y e n el — p a r a t o d o s n o s o t r o s — c o n v e n c i o n a l m o -
delo de páginas rectangulares apiladas y m u y p r o n t o numeradas, el
l i b r o ( e l codex) existe desde e l s i g l o i i i d e n u e s t r a era.'^^* E l t r a b a j o d e
escribas y copistas e r a i n g e n t e : n o s i e m p r e los e n c a r g a d o s d e l a t a r e a
s a b í a n l e e r y e s c r i b i r ; ellos d i b u j a b a n u n o p o r u n o a c a d a s i g n o . U n a
copia m a n u s c r i t a de la Biblia, p o r e j e m p l o , toiriaba a l r e d e d o r de diez
a ñ o s o m á s si se l a i l u s t r a b a , y, d a d o e l p r o c e d i m i e n t o d e su p r e p a r a -
c i ó n , n u n c a s u c e d í a q u e d o s d e ellas f u e s e n i g u a l e s . N i n g u n o d e los
e v a n g e l i o s o d e los p o e m a s h o m é r i c o s c o p i a d o s e n e l m e d i e v o t i e n e
el m i s m o texto q u e o t r o . E l C o r á n , q u e el arcángel Gabriel habría
d i c t a d o a M a h o m a a c o m i e n z o s d e l s i g l o v i i , l l e g a hasta n o s o t r o s m e -
d i a n t e c o p i a s p a r c i a l e s l u e g o r e u n i d a s , todas d i s t i n t a s , hechas s o b r e
p a p i r o y t a m b i é n c u e r o , p i e d r a , a r c i l l a , etc., d e m o d o q u e la p r i m e r a

L o s jeroglíficos egipcios datan de hace unos 5 200 años, la escritura alfabética de

alrededor de 3200.
^
' ^ Robert Darnton, Apologie du livre. Demairi, aujour d'hui, hier, París, G a l l i m a r d /
N R F , 2011.
 L A T E O R Í A I A C A N T A N A D E I-OS D I S C U R S O S

v e r s i ó n q u e se p r e t e n d e c a n ó n i c a d e l l i b r o s a g r a d o p a r a los m u s u l -
m a n e s a p a r e c i ó e n E l C a i r o ¡ e n 1924! D u r a n t e l a r g o s siglos, e n todas
las c i v i l i z a c i o n e s , n o s e n c o n t r a m o s ú n i c a m e n t e c o n e l l i b r o hecho a
mano q u e c o r r e s p o n d e a los m o d o s esclavista y f e u d a l d e p r o d u c c i ó n .
L a p o s e s i ó n y e l uso p o l í t i c o d e estos v o l ú m e n e s e r a p a t r i m o n i o d e
g r u p o s de privilegiados (nobles, c o m u n i d a d e s eclesiásticas, e r u d i t o s
d e las p r i m e r a s u n i v e r s i d a d e s m e d i e v a l e s ) e n e l s e n o d e sociedades
f u n d á m é n t á l n i é r i t é a n a l f a b e t a s r e g i d a s p o r m o n a r c a s , n o b l e s y sa-
c e r d o t e s . L a p r e c a r i e d a d d e los s o p o r t e s m a t e r i a l e s y la escasez d e
las c o p i a s e x p l i c a n la t r á g i c a h i s t o r i a d e tantas o b r a s esenciales d e
la c u l t u r a q u e f u e r o n destruidas p o r los i n c e n d i o s accidentales, p o r la
e r o s i ó n , p o r la f u r i a d e los b i b l i o c l a s t a s . N a d i e d i s c u t e q u e la e x p a n -
s i ó n d e l c r i s t i a n i s m o e n E u r o p a y l u e g o e n A m é r i c a h i s p a n a es u n
f e n ó m e n o d e t r a d u c c i ó n y q u e e l l a n o h u b i e r a s i d o p o s i b l e sita la
Vulgata, e d i c i ó n c a n ó n i c a d e los t e x t o s h e b r e o s y á r a m e o s e n e l latín
d e l i m p e r i o r o m a n o , d e b i d a a San J e r ó n i m o , p a d r e d e la Iglesia. Las
tres r e l i g i o n e s m o n o t e í s t a s , a b r a h á m i c a s , d e b e n su s u b s i s t e n c i a y su
o r g a n i z a c i ó n a la a c t i v i d a d d e los copistas y t r a d u c t o r e s d e los t e x t o s
sagrados. I g u a l m e n t e s u c e d e c o n los escritos c l á s i c o s d e la a n t i g ü e -
d a d g r e c o l a t i n a y c o n las e n s e ñ a n z a s d e B u d a , d e C o n f u c i o y d e los
Vedas, l i b r o s f u n d a m e n t a l e s d e l h i n d u í s m o . L a o r g a n i z a c i ó n c u l t u r a l
y p o l í t i c a d e las g r a n d e s c i v i l i z a c i o n e s t i e n e a l l i b r o c o m o c o n d i c i ó n y
p r e r r e q u i s i t o . Y e l l i b r o , p o r su p a r t e , es u n o b j e t o p r o d u c i d o p o r e l
t r a b a j o d e los siervos, los escribas, q u e se c o m i e r t e e n e l p o r t a d o r d e
la p a l a b r a sagrada d e D i o s , d e l t e x t o d e las leyes o d e l p e n s a m i e n t o
d e los sabios v e n e r a d o s d e la a n t i g ü e d a d . P o r a r c h i c o n o c i d a y r e c o n -
t r a c i t a d a n o vale casi la p e n a r e c o r d a r d e n u e v o la c á u s t i c a d i a t r i b a
s o c r á t i c a c o n t r a la t é c n i c a d e la e s c r i t u r a s u p u e s t a m e n t e i n v e n t a d a
p o r T o t h y p r e s e n t a d a a T h a m o s , r e y d e Tebas, t a l c o m o es r e l a t a d a
e n el ya r e f e r i d o Fedro d e P l a t ó n , u n t e x t o t a n i n m o r t a l c o m o a q u e l l o s
c o n t r a los q u e se i n s u r g e . L a m e m o r i a — s o s t e n í a S ó c r a t e s — d e b í a
estar e n e l a l m a y e n la p a l a b r a d e l filósofo, f u e r a d e t o d o s o p o r t e
m a t e r i a l . D e t o d o s m o d o s , e n esos m í t i c o s c o m i e n z o s d e l saber u n i -
v e r s a l , ya se p i e n s a q u e la m e m o r i a es u n a f u n c i ó n d e la t é c n i c a . N o
e n b a l d e , desde S i m ó n i d e s e n a d e l a n t e , se r e c u r r e a d i s t i n t o s p r o c e -
d i m i e n t o s d e " m n e m o t e c n i a " y se d i s c u t e c u á l e s s o n las f o r m a s m á s
eficientes de almacenar lo a p r e n d i d o . Hasta podría correrse el riesgo
d e d e c i r q u e el o b j e t o - l i b r o , e l c o n j u n t o o r d e n a d o d e p á g i n a s escritas
LOS DISCURSOS E N L U O A R D E L DISPOSITIVO

y n u m e r a d a s ( c a l c u l a b l e s , c o m p u t a b l e s ) , m a r c a e l p u n t o d e pasaje d e
la A n t i g ü e d a d c l á s i c a a l a E d a d M e d i a t e m p r a n a y q u e la E d a d M e d i a
t a r d í a es l a é p o c a e n q u e se a s i e n t a e l c a r á c t e r l i b r e s c o d e l saber, i n -
t e g r a d o ya y d e s d e e n t o n c e s al d i s p o s i t i v o u n i v e r s i t a r i o . E n el c e n t r o
a r q u i t e c t ó n i c o d e las u n i v e r s i d a d e s , a u n h o y , se e n c u e n t r a e l e d i f i c i o
de la biblioteca.
Segundo, estadio: C o n t r a r i a m e n t e a l a o p i n i ó n g e n e r a l y g e n e -
r a l i z a d a , d i r e m o s q u e la r e v o l u c i ó n i n d u s t r i a l n o c o m e n z ó c o n los
telares p a r a e l a l g o d ó n e n I n g l a t e r r a e n e l s i g l o x v i i . Q u i e n e s eso
dicen n o t o m a n e n cuenta que el p r i m e r p r o d u c t o industrial e n E u -
r o p a fiae, p r e c i s a m e n t e , el libro: e l l i b r o i m p r e s o a p a r t i r d e 1449 p o r
G u t e n b e r g ( e l m i s a l d e C o n s t a n z a ) y l a B i b l i a d e M a g u n c i a d e 1452.
A c o n t e c i m i e n t o técnico rigurosamente c o n t e m p o r á n e o de la t o m a
d e C o n s t a n t i n o p l a , l a i m p r e n t a m a r c a e l pasaje d e la E d a d M e d i a a l a
M o d e r n a , s e g ú n las p e r i o d i z a c i o n e s q u e t i e n e n c u r s o c o r r i e n t e e n l a
h i s t o r i a t a l c o m o se t r a n s m i t e e n la escuela. Es l a p a l a b r a i m p r e s a — n o
ú n i c a sino múltiple, p u b l i c a b l e e n copias p o t e n c i a l m e n t e i n c o n t a -
bles, t o d a s i d é n t i c a s e n t r e s í — d e b i d a a l i n v e n t o a l e m á n , q u e usa a l
p a p e l c o m o s u s t a n c i a - s o p o r t e p r e d o m i n a n t e y q u e es u n p r o d u c t o d e
l a i n d u s t r i a d e los B u r g o s . Esa palabra impresa es la base y el fundamento
del discurso del capitalista, l i g a d o p o r n a t u r a l e z a al t r a b a j o d e las m á q u i -
nas. N u n c a se r e c o r d a r á l o s u f i c i e n t e q u e la r e f i 3 r m a p r o t e s t a n t e es
u n a i n e s p e r a d a c o n s e c u e n c i a d e l a i m p r e n t a , q u e las 95 tesis d e E n -
tero (1517) c i r c u l a r o n e i n u n d a r o n E u r o p a p o r centenares de miles
d e c o p i a s q u e ya se l e í a n h a c i a 1520, q u e la t r a d u c c i ó n l u t e r a n a d e
los e v a n g e l i o s a l a l e n g u a v e r n á c u l a f u e e d i t a d a e n 1522 y c o m p l e t a -
d a h a c i a 1540, q u e e l t e x t o c o n s i d e r a d o s a g r a d o e n t r ó c o m o o b j e t o
d e u s o c o r r i e n t e e n las casas d e los fieles q u e se a d h e r í a n a l o b i s p o
c i s m á t i c o y q u e así l l e g a r o n d e s p u é s t a m b i é n e n c o p i a s i m p r e s a s las
o b r a s d e C a l v i n o , Z w i n g l i , Wesley y los d e m á s f u n d a d o r e s d e sectas
p r o t e s t a n t e s , a l t i e m p o q u e l a i g l e s i a c a t ó l i c a c o n d e n a b a las v e r s i o n e s
e n l e n g u a s v u l g a r e s d e las b i b l i a s j u d í a y c r i s t i a n a y e j e r c í a u n a censu-
r a i m p l a c a b l e s o b r e los m a t e r i a l e s q u e se i m p r i m í a n . P a r a L u t e r o l a
i m p r e n t a e r a " e l ú l t i m o d e los d o n e s q u e D i o s h i z o a los h o m b r e s " .
"¿Por q u é no?" (Lacan, cit.) ¿Por q u é n o c o i n c i d i r c o n M a x Weber
(cit.) e n c o n s i d e r a r al c a p i t a l i s m o c o m o u n efecto de la i d e o l o g í a
c a l v i n i s t a y p u r i t a n a c u y a m á s p r í s t i n a e x p r e s i ó n se lee e n los a f o r i s -
mos juveniles de Benjamín F r a n k l i n que — y n o p o r casualidad— fue
154 LA TEORÍA L A C A N I A N A D E L O S DISCURSOS

u n i m p r e s o r desde los 14 a ñ o s d e edad? O b s e r v o , s i n e m b a r g o , q u e

t a m b i é n W e b e r o m i t e r e c o n o c e r e l esencial p a p e l d e i n t e r m e d i a c i ó n
y l a í n t i m a r e l a c i ó n d e la i n d u s t r i a e d i t o r i a l c o n la d i ñ i s i ó n d e l a é t i c a
p r o t e s t a n t e , base d e l " e s p í r i t u c a p i t a l i s t a " . E l c a p i t a l i s m o y la R e v o l i i -
c i ó n i n d u s t r i a l m o d e r n a — a los q u e cabe d i s t i n g u i r d e las eternas y
u n i v e r s a l e s a s p i r a c i o n e s a l l u c r o y a la r i q u e z a p r e s e n t e s a l o l a r g o d e
la h i s t o r i a — s o n u n e f e c t o d e l l i b r o t a l c o m o h o y l o c o n o c e m o s , e l
qUe se u n i v e r s a l i z ó e n t r e los siglos x v y x x . S o s t e n e m o s q u e e l m o d o
d e p r o d u c c i ó n c a p i t a l i s t a es u n e f e c t o d e l a p r i m e r a p r o d u c c i ó n
i n d u s t r i a l , d e las p r i m e r a s m á q u i n a s . . . y ellas s o n las d e i m p r e s i ó n
y d i s t r i b u c i ó n d e l a p a l a b r a escrita. E l c a p i t a l i s m o es c o n s u s t a n c i a l
c o n e l l i b r o ; n a c e y m u e r e ( o s o b r e v i v e ) c o n él. L a r e v o l u c i ó n d e la
m o d e r n i d a d resulta de u n a transformación radical en el m o d o de
e s c r i b i r y d e g u a r d a r l a m e m o r i a q u e es, e n esencia, e l pasaje d e u n a
p r o d u c c i ó n a r t e s a n a l s i n g u l a r a u n a f a b r i c a c i ó n i n d u s t r i a l masiva. L a
a p a r i c i ó n d e l a b u r g u e s í a c o m o clase social, d e l c a p i t a l i s m o c o m o
t e o r í a e c o n ó m i c a , d e la d e m o c r a c i a r e p r e s e n t a ü v a c o m o r é g i m e n
político y del individualismo liberal como ideología dominante en
la s o c i e d a d c i v i l s o n e f e c t o s d e la i n d u s t r i a e d i t o r i a l . E l l i b r o i m p r e s o
es e l h e r a l d o d e u n n u e v o m o d o d e p r o d u c c i ó n . L a d e c a d e n c i a d e l
i m p e r i o e s p a ñ o l y el i r r e s i s t i b l e ascenso d e l i m p e r i o i n g l é s ( c o n los
d e s a r r o l l o s c o n c o m i t a n t e s e n H o l a n d a , Suiza, A l e m a n i a y F r a n c i a )
h a n d e p e n d i d o d e l l u g a r h e c h o e n c a d a u n o d e esos p a í s e s a la i m -
p r e n t a . I n v i t o a investigadores, economistas e historiadores a discutir
y, si c a b e , d e s a r r o l l a r esta tesis.
c] Tercer estadio: E l d e la p a l a b r a s i n s o p o r t e m a t e r i a l , s i n peso n i v o -
l u m e n , t r a n s m i s i b l e d e m o d o i n s t a n t á n e o , r e p r o d u c i b l e hasta el i n f i -
n i t o , q u e c i r c u l a s i n l i m i t a c i o n e s d e t i e m p o y espacio, s u s c e p f i b l e d e
c a m b i o s y r e c o m p o s i c i o n e s s i n fin, d i g i t a l i z a d a , la d e nuestras c o m -
p u t a d o r a s , q u e p e r m i t e y q u e l l e g a a ser la h e r r a m i e n t a f u n d a m e n t a l
e n e l p l a n o t é c n i c o d e l " d i s c u r s o d e los m e r c a d o s " c o n sus " f l u j o s i n -
formáticos" desbordantes, infinitos e impredecibles. H a surgido u n a
n u e v a m o d a l i d a d d e l a e s c r i t u r a q u e apenas p o d í a avizorarse c u a n d o
la n a t u r a l e z a d e t e r m i n ó e l final d e la e n s e ñ a n z a d e L a c a n ( 1 9 8 1 ) . E l
l i b r o t o m a a h o r a u n a n u e v a f o r m a : e l l i b r o v i r t u a l , e l q u e casi c u a l -
q u i e r h a b i t a n t e alfabetizado d e l planeta p u e d e "descargar" gratuita-
m e n t e ( o casi) s i n salir d e su h o g a r , s i n tinta n i p a p e l , e l l i b r o ingrávi-
d o —^ya n o u n " v o l u m e n " — , m u l t i c o l o r , c o n i n f i n i t o s m á r g e n e s p a r a
LOS D I S C U R S O S E N L U O A R D E L DISPOSITIVO 155

la glosa y e l c o m e n t a r i o , " i n t e r a c t i v o " , c a r g a d o d e n e x o s i n t e r t e x t u a -

les, t r a d u c i b l e d e i n m e d i a t o a c u a l q u i e r i d i o m a o sistema t i p o g r á f i c o
p o r m e d i o de artefactos cibernéticos q u e " m e j o r a n " día a día, i m p e r -
m e a b l e a la c e n s u r a y a la d e s t r u c c i ó n . ¿ Q u é c a m b i a e n el m u n d o
c u a n d o , n o s ó l o la B i b l i a , s i n o la b i b l i o t e c a e n t e r a d e A l e j a n d r í a está
al a l c a n c e d e m i l l o n e s d e l e c t o r e s , es p o r t á t i l y cabe e n la p a l m a d e l a
m a n o ? Esta n u e v a v i c i s i t u d d e la p a l a b r a escrita a p o y a l a tesis d e u n
nuevo m o d o dé producción y o d e las m e r c a n c í a s , d e u n
n u e v o d i s c u r s o , d i f e r e n t e d e l c a p i t a l i s t a . E l t e x t o se e x t i e n d e y n o co-
n o c e f r o n t e r a s : es h i p e r t e x t o . N o t i e n e a u t o r p u e s c u a l q u i e r a p u e d e ,
e n p r i n c i p i o , a b r i r la f u n c i ó n " e d i t a r " y agregar, s u p r i m i r o c a m b i a r
lo escrito. E l l i b r o y la enciclopedia del c o n o c i m i e n t o universal son
p r o d u c i d o s p o r l a c o m u n i d a d d e los i n t e r n a u t a s . C o n l a m e m o r i a a l -
m a c e n a d a e n i n s t r u m e n t o s d i g i t a l i z a d o s , s o n estos i n s t r u m e n t o s , ser-
v o m e c a n i s m o s , los q u e d i a l o g a n e n t r e sí y los sujetos s o n los i n t e r m e -
d i a r i o s a n ó n i m o s y c o n m u t a b l e s e n l a o p e r a c i ó n d e sus c o m a n d o s . E l
s u j e t o d e l i n d i v i d u a l i s m o b u r g u é s s u r g i d o d e la r e v o l u c i ó n i n d u s t r i a l ,
e l stijeto d o t a d o d e la ilusión d e a u t o n o m í a y l i b e r t a d , d u e ñ o d e su
d e s t i n o y " a u t o r " d e sus palabras, e l p e n s a d o r y p o e t a narcisista q u e
a s p i r a a r e c o n o c e r s e e n sus " o b r a s " s i n g u l a r i z a d a s p o r la firma, p o r
la sigiiature d e su i d e n t i d a d , es s u s t i t u i d o p o r la r e f e r e n c i a a r b o r i z a d a
hasta el i n f i n i t o e n e l r i z o m a d e la r e d . ¿ S e r á esta m o d a l i d a d d e l a
e s c r i t u r a i n m a t e r i a l e l m o d e l o d e l n u e v o d i s c u r s o , "postindustriar, del
d i s c u r s o P S T ? A c e p t a r l o es r e c o n o c e r u n a t r a n s f o r m a c i ó n e s e n c i a l e n
e l a m o q u e se h a v u e l t o a n ó n i m o e i m p e r s o n a l . . . p e r o q u e n o d e j a
d e ser e l a m o e n esta t e r c e r a v i c i s i t u d c o i c i d e n t e c o n la t e r c e r a m o d a -
l i d a d d e l l i b r o y d e la e s c r i t u r a .
¡ C u á l n o s e r í a m i sorpresa a l r e c i b i r d e s d e P a r í s el d í a 19 d e j u n i o
de 2007 u n e j e m p l a r de u n l i b r o que tiene c o m o fecha de p u b l i c a -
ción el 3 de j u n i o de 2007 (según el i n f a l i b l e Google, i m p e r m e a b l e
a los lapsus y al i n c o n s c i e n t e ) y q u e l l e v a p o r t í t u l o Les trois écritures
d e Clarissa H e r r c n s c h m i d t ^ ^ e n e l q u e r á p i d a m e n t e p u d e v e r q u e
esta a u t o r a " r e p r o d u c í a " — a u n q u e c o n ciertas d i f e r e n c i a s — m i tesis
e x p u e s t a e n la U n i v e r s i d a d d e M é x i c o e n e l mes d e m a y o y o p o r t u -
n a m e n t e p u b l i c a d a e n m i blog\, e l l a n o p o d í a saber d e
m i s e l a b o r a c i o n e s d e l m i s m o m o d o e n q u e y o n o c o n o c í a las d e e l l a .

(J. HerrenscbtTiidL, Les trois écritures. Langue, nombre, code, París, G a l l i m a r d , 2007.
156 LA TEORÍA L A C A N I A N A D E LOS D I S C U R S O S

I n m e d i a t a m e n t e d i c u e n t a d e las c o i n c i d e n c i a s y d i v e r g e n c i a s e n los
párrafos q u e a c o n t i n u a c i ó n transcribo de u n capítulo que a u n n o
acabo de redactar sobre el tema de la m e m o r i a colectiva:

Del ideograma y el alfabeto a Gutenberg y de Gutenberg a Bill Gates. E n la

fase actual la m e m o r i a es absoluta, invasora, omnipresente, mercantilizada,
abrumadora. Las mmenotecnias han pasado al olvido; ya no hay arte de la
m e m o r i a sino manejo de la información digitalizada. Apenas terminaba de
escribir estas palabras cuando cayó en mis manos el v o l u m e n firmado por
Clarisse H e r r e n s c h m i d t que sostiene también la tesis de "las tres escrituras"
y que m e obliga a una pequeña pero importante rectificación. En su l i b r o ,
ricamente documentado, la autora sostiene que la p r i m e r a escritura, la que
tanto ella como yo indicamos como a ] , es la de la letra qtie hace \'isible a la
palabra, inventada alrededor del año 3300 antes de Cristo y revolucionada
p o r el alfabeto hacia el siglo x u a. C. La segunda uo coincide con la que he-
mos llamado b ] , ligada a la invención de la i m p r e n t a , sino, segñn esta autora,
a la escritura del número, que ubica hacia el año 620 antes de nuestra era y
que se materializa en la moneda que porta en su superficie metálica la ins-
cripción de su valor. La tercera, correspondiente a nuestra c ] , es la escritura
informática que nació entre los años 1926 y 1938 a partir de la "máquina de
Turing".
M i elaboración, pues, coincide y diverge de la de Herrenschmidt, Veamos
en qué. Nadie puede sostener que la escritura del n t i m e r o aparece en la
"historia de la h u m a n i d a d coincidiendo con la acuñación de la moneda. En
todas las culturas gráficas, incluyendo las de la cuenca del Mediterráneo y
también las orientales y mesoamericanas, el número se escribe m u c h o antes
de ser grabado como moneda en los intercambios. La astronomía, ciencia
de la medición p o r antonomasia, se desarrolla independientemente de la
economía, n o sabría yo decir si antes o después pero es posible que ambas
sean simultáneas. La invención del número escrito n o es, por lo tanto, fecha-
ble en el siglo V I I a. C, Y tampoco —es m i o p i n i ó n — implica tma "segunda
escritura". Discrepo en este p u n t o con Herrenschmidt. Pero sí reconozco en
su argumentación u n hecho que me obliga a tomar en cuenta su posttxlación
de u n m o m e n t o trascendental que debe ser \TLSto c o m o u n giro f u n d a m e n t a l
en la historia de la escritura. La invención de la moneda metálica, en efecto,
anticipa el invento de Gutenberg y antes aún, el de Coster, el impresor de
H a a r l e m en H o l a n d a que n o usaba los tipos móviles sinc^ las planchas de
madera. Para H e r r e n s c h m i d t es decisiva y revolucionaria la posibilidad de
LOS DISCURSOS E N L U G A R D E L DISPOSITIVO

Utilizar u n m o l d e invariable que p e r m i t e r e p r o d u c i r u n a cantidad incalcu-

lable de copias de una misma inscripción en u n soporte material estable
y que se conserva a lo largo del t i e m p o . Digamos, en respaldo de su tesis,
que n o cabe tampoco olvidar a los "sellos" que cualquiera puede ver en los
museos de arqueología oriental y que a u n hoy se siguen usando en todas
partes para garantizar la autenticidad de ciertos documentos. Igualmente ha-
brá que tomar en cuenta, los moldes que servían para sacar copias idénticas
entre sí dé esculturas y vasijas metálicas. Las monedas acuñadas constituyen
u n precedente directo de ese mqrnento b ] , revolución en la escritura que,
de todos modos, p o r nuestra parte, seguimos ligando a la invención de la i m -
prenta. La novedad i n t r o d u c i d a p o r Gutenberg es la de los tipos móviles, que
p e r m i t e n la reproducción i n d e f i n i d a de textos complejos dotados de valor
fonético, sintáctico y semántico, cosa que n o se ve n i en el sello n i en la mo-
neda. Los tipos móviles p e r m i t e n la constante corrección y recomposición
de la palabra escrita, hazaña impensable para los grabados, las xilografías, las
aguafuertes y silverpoints que precedieron a los incunables.

¿Es e l l i b r o v i r t u a l e l ú l t i m o avatar d e l a a v e n t u r a g r a m a t i c a l d e l a
h u m a n i d a d ? N a d i e p o d r í a a s e g u r a r l o p e r o es p o c o p r o b a b l e q u e así
sea. ¿ Q u é l o r e m p l a z a r á ? N a d i e l o sabe p e r o l o q u e sí p u e d e asegurar-
se es q u e e l r i t m o d e las i n n o v a c i o n e s n o es e l d e u n moto perpetuo s i n o
e l d e u n crescendo q u e p a r e c e s i n l í m i t e s . C o m o d i c e R o b e r t D a r n t o n
(ciL, p. 73):

El r i t m o de los cambios parece cortar el aliento: de la escritura al códice,

4300 años; del códice a los tipos móxáles, 1 150 años; de los tipos móviles a
internet, 524 años; de I n t e r n e t a los motores de búsqueda, 17 aiios; de esos
motores a los algoritmos de clasificación de Google, 7 años. ¿Y quién sabe
que nos espera aun o qué es lo que está a p u n t o de salir?

Podemos ahora volver a nuestra a r g u m e n t a c i ó n sobre u n a nueva

era, c o r r e l a t i v a d e u n n u e v o d i s c u r s o , tras esta salida d e n u e s t r o r e c t o
c u r s o p a r a e x p o n e r los tres m o d o s d e la e s c r i t u r a , c o r r e s p o n d i e n t e
cada t i n o a u n m o d o d e p r o d u c c i ó n y a u n a m o d a l i d a d d e l d i s c u r s o
d e l a i u o , q u e c o n s i d e r á b a m o s e s e n c i a l antes d e e x p l a y a r l o q u e sigue.
158 LA T E O R Í A L A C A N I A N A O E L O S DISCURSOS

D E L DISCURSO PST, " D E L O S M E R C A D O S " .

R E G R E S O A L O S SERVOMECANISMOS

D e b e m o s r e t o m a r a h o r a a L a c a n y sus " s ó l o c u a t r o " d i s c u r s o s . Insis-

t i r e m o s s i n p a u s a e n q u e las sucesivas f o r m a s d e l d i s c u r s o d e l a m o
(tres; c l á s i c o , c a p i t a l i s t a y d e los m e r c a d o s ) n o i m p l i c a n q u e l a m á s
reciente, la última e n aparecer, sustituya a la a n t e r i o r . E l p a n d u r o
de a n t a ñ o p u e d e coexistir c o n el r e c i é n salido d e l h o r n o . E l a m o
m o d e r n o , c a p i t a l i s t a , n o h a e x c l u i d o a l a m o c l á s i c o : se h a a g r e g a d o
y e n parte h a c o m b a t i d o p a r a o c u p a r su l u g a r sin conseguir n u n c a
d e s p l a z a r l o p o r c o m p l e t o . Si se aceptase q u e h a a p a r e c i d o u n a ter-
cera m o d a l i d a d d e l a m o (o u n a tercera f o r m a de organización de
la s o c i e d a d ) , se d e b e c o m e n z a r a c l a r a n d o q u e las d o s a n t e r i o r e s n o
se h a n d e s v a n e c i d o , d e l m i s m o m o d o e n q u e el l i b r o v i r t u a l n o h a
a b o l i d o al l i b r o m a n u s c r i t o o al l i b r o i n d u s t r i a l , d e l m i s m o m o d o e n
q u e el n o m b r e - d e l - P a d r e , s i g n i f i c a n t e a m o t r a d i c i o n a l (S^), n o se h a
b o r r a d o p o r q u e haya s i d o s u s t i t u i d o e n e l l u g a r d e l s e m b l a n t e p o r
el saber (S^) q u e es e l a g e n t e d e l d i s c u r s o u n i v e r s i t a r i o , s i g n i f i c a n t e
f u n d a m e n t a l p a r a e l " d i s c u r s o c a p i t a l i s t a " , s e g ú n ya v i m o s . I n t e n t a r e -
m o s , a h o r a sí, d a r u n a f o r m a l i z a c i o n m a t e m á t i c a d e l s u p u e s t o " n u e -
v o " d i s c u r s o s i n a p a r t a r n o s , a m e n o s q u e f u e s e n e c e s a r i o , d e la tesis
l a c a n i a n a d e los c u a t r o discursos c o n sus m a t e m a s , sus " l u g a r e s " y sus
v e c t o r e s d e a r t i c u l a c i ó n c o m o f u e r o n e x p u e s t o s e n los m e n c i o n a d o s
cursos d e l s e m i n a r i o s o b r e El saber del psicoaiialista ( x v i i i a) e n e n e r o
y f e b r e r o d e 1972 (CÍL).

agente otro

producto
verdad

\} El agente. V e m o s o c u p a n d o e l l u g a r d e l agente o semblante ( a r r i -

ba y a la izquierda: J ) a u n objeto sin rostro, u n ente, u n p r o d u c t o
técnico, que n o dice palabra alguna o que profiere instrticciones que
d e b e n ser seguidas s i n a p e l a c i ó n . L a l ó g i c a d i s c u r s i v a d e los m e r c a -
dos e n n u e s t r a é p o c a se p r e s e n t a c o m o u n c o n j u n t o d e trasiegos, d e
vaivenes c i b e r n é t i c o s , f u e r a d e l t i e m p o y d e l e s p a c i o , s i n s u j e t o n i
LOS DISCURSOS E N L U G A R D E L DISPOSITIVO

fin (es); p o d r í a m o s d e c i r q u e e l s e m b l a n t e n o es e l d e l " c a p i t a l i s t a "

( n i H e n i y F o r d n i B i l l Gates) s i n o e l mercado c o n sus i n e s c r u t a b l e s
" f l u j o s d e c a p i t a l " . A esa m i s t e r i o s a e n t i d a d m u d a y a t r o n a d o r a p o -
d e m o s r e c o n o c e r l a c o m o u n s e m b l a n t e , u n s u s t i t u t o d e @, causa d e l
deseo, p l u s d e g o c e , e m i s o r a d e u n d i s c u r s o s i n palabras y d e u n a
c o n s i g n a e n u n c i a d a c o n s o r d i n a q u e p u e d e ser s a n g u i n a r i a , l a d e l
s u p e r y ó : "/Goza/" E n r e a l i d a d e l a g e n t e es N a d i e {Personne); no po-
d r í a m o s c o n f i m d i r l o c o n e l a m o esclavista o f e u d a l q u e r e c i b e y trans-
m i t e u n a p a l a b r a v e n i d a desde e l c i e l o , d o g m á t i c a , y t a m p o c o c o n e l
b u r ó c r a t a o c o n e l m a e s t r o " o r i e n t a d o r " d e las masas q u e p r e t e n d e
ser i g u a l i t a r i o , d e m o c r á t i c o y h a b l a r e n n o m b r e d e las c o n v e h i e n c i a s
u t i l i t a r i a s d e l a c o m u n i d a d . L a b a t u t a y t a m b i é n la v o z c a n t a n t e e n
nuestro m u n d o "globalizado" corresponden al "objeto" industrial, a
l a m e r c a n c í a q u e se c o n s u m e , q u e se p r o d u c e y se d e s t r u y e s i n cesar
y q u e i m p o n e sus c o n d i c i o n e s . ¿ Q u i é n h a s u s t i t u i d o e n e l l u g a r d e l
s e m b l a n t e al capitalista que, e n t r e t a n t o , h a b í a r e m p l a z a d o al a m o
a n t i g u o ? E l servomecanismo d e l q u e t a n t o n o s o c u p a m o s e n los apar-
tados p r e v i o s d e este l i b r o : @ (es d e c i r , s u s e m b l a n t e ) , u n f e t i c h e
tecnológico encargado de desmentir la castración y la i m p o s i b i l i d a d
lógica de la relación sexual.
f i e m o s i n d i c a d o ya c u á l es el a g e n t e e m i s o r d e las ó r d e n e s q u e los
c u e r p o s d e b e n s e g u i r e n e l d i s c u r s o q u e s u r g e y se va c o n v i r t i e n d o
e n d o m i n a n t e ( d ó m i n e = a m o ) e n n u e s t r o s t i e m p o s . Es e l a n ó n i m o
" o b j e t o " ' c a r e n t e d e i n t e n c i o n e s y deseos, él m i s m o "causa d e l d e -
seo", o f e r e n t e d e u n " p l u s d e g o z a r " , ese o b j e t o @ q u e o c u p a b a e l
l u g a r de la " p r o d u c c i ó n " e n el discurso d e l a m o clásico y l u e g o , e n e l
d i s c u r s o c a p i t a l i s t a , el l u g a r r e b a u t i z a d o c o m o "plus de gozar". A h o r a
el o b j e t o h a b l a y c o m a n d a —*• al s u j e t o ($) q u e es p u e s t o e n e l l u g a r
d e l "otro", e n e l l u g a r d e l "goce", I s e g ú n r e c u r r a m o s a los n o m b r e s
q u e s u c e s i v a m e n t e f u e r o n asignados al espacio q u e q u e d a a r r i b a y a
la d e r e c h a e n las f ó r m u l a s p r o p u e s t a s p o r L a c a n e n 1969 y e n 1972
respectivamente.
L a c a n m i s m o d e j ó a p u n t a d a l a respuest a q u e v e n i m o s d e s a r r o -
l l a n d o : e l saber q u e o r i g i n a l m e n t e p e r t e n e c í a a l esclavo d e l " a m o
c l á s i c o " (S^): ese "saber h a c e r " y ese saber i n c o n s c i e n t e q u e el esclavo
m a n i f e s t a b a c u a n d o e l a m o le h a c í a las p r e g u n t a s q u e p e r m i t í a n r e -
v e l a r l o , ese saber está a h o r a i n c o r p o r a d o {built-in) e n el o b j e t o , es su
verdad d e s c o n o c i d a y, c o m o t a l , o c u p a e l l u g a r i n d i c a d o a b a j o y a l a
i6o LA TEORÍA L A C A N I A N A O E L O S DISCURSOS

i z q u i e r d a e n las f ó r m u l a s 1. E l gadget, e l o b j e t o t e c n o c i e n t í f i c o , sabe

c ó m o h a c e r s i e m p r e y c u a n d o se r e s p e t e su " p r o g r a m a c i ó n " c o m o
servomecanismo, s i e m p r e y c u a n d o se o b e d e z c a a l "menú " d e sus p o s i -
b i l i d a d e s o p e r a t i v a s . Este " t o d o - s a b e r " ( q u e n o es "saber t o d o " ) " h a
p a s a d o a l l u g a r d e l a m o " , ^ ' ese s a b e r d e l q u e d i s p o n í a el esclavo, sa-
b e r l o q u e e l a m o p o d í a q u e r e r a u n q u e e l p r o p i o a m o n o l o supiese,
se m a n i f i e s t a e n e l " c o n t r o l r e m o t o " y sus i n f i n i t a s p o s i b i l i d a d e s de
m e m o r i a y telequinesia.

El hecho de que el todo-saber haya pasado al lugar d e l amo hace más opaco
el lugar de la verdad [. -. ] y nmestra el núcleo de la nueva tiranía del saber. Es
lo que hace imposible que en este lugar aparezca en el curso del m o v i m i e n t o
histórico, c o m o tal vez tuvimos la esperanza, lo que es su verdad. El signo de
la verdad está ahora en otra parte. Debe ser producido por eso que ha sustituido al
esclavo antiguo, es decir, por los que son ellos mismos productos, Idn consumibles como
los otros. C o m o suele decirse: sociedad de consumo (cursivas mías).

L a s e c u e n c i a es c l a r a ; el a m o a n t i g u o , el s e ñ o r , t e n í a (y tíene) a l
esclavo c o m o sierv^o; el a m o m o d e r n o , es d e c i r , el c a p i t a l i s t a , t e n í a
(y t i e n e ) a l o p e r a r i o , a l p r o l e t a r i o , c u y a f u e r z a y t i e m p o d e t r a b a j o
e s t á n a m a r r a d o s p o r u n c o n t r a t o . H o y , e n l a d o m i n a n c i a d e los m e r -
c a d o s , e s t á e l ó^rtíomecanismo, e l p r o d u c t o r t e l e c o m a n d a d o ( p o r e l
a m o ) y telecomandante (del sujeto). Recordemos que en la fórmula
d e L a c a n d e l d i s c u r s o c a p i t a l i s t a , e l a g e n t e , e l s u j e t o q u e t o m a ese
l u g a r d e s p u é s d e l " m u y p e q u e ñ o g i r o " , d e s p u é s d e s u p l a n t a r a l sig-
n i f i c a n t e a m o ($ q u e o c u p a e l l u g a r d e S^) n o se d i r i g e a l p r o l e t a r i o
( n o h a y u n v e c t o r q u e los e n l a c e ) : é s t e l e es i n d i f e r e n t e , es u n a p i e -
za p e r m u t a b l e e i m p e r s o n a l e n e l p r o c e s o d e p r o d u c c i ó n . ¿Y a h o r a ,
e n esta " n u e v a t i r a n í a d e l s a b e r " q u e d e n u n c i a b a L a c a n ? E l n u e v o
c o m a n d a n t e es el o b j e t o , el o b j e t o @ cjue, a p a s o r e d o b l a d o , v i e n e
s u s t i t u y e n d o a l b e n e f i c i a r i o d i r e c t o d e la plusvalía: el r o b o t , q u e n o
t i e n e l a f o r m a c a r i c a t u r a l d e l a c i e n c i a - f i c c i ó n d e a q u e l l o s a ñ o s (cf.
Thesleeper, W o o d y A l i e n ) , la d e a n t r o p o i d e s m e t á l i c o s , s i n o los t a n fa-
m i l i a r e s c o n t r o l e s r e m o t o s q u e p e r m i t e n c o n t r o l a r a q u i e n e s los u s a n
(los n u e v o s siervos, c u y o p a r a d i g m a es e l t e l é f o n o c e l u l a r — artefac-
t o q u e u n o c r e e c o n t r o l a r p e r o a través d e l c u a l se es c o n t r o l a d o ) .

^' J. L a c a n , Le Séminaire. Livre XVfJ, cit., pp. 34-35. Clase del 17 de diciembre de
1969-.
LOS DISCURSOS E N L U G A R D E L D I S P O S I T I V O 1Q1

d i s p o s i t i v o s c a d a vez m á s p e q u e ñ o s , e-nanos, c a d a vez m á s p o r t á t i -

les, c a d a vez m á s c a r g a d o s d e f u n c i o n e s d i g i t a l i z a d a s . Estos o b j e t o s
p r o d u c i d o s m a s i v a m e n t e , c a r g a d o s d e u n saber m i s t e r i o s o p a r a sus
usuarios, c o n d e n a d o s a u n a rápida obsolescencia, v e r t i g i n o s a m e n t e
d e s e c h a d o s y r e m p l a z a d o s p o r o t r o s , h a n d a n d o u n n u e v o r o s t r o a la
s o c i e d a d d e l c a p i t a l i s m o t a r d í o (¿post?) y s o n la c o n c r e c i ó n m a t e r i a l
d e u n n u e v o d i s c u r s o a l q u e p o d e m o s c a r a c t e r i z a r c o n los m a t e m a s
d e l á l g e b r a l a c a n i a n a . El semblante del objeto @ es, €tsí^ el agente del dis-
curso m^rvacío. H a y q u e e v i t a r e v e n t u a l e s c o n f u s i o n e s y r e c o r d a r :
" e l a g e n t e n o es e i i a b s o l u t o y p o r f u e r z a e l q u e h a c e s i n o a q u e l a l
q u e se h a c e actuar".^® P o r eso es q u e su n o m b r e f u e c a m b i a d o p o r e l
p r o p i o L a c a n : n o es a g e n t e , p a r e c e s e r l o : es semblante. ¿A q u i é n hace-
m o s actuar? A los s e r v o m e c a n i s m o s , t a n t o p a r a f o t o g r a f i a r las l u n a s
de J ú p i t e r c o m o para hablar p o r teléfono.
2 ] La x>erdad. (abajo y a l a i z q u i e r d a : I ) S e g u i m o s c o n l a estruc-
t u r a d e este d i s c u r s o d e los m e r c a d o s . En el lugar de la verdad está el
saber (S^) q u e c o m a n d a a l semblante (a @), v e c t o r * , u n p l e x o d e sig-
n i f i c a n t e s q u e l l a m a a l gadget a e x i s t i r , q u e l o i n v e n t a c o m o m e r c a n c í a
y q u e m u l t i p l i c a sus c o p i a s , e l d i s p o s i t i v o c i e n t í f i c o d e la p r o d u c c i ó n
d e c o i " i o c i m i e n t o s q u e a l i m e n t a a la i n d u s t r i a d e los s e r v o m e c a n i s -
m o s y q u e es la base d e l e d i f i c i o d e l a s o c i e d a d p o s t i n d u s t r i a l . es
e l m a t e r n a q u e d e s i g n a , ya d e s d e los t i e m p o s d e l d i s c u r s o c a p i t a l i s t a ,
p e r o h o y m á s q u e n u n c a , a l a ciencia, ese saber a u t ó n o m o , a c é f a l o ,
q u e se especializa s i n cesar, c o n su e x p a n s i ó n t a n i l i m i t a d a c o m o ava-
s a l l a d o r a , q u e se o s t e n t a c o m o verdad ( o c u p a su l u g a r e n l a f ó r m u l a ) ,
y q u e p e r m i t e g o b e r n a r a l o r e a l . Un saber q u e p r e s u m e d e " o b j e -
t i v i d a d " y qzie no sabe ni quiere saber n a d a d e a q u e l q u e l a c o m a n d a : e l
a m o , t a n t o e n e l caso d e l esclavista c o m o e n e l c a p i t a l i s t a . L a c i e n -
cia c o m o u n a " e m p r e s a " o, m á s p r e c i s a m e n t e , s e g ú n a c a b a m o s d e
d e c i r p e r o n e c e s i t a m o s recalcar, c o m o u n dispositivo la p r o d u c c i ó n
d e c o n o c i m i e n t o s válidos y e f i c i e n t e s , q u e m a r c h a d e m o d o i m p r e -
d e c i b l e , q u e c a r e c e d e fines, q u e o b e d e c e " e s p o n t á n e a m e n t e " a sus
p r o p i a s leyes, i g n o r a n t e d e sus d e t e r m i n a c i o n e s sociales y yjolíticas
a u n q u e o b e d i e n t e e n su d e s a r r o l l o a d e t e r m i n a c i o n e s e c o n ó m i c a s
p r o c e d e n t e s d e ios m e r c a d o s . U n a " i d e o l o g í a d e la f o r r l u s i ó n d e l su-

Ibid., CÍL, p. 197. Clase del 10 de j u n i o de 1970. {L'ageni n^est pas du totU forcément
celui qui fait, nmis cehii qui esi fait a^r.)
l62 LA TEORÍA L A C A N I A N A D E L O S DISCURSOS

j e t o " c u y a m á x i m a e x p r e s i ó n se e n c o n t r a r á e n l a d o x a e c o n ó m i c a
q u e p o s t u l a q u e los m e r c a d o s f u n c i o n a n solos, r e g i d o s p o r sus p r o -
pias leyes, i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e la v o l u n t a d d e sus actores y d e
q u i e n e s r e s u l t a n a f e c t a d o s p o r los m o v i m i e n t o s d e l c a p i t a l , s e g ú n el
c l á s i c o t ó p i c o " a d á m i c o " ( p o r A d a m S m i t h ) d e la " m a n o i n v i s i b l e " .
L a c i e n c i a e c o n ó m i c a , p r o p o n e m o s , es e l p a r a d i g m a d e u n a activi-
dacd h u m a n a p r o d u c t o r a d e saber q u e h a c e v e r a l a h i s t o r i a c o m o
e f e c t o d e p r o c e s o s i n g o b e r n a b l e s y, p o r eso m i s m o , fatales.
3 ] El otro. ¿ Q u i é n — c u á l — es e l otro / elgocé^l q u e se d i r i g e e l obje-
t o @ d e s d e e l l u g a r d e l semblante / agente d e este d i s c u r s o cuya -verdad
es l a c i e n c i a ? ¿ C u á l — q u i é n — es el d e s t i n a t a r i o d e l s e r v o m e c a n i s m o ?
¿ Q u i é n e s t á e n e l l u g a r d e a r r i b a y a l a d e r e c h a (1 ) e n l a f ó r m u l a d e
este " n u e v o " discurso? N e c e s a r i a m e n t e , e l sujeto ( $ ) , el d e l i n c o n s -
ciente y el d e l síntoma, el habitante y el "avotante" de la sociedad
d e m o c r á t i c a , e l u s u a r i o y c o n s u m i d o r d e los p r o d u c t o s t e c n o c i e n t í f i -
cos, e l s u j e t o r e p r e s e n t a d o p o r u n s i g n i f i c a n t e p a r a o t r o s i g n i f i c a n t e
( d e f i n i c i ó n c l á s i c a , q u e se p u e d e c o n s e r v a r y t a m b i é n matizar, a par-
t i r d e estas c o n s i d e r a c i o n e s s o b r e las nuevas f o r m a s d e la e x p e r i e n c i a
e n e l m u n d o p o s t i n d u s t r i a l ) . El otro es hoy el sujeto ($) q u e c r e e ser
a u t ó n o m o c u a n d o m a n e j a los c o n t r o l e s r e m o t o s y d e m á s s e r v o m e -
c a n i s m o s , c u a n d o d e c i d e la m a r c a d e l e q u i p o q u e c o m p r a r á y cuyos
d e d o s se m u e v e n al c o m p á s i n d i c a d o p o r e l m a n u a l d e l u s u a r i o . Ese
q u e , e s t r u c t u r a l m e n t e , r e s p o n d e y q u e r e c i b e los v e c t o r e s q u e p a r t e n
d e los l u g a r e s d e la verdad (S^) y d e l agente o semblante C[UG d a su n o m -
bre al discurso que tenemos e n consideración y que, según vimos,
es e l o b j e t o @. Es e n t a l s e n t i d o q u e l a d e f i n i c i ó n d e l sujeto, s e g i i n
i n s i n u a m o s , se p u e d e c o n s e r v a r y t a m b i é n m a t i z a r y hasta, e n c i e r t o
m o d o , i n v e r t i r , s i n m o d i f i c a r sus t é r m i n o s . E l sujeto c o m o " s i r v i e n t e "

^ Dos obras son fundamentales para que los "amigos del psicoanálisis" (el sintagma
es de Derrida) se u b i q u e n c o n relación a la ciencia económicn y al supuesto "liberalis-
m o " que la orienta: K. Polanyi [1944], The Great Transformation, Boston, Beacon Press,
1957, en esp. La gran transformación, México, FCE, 2004, traducción de E . L Suáfcz; y
M. Foucault [1978-19791, Naissance de la biopoUtique. París, Gallimard-Seuil, 2004, en
esp. Nacimiento de la biopolziica, B n c n o s Aires, FCE, 2007, t r a d u c c i ó n de H . Pons. E n la
obra de Foucault se e n c o n t r a r á rm erudito despliegue de las posiciones teóricas del
capitalismo hasta su desembocadura e n el neoliberalismo salvaje de fines del siglo
pasado, piedra fundamental de nuestro "discurso de los mercados". Por supuesto que
la lectura de ambas obras tiene c o m o prerrequisito cierta familiaridad con las tesis
e c o n ó m i c a s del marxismo desarrolladas a partir de El capital [1867].
LOS DISCURSOS E N L U O A R D E L DISPOSITIVO 163

d e l o b j e t o @, es representado por un significante (¡S^l e l s a b e r ) , para otro

significante: (jS^I, e l s i g n i f i c a n t e q u e ñ r e r a a m o ) . ( V e c t o r d i a g o n a l / "
desde I e n dirección al y vector diagonal desde I e n dirección
a I). Las c o n s e c u e n c i a s d e esta p r o p o s i c i ó n se v e r á n c o n c l a r i d a d
c u a n d o h a y a m o s t e r m i n a d o d e e s c r i b i r l a f ó r m u l a d e l discurso de los
mercados,
4) La producción. ¿ C u á l es, p a r a c o n c l u i r , e l producto, e l plzts de gozar
\ u b i c a d o a b a j o y a la d e r e c h a e n l a f ó r m u l a , q u e r e a l i z a e l s u j e t o
c o m o respuesta a l a i n t i m a c i ó n p r o v e n i e n t e d e los o b j e t o s q u e o c u -
p a n e l l u g a r d e l semblante y a los q u e "se h a c e a c t u a r " , s e g ú n h e m o s
r e c o r d a d o ? Ese h a b i t a n t e ($) i n s t a l a d o e n e l l goce, e l c o n s u m i b l e
sujeto d e l a s o c i e d a d d e c o n s u m o , se ve c o n s t r e ñ i d o a c o n j u r a r los
s i g n i f i c a n t e s q u e le h a n f a l t a d o e n su e r e c c i ó n c o m o ser h a b l a n t e , a
i n v o c a r esos n o m b r e s - d e l - P a d r e q u e p u d i e r a n d a r c o n t i n u i d a d a su
existencia e n m e d i o de la desorientación general, de la pululación de
o f e r t a s s i g n i f i c a n t e s y d e l a f a l t a d e g a r a n t í a s d e todas ellas. E l s u j e t o
se ve f o r z a d o a c r e a r los dioses q u e e s c u c h e n sus p l e g a r i a s y l o h a c e
a d o p t a n d o significantes q u e p u d i e r a n representarlo, r e c i b i e n d o d e
ellos u n a i m a g i n a r i a " i d e n t i d a d " de la q u e está p r i v a d o p o r q u e , e n
t a n t o q u e otro, n o r e c i b e u n a p a l a b r a o r d e n a d o r a ( n i q u e e m i t a ó r d e -
nes n i q u e p o n g a o r d e n ) d e p a r t e d e l m u d o agente C^U^G es @. A f a l t a
d e n o m b r e - d e l - P a d r e , p r o d u c e n o m b r e s m ú l t i p l e s y pasajeros q u e l o
a n c l a n d e m a n e r a p r e c a r i a e n e l m u n d o . Se a d h i e r e a S^ v o l á t i l e s
q u e él m i s m o e n c u e n t r a o i n v e n t a y los c o n s a g r a c o m o d i g n o s d e su
s e r v i d u m b r e , l a de él: jefes de g r u p o , líderes f u n d a m e n t a l i s t a s , capos
de mafia, emblemas nacionales o de colectividades, marcas d e presti-
g i o c o n sus c o r r e s p o n d i e n t e s l o g o t i p o s , a c t i v i d a d e s c o m p a r t i d a s ( u n
d e p o r t e , u n hobby o u n lobby), u n a p a r t i c u l a r i d a d q u e l o i d e n t i f i c a c o n
o t r o s , p o r e j e m p l o , la e d a d , l a p r e f e r e n c i a s e x u a l , u n e q u i p o d e p o r t i -
vo, u n a e n f e r m e d a d . I n t e r n e t o p e r a f r e c u e n t e m e n t e c o m o agente o
s e m b l a n t e q u e se d i r i g e a l s u j e t o y l e p r o p o n e las o p c i o n e s d e s i g n i f i -
cantes u n o q u e l o identificarán s o c i a l m e n t e m e d i a n t e la c r e a c i ó n dt
c o m u n i d a d e s v i r t u a l e s e n las q u e n o es n e c e s a r i o p o n e r e l c u e r p o y
d o n d e l a i m a g e n p u e d e ser a j u s t a d a a v o l u n t a d . E l o e l l a se p r e g u n -
tan " ¿ Q u i é n soy?" y l a respuesta es " T ú p u e d e s e l e g i r q u i é n eres al
o p t a r p o r u n o d e los s i g n i f i c a n t e s d e i d e n t i f i c a c i ó n q u e se te o f r e c e n .
U n a vez q u e escojas t u S^ s a b r á s q u i e n eres, t e n d r á s u n n o m b r e , u n
r o s t r o q u e s a l d r á e n u n l i b r o d e fácil acceso {faceboolt) y u n l u g a r e n
164 LA TEORÍA L A C A N I A N A D E L O S DISCURSOS

e l c i b e r e s p a c i o . A l l í p o d r á s vivir, f o r m a r p a r t e d e u n a c o m u n i d a d s i n
f r o n t e r a s " . E l s u j e t o , a t o m i z a d o y a i s l a d o p o r los d i s p o s i t i v o s q u e l o
e x c l u y e n d e l lazo s o c i a l , c o n la e s t r u c t u r a f a m i l i a r d e b i l i t a d a , c o n la
t i e r r a q u e d e s a p a r e c e d e b a j o d e sus pies, c o n ü n l u g a r i n c i e r t o e n la
v i d a d e l a c i u d a d , se a f e r r a a i d e n t i f i c a c i o n e s q u e satisfacen su necesi-
d a d de c u m p l i r c o n algo o con alguien. Los proveedores de identida-
des i m a g i n a r i a s se h a n t r a n s f o r m a d o e n s i g n i f i c a n t e s q u e f u n c i o n a n
como s u p l i e n d o el d e f e c t o e n e l o r d e n s i m b ó l i c o d e r i v a d o d e la
falta de u n a palabra que lo n o m b r e .
E l e j e m p l o m á s p a l p a b l e y r a d i c a l d e esta i n v i t a c i ó n — c u á n d o n o
c o n m i n a c i ó n — a d e c i d i r sobre la p r o p i a i d e n t i d a d a d h i r i e n d o a u n
es l a p o s i b i l i d a d , a b i e r t a p o r l a c i e n c i a , d e e s c o g e r el g é n e r o a l
q u e se p e r t e n e c e . Ser h o m b r e o ser m u j e r d e p e n d e h o y e n d í a d e
u n a r e s o l u c i ó n q u e p u e d e t o m a r s e sin r e c a b a r el a c u e r d o o e l c o n -
s e n t i m i e n t o d e n a d i e ; l o ú n i c o q u e h a c e f a l t a es d i s p o n e r d e l d i n e r o
p a r a q u e , e n t r e el e n d o c r i n ó l o g o y e l c i r u j a n o p l á s t i c o , p r o d u z c a n los
r e s u l t a d o s a p e t e c i d o s p o r e l d e m a n d a n t e . D e m o d o tal q u e e l g é n e r o
es u n a m e r c a n c í a o f r e c i d a e n e l h o s p i t a l y q u i e n e s d e c i d e n t r a n s f o r -
m a r s u i d e n t i d a d s e x u a l (y s o n c e n t e n a r e s d e m i l e s , p r o n t o m i l l o n e s )
p u e d e n e s g r i m i r l e g í t i m a m e n t e e l a r g u m e n t o d e la l i b e r t a d a la q u e
n i n g ú n o r d e n c o e r c i t i v o p o d r í a oponerse.^" E s c r i b e G h e r o v i c i : " E n
Estados U n i d o s es f r e c u e n t e q u e e l c a m b i o d e sexo sea c o n s i d e r a -
d o c o m o u n a m á s d e las e l e c c i o n e s c o n s u m i s t a s d e l e s t i l o d e v i d a ,
c o m p a r a b l e a hacerse v e g e t a r i a n o o m u d a r s e a u n a c o m u n i d a d sub-
u r b a n a " ( c i t . , p . 2 ) . A u n q u e los " t r a n s g e n e r i s t a s " se o p o n e n a esta
visión q u e e s t i m a n r e d u c t o r a d e su p o s i c i ó n s u b j e t i v a , e l d e b a t e e n
t o r n o a l t e m a es á s p e r o . G h e r o v i c i se p r e g u n t a si la f r e c u e n c i a d e las
o p e r a c i o n e s y la p u b l i c i d a d q u e se p r e s t a a l t e m a d e l a m o d i f i c a c i ó n
d e l g é n e r o s o n u n s i g n o d e l i b e r t a d e n u n a d e m o c r a c i a r o b u s t a o si la
trivialización d e l c a m b i o d e sexo es i m n u e v o m o d o d e " n o r m a l i z a r "
los p r o b l e m a s c o r r e l a t i v o s a las d i f i c u l t a d e s p a r a d e f i n i r la o r i e n t a -

Patricia Gherovici, Please Select your Gender. Prom the Invention of Histeria to the De-
mocratizing of Transgendensm, Nueva York y Londres, Routledge, 2010. Se trata de u n a
obra e s e n c i a l e n . l a que se replantea el problema del genero y el sexo en la perpccti-
va psicoánalítica lacaniana a la luz de las condiciones científicas y políticas presentes
por la aparición del nuevo "discurso de los mercados" c o m o contrapuesto al discurso
capitalista. L a autora plantea con rigor*la e c u a c i ó n entre mercantilización y democra-
tización: si algo puede comprarse y venderse y está al alcance de cualquiera ¿por qué
privarse de hacerlo?
LOS DISCURSOS KN L U G A R D L L DISPOSITIVO l5r

c i ó n d e g é n e r o y l a " s o l u c i ó n " q u i r ú r g i c o - h o i m o n a l es u n a m e d i d a
p a l i a t i v a q u e , gracias a l a t e c n o l o g í a , p u e d e e s c o n d e r y d i s i m u l a r los
p r o b l e m a s reales i n t r í n s e c o s a c u a l q u i e r d e f i n i c i ó n d e l a i d e n t i d a d
s e x u a l . ¿Es l a c i r u g í a g e n i t a l u n m o d o d e c o r r e g i r u n " e r r o r d e la n a -
t u r a l e z a " o es u n "pasaje a l a c t o " c o n c o n s e c u e n c i a s i r r e v e r s i b l e s q u e ,
lejos d e l i b e r a r a l s u j e t o , l o esclavizan a c o e r c i o n e s d e n u e v o c u ñ o ?
L a s i t u a c i ó t i n o es m u y d i s t i n t a d e l a q u e se p l a n t e a c o n ías d r ^
n a r c o t i z a n t e s : ¿ e j e r c e el s u j e t o s u l i b e r t a d a l r e c u r r i r a ellas o, p o r e l
c o n t r a r i o , es ese r e c u r s o u n a m a n e r a d e n o p l a n t e a r s e los p r o b l e m a s
de la existencia e n m e d i o d e situaciones conflictivas, de n o escuchar
a lo q u e d e n t r o de él clama p o r hacerse oír?
Es h o r a d e r e g r e s a r a las ya c a n ó n i c a s f o r m u l a c i o n e s d e Lyotard:^^
se h a p a s a d o d e l a e r a d e los " g r a n d e s r e l a t o s " q u e m a r c a b a n o r d e n a -
m i e n t o s p r e c i s o s y válidos p a r a l a c o l e c t i v i d a d , d e la e r a d e los ideales
c o n sus c o r r e s p o n d i e n t e s m a y ú s c u l a s : D i o s , P a t r i a , P a r t i d o , N a c i ó n ,
Raza, Catisa, c a d a u n o d e los cuales i m p l i c a b a u n S^, s i g n i f i c a n t e a m o
u n i f i c a n t e , a l a p r o l i f e r a c i ó n d e s b o r d a d a d e los " p e q u e ñ o s r e l a t o s "
de corte p r o p a g a n d í s t i c o q u e i n c i t a n al c o n s u m o de ( i n ) diferentes
m e r c a n c í a s e i d e o l o g í a s c o n sus g r u p ú s c u l o s d e a d e p t o s q u e p u e d e n
p r e s c r i b i r m o d o s d e p e n s a r y d e c r e t a r p r o h i b i c i o n e s d e ciertas a c t i -
v i d a d e s q u e e s t á n p r o s c r i t a s o s o n a l e n t a d a s e n el g r u p ú s c u l o v e c i n o .
Se h a p a s a d o d e l a c o n g r e g a c i ó n ( g r e y ) a la d i s p e r s i ó n , d e la masa a l
á t o m o . El producto en el discurso del mercado es el que hace el sujeto ^'esco-
giendo" sus significantes amo (S^), e l e v a n d o i m á g e n e s a la d i g n i d a d d e l
s i g n i f i c a n t e . Esto se i n d i c a e n l a e s t r u c t u r a c o m o u n v e c t o r v e r t i c a l
d e s c e n d e n t e ( l ) e n l a m i t a d d e r e c h a d e la f ó r m u l a q u e va d e s d e e l
l u g a r d e l gocel , d e $ , a l l u g a r d e l plus de gozar\.
D e s p u é s d e esta serie d e c o n s i d e r a c i o n e s q u e n o s p e r m i t i e r o n
u b i c a r a l a g e n t e , a l o t r o , a la v e r d a d y a l a p r o d u c c i ó n , p o d e m o s ya
e s t a b l e c e r la e s t r u c t u r a c o n la c o m b i n a c i ó n d e los c u a t r o m a t e m a s
l a c a n i a n o s t a l y c o m o los h e m o s l o c a l i z a d o p a r a d a r c u e n t a d e los
d i s c u r s o s . T e n e m o s , así, e l discurso de los mercados:

^'Jean-F. Lyotard, I.a condición posimxxlerna, Barcelona, Cátedra, 1989. T r a d u c c i ó n

de M . Antolín.
i66 l.A T E O R Í A L A C A N I A N A D E I-OS D I S C U R S O S

(agente) $ (otro)

I
S„ ( v e r d a d ) Sj ( p r o d u c t o )

¡Qué resultado desconcertante! N o hemos desembocado en alguna

d e las d i e c i n u e v e f ó r m u l a s vacantes d e s p u é s d e h a b e r d a d o e l paso e n
falso d e r e c o n o c e r p o r u n m o m e n t o — y l u e g o , e n d e f i n i t i v a , descar-
t a r — a l ^discurso c a p i t a l i s t a ' c o m o " q u i n t o " d e n t r o d e la p o s i b i l i d a d
c o m b i n a t o r i a d e los c u a t r o e l e m e n t o s . H e m o s c a í d o i n e s p e r a d a m e n -
te e n u n d i s c u r s o q u e ya c o n o c í a m o s , j u s t a m e n t e a q u e l q u e d e f i n e
n u e s t r a p r o p i a a c c i ó n y n u e s t r o p r o p i o l u g a r c o m o psicoanalistas. La
fórmula del '^discurso de los mercados'^ es la que ya conocíamos y había sido
escrita por Lacan como ^discurso delpsicoanaUsta'", ¿ C ó m o es q u e la es-
t r u c t u r a d e a m b o s discursos, e l d e los m e r c a d o s y e l d e l p s i c o a n a l i s t a ,
acaba p o r ser l a misma? ¿ Q u é semejanzas p u e d e h a b e r y q u é d i f e r e n -
cias p e r m i t i r í a n d i s t i n g u i r a las d o s m o d a l i d a d e s e n las q u e e l o b j e t o
@ o c u p a e l l u g a r d e l semhlantey cuya f ó r m u l a es l a m i s m a ?
T e n e m o s q u e a p r e s u r a r n o s a a c l a r a r : las c o r r e s p o n d e n c i a s d e los
c u a t r o m a t e m a s o c u p a n d o los m i s m o s l u g a r e s e n las d o s f ó r m u l a s
g e n e r a u n a identidad g r á f i c a e n t r e a m b a s , p e r o e l l o n o s i g n i f i c a u n a
i d e n t i d a d d e los e l e m e n t o s s u b s u m i d o s p o r e l m a t e m a . N o s i e n d o
los m i s m o s los v a l o r e s d e S^, S^, $ y @, l o q u e q u e d a m a n i f i e s t o e n
la f ó r m u l a es u n a i g u a l d a d d e las r e l a c i o n e s e n t r e e l l o s : es l o q u e
d e s d e A r i s t ó t e l e s se c o n o c e c o m o analogía. L a f ó r m u l a clásica de la
p r o p o r c i ó n : a : b :: c : d, n o d i c e n a d a d e los v a l o r e s q u e e n c a d a caso
a s u m e n a, by cy d.

Semejanzas

S e g u i r é e l m i s m o o r d e n q u e e n la e x p o s i c i ó n d e los e l e m e n t o s d e l a
fórmula.
íz] E l agente o semblante: T a n t o los s e r v o m e c a n i s m o s q u e r e p r e s e n -
t a n a l a g e n t e e n e l d i s c u r s o d e los m e r c a d o s c o m o e l p s i c o a n a l i s t a
a c t ú a n d e s d e u n l u g a r d e s u b j e t i v a d o , h a c e n semblantead ser " n a d i e " ,
d e ser e m i s o r e s d e u n d i s c u r s o s i n p a l a b r a s , d e b l a n q u e a r y d e des-
LOS DISCURSOS EN L U G A R D E L DISPOSITIVO 167

v a n e c e r sus d e t e r m i n a c i o n e s p e r s o n a l e s y su d e s e o . N i n g u n o d e los
d o s d i c e " q u e r e r " a l g o y a m b o s h a c e n d e su d e s e o u n a i n c ó g n i t a q u e
a q u e l a q u i e n se d i r i g e n , e l otro, e l s u j e t o d e l goce, e n u n o y . o t r o caso,
t r a t a d e develar. " T ú eres q u i e n f o r m u l a la d e m a n d a y y o te o f r e z -
co m i s servicios." Por o t r a parte, t a n t o el analista c o m o el m e r c a d o
" h i s t e r i z a n " a l o t r o e i n t r o d u c e n e l discui'so d e la h i s t e r i a t a n t o e n el
a n a l i z a n t e c o m o e n e l c o n s u m i d o r . Se o f r e c e n p a r a satisfacer la d e -
m a n d a p e r o , a l n o h a c e r l o , h a c e n s u r g i r el e s p a c i o d e l d e s e o . L o s d o s
se presentEin c o m o m e r c a n c í a s y t a l vez p u e d a pensarse t a m b i é n a l
p s i c o a n a l i s t a c o m o u n " s e r v o m e c a n i s m o " c u y o d e s e o es q u e se h a g a
u s o d e é l p o r m e d i o d e l d e s p l i e g u e d e l f a n t a s m a , es d e c i r , d e las dis-
t i n t a s p o s i c i o n e s q u e e l s u j e t o ($) p u e d e a d o p t a r a n t e e l o b j e t o @.
H a y u n mode d^emploF^ ( m a n u a l d e i n s t r u c c i o n e s d e u s o ) d e l psicoa-
n a l i s t a q u e consiste e n c u m p l i r hasta d o n d e se p u e d a c o n l a r e g l a
f u n d a m e n t a l q u e é l e n u n c i a a l i n i c i a r u n análisis. N e c e s a r i a m e n t e
t a m b i é n u n o y o t r o , los d o s s e m b l a n t e s d e @, fijan u n p r e c i o p o r su
servicio, u n servicio d o n d e la o f e r t a precede a la d e m a n d a p e r o que
s ó l o p u e d e p o n e r s e e n m o v i m i e n t o si l a d e m a n d a p e r m i t e f u n d a r
u n c o n t r a t o d e p r e s t a c i o n e s r e c i p r o c a s . " ¿ Q u é ( m e ) q u i e r e s ? " es l a
p r e g u n t a q u e t a n t o e l s u j e t o e n análisis c o m o e l u s u a r i o d e l s e r v o m e -
c a n i s m o se h a c e n y t r a t a n d e r e s p o n d e r c o n r e l a c i ó n a esa "cosa" q u e
se p r e s e n t a a n t e ellos d e s p e r s o n a l i z a d a , h a c i e n d o s e m b l a n t e d e ser
causa d e l d e s e o . Las ( n o ) respuestas a l a d e m a n d a , esto es, l a i m p o s i -
b l e s a t i s f a c c i ó n , c o n f r o n t a n a l s u j e t o c o n l o r e a l d e su f a n t a s m a p o r e l
r o d e o de l o i m a g i n a r i o . E l analista asume el l u g a r d e l sujeto supuesto
saber a u n q u e s u d e s e o d e a n a l i s t a e s t á a d v e r t i d o d e q u e esa figura
q u e a d o p t a s e r á p o r f u e r z a d e c e p c i o n a n t e p u e s c a r e c e d e l saber q u e
se l e a t r i b u y e y q u e él n o p u e d e ser la "cosa e n sf * s i n o u n semblante
d e l o b j e t o q u e p r e t e n d e ser.

El p r o d u c t o tecnocicnti^fico, el gadget, p o r su parte, se anuncia c o m o u n

"servo-mecanismo" (siervo, terapeuta y pharmakon) que realizará el fantas-
m a p e r o está también destinado a decepcionar y a una p r o n t a decadencia
después de haber c u m p l i d o c o n la aspiración fantasmática de completar al
sujeto negando su falta, después de haberlo maiavillado c o n la exhibición
de sus posibilidades "falotécnicas". ¿Cuál es el anciano que n o recuerda su

Valga c o m o homenaje a íTieorges Perec. Cf. La vie: tnode d'emph>i, París, Hachette,
1978.
i68 LA TEORÍA LACANIANA D E LOS DISCURSOS

fascinación ante u n nuevo aparato de radio o su p r i m e r a televisión en hlauco

y negro? ¿O, en el terreno de la ficción hecha m i t o , quién n o ha vivido la ex-
perieuGÍa del coronel Aureliano Btiendía cuando su padre l o llevó a conocer
el hielo?^^

h] E l otro, e l q u e se i n s t a l a e n e l l u g a r d e l goce: t a n t o los m e r c a d o s

c o m o e l p s i c o a n a l i s t a se d i r i g e n al s u j e t o y le o ñ " e c e n u n a " s u s t a n c i a "
q u e p o d r á c o n s u m i r , u n a r e s p u e s t a a su p r e g u n t a " ¿ q u é m e falta?",
u n c o n s u e l o p a r a su i m p o t e n c i a , u n a l i v i o p a r a su s í n t o m a ; e n sín-
tesis, u n s o p o r t e p a r a su t r a n s f e r e n c i a . D u l c a m a r a , e n l a ó p e r a d e
D o n i z e t t i , v e n d e al iluso c a m p e s i n o el " e l i x i r de a m o r " , r e m e d i o de
l a c a s t r a c i ó n ; e l s u j e t o , e l N a m o r i n o e n a m o r a d o , es i n v i t a d o a p a g a r
e l p r e c i o . E l r e q u i s i t o p a r a esta t r a n s a c c i ó n es q u e e l s u j e t o a d m i t a su
f a l t a y su a n h e l o d e ese g o c e q u e , c r e e é l , es e l d e los d e m á s c o n s u m i -
dores, el d e l O t r o . A m b o s , el objeto t e c n o c i e n t í f i c o y el psicoanalista,
i n c i t a n a trabajar y a p r o d u c i r al sujeto d e la d e m a n d a p u l s i o n a l que
es c o l o c a d o e n e l g o z a n t e l u g a r d e "otro": @ —* $
c] e l producto, e l plus de gozar h e m o s visto q u e e n los dos casos se
trata de la entronización de significantes u n o I S^, d e rasgos q u e
p r o v e e n al sujeto de u n a " i d e n t i d a d " y de u n a o r i e n t a c i ó n q u e le mar-
c a n su l u g a r e n e l m u n d o . E l "... done je suis" n o p u e d e f u n d a r s e h o v ,
c o m o e n los t i e m p o s d e Descartes — a l b o r e s d e l c a p i t a l i s m o — e n e l
"jepense". Es u n h e c h o i n d i s c u t i b l e y a u n d e s d e antes d e q u e E a c a n l o
e n u n c i a s e q u e "soy d o n d e n o p i e n s o y p i e n s o d o n d e n o soy". A d o r a r

U n gran amigo, u n interlocutor privilegiado, D a n i e l K o r e ñ , me formula dos obje-

ciones de peso y a las dos debo considerarlas e n los momentos correspondientes de mi
discurso. Este es el momento para la p r i m e r a de ellas. Textualmente dice K o r e n : " L o
esencial es que estos objetos-mercancías ofrecidos ¡jor et m e r c a d o no pueden equi-
pararse al objeto @, no son causa del deseo; se p r o p o n e n c o m o respuestas al deseo y
no c o m o causa. No es que falten, es que sobran". Mi respuesta, no definitiva pues la
objeción es ciertamente válida, es que lo ofiecido n o es lo deseado sino u n cebo {leu-
rré) para el deseo. E l paraíso prometido por el flamante servonnecanismo, por la droga
milagrosa que a c a b a r á c o n la angustia o la d e p r e s i ó n , por la m e r c a n c í a en general,
motiva u n a demanda i\\xei es, corno dice K o r e n , algo propuesto c o m o respuesta a ese
deseo y que acabará por mostrar su vana pretensión de cubrir la íálta (<p) y, por lo tan-
to, a c a b a r á por .sostener i n c ó l u m e al deseo. C o i n c i d o c o n mi amigo: "no es que falten;
es que s o b r a n " . . . tal c o m o corresponde a los objetos que satisfacen demandas y dejan
abierta la hiancia del deseo: sobran y por ello son equivalentes a la plusvalía en el capi-
talismo; son excesos, plus, plus de gozar. De tal rtvodo el servomecanismo se transforma
c u u n semblante dc\ de gozar, u n lugarteniente del objeto @ para siempre separado
del sujeto c o m o lo muestra la f ó r m u l a del fantasma: $ O @.
LOS DISCURSOS EN LUOAR D E L DISPOSITIVO

a D i o s , o b e d e c e r a l Rey, a l Estado o a l P a r t i d o f u e r o n d u r a n t e siglos

las claves d e l a " i d e n t i d a d p s i c o s o c i a l " d e l h o m b r e o c c i d e n t a l , des-
c o n o c e d o r d e sus s e r v i d u m b r e s . ¿ H a b r á u n c i m i e n t o s ó l i d o p a r a e l
ser e n e l " T e n g o . . . " , e n el "Yo m a n e j o . . . " , e n e l " P u e d o , gracias a m i s
m u l e t a s t e c n o l ó g i c a s . . . " , e n e l " M e p a r e z c o a...", e n el " E s t o y e n el
r o s t e r d e l o s . . . " , e n a f i r m a r : "Soy u n d i s c í p u l o d e . . , , u n c r e y e n t e e n . . . ,
u n m i e m b r o d e . . . , u n c o n s u m i d o r de..."? Esas y m u c h a s m á s s o n las
respuestas q u e o f r e c e e l d i s c u r s o d e los m e r c a d o s a l s u j e t o h u é r f a n o
de Padre.
El psicoanalista ofrece también al sujeto la p o s i b i l i d a d de p r o d u c i r
sus Sj. E l plus de gozar del s u j e t o está, e n a m b o s casos, e n l a e l e c c i ó n
o e n la p r o d u c c i ó n d e l s i g n i f i c a n t e a m o . ¿ S o n los m i s m o s s i g n i f i c a n -
tes los q u e p r o d u c e e l a n a l i z a n t e q u e los q u e o f r e c e n los m e r c a d o s ?
C r e e m o s q u e n o ; es p o r eso q u e p o s t e r g a m o s su e x p o s i c i ó n p a r a m á s
a d e l a n t e , c u a n d o v e a m o s la esencia d e l i s o m o r f i s m o e n t r e las dos
e s t r u c t u r a s discursivas, l a d e l p s i c o a n a l i s t a y l a d e l m e r c a d o . C o n s t a -
t a r e m o s q u e t a l esencia r e s i d e n o t a n t o e n l o q u e se p a r e c e n c o m o
e n a q u e l l o q u e las d i s t i n g u e . E l d i s c u r s o d e l a n a l i s t a n o es i g u a l a l
d i s c u r s o d e los m e r c a d o s : es su a l t e r n a t i v a .
d\, l a verdad q u e se u b i c a s i e m p r e e n e l l u g a r d e a b a j o
y a la i z q u i e r d a e n la estructura del discurso: para el m e r c a d o y para
e l p s i c o a n á l i s i s ese s i t i o c o r r e s p o n d e a l S^ I, e l saber. U n saber q u e
está m a t e r i a l i z a d o p e r o q u e n o p u e d e leerse e n los gadgets t e c n o l ó g i -
cos, lathouses, s e m b l a n t e s d e l o b j e t o @ q u e " s i r v e n " a su u s u a r i o . U n
b u e n e j e m p l o d e la e s c r i t u r a v i s i b l e p e r o i l e g i b l e p a r a el o j o es l a d e l
c ó d i g o d e b a r r a s . T a m b i é n es el saber l o q u e e l s u j e t o s u p o n e e n e l
a n a l i s t a , e l saber d e l i n c o n s c i e n t e , a l g o q u e n o se sabe y q u e es, e n
ú l t i m a i n s t a n c i a imposible d e saber, esa c a d e n a s i g n i f i c a n t e q u e insiste
y q u e g r a d u a l m e n t e irá r e v e l á n d o s e , c o n los l í m i t e s i m p u e s t o s p o r
t e n e r q u e decirse, a p a r t i r d e las i n c i t a c i o n e s q u e p r o v i e n e n d e las pa-
labras y los actos d e l analista. E l a n a l i z a n t e , ese o t r o a q u i e n se d i r i g e
el semblante de @ I —* I $ h a b l a {goza) y a l o í r s e e n c u e n t r a q u e
su p r o p i a c a d e n a d e asociaciones " l i b r e s " es u n a p r e g u n t a a c e r c a d e
q u i é n l o p r o f i e r e , q u i é n es ese " y o " , f o r m a c i ó n i m a g i n a r i a , q u e o c u p a
su l u g a r y h a b l a e n su n o m b r e . C u m p l e c o n u n a i n j u n c i ó n f o r m u l a d a
d e s d e S^ 1 , la v e r d a d , e l saber i n s a b i d o ( v e c t o r d i a g o n a l a s c e n d e n t e
q u e va d e s d e I h a c i a I ) y p r o d u c e ( i ) i S^.
E l v a l o r d e u n a a n a l o g í a , i n s i s t a m o s , r e s i d e n o t a n t o e n las r c l a c i o -
 LA TEORÍA L A C A N I A N A D E L O S DISCURSOS

nes q u e p e r m i t e a p r e h e n d e r e n t r e d o s e n t i d a d e s s i n o , y m u c h o más,
e n a q u e l l o q u e las d i f e r e n c i a . C o m p r o b a m o s a h o r a q u e l a e s t r u c t u r a
d e l d i s c u r s o ( l o s c u a t r o m a t e m a s , los c u a t r o l u g a r e s ) es l a m i s m a e n
el caso d e l m e r c a d o y e n e l caso d e l p s i c o a n a l i s t a . N o p o r e l l o cabe
c o n f u n d i r l o s y se i m p o n e d e s t a c a r las d i f e r e n c i a s q u e a c a b a n p o r ser
diferendos, q u e t e r m i n a n p o r p r o d u c i r u n a opción disyuntiva.

Diferencias

Primero, e n c u a n t o a l agente, e l o b j e t o t e c n o l ó g i c o n o sabe q u e n o sabe

y t i e n e a la m a n o t o d a s las respuestas q u e su d i s e ñ o le p e r m i t e d a r ;
t a m p o c o p u e d e d i s c r i m i n a r e n t r e los i n d i v i d u o s q u e l o m a n e j a n , m á s
a l l á d e las c o n t r a s e ñ a s q u e p e r m i t e n a c c e d e r a s u f u n c i o n a m i e n t o .
R e c o n o c e claves d e acceso, n o sujetos; n o d i s t i n g u e e n t r e sus usua-
r i o s : es i n d i f e r e n t e a la s u b j e t i v i d a d y a l d e s e o d e q u i e n se sirve d e é l .
Su " m e m o r i a " es casi i l i m i t a d a y s u a c c i o n a r n o sabe d e actos f a l l i d o s .
L a " o b j e t i v i d a d " d e su o p e r a c i ó n es a b s o l u t a y n o a d m i t e " v a c i l a c i o -
nes c a l c u l a d a s d e l a n e u t r a l i d a d " . E l a p a r a t o n o r e s p o n d e ; o b e d e c e
e n l a m e d i d a d e las p o s i b i l i d a d e s q u e l e p e r m i t e su software.
E l a g e n t e d e l a c t o a n a l í t i c o , e n c a m b i o , es f o r m a d o e n u n l a r g o
proceso de " c o c c i ó n " subjetiva, e n u n proceso de d e s p o j a m i e n t o p r o -
gresivo y siempre inacabado de lo i m a g i n a r i o y fantasmático e n el
a r d u o a n á l i s i s d e l a n a l i s t a , e n u n a l a b o r i o s a i n t e g r a c i ó n a l saber p a r a
r e c o n o c e r q u e n o h a y saber q u e n o sea s e m b l a n t e d e u n a v e r d a d
q u e e s t á m á s a l l á d e las p o s i b i l i d a d e s d e l l e n g u a j e . E l a n a l i s t a , si a l g o
sabe, es q u e n o sabe y q u e h a b r á d e a c t u a r n o c o n su saber s i n o c o n
su i g n o r a n c i a . Se n i e g a a i n j e r t a r u n s u p u e s t o saber e n l a i g n o r a n c i a
d e q u i e n l o i n t e r r o g a y n o a c c e d e a satisfacer las d e m a n d a s d e l o t r o
al q u e d i r i g e s u a c t o (@ $ ) . M i e n t r a s q u e el servomecanismo está
c o n s t a n t e e i n c a n s a b l e m e n t e a la d i s p o s i c i ó n d e su p r o p i e t a r i o , el
analista, d u e ñ o d e su t i e m p o y d e l a f i j a c i ó n d e l v a l o r y d e l p r e c i o
d e su t r a b a j o , s u s p e n d e c o n s t a n t e m e n t e , p o s t e r g a sine die y r e f r e n a
e l acceso a s u s u p u e s t o saber. L o m á s i m p o r t a n t e : m i e n t r a s q u e ese
s e m b l a n t e d e @ q u e es e l s e r v o m e c a n i s m o es i n c a p a z d e d i s t i n g u i r
e n t r e l a d e m a n d a y e l deseo, e l o t r o , e l a n a l i s t a , s o s t i e n e l a c o n s t a n t e
d i s o c i a c i ó n d e a m b o s y se n i e g a a c o n f u n d i r los d o s p l a n o s , h a c i e n d o
d e l a d e m a n d a u n a p r e g u n t a y u n c u e s t i o n a m i e n t o d e l d e s e o q u e la
LOS DISCURSOS EN L U G A R D E L DISPOSITIVO 171

s u b t i e n d e . E n su m e c á n i c a n e u t r a l i d a d e l o b j e t o t e c n o l ó g i c o n o tie-
ne deseo m i e n t r a s que el analista n o d a u n paso sino e n f u n c i ó n d e
su d e s e o a u n q u e m a n t i e n e e l s e m b l a n t e d e n o t e n e r l o (se a b s t i e n e
d e f o r m u l a r o t r a s d e m a n d a s q u e las d e l c u m p l i m i e n t o d e la r e g l a y
el p a g o d e las sesiones) y p e r m i t e e i n c l u s o , c o n sus actos, i n s t i g a a
q u e e l a n a l i z a n t e se i n t e r r o g u e a c e r c a d e ese d e s e o d e l O t r o q u e le
r e s u l t a e n i g m á t i c o . E l p s i c o a n a l i s t a r e s p o n d e y, las m á s d e las veces,
l o h a c e c o n su s i l e n c i o .
Segundo. E l "ó/ro" e n e l l u g a r d e l gocei e l s u j e t o $, e s t á c o m a n d a d o
p o r las i n d i c a c i o n e s " i n t e r a c t i v a s " quei p r o c e d e n d e l " a p a r a t o " q u e
p r e t e n d e "inanejar". El sujeto p o n e al servomecanismo para que
o p e r e , p e r o las c o n d i c i o n e s d e s u mode d'emploi e s t á n d e t e r m i n a d a s
p o r e l s a b e r i n c o r p o r a d o e n ese a g e n t e . E l s a b e r d e l q u e se t r a t a ,
o c u p a n d o e l l u g a r d e l a verdad es e l d e l a c i e n c i a p a r a e l gadget e n e l
d i s c u r s o d e los m e r c a d o s y e l saber " i n s a b i b l e " d e l i n c o n s c i e n t e e n
el d i s c u r s o d e l p s i c o a n a l i s t a . L a r e s p u e s t a q u e se e s p e r a d e l o b j e t o
técnico (el g u i a d o p o r c o n t r o l r e m o t o , el p s i c o f á r m a c o , la semilla
t r a n s g c n i c a , etc.) es u n a q u e n o i m p l i c a p a r a q u i e n h a c e e l p e d i d o
la n e c e s i d a d n i l a c o n v e n i e n c i a d e u n a m o d i f i c a c i ó n e n s u p o s i c i ó n
s u b j e t i v a ; e l " a p a r a t o " es m e r a m e n t e u n s i r v i e n t e a l q u e se p r e t e n d e
hacerle obedecer.
L a d e m a n d a d e análisis s u p o n e , p o r e l c o n t r a r i o , l a e x p e c t a t i v a d e
a c a b a r c o n e l s u f r i m i e n t o p o r la v i r t u d d e u n n u e v o s a b e r q u e p o d r á
d e s p u n t a r e n la e x p e r i e n c i a analítica y q u e h a r á d e l srijeto a l g u i e n
d i s t i n t o d e l q u e antes e r a . r e l a c i ó n c o n el r o b o t y sus s u c e d á n e o s
es u t i l i t a r i a y q u i e n r e c u r r e a é l p r e t e n d e m a n t e n e r u n a v i n c u l a c i ó n
p u r a m e n t e r a c i o n a l e n e l s e n t i d o d e " m e sirves o n o m e sirves y si
n o m e sirves te a r r o j o c o n los d e m á s o b j e t o s d e los q u e a n t e s m e h e
d e s p r e n d i d o para c a m b i a r t e p o r u n o q u e r e s p o n d a m e j o r y más rápi-
damente a mis demandas". L a "transferencia" del usuario depende,
pues, d e la s a t i s f a c c i ó n d e las d e m a n d a s . D i s t i n t o es e l v í n c u l o e n t r e
el a n a l i z a n t e y e l s e m b l a n t e d e o b j e t o @ q u e es e l a n a l i s t a . dimen-
s i ó n q u e s o s t i e n e e l e n c u e n t r o es j u s t a m e n t e la /zo s a t i s f a c c i ó n d e las
d e m a n d a s , la no respuesta a las p r e g u n t a s , l a o p o r t u n a d e n u n c i a d e
la i l u s i ó n d e la i d e a l i z a c i ó n , l a reserva e n c u a n t o a c u m p l i r c o n l a
f u n c i ó n d e placebo q u e c a r a c t e r i z a al o b j e t o t é c n i c o . ¿ C u á l es l a res-
p u e s t a d e l s u j e t o a n t e esta n o d i s p o n i b i l i d a d , a n t e l a p o s t e r g a c i ó n ,
a n t e la n o s a t i s f a c c i ó n , a n t e e l e n i g m a d e l deseo? P a r a d ó j i c a m e n t e
 r.A T E O R Í A L A C A N I A N A D E L O S D I S C U R S O S

es... e l a m o r . Si hay análisis, es i m p o s i b l e " s e r v i r s e " d e l a n a l i s t a . L a

s e r v i d u m b r e d e l gozante está excluida... p a r a el u n o y para el o t r o de
los d o s partenaires d e l e n c u e n t r o a n a l í t i c o , p a r a q u i e n e s t á e n e l l u g a r
d e semblante de @ y p a r a q u i e n , s o m e t i é n d o s e a sus i n ü m a c i o n e s , o c u -
p a el l u g a r d e l goce.
Tercero, V a y a m o s a h o r a a l producto, a l plus de gozar, q u e s o n I S^,
s i g n i f i c a n t e s a m o . P o r u n l a d o , e l o b j e t o t é c n i c o , e n sus d i f e r e n t e s
m o d a l i d a d e s , i n d u c e , c o m o ya v i m o s , i d e n t i f i c a c i o n e s colectivas c o n
u n s u s t i t u t o d e l n o m b r e - d e l - P a d r e q u e n o es e l s i g n i f i c a n t e q u e re-
p r e s e n t a a l s u j e t o s i n o u n a cosa: a l g o q u e " h a c e f a l t a " a l p e r s o n a j e
e n c a r n a d o p o r e l u s u a r i o q u e v a c i l a e n t r e i n f i n i t a s p o s i b i l i d a d e s vir-
tuales, o p c i o n e s p r o p u e s t a s p o r e l " m e n ú " . ¿ E n q u é se p a r e c e n los
i n t e g r a n t e s d e la masa d e i n d i v i d u o s a t o m i z a d o s y dispersos? E n q u e
t o d o s q u i e r e n ser d i f e r e n t e s y d i s t i n g u i d o s c o m o tales. E l c a n t a n t e
d e r o c k , e l m a e s t r o r e c o n o c i d o , el p s i c o a n a l i s t a , e l j e f e d e la b a n -
da de delincuentes, el ídolo del deporte, el d i c t a d o r sanguinario, el
p r e d i c a d o r evangélico, asimilan, reúnen en u n c o n j u n t o heteróclito,
a t o d o s los q u e se e m p e ñ a n e n e n c o n t r a r u n m o d e l o d e v i d a y q u e
a s p i r a n a c u b r i r e l v a c í o d e l q u e p r o c e d e n p o r la n o i n s c r i p c i ó n d e l
n o m b r e - d e l - P a d r e , p o r e l fracaso d e l a m e t á f o r a p a t e r n a q u e r e p r e -
s e n t a y a la vez o b t u r a e l deseo d e l a m a d r e . E l s i g n i f i c a n t e a m o (S,)
c o l e c t i v i z a d o ( e l Führer) e r a e l a r t í f i c e d e las masas e n l a p r o p u e s t a d e
F r e v i d d e 1 9 2 1 . L o s sujetos l l e g a n a ser " u n o " , u n o c a d a u n o , u n o q u e
se c u e n t a c o m o u n o , a c e p t a n d o la s u m i s i ó n al s i g n i f i c a n t e u n o , a m o .
¿Y e n e l análisis? T a m b i é n hay p r o d u c c i ó n d e s i g n i f i c a n t e s u n o ,
p e r o , e n este caso, e l s i g n i f i c a n t e n o c o l e c t i v i z a s i n o q u e a p u n t a — t a l
es e l d e s e o d e l a n a l i s t a — a la diferencia ahsoluta^^^ es d e c i r , la s i n g u -
l a r i d a d i r r e d u c ü b l e d e l s u j e t o , a q u e l l o p o r l o c u a l él es c o m o es y,
p o r l o t a n t o , n o es c o m o n a d i e . Ser u n o q u e es c o m o n a d i e ( c o m o
n a d i e m á s ) es i d e n t i f i c a r s e c o n el s í n t o m a , a c e p t a r e l r i e s g o d e la
l o c u r a . Las i d e n t i f i c a c i o n e s colectivas s o n f o r m a c i o n e s f a n t a s m á t i c a s
y ellas s o n las o f r e c i d a s p o r los e m b l e m a s c o n g r e g a n t e s q u e t e r m i -
n a n e n l a m a s i f i c a c i ó n . L a " d i f e r e n c i a a b s o l u t a " es el r e s u l t a d o d e l
a t r a v e s a m i e n t o {afjranchisement) d e l f a n t a s m a , d e i r m á s allá d e é l , d e
e m a n c i p a r s e d e las s e r v i d u m b r e s q u e él i m p o n e e n e l t e r r e n o d e l o

^•^J. L a c a n , Le Séminaire. Livre XJ: Les quatre concepts fondamentaux de la psychanalyse,

París, Seuil, 1973, p. 248.
LOS D I S C U R S O S E N L U G A R D E I , D I S P O S I T I V O

i m a g i n a r i o . P o r esta i d e n t i f t c a c i ó n c o n e l s i g n i f i c a n t e d e su d i f e r e n -
cia e l s u j e t o sabe c ó m o ser s i n n e c e s i d a d d e "ser c o m o " .
Cuarto. E n ú l t i m o t é r m i n o , e n e l l u g a r d e l a verdad, a b a j o y a la
i z q u i e r d a e n la f ó r m u l a , el s a b e r 1 (S^). E l a g e n t e e n e l di.scurso
d e l m e r c a d o es e l o b j e t o o e l e q u i p o t é c n i c o : e l r e l o j , e l p a n ó p t i c o
(o su e q u i v a l e n t e , l a v i d e o c á m a r a o c u l t a ) , e l " a n s i o l í t i c o " , etc., q u e
n a d a sabe d e l p r o c e s o q u e l o f o r m ó n i d e l saber c i e n t í f i c o , h i s t ó r i c o ,
c o n t i n g e n t e , q u e c o n l l e v a . E l t r a b a j o s i m b ó l i c o d e l a . c i e n c i a , sub-
y a c e n t e a l o b j e t o , built in e n él, es l a v e r d a d d e l a g e n t e d e l d i s c u r s o
d e l m e r c a d o q u e d e s c o n o c e ese saber q u e p r e s i d e a su c o n s t r u c c i ó n .
N o se t r a t a d e u n saber r e p r i m i d o s i n o d e u n saber i n c o r p o r a d o e n
la e s t r u c t u r a m a t e r i a l d e esa "cosa q u e s i r v e " a u n s u j e t o . S u f u n c i o -
n a m i e n t o e s t á c o m p l e t a m e n t e s o m e t i d o a la r a z ó n m e r c a n t i l e ins-
t r u m e n t a l . L o " i r r a c i o n a l " e n e l s e r v o m e c a n i s m o es e l ( i n c a l c u l a b l e )
goce q u e a n i m a al u s u a r i o .
M u y d i s t i n t a y hasta c o n t r a r i a es l a f u n c i ó n d e l saber c o m o v e r d a d
d e l d i s c u r s o d e l a n a l i s t a . Es t a m b i é n u n s a b e r q u e n o se sabe; es u n a
a p u e s t a a l d e s p l i e g u e d e u n saber p o r v e n i r , e l d e l o r e p r i m i d o e n e l
s e n t i d o f r e u d i a n o y t a m b i é n e l d e l o i m p o s i b l e d e saber, el deseo d e l
O t r o q u e p r e e x i s t e t a n t o al a n a l i s t a c o m o a l a n a l i z a n t e . H a b l a m o s d e
esa p i e d r a f u n d a m e n t a l d e l s u j e t o q u e t a m b i é n es f r e u d i a n a e n su
o r i g e n y q u e l l a m a m o s " r e p r e s i ó n o r i g i n a r i a " . H a y p u e s , e n e l saber
d e l a n a l i s t a , d o s c o m p o n e n t e s , e l d e l a impotencia, capaz d e ser r e b a -
sada {aufgehoben), y el d e la imposibilidad q u e c o n s t i t u y e e l l í m i t e d e
t o d o saber, n ú c l e o d e la v e r d a d y d e l ser {Kern unseres Wesen), l o r e a l
inaccesible al s í m b o l o , i m p o s i b l e de i n c l u i r e n la cadena significante.
E l saber e n e l p s i c o a n á l i s i s se c o n s t r u y e a l r e d e d o r d e u n c e n t r o q u e
es l o i m p o s i b l e d e saber.

Analogía formal y oposición excluyente

H e m o s i n t e n t a d o e l a b o r a r los rasgos c o m u n e s y los d i f e r e n c i a l e s e n

esta i n q u i e t a n t e a n a l o g í a e n t r e e l d i s c u r s o d e l a n a l i s t a , tal c o m o l o
f o r m u l ó L a c a n a fines d e los a ñ o s sesenta d e l s i g l o p a s a d o , y u n n u e v o
d i s c u r s o , el d e los m e r c a d o s , q u e p a r e c e d e s t i n a d o a ser d o m i n a n t e
e n las f o r m a c i o n e s sociales d e las p r i m e r a s d é c a d a s d e l n u e v o s i g l o .
Lacan c o m e n z ó p o r caiacterizar al discurso d e l a m o c o m o m a t r i z
174 LA TEORÍA L A C A N I A N A O E L O S D I S C U R S O S

d e los c u a t r o discursos c a n ó n i c o s ( e l d e l a i n o y los o t r o s tres) y, l u e g o ,

p r o p u s o u n a m o d i f i c a c i ó n q u e es el " d i s c m s o c a p i t a l i s t a " cuya p e r t i -
n e n c i a discutimos y acabamos p o r asimüar al discurso universitario.
Pese a la n o v e d o s a r e f e r e n c i a a l a m o capitalista, los discursos s e g u í a n
s i e n d o c u a t r o . E n la c o n t i n u a c i ó n d e n u e s t r o t r a b a j o , s i g u i e n d o t a m -
b i é n u n a p r e m o n i c i ó n d e L a c a n q u e f u e i g n o r a d a o soslayada p o r sus
d i s c í p u l o s , h i c i m o s l u g a r a u n n u e v o d i s c u r s o , e l d e los m e r c a d o s , q u e
n o s e r í a n i i t n " q u i n t o " n r m u c h o rhérios u n " s e x t o " d i s c u r s o s i n o u n a
v a r i a n t e q u e se agrega a las a n t e r i o r e s y q u e t i e n e l a m i s m a estrtxctura
q u e e l d i s c u r s o d e l analista a u n q u e sus firriciones sean opuestas.
S o s t e n d r e m o s q u e los i n d i c a d o r e s d e este d e s p l a z a m i e n t o d e los
a g e n t e s ( d e l a m o a l c a p i t a l i s t a , d e l c a p i t a l i s t a a los m e r c a d o s ) d e b e n
buscarse e n l a h i s t o r i a d e los m o d o s d e p r o d u c c i ó n e n o c c i d e n t e y,
m u y e s p e c i a l m e n t e , e n e l s u s t r a t o " r a c i o n a l " d e c a d a u n o d e los t i e s ,
e n el pasaje g r a d u a l y p r o g r e s i v o d e l a i d e o l o g í a d o g m á t i c a y p o n t i -
ficial d e l f e u d a l i s m o a la l i b e r a l d e m o c r á t i c a i n d i v i d u a l i s t a p r o d u c t o
d e l a i n d u s t r i a y d e las r e v o l u c i o n e s b u r g u e s a s y d e é s t a a l a n e o l i b e -
raP'^^ a n á r q u i c a , i n d i f e r e n c i a d a e i n d i f e r e n t e a los d e s t i n o s d e l s u j e t o
q u e c o r r e s p o d e a l i m p e r i o d e m á q u i n a s q u e se m a n e j a n a sí m i s m a s .
O , e n los t é r m i n o s d e F o u c a u l t y D e l e u z e q u e p r o n t o a n a l i z a r e m o s , el
t r á n s i t o d e las s o c i e d a d e s d e s o b e r a n í a a las s o c i e d a d e s d i s c i p l i n a r i a s
y d e é s t a s a las s o c i e d a d e s d e c o n t r o l . E l n u e v o d i s c u r s o c o r r e s p o n d e
a las n o v e d a d e s d e l a v i d a s o c i a l q u e L a c a n ^ o b s e r v a b a y p o d í a p r e -
sagiar q u e s e g u i r í a n d e s a r r o l l á n d o s e , d e b i d o a l p r o g r e s o avasallador
d e las c i e n c i a s q u e c o n d u c i r í a n — t a l e r a s u o m i n o s o p r e s a g i o — a u n
i n c r e m e n t o d e los p r o c e s o s d e s e g r e g a c i ó n y a u n f u t u r o d e c a m p o s
d e c o n c e n t r a c i ó n p o r e l c a m i n o d e los m e r c a d o s u n i f i c a d o s y d e las
c o m u n i d a d e s e c o n ó m i c a s celosas d e sus p r e r r o g a t i v a s .
Es m o n e d a c o r r i e n t e h a b l a r d e l " p e s i m i s m o " d e F r e u d e n los últi-
m o s a ñ o s d e su v i d a . P u e d e d e c i r s e l o m i s i n o d e L a c a n , p e r o n o s o t r o s
p r e f e r i m o s h a b l a r d e " r e a l i s m o " , d e d e s p o j o y r e c h a z o d e las i l u s i o -
nes a n t e la fluctuante y s i e m p r e i m p r e v i s i b l e m a r c h a d e la h i s t o r i a .
D e s p u é s d e l a c o n f e r e n c i a d e M i l á n d e 1972 d o n d e e s c r i b i ó l a f ó r m u -
l a d e l d i s c u r s o c a p i t a l i s t a , sus d i s c í p u l o s se d e d i c a r o n a l a e x é g e s i s y,

35 C L M . Foucault [Cours d u 7, 14 et 21 février de 1979], Naissance de la biopoUtiqtie,

París, C^Uirnard-Seuil, 2004, pp. 105-190..
J . L a c a n , "Proposition d u 9 octobre 1967", e n Arttres écrits, París, Seuil, 2 0 0 L p.
243.
LOS DISCURSOS E N L U O A R D E L DISPOSITIVO

c o m o n o s o t r o s a q u í , a l c o m e n t a r i o c r í t i c o d e esa f ó r m u l a . P e r o p a s ó
i n a d v e r t i d o e l o m i n o s o a u g u r i o l a c a n i a n o , f o r m u l a d o ese m i s m o d í a ,
d e u n d i s c u r s o e n c i e r n e s , n o ya a d v e n i d o s i n o p o r v e n i r , u n d i s c u r s o
q u e h a r í a vanas sus f o r m u l a c i o n e s s o b r e e l p s i c o a n á l i s i s y s u p r o p i a
e n s e ñ a n z a , u n discurso q u e incluso r e c i b i ó de él u n a d e n o m i n a c i ó n :
P S o P S T , u n d i s c u r s o d e la peste, apestoso, s i r v i e n t e y c o r o n a c i ó n d e l
d i s c u r s o c a p i t a l i s t a q u e n a d i e sabe a d o n d e p u e d e c o n d u c i r , ps o P S T
¿ n o es acaso t a m b i é n "post/^ U n d i s c u r s o d e l c u a l c o m e n t ó , a m o d o
d e p r o f e c í a , q u e e s t a r í a " t o t a l m e n t e c o n s a g r a d o a l s e r v i c i o d e l dis-
curso capitalista" y q u e vendría a sustituir, a silenciar " m i discurso...
el d i s c u r s o a n a l í t i c o " . P o s t c a p i t a l i s t a , p o s t i n d u s t r i a l , a l t e r n a t i v a d e l
d i s c u r s o a n a l í t i c o p o r é l p r o m o v i d o , este discurso de los mercados C^UG^
tiene la m i s m a escritura q u e el discurso analítico y q u e plantea u n a
o p o s i c i ó n d e f i e r r o : o e l p s i c o a n á l i s i s o l a d o m i n a c i ó n d e l o b j e t o tec-
nocientífico c o n forclusión d e l sujeto q u e q u e d a r e d u c i d o a tener
q u e elegir e n t r e diferentes significantes a m o , todos ellos ofrecidos,
p r o p u e s t o s , i m p u e s t o s p o r e l Otro.^^

^^' E s el m o m e n t o de hacer lugar a la segunda objeción de mi amigo Daniel K o r e n .

Nuevamente cito, para no traicionailo, sus atinadas palabras: " E p i s t e m o l ó g i c a m e n t e
hablando, la asimilación discurso del mercado-discvirso del analista me parece muy
riesgosa. ¿De q u é nos sirve u n a formulación c o m o la de L a c a n si nos permite decir
exactamente u n a cosa y su exacto contrario? ¿No crees que en ese caso cada vez que
se escriba el algoritmo h a b r í a que precisar que se trata del discurso del mercado O del
discurso del analista, agregando esa lista de diferencias que desarrollas hacia el final
de tu artículo? Me parece contraproducente".
Agradezco la observación y en m u c h o coincido con K o r e n : el .señalamiento de esta
h o m o l o g í a estructural es riesgosa y puede d a r lugar a malentendidos, el mayor de los
cuales sería asimilar ambos discursos, hacerlos sinónimos. Sin embargo, "epistemo-
l ó g i c a m e n t e " , el p r o b l e m a es si tal a n a l o g í a es pertinente o no, si no lo es, hay que
descartarla; si sí lo es, hay que asumir los riesgos y formular las advertencias {caveats)
que sean necesarias. L o que está e n j u e g o — c r e o — son los dos modos de considerar
la c o n j u n c i ó n disyuntiva "O' que mi amigo subraya: vely aut. Nuestra conjunción "o"
puede ser "incluyente" indicando u n mismo contenido semántico ("Walter Scott o el
autor de Waverley" —sabemos que no hay identidad entre las dos expresiones pero
ambas p u e d e n usarse de modo intercambiable) o puede ser excluyente ("la casa que
h e r e d a r á mi padre será para m í o para m i h e r m a n o " ) . U n tratamiento completo de los
problenuLS lógicos involucrados .se encuentra e n <http://plato-stanford.edu/entries/
disjunction/>- Insistiré e n que la oposición entre el "discurso analítico" y el "de los
mercados" es excltiyente. E n tal caso los "riesgos" asumidos se transforman e n u n a ven-
taja: "o la siitisfacción de las demandas que soslayan el deseo o el psicoanálisis que lo
coloca en el c e n U o de su discurso", "entre el deseo y el goce, o el amor o la angustia",
"o la p r o d u c c i ó n de S^ e n el c a m p o de lo simbólico que lleva a la diferencia absoluta.
176 LA TEORÍA L A C A N I A N A D E L O S DISCURSOS

Estas c o n s i d e r a c i o n e s p o d r í a n a u x i l i a r e n l a c o m p r e n s i ó n d e cier-
tos rasgos d e l a s u b j e t i v i d a d t a l c o m o se p r e s e n t a n a n t e n u e s t r a escvi-
c h a b a j o l a f o r m a d e nuevas a - d i c c i o n e s , la s u p r e s i ó n d e la p a l a b r a
p o r l a s u m i s i ó n a l a p a n o p l i a d e los s e r v o m e c a n i s m o s q u e c r e c e s i n
pausas: sustancias q u í m i c a s , a r t e f a c t o s i n c o r p o r a d o s a l c u e r p o q u e
a c a b a n e n l a p r o d u c c i ó n d e cyborgs, a d i t a m e n t o s t e c n o l ó g i c o s c o m o
los v i d e o j u e g o s o e l c a s i n o g l o b a l d e las bolsas d e v a l o r e s y las apues-
tas i n t e r n e tales.
H e m o s h a b l a d o d e l " p e s i m i s m o r e a l i s t a " d e L a c a n . Es i n t e r e s a n t e
a g r e g a r q u e , l a ú l t i m a vez q u e h a b l ó d e l " d i s c u r s o c a p i t a l i s t a " , c e r r ó
el t e m a c o n u n a n o t a q u e p o d e m o s c o n s i d e r a r v a g a m e n t e " o p t i m i s -
t a " a l i n s i n u a r q u e el d i s c u r s o a n a l í t i c o p o d r í a s e r v i r d e v a l l a a i n u e v o
o r d e n e c o n ó m i c o m u n d i a l q u e se i b a p e r f i l a n d o . D e t o d o s m o d o s
q u e d a e n nosotros la sospecha d e ia a d o p c i ó n p o r p a r t e de L a c a n
d e u n a a c t i t u d c o n c i l i a t o r i a a l a vez q u e " m i l i t a n t e " , d e m a g ó g i c a q u i -
zás, a n t e e l p o s i b l e d e s á n i m o d e sus d i s c í p u l o s , a b r u m a d o s p o r tantas
p r e m o n i c i o n e s funestas r e f e r i d a s a los " p r o g r e s o s d e l a c i e n c i a " y sus
c o n s e c u e n c i a s políticas:^® D i j o e n t o n c e s :

Es u n hecho que al detectar, e n el sentido del discurso capitalista, la plusvalía

c o m o u n mecanismo esencial, M a r x confirió de una vez p o r todas al discurso
del a m o una consistencia y u n poderío d e l que aún n o habéis t e r m i n a d o de
extraer los resultados. Q u i e r o decir que es absolutamente cierto que el capi-
talismo de estado, el cj^ue reina e n la U n i ó n Soviética, nos mostrará en l o su-
cesivo que hay t o d o el interés para que el discurso del aiuo sepa l o que hace.
Y es evidentemente algo cuyo advenimiento tiene su p r o p i o peso, p e r o de
todos modos no carece, en m i parecer, de g i a n importancia que, en cuanto
le concierne, el discurso psicoanalítico n o solamente tome cuerpo, sino que
haya, desde ya, l o m a d o cuerpo, quiéranlo o n o , y que este congreso sea u n
testigo d e l hecho de que p o r fin hay u n interés, u n interés universal podero-
so, en que este discurso se sostenga —para ello n o es forzoso que los psicoa-
nalistas mismos hayan tomado conciencia para que, desde ya, eso funcione.

propia del psicoanálisis, o, por el contrario, u n a p r o d u c c i ó n fantasmática de falsos S^

que borra las diferencias asimilando a los sujetos en torno a los significantes del O t r o y
confiriendo falsas identidades, propia del discurso de los mercados", etc. Ante el goce
de la c o m p u l s i ó n repetitiva: "o" el psicoanálisis "o" la devoración por el discurso de los
servomecanismos cuya r e d ensambla a los mercados.
^^J. L a c a n , "Intervention dans la séance 'Sur la passe' du 3 novembre de 1973",
l_^ttres de l'École freudienne, n ú m . 15, 1975. pp. 185-19.3.
LOS DISCURSOS E N L U G A R D E L DISPOSITIVO 177

Conviene r e p r o d u c i r el e n u n c i a d o c o m p l e t o , m o s t r a n d o la articu-
l a c i ó n d e ese p á r r a f o c o n e l a n t e r i o r , t a l c o m o f u e r o n publicados:^'^
P o d e m o s a f i r m a r q u e estos e n u n c i a d o s finales d e L a c a n s o b r e e l
discurso capitalista son c o n g r u e n t e s c o n n u e s t r o p l a n t e o de la o p o -
s i c i ó n d i s y u n t i v a y se t r a n s f o r m a n e n u n i m p e r a t i v o é t i c o p a r a los
p s i c o a n a l i s t a s : es i m p e r i o s o sostener e l d i s c u r s o p s i c o a n a l í t i c o p u e s
es ¿la ú n i c a ? a l t e r n a t i v a v i a b l e f r e n t e a la g l o b a l i z a c i ó n d e l a peste.

E n u n c i a d o completo, en el original francés, sin siquiera intentar la t r a d u c c i ó n ,

tal como: " Q u e l q u ' u n a, plusieurs, beaucoup, enfin, j e ne pense pas tous ici seraient e n
état de faire c o m m e il y a été fait tout á l'heure directement allusion, á mes dits quadri-
podes; si, é v i d e m m e n t , j ' a i pu, de ees quadripodes et de leur rotation, spécifier d'une
certaine fagon le discours d u rnaítrc, et j e dois diré d'autres discours, j ' e n ai distingué,
notamment le discours universitaire e n tant q u ' i l est distinct d u discours scientifique,
X'A n'est é v i d e m m e n t quelque chose qui n ' a p u ctre construit, qui n ' a p u é t r e pensé,
q u ' á partir d u discours analytique; s'il n'y avait pas de discours analytique, j e n'aurais
é v i d e m m e n t pas pu, j e n'aurais j a m á i s pensé le discours du maitre c o m m e simplement
u n certain type, u n certain mode de cristallisation de ce qui fait e n somme le fond de
notre e x p é r i e n c c , á savoir la structure m é m e de l'inconscient; personne n'avait s o n g é
á y r é f é r e r le discours d u maitre lui-méme, mais il est singulier, il est remarquable
— i l m ' a surpris m o i - m é m e , n'est-ce p a s ? — q u ' e n somme, ce soit arrivé á d o n n c r lá
u n poids, u n sens, une nécessité, sous le terme de «plus-de^ouir», á ce que dans u n
discours d u maitre bien spécial, le discours capitaliste, Marx avait su isoler, d é t e c t e r
c o m m e e n é t a n t le ressort, le ressort majeur, á savoir la plus-value — i l ne s'agit pas d u
discours d u maitre c o m m e tel, mais d'une certaine variété de ce discoiirs, le discours
dit capitaliste, qui ne s'en distingue q u ' á i m tout petit c h a n g e m e n t dans Pordre des
lettres, les miennes.
CTest u n fait q u ' e n détectant, dans le sens d u discours capitaliste, la plus-\'alue com-
me u n ressort essentiel, Marx a tout d ' u n coup c o n f é r é une consistance et une puissan-
ce au discours d u maitre dont vous n'avez pas fini de voir les rcsultats, j e veux diré q u ' i l
est absolument certain que le capitalisme d'état, qui est celui qui r é g n e en U R S S , nous
montrera dans la suite q u ' i l y a tout intéret á ce que le discours d u maitre sache ce q u ' i l
fait. E t c'est é v i d e m m e n t quelque chose dont l ' a v é n e m e n t a son poids propre, mais,
q u a n d m é m e , il n'est, á mes yeux, pas d u tout sans intéret q u ' e n ce qui le concerne,
le discours psychanalytique, n o n seulement prenne corps, mais ait d'ores et déjá pris
corps, que vous le vouliez o u pas, et que ce c o n g r é s soit u n t é m o i n d u fait q u ' e n f i n il
y a u n intéret, u n intéret universel puissant, á ce que ce discours se maintienne — l á ,
il n'est pas f o r c é que les psychanalystes e u x - m é m e s e n aient pris conscience pour que
déjá, ca fonctionne".
8. R E V I S I Ó N Y R E P L A N T E O D E L O S D I S C U R S O S
E N SU R E L A C I Ó N C O N L O S DISPOSITIVOS

H e m o s a s e n t a d o u n a serie d e p r o p o s i c i o n e s y l l e g a d o es e l m o m e n t o
d e revisarlas. E n p r i m e r l u g a r , p a r t i e n d o . d e los i n s t r u m e n t o s t é c n i c o s
u t i l i z a d o s e n la h i s t o r i a d e l a h u m a n i d a d , desde e l h i e g o , e l p r i m e -
r o e n l a p e r s p e c t i v a d e l m i t o ( P r o m e t e o ) , hasta los m á s r e b u s c a d o s
equipos de la investigación científica c o n t e m p o r á n e a , pasando p o r
los r e l o j e s y las d i s t i n t a s hermas d e la " m á q u i n a " , d e f i n i m o s u n p r i m e r
o b j e t o d e e s t u d i o : el d e los "servomecanismos", estas " e x t e n s i o n e s d e l
( c u e r p o d e l ) h o m b r e " q u e e s t á n p r e s e n t e s e n todas las c u l t u r a s y e n
t o d a s las é p o c a s .
V i m o s l u e g o q u e estos i n s t r u m e n t o s ( o " m e d i o s " , media) SG a g r u -
p a n e n conjuntos y constituyen complejos técnicos y administrati-
vos q u e , e n c a d a fi^rmación e c o n ó m i c o - s o c i a l , e s t á n í n t i m a m e n t e
a r t i c u l a d o s e n t r e sí p o r m e d i o d e r e g u l a c i o n e s legales e m a n a d a s d e l
" p o d e r " y r e s p o n d e n a los intereses d e l a m o e n t u r n o . L o s s e r v o m e -
c a n i s m o s fijncionan e n el s e n o d e i n s t i t u c i o n e s e n las q u e se des-
p l i e g a n l u c h a s tácticas y e s t r a t é g i c a s p o r e l c o n t r o l d e sus " s e r v i c i o s " .
D e a c u e r d o c o n F o u c a u l t y D e l e u z e s o s t u v i m o s q u e estos c o m p l e j o s
t é c n i c o - i n s t i t u c i o n a l e s p u e d e n ser c a r a c t e r i z a d o s c o m o "dispositivos"
y q u e es d i f í c i l d a r u n a d e f i n i c i ó n e s t r i c t a d e los m i s m o s ( d e h e c h o ,
n a d i e los d e f i n i ó ) a l m i s m o t i e m p o q u e es i m p o s i b l e e s t a b l e c e r u n a
l i s t a e x h a u s t i v a y e m p í r i c a d e ellos dadas l a i m p r e c i s i ó n d e las f r o n t e -
ras e n t r e los aspectos t é c n i c o s y ios aspectos discursivos d e los d i s p o -
sitivos, s i e n d o u n o s y o t r o s , p o r i g u a l , efectos y m a n i f e s t a c i o n e s d e l
lenguaje.
E n t e r c e r t é r m i n o , d e s p u é s d e los s e r v o m e c a n i s m o s y los d i s p o s i -
tivos, t o m a m o s e n c o n s i d e r a c i ó n y a p r o v e c h a m o s p a r a n u e s t r o s fines
e l c o n c e p t o d e "discurso" e m a n a d o d e la e n s e ñ a n z a d e L a c a n . L o s
discursos son fornias d e l "vínculo social" y p u e d e n formalizarse e n
e s c r i t u r a s m a t e m á t i c a s c u y o n ú m e r o es d e t a n s ó l o c u a t r o . U n a vez
i d e n t i f i c a d o s e s t r u c t u r a l m e n t e estos c u a t r o discursos p u d i m o s d i s t i n -
g u i r e n u n o d e ellos, e l d i s c u r s o d e l a m o , tres t i p o s d e a r t i c t i l a c i ó n .

[178]
REPLANTEO D E LOS DISCURSOS

tres f o r m a s h i s t ó r i c a s , q u e c o r r e s p o n d e n a tres f o r m a s sucesivas d e

l a d o m i n a c i ó n : a] el amo clásico c o n su p a r e j a e s t r u c t u r a l , e l esclavo;
U] el amo capitalista q u e p o n e e n j u e g o a l saber y e n c u e n t r a su p a r t e -
n a i r e e n e l p r o l e t a r i o , y c] el amo impersonal de los mercados q u e a c t ú a
m e d i a n t e los s e r v o m e c a n i s m o s i n s t r u m e n t a l e s y t i e n e c o m o c o n t r a -
p a r t e y d e s t i n a t a r i o a l s u j e t o f o r c l u i d o p o r l a c i e n c i a . Las i n d i c a d a s
m o d a l i d a d e s d e l d i s c u r s o d e l a m o s o n sucesivas y h a n i r r u m p i d o e n
tres é p o c a s d i f e r e n t e s d e l a h i s t o r i a p e r o h o y e n d í a c o i n c i d e n y sub-
sisten e n u n a m i s m a t e m p o r a l i d a d e p o c a l . L a c o e x i s t e n c i a — n o s i e m -
p r e p a c í f i c a p e r o s i e m p r e n e g o c i a d a — d e los tres discursos d e l a m o
p e r m i t e e n t e n d e r c ó m o s o n ellos, e n su c o n f l i c f i v a s i m u l t a n e i d a d ,
los q u e o r g a n i z a n l a a c c i ó n d e los d i f e r e n t e s " d i s p o s i t i v o s " sociales
y e l u s o q u e e n c a d a u n o d e los d i s p o s i t i v o s r e c i b e n los m ú l t i p l e s
" s e r v o m e c a n i s m o s " . E n otras p a l a b r a s : s o n los discursos, los c u a t r o
d i s c u r s o s , t o m a n d o e n c u e n t a esas tres f o r m a s h i s t ó r i c a s d e l a m o , los
que d a n c u e n t a de la c o m p l e j a relación e n t r e el sujeto, el poder, el
saber y los m e d i o s .
E n nuestro recorrido debimos tratar incidentalmente con impor-
tantes a u t o r e s q u e a p o r t a r o n c o n c e p t o s c a r d i n a l e s d e n t r o d e esta
p r o b l e m á t i c a : H e i d e g g e r y su n o c i ó n d e Gestell ( q u e t r a d u c i m o s c o m o
dispositivo, u n o y ú n i c o p a r a é l ) r e f e r i d a a l . c o n j u n t o d e l a r e l a c i ó n d e
los h o m b r e s c o n l a t é c n i c a p a r a l a e x p l o t a c i ó n d e la n a t u r a l e z a y d e
los o t r o s h o m b r e s ; M u m f o r d y M c L u h a n c o n s u c o n c e p c i ó n d e los
"media" c o m o u n c o n j u n t o a r t i c u l a d o q u e i n t e g r a a todas las p r o l o n -
gaciones protésicas del h o m b r e ; Althusser que promovió la idea de
" a p a r a t o s i d e o l ó g i c o s d e l E s t a d o " , b a s t a n t e p r ó x i m a a los m e n c i o n a -
dos " d i s p o s i t i v o s " d e F o u c a u l t , r e t o m a d o s p o r D e l e u z e , q u e p e r m i t e n
el e j e r c i c i o y l a a c c i ó n d e l p o d e r p o r m e d i o s p r i m o r d i a l m e n t e n o
violentos; G i o r g i o A g a m b e n que extiende de manera descomunal
e l c o n c e p t o d e d i s p o s i t i v o a g r e g a n d o a esa n o c i ó n e l c o n j u n t o d e
los s e r v o m e c a n i s m o s y, p a r a t e r m i n a r , B e r n a r d S t i e g l e r q u e a n a l i z a
las n u e v a s c o n d i c i o n e s d e l a v i d a c o n t e m p o r á n e a c o n c o m i t a n t e s a l
d e s p l i e g u e y a l uso g e n e r a l i z a d o d e m e c a n i s m o s t e c n o c i e n t í f i c o s d e
c ó m p u t o q u e c u l m i n a n e n l a r e d g l o b a l d e las c o m p u t a d o r a s i n t e r -
c o n e c t a d a s , l a web.
E n e l d í a d e h o y es I n t e r n e t e l s e r v o m e c a n i s m o q u e p e r m i t e l a
c o n s e r v a c i ó n i n t e g r a l de la m e m o r i a (banco d e datos o m n i a b a r c a t i -
v o ) q u e d e t e r m i n a las m a n e r a s e n q u e los sujetos r e c u e r d a n e i n c l u s o
i8o REPLANTEO DE LOS DISCURSOS

p e r c i b e n su r e a l i d a d . E l análisis p o r m e n o r i z a d o d e estos c o n c e p t o s
lleva a e s t a b l e c e r las necesarias d i f e r e n c i a s d e n i v e l e n t r e e l l o s , a u t o -
r i z a u n a visión d e c o n j u n t o d e las t a n d i f u n d i d a s ideas a c e r c a d e los
c a m b i o s q u e las nuevas t e c n o l o g í a s i m p l i c a n p a r a la v i d a e n las socie-
dades p o s t i n d u s t r i a l e s ( c o n e l c o n s i g u i e n t e i n c r e m e n t o d e l "males-
t a r e n l a c u l t u r a " ) y o b l i g a a c o n c l u i r — e n m e d i o d e esta s e n s a c i ó n
g e n e r a l i z a d a d e " c a m b i o s r e v o l u c i o n a r i o s e n la v i d a " — q u e n a d a hay
d e i n é d i t o y q u e s i e m p r e , e n todas las é p o c a s , h a n s i d o decisivas las
c o n d i c i o n e s t é c n i c a s d e la e x i s t e n c i a p a r a l a s u b j e t i v a c i ó n a l i e n a n t e ,
cosa q u e a h o r a es m á s c l a r a q u e n u n c a dada l a a v a s a l l a d o r a e f i c i e n -
c i a d e los s e r v o m e c a n i s m o s p r o p u l s a d o s c o m o a p l i c a c i o n e s d e l saber
c i e n t í f i c o . L a especie h u m a n a , p o r o b r a y g r a c i a d e l l e n g u a j e , h a s i d o
siempre tecnológica.

S O C I E D A D E S D E SOBERANÍA Y S O C I E D A D E S D I S C I P L I N A R I A S .
BURROUGHS, D E L E U Z E Y LAS "SOCIEDADES D E C O N T R O L "

E n este p r o c e s o d e revisión a c a b a m o s p o r d e s c u b r i r u n a c o i n c i d e n -
cia esencial y hasta a h o r a n o r e v e l a d a n i r e l e v a d a d e l a a r t i c u l a c i ó n
e n t r e las p o s i c i o n e s d e L a c a n t a l c o m o las h e m o s e x p u e s t o a l h a c e r
l u g a r a la s u c e s i ó n d e los tres d i s c u r s o s d e l a m o y las d e F o u c a u l t so-
b r e los d i s p o s i t i v o s c o m p l e m e n t a d a s c o n d e s l u m b r a n t e c l a r i d a d p o r
u n a a d i c i ó n d e b i d a a Gilíes D e l e u z e . P a r a i r s i n d i l a c i o n e s a n u e s t r o
tema digamos que M i c h e l Foucault supo hacer u n a clara distinción
e n t r e d o s m o d o s d e la o r g a n i z a c i ó n s o c i a l :
a] las s o c i e d a d e s d e s o b e r a n í a , y
b] las s o c i e d a d e s d i s c i p l i n a r i a s , a las q u e Deleuze,^ s i g u i e n d o ideas
d e W . S. B u r r o u g h s , ^ p r o p u s o a g r e g a r
c] las s o c i e d a d e s d e c o n t r o l .
C u a n t o d e b í a decirse a l r e s p e c t o f u e e x p u e s t o d e m a n e r a m a g i s -
t r a l p o r estos i n v e s t i g a d o r e s d e los m e c a n i s m o s d e l p o d e r y p o r eso

' Gilíes Deleuze [1990], "Postscríptum sur les sociétés de controle", e n Pourparleurs,
París, Minuit, 1990. Traducción al español de J o s é L . Pardo, "Postscriptum sobre las
sociedades de control", en Conversaciones, Valencia, Pre-Textos, 1999, pp. 277-281.
Williain S. Burroughs, " T h e limits of control", en The Adding Machine. Collected
Essays. L o n d r e s , J o h n Calder, 1975, pp. 117-121.
REPLANTEO DE LOS DISCURSOS

n o s r e s u l t a r á fácil m o s t r a r q u e la s e c u e n c i a d e las tres o r g a n i z a c i o n e s

d e la s o c i e d a d (válidas a l m e n o s p a r a las s o c i e d a d e s o c c i d e n t a l e s ) ,
r e g i d a s p o r los tres a m o s sucesivos, c o i n c i d e p l e n a m e n t e y se ajusta
a las o b s e r v a c i o n e s d e L a c a n s o b r e l a m e t a m o r f o r s i s o p e r a d a p o r e l
pasaje d e l a m o c l á s i c o a l a m o c a p i t a l i s t a (es d e c i r , d e las sociedades de
soberanía a las disciplinarias en Foucault) y que el agregado de Deleuze
s o b r e las sociedades de c o n f r o / c o r r e s p o n d e a n u e s t r a a d i c i ó n d e l d i s c u r -
so d e los m e r c a d o s , r e g i d o s p o r los sei*vomecanismos, t e r c e r a m o d a l i -
d a d d e l d i s c u r s o d e l a m o . E n síntesis, e l e s q u e m a p r o p u e s t o es:
fl] D i s c u r s o d e l a m o c l á s i c o ( L a c a n ) — Sociedades d e s o b e r a n í a
( F o u c a u l t ) — P r o d u c c i ó n a r t e s a n a l d e l l i b r o y las m e r c a n c í a s — Escri-
tura manual.
¿] D i s c u r s o c a p i t a l i s t a ( L a c a n ) — Sociedades disciplinarias
( F o u c a u l t ) — P r o d u c c i ó n i n d u s t r i a l d e l l i b r o y las m e r c a n c í a s — Escri-
tura impresa.
c^ D i s c u r s o P S T ( L a c a n ) [ d e los m e r c a d o s ] — S o c i e d a d e s d e c o n -
t r o l ( D e l e u z e ) — P r o d u c c i ó n c i b e r n é t i c a d e l l i b r o y las m e r c a n c í a s
— Escritura virtual.
C o n s i d e r a r e m o s s u c e s i v a m e n t e los tres m o d o s d e o r g a n i z a c i ó n so-
cial e n r e l a c i ó n c o n las tres m o d a l i d a d e s d e l a m o :
a] L a " s o b e r a n í a " es, p a r a F o u c a u l t , u n a f o r m a p r i m i t i v a d e g o -
b i e r n o , u n t i p o d e s o c i e d a d y u n d i s p o s i t i v o q u e se c o n t r a p o n e p u n t o
p o r p u n t o y e n t o d o s los p l a n o s a l a m o d a l i d a d " d i s c i p l i n a r i a " q u e
e n t r a eri a c c i ó n después, c o n c r e t a m e n t e después de la Revolución
f r a n c e s a , y la c o n t i n ú a . D e s d e el i m p e r i o r o m a n o ( p e r s o n a d e l S u m o
Pontífice) — p o r n o hablar de faraones, emperadores chinos y demás
encarnaciones de la a u t o c r a c i a — p e r o m u y claramente a partir de la
E d a d M e d i a , el pensamiento j u r í d i c o occidental ha t e n i d o c o m o cen-
t r o a l a figura m a g n é t i c a d e l s o b e r a n o q u e e j e r c e la a u t o r i d a d y es l a
f u e n t e d e las leyes positivas p r o m u l g a d a s e n n o m b r e d e u n a e n t i d a d
t r a s c e n d e n t a l : D i o s . E n los p r i m e r o s siglos d e l O c c i d e n t e e u r o p e o e l
d e r e c h o es d e r e c h o r e a l . Las p r e r r o g a t i v a s l e g í t i m a s d e la s o b e r a n í a y
su c o n t r a p a r t e , la obligación legal de la obediencia, h a n servido p ara
d e f i n i r las f o r m a s d e l a d o m i n a c i ó n t a n t o e n las m o n a r q u í a s a d m i n i s -
trativas d e la é p o c a f e u d a l , c o m o e n las m o n a r q u í a s p a r l a m e n t a r i a s
i n s t a u r a d a s a r e g a ñ a d i e n t e s c o n la l l e g a d a d e las c o r r i e n t e s p o l í t i c a s
l i b e r a l e s . E n r e l a c i ó n y e n l u c h a c o n t r a esas f o r m a s d e l a s o b e r a n í a se
p u s i e r o n e n m a r c h a las c o n s e c u e n t e s r e v o l u c i o n e s b u r g u e s a s d e los
l82 REPLANTEO D E LOS DISCURSOS

siglos X V I I y x v i i i e n I n g l a t e r r a , E s t a d o s U n i d o s , F r a n c i a y A l e m a n i a
que i n s t a u r a r o n o t r o esquema e n el ejercicio d e l p o d e r . Su más clara
m a n i f e s t a c i ó n p u e d e verse e n la r e p ú b l i c a b u r g u e s a r e p r e s e n t a t i v a ,
r e g i d a p o r u n a c o n s t i t u c i ó n q u e es t m a s e d i c e n t e " e x p r e s i ó n d e l a
voluntad popular".
E n las s o c i e d a d e s d e s o b e r a n í a se m a n i f i e s t a l a p r e s e n c i a c o n s t a n -
te d e la a u t o r i d a d " r e a l " q u e se e j e r c e s o b r e los b i e n e s , l a t i e r r a , los
h o m b r e s y sus p r o d u c t o s . L a d o r n i n a c i ó n se e j e r c e s o b r e e l t e r r i t o r i o
y las r i q u e z a s ( e l r e i n o ) . Se t r a t a , e n d e f i n i t i v a , d e u n a o r g a n i z a c i ó n
j u r í d i c a e n la q u e e l d e r e c h o se i m p o n e ( i m p u e s t o s ) v e r t í c a l i n e n t e ,
desde las a l t u r a s h a c i a l a base, e n f o r m a d o g m á t i c a . L o s p r e s u n t o s
intereses d e l p u e b l o s o n m o n o p o l i z a d o s p o r u n a e n t i d a d i n m o r t a l ,
la m o n a r q u í a , e n c a r n a d a e n u n c u e r p o m o r t a l , e l d e l rey, q u e m a n -
fiene l a v i d a d e l E s t a d o , D e s p u é s d e m u c h o s siglos, c o n e l a u m e n t o
d e l a p o b l a c i ó n y d e las r i q u e z a s y c o n l a i n c i p i e n t e mecanizacié>n d e
la p r o d u c c i ó n , se e x p a n d e u n a " c l a s e " d e i n t e r m e d i a r i o s q u e t i e n e
r e l a c i o n e s c o m p l e j a s c o n e l p o d e r c e n t r a l ; se m u l t i p l i c a n los c e n t r o s
r e g i o n a l e s de p o d e r y s u r g e n t e n s i o n e s e n t r e las c i u d a d e s ( b u r g o s ) y
las c a p i t a l e s d o n d e r e s i d e n los reyes. L a n o b l e z a h e r e d i t a r i a d e j a d e
ser u n a m a n e r a estable d e a t r i b u i r y t r a n s m i t i r l a a u t o r i d a d . L a t o m a
d e d e c i s i o n e s q u e a f e c t a n a l a v i d a p i i b l i c a r e v e l a ser " a n t i e c o n ó m i -
ca", a r b i t r a r i a , b r u t a l y, a l a vez, se h a c e i m p e r a t i v o p o n e r e n m a r c h a
procedimientos jurídicos "racionales", codificados, para organizar y
d i s c i p l i n a r a las o t r a s clases sociales, i n c l u y e n d o a l a n a c i e n t e y ex-
p a n s i v a clase b u r g u e s a . E n este s e n t i d o e n t e n d e m o s a F o u c a u l t : ^ " L a
d i s c i p l i n a es la o t r a c a r a d e l a d e m o c r a c i a " ,
b] L a i n s t a u r a c i ó n o r g á n i c a d e l n u e v o s i s t e m a d i s c i p l i n a r i o n o es
cuestión de u n día sino que sobreviene p a u l a t i n a m e n t e a p a r t i r de
los c a m b i o s p o l í t i c o s e n la I n g l a t e r r a d e l s i g l o X V T I y se h a c e p a l m a r i a
d e s p u é s d e la R e v o l u c i ó n f r a n c e s a . E n esa p e r s p e c t i v a , p u e d e verse
l a d e c a p i t a c i ó n d e L u i s X V I ( 1 7 9 1 ) c o m o el e p i s o d i o i n s t a n t á n e o y
s a n g r i e n t o q u e s i m b o l i z a e l c a m b i o s i n p r e c e d e n t e s q u e se c o n c r e t a -
rá pocos a ñ o s después c o n la p r o m u l g a c i ó n d e l c ó d i g o n a p o l e ó n i c o
( o r i g i n a l m e n t e " C ó d i g o C i v i l d e los F r a n c e s e s " - 1 8 0 4 ) , c o m p l e j o cor-
p u s d e m i l l a r e s d e d i s p o s i c i o n e s j u r í d i c a s q u e l l e g ó a ser e l p a r a d i g -
m a d e las d i f e r e n t e s o r d e n a c i o n e s r e g l a m e n t a r i a s v i g e n t e s a p a r ü r

^ M . Foucault. Dits et écriis II, París, G a l l i m a r d , 1994, p. 722.

REPLANTEO D E LOS DISCURSOS 183

d e l s i g l o X I X e n los estados n a c i o n a l e s y e n las c o r r e s p o n d i e n t e s so-

ciedades b u r g u e s a s d e l m u n d o o c c i d e n t a l . Esos e s c r i t o s j u r í d i c o s s o n
s e c u n d a r i o s a c a m b i o s e x i g i d o s p o r e l n u e v o sistema d e e j e r c i c i o d e l
p o d e r q u e F o u c a u l t d e s i g n a c o n e l j u s t o n o m b r e d e sociedad discipli-
naria. E n e l p l a n o d e la d o m i n a c i ó n se traslada la i n s t a n c i a decisiva
desde l a p o s e s i ó n y a d m i n i s t r a c i ó n d e la t i e r r a ( c a m p o s y m i n a s , m a -
res i n c l u s o ) a l d o m i n i o d e los c u e r p o s . E n la e c o n o m í a p o l í t i c a este
c a m b i o se r e f l e j a , antes a u n q u e e n las i n s t i t u c i o n e s g o b e r n a n t e s , e n
el pasaje d e las d o c t r i n a s fisiócfáticas ( l a t i e r r a es l a f u e n t e d e las
riquezas) al l i b e r a l i s m o e c o n ó m i c o ( l a r i q u e z a p r o v i e n e d e l t r a b a j o
h u m a n o m á s q u e d e l a n a t u r a l e z a ) q u e se c o n v i e r t e e n la t e o r í a h e g e -
m ó n i c a a p a r t i r d e l a s e g u n d a m i t a d d e l s i g l o x v i i i . E n las s o c i e d a d e s
d e s o b e r a n í a los h o m b r e s e r a n c o n c e b i d o s c o m o a p é n d i c e s d e l a t i e -
r r a d e l a q u e , c o n e l s u d o r d e su f r e n t e , e x t r a í a n los b i e n e s n e c e s a r i o s
a la s u p e r v i v e n c i a . E n las sociedades d i s c i p l i n a r i a s , q u e c o r r e s p o n d e n
a l a R e v o l u c i ó n i n d u s t r i a l y a l v u e l o s i n trabas d e l c a p i t a l i s m o , los
h o m b r e s d e b e n ser f o r m a d o s c o m o p r o d u c t o r e s d e l a plusvalía q u e
p e r m i t e n la e x p a n s i ó n d e l c a p i t a l : el s i e r v o d e l a g l e b a deja su l u g a r
a l p r o l e t a r i o q u e v e n d e su f u e r z a d e t r a b a j o . N o se c o n t r o l a ya la tie-
r r a ( m e d i a n t e los esclavos y siervos) s i n o a los h o m b r e s " l i b r e s " q u e
t r a n s f o r m a n a las m a t e r i a s p r i m a s m a n e j a n d o m á q u i n a s q u e m u l t i -
p l i c a n y p o t e n c i a n la a c c i ó n d e l c u e r p o . L o s m e c a n i s m o s d e l p o d e r
basados e n la h e r e n c i a y el d e r e c h o d e l a s a n g r e así c o m o e n la l e g i -
t i m a c i ó n d e la d o m i n a c i ó n a través d e los o r g a n i s m o s e c l e s i á s t i c o s ,
c e d e s u l u g a r a l a " e - d u c a c i ó n " (e-duceie, g o b e r n a r desde a f u e r a ) p o r
m e d i o d e l a f a m i l i a , d e su c o n t i n u a c i ó n , l a escuela ("ya n o estás e n
l a casa"), d e sus sucesores, e l c u a r t e l y l a f á b r i c a ("ya n o estás e n l a
escuela") y, o c a s i o n a l m e n t e , l a p r i s i ó n y e l asilo p a r a aplastar c o n l a
a p l i c a c i ó n v i o l e n t a de " l a f u e r z a d e l a l e y " a los o c a s i o n a l e s fracasos
d e esos m e c a n i s m o s i n s t i t u c i o n a l e s . M i e n t r a s m á s los c u e r p o s s o n so-
m e t i d o s p o r u n sistema d e d o m i n a c i ó n s i n escape, m á s la l e g i s l a c i ó n
es " l i b e r a l " y " d e m o c r á t i c a " , m á s se insiste e n la i g u a l d a d a n t e la ley
y e n los d e r e c h o s d e l h o m b r e , d e l c i u d a d a n o , d e la m u j e r , d e l n i ñ o .
c] Estas "sociedades d i s c i p l i n a r i a s " h a n c o n f i g u r a d o e l m o d e l o d o -
m i n a n t e d e c u e r p o s y c o n c i e n c i a s q u e h e m o s c o n o c i d o hasta fines
d e l s i g l o X X . Ellas h a n e n c o n t r a d o ( s e g r e g a d o ) u n s i s t e m a d e r a c i o -
n a l i z a c i o n e s d e su a c c i ó n e n las l l a m a d a s "ciencias sociales". C o m o
d i c e D e l e u z e ellas n o s o n , s i n e m b a r g o , n u e s t r o p r e s e n t e s i n o l o q u e
i84 REPLANTEO DE LOS DISCURSOS

e s t a m o s d e j a n d o d e ser {Postscriptum, c i t . , p , "2.11), A h o r a n o es n e c e -

sario c o n t r o l a r y d i s c i p l i n a r a los c u e r p o s p u e s , m e d i a n t e los i m p l e -
m e n t o s t é c n i c o s , esos p r o c e d i m i e n t o s a u t o r i t a r i o s d e g o b i e r n o , esos
" d i s p o s i t i v o s " , se h a c e n i n t e r n o s y los c o n t r o l e s se e j e r c e n desde a f u e -
r a a través d e s e r v o m e c a n i s m o s d o t a d o s d e f u n c i o n e s "sensitivas" y
" m o t o r a s " q u e c a p t a n e l e s t a d o d e los o r g a n i s m o s v i v i e n t e s y los coac-
c i o n a n p a r a l a r e a l i z a c i ó n o p o r t u n a d e ciertas a c c i o n e s " i m p e r a t i v a s " .
E l i n d i v i d u o es p e r f e c t a y c o n s t a n t e m e n t e l o c a l i z a b l e e n e l t i e m p o y
el e s p a c i o s i n n e c e s i d a d d e u n a v i g i l a n c i a f í s i c a e j e r c i d a s o b r e él n i
de m u r o s q u e l o e n c i e r r e n : la e l e c t r ó n i c a p u e d e hacerse cargo de
la t a r e a . L a d o m i n a c i ó n se i n y e c t a p o r vía a u d i o v i s u a l , l a m e m o r i a
h i s t ó r i c a se c o n s t r u y e y se m a n i p u l a d e s d e satélites q u e o r b i t a n f u e r a
d e la a t m ó s f e r a y los c a m b i o s n e c e s a r i o s e n la s u b j e t i v i d a d p u e d e n ser
sometidos al cálculo m e d i a n t e la i n d u s t r i a farmacéutica, la ingeniería
g e n é t i c a , la i n s e r c i ó n d e m i c r o c h i p s e n e l c u e r p o y e n e l c e r e b r o , l a
r e g u l a c i ó n d e l tiempo l i b r e y sus a c t i v i d a d e s , e l c o n o c i m i e n t o p o r
parte de empresas m o n o p ó l i c a s (el g u g l o p o l i o ) de lo que cada u n o
lee, c o m p r a , gusta, r e c h a z a , d i a l o g a , e s c r i b e , h a b i t a , c o m e y h a c e e l
a m o r e i n c l u s o l o q u e p o d r í a pensar antes de t o m a r u n a decisión
hasta l l e g a r a la m a n i p u l a c i ó n d e l a a c t i v i d a d p r o d u c t i v a e n e l p r o p i o
h o g a r , s i n n e c e s i d a d d e la e s c u e l a , d e l a f á b r i c a o d e l c u a r t e l . L a v i g i -
l a n c i a y l a m a n i f e s t a c i ó n o s t e n s i b l e d e l p o d e r ya n o s o n necesarias.
Las s o c i e d a d e s d i s c i p l i n a r i a s d e j a n su l u g a r a las nuevas s o c i e d a d e s
del c o n t r o l . ¿Estamos ante u n "progreso" o ante u n reforzamiento
s u b r e p t i c i o y m á s p e l i g r o s o d e l o m i s m o ? D e l e u z e n o se atreve — y
t a m p o c o n o s o t r o s — a zanjar la cuestión:

N o cabe comparar para decidir cuál de los dos regímenes es más d u r o o más
tolerable, ya que tanto las liberaciones como las sumisiones han de ser afron-
tadas en cada u n o de ellos a su m o d o . Así, p o r ejemplo, en la crisis del hos-
pital como m e d i o de encierro, es posible que la sectorización, los hospitales
de día o la asistencia domiciliaria hayan supuesto en u n p r i n c i p i o nuevas l i -
bertades; ello n o obstante, participan igualmente de mecanismos de c o n t r o l
que nada tienen que envidiar a los más terribles encierros. N o hay lugar para
el temor n i para la esperanza, .sólo cabe buscar nuevas armas (cit., p. 278).

P a r a r e p a s a r p o r l a t r i p a r t i c i ó n d e las f o r m a s h i s t ó r i c a s d e l a d o -
minación:
REPLANTEO D E LOS DISCURSOS

a] Las sociedades de soberanía q u e c o r r e s p o n d e n a n u e s t r a c a r a c t e r i -

z a c i ó n (y a l a l a c a n i a n a ) d e l a m o c l á s i c o o p e r a b a n c o n m á q u i n a s
s i m p l e s : palancas, p o l e a s , r e l o j e s , t o r n o s , telares, n o r i a s , o p e r a -
d o s p o r los brazos y las f u e r z a s m u s c u l a r e s d e h o m b r e s y b r u t o s .
¿ E n q u é m e d i d a esos " m e d i o s d e p r o d u c c i ó n " d e t e r m i n a b a n l a
o r g a n i z a c i ó n social o e r a n d e t e r m i n a d o s p o r ella? L a d i s t i n c i ó n
es o c i o s a : a m b o s c o m p o n e n t e s , e l t é c n i c o y e l p o l í t i c o , se r e q u i e -
ren recíprocamente.
b] Así sucede t a m b i é n c o n e l a m o m o d e r n o , c a p i t a l i s t a , i m p e r a n t e
e n las sociedades d i s c i p l i n a r i a s . L a s o c i e d a d d i s c i p l i n a r i a , c e n -
trada en la fábrica, trabaja c o n máquinas de v a p o r y eléctricas.
E l p r o d u c t o r acaba i n t e g r a d o e n l a l í n e a d e m o n t a j e y su t i e m p o
d e t r a b a j o es p a g a d o p o r e l s a l a r i o c o n p r i m a s e v e n t u a l e s p o r e l
t i e m p o extra o la superación e n la p r o d u c t i v i d a d .
c] Las s o c i e d a d e s d e c o n t r o l a c t ú a n a t r a v é s d e s e r v o m e c a n i s m o s
de u n tercer tipo, máquinas informáticas y c o m p u t a d o r a s que
d e c i d e n e n cada m o m e n t o y sin i n t e r v e n c i ó n d e l m ú s c u l o n i
d e l c e r e b r o d e n a d i e , l o q u e h a b r á d e p r o d u c i r s e , las c a n t i d a -
des, las c u a l i d a d e s , los costos y los p r e c i o s . L a i n f o r m a c i ó n d e
l a m a r c h a d e los n e g o c i o s r e t r o a l i m e n t a la p r o d u c c i ó n y l a d e -
c i d e s o b r e bases e s t a d í s t i c a s r e g u l a n d o e l c o n s u m o y d e t e r m i -
n a n d o los b e n e f i c i o s d e los a c c i o n i s t a s y d e los C E O , los a l t o s
g e r e n t e s e j e c u t i v o s , q u e r e g u l a n l o s p r o c e s o s o p e r a t i v o s d e esas
m á q u i n a s a las q u e e l l o s m i s m o s e s t á n s o m e t i d o s . L a e l a b o r a -
c i ó n e f e c t i v a d e los b i e n e s q u e se c o n s u m e n pasa a u n s e g u n d o
p l a n o y es c o n f r e c u e n c i a d e r i v a d a a l t r a b a j o m a t e r i a l h e c h o
e n p a í s e s " s u b d e s a r r o l l a d o s " , sede d e " m e r c a d o s e m e r g e n t e s " ,
d o n d e t o d a v í a o p e r a n los ( a h o r a ) a r c a i c o s p r o c e d i m i e n t o s d i s -
c i p l i n a r i o s . L a c r e a c i ó n d e r i q u e z a s ya n o p r o c e d e d e l a t r a n s -
f o r m a c i ó n p o r el t r a b a j o d e las m a t e r i a s p r i m a s c o m o s u c e d í a
e n las d o s o r g a n i z a c i o n e s a n t e r i o r e s s i n o q u e a r m a ( m a q u i l a )
p r o d u c t o s provenientes de distintas regiones según disposicio-
nes t o m a d a s e n c e n t r o s d e p o d e r i m p o s i b l e s d e l o c a l i z a r , tras-
n a c i o n a l e s , y c o m e r c i a l i z a sus p r o d u c t o s a través d e l a " r e d " e n
l a q u e e l c o n s u m i d o r n o es c a p a z d e p o n e r n i su t a c t o n i su vista
en a q u e l l o q u e c o m p r a a u n q u e espera q u e la m e r c a n c í a l l e g u e
a su casa c o n v e n i e n t e m e n t e e n s a m b l a d a y e v a c u a d a d e t o d o
c o n t a c t o c o n las m a n o s d e l h o m b r e . Se c o m p r a n y v e n d e n ser-
i86 REPLANTEO DE LOS DISCURSOS

v i c i o s y los costos y las u t i l i d a d e s se d e p o s i t a n e n c u e n t a s a u t o -

m á t i c a s d e n ú m e r o s , d e d i n e r o p l á s t i c o , v i r t u a l , i n m a t e r i a l . Este
p r o c e s o es i n i n t e r r u m p i d o , n o d e s c a n s a n i c o n o c e e l s u e ñ o o
la i n c c r t i d u m b r e , el p r o d u c t o r y el cliente están " t i p i f i c a d o s " y
l a p r o d u c c i ó n y l a o f e r t a v a n d e l a m a n o : " Q u i e n c o m p r ó este
p r o d u c t o , q u i e n p i d i ó esta i n f o r m a c i ó n , después^ d e h a c e r l o
c o m p r ó este o t r o p r o d u c t o , se i n t e r e s ó e n estos o t r o s d a t o s , etc.
y usted está i n v i t a d o ( c o e r c i o n a d o ) p a r a p r o c e d e r de la m i s m a
m a n e r a e n éste h o m b r i g u e r o " que llamamos sociedad.

¿ Q u é — q u i é n — es c o n t r o l a d o e n l a n u e v a o r g a n i z a c i ó n s o c i a l
( " s o c i e d a d d e c o n t r o l " ) q u e c o r r e s p o n d e a n u e s t r a i d e a d e u n a ter-
c e r a f o r m a d e l a m o , e l " d i s c u r s o d e los m e r c a d o s " ? S e g ú n D e l e u z e , es
el i n d i v i d u o y debe tomarse e n cuenta que el m e d i o del c o n t r o l
es e l m á s t r a d i c i o n a l : l a p a l a b r a , los e s l ó g a n e s , las c o n t r a s e ñ a s q u e
c a d a u n o d e b e r e c o n o c e r y p o n e r e n a c c i ó n c u a n d o se le s o l i c i t a
d e m o s t r a r s u " i d e n t i d a d " . E l c o n t r o l c o m p l e t o se a l c a n z a r í a c u a n d o
se a n u l a s e p o r c o m p l e t o c u a l q u i e r r e s i s t e n c i a a las c o n s i g n a s y a las
ó r d e n e s . A l s u j e t o d e las s o c i e d a d e s d e c o n t r o l n o se l o g o b i e r n a
( c o m o e n las s o c i e d a d e s d e s o b e r a n í a ) n i se l e h a c e c r e e r q u e es él
q u i e n g o b i e r n a a través d e sus r e p r e s e n t a n t e s , c o m o e n las " d e m o -
c r á t i c a s " s o c i e d a d e s d i s c i p l i n a r i a s : a l i n d i v i d u o se l o m a n i p u l a p o r
las vías a d m i n i s t r a t i v a s , k a f k i a n a s ; é s a es la d i f e r e n c i a e s e n c i a l e n t r e
las s o c i e d a d e s d i s c i p l i n a r i a s y las d e c o n t r o l . U n a f o r m a c a d a vez
m á s d i f u n d i d a , m o d e l o y e j e m p l o d e la a u t o r i d a d i n t r o y e c t a d a q u e
e s t á e n vías d e ser h e g e m ó n i c a , p o r . e j e m p l o , es l a i n s t a l a c i ó n d e
e l e c t r o d o s e n e l c e r e b r o ( o d e sustancias q u í m i c a s ) c r e a n d o cybor^
q u e p e r m i t e n i n c i d i r s o b r e las c o n d u c t a s p o r m e d i o d e " c o n t r o l e s
r e m o t o s " . L a r e g u l a c i ó n p o r s e r v o m e c a n i s m o s e x t e r i o r e s l l e g a a ser
la esencia de l o que antes p o d í a llamarse u n h o m b r e o u n sujeto o
u n i n d i v i d u o q u e tenía la ilusión de la a u t o n o m í a . C o n el "aparato"
i n s e r t a d o e n el c u e r p o o c o m o a p é n d i c e i m p r e s c i n d i b l e de él, la ne-
cesidad de u n a fuerza p o l i c i a l coercitiva o de consignas psicológicas
p a r a g o b e r n a r se h a c e s u p e r f i n a . E l p o d e r se e j e r c e o r g a n i z a n d o la
s e c u e n c i a d e las ó r d e n e s e x p e d i d a s p o r g o b e r n a n t e s c i b e r n é t i c o s ,

^ Se adelanta que en la vigesimoterccra edición del D R A E a p a r e c e r á el vocablo ci-

borg, sustantivo masculino, definido c o m o "ser formado por materia viva y dispositivos
electrónicos". Microchip es ya vocablo de uso aceptado y corriente.
REPI^ANTEO D E EOS DISCURSOS 187

a u t o r r e g u l a d o s , d e l a c o n d u c t a q u e se i n c o r p o r a n a l o r g a n i s m o y
p o n e n e n m a r c h a las a c c i o n e s y o p e r a c i o n e s r e q u e r i d a s .
E n este n o v e d o s o r é g i m e n , e l " d i s c u r s o d e los m e r c a d o s " , consta-
t a m o s u n a i r r e v e r s i b l e t r a n s f o r m a c i ó n d e l c a p i t a l i s m o . L o esencial
n o es ya la p r o p i e d a d ( d e la t i e r r a , d e las f á b r i c a s o d e los a p a r a t o s
i n s t i t u c i o n a l e s d e l e s t a d o ) n i la p r o d u c c i ó n d e m e r c a n c í a s . A h o r a l o
d e c i s i v o es e l f l u j o v e r t i g i n o s o , l a r o t a c i ó n i n c e s a n t e d e los servicios y
d e las p e r s o n a s asignadas a su p r e s t a c i ó n , l a e v a l u a c i ó n c o n s t a n t e y e l
d e s p l a z a m i e n t o p e r m a n e n t e d e los p r e s t a t a r i o s y los c o n s u m i d o r e s ,
las s ú b i t a s t r a n s f e r e n c i a s d e masas d e p r o d u c t o r e s y c o n s u m i d o r e s
q u e se n e g o c i a n e n b l o q u e s i n c o n s u l t a r l a o p i n i ó n d e q u i e n e s e s t á n
c o n c e r n i d o s p o r estas o p e r a c i o n e s — e s t a m o s t e n t a d o s d e e s c r i b i r
"los i n t e r e s a d o s " y l o h a r í a m o s si n o f u e s e p o r q u e e l " i n t e r é s " p o r
estas t r a n s a c c i o n e s escapa a los i n d i v i d u o s , a sus s i n g u l a r i d a d e s y a
sus c u e r p o s físicos, c o n v e n c i d o s c o m o e s t á n d e la i n u t i l i d a d d e la
r e s i s t e n c i a — . L a e m p r e s a h a t o m a d o e l l u g a r d e la f á b r i c a ( D e l e u z e ,
c i t . , p . 2 8 0 ) y las i n s t i t u c i o n e s , l a a d m i n i s t r a c i ó n d e l t i e m p o l i b r e ,
el a r t e , los p a r t i d o s p o l í t i c o s , las r e l i g i o n e s , se p o n e n a l s e r v i c i o d e
una organización omnipresente e invisible dedicada a forzar cambios
c o m p a t i b l e s c o n las s i e m p r e r e n o v a d a s , s i e m p r e obsoletas, t e c n o l o -
gías " d e p u n t a " . L a c u l m i n a c i ó n d e este p r o c e s o d e l c o n t r o l está a
l a vista y sus a p a r a t o s d e a c c i ó n , los s e r v o m e c a n i s m o s s o n c a d a vez
m á s p e q u e ñ o s ( n a n o s ) y c a d a vez m á s b a r a t o s : los l o c a l i z a d o r e s q u e
p e r m i t e n c o n o c e r e n c a d a i n s t a n t e l a u b i c a c i ó n d e u n o b j e t o e n e l es-
p a c i o , los m o v i m i e n t o s q u e c a d a i n d i v i d u o r e a l i z a e n l a p r o d u c c i ó n ,
e l c o n s u m o o el o c i o , l a r e l a c i ó n q u e e l c o n t r o l a d o g u a r d a c o n o t r o s
" o b j e t o s " d e l a m i s m a í n d o l e . E n síntesis, n a d a n u e v o : es e l p a n ó p t i c o
ideado p o r B e n t h a m , f a b u l a d o p o r Oi"well y llevado p o r Foucault al
l u g a r f o c a l e n l a r e f l e x i ó n s o b r e los d e s t i n o s d e l h o m b r e o c c i d e n t a l .
9. C O N C L U S I O N E S

¿ P o d r á ser e l i n c o n s c i e n t e , la f r e u d i a n a m á q u i n a d e s o ñ a r c o n sus
p o é t i c o s p r o c e s o s p r i m a r i o s d e m e t á f o r a y m e t o n i m i a , e l ú l t i m o ba-
l u a r t e d e r e s i s t e n c i a f r e n t e a l c o n t r o l ? N o o t r o es e l s e n t i d o d e nues-
t r o d i s c u r s o e n este l i b r o q u e se e s m e r a e n f u n d a m e n t a r u n a d i s y u n -
tiva: o el discurso de los mercados o el discurso del psicoanálisis. Como en
t o d a o p c i ó n d i c o t ó m i c a se l l e g a a u n p u n t o d e c i s i v o q u e es é t i c o . E l
d i s c u r s o d e los m e r c a d o s e s t á c o m p l e t a m e n t e a l s e r v i c i o d e l a m o y
se e n c a m i n a a l a u n i f i c a c i ó n d e l m u n d o b a j o sus c o n s i g n a s d e u n a
m a n e r a t o t a l , c o m o n u n c a l o c o n s i g u i e r o n n i R o m a , n i las r e l i g i o n e s
n i e l c a p i t a l i s m o i n d u s t r i a l c o n sus c o r r e s p o n d i e n t e s r e g í m e n e s c o l o -
n i a l e s . S u m e c a n i s m o d e a c c i ó n ya f u e d e n u n c i a d o : es u n s o b o r n o . A l
s u j e t o se l e o f r e c e l a s a t i s f a c c i ó n d e las d e m a n d a s p r e v i a m e n t e c o n -
figuradas p o r c o n s i g n a s y p r o p a g a n d a : u n a c u o t a o p r i m a d e placer,
u n a p a r t i c i p a c i ó n e n e l p r o c e s o d e d o m i n i o d e los h o m b r e s , d e la
n a t u r a l e z a , d e l p l a n e t a , d e l e s p a c i o e x t e r i o r , a través d e s e r v o m e c a -
n i s m o s c a d a vez m á s e f i c i e n t e s y p r o d i g i o s o s q u e p r o d u c e n u n a i m a -
g i n a r i a — y a veces b i e n r e a l — d e m o s t r a c i ó n d e " p o d e r " y " p o t e n c i a "
q u e h a c e n visibles y p a t e n t e s las f a n t a s í a s i n f a n t i l e s q u e r e s p o n d e n a
l a c a s t r a c i ó n s i m b ó l i c a . Esos f a n t a s m a s d e g o z a r (respuestas a l a p r o -
hibición d e l goce) c o n v i e r t e n a la pasividad, al haber sido seducido,
violado, castrado, g o l p e a d o en su inversa: u n a actividad m e d i a d a p o r
e l saber " c i e n t í f i c o " y sus i n s t r u m e n t o s t e c n o l ó g i c o s q u e p e r m i t e n
al o p e r a d o r d e l a m a q u i n i t a g o z a r d e l p o d e r d e ese " a p a r a t o " q u e
p a r e c e v i o l a r las leyes n a t u r a l e s c o n su u b i c u i d a d , su t e l e k i n e s i a , su
c o r r e c c i ó n r e p a r a d o r a d e las d i f e r e n t e s i m p o t e n c i a s o su c a p a c i d a d
para o b t e n e r "ganancias" generadas p o r el cálculo de rentabilidad
( c o s t o / b e n e f i c i o ) . E l p u n t o d e l a " u t i l i d a d " d e los s e r v o m e c a n i s m o s
y su c a p a c i d a d a d i c t i v a , s e c u e s t r a d o r a d e l a s u b j e t i v i d a d o d e los " p r o
cesos m e n t a l e s " d e q u i e n los usa, f u e e n s u m o m e n t o a m p l i a m e n t e
desarrollado.
E l n ú m e r o y el cálculo, c o m o referentes universales q u e trascien
d e n a las c o m u n i d a d e s l i n g ü í s t i c a s y u n i f o r m a n a los u s u a r i o s q u e

[189]
igo CONCLUSIONES

o b e d e c e n a l c ó d i g o d e p r o c e d i m i e n t o s d e la i n d u s t r i a t e c n o c i e n t í -
fica, p a r e c e n d o m i n a r l o t o d o . Esta a c t i v i d a d n o es s i n o l a m e c a n i z a -
c i ó n d e los " p r o c e s o s s e c u n d a r i o s " d e F r e u d , o b j e t o d e e s t u d i o d e
l a p s i c o l o g í a c l á s i c a . Se e x p l i c a así e l r e t o r n o d e l i n t e r é s p o r la c o n -
c i e n c i a , p r o p i o d e l a t e o r í a s c o g n i t i v o c o n d u c t u a l e s h o y e n b o g a , y la
f e e n los d a t o s n e u r o f i s i o l ó g i c o s , e n u n a c i e n c i a " d u r a " d e l c e r e b r o
q u e t e n d r í a q u e a c a b a r p o r d e s p e j a r los m i s t e r i o s d e l o q u e a l g u n o s
presíiirtós r e t a r d a t a r i o s s i g u e n l l a m a n d o " l a p s i q u e " y q u e s o m e t e r í a
los p r o c e s o s m e n t a l e s a u n e v e n t u a l m a n e j o a b s o l u t o p o r m e d i o d e
r e c u r s o s q u í m i c o s . L a p s i c o l o g í a d e la c o n c i e n c i a , s i n e m b a r g o — y
es a q u í d o n d e e l d e s c u b r i m i e n t o f r e u d i a n o d e b e ser r e i v i n d i c a d o —
p u e d e e x p l i c a r y hasta c o n t r o l a r e l " c ó m o " d é esos p r o c e s o s p e r o n o
e l " q u é " y sus r e p e r c u s i o n e s subjetivas. J a m e s L . M c G a u g h , ^ u n o d e
los m á s c o m p e t e n t e s y r e c o n o c i d o s i n v e s t i g a d o r e s d e la m e m o r i a h u -
m a n a c o n las t é c n i c a s d e la b i o l o g í a c o n t e m p o r á n e a p u e d e d e c i r así,
d e m o d o t o t a l m e n t e p e r t i n e n t e , q u e él se o c u p a d e "los m e c a n i s m o s
c e r e b r a l e s q u e h a c e n p o s i b l e e l r e c u e r d o " , es d e c i r , n o d e l a m e m o r i a
e n sí, n o d e l o r e c o r d a d o . L a e s e n c i a d e la m e m o r i a , c o m o l o sabe
c u a l q u i e r l e c t o r q u e va a l a búsqueda del tiempo perdido, n o r e s i d e e n
e l a c o n t e c i m i e n t o m i s m o q u e se r e c u e r d a , n i e n los " p r o c e s o s cere-
b r a l e s " s i n o e n l a c o m p o s i c i ó n d e l r e c u e r d o , e n su a p a r i c i ó n m á s o
m e n o s casual y c a p r i c h o s a y su a r t i c u l a c i ó n c o n los fantasmas d e l su-
j e t o a s í c o m o e n e l r e l a t o q u e se h a c e a o t r o d e a q u e l l o q u e se evoca.
Es l a " m e m o r i a i n v o l u n t a r i a " d e P r o u s t y la " m e m o r i a i n c o n s c i e n t e "
de F r e u d , taladrada p o r la represión y el olvido, e n t r a m a d a c o n el
deseo, a r r a i g a d a e n u n g o c e q u e es e l d e l a p u e s t a e n p a l a b r a s d e l
r e c u e r d o . C o n c r e t a m e n t e , t o d o a q u e l l o q u e escapa a la o b j e t i v a c i ó n
neurocognitiva y al cálculo.
H e m o s e x p u e s t o e n d e t a l l e q u e e l d i s c u r s o d e los m e r c a d o s y e l
d e l a n a l i s t a , a n a l i z a n d o sus a n a l o g í a s y d i f e r e n c i a s , c o m p a r t e n l a m i s -
m a f ó r m u l a . E l d i s c u r s o d e l p s i c o a n a l i s t a , s i n e m b a r g o , se o c u p a d e
o t r a cosa, d e l s a l d o , d e l s u p l e m e n t o , d e l s o b r a n t e , q u e e l d i s c u r s o d e
los m e r c a d o s n o p u e d e i n c l u i r s i n estallar. Eso q u e " s o b r a " , i r r e d u c -
t i b l e a l c á l c u l o , e l i n c o n s c i e n t e , p e r m i t e q u e se f a b r i q u e n los s u e ñ o s ,
q u e se p o n g a n e n a c c i ó n los p r o c e d i m i e n t o s p o é t i c o s , q u e se p i n t e n

^ J . E . M c G a u g h , Memory & Emotion. The Making of Lasting Memories, Nueva York,

C o l u m b i a , 2003, p. 1.
CONCLUSIONES

los c u a d r o s y se c o m p o n g a n las o b r a s m u s i c a l e s así c o m o e l g o c e q u e

b r o t a e n e l e s p e c t a d o r , e n e l s o ñ a n t e , e n q u i e n asiste a l o i n c a l c u l a b l e
d e los e n c u e n t r o s sorpresivos d e las p a l a b r a s y d e los c u e r p o s .
P a r a e x p l o r a r esta m o d a l i d a d d e u n d i s c u r s o s i n a n t e c e d e n t e s ,
s i e m p r e n u e v o , n o bastan los s e r v o m e c a n i s m o s i n t e r v i n c u l a d o s e n
u n a r e d que hace de cada i n d i v i d u o u n a " t e r m i n a l " que recibe y e m i -
te los d a t o s q u e m a n t i e n e e n f u n c i o n e s a l o r d e n i n f o r m á t i c o u n i v e r -
sal, u n s u j e t o " p r e d e c i b l e " p a r a ese sistema. E l " s i s t e m a " {Gestell) n o
ü e n e i n t e l i g e n c i a ; se m a n e j a a u t o m á t i c a y e s p o n t á n e a m e n t e s i n l a
i n t e r v e n c i ó n d e " p e r s o n a " , n o f a l l a y p o r eso a s p i r a a ser r e c o n o c i d o
c o m o "inteligencia artificial", l o g r o s u p r e m o de la historia universal,
e n c a r n a c i ó n d e l Saber A b s o l u t o . H a c e f a l t a o t r o sistema, o t r o " d i s p o -
s i t i v o " . S u m o d e l o es e l d e l a s i t u a c i ó n t r a n s f e r e n c i a l p r o p i a d e l p s i -
c o a n á l i s i s q u e , a su vez, t i e n e u n m o d e l o : el d e la s u p r e s i ó n s e n s o r i a l
n e c e s a r i a p a r a d o r m i r , c u a n d o las p a l a b r a s se l i b e r a n d e las c o a c c i o -
nes l i n g ü í s t i c a s q u e o r g a n i z a n e l d i s c u r s o " n o r m a l " d e l a e x i s t e n c i a y
a p a r e c e a l a vista esa " o t r a escena", l a d e l s u e ñ o , l a d e l espacio t e a t r a l ,
l a d e t o d a c r e a c i ó n artística, b a u t i z a d o p o r W i n n i c o t t c o m o " e s p a c i o
t r a n s i c i o n a l " . Es e n t o n c e s c u a n d o se p o n e e n suspenso d e l tiempo d e
los r e l o j e s , c u a n d o e l d i s c u r s o d e los m e r c a d o s e n c u e n t r a u n t o p e a l
q u e i n t e n t a , d e t o d o s m o d o s , m e r c a n t i l i z a r . E l d i s c u r s o d e los m e r -
c a d o s e n c u e n t r a su l í m i t e e n los " p r o c e s o s p r i m a r i o s " a los q u e — d e
t o d o s m o d o s — se p r e t e n d e t r a n s f o r m a r e n e s p e c t á c u l o y v e n d e r se-
g ú n d e t e r m i n a d a s estrategias d e marketing. E l d i s p o s i t i v o a n a l í t i c o es
u n e q u i v a l e n t e d e esa " o t r a escena". E n e l l a l a p u e r t a d e l g a b i n e t e d e l
a n a l i s t a f u n c i o n a c o m o u n "practicable"*" q u e h a c e e n t r a r a l s u j e t o e n
el t e r r e n o de la representación, re-presentación en el sentido teatral
de la palabra. E l analizante encuentra, e n la situación transferencial,
u n e s p a c i o q u e n o es e l d e la res extensa p a r a l a p u e s t a e n d i s c u r s o d e
s u p e r s o n a j e . E l e s t á a h í , e n el e s c e n a r i o , y, a l a vez, c o n e l c o r t e d e l a
s e s i ó n , sale d e l a escena, atraviesa u n a p u e r t a q u e l o c o n d u c e a o t r o
e s c e n a r i o , e l d e su v i d a " r e a l " , d o n d e i n t e r p r e t a su p a p e l y p u e d e
d e s c u b r i r q u e las l í n e a s d e su d i á l o g o y l a o r i e n t a c i ó n d e sus a c c i o n e s

^ Nuevamente corresponde insistir en la justa aplicación de la imagen lacaniana del

"practicable" a la situación analítica que desarrolla de m o d o brillante Jacques Nassif,
partiendo del ejemplo de u n a comedia de Shakespeare {Measure by Measuré) a la que
c o m p a r a con el dispositivo de ficción donde aparece lo real que es la situación analíti-
ca. J . Nassif, Le bon mariage. Uappareil (le la psychanalyse, París, Aubier, 1992, pp. 109-164.
192 CONCLUSIONES

h a n s i d o d i c t a d a s p o r ese O t r o i n v i s i b l e , e l a u t o r p i r a n d e l l i a n o q u e
e s t á a la b ú s q u e d a d e sus actores.
U n a a l t e r n a n c i a d e on/off Une G^XXG es l o c o n t r a r i o d e ese e n c h u f a r -
se y d e s e n c h u f a r s e p r o p i o d e l s u j e t o i n s e r t o e n las c a d e n a s d e l a web.
Prometeo desencadenado.
L a c o n t r a p a r t i d a d e l s e r v o m e c a n i s m o a l i e n a n t e , su o t r a cara, e l
a n t í d o t o q u e d e n u n c i a las ficciones q u e c o n s t i t u y e n la r e a l i d a d , es
e l dispositivo i n v e n t a d o p o r F r e u d . E l a n a l i s t a (su d i s c u r s o ) t o m a allí
e l l u g a r d e l s e m b l a n t e q u e se d i r i g e a l s u j e t o y l o c o n m i n a a p r o d u -
c i r los n u e v o s s i g n i f i c a n t e s a m o , Sj q u e s e r á n los i n d i c a d o r e s d e su
d i f e r e n c i a a b s o l u t a y h a r á n p o s i b l e s l a s e p a r a c i ó n n e c e s a r i a d e los
s i g n i f i c a n t e s a m o i m p u e s t o s p o r los m e r c a d o s e n su c a m p a ñ a d e a n u -
l a c i ó n d e l s u j e t o y d e m a s i f i c a c i ó n u n i f i c a d o r a d e los c o n s u m i d o r e s
s o b o r n a d o s p o r las l á m p a r a s d e A l a d i n o , esas " m á g i c a s " c r e a c i o n e s
d e l a i n g e n i e r í a c i b e r n é t í c a . E n o t r o s t é r m i n o s , l a d i s y u n t i v a es:
O e l d i s p o s i t i v o {Gestell) d e la e c o n o m í a g l o b a l e n esta t e r c e r a eta-
p a d e l d i s c u r s o d e l a m o , l a d e l d i s c u r s o d e los m e r c a d o s , t e n d i e n t e a
la d e s d i f e r e n c i a c i ó n subjetiva q u e o p e r a m e d i a n t e sofisficados apara-
tos c i b e r n é t i c o s .
O e l d i s p o s i t i v o d e l p s i c o a n á l i s i s , o p u e s t o a esa f o r c l u s i ó n d e l suje-
t o q u e p r o m u e v e n las t e c n o c i e n c i a s d e l c á l c u l o y o f r e c e la a l t e r n a t i v a
de su p r o p i o discurso encarnado p o r u n representante d e l objeto
causa d e l d e s e o q u e es e l p s i c o a n a l i s t a .
ÍNDICE

I N T R O D U C C I Ó N ; EL.MAJLESTAR E N LÁ C Ü L I U R A

T E C N O L Ó G I C A 7

P R I M E R A PARTE
L A H I S T O R I A H U M A N A ES L A H I S T O R I A D E LA(S)
TÉCNICA(S)

1 . E L RELOJ, H E C H O D E PALABRAS.

DISPOSITIVOS Y SERVOMECANISMOS I5

2. E L DISPOSITIVO ( H E I D E G G E R : G E S T E L L ) 25

3. HISTORIA D E LOS SERVOMECANISMOS.

LOS "MEDIOS": LEWIS M U M F O R O Y M A R S H A L L M C L U H A N 38

4. LOS DISPOSITIVOS E N LA OBRA D E F O U C A U L T Y D E L E U Z E 69

5. G I O R G I O A G A M B E N Y L A E X T E N S I Ó N S I D E R A L

D E L DISPOSITIVO 82
6. E L L E N G U A J E ES (LA) T É C N I C A Y ES (EL) A R T E 94

S E G U N D A PARTE
L A T E O R Í A L A C A N I A N A DE LOS DISCURSOS.
LOS C U A T R O DISCURSOS, EL DISCURSO CAPITALISTA
Y E L D I S C U R S O PST, POST-, P E S T I L E N T E

7. TACAN: LOS DISCURSOS (CUATRO) E N TTJGAR D E LOS DIS-

POSITIVOS 131

[193]
194 ÍNDICE

8. R E V I S I Ó N Y R E P L A N T E O D E L O S D I S C U R S O S
E N S U RELACIÓN C O N L O S D I S P O S I T I V O S 378

9. C O N C L U S I O N E S l8g
I,
EL INCONSCIENTE, LA TÉCNICA Y E L DISCURSO
CAPITALISTA Néstor A. Braunstein

El mundo se nos presenta como un vasto complejo de servomeca-

nismos, una "red" o telaraña que todo lo cubre. En ese conjunto,
los seres que hablan tienden a perder sus diferencias a medida que
se integran a él o se desintegran en él. El hombriguero resultante es
un efecto de la técnica y está al servicio de un nuevo discurso, sus-
tituto del discurso capitalista que, a su vez, sustituyó al discurso
del amo tradicional.
En el discurso del amo el complemento era el esclavo: las socie-
dades regidas por ese discurso eran sociedades de soberanía. El
discurso del capitalista produjo al proletario consumidor y, politica-
mente, las sociedades disciplinarias (Foucault). Actualmente asisti-
mos al avance del discurso de los mercados con su correlato, las
sociedades de control (Deleuze), que pretenden regular no sólo los ac-
tos y las palabras, sino también el deseo y los sueños.
Siguiendo una línea de investigación iniciada hace 3 5 años
(Psicología: ideología y ciencia)., el autor demuestra que sólo el dis-
curso del psicoanalista (Lacan), capaz de conducir a la revelación
del inconsciente, puede considerarse una opción frente a la de-
subjetivación impuesta por el nuevo "discurso de los mercados".

978-607-03-0352-4

9 786070 30352¿^