DEZEMBRO 2014
O velho poder funciona como uma moeda. É detido por poucos. Uma
vez obtido, é zelosamente guardado — e os poderosos têm uma
reserva substancial dele para utilizar. É fechado, inacessível e baseado
no líder.
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Mas ter uma página no Facebook não é o mesmo que ter uma
estratégia do novo poder. Se você é de um setor que está sendo
radicalmente transformado pelo novo poder, não basta acrescentar
alguma decoração de vitrine. Uma empresa jornalística, por exemplo,
não pode simplesmente inserir uma seção de comentários ao pé de
cada artigo online e chamar isso de novo poder — ela tem de fomentar
ativamente a participação do leitor e a formação de uma comunidade
vibrante, o que quase certamente exigirá mudanças tanto em seu
modelo como em seus valores. O jornal The New York Times está
lutando exatamente com esse dilema, como mostrou seu relatório de
inovação que vazou neste ano.
Muitas vezes, os chefes do novo poder sonham apenas com uma boa
“saída” de um ótimo negócio, mas precisamos de líderes do novo
poder que façam uma grande entrada na sociedade civil. Aqueles que
são capazes de canalizar o poder da multidão devem voltar suas
energias para algo mais fundamental: redesenhar os sistemas e as
estruturas da sociedade para incluir e empoderar, de forma
significativa, mais pessoas. O maior teste para os condutores do novo
poder será sua disposição de se envolver com os desafios dos menos
poderosos.
Jeremy Heimans é cofundador e CEO da Purpose, uma empresa social que cria
movimentos. Ele também é cofundador das comunidades políticas online GetUp e
Avaaz.
http://hbrbr.uol.com.br/entendendo-o-novo-poder/