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HOBSBAWM, Eric – Sobre história (1996)

Prefácio

• Interesse contemporâneo voltado para questões conceituais e metodológicas da


história (1);
• [Os ensaios do livro] constituem uma tentativa de embate direto com um conjunto
coerente de problemas (1);
• 3 tipos de problemas que se sobrepõe:
➔ Preocupação com os usos e abusos da história, na sociedade, política, com a
compreensão e transformação do mundo;
❖ Discute o valor da história para as outras disciplinas, especialmente as
ciências sociais;
➔ Diz respeito ao que tem acontecido entre os historiadores e os outros
pesquisadores acadêmicos do passado;
❖ Levantamentos e avaliações críticas sobre várias tendências e modas
em história (discute a pós-modernidade e a cliometria);
➔ Diz respeito ao próprio tipo de história do autor e aos problemas centrais com
que todos os historiadores sérios devem se defrontar, à interpretação histórica
que achou mais útil quando os enfrentou;
• Esclarecimentos sobre dois temas desse livro:
➔ Defende vigorosamente a opinião de que aquilo que os historiadores
investigam é o real;
❖ O ponto do qual os historiadores devem partir é a distinção
fundamental e absolutamente central, entre fato comprovável e ficção;
❖ Nas últimas décadas, tornou-se moda negar que a realidade objetiva
seja acessível, uma vez que o que chamamos de “fatos” apenas existem
como uma função de conceitos e problemas prévios formulados em
termos dos mesmos;
❖ O passado que estudamos é só um constructo das nossas mentes. Esse
constructo é, em princípio, tão válido quanto outro, quer possa ser
apoiado pela lógica e por evidências, quer não;
❖ Em resumo, acredito que sem a distinção entre o que é e o que não é
assim, não pode haver história. O modo como montamos e
interpretamos nossa amostra escolhida de dados verificáveis (que pode
incluir não só o que aconteceu, mas o que as pessoas pensaram a
respeito) é outra questão;
➔ O segundo esclarecimento diz respeito à abordagem marxista da história, com
a qual sou associado (ele não rejeita o rótulo, embora seja vago);
❖ Marx e os campos de atividades dos jovens radicais marxistas
fornecerem os seus temas de pesquisa e influenciaram os modos como
o autor escreveu sobre eles;
❖ Considera que a “concepção materialista da história” de Marx é o
melhor guia para a história;
➔ O que é exatamente um “historiador marxista” em comparação com um
historiador não marxista?
❖ Ideólogos tentaram estabelecer demarcações de incompatibilidade;
❖ A história da disciplina que estuda o passado, a partir do fim do século
XIX (até a década de 1970), foi uma história de convergência e não de
dispersão;
❖ Paralelismo entre a Escola dos Annales na França e os historiadores
marxistas na Grã-Bretanha → projetos históricos similares ainda que
com a genealogia intelectual diferente;
❖ Interpretações identificadas exclusivamente por marxista (marxismo
vulgar) penetraram na história convencional em um grau
extraordinário;
❖ A história está empenhada em um projeto intelectual coerente, e fez
progressos no entendimento de como o mundo passou a ser como é
hoje;
❖ “Historiadores na tradição de Marx — e isso não inclui todos os que
assim se intitulam — têm uma contribuição importante a fazer para
esse esforço coletivo. Mas não estão sozinhos. Nem deveria o seu
trabalho, ou o de quem quer que seja, ser julgado pelas etiquetas
políticas que eles ou outros afixam em suas lapelas.” (5);

A volta da narrativa
Interlocutor principal: Lawrence Stone;

• Faz um resumo sintético do texto de Stone:


➔ “Stone acredita que há uma volta da ‘história narrativa’ porque houve um
declínio na história que se dedicava a perguntar ‘os grandes porquês, a
‘história científica’ generalizante”; (200)
• Duas questões implícitas nessa discussão:
➔ O que vem ocorrendo na historiografia?
➔ Como explicar tais ocorrências?
“Uma vez que é lugar-comum na história que os “fatos” sejam sempre selecionados,
moldados e até distorcidos pelo historiador que os observa, há um elemento de parti pris,
para não dizer de autobiografia intelectual, no tratamento que Stone dá a ambas as
questões, tal como o há em meus comentários ao mesmo.” (200)
• Insinua que Stone selecionou, moldou e distorceu os fatos que observou para
construir seu texto sobre o retorno da narrativa;
• Hobsbawm aceita que os vinte anos do pós-guerras houve um declínio da história
política e religiosa, no uso das “ideias” como explicação da história e uma
ascensão da história socioeconômica; (200)
• Também admite que nos últimos anos, desde 1970, houve uma considerável
diversificação e um sensível ressurgimento de interesses por temas mais
marginais, embora tais temas jamais terem sido negligenciados;
“Se os historiadores marxistas dos anos 1970 escrevem livros inteiros sobre o papel dos
mitos das raízes nacionais, tal como a lenda galesa de Madoc, Christopher Hill escrevia,
no início dos anos 1950, pelo menos um artigo fundamental sobre o mito do jugo
normando. Todavia, provavelmente houve uma mudança.” (201)
• Se os historiadores marxistas dos anos 1970 se interessavam por esses temas
“marginais”, Christopher Hill já escrevia no início dos anos 1950 sob essa mesma
perspectiva, porém houve uma mudança;
• Difícil determinar se isso representa um retorno à “história narrativa” como
defendida por Stone;
➔ As razões para isso é o levantamento quantitativo que Stone faz em relação as
obras qualificadas e a sua escolha em se concentrar em um grupo pequeno de
historiadores;
➔ Há evidências de que a antiga vanguarda dos historiadores não rejeita mais,
ou desprezam e combatem a antiga “história factual”;
• “Por outro lado, a minoria de historiadores, cujos interesses supostamente
alterados Stone investiga, na verdade não passou a praticar a história
narrativa.” (201)
➔ Há pouquíssimas história narrativa simples entre as obras citadas ou
referenciadas por Stone;
❖ “Para quase todas elas, o evento, o indivíduo e até a retomada de
algum estilo ou modo de pensar o passado, não são fins em si mesmos,
mas meios de esclarecer alguma questão mais ampla, que ultrapassa
em muito o relato particular e seus personagens.” (201)
❖ Os aspectos individuais não seriam fins nas pesquisas citadas por
Stone, mas meios de esclarecer questões mais amplas;
❖ Esses historiadores continuam acreditando na possibilidade de
generalizar sobre as sociedades humanas e seu desenvolvimento,
assim continuam interessados nos “grandes porquês”, embora possam
enfocar questões diferentes às que se interessavam há 20 anos;
“Realmente não há nenhuma evidência de que tais historiadores — aqueles com quem
Stone está principalmente preocupado — tenham abandonado “a tentativa de produzir
uma explicação [...] coerente da mudança no passado”.” (201);
“Por certo há historiadores que abandonaram essas tentativas, e certamente existem
alguns que as combatem, talvez com um zelo aumentado pelo compromisso ideológico.”
(202);
• Como devemos explicar as mudanças de temas e interesses históricos, na medida
em que tenham ocorrido ou estejam ocorrendo? (problemas de apresentação e
síntese);
➔ Sugere que um dos elementos dessa mudança seja o alargamento no campo da
história, caracterizado pela ascensão da “história social”1
➔ Vasta ampliação desse campo;
➔ Essa ampliação aumenta a dificuldade técnica de escrever história;
➔ Os historiadores experimentam diferentes formas de apresentação dessas
dificuldades, como as que recorrem as antigas técnicas da literatura e os
recursos audiovisuais;

1
“(...) esse recipiente amorfo para tudo, desde mudanças no físico humano até o símbolo e o ritual, e
sobretudo para as vidas de todas as pessoas, de mendigos a imperadores.” (202)
➔ O que Stone chama de pontilhismo é uma tentativa de solucionar problemas
técnicos de apresentação;
➔ Esses experimentos são necessários para a parte da história que não pode ser
submetida à “análise”. (203)
❖ “O problema de encaixar as diversas manifestações do pensamento e
da ação humanos em um período específico não é novo nem
desconhecido” (203);
❖ Quanto mais ampla a classe de atividades humanas aceitas como
interesse legítimo do historiador, quanto mais claramente entendida
a necessidade de estabelecer conexões sistemáticas entre elas, maior
a dificuldade de alcançar uma síntese; (203)
• Duas outras razões mais substantivas para uma mudança;
➔ 1º Sucesso dos “novos historiadores” nas décadas do pós-guerra;
❖ Alcançado por uma deliberada simplificação metodológica, a
concentração na base socioeconômica e os determinantes da história,
à custa da história narrativa tradicional;
❖ Embora houvesse reducionistas econômicos extremados, esse
extremismo não era universalmente difundido: os Annales e os
marxistas continuavam interessados nos eventos ou na cultura e não
consideravam que a estrutura sempre submetia a superestrutura;
❖ A nova história dos homes e das mentalidades podem ser vistas mais
como um complemento que uma substituta às análises estruturais e
socioeconômicas;
❖ Uma vez que os historiadores se voltem para tais itens sem suas
agendas (o homem, a cultura, a mentalidade), podem preferir abordar
sua “explicação coerente da mudança no passado” começando do
específico e partindo para o geral, para a estrutura;
❖ Isso não significa uma escolha entre explicações mono ou
multicausais;
❖ Situações específicas podem servir como pontos de partida
convenientes para uma explicação mais geral;
❖ A “situação” é um meio para se cegar a um fim mais geral de
explicação coerente da história;
• Não há nada de novo em escolher observar o mundo por meio de um microscópio
em vez de um telescópio, só temos que aceitar que estamos observando um mesmo
cosmo;
➔ A escolha entre micro ou macrocosmo é uma questão de selecionar a técnica
apropriada;
➔ É significativo que hoje os historiadores escolham mais o microscópio, mas
isso não significa que eles rejeitam o telescópio;
• Grande parte daquilo que Stone investiga como continuação de
empreendimentos históricos passados podem ser explicadas por outros meios
que não como provas de falência desses empreendimentos. (205)
➔ É evidente que alguns historiadores se deslocaram das “circunstâncias” para
os “homens”, mas não é necessário analisar as modas atuais na historia
inteiramente como rejeição do passado, pois analisa-las dessa forma não é
suficiente;
• A análise de Stone não é satisfatória;
➔ Se o argumento estiver equivocado, também deve ser inadequado um
diagnóstico das “mudanças no discurso histórico” realizado em termos desse
argumento.

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