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O crescimento das cidades traz não apenas desenvolvimento, mas também os problemas

de cidade grande. Parintins, a 369 quilômetros ou 22h de barco em relação a Manaus, é o quinto
maio Produto Interno Bruto (PIB) do Estado do Amazonas e a segunda maior população. Uma
típica cidade interiorana, porém recheada de problemas estruturais, urbanos e ambientais.
Mas a cidade não é exceção. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) em sua Síntese de Indicadores Sociais de 2013, quase 30% dos domicílios
Brasileiros não tem saneamento adequado. Situação que se agrava quando se fala em tratamento
do esgoto, pois segundo o Instituto Trata Brasil, apenas 38% do esgoto produzido é tratado,
sendo os 62% restantes, devolvidos a natureza sem o devido tratamento.
A região norte ostenta alguns dos piores índices. Dados do Estudo Trata Brasil
“Ociosidade das Redes de Esgoto – 2015”, produzidos pelo Instituto Tratar Brasil indicam que
na região Norte apenas 10,24% da população tem acesso aos esgotos e que apenas 22,58% é
tratado.
O Estado do Amazonas tem o 3º maior déficit de coleta de esgoto do Brasil. Dados da
Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmam que apenas 7,3% dos dejetos são coletados.
O Estado fica atrás apenas de Rondônia e do Amapá. A instituição afirma também que o
investimento por habitante no setor de saneamento no Amazonas corresponde a apenas 20% da
média nacional, R$ 38,74 no estado contra R$ 188,17 do país.
Em setembro de 2018, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou
que apenas 18 dos 62 municípios do Amazonas possuíam plano de saneamento em 2017 contra
nove em 2011.
Soma-se a isso o fato de o Brasil não fiscalizar a qualidade da água. A da Pesquisa de
Informações Básicas Municipais (IBGE) publicada em 2013 identificou que dos 5570
municípios brasileiros, 2659 não monitoravam a qualidade de sua água.
Segundo a meta do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), baseado na Lei nº
11.445/2007 e no decreto nº 7.217/2010, o país tem de resolver as questões da área do
saneamento básico até o ano de 2033, porém, segundo informações do Instituto Trata Brasil e
do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, no ritmo atual de
liberação de recursos essa meta só será atingida em 2050.

No município
O decreto nº 7.217/2010 informa que a partir de 2018, os municípios só receberão
recursos da União, destinados ao investimento em Saneamento Básico caso tenham elaborado
um Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB).
Não há informação sobre o PMSB em Parintins, nem pelo executivo e nem pelo poder
legislativo, pois ambos os poderes não dispõe de Portal da Transparência. Ainda assim, em
março de 2017 as tarifas do Serviço Autônomo de Águas e Esgotos (SAAE) tenham aumentado
49,43%.
Alzenilson Aquino, 43, subsecretário de Meio Ambiente do Município afirmou que a lei
está pronta no gabinete no prefeito e logo será despachada para apreciação na câmara, porém,
enquanto isso não há nada mais concreto. “As diretrizes estão todas no plano, mas enquanto a
lei não estiver publicada não tem recurso, que é federal. O pouco que conseguimos avançar foi
sobre a captação de água, que está presente no Plano Plurianual (PPA)”, destacou.

Como a população vê o problema


[foto e box Paulo Archanjo]
O professor Paulo Archanjo, 51, que é também coordenador Adjunto da Secretaria de
Estado de Educação e Qualidade do Ensino (SEDUC) dedica sua vida acadêmica as pesquisas
ambientais. Em sua tese de doutorado o pesquisador afirma que a questão ambiental é bastante
complexa e não se resolve apenas com decretos e leis. “Esgotos a céu aberto e seres humanos no
meio urbano de Parintins convivem estranhamente lado a lado, bem como os habitantes da
Europa do período medieval e, boa parte da Idade moderna e contemporânea” afirma o
professor. Para ele o conceito de sujeito é resultado da cultura. A vida em meio ao lixo,
infelizmente, faz com que a população se acostume com isso.
Para Archanjo, é curioso que a percepção da população difere em relação a temas do
meio ambiente. Os populares são críticos ao lixo e aos resíduos sólidos, porém não tem a
mesma percepção acerca dos resíduos líquidos. As pessoas jogam a água de suas casas nas ruas
indiscriminadamente e o município deixa. Essa mesma água jogada de qualquer forma e sem
tratamento, retorna ao meio ambiente, aos lençóis freáticos e se torna chuva.
[foto agua jogada na rua]
Ao conversar com a população sobre os problemas da cidade, a maioria não percebe de
início o saneamento e o esgoto como problemas. Ao ser questionado o estudante natural de
Parintins, João Helber, 19, afirma que “Parintins não sabe aproveitar seu potencial turístico,
recebe muita gente e pouco dinheiro fica. A cidade tem poucas áreas de lazer. Muitos serviços
públicos concentrados na região central da cidade e poucos nas regiões mais afastadas”.
Questionado sobre meio ambiente ele cita o lixão da cidade, que polui as águas
subterrâneas e a quantidade grande urubus. Só quando perguntamos especificamente sobre o
esgoto é que ele toca no assunto. “Há poucas redes de esgoto em Parintins e o que tem é
despejado no rio sem nenhum tratamento”, afirma o estudante.
Já a estudante de jornalismo Taíssa Tavares, 19, natural de Terra Santa-PA, mas que
está em Parintins desde o ano de 2016 relata: “quando eu cheguei aqui eu me deparei com uma
situação que me chamou muita atenção, me impactou na verdade, foi o descaso com a limpeza
pública, aquela Avenida Amazonas era cheia de lixo, era perceptível que não tinha serviço de
limpeza há muito tempo”.
O esgoto só é citado pela estudante quando perguntamos diretamente sobre ele. “Logo
que eu cheguei aqui eu não me impactei muito, porque já era uma coisa parecida como o que
tem lá na minha cidade. Mas esse é sim um dos grandes problemas” relata.
[foto e box Taíssa]
Já Niash dos Anjos, 23, jornalista e estudante, natural de Cabedelo-PB, vê de outra
forma o assunto. Ele chegou a Parintins no ano de 2008 e já morou em diversos estados do
nordeste. “Um problema grave mesmo, em relação ao meio ambiente, é o saneamento básico.
Aqui é muito comum você ter esgoto a céu aberto, um exemplo é quando alguém está
cozinhando e vai lavar os pratos, aquela gordura vai para a rua, eu estranhei bastante” afirma.
Para o jornalista isso já faz parte da cultura da população, principalmente nas localidades mais
afastadas. Ele afirma que nunca viu isso nos lugares onde morou.
[foto e box Niash dos Anjos]

Os problemas de saúde
A Organização Mundial da Saúde (OMS) adverte que 88% das mortes por diarreia no
mundo têm como causa, a precariedade do saneamento básico, atestando, assim, uma relação
direta desta doença com a falta ou precarização de saneamento.
O professor Paulo Archanjo afirma que diarreia não deveria ser um problema de
Parintins ou do Brasil, mas que é comum em função do mau tratamento ou da falta de
tratamento da água.
Nhanashara Mourão, 35, enfermeira, relata que o cuidado com o meio ambiente é
questão de saúde pública e saúde coletiva. O lixo e os esgotos a céu aberto trazem doenças
muito perigosas e que pode matar, tal como a leptospirose.
A profissional da saúde afirma ainda que dados da Organização Mundial da Saúde
(OMS) dizem que para cada dólar investido em saneamento, 4,3 dólares são economizados em
gastos com saúde.
[foto Nhana]

Impactos no turismo e na economia


Parintins é conhecida pelo Festival Folclórico com a tradicional festa dos Bumbás
Garantido e Caprichoso. Isso faz dela uma cidade turística e com alto potencial para a área.
Porém, anualmente há problemas ambientais que afetam essa área do comércio, como o
fechamento do aeroporto. Isso se dá em função de problemas ambientais. A Lei Federal
12.725/2012 que dispõe sobre o controle da fauna nas imediações de aeródromos, afirma que
não pode haver em um raio de 20km do aeródromo áreas atrativas fauna, caso da lixeira pública
que está a menos de 10km e atrai uma grande quantidade de urubus.
Já houveram debates e uma audiência pública em 2012, quando o então vice-prefeito era
Messias Cursino (PDT), funcionário de carreira do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
A população percebe os problemas: “eu imaginava que Parintins era totalmente
diferente, tinha toda aquela propaganda de capital do folclore, mas eu pensei que era diferente,
justamente por isso. Eu vim da minha cidade que é uma cidade pequena, mas que tem uma
limpeza que era mais estruturada que a daqui. O que melhorou quando trocou a gestão”, afirma
a estudante Taíssa Tavares sobre o ano de 2016 quando veio morar na ilha.
A turismóloga Thayene Freitas, 28, afirma que parte do turismo é ser um estímulo à
proteção ambiental, embora não perceba isso atualmente. “Ao meu ver o impacto maior é que
com isso não a chance para o crescimento do Turismo, anula o potencial turístico de uma região.
Se todos esses problemas fossem de fatos resolvidos, ajudaria o turismo e consequentemente
traria benefícios para toda a cidade e em todos os outros dias do ano” afirma a profissional.
Ela conta ainda que turismo gera renda e se bem trabalho tem rápido crescimento, mas
que não é de hoje ouve falar dos problemas ambientais de Parintins e da maquiagem feita para o
festival, que logo após é deixado de lado. “O mínimo que uma cidade deveria ter era um
saneamento básico de qualidade”. Conclui.
[box e foto Thayene]

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