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Prefácio do Psiquiatra Espírita

O presente trabalho, sem sombra de dúvida, reflete autenticidade sobre a


sexualidade. O autor, mostrando as pontes religiosas sobre a temática, oferece um valoroso roteiro
com os pensamentos holísticos da Doutrina Espírita.

Trouxe-nos, em excelente síntese, melhores conhecimentos sobre a sexualidade,


despindo-se de sectarismo de toda ordem. Por isso, não se trata de um trabalho especulativo, mas
um maturado assunto, baseado em fatos e conhecimentos da Ciência de nossos dias, com seus
autênticos valores psicológicos.

Por ser a sexualidade um assunto oceânico, chama-nos a atenção para os


preconceitos, como alijá-los e como compreender e respeitar a personalidade humana, ainda
inundada de desvios; isto, com a chave da Doutrina Espírita a possibilitar melhores ajustes na
dinâmica psicológica de nossos dias.

O capítulo sobre homossexualidade está bem esquadrinhado, bem avaliado,


porquanto foi sedimentado, em suas raízes, nas posições espirituais. Este capítulo vale o trabalho,
pela oferta de pensamentos e atitudes que devem ser entendidos e manipulados para a vertente
da ordem e do equilíbrio da vida.

As concepções do trabalho não são novas, porém estão bem-arrumadas, traduzindo


elementos definidores de tão convulsionado tema. Focaliza algumas faces psicológicas dos
desvios, onde situações múltiplas foram apresentadas e analisadas, com ajuste científico, sem
tendências informativas de qualquer natureza.

O autor, clareando o assunto sobre sexualidade, ampliou os horizontes do


conhecimento, enredando-os com os mecanismos espirituais, por serem os lastros donde partem e
são criados, nas elaborações das reencarnações. Com isso, imensos fatores estão em jogo, quer os
genéticos da faixa física, quer os espirituais da faixa da imortalidade.

Por tratar-se de mecanismo, onde se movimentam as forças criativas do espírito, o


trabalho representa uma centelha de luz que valoriza o presente momento, onde a Ciência, sempre
buscando novos horizontes, encontra-se mergulhada no espiritual.

A temática nos oferece uma trilha a ser direcionada para os estudiosos e a todos
aqueles interessados pelo capítulo mais expressivo da vida - o sexual. Por isso, representa uma
posição inteligível, cujos fatores atuantes deslizam nas definições da biotipologia psicológica.

O conteúdo do trabalho é assunto de incomensurável importância, por representar a


sexualidade, com cuidadosas referências, sobre os preconceitos sociais, como alijá-los e passar a
respeitar a personalidade humana, ainda envolvida em distúrbios de variados matizes. Com os
ajustados lastros da Doutrina Espírita, o trabalho representa uma autêntica abertura que dignifica a
dinâmica psicológica de nossos dias. É leitura que merece atenção, não somente pelas posições
científicas em que se implanta, mas, principalmente, pela reverência que se deve ter com a
personalidade humana, em qualquer grau em que se mostre. Respeitar não é aderir, mas uma
demonstração de amor que devemos inserir em nossa civilização em face de grandes
transformações.

Quem escreve o trabalho é médico, com vivência diante da dor humana ainda
campeante em nossa posição evolutiva.

Jorge A.dos Santos


INTRODUÇÃO

O espírito foi criado simples e ignorante, conforme ensinamento contido em O Livro


dos Espíritos, abrigando em potencial a perfeição dentro de si. Disse Jesus (Lucas, 17:21): "O Reino
de Deus não está ali, nem acolá. O Reino de Deus está em vós".

Necessário é, para a individualidade espiritual, plasmar um corpo físico, já que, num


ambiente de grande resistência, proporcionado pela vida em um planeta inferior, todas as
potencialidades, imanentes em nós, podem desabrochar, exteriorizar-se, vir à tona. Por tudo isso,
na Terra, são encontradas as dicotomias: alegria e tristeza, bondade e maldade, quente e frio, luz e
trevas, positivo e negativo, masculino e feminino, e muitas outras.

Na sua origem, o espírito é virgem em experiências, essencialmente, masculinas e


femininas. Pode, portanto, encarnar em um corpo de qualquer sexo. O mesmo acontecerá durante
todo o seu trajeto evolutivo, situando-se nas duas polarizações, podendo abrigar uma vestimenta
física masculina ou feminina.

No decorrer das reencarnações, incorporando várias personalidades, pode trazer


estampada, durante algum tempo, maior característica sexual, com a predominância de um dos
sexos em seu psiquismo.

O sexo apresenta-se, desde que o ser hominal surge na arena física, como o artífice
maior dos desajustes e das grandes quedas, ensejando resgates dolorosos nas futuras
reencarnações.

O sublime episódio, narrado no Evangelho, envolvendo Jesus, a mulher adúltera e


seus acusadores, proporciona-nos momentos de intensa reflexão, desde que o Mestre, diante da
mulher em desregramento sexual, não a recrimina. Contudo, a encoraja a trilhar novos e
redentores caminhos.

“Quem dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar pedra”. “Essa
exortação do Cristo nos serve como paradigma, quando estivermos diante de alguém em
desvirtuamento sexual, sabendo todos nós que não estamos também refratários a eventuais
deslizes, nessa ou em próximas reencarnações”.

Seria muito importante que todos os estudiosos da área sexual tivessem


conhecimento da reencarnação. Na verdade, cada indivíduo é um universo, apresentando
inumeráveis vivências, boas ou ruins, nos caminhos da evolução, através de muitas existências no
plano físico.
A energia sexual é uma força incomensurável que não pode ser sublimada
abruptamente, como aconselham religiosos radicais, tampouco ser liberada sem controle ou
disciplina. Qualquer deslize nesse setor faz com que sejam vincadas, no perispírito, lesões de
grande importância expiatórias, principalmente nos casos em que o sexo envolve afetividade,
assumindo-se compromisso de muita responsabilidade com o semelhante.

Na realidade, durante o ato sexual, há um acasalamento de vibrações espirituais,


como se o um perispírito aderisse ao outro. Desarmonias e desequilíbrios, nesse campo
energético, trazem consequências danosas ao corpo espiritual.

Deveras importante, o conhecimento amplo da reencarnação e da lei de causa e


efeito, já que o homem, instruído nas leis divinas, envolver-se-á em ligação sexual alicerçada no
amor, respeitando a outrem e sabendo que, além da reprodução das formas físicas, acarretando a
formação do lar e as bênçãos da família, o sexo tem a finalidade de unir energeticamente dois
seres.

Américo D.Nunes Filho


CAPÍTULO I
OS ESPÍRITOS TEM SEXO?

A Codificação kardeciana é riquíssima em ensinamentos a respeito do tema desse


capítulo. As questões 200, 201 e 202 de O Livro dos Espíritos trazem valiosos subsídios para o
esclarecimento do assunto em tela.

Allan Kardec na questão 200 pergunta à espiritualidade superior: "Têm sexos os


espíritos?" A resposta surge pronta e esclarecedora: "Não como o entendeis, pois que os sexos
dependem da organização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos
sentimentos".

Em outras traduções, está bem claro que essa "organização" corresponde ao


organismo físico, à constituição orgânica, biológica, exclusivamente carnal.

Na questão 201, o excelso Codificador faz a seguinte indagação: "Em nova existência,
pode o espírito que animou o corpo de um homem animar o de uma mulher e vice-versa?”.

A explicação desponta de forma cristalina e expressiva: "Decerto; são os mesmos os


espíritos que animam os homens e as mulheres".

O insigne Kardec, com seus comentários sempre inspirados, afirma com muita
propriedade: "Os espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo.
'Visto que lhes cumpre progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes proporciona
provações e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganharem experiência. Aquele que só como
homem encarnasse só saberia o que sabem os homens".

A seguir, perquire o Codificador, na questão 202:

"Quando errante, que prefere o espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de


uma mulher?"

A espiritualidade assevera: "Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as
provas por que haja de passar".

Para entendermos bem esse capítulo, devemos tecer algumas considerações dignas
de destaque:

1) os espíritos não geram, isto é, não são dotados da faculdade procriativa; a


reprodução é, exclusivamente, de âmbito físico;
2) como podem reencarnar, tanto na polaridade masculina quanto na feminina, os
espíritos possuem, na vestimenta perispiritual, órgãos genitais dos dois sexos em potencial;

3) os seres espirituais, ainda presos às injunções carnais, embora detenham em


potencial as duas polaridades, certamente experimentam uma delas com maior intensidade, de
acordo com inúmeras experiências reencarnatórias vivenciadas;

4) os espíritos puros, em pleno gozo da perfeição relativa, como o Cristo, já não mais
jungidos às paixões e desejos terrenos, chegaram à unissexualidade plena, imbuindo em completo
as duas polaridades dentro de si, em perfeita harmonia interior;

5) na obra O Céu e o Inferno, o Espírito Sanson, antigo membro da Sociedade Espírita


de Paris, desencarnado em 21 de abril de 1862, incorporado mediunicamente em um dos
membros da Sociedade, em 25 de abril de 1862, responde à seguinte pergunta de Allan Kardec:

"Os espíritos não têm sexo; entretanto, como há poucos dias ainda éreis homem, no
vosso novo estado tendes mais da natureza masculina que da feminina? Acontece o mesmo com
um espírito que tenha deixado seu corpo há muito tempo?”

R: "Nós não temos que ser da natureza masculina ou feminina: os espíritos não se
reproduzem. Deus os criou segundo sua vontade e se, por seus desígnios maravilhosos, ele quis
que os espíritos reencarnassem na Terra, ele teve que acrescentar a reprodução das espécies pelo
macho e a fêmea. Mas, vós o sentis, sem que seja necessário nenhuma explicação, os espíritos não
podem ter sexo"; a essa resposta, Kardec faz o seguinte comentário: "Sempre foi dito que os
espíritos não têm sexo; os sexos são necessários apenas para a reprodução dos corpos; visto que
os espíritos não se reproduzem, os sexos seriam inúteis para eles. Nossa pergunta não tinha por
objetivo constatar o fato, porém, por causa da morte recente do Sr. Sanson, queríamos saber se
ainda conservava alguma impressão do seu estado terrestre. Os espíritos depurados
compreendem, perfeitamente, a sua natureza, mas entre os espíritos inferiores, apegados à
matéria, existem muitos que acreditam que ainda estão na Terra, e conservam as mesmas paixões
e os mesmos desejos; eles creem que ainda são homens ou mulheres, eis por que existem os que
dizem que os espíritos têm sexos. É assim que certas contradições são provenientes do estado
mais ou menos adiantado dos espíritos que se comunicam; o erro não é dos espíritos, mas
daqueles que os interrogam e não se dão ao trabalho de aprofundar as questões"; (O Céu e o
Inferno, tradução CELD.).

6) a Ciência, através da embriologia, afirma que, até a oitava semana de vida intra-
uterina, a genitália do embrião corresponde a ambos os sexos, sendo denominada de gônada
indiferenciada ou primordial. Portanto, a polaridade sexual do ser em desenvolvimento, no cadinho
materno, somente pode ser identificada pelo exame ultra-sonográfico gestacional, a partir desse
momento em diante.
Examinando, externamente, a genitália embrionária, até aproximadamente o terceiro
mês de gestação, observa-se indeterminação do sexo, sendo impossível afirmar qual a polaridade
sexual do ser em via de formação no claustro uterino.

Na observação dos órgãos genitais internos do embrião, nota-se que existem


componentes dos dois sexos, correspondendo a um organismo bissexual, com estruturas
primordiais gonadais e genitais idênticas nos dois sexos. No início do terceiro mês de gestação,
inicia-se a formação do órgão sexual e começa a diferenciação do sexo.

O grande personagem dessa "organização", responsável pela perpetuação da


espécie, indutor potente da diferenciação orgânica, é o cromossoma Y. Quando ele está presente,
agindo fundamentalmente através do gene SRY, localizado em seu braço curto, e de outros genes,
atuando em cascata, a gônada indiferenciada se transforma em gônada masculina. Na sua
ausência, as cristas gonadais não se diferenciam em testículos, acarretando uma gônada feminina.

Os testículos, liberando testosterona, são responsáveis pela elaboração do fenótipo


masculino do feto. A simples ausência dos testículos faz com que a feminização se processe, tudo
isso dando formação aos órgãos sexuais masculinos e femininos responsáveis pela reprodução.

Pelo estudo da embriologia, sabe-se que a formação inicial do aparelho genital


obedece, em ambos os sexos, a uma linha idêntica. Tal período é conhecido como estado de
indiferença, que termina quando o sexo se fixa definitivamente, isto é, quando a gônada já é
definitivamente de um sexo, mantendo as vias correspondentes, enquanto as do sexo oposto se
degeneram.

Uma ação hormonal intempestiva, agindo sobre o organismo em formação, impede a


ação regressiva dos componentes do sexo não cromossômico. Daí a ocorrência dos casos de
intersexualismo (indivíduos com o sexo não definido).

Aristófanes, em O Banquete, de Platão, revela o mito dos Andróginos, os quais foram


descritos como seres bissexuados, dotados de muita força, chamando a atenção do deus Zeus, o
rei do Olimpo, considerado o dominador do Universo, o qual resolveu dividi-los ao meio,
transformando-os, então, em masculino e feminino.

Da mais alta Antiguidade vem, igualmente, o mito do hermafrodita, resultante de


Hermafrodito, filho de Hermes e Afrodite, abrangendo em si as duas polaridades. Os gregos
antigos contavam que Hermafrodito era belo como a mãe, porém desprovido de desejo amoroso.
Certa feita, banhando-se em um lago, foi observado por uma ninfa aquática, chamada Sálmacis,
que, se apaixonando pelo jovem sem ser correspondida, pediu aos deuses a chance de uma união
duradoura. O pedido foi concedido e Hermafrodito fundiu-se com Sálmacis, constituindo um
corpo de dupla natureza, provido de dois sexos.
No livro Gêneses, Deus criou Eva, o primeiro ser feminino, à custa de uma costela de
Adão. Contudo, a palavra hebraica, traduzida como "costela", em verdade, significa também "lado".
Assim sendo, Adão poderia ser enigmaticamente um hermafrodita e Eva resultante de sua metade.

A bissexualidade, marcante em todas as criaturas, foi percebida pelo afamado


psicanalista Jung, denominando ANIMUS, a imagem masculina, e ANIMA, a feminina. Desse modo,
o homem alberga dentro de si as duas faces da polarização sexual que, na filosofia chinesa, são
conhecidas como YANG e YIN.

Diante das seis considerações expostas, podemos refletir, primeiramente, que o


espírito possui uma bissexualidade latente ou bipolaridade, desde que porta órgãos genitais dos
dois sexos em potencial, localizados no perispírito

Tudo isso lhe possibilita a reencarnação, em um corpo de qualquer sexo, o que se


verifica, durante todo seu aprendizado evolutivo, até chegar à angelitude, condição inerente aos
seres já purificados.

Através da Codificação kardeciana, sabemos que o ser extrafisico, utilizando a força


do pensamento e da vontade, pode operar na matéria elementar espiritual e formar, a seu bel-
prazer, objetos semelhantes aos terrenos.

Assim como atua no elemento universal, o espírito igualmente consegue exercer ação
sobre seu envoltório sutil (perispírito), tomando, por exemplo, a forma física que desejar. Esse
ensinamento, ministrado pela espiritualidade superior, faz-nos compreender que o indivíduo, ainda
dependente da vibração terrena, pode apresentar o sexo de periferia bem definido, ostentando
visivelmente suas estruturas sexuais exteriores, já que vive em particular a polaridade
predominante.

Se o espírito vivencia a paz, com seu psiquismo totalmente equilibrado e


harmonizado, vencedor nos embates milenares no campo da sexualidade, mostra genitália
perispiritual indiferenciada, sem predominância de qualquer um dos sexos, conforme foi
comprovado pelo espírito Sanson e revelado a Allan Kardec.

Ao contrário, se permanece atrelado às injunções carnais, demonstrando em seu


psiquismo prevalência de determinada polaridade sexual, certamente plasma, no corpo
perispirítico, o órgão do qual imagina ainda necessitar, porquanto, em verdade, o ato sexual,
praticado na dimensão extrafisica, se processa naturalmente, através do acasalamento de todas as
vibrações sutis, entrelaçadas em todos os centros de força ou "chacras", proporcionando ampla
fusão energética orgástica.
O insigne Allan Kardec afirma, na Revista Espírita, janeiro de 1866: "(..) pode ocorrer
que o espírito percorra uma sequência de existências no mesmo sexo, isto faz com que durante
muito tempo ele possa conservar, no estado de espirito, o caráter de homem, ou de mulher cuja
índole nele ficou impressa". (Tradução Ed. CELD.)

Alguns setores científicos enfatizam, estatisticamente, as diferenças encontradas


entre os dois sexos, chegando até mesmo a dizer ser o cérebro responsável pelo processo, o que
certamente comprova a presença do espírito, irradiando a polaridade sexual mais marcante.
Segundo algumas teorias psicológicas, o cérebro masculino está mais ligado ao mundo abstrato,
atraído com grande facilidade por sistemas como equações matemáticas, música, computadores,
carros, etc. O feminino achegado mais para o mundo social, ligado aos sentimentos e às emoções,
em que as mulheres têm maior facilidade de identificação e de relacionamento, inclusive melhor
memória autobiográfica, recordando com detalhes episódios envolvendo emoções.

Utilizando imagens de ressonância magnética, foi observado o porquê da estupenda


memória feminina, já que se notou maior atividade, do lado esquerdo, da região cerebral
denominada de amígdala, enquanto nos homens, com menor recordação, houve participação da
face direita.

Quanto à linguagem, os pesquisadores, envolvidos, igualmente, na obtenção de


imagens cerebrais, concluíram que as mulheres processam informações nos dois lados do cérebro,
em geral com predominância do esquerdo. Contudo, os homens tendem a utilizar apenas o
hemisfério esquerdo. Daí advém o predomínio do sexo feminino, com melhor desempenho na
linguagem verbal.

Quanto à orientação espacial, os homens saíram à frente, desde que os mesmos


usam os dois lados de uma região cerebral denominada hipocampo, a par das mulheres que
marcam apenas uma face, a da direita, e complementam utilizando a parte mais exterior do
cérebro, o córtex pré-frontal direito, mais ligado à memória. O sexo masculino baseia-se em dados
geométricos, já as mulheres se ligam mais aos pontos de referência.

A maioria das pessoas, segundo as pesquisas, tem um cérebro misto, bem


harmonizado, refletindo empatia e é bom em sistemas, caracterizando uma adaptação, em nosso
entendimento, consequente à inevitável evolução espiritual e física do ser.

Apesar de todas as pesquisas recentes, a mulher, infelizmente, ainda é considerada


como inferior ao homem, principalmente nos países árabes. Os gregos antigos chegaram a
enquadrá-la como um tipo de categoria animal distinta. Até a Revolução Francesa, em 1789, a
ideia dominante era de que só existia apenas um sexo, acreditando que os ovários seriam apenas
os testículos internalizados.
No primeiro livro da Bíblia, Gênesis (3: 16), já se encontrava estampada,
enfaticamente, a discriminação para com a mulher, através da sentença implacável de parir com
dor e do desejo sexual ser exclusivo do homem. O Apóstolo dos Gentios, Paulo, na Primeira
Epístola aos Coríntios (14:34), chegou ao ponto de ordenar submissão das mulheres aos homens,
como também a ordem expressa das mesmas se manterem caladas, nas igrejas, não lhes sendo
permitido o uso da fala.

Na obra No Mundo Maior, capítulo 11, de André Luiz, um instrutor espiritual ressalta
que "Na Esfera da Crosta, distinguem-se homens e mulheres segundo sinais orgânicos, específicos.
Entre nós, prepondera ainda o jogo das recordações da existência terrena, em trânsito, como nos
achamos, para as regiões mais altas (..) ".

No capítulo 15 do livro Ação e Reação, o mentor Silas, abnegado servidor de uma


instituição de amparo aos sofredores, na dimensão extrafísica, respondendo a uma pergunta
proferida pelo visitante Hilário, acompanhado de André Luiz, prontamente respondeu:
"Considerando-se que o sexo, na essência, é a soma das qualidades passivas ou positivas do
campo mental do ser; é natural que o espírito acentuadamente feminino se demore séculos e
séculos nas linhas evolutivas da mulher e que o espírito marcadamente masculino se detenha por
longo tempo nas experiências do homem”.

Na obra Nosso Lar são encontradas muitas referências a respeito do predomínio de


uma polaridade sexual, como: Almas femininas, Departamento feminino e Entidades de natureza
masculina.

No livro Os Mensageiros, capítulo 30, o Espírito André Luiz presencia, estupefato, na


dimensão espiritual, uma festividade de natureza matrimonial.

Quanto aos seres espirituais, acentuadamente, imperfeitos e, intensamente,


subjugados à matéria, sabemos que não são capazes de usufruir a sexualidade sustentada pelos
pilares do amor e vivenciada em vibração energética superior. Então, presos ainda às sensações
mais rudes, intentam praticar sexo de modo idêntico aos encarnados e não conseguem êxito,
devido à inércia do sexo de periferia, como igualmente da necessidade do contato grosseiro com a
matéria física, levando-os, pelo menos, os mais atrasados, a compartilhar com os encarnados, com
os quais se afinizam na prática do sexo promíscuo, exercendo ação vampiresca.

A Ciência, através do estudo do embrião humano, relatando a gonada indiferenciada


ou primordial, contendo em potencial ambos os sexos, atesta e comprova a realidade do espirito
que, em verdade, não tem sexo e, ao reencarnar, dá a vida a indivíduos do sexo masculino ou
feminino.
Mais uma vez o caráter científico da Doutrina Espírita é comprovado, permitindo-nos
louvar a figura majestosa e importante do grande Codificador, Allan Kardec.
CAPÍTULO II
SEXUALIDADE E
REENCARNAÇÃO

À luz da reencarnação, podemos entender que o espírito passa por muitas fileiras de
renascimento e pode encarnar vivificando um corpo masculino ou feminino.

Quando o ser espiritual participa do processo do "nascer de novo", exterioriza


vibrações energéticas compatíveis com o padrão do sexo masculino ou feminino, preponderante
dentro de si. Embora saibamos que, na sua essência, a individualidade espiritual tenha os dois
sexos em potencial, um deles se torna mais marcante no decorrer das inúmeras existências
terrenas.

Estando presente, já jungido à sua futura mãe, na matriz genital, o espírito, com suas
irradiações, passa a influenciar e selecionar o espermatozoide que lhe é afim, vibratoriamente.
Como artífice da sua própria vestimenta física, atrai o gameta com o seu devido e necessário
cromossomo sexual (X ou Y). A individualidade espiritual, dentro das suas contingências sexuais, na
faixa evolutiva em que se encontra, define o sexo de que será portador.

Se o espírito tem uma tonalidade sexual mais destacada para o sexo masculino, suas
expressões vibratórias energéticas de teor essencialmente masculino exercem atração sobre um
espermatozoide com carga genética Y, dando vida a um homem. Com efeito, uma entidade
espiritual, com experiências na carne marcadamente do sexo feminino, atrai um gameta contendo
um cromossoma X e vivificará um corpo do sexo feminino.

Assim, a conjugação ou fecundação, a partir desse conceito deixa de ter uma


conotação casual, passando a ser dirigida por uma força energética determinante.

Todo ser, de acordo com as suas experiências e aquisições evolutivas, possui dentro
de si os dois sexos, embora um deles ainda possa ser predominante, exatamente por ter sido mais
vivenciado, em suas múltiplas existências. Portanto, a individualidade na posição acentuadamente
masculina, ao reencarnar em um corpo feminino, demonstrará, como espírito, e às vezes, até
mesmo no próprio corpo, traços de masculinidade. Assim ocorrerá, também, ao espírito, com
predomínio de experiências no campo dando vida a um corpo masculino.

Um exemplo bem marcante dessas experiências sexuais, dentro das existências


terrenas, é o do casal George Sand e Chopin. A primeira era mulher com componentes psíquicos
marcadamente do sexo masculino, enquanto o segundo, célebre compositor clássico, era homem,
com características femininas bem acentuadas. Apesar de tudo, formaram um casal em completa
harmonia conjugal.
Certamente, que essas passagens reencarnatórias de uma faixa sexual preponderante,
em várias existências físicas, para a outra polaridade, durante o processo da fecundação ou
conjugação dos gametas sexuais, são planejadas antecipadamente e regidas por espíritos
abalizados, chamados de construtores, conforme informação do instrutor espiritual André Luiz.

Essas experiências são bem construtivas nos seres dotados de equilíbrio, que
geralmente se ocupam de nobres missões e funções importantes no campo artístico, educacional e
religioso No movimento espírita, dentro do trabalho gigantesco que desempenham na Seara do
Cristo, temos vários exemplos. São pessoas bem harmonizadas e tão compromissadas em suas
especiais tarefas que canalizam suas emoções sexuais para o bem da coletividade, convivendo a
castidade construtiva. O Mestre Jesus fez alusão a esses queridos irmãos, considerando-os como
aqueles que se "fizeram eunucos por causa do reino dos céus (..)" (Mateus, 19: 12).

A sexualidade de profundidade, em plena sublimação, se expressa de uma forma tão


intensa, sendo o fator causal das grandes obras literárias, musicais, da pintura, da oratória, da
benevolência, deixando o sexo de periferia parcialmente apagado. Contudo, aqueles que
escolheram a castidade por fanatismo, por obrigações religiosas, fruto da imposição humana,
caminham para desarmonias do campo íntimo do sexo de profundidade que, sem escoamento,
aparecerão, sobremaneira, nas próximas existências, com desajustes de ordem cármica,
necessitando reparação. Consequências expiatórias causadas pela chamada castidade destrutiva,
gerando desarmonias e desequilíbrios das forças sexuais da alma.

A castidade forçada é prejudicial. Paulo disse que é melhor se casar do que se


abrasar. Francisco de Assis dispensou um dos seus seguidores porque este não suportava a
abstinência sexual e retirou-se do convívio dos franciscanos para poder contrair matrimônio.

Lamentável é que até hoje a Igreja Católica se veja às voltas com o problema de
impor, a seus sacerdotes, a castidade.

Interessante é que essa religião diga ter sido o apóstolo Pedro o primeiro Papa. Logo
Pedro que, segundo relato dos evangelistas, teve sogra e tendo sogra, era casado e, portanto, não
casto.

Pode também o transexualismo (psiquismo diferente do sexo que é portador)


encontrar-se numa posição cármica por excelência. Como resultante de experiências errôneas,
graves, dentro da área sexual, em vidas anteriores, o ser espiritual apresenta desequilíbrios
marcantes na sua vestimenta espiritual. As lesões perispiriticas desarmônicas refletem-se em um
campo vibratório distônico, atraindo, durante o processo do renascimento somático, um
espermatozoide portador de um cromossomo sexual não compatível com o sexo preponderante
em seu psiquismo. Assim, homens devassos, libertinos, que utilizam o sexo de periferia de forma
ultrajante, lesam seus corpos perispirituais de forma marcante, exteriorizando vibrações doentias.
Durante o processo da fecundação, embora estejam situados em uma faixa sexual
preponderantemente masculina, exercem atração sobre um espermatozoide com carga genética
feminina, já que seus pensamentos dementados estão direcionados patologicamente para o sexo
oposto. Em seus refolhos mais íntimos vibram pelo sexo feminino de forma tão dissoluta e
impudica que, no momento da concepção de seus corpos físicos, fazem com que o óvulo seja
penetrado pelo gameta com cromossoma X, o que acarretará a formação de corpos femininos.

Já, durante a infância, notarão ser possuidores de um problema de ordem expiatória


ou cármica: vivenciarão um corpo dotado de um sexo, totalmente contrário ao sexo de
profundidade, preponderante. Pensarão e poderão agir de forma diferente do sexo de que são
portadores. Corpos femininos albergando psiquismo essencialmente masculino.

O mesmo processo, de forma inversa, acontece com os chamados transexuais


masculinos. Em vida pretérita foram mulheres envolvidas em paixões aviltantes, produzindo
sofrimentos e tragédias, aprisionadas nas teias do sexo destoante, acarretando males significativos
na vestimenta perispiritica e dando causa a vibrações de ordem sexual inteiramente desarmônicas,
completamente diferentes do campo sexual mais marcante no psiquismo de profundidade. Ao
reencarnarem, vibrando intensamente de forma desarmônica para o sexo masculino, fazem a
penetração no óvulo de um espermatozoide contendo cromossoma masculino Y. Embora possuam
psiquismo preponderantemente feminino nascerão em corpos masculinos.

Deus não castiga a ninguém, a justiça funciona através de si mesma. Há a


oportunidade da concessão dos impedimentos físicos para dificultar a queda em novas culpas e ao
mesmo tempo fazer meditar na importância do uso harmonioso das funções sexuais.

Sexo é discernimento, responsabilidade, e deve ser sempre praticado sob a égide do


amor, sem nenhum interesse egoísta ou narcisista, respeitando a liberdade alheia e sabendo que,
além da reprodução, o sexo tem a finalidade de unir duas criaturas, proporcionando a permuta de
vibrações.

Durante o ato sexual, há um acasalamento de vibrações espirituais, como se o


perispirito aderisse ao outro perispírito. Desarmonias e desequilíbrios nesse campo energético
trazem consequências danosas ao corpo espiritual.

Certa feita, um amigo espiritual, dissertando sobre o assunto, arrematou sua palestra,
dizendo que o encontro sexual faz com que os seres se unam em espírito. Desfaz-se, no momento
do relacionamento íntimo, a "vibração defensiva" do organismo perispiritual, propiciando-se uma
ampla fusão energética. Através do amor sexual torna-se conhecido o "código" vibratório do
chacra genésico de cada um; os parceiros assenhoreiam-se da "chave" que abre a porta da
intimidade espiritual, já que a "fechadura", representando a defesa vibratória de nossa vestimenta
espiritual, tornou-se acessível à entrada energética do outro.
A partir daí, se houver desarmonias ou desajustes sérios na relação entre o casal, a
obsessão tornar-se-á mais fácil de ser exercida no futuro, já que o "segredo" vibratório energético
de ambos passa a ser conhecido. (Daí o cuidado que devemos ter na análise dos chamados
encontros fortuitos de casais e mesmo na liberdade sexual plena. Nota da Editora) Nos casos de
relação imposta por um dos parceiros, e nos casos de estupro, não haverá conhecimento do
"segredo" vibratório do chacra ou campo de força.

Acreditamos que as paixões amorosas, de difícil entendimento pela Psicologia,


podem ser explicadas, através da doutrina reencarnacionista, porquanto, na realidade, muitas
vezes o que acontece é o reencontro de espíritos afins.

As vinculações levianas e irresponsáveis no presente, gerando sofrimento, são


causadoras das distonias ou desequilíbrios no futuro. Jesus ensinou a lei de causa e efeito,
dizendo: "Embainha a tua espada; pois todos os que lançarem mão da espada, pela espada
perecerão" (Mateus, 26:52).

"Eis que estás curado; não erres mais, para que não te suceda coisa pior" (João, 5: 14).
"Porquanto com o mesmo juízo com que julgardes sereis julgados e, com a medida com que
tiverdes medido, vos hão de medir a vós" (Mateus, 7:2). "Em verdade, em verdade vos digo: 'Todo
o que comete pecado é escravo do pecado '" (João, 8:34). Disse Paulo: "O que o homem semear,
isso também colherá. Porque o que semeia na sua carne, da carne colherá a corrupção" (Gálatas,
6:7 e 8). Em Apocalipse, (13:9 e 10):

"Se alguém tem ouvidos, ouça. Se alguém está destinado para o cativeiro, para o
cativeiro vai. Se alguém matar pela espada necessário é que seja morto pela espada. Aqui está a
perseverança e a fidelidade dos santos".

O Espírito Emmanuel, por meio de Chico Xavier, no capítulo 5, da obra Vida e Sexo,
nos ensina: "Em nenhum caso, ser-nos-á lícito subestimar a importância da energia sexual que, na
essência, verte da Criação Divina para a constituição e sustentação de todas as criaturas. Com ela e
por ela é que todas as civilizações da Terra se levantaram, legando ao homem preciosa herança na
viagem para a sublimação definitiva, entendendo-se, porém, que criatura alguma, no plano da
razão, se utilizará dela, nas relações com outra criatura, sem consequências felizes ou infelizes,
construtivas ou destrutivas, conforme a orientação que se lhe dê”.

O orador e médium Divaldo P. Franco, abordado a respeito do assunto, no livro Vida


e Obra de Divaldo Pereira Franco, assim se expressou: "Todas as nossas forças, principalmente as
genésicas, estão na aparelhagem orgânica com a alta finalidade da evolução. Naturalmente, sendo
o sexo uma das expressões que proporciona o prazer imediato, objetivo, propiciando também o
prazer da beleza, além da nobre faculdade procriativa, configura-se uma força criativa que ainda o
homem não tem sabido utilizar com a necessária sabedoria. Não são poucos os que,
inconscientemente, degradam esta bela e sagrada faculdade, mergulhando nas sensações mais
grosseiras de forma a perverter sua finalidade. (...)

Há, ainda, a considerar, de acordo com o que asseveram os espíritos benfeitores, que
o problema do sexo está muito vinculado ao pretérito do indivíduo. Dentro da lei de causa e
efeito, todos os que malbaratam suas faculdades genésicas com excessos, aberrações, desvios,
obsessões, etc., em tempo oportuno terão que resgatar os débitos contraídos, alguns renascendo
em corpos do sexo oposto, a fim de expiar os abusos com que dele se serviram, outros portando
atrofias congênitas, etc.

Foi perguntado ao Espírito Emmanuel, na obra Leis de Amor: "Que providências


retificadoras pedem para si próprios aqueles que abraçaram graves compromissos do sexo?"

A resposta obtida, pela abençoada psicografia de Chico Xavier, foi a seguinte:


"Criaturas dotadas de harmonia orgânica, que arremessamos os valores do sexo ao terreno das
paixões aviltantes, enlouquecendo corações e fomentando tragédias, suplicamos as doenças e as
inibições genésicas que, em nos humilhando, servem por válvulas de contenção de nossos
impulsos inferiores".
CAPÍTULO III
VIAGEM CÓSMICA DO
ESPÍRITO

VIAGEM CÓSMICA DO ESPÍRITO E OS TRANSTORNOS SEXUAIS

Criado simples e ignorante, o espírito foi outorgado com o princípio do bem, em


potencial, devendo ser exteriorizado, paulatinamente, em incomensuráveis etapas encarnatórias,
paradas obrigatórias e indispensáveis, no transcurso de uma viagem sideral que se perde nos
confins dos universos (o que conhecemos e os paralelos), nascendo em corpos perecíveis e
renascendo em corpos imortais, tudo isso mediante a graça e a misericórdia do Criador, Deus, o
nosso Pai.

De início, como herdeiro do Cosmos, suas primeiras moradas inevitáveis consistem


em planetas, em que, comparados com os demais do Universo, apresentam-se como primitivos,
compatíveis com a frequência vibratória ainda densa que emite, dispensando-lhe a grandiosa
oportunidade de crescimento evolutivo espiritual e físico.

Dotado do livre-arbítrio, o ser espiritual tem consciência do excelso despertamento


que acontece em sua intimidade, podendo transitar por qualquer caminho, até mesmo por veredas
sombrias, já tendo, nas primeiras encarnações, emoções no campo do oposto do bem, o mal.

A Doutrina Espírita é rica de ensinamentos a respeito da evolução do espírito, que,


necessitando ganhar experiência, precisa conhecer o bem e o mal, o qual só é possível através da
união do ser extrafísico com a matéria (Questão 634 de O Livro dos Espíritos). Portanto, a esfera
humana revela-se à criatura imortal como estância pedagógica, na qual o ser dá ainda os primeiros
passos rumo à perfeição, latente em potencial dentro de si, sendo aluno de importantes cursos de
aprendizagem e aperfeiçoamento, tendo a magnânima oportunidade de ser testado, revelando as
aptidões conquistadas, sob as bênçãos do Criador que nos ama incondicionalmente.

O espirito é o artífice do seu destino, conquistando a felicidade ou caminhando no


desalinho. Segundo o filósofo e escritor suíço de língua francesa, Jean-Jacques Rousseau (1712-
1778): O homem é essencialmente bom.

O Espiritismo nos ensina que ninguém é predestinado ao mal. Quando o ser, na


estância física, é acometido pelas sombras, a seu dispor, obtém chances incomensuráveis, de
desgarrando-se das maléficas teias e continuando a caminhada evolutiva, até chegar, depois da
exteriorização de todas as potencialidades, ao estado de pureza relativa, visualizando em paz o
infinito horizonte à sua frente.
Durante o trajeto pelo Cosmos, a criatura, reencarnando e desencarnando, defronta-
se com muitas experimentações, nutrindo, principalmente, derrotas, erros e quedas, que também
são aproveitadas como aprendizagem para o espírito imortal.

O indivíduo, por exemplo, engolfado no desvio da sexualidade, está participando de


uma experiência, embora transitória, muito importante, diante da evolução, na qual viaja para
dentro de si mesmo, conhecendo-se como essência divina individualizada.

Quem se encontra no desregramento sexual pode, até mesmo, ter já desenvolvidas


muitas potencialidades; entretanto, nos ensaios, envolvendo a sexualidade se apresenta ainda em
pleno embate.

Para a grande maioria de irmãos em caminhada terrena, as práticas sexuais em


desalinho iniciaram-se muito longe, em existências pretéritas. No momento estão sendo
recapituladas e digeridas, até a completa e inevitável eliminação.

Na dimensão espiritual, os seres, que retornam com tristes e dolorosas experiências


no campo da sexualidade, recebem assistência moral superior em sanatórios especializados,
havendo até atividades múltiplas de aprendizagem sexual, em recintos universitários organizados,
como o Instituto Almas Irmãs, conforme informação do Espírito André Luiz, na obra Sexo e
Destino, capítulo 9.

É gratificante o conhecimento da existência de educandários extrafísicos, verdadeiros


Hospitais-Escola, onde os seres envolvidos no desregramento sexual são esclarecidos, recebendo o
auxílio necessário ao reequilíbrio na área da sexualidade, preparando-se para o retorno à esfera
física, quando se defrontarão com as recapitulações das experiências e comprovarão o
aproveitamento ou não dos conhecimentos adquiridos, em edificações e provas redentoras.

Américo D. Nunes Filho


CAPÍTULO III
VIAGEM CÓSMICA DO
ESPÍRITO

VIAGEM CÓSMICA DO ESPÍRITO E OS TRANSTORNOS SEXUAIS

Criado simples e ignorante, o espírito foi outorgado com o princípio do bem, em


potencial, devendo ser exteriorizado, paulatinamente, em incomensuráveis etapas encarnatórias,
paradas obrigatórias e indispensáveis, no transcurso de uma viagem sideral que se perde nos
confins dos universos (o que conhecemos e os paralelos), nascendo em corpos perecíveis e
renascendo em corpos imortais, tudo isso mediante a graça e a misericórdia do Criador, Deus, o
nosso Pai.

De início, como herdeiro do Cosmos, suas primeiras moradas inevitáveis consistem


em planetas, em que, comparados com os demais do Universo, apresentam-se como primitivos,
compatíveis com a frequência vibratória ainda densa que emite, dispensando-lhe a grandiosa
oportunidade de crescimento evolutivo espiritual e físico.

Dotado do livre-arbítrio, o ser espiritual tem consciência do excelso despertamento


que acontece em sua intimidade, podendo transitar por qualquer caminho, até mesmo por veredas
sombrias, já tendo, nas primeiras encarnações, emoções no campo do oposto do bem, o mal.

A Doutrina Espírita é rica de ensinamentos a respeito da evolução do espírito, que,


necessitando ganhar experiência, precisa conhecer o bem e o mal, o qual só é possível através da
união do ser extrafísico com a matéria (Questão 634 de O Livro dos Espíritos). Portanto, a esfera
humana revela-se à criatura imortal como estância pedagógica, na qual o ser dá ainda os primeiros
passos rumo à perfeição, latente em potencial dentro de si, sendo aluno de importantes cursos de
aprendizagem e aperfeiçoamento, tendo a magnânima oportunidade de ser testado, revelando as
aptidões conquistadas, sob as bênçãos do Criador que nos ama incondicionalmente.

O espirito é o artífice do seu destino, conquistando a felicidade ou caminhando no


desalinho. Segundo o filósofo e escritor suíço de língua francesa, Jean-Jacques Rousseau (1712-
1778): O homem é essencialmente bom.

O Espiritismo nos ensina que ninguém é predestinado ao mal. Quando o ser, na


estância física, é acometido pelas sombras, a seu dispor, obtém chances incomensuráveis, de
desgarrando-se das maléficas teias e continuando a caminhada evolutiva, até chegar, depois da
exteriorização de todas as potencialidades, ao estado de pureza relativa, visualizando em paz o
infinito horizonte à sua frente.
Durante o trajeto pelo Cosmos, a criatura, reencarnando e desencarnando, defronta-
se com muitas experimentações, nutrindo, principalmente, derrotas, erros e quedas, que também
são aproveitadas como aprendizagem para o espírito imortal.

O indivíduo, por exemplo, engolfado no desvio da sexualidade, está participando de


uma experiência, embora transitória, muito importante, diante da evolução, na qual viaja para
dentro de si mesmo, conhecendo-se como essência divina individualizada.

Quem se encontra no desregramento sexual pode, até mesmo, ter já desenvolvidas


muitas potencialidades; entretanto, nos ensaios, envolvendo a sexualidade se apresenta ainda em
pleno embate.

Para a grande maioria de irmãos em caminhada terrena, as práticas sexuais em


desalinho iniciaram-se muito longe, em existências pretéritas. No momento estão sendo
recapituladas e digeridas, até a completa e inevitável eliminação.

Na dimensão espiritual, os seres, que retornam com tristes e dolorosas experiências


no campo da sexualidade, recebem assistência moral superior em sanatórios especializados,
havendo até atividades múltiplas de aprendizagem sexual, em recintos universitários organizados,
como o Instituto Almas Irmãs, conforme informação do Espírito André Luiz, na obra Sexo e
Destino, capítulo 9.

É gratificante o conhecimento da existência de educandários extrafísicos, verdadeiros


Hospitais-Escola, onde os seres envolvidos no desregramento sexual são esclarecidos, recebendo o
auxílio necessário ao reequilíbrio na área da sexualidade, preparando-se para o retorno à esfera
física, quando se defrontarão com as recapitulações das experiências e comprovarão o
aproveitamento ou não dos conhecimentos adquiridos, em edificações e provas redentoras.

Américo D. Nunes Filho


CAPÍTULO V
TRANSEXUALIDADE E
REENCARNAÇÃO

O excelso Espírito Emmanuel, que profundamente amamos e respeitamos, no


excelente livro Vida e Sexo, capítulo 21, a respeito da transexualidade, diz que "A coletividade
humana aprenderá, gradativamente, a compreender que os conceitos de normalidade e de
anormalidade deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfológicos, para se
erguerem como agentes mais elevados de definição da dignidade humana, de vez que a
individualidade, em si, exalta a vida comunitária pelo próprio comportamento na sustentação do
bem de todos ou a deprime pelo mal que causa com a parte que assume no jogo da delinquência
".

O indivíduo transexual é o que traz dissociada a sexualidade de profundidade


(personalidade sexual registrada na mente) do sexo de periferia, isto é, o seu psiquismo não está
harmonizado com o gênero de que é portador.

Assim, sob o ponto de vista anatômico, é portador de uma polaridade sexual


interdistante do sexo que sente possuir e sofre intensamente, tendo conflitos psicológicos bem
marcantes.

Conforme sabemos, o espírito é dotado da bipolaridade, podendo, então, animar o


corpo de um homem ou de uma mulher ao reencarnar. Na Revista Espírita, tradução da Ed. CELD,
de janeiro de 1866, o insigne Allan Kardec declara que "É no mesmo propósito que os espíritos
encarnam em sexos diferentes; um espírito que foi homem poderá renascer mulher e um outro
que foi mulher poderá renascer homem, a fim de realizar os deveres de cada uma dessas posições,
e sofrer-lhes as proves". Disse igualmente o Codificador, na mesma publicação: "(..) pode ocorrer
que o espírito percorra uma sequência de existências no mesmo sexo, isto faz com que, durante
muito tempo ele possa conservar; no estado de espírito, o caráter de homem, ou de mulher cuja
índole nele ficou impressa". Contudo, no decorrer das inúmeras existências, pode trazer estampada
uma maior característica sexual, com predominância de uma das polaridades. Trata-se de um fato
normal, observado rotineiramente.

Alguns exemplos surgem para tornar o assunto em tela bem didático, com maior
facilidade de entendimento:

1) Espírito acentuadamente masculino reencarna, naturalmente, no decurso da


evolução, em corpo feminino (Transição Reencarnatória).

É lícito entender que o ser exteriorize muitas características psicológicas masculinas.


Embora tenha nascido na polaridade feminina, pode exibir tonalidades masculinas marcantes,
entre elas pouca sensibilidade e maneiras menos delicadas; algumas vezes com reações muito
embrutecidas. Nota-se um lado másculo bem acentuado, revelando-se uma mulher com ares de
masculinidade bem expressivos.

Trata-se de um espírito que transita, normalmente no seu trajeto evolutivo, com


muitas existências vividas, primordialmente, no sexo masculino, agora passando pela experiência
de animar um corpo feminino, sem a obrigatoriedade de canalizar suas emoções para a
homossexualidade. No campo do sentimento poderá casar-se e seguir o curso da vida com as
finalidades da procriação satisfeitas.

2) Espírito acentuadamente feminino reencarna, naturalmente, no decurso da


evolução, em corpo masculino (Transição Reencarnatória).

É observado que o indivíduo, embora esteja na polaridade masculina, traz


estampadas algumas nuances femininas bem consideradas. Revela alguns trejeitos marcantes do
sexo feminino, como igualmente exibe um temperamento mais sensível, sem que seja marcado
como um efeminado e sequer um gay. Traz resíduo de estrutura psicológica anterior, tratando-se
de um fato normal, podendo casar-se com facilidade e constituir-se um ótimo pai.

3) Espírito acentuadamente feminino reencarna, naturalmente, por missão, em corpo


masculino ou vice-versa.

Para execução de tarefas importantes no campo intelectual e moral da humanidade,


o espírito, ainda que esteja com a mente, acentuadamente, feminina, reencarna em corpo
dissociado de sua estrutura psicológica. Segundo André Luiz, em Ação e Reação, capítulo 15, esses
seres "( .. ) reencarnam em corpos que lhes não correspondem aos mais recônditos sentimentos ( .
.) ", ressaltando também o guia espiritual "que se lhes vale da renúncia construtiva para acelerar o
passo no entendimento da vida e no progresso espiritual".

Na primorosa obra Vida e Sexo, capítulo 21, Emmanuel nos revela que esses
missionários "Escolhem com isso viver temporariamente ocultos na armadura carnal, com o que se
garantem contra arrastamentos irreversíveis, no mundo afetivo, de maneira a perseverarem, sem
maiores dificuldades, nos objetivos que abraçam ".

Nesse caso, estão sendo apontados os irmãos que ainda se encontram presos a uma
polaridade sexual determinada e reencarnam para determinada missão, necessitando para isso de
corpos físicos que não lhes satisfazem o íntimo. Porém, lhes dão maior segurança e tranquilidade
para a execução de importante tarefa em beneficio da humanidade, principalmente, participando
da chamada castidade construtiva, solidão afetiva, canalizada por processo psicológico de
sublimação, para a boa concretização do trabalho a ser desempenhado.
Nos arraiais do movimento espírita, principalmente, exercendo a mediunidade,
encontramos muitos desses irmãos, em caminhada terrena, em abençoadas missões de amor e
idealismo superior. Como exemplo marcante, destacamos nosso querido Francisco Cândido Xavier,
vitorioso na tarefa para a qual se propôs executar.

Por dever de consciência e respeito à excelsa Doutrina Espírita, que nos exorta ao
exercício da racionalidade, da criticidade e repúdio a qualquer forma de fanatismo, devemos
ressaltar que o estimado Chico Xavier, como individualidade imortal, ainda deverá transitar por
outras fileiras encarnatórias na faixa masculina, já que se apresentou, na passada existência, como
um ser com mente essencialmente feminina, praticando a castidade construtiva, necessitando de
maior vivência e experimentações na polaridade masculina.

Importante, igualmente, ressaltarmos que o nosso Chico não desejou e, certamente,


não está desejando ser idolatrado. Se realmente o amamos, devemos sempre lhe emitir vibrações
de amor para que ele, onde estiver, as receba, sabendo de nossa estima e consideração
Certamente, as exteriorizações amorosas, que enviamos para ele, servirão para dar-lhe maior
sustento e energia, quando tiver que reencarnar de novo na polaridade masculina, tendo a bendita
chance de poder viver, então, uma personalidade forte e vigorosa, contrair matrimônio e,
consequentemente, ser responsável pela educação paterna dos filhos.

Através da abençoada mediunidade de Chico Xavier, afirma o seu estimado mentor,


na obra Vida e Sexo, capitulo 21, que "(..) a individualidade em trânsito, da experiência feminina
para a masculina ou vice-versa, ao envergar o casulo físico, demonstrará fatalmente os traços da
feminilidade em que terá estagiado por muitos séculos, em que pese ao corpo de formação
masculina que o segregue, verificando-se análogo processo com referência à mulher nas mesmas
circunstâncias ".

4) Espírito acentuadamente masculino reencarna, em processo de expiação, no


decurso da evolução, em corpo feminino.

Por que o espírito, com mente masculina expressiva, reencarna em corpo


morfologicamente feminino, em processo de expiação? A explicação surge de forma esclarecedora
pelo instrutor espiritual Silas, através da transcrição realizada por André Luiz, no livro Ação e
Reação, capítulo 15: "(...) em muitas ocasiões, quando o homem tirano, a mulher furtando-lhe os
direitos e cometendo abusos, em nome de sua pretensa superioridade, desorganiza-se ele próprio
a tal ponto que, inconsciente e desequilibrado, é conduzido pelos agentes da lei Divina a
renascimento doloroso, em corpo feminino, para que, no extremo desconforto Íntimo, aprenda a
venerar a mulher, sua irmã e companheira, filha e mãe, diante de Deus (..) ".

Conforme já foi descrito no Capítulo 2, o espírito, experimentando intenso


sofrimento, exterioriza vibrações doentias e, no momento da bendita reencarnação, por
misericórdia divina, exatamente durante o processo da fecundação, exerce atração sobre um
espermatozoide contendo o cromossomo X, já que o seu campo mental está direcionado
patologicamente para o sexo oposto, embora esteja situado em uma faixa sexual
preponderantemente masculina.

A lei de causa e efeito segue o seu curso natural, tendo o homem o livre-arbítrio para
percorrer o caminho que deseje traçar, porém, sua consciência sempre ecoará no momento certo
(a semeadura é livre, a colheita será sempre obrigatória).

Em existência passada, tendo sido intensamente egoísta, subjugou a mulher,


desrespeitando lhe a natureza, utilizando o sexo de forma ultrajante. Agora, reencarnado em um
corpo feminino, aprenderá a dar valor e a respeitar a todos aqueles que estão situados nessa
polaridade.

Durante a infância, notará de antemão ser possuidor de um problema de ordem


expiatória em um corpo dotado de sexo de periferia totalmente contrário ao sexo de profundidade
preponderante. Pensará e poderá agir de forma diferente do sexo de que é portador. Corpos
femininos albergando um psiquismo essencialmente masculino podendo com facilidade caminhar
para o lesbianismo.

5) Espírito acentuadamente feminino reencarna, em processo de expiação, no


decurso da evolução, em corpo masculino.

Qual a explicação espiritual para a gênese do transexualismo masculino? O estimado


Espírito André Luiz, no livro Ação e Reação, capítulo 15, nos transmite a seguinte revelação: "( . .) à
mulher criminosa que, depois de arrastar o homem à devassidão e à delinquência, cria para si
mesma terrível alienação para além do sepulcro, requisitando, quase sempre, a internação em
corpo masculino, a fim de que, nas teias do infortúnio de sua emotividade, saiba edificar no seu ser
o respeito que deve ao homem, perante o Senhor".

O transexual masculino foi mulher, em vida pretérita, que viveu paixões aviltantes,
causando sofrimentos e tragédias, aprisionado nas teias do sexo destoante, acarretando males
significativos na vestimenta espiritual e dando causa a vibrações de ordem sexual inteiramente
desarmônicas, completamente diferentes do campo sexual mais marcante no psiquismo de
profundidade Ao reencarnar, vibrando intensamente de forma desarmônica para o sexo masculino,
faz a penetração no óvulo de um espermatozoide, contendo o cromossomo masculino Y. Embora
possua psiquismo preponderantemente feminino, nascerá em corpo masculino e, com muita
facilidade, desembocará no comportamento gay.

Poderá repetir o mesmo comportamento da existência passada, aprisionada que


estava nas garras da prostituição, saindo às ruas, agora, vestido de mulher, procurando infelizes
clientes, contudo sem desfrutar do sexo de periferia anterior, feminino por excelência, sentindo-se
castrada já que não possui o órgão sexual feminino, essencial e idolatrado por ela, em existência
anterior.

É importante considerarmos que as pessoas, que sentem necessidade de se vestir


com roupas do sexo oposto, necessariamente não são transexuais, nem homossexuais. Apenas a
minoria deles faz parte desses grupos. O travestismo trata-se, certamente, de hábito arraigado,
perfeitamente explicado pela doutrina do nascer de novo.

Na obra espírita Loucura e Obsessão, capítulo 6, editada pela FEB, é descrito com
detalhes o drama de um jovem transexual, chamado Lício, que experimentando a
homossexualidade egodistônica consegue obter a reversão do quadro, devido à ajuda dispensada
por magnânimos benfeitores espirituais.

Américo D. Nunes Filho


CAPÍTULO VI
BISSEXUALIDADE E
RESPONSABILIDADE

Alguns irmãos de caminhada terrena direcionam, infelizmente, suas emoções no


campo do bissexualismo, mantendo relacionamento emocional, físico e afetivo com pessoas dos
dois sexos.

A bissexualidade corresponde a uma etapa, na evolução, bem comprometedora para


o espírito imortal, o qual, na esfera extrafísica, se apresenta inteiramente perdido, confuso, sem
parâmetro para se guiar, porquanto o sexo reside na mente e a sexualidade, por conseguinte, está
sendo exercida sem orientação e equilíbrio.

Atualmente, é muito comum, por exemplo, a aceitação do bissexualismo feminino,


colocando por terra o vetusto ditado: "mulher com mulher dá jacaré". O motivo é que, nos dias
atuais, há maior tolerância e flexibilidade em relação aos comportamentos sexuais.

Mulheres bissexuais, de maneira geral, nada têm a ver com o protótipo da lésbica
masculinizada (transexual). Geralmente, são bem femininas e se relacionam com mulheres também
do mesmo modo de ser. Ao mesmo tempo, experimentam também desejo sexual por homens.

As bissexuais femininas enfrentam com grande ênfase as críticas. Os gays relatam


que elas estão em cima do muro, com receio de enfrentar a sociedade preconceituosa, assumindo
a homossexualidade. Outros segmentos sociais tacham-nas de promíscuas.

Muitos indivíduos bissexuais estão, na presente existência, dando os últimos passos


no desvio, sendo comum, principalmente na maturidade, a canalização das emoções para a
heterossexualidade. Nas mulheres jovens, o bissexualismo pode ser mais uma experiência do que
uma tendência. Em alguns grupos de jovens, ser bissexual é ser moderno ou cult, com muitas
moças forçando-se a fazer o que no fundo não querem, procurando "seguir a onda". Com o tempo
o "modismo" vai sendo deixado de lado e, então, canalizam suas emoções para o desenvolvimento
da heterossexualidade. Ao mesmo tempo, muitos indivíduos permanecem na disfunção,
necessitando de muitas encarnações para pode, modificar o anômalo comportamento.

A propósito, o consumo de ecstasy, desinibindo a libido, favorece o surgimento da


bissexualidade, já que subjugado pela droga, na ânsia de buscar o prazer, tudo se torna possível e
justificado, até mesmo a escolha de parceiros de qualquer sexo.

O ecstasy é uma droga que produz sensação fugaz de prazer, felicidade e carinho
pelo semelhante, acarretando alto risco de dependência física e intoxicação aguda, com uso
frequente.
Certamente que, após algumas encarnações na bissexualidade, sem ensejo de
melhoria, inteiramente confuso e subjugado pela espiritualidade inferior, o ser espiritual reencarna,
em plena expiação, em corpo portador de sexo ambíguo; tema a ser tratado no próximo capítulo.

Através de vivências regenerativas na dimensão física, outros sentimentos serão


vincados no organismo extrafísico. Então, o horizonte se ampliará diante do ser revigorado, como
também transformado, tendo adquirido a responsabilidade e, não sendo mais escravizado às
emoções inferiores, estará apto a traçar caminhos novos.

Américo D. Nunes Filho


CAPÍTULO VII
INTERSEXUALISMO E
EXPIAÇÃO

Neste assunto estão envolvidos espíritos, que reencarnam, trazendo o desvio da


bissexualidade desenfreada do passado, com os campos de força (chacras) em completo
desequilíbrio, em decorrência do embrutecimento dos sentimentos, porquanto o desejo
desenfreado e desarmônico pelo prazer gera transtornos da estrutura psíquica, acarretando
distonias físicas no processo da reencarnação.

Os indivíduos nascem com partes de genitais dos dois sexos (genitália ambígua),
algumas vezes englobando testículos, ovários, pênis e vagina, sendo impossível à equipe médica
envolvida, no berçário, determinar o sexo do recém-nato. Portanto, diante de um bebê, que não se
consegue, à primeira vista, precisar o sexo de que é portador, com certeza trata-se de um quadro
de ambiguidade dos genitais externos, de difícil identificação sexual da criança, trazendo graves
implicações de âmbito médico, psicológico e social.

Os distúrbios, encontrados na determinação e diferenciação do sexo, exigem


investigação interdisciplinar complexa, envolvendo profissionais da área da pediatria, genética,
endocrinologia, psicologia, psiquiatria, radiologia, patologia, medicina legal, assistência social e a
cirurgia pediátrica, para a correção reconstrutiva da genitália externa.

Praticamente, vêm ao mundo, nessas condições, em cálculos mais discretos, cerca de


um em cada três mil bebês, índice bem significativo se o compararmos com a população de um
país.

O ser que reencarna, nessas condições, em verdade, está envolvido em plena


expiação, porquanto, desorientado, na busca fugaz do prazer físico, sem a presença do sentimento
e destituído da responsabilidade, buscando sua complementação orgásmica na companhia de
pessoas de qualquer sexo, conforme foi enfatizado no capítulo anterior, desconhece, diante da
evolução espiritual, experimentada por ele próprio, qual a sua polaridade sexual, em que gênero
está inserido ou predomina em si, praticando o ato sexual com pessoas de qualquer sexo.

A intersexualidade apresenta-se como um espetro amplo de apresentações clínicas,


de acordo com o comprometimento do espírito reencarnante na experimentação sexual da
bissexualidade marcante.

Na intersexualidade, as mais observadas situações clínicas estão a seguir


relacionadas:
1) hermafroditismo verdadeiro - doença rara, onde coexistem tecido testicular e
tecido ovariano; ambiguidade genital interna e externa;

2) pseudo-hermafroditismo feminino - presença de ovários e de virilização dos


genitais externos; pacientes com constituição genética do sexo feminino (46, XX); como causa
principal temos a hiperplasia congênita das supra-renais;

3) pseudo-hermafroditismo masculino - indivíduos do sexo masculino (46, XY),


apresentando testículos; porém, nos genitais externos são encontrados deficientes virilizações, por
produção insuficiente dos hormônios testiculares ou hipofisários.

A reencarnação, na intersexualidade, torna-se uma bóia de salvação para o espirito


muito compromissado que se defrontará com situações muito delicadas e dolentes, levando-o a
experimentar, consequentemente, um momento de decisão em relação ao seu futuro espiritual.

Quais serão as circunstâncias dolorosas, pelas quais o ser terá de experimentar, após
o seu nascimento? De início, como a Medicina poderá "normalizá-lo", de imediato? Em todo o
mundo, constitui prática médica, diante do intersexual, de preferência logo após o nascimento,
tratá-lo cirurgicamente, transformando-o em homem ou em mulher. E agora? Como saber qual a
polaridade sexual mais apropriada para o espírito reencarnante? Em caso de cirurgia imediata,
optando-se por determinado gênero, não se sabe qual a reação da pessoa, na infância mais tardia
ou mesmo na adolescência, em oposição ao sexo concedido pela Medicina. Poderá experimentar
intenso sofrimento, incontida angústia, diante do que está vivendo, a mesma cancha dolorosa,
encontrada na transexualidade.

O terreno da sexualidade é deveras irregular, entremeado de obstáculos, de difícil


trânsito, não sendo fácil caminhar pela sua vereda, necessitando do viajor muita atenção e
cuidado, já que encontrará empecilhos consideráveis em todo o percurso.

Organizações não-governamentais, principalmente americanas, constituídas de


indivíduos intersexuados, se debatem em diversas campanhas e ações a fim de que as pessoas se
mobilizem para que as cirurgias sejam postergadas para o futuro, visando opção ao portador do
sexo ambíguo de escolher o gênero do seu desejo.

Sendo um caso polêmico, deve-se buscar também a opinião exatamente dos que são
favoráveis à cirurgia precoce. Dizem o seguinte:

1) é importante a inclusão, o mais precoce possível, da criança na sociedade já tendo


uma identificação (nome e gênero). Argumentam que o período de espera seria desastroso,
confuso, não sabendo o indivíduo intersexuado como proceder, não tendo um sexo definido. Na
fase da infância, antes de atingida a puberdade. Na escola, em qual grupo estará presente, no dos
meninos ou no das meninas? Em relação aos banheiros, qual deve usar o dos meninos ou o das
meninas? E quanto ao nome qual escolher? outra dúvida a ser esclarecida;

2) consentindo que a criança siga o seu curso, deixando para depois o tratamento,
pode acarretar um drama social deveras importante, com duração para o resto da vida;

3) um dos distúrbios do sexo ambíguo é a hiperplasia congênita da supra-renal, em


sua forma perdedora de sal, que, deixada de lado, sem tratamento precoce, pode levar à morte do
paciente;

4) uma das possibilidades encontradas na intersexualidade é a presença de tumores


gonadais malignos, frequência maior em alguns casos de desarmonia da diferenciação sexual, que
não pode ser ignorada e, portanto, tornar-se incontrolável, em caso de deixar a intersexualidade
para ser tratada depois;

5) pesquisa, realizada nos EUA, revelou a avaliação de 39 indivíduos com mais de 21


anos, geneticamente homens, que foram operados em fase inicial; cerca de 21 deles receberam
identificação masculina e, os 18 restantes, a feminina; pois bem, a proporção de satisfeitos com a
polaridade concedida pela cirurgia foi de 76% dos homens e de 78% das mulheres. O estudo foi
concludente, ressaltando a importância da intervenção cirúrgica precoce na intersexualidade.

O grupo contrário ao procedimento médico ressalta ser alta a percentagem dos que
se consideram insatisfeitos, cerca de um quarto dos pacientes.

Nossa intenção, trazendo essa polêmica para o conhecimento dos queridos leitores,
tem o intuito de chamar a atenção para o intenso calvário vivenciado pelos irmãos espirituais que,
após experiências drásticas na faixa da bissexualidade não resolvida, no pretérito, reencarnam na
intersexualidade, recebendo por misericórdia divina a bendita oportunidade da redenção
espiritual.

Américo D. Nunes Filho


CAPÍTULO VIII
O PORQUÊ DA
PAIXÃO

Muitos seres, predominantemente, já passaram por um estado de graça, o qual se


conhece com o nome de paixão, ou seja, segundo a mitologia romana, caracteriza os que foram
atingidos pelas flechas de um dos deuses da Antiga Roma, Cupido, filho de Vênus, a deusa do
amor, e de Mercúrio, mensageiro alado dos deuses.

Cupido, que representava a paixão e o amor em todas as suas nuances, foi descrito
como uma criança, que despertava os sentimentos, do qual era portador, em suas vítimas, quando
estas eram atingidas por suas setas.

De repente, sentindo a paixão, a pessoa se vê diante de outra, conhecendo-se


naquele momento, ou mesmo já convivendo, e repara que o seu organismo começa a reagir de
forma imprevista e inesperada: o ritmo cardíaco dispara, os olhos brilham, a respiração acelera, o
corpo se põe em estado de alerta com a liberação de catecolaminas (adrenalina e noradrenalina)
pelas supra-renais. O individuo apresenta-se mais ágil, sentindo menor cansaço, etc.

A causa da paixão é algo transcendental, porquanto são liberadas, no organismo


físico, centenas de substâncias químicas, sem que a pessoa tenha noção ou saiba do que está
acontecendo realmente.

Quando se verifica correspondência do quadro, há aumento da auto-estima e da


capacidade de aprendizagem. A paixão apresenta-se como um estado de satisfação considerável, a
pessoa enamorada sente-se rejuvenescida, mais alegre, e, consequentemente, de bem com a vida.

Interessante é que muitas vezes o casal apaixonado tem gostos diferentes, sem
atrativos semelhantes mas, mesmo assim, o relacionamento torna-se indispensável, apresentando
considerável dependência. Verificamos que os enamorados se apresentam unidos por um laço que
se revela misterioso, sem explicações psicológicas plausíveis, embora acreditamos estar sua origem
nos porões do inconsciente, porquanto, em verdade, o que está acontecendo é um reencontro de
almas afins, podendo ou não se firmar a união no futuro.

Algumas pistas surgem, correlacionando a vivência da paixão com o mecanismo das


vidas sucessivas:

1) quando nos encontramos, na presente existência, de novo, com alguém que há


muito tempo não tínhamos contato, afastado alhures do nosso convívio, o encontro, de início, é
realmente arrebatador; contudo, com o passar do tempo, em torno de três meses, tudo vai
voltando ao normal, assim acontece, igualmente, com a paixão: duas criaturas que se conhecem
espiritualmente, quando reencarnadas se deparam, acontece algo semelhante; sendo dois seres já
unidos pelo amor ou pela atração física em existências passadas, verifica-se uma singular explosão
de sentimentos;

2) embora conhecendo-se há alguns minutos, a sensação é a de que são conhecidos


há muitos anos, comprovando a tese reencarnacionista de que travaram relações em vidas
passadas, convivendo em outras eras;

3) assim como a paixão não escolhe idade para começar, a impressão inicial e a de
que jamais terá fim, de que nunca mais vai terminar. Quando dois indivíduos estão atados
verdadeiramente em espírito, não existe o tempo, a sensação é a de que a atração vai durar para
todo o sempre;

4) na paixão, a aceitação do parceiro, com naturalidade e a ausência de qualquer


pensamento crítico, reforça a tese reencarnacionista, desde que o conhecimento pleno do
enamorado é realmente prévio, tem sua localização nas estrelas do infinito;

5) algumas pessoas experimentaram a paixão, diversas vezes na vida, mesmo quando


tinham relações estáveis, é isso mesmo, bem casadas, e, de repente, se encontram envolvidas nas
garras da emoção desenfreada, atuando fora do lar com muitas possibilidades de causar um
estrago familiar considerável. Como explicar semelhante fato e onde encontrar a origem dessa
hecatombe?

A Doutrina Espírita desvenda todos os possíveis mistérios e possibilita o


esclarecimento necessário. Muitos indivíduos viveram, em existências pretéritas, muitas
experiências marcantes na área das emoções apaixonantes, dando vazão às seduções e às
conquistas amorosas, sofrendo o assédio de substâncias químicas euforizantes, como a dopamina
entre outras, situando-se, em diversas encarnações, com o mesmo quadro vicioso. Infelizmente,
ainda sentem necessidade, mesmo gozando da paz aparente ou não de um lar, das emoções que a
paixão proporciona, como que dependentes das drogas liberadas durante o percurso da atração
efêmera.

Felizmente, de acordo com o acentuado grau evolutivo espiritual já conquistado, não


vão adiante, conseguindo desgarrar-se das teias da paixão. Embora vivenciem a culpa, sentem-se
revigorados pelo repentino e, algumas vezes, inesperado arrebatamento emocional.

Em muitos casos, tendo ou não um pretérito, ligado ao processo das artimanhas da


sedução, através da obsessão espiritual pode sofrer a hipnose por parte de entidades inimigas,
durante o período do desdobramento espiritual pelo sono, induzindo-lhes à paixão, querendo ver
"o circo pegar fogo", com a destruição dos laços conjugais. Nas pessoas que, em existências
passadas, se envolveram na prática viciosa da sedução desenfreada, mesmo já em convalescença,
na atual encarnação, é mais fácil o assédio espiritual, porquanto são as mais vulneráveis,
habituadas que estão alhures nessa prática, assim como acontece com todos os ex-viciados, que
podem sofrer recaídas, acarretando sequelas expiatórias consideráveis. Disse Jesus: "vá e não erre
mais, para que não lhe aconteça coisa pior ".

Todos os envolvidos pela paixão, desconhecendo de onde vêm as emoções


inesperadas, muitas vezes colocam em Deus a causa do problema, procurando eximir-se da culpa.
Só a doutrina do "nascer de novo" desvenda os enigmas, esclarecendo os mistérios do porquê da
paixão.

Américo D. Nunes Filho


CAPÍTULO IX
FANTASIAS SEXUAIS

FANTASIAS SEXUAIS: FETICHISMO, SADOMASOQUISMO E VOYERISMO

Para maior facilidade de excitação sexual, a mais das vezes, as pessoas lançam mão
das fantasias sexuais, as quais funcionam para compensar os sentimentos de culpa, medo,
autodestruição, vergonha, desamparo, receios e preocupações que carregam de existências
pretéritas.

O mundo da fantasia, recorrido por muitos casais, pode ser, em muitos casos, uma
exteriorização de vivências sexuais realmente acontecidas, em encarnações passadas, as quais
marcaram profundamente o psiquismo e servem de antídotos para combater as forças sexuais
inibitórias, também marcadamente assimiladas em outras eras.

No momento da excitação sexual, os sentimentos de culpa, por exemplo, emergindo


no consciente, servem como uma trave na conquista do prazer. A liberação da fantasia, o apego ao
devaneio, nesse momento, serve de válvula de escape, desinibindo e estimulando o ser à
complementação sexual.

A presença das fantasias sexuais, algumas de difícil entendimento psicológico, revela


claramente a existência da reencarnação, a doutrina das vidas sucessivas, explicando todos os
porquês da vida, principalmente os ligados à esfera sexual.

Fetichismo - Compreende alguns significados, um deles é encontrado na Bíblia,


representando culto a um objeto animado ou inanimado, encontrado na natureza ou construído
pelo homem, ao qual se atribui algum poder miraculoso extraterreno, sobrenatural.

No campo da sexualidade, o fetichismo enquadra-se numa perversão, na qual o


indivíduo sente atração física por outra pessoa, tendo como agente causal uma parte do corpo ou
objeto pessoal dela.

O fetichismo aparece, em grande maioria, no sexo masculino, o que é facilmente


condicionável, apresentado instantâneo período de excitação e rápida disposição para a cópula;
enquanto, na mulher, a libido é muito influenciada por fatores socioculturais e igualmente por
intenso envolvimento emocional. Ao mesmo tempo, por imperativo biológico, a mulher necessita
satisfazer alguns critérios subjetivos em relação ao parceiro já que, inconscientemente, anseia não
somente por sua proteção como também pela sua futura prole, exteriorizando, no presente,
fundamentalmente, os mesmos mecanismos psicológicos ancestrais, em torno de milhões de anos.
Os fetiches que desencadeiam o desejo sexual podem ser, por exemplo, em relação a
uma parte do corpo: nádegas, pés, mãos, cabelos, etc. Nos Estados Unidos, é comum a intensa
atração sexual exercida nos homens pela visualização de mamas avantajadas; enquanto, no Japão,
a nuca feminina causa furor. Em relação a objetos, os fetiches mais comuns são sapatos, luvas, jóias
e roupas íntimas.

Estudiosos do tema admitem o fetichismo como algo adquirido na infância,


impressionando-se a criança com alguma coisa que viu e tocou, deixando-a excitada sexualmente.

Certamente, o fetichista inveterado é um perturbado na área da sexualidade,


necessitando de ajuda e consideração. A perversão, consideravelmente, tem sua origem em
vivências passadas, na atual encarnação ou em pretéritas, marcando em seu psiquismo as
experiências infelizes relacionadas à libido.

Sadismo - A excitação sexual depende de infligir dor psicológica ou física ao parceiro.


O indivíduo é estimulado à prática do coito, aplicando castigo, deixando o outro totalmente
dominado e, consequentemente, submetido a seus caprichos.

É observada a perversão, igualmente, nos dois sexos, advindo a complementação


sexual através de atos cruéis, físicos e morais, impingidos a outrem. O termo sadista vem de Sade,
do Conde de Sade, Donatien Alphonse François de Sade, escritor francês (1740-1814), conhecido
como Marques de Sade, que permaneceu mais de 27 anos encarcerado, devido à prática da
perversão, torturando por prazer suas vítimas.

Sade escreveu romances e peças teatrais descrevendo orgias, nas quais transparecia
cenas de sadismo. Sua produção literária e artística foi em grande maioria escrita durante o tempo
em que passou na prisão e internado em sanatório psiquiátrico. Interessante que conseguiu
montar algumas peças teatrais, utilizando os próprios doentes psiquiátricos como improvisados
atores.

Na obra Sexo e Obsessão, psicografia de Divaldo Pereira Franco, publicada em 2002,


há citação da presença de Sade, na dimensão espiritual, ainda sintonizado na faixa desarmônica da
aberração sexual.

O praticante do sadismo obtém prazer provocando dor ou impingindo humilhação


moral, com ou sem aprovação de sua vítima, algumas vezes ocasionando a sua morte.

Masoquismo - A excitação sexual se realiza quando o indivíduo sofre dominação e


subjugação, enquanto o prazer depende de sentir o sofrimento da dor, através: de maus-tratos
físicos e morais

Outras considerações podem ser apontadas na perversão masoquista:


1) observada nos dois sexos, sem predominância de qualquer gênero;

2) o termo provém de Masoch, escritor austríaco (1836-1895), cujo nome completo


era Chevalier Leopold von Sacher-Masoch;

3) escreveu romances, como Falscher Hermelin (Arminho Falso), em 1873,


relacionando uma perversão erótica e psicológica com a satisfação pela busca de sofrimento físico
e moral;

4) a palavra masoquismo foi criada pelo psiquiatra Krafft-Ebrind, inspirado no


romance A Vênus Castigadora, de Masoch;

5) a dor para o masoquista torna-se fonte incondicional de estímulo e de atividade


sexual, podendo variar desde a busca de situações humilhantes até mesmo à flagelação ou
açoitamento;

6) isoladamente a perversão masoquista é relativamente rara.

Sadomasoquismo - Os pervertidos provocam e sofrem a dor, alternando os papéis de


sádico e masoquista, no qual são utilizados instrumentos propícios à gênese da dor, como
chicotes, argolas de ferro, algemas e outros.

É prática conhecida há centenas de anos. Na Antiga Grécia, assim como no tempo do


Império Romano, escravos eram comercializados somente para satisfazer os desejos sexuais
pervertidos de seus senhores. O psicanalista Freud chegou à conclusão de que a causa do
sadomasoquismo se verifica em experiências infantis, acarretando a vivência do desejo sexual,
através da exteriorização de fantasias extravagantes e dolorosas.

Quanto ao sadomasoquismo, é interessante a observação de que, na espécie animal,


o homem é o único que causa e sofre a dor para atingir o prazer. Desde a década de 80, a
Associação Americana de Psiquiatria não considera mais o desvio sexual como desajuste mental,
deixando de ser, em terras do Tio Sam, catalogada como doença. Psicólogos e psiquiatras mais
liberais acreditam ser o sadomasoquismo benéfico para as pessoas que têm dificuldade de se
entregar completamente ao ato sexual, necessitando estar, por exemplo, amarrados, sem poder
opor resistência à ação do parceiro, favorecendo o envolvimento e a busca do prazer.

Segundo os seus praticantes, o sadomasoquismo está mais para um jogo sexual,


chamado de psicodrama erótico, do que para sessões de tortura ou espancamento Previamente é
combinada toda a trama, portanto tudo o que acontece é dependente do consenso, conforme o
desejo dos participantes, principalmente dos submissos.
Acreditamos que a origem da problemática sexual pode ser apontada em existência
pretérita, quando o indivíduo, infelizmente, vivenciou a sexualidade sufocada por tabus,
considerada como impura e pecaminosa, ou mesmo consequente à prática sexual violenta, como
artífice do estupro.

O desequilíbrio do presente é resultante de complexo de culpa gerado no passado, o


qual, para ser suportado e aliviado, momentaneamente, necessita da formulação de fantasias
sexuais excêntricas, impregnadas de muito sofrimento.

Voyeurismo - Palavra francesa significando o ato de obter-se excitação e até


complementação sexual, na observação da prática do sexo por outras pessoas, vendo os órgãos
genitais de outrem e até mesmo espreitando alguém na intimidade. Em nosso idioma, é utilizado o
termo mixoscopia.

Interessante ser experimentação mais predominantemente vivenciada pelo sexo


masculino, existindo, contudo, na língua francesa, o termo feminino voyeuse.

Freud, em 1905, catalogou o voyeurismo como perversão sexual na obra Três Ensaios
sobre a Sexualidade. Com certeza se referiu à mixoscopia clássica, proeminente, na qual o
praticante, na clandestinidade, na surdina, comumente se excita, utilizando-se de binóculos, até
mesmo de lunetas, procurando indiscretamente visualizar a intimidade alheia. É comum a presença
de voyers, nos ambientes públicos, como parques e praias, observando, à distância, os casais
namorando e as mulheres, quase desnudas, tomando banho de sol.

Em verdade, na mixoscopia tradicional, o pervertido não se limita apenas em


observar a transa ou a nudez das pessoas, além da excitação participa igualmente da
complementação, ativa e isoladamente, podendo chegar ao orgasmo pela masturbação.

Através da invasão da privacidade de outrem, o individuo experimenta algo proibido,


uma transgressão que leva ao estimulo sexual e, consequentemente, à prática do sexo solitário. É
indiscutível que se a pessoa depende somente do voyeurismo para se excitar e ter satisfação
sexual está realmente enquadrado clinicamente, sofrendo de parafilia, denominada popularmente
de tara sexual. Ao mesmo tempo, a mixoscopia pode ser exercida sem conotação patológica,
praticada naturalmente, recebendo o indivíduo estímulos visuais consideráveis, na observação de
fotos de mulheres atraentes, cenas cinematográficas ou de TV, envolvendo casais enamorados e
mais uma variedade de exemplos. Em verdade, toda pessoa tem um pouco de voyeur.

Atualmente, na área científica, está havendo uma certa abertura para a mixoscopia
branda, sendo reconhecida por terapeutas sexuais a necessidade dos casais fugirem da rotina,
estimulando as fantasias sexuais para "esquentar" a relação a dois. Registramos a citação da
prática de strip-tease realizado pela esposa, na intimidade da alcova como também a dupla
espiadinha em revistas e filmes eróticos. .

No quadro evolutivo da humanidade, o estímulo sexual que se resumia no uso do


sistema olfativo passou a ser quase que predominantemente visual. Nossos antepassados, de
início, ainda estavam subjugados ao jugo do cio, praticando o sexo apenas com o fim da
procriação. Contudo, sofrendo um processo de mutação genética, deixaram de experimentar a
excitação sexual apenas através do faro ou odor. Depois, adquirindo a postura ereta (bípede),
deixando a posição quadrúpede, passaram a ter maior campo visual, podendo, então, observar
com detalhes os órgãos sexuais dos parceiros, que naturalmente passaram a ficar à mostra.

O estímulo visual, portanto, é importantíssimo na preparação para o ato sexual,


levando à liberação pelo cérebro de neurotransmissores euforizantes. Certa feita, o querido amigo
e companheiro de ideal espírita, Luiz Antônio Milleco Filho, portador de cegueira congênita,
relatou que, ao adentrar-se em um táxi, juntamente com o filho Luiz Cláudio, na época ainda
criança, foi questionado pelo dono do veículo, de nacionalidade lusitana: "Como pode o senhor,
sendo cego, ser pai?" Diante de uma situação tão hilariante, o estimado Millecco respondeu,
perguntando: "O sexo é praticado com os olhos?"

O fato descrito realmente aconteceu, embora possa ser contado como se fosse uma
piada. O motorista português tinha as suas razões, no que se refere à força do estímulo visual,
agindo em regiões específicas do cérebro, como o córtex e o hipotálamo, desencadeando a
excitação sexual. Porém, essa estimulação pode ser desencadeada igualmente por contato direto
com a genitália ou com as zonas erógenas, como também através de atos sexuais imaginados ou
lembrados. Em verdade, tanto o Millecco como o taxista, embora não se entendessem, falavam a
mesma língua, já que os impulsos sensoriais, tanto visuais como tácteis, chegando ao córtex
cerebral são repassados para a área pré-óptica medial (MPOA) do hipotálamo, sendo praticamente
o ponto de integração do controle central da ereção, havendo a liberação de vários
neurotransmissores nessas vias.

O estimulo visual, embora importantíssimo, não se apresenta como o único


desencadeador da excitação sexual. Quanto ao praticante da mixoscopia, depende estritamente
dos olhos para obter excitação sexual, portanto sente prazer em ver pessoas se despindo ou
fazendo sexo.

Em relação ao aspecto espiritual do voyeurismo, duas considerações devem ser


registradas:

1) os casais que têm sentimentos verdadeiros de união e de amor, praticando o sexo


com discernimento e responsabilidade, de forma alguma sofrerão a presença de voyeurs
espirituais, já que o tálamo conjugal ou a intimidade dos pares é inviolável, vibratoriamente,
constituindo-se na dimensão extrafísica como um recinto sagrado estando impedida a entrada de
qualquer ser espiritual;

2) quanto aos que necessitam de espiar as pessoas para obter excitação sexual,
certamente se defrontaram, em existências passadas, com muitos tabus: "sexo é pecado, imundo e
impuro; abstinência sexual é virtude; prática sexual apenas para fins procriativos". Portadores de
culpa extrema em relação à sexualidade, fortemente influenciados por falsas premissas,
necessitam, na presente existência, da formulação das fantasias sexuais, estando no contexto
também a mixoscopia; o sentimento de ser rejeitado pela mulher, sendo neutralizado, proporciona
a complementação da excitação.

Américo D. Nunes Filho


CAPÍTULO X
SEXO PELA
INTERNET

A sexualidade, vivida sem responsabilidade e comedimento, chegou ao ponto de


desconhecidos usarem o espaço cibernético, e, através da sedução pelas palavras, trocar carícias e
até mesmo chegar ao clímax do orgasmo, revelando-se cada vez mais, na modernidade, a ausência
de ligação da sexualidade com os sentimentos, sintoma de que as relações emocionais estão
desprezadas, buscando-se apenas o hedonismo, o incomensurável imediatismo do prazer, sem o
importante envolvimento psicoafetivo.

Através do computador, há a possibilidade de se ter excitação sexual somente pela


troca de palavras sedutoras ou até mesmo pela utilização dos recursos de voz e imagem. Pode,
igualmente, o sexo virtual propiciar a quebra das barreiras das repressões sexuais e a liberação das
fantasias, porquanto o anonimato e a falta de compromisso proporcionam a prática do sexo sem
constrangimentos.

Ao mesmo tempo, a oportunidade de estar à distância e a impossibilidade de contrair


doenças venéreas despertam, em muitas pessoas, a vontade de praticar a sedução e a orgia, sem
ligação física recíproca e envolvimento afetivo responsável, verificado na intimidade de um
aposento, diante de uma máquina, na cumplicidade de quatro paredes. Algumas pessoas chegam
a usar os recursos da imagem para visualizar o parceiro cibernético, no exercício da masturbação.

Algumas justificativas são apresentadas pelos internautas do sexo: uns dizem que são
movidos por curiosidade, outros relatam insatisfação no relacionamento conjugal, muitos já
envolvidos pela compulsão e acreditando não se constituir traição o sexo virtual. Em verdade, os
indivíduos são levados quase que predominantemente ao sexo virtual por carência, insegurança
em se relacionar sexualmente, e encorajados pelo anonimato, como também pelo menor risco.

A falta do encontro emocional dos pares e a ausência de responsabilidade favorecem


a presença incômoda de entidades espirituais também viciosas, as quais se ligam aos internautas,
erotizados diante de um monitor de cristal líquido, formando uma corrente inferior com
repercussões negativas para o campo físico e extrafísico de todos os envolvidos nas teias fugazes
da excitação e do gozo, acarretando com facilidade a frequência da compulsão obsessiva,
causando desestabilização psicológica e transtornos na área da sexualidade, já que se torna
escravo da necessidade do sexo cibernético e impossibilitado de encarar o mundo da realidade, no
qual terá de lidar com os seus sentimentos, como igualmente com a responsabilidade dos
compromissos conjugais reais. Há prejuízo da interação e da comunicação entre as pessoas,
evitando-se os encontros físicos, revelando a dissolução da sociabilidade natural e um
esmaecimento das relações de gênero.
Está se tornando comum, algum tempo depois dos bate-papos bem apimentados e
das transas cibernéticas, o encontro às escondidas em um motel. Consumando fisicamente a
traição, mostrando que do desejo virtual pode-se chegar até ao encontro real.

Deveras desagradável, igualmente, constatarmos a Internet, na atualidade, ser o


maior veículo de propagação do erotismo infantil, revelando cenas de sexo explícitos ou
pornográficas, envolvendo crianças.

As estatísticas revelam que os internautas perturbados chegam a navegar em sites


erotógenos por mais de vinte horas por semana, favorecendo o desfecho de muitas uniões, por
causa das infidelidades virtuais, que chegam a ser, nos Estados Unidos, causa de quase 40% do
total dos divórcios, encontrando-se em plena ascensão, crescendo a estatística a cada ano.

Dados levantados, igualmente, na terra do Tio Sam evidenciam os viciados, em sexo


cibernético, já em torno de dois milhões de indivíduos. Muitas pessoas, inclusive, estão, em plena
hora de trabalho, ligadas ao sexo on-line (cyber sex), ocasionando prejuízo a muitas empresas
americanas.

Entender a complexidade e a gravidade do sexo virtual é fácil, sabendo que há mais


de 70 milhões de internautas, nos Estados Unidos da América. Em nossa pátria, estima-se que, em
alguns anos, seremos mais de 30 milhões de usuários da Internet, e já ocupamos o posto de
recordista mundial no número de páginas acessadas de sites de relacionamento pessoal e sexo
virtual. A propósito, por curiosidade, destacamos que os homens brasileiros já estão apontados
entre os primeiros do mundo em consumo de medicamentos para disfunção erétil.

Indivíduos que trazem do pretérito a propensão para o adultério podem canalizar


suas emoções doentias, utilizando o sexo virtual, mantendo suposta lealdade com o parceiro e
acreditando que a prática sexual pela Internet não representa forma de traição plena, já que não
há contato físico. Contudo, esclarecemos que o sexo on-line, confinado a um ambiente, o
ciberespaço, sem dúvida, caracteriza uma prática sexual infiel, desde que o pensamento tem força
e na mente reside a própria sexualidade do ser.

Mais uma vez a advertência de Jesus surge à nossa mente: "Orai e vigiai para não
cairdes em tentação".

Américo D. Nunes Filho


CAPÍTULO XI
O SWING E A OBSESSÃO
SEXUAL

O swing corresponde à degenerescência sexual, chegando ao ponto de vários casais,


em plena depravação, praticarem sexo, trocando de parceiros, compartilhando coletivamente de
momentos de excitação e intenso prazer, O chamado ménage à trois, por exemplo, é a forma de
prática sexual, envolvendo um homem e duas mulheres ao mesmo tempo.

O swing está em ascensão, abarcando cada vez mais pessoas, existindo até mesmo
locais de encontro específicos, para a prática do sexo entre casais, nas principais cidades
brasileiras, recebendo por noite dezenas de pares,

Alguns praticantes do sexo grupal relatam que estão no swing para estimular a vida
sexual conjugal, embora se observem numerosos casos de separação, visto que se encontram
expostos demasiadamente ao ciúme, como igualmente a sentimentos de comparação.

As pessoas participantes da orgia coletiva relatam que é comum o ciúme ser


subjugado pela excitação sexual, desde que todas as fantasias fluem, quando a mulher observa o
marido com outra, e ela mesma encontrando-se em plena comunhão sexual com outro parceiro, já
que para essas pessoas o sexo representa apenas prazer.

Os que abusam do sexo desenfreado, segundo o Espírito André Luiz, na obra


Evolução em Dois Mundos, capítulo 19, "( . .) acumulam na organização psicossomática as cargas
magnéticas do instinto em desvario, pelas quais se localizam em plena alienação ". Os indivíduos,
envolvidos no swing, durante a prática sexual deturpada, tem como companhia irmãos espirituais,
que se encontram na mesma faixa vibratória, formando-se um conluio sombrio, lúgubre simbiose,
no qual os encarnados estão aprisionados em teias invisíveis, sendo suas energias submetidas a
processos de vampirismo espiritual.

Allan Kardec perguntou à espiritualidade (Questão 567 de O Livro dos Espíritos):


"Costumam os espíritos imiscuir-se em nossos prazeres e ocupações?" A resposta se fez pronta e
objetiva: "Os espíritos vulgares, como dizes, costumam. Esses vos rodeiam e com frequência
tomam parte muito ativa no que fazeis, de conformidade com suas naturezas. (..)".

Os espíritos inferiores ou não esclarecidos, subjugados ao sexo destoante, estão


ligados mentalmente aos encarnados, sintonizados com a prática sexual desarmônica, participando
igualmente da orgia, haurindo a abundante energia vital exteriorizada dos folguedos da
depravação, em plena sugação vampírica dos encarnados presentes. Os indivíduos participantes
do sexo desarmônico sentem necessidade premente de começar tudo de novo, sob o jugo dos
obsessores espirituais, porque nunca se sentem satisfeitos, necessitando cada vez mais de maior
estímulo para a prática da orgia sexual.

No trajeto evolutivo espiritual, os seres praticantes do swing ainda se encontram


sintonizados em baixa frequência vibratória, precisando experimentar emoções de excitação
extremas, uma vez que necessitam de estímulos constantes para o exercício das experiências
sexuais, chegando até mesmo a manter relações sexuais com pessoa estranha, com o
consentimento e participação do cônjuge, indo além do convencional, superando todas as
expectativas, estando bem próximos do estado natural dos brutos, já que o sexo grupal é comum
em algumas espécies de primatas, como chimpanzés e macacos vermelhos, ocorrendo igualmente
em alguns roedores.

No caminho da evolução espiritual, os adeptos do swing ainda não tiveram o ensejo


de canalizar suas emoções, no campo da sexualidade, para um só parceiro, praticando o sexo com
amor, discernimento e responsabilidade. Até então, não viveram, sentiram ou captaram a paixão
verdadeira por apenas uma pessoa, necessitam da variação extrema de parceiros para atingir
intenso clímax sexual.

É interessante e importante para os estudiosos do tema, o relato contado por alguns


praticantes do swing, de que existem casais fazendo a exigência da proibição de haver relações
sexuais completas com os outros pares, embora valendo as preliminares e todas as outras
modalidades de prazer. Assim sendo, o ato sexual natural praticado somente pelos próprios
cônjuges revela já haver uma certa melhoria, dentro do quadro evolutivo espiritual, certamente
iniciando o rumo do encontro gradativo à normalidade, nas próximas reencarnações, deixando de
lado paulatinamente a depravação e a obsessão sexual, visto que constantemente se encontram
acompanhados de irmãos espirituais em desalinho, envolvidos sem convite no "programa",
obcecados em haurir a energia exteriorizada dos parceiros, os quais experimentam intensos
orgasmos, em momentos fugazes de êxtase físico.

A assertiva de Jesus: "Onde estiver o vosso tesouro, aí estará o vosso coração ",
encaixa-se com ênfase, no presente tema em tela: "Swing e Obsessão Sexual".

Américo D. Nunes Filho


CAPÍTULO XII
PEDOFILIA

PEDOFILIA E DESEQUILÍBRIOS ESPIRITUAIS

Dentre todos os desvios mais comprometedores na área da sexualidade, temos a


pedofilia: o uso de crianças como objetos sexuais. É prática das mais infelizes e seus adeptos,
denominados de pedófilos, sem dúvida, são pessoas situadas em baixo patamar evolutivo,
espíritos desequilibrados, necessitando de acompanhamento terapêutico, tanto físico quanto
espiritual.

O tratamento médico tem que ser constante e intenso, com medicação à base de
antidepressivos e drogas inibidoras da libido. O acompanhamento psicológico, igualmente, é
importantíssimo. Quanto à ajuda considerável que a Doutrina Espírita pode dispensar, ressaltamos
que a primeira etapa é não destacar a imperfeição do indivíduo necessitado, não o ferindo e,
muito menos, o condenando, baseando-se no excelso Evangelho do Cristo. Depois procurar
transmitir-lhe vibrações amorosas e ministrar-lhe educação espiritual ao lado dos recursos da
prece, da água energizada, dos passes e da desobsessão. O amor puro e desinteressado,
juntamente com muita tolerância, representa o principal passo para o trabalho de reeducação
espiritual do irmão em desequilíbrio. É importante a participação consciente e responsável da
pessoa, reconhecendo o erro e procurando com força de vontade vencer a si mesma, reeducando
os seus próprios sentimentos.

Em O Livro dos Espíritos, questão 909, o insigne Allan Kardec pergunta à


espiritualidade superior: "Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más
inclinações?" Resposta: Sim, e, frequentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe
falta é a vontade. Ah! quão poucos dentre vós fazem esforços!"

O querido instrutor espiritual Emmanuel em O Consolador, questão 184, enfatiza:


"Haveis de observar que Deus não extermina as paixões dos homens, mas fá-las evoluir,
convertendo-as pela dor em sagrados patrimônios da alma, competindo às criaturas dominar o
coração, guiar os impulsos, orientar as tendências, na evolução sublime dos seus sentimentos ".

Os pedófilos são pessoas maiores de 16 anos, que se sentem atraídas sexualmente


por crianças e pré-adolescentes. São portadores de uma sexualidade pouco desenvolvida, inibida,
apresentando intensa insegurança psicológica, a ponto de não conseguirem manter
relacionamento sexual com mulheres adultas, escolhendo crianças que não lhe cobrarão
desempenho eficaz e sobre as quais podem manifestar poder e dominação, que constituem os
alicerces, os pilares básicos, da pedofilia.
Qualquer forma de contato sexual, direto ou indireto, físico ou não, de um adulto
com uma criança, caracteriza prática pedófila. A grande maioria dos pervertidos é constituída de
homens, cerca de 95%, com a idade situada entre 30 e 45 anos. Cerca de 71 % deles procuram
crianças do sexo masculino, de preferência garotos de 12 a 15 anos. A maioria dos pedófilos já
travou conhecimento anterior com a criança sexualmente abusada e raramente abandonam a
perversa prática depois da sua primeira vítima. Somente menos de 5% deles são perturbados
mentais ou psicóticos. A pedofilia é encontrada em qualquer classe social, mesmo que muitos
doentes se apresentem como pessoas respeitáveis, na sociedade.

Para gáudio dos pedófilos existe, atualmente, na Internet, uma infinidade de sites
vendendo erotismo infantil, embora, felizmente, a repressão policial seja bem atuante; enquanto,
no passado, principalmente na década de 70, estava em plena expansão o mercado de filmes
pornográficos infantis, agora proibido.

Na Antiga Grécia, surgiu a palavra "efebo", designando o jovem que era iniciado na
vida sexual por um homem mais velho, prática considerada normal e exercida consideravelmente.
Já a atração de um homem maduro por meninas foi decantada no romance Lalita de Vladimir
Nabokov, onde aparece a palavra "ninfeta", indicando a menina que atrai os homens mais velhos.

No Norte e Nordeste do Brasil e, em alguns países asiáticos, é comum o afluxo de


turistas à procura da prostituição infantil, recebendo também intensa divulgação na mídia, com
repercussão internacional, os casos, envolvendo mais recentemente os padres pedófilos, abusando
da suposta autoridade religiosa, bem como anteriormente o cineasta polonês Roman Polanski e o
cantor americano Michael Jackson.

Os indivíduos pedófilos são encontrados em qualquer classe social, havendo, com


predominância, aqueles que possuem escolaridade superior e são deveras respeitados na
sociedade. Exemplo marcante e triste é o escândalo, envolvendo sacerdotes católicos pedófilos,
com cerca de 300 processos em tramitação nos Estados Unidos. Na Nova Zelândia, Alemanha e em
nossa pátria, muitos casos de padres pedófilos foram divulgados.

As crianças molestadas sofrem sequelas consideráveis, como depressão, propensão a


drogas, principalmente abuso de álcool e problemas ligados à sexualidade, muitas vezes tornando-
se pedófilos no futuro.

Tanto a pedofilia como todas as aberrações sexuais a serem apontadas a seguir,


enquadram-se na Medicina com a denominação de parafilia, consistindo em distúrbios psíquicos
caracterizados pela preferência por comportamentos sexuais socialmente não aceitos.

Pederastia - Prática sexual entre um homem adulto e um rapaz (homossexualismo).


Frotteurisme - Aberração, exclusiva do sexo masculino, consistindo em esfregar os
genitais, aproveitando-se de ocasiões oportunas, como conduções superlotadas, elevadores,
aglomeração de pessoas em atos públicos ou mesmo em bailes, principalmente carnavalescos.

O termo é francês, originário do verbo frotter, que significa friccionar, esfregar. Trata-
se de um desvio muito observado, principalmente nas grandes cidades, e, curiosamente, com o
beneplácito da vítima, que cede, obnubilada pelo pânico.

Exibicionismo - Outro distúrbio de ordem sexual, consistindo no ato de mostrar a


genitália a mulheres, visando provocar choque, acompanhado de nojo e medo.

Os flashers, do idioma francês, como são conhecidos, expõem os órgãos sexuais para
se excitar, desde que, em verdade, necessitam da aberração como um ato de compensação pelo
fato de serem acometidos de rejeição, com comprometimento das funções sexuais. Através do
exibicionismo, conseguem, por alguns instantes, ser notados, sentindo-se seguros para a
estimulação sexual.

Em todas as situações descritas, certamente os espíritos ainda não esclarecidos estão


presentes, participando ávida e calorosamente de tudo; inclusive, sendo portadores ainda do
desvio sexual, necessitam dos amigos encarnados afins para se complementarem nas suas
aberrações, em completa "enxertia fluídica", segundo ensinamento do Espírito André Luiz, na obra
Sexo e Destino.

Américo D. Nunes Filho


CAPÍTULO XIII
OBSESSÃO
SEXUAL

Certamente, na quase totalidade dos distúrbios na área da sexualidade, a presença da


espiritualidade refratária à luz está presente ativamente, participando como causa ou mesmo
coadjuvante do processo.

O Livro dos Espíritos, na questão 567, é bem claro, ensinando-nos que espíritos
vulgares se imiscuem em nossos prazeres porquanto estão incessantemente ao nosso redor,
tomando parte ativamente naquilo que fazemos, segundo a faixa vibratória na qual nos
encontramos.

O excelso sistematizador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, em A Gênese, capítulo 14,


define a obsessão como "( . .) a ação persistente que um mau espírito exerce sobre um indivíduo"!
Diz, igualmente, que "Ela apresenta características muito diferentes, que vão desde a simples
influência moral, sem sinais exteriores perceptíveis, até a perturbação completa do organismo e
das faculdades mentais ".

Com base no ensino espírita, podemos afirmar que, para que haja o processo
obsessivo, é condição essencial que exista da parte da vítima uma imperfeição moral, que
proporciona ascendência à entidade inferior. Portanto, para que a obsessão sexual, por exemplo,
se estabeleça é necessário, então, que o obsidiado permita a entrada do obsessor, verificando
acentuada afinidade, ligando as duas criaturas, até mesmo compartilhando ambos dos mesmos
propósitos e desejos.

Na obsessão sexual, por conseguinte, tanto os encarnados quanto as entidades


viciadas estão unidos vibratoriamente, entrelaçados em teias tenazes, em sinistra simbiose
espiritual, atuando os espíritos como verdadeiros vampiros, sugando é substância vital retirada dos
campos de força, principalmente o esplênico, como também a energia exteriorizada do êxtase
sexual.

Os espíritos sexólatras se satisfazem intensamente, participando dos encontros


sexuais, principalmente de orgias, locupletando-se com a energia libertada antes e após a
complementação sexual orgásmica, utilizando-se dos encarnados ligados a eles, completamente
subjugados, inteiramente dominados, através dos seus campos de forças perispiríticos,
principalmente o genésico.

Em consequência do processo obsessivo, os indivíduos encarnados ficam


intensamente obcecados por sexo, devido à perniciosa e fortíssima influência dos vampiros
espirituais, que fazem com que os seus subordinados se sintam sempre insatisfeitos sexualmente,
de forma que estejam sempre propícios ao sexo desenfreado e possam dar atendimento às suas
prementes necessidades.

Uma das formas mais graves de obsessão sexual é a dependência extrema que as
pessoas experimentam pelo sexo, completamente viciados e subjugados, chegando ao ponto de
terem relações sexuais, em grande número, várias vezes por dia, com prostitutas e, na ausência
delas, até mesmo praticando sexo com mendigas, nas vias públicas.

A compulsão sexual é verificada nos dois gêneros, podendo os seus dependentes


procurar o devido tratamento psiquiátrico e refugio nos abençoados grupos de apoio psicológico,
como os sexólatras anônimos, onde os testemunhos dos ex-viciados impressionam devidamente,
alguns deles revelando situações tragicômicas, vivenciadas.

O tratamento espiritual é muito importante, necessitando os viciados de muita


consideração e atenção, como exorta o Evangelho do Cristo, devendo receber, devidamente nos
Centros Espíritas, como quaisquer obsidiados, os recursos da prece, do passe, da água fluidificada
e dos trabalhos importantes da desobsessão.

Américo D. Nunes Filho


CAPÍTULO XIV
DOENÇAS
SEXUAIS

DOENÇAS SEXUAIS: ESPIRITUAIS E ORGÂNICAS

Devido ao atraso evolutivo da humanidade, que tem como hábitat um planeta


inferior, denominado, na doutrina dos espíritos, de mundo de provas e expiações, as doenças
fazem parte do cotidiano, sendo encontradas em proporções consideráveis, de acordo com as
faltas graves praticadas, em vivências passadas, ou adquiridas na atual encarnação.

Dentre as enfermidades, em grande número catalogadas pela Medicina, no


momento, interessa-nos as doenças sexualmente transmissíveis, que constituem importante
problema de Saúde Pública, no mundo, envolvendo diversas especialidades médicas.

De inicio, com o advento dos antibióticos, parecia que estava próxima a vitória contra
o mal, terminando o combate, com a erradicação dessas moléstias. Contudo, aconteceu o
contrário, as práticas sexuais se intensificaram, devido a vários fatores, principalmente com o
aparecimento dos anovulatórios, as chamadas pílulas anticoncepcionais, incrementando o
contágio e favorecendo, não somente o recrudescimento de algumas doenças, como igualmente o
surgimento de outras mais graves.

O início cada vez mais precoce do relacionamento sexual, acrescido de maior


liberalidade, com a grande variedade de parceiros, o desconhecimento dos riscos inerentes à
prática sexual e o sexo entrando, profundamente, no mercado de consumo permitiram maior
disseminação das moléstias sexualmente transmissíveis.

As colônias de microorganismos próprias de outros locais do organismo, através das


relações sexuais promíscuas, vêm se adaptando, em curto prazo, a ecossistemas diferentes de sua
colonização inicial, como o aparelho geniturinário. Por exemplo, na sodomia homo ou
heterossexual, os agentes infecciosos da flora intestinal têm acesso às mucosas do ânus e da
uretra, permitindo a eclosão de determinadas doenças, como cancro anal, condiloma anal,
blenorragia, herpes e uretroprostatite crônica, principalmente a causada pelo Streptococcus
faecalis.

Alguns outros contatos podem ser apontados, devido à sua importância na eclosão
de algumas moléstias:

1) oral-anal: anolingüismo hetero ou homossexuual, masculino ou feminino, levando


a transmissão de infecções com ciclo fecal-oral, tais como hepatite tipo A, salmonelose, amebíase,
shiguelose, etc.;
2) bucovaginal: cunilingüismo hetero ou homossexual, propiciando o aparecimento
de candidíase, herpes, sífilis, blenorragia, condilomas, etc.;

3) bucopeniano: felação hetero ou homossexual, favorecendo a ocorrência de herpes,


blenorragia, sífilis, hepatite tipo B, condilomas, uretrites, etc.;

4) contato entre mucosas vulvares: tribadismo, levando à sífilis, candidíase,


tricomoníase, herpes, condiloma, etc.

As doenças essencialmente transmitidas por contágio sexual são: sífilis, blenorragia,


cancro mole e linfogranuloma venéreo. As frequentemente relacionadas à esfera do sexo são:
donovanose, uretrite não-gonocócica, herpes simples genital, condiloma acuminado, hepatite tipo
B e candidíase. As eventualmente ligadas ao contato sexual: amebíase, pediculose, shiguelose e
escabiose.

A hepatite B é disseminada, principalmente, pela transmissão sexual entre jovens,


sendo, atualmente, reconhecida como importante doença sexualmente transmissível. O vírus é
encontrado no sangue contaminado e em fluidos do corpo, como o seminal e o vaginal.

A hepatite A está, igualmente, arrolada às doenças sexuais, após alguns surtos


epidêmicos em homossexuais masculinos, acreditando-se estar relacionada com prática oral-anal e
digital-anal.

Por evidências epidemiológicas e virológicas, acredita-se que a hepatite C possa ter


disseminação sexual em alguns casos, principalmente em locais de promiscuidade e na ocorrência
de muitos parceiros.

O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é o causador da síndrome da


imunodeficiência adquirida, com crescente prevalência entre mulheres jovens, acarretando maior
acometimento de gestantes e aumento dos casos de AIDS pediátrica.

São três as formas de transmissão da doença:

1) por via sexual (homossexual, heterossexual e bissexual);

2) por exposição parenteral ou de mucosas a sangue e seus derivados, instrumentos


e tecidos contaminados pelo vírus e;

3) por transmissão vertical, de mãe para o feto e recém-nascido.

Todas as doenças sexualmente transmitidas favorecem o aparecimento da AIDS,


facilitando, pela formação das soluções de continuidade, a penetração do vírus HIV
É importante que todas as pessoas se conscientizem da importância do uso
harmonioso das funções sexuais, amparadas na responsabilidade e no comedimento, sabendo, de
antemão, que a semeadura de ventos acarreta a colheita de tempestades. O mau uso das
faculdades sexuais leva, certamente, pela lei de causa e efeito, a consequências infelizes, com
repercussões bem negativas para o corpo espiritual e físico.

Em O Livro dos Espíritos, na questão 633, a respeito de buscar, na lei natural, a regra
e o guia seguro do bom proceder, os benfeitores espirituais nos instruem: "Quando comeis em
excesso, verificais que isso vos faz mal. Pois bem, é Deus quem vos dá a medida daquilo de que
necessitais. Quando excedeis dessa medida, sois punidos. Em tudo é assim. A lei natural traça para
o homem o limite das suas necessidades. Se ele ultrapassa esse limite, é punido pelo sofrimento.
Se atendesse sempre à voz que lhe diz - basta, evitaria a maior parte dos males, cuja culpa lança à
natureza ".

Que ensinamento valioso! Reforçando o que foi ensinado pela espiritualidade


superior, podemos dar o exemplo do que está acontecendo, nos países asiáticos, com a eclosão de
novas e importantes moléstias, surgindo, certamente, em consequência da conduta gastronômica
equivocada de seus habitantes.

Nos mercados asiáticos, principalmente os da China, são vendidos quaisquer bichos


para a alimentação, podendo ser encontrados mamíferos, répteis, batráquios e até mesmo insetos.
É inacreditável, comem de tudo, inclusive cães, gatos, escorpiões, cobras e enguias, utilizando de
crueldade para com os animais, acreditando que a adrenalina, liberada no sangue dos mamíferos,
amacia a carne. Os cachorros, por exemplo, sofrem torturas dolorosas até a morte, sendo jogados
vivos na panela para serem cozidos.

Pesquisas científicas mais recentes revelam que cerca de 60% das doenças humanas,
surgidas há pouco tempo, se originam de outras espécies animais. Vírus mutantes, encontrados no
sangue de aves e de mamíferos, penetram no corpo humano desprovido de defesas naturais,
causando doenças.

Em relação à sexualidade, as pessoas também sofrem as consequências do mau


proceder, praticando sexo sem racionalidade e humanismo, utilizando-se de muitos parceiros e
favorecendo a disseminação de microorganissmos para as vias genitais e urinárias, vindos de
outros locais do organismo físico, onde já estavam bem adaptados. Ao mesmo tempo, o sexo
promíscuo amplia o número de pessoas expostas às doenças sexualmente transmitidas. As cepas,
tornando-se resistentes aos antibióticos, prolongam o tempo de duração das doenças e
proporcionam, através dos doentes desregrados, maiores chances de contágio.

Em virtude das fraquezas do homem, no campo da sexualidade, exemplificando


deslizes, envolvido na devassidão, sem controle de seus impulsos genésicos, com o pensamento
voltado para a viciação sexual, certamente suas energias sexuais, sem controle, não serão
exteriorizadas para a sua própria complementação, acarretando máculas em suas estruturas
perispiríticas, solicitando posteriormente reparação.

Assim como as doenças surgem, devido ao nosso proceder em desalinho, na esfera


física, o mesmo acontece, na dimensão espiritual. De acordo com o nosso comportamento
desarmônico, na arena somática, mobilizamos germes de outras colônias e, introduzindo-os em
outras regiões do organismo físico, em verdade, lhes damos a chance do surgimento da virulência.

Na pátria da imortalidade, acontece coisa parecida. Segundo informação do mentor


espiritual André Luiz, nossos pensamentos desorientados e dementados dão sustento aos
chamados bacilos psíquicos, observados, sob a óptica espiritual, e descritos, com muita felicidade e
proveito, na grandiosa obra Missionários da Luz, capítulo 3.

O estimado médico extrafísico, sob o amparo magnético de um iluminado instrutor,


em observando um jovem que se candidatava ao trabalho mediúnico, notou que o aparelho
genital do rapaz se apresentava fracamente iluminado, com a presença de aluviões de corpúsculos
negros, espantosamente móveis.

Relata André Luiz: "Começavam a movimentação sob a bexiga urinária e vibravam ao


longo de todo o cordão espermático, formando colônias compactas, nas vesículas seminais, na
próstata, nas massas mucosas uretrais, invadiam os canais seminíferos e lutavam com as células
sexuais, aniquilando-as. As mais vigorosas daquelas feras microscópicas situavam-se no epidídimo,
onde absorviam, famélicas, os embriões delicados da vida orgânica. Estava assombrado. Que
significava aquele acervo de pequeninos seres escuros? Pareciam imantados uns aos outros, na
mesma faina de destruição. Seriam expressões mal conhecidas da sífilis?"

O mentor Alexandre responde, dizendo: "Não, André.

Não temos sob os olhos o espiroqueta de Schaudinn, nem qualquer nova forma
suscetível de análise material por bacteriologistas humanos. São bacilos psíquicos da tortura
sexual, produzidos pela sede febril de prazeres inferiores. O dicionário médico do mundo não os
conhece e, na ausência de terminologia adequada aos seus conhecimentos, chamemos-lhes larvas,
simplesmente. Têm sido cultivados por este companheiro, não só pela incontinência no domínio
das emoções próprias, através de experiências sexuais variadas, senão também pelo contato com
entidades que o visitam com frequência, à maneira de imperceptíveis vampiros. O pobrezinho
ainda não pôde compreender que o corpo físico é apenas leve sombra do corpo perispiritual, não
se capacitou de que a prudência, em matéria de sexo, é equilíbrio da vida e, recebendo as nossas
advertências sobre a temperança, acredita ouvir remotas lições de aspecto dogmático, exclusivo,
no exame da fé religiosa. A pretexto de aceitar o império da razão pura, na esfera da lógica, admite
que o sexo nada tem que ver com a espiritualidade, como se esta não fosse a existência em si.
Esquece-se de que tudo é espírito, manifestação divina e energia eterna. O erro de nosso amigo é
o de todos os religiosos que supõem a alma absolutamente separada do corpo físico, quando
todas as manifestações psicofísicas se derivam da influenciação espiritual".

Concomitante com os germes responsáveis pelas doenças do arcabouço físico, são


encontrados, nas estruturas perispiríticas, os trevosos bacilos psíquicos, de acordo com a
conversão dos atos sexuais, divinos por excelência, em paixões viciosas. Em verdade, todas as
vezes que infringimos a lei, acarretamos males para nós mesmos. Em matéria de sexualidade, o
maior dano que possa acontecer, mediante desobediência à lei de causa e efeito e persistência no
erro, é a reencarnação desprovida de órgão sexual, malformação conhecida na Medicina como
agenesia sexual, atuando a lei de forma drástica.

O Cristo fez alusão às penalidades mais severas da lei, na Parábola dos Talentos,
dizendo que "até o pouco que tem lhe será tirado ". Se o indivíduo recebe diversas oportunidades
de crescimento espiritual e não as valoriza, pode vivenciar uma existência física desprovida dos
mesmos atributos, que outrora lhe foram concedidos. No caso das agenesias, tanto do pênis
quanto da vagina, a pessoa malformada está aprendendo a dar valor a órgãos sexuais tão
rebaixados, em desastrosas vivências reencarnatórias pretéritas.

Américo D. Nunes Filho


CAPÍTULO XV
CONSIDERAÇÕES
FINAIS

Terminamos esta obra, com o pensamento voltado para o Alto, esperando ter sido
útil aos queridos leitores, diante do tema sexualidade, certamente um dos mais delicados e
enigmáticos do contexto humano e que proporciona as maiores quedas no campo do espirito.

Muitas obras espíritas já foram publicadas, trazendo subsídios importantes para


possível entendimento de como navegar, com segurança, no oceano tempestuoso da sexualidade.
Se viajarmos, utilizando as técnicas da informação responsável e do trabalho comedido,
certamente chegaremos ao destino final, desembarcando no porto da tranquilidade e da paz.
Contudo, se os nossos conhecimentos são precários e nossas atitudes destoantes, não há dúvidas
que diante do mar bravio da sexualidade, sob o jugo de vagas revoltas, diante de ondas
incomensuráveis, a embarcação soçobrará.

Este trabalho, mais um de cunho espiritista, envolvido nas questões do sexo, anseia
transmitir informações que estimulem a temperança e a responsabilidade, sabendo todos nós que,
mesmo após o naufrágio, ainda restarão a esperança do socorro e a certeza do salvamento.

Diante do pleno conhecimento cósmico, sob a égide do poder supremo e amoroso


do artífice maior do Universo, denominado de "Pai" por Jesus, somos todos iguais e criados para a
felicidade sem fim.

Todos aqueles que se acham atormentados e desorientados nas ondas inquietantes


do sexo desarmônico, procurando agarrar-se em frágeis bóias, receberão a bendita oportunidade
de apreender o conhecimento de que Deus zela por todas as suas criaturas e, como nenhuma
ovelha se perderá, segundo o Cristo, haverá sempre a oportunidade da reparação a ser concedida
na atual ou nas seguintes encarnações.

O Pai é Amor e Sua Misericórdia Infinita proporciona a qualquer espírito a certeza de


continuar, como ser imortal, o seu trajeto, diante das estrelas incomensuráveis do amanhã,
quando, com certeza, chegará ao clímax, ponto final da escada evolutiva, denominado de "estado
definitivo", conforme respaldo doutrinário em O Livro dos Espíritos, nas questões 226 e 562. Então,
será agraciado, assim como aconteceu anteriormente com Jesus e outros espíritos puros, como
mensageiro direto de Deus, como ensina a Doutrina Espírita, albergando dentro de si o pleno
conhecimento, depois de despertadas todas as potencialidades divinas e já tendo a aptidão de
exteriorizar energia sexual tão puríssima e imaculada quanto a já presente na sua gênese espiritual,
como a nascente pura de um rio, com suas águas cristalinas refletindo excelsa beleza, podendo ser
percebida por todos os que já conseguiram vencer o mundo interior das lutas, das atribulações, da
reeducação e do aperfeiçoamento.

Que o Mestre Jesus abençoe a todos nós e ilumine o caminho que trilhamos como
imortais viajores do Infinito e herdeiros da perfeição.

Américo D. Nunes Filho

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