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INTOXICAÇÃO POR ALHO E CEBOLA EM CÃES E GATOS

JOÃO LUIS DOMINGUES FERREIRA1


ANDRÉ FELIPE DA SILVA2
AMANDA FORMIGONI DA SILVA3
LUCAS EMANUEL PEREIRA BAZILIO4
BIANCA DUTRA CARVALHO5
FRANCISLAINE APARECIDA LÍVERO6
INTRODUÇÃO
Os cães foram a primeira espécie a ser domesticada ao se distinguirem dos lobos a
aproximadamente 14.000 anos, já o gato mais tardiamente, tais relações primeiramente
tiveram um caráter de mutualismo (caça/proteção), se tornando posteriormente uma
relação sentimental. Tal aproximação trouxe benefícios tanto para evolução humana quanto
animal, porém devido esta aproximação houve alterações nos hábitos alimentares destes
animais que podem trazer malefícios a sua saúde (ROSSI, 2008). Geralmente relacionado a
falta de informação, o fornecimento de alimentos consumidos por humanos são ofertados a
cães e gatos, que até mesmo em pequenas quantidades podem causar quadros de
intoxicação (WALLER et al., 2013). Os casos de intoxicação alimentar são mais frequentes
em cães do que em gatos, devido seu paladar menos seletivo e a agilidade no momento da
ingestão, que faz consumir maior quantidade em menor espaço de tempo (XAVIER, 2007).
As intoxicações alimentares geram sinais variados e inespecíficos, como vômito, diarreia,
letargia, dispneia. Além disso, o desconhecimento da ação do principio ativo atuante gera
dúvidas quanto ao tratamento (WALLER, 2013).

OBJETIVO
O presente trabalho tem como objetivo elucidar o mecanismo de intoxicação através da
ingestão de alimentos do gênero Allium oferecidos a animais de companhia (cão e gato),
seus sinais clínicos e tratamento.

1Discente do Curso de Medicina Veterinária, PIBIC/UNIPAR.


2Discente do Curso de Medicina Veterinária, PIBIC/UNIPAR.
3Discente do Curso de Medicina Veterinária, PIBIC/UNIPAR.
4Residente em clinica cirúrgica de pequenos animais - UFPR – PALOTINA.
5Discente do Curso de Medicina Veterinária, PIBIC/UNIPAR.
6Docente do Mestrado Profissional em Plantas Medicinais na Atenção Básica e do Programa de Pós-
Graduação em Ciência Animal/Unipar.
DESENVOLVIMENTO
A intoxicação por cebola (Allium cepa) e alho (A. sativum) ocorre em cães através do
fornecimento de restos de alimentos em seu estado cru, cozido ou desidratado, enquanto no
gato está relatado casos de ingestão de “papinhas” para bebê ofertadas a gatos internados
devido sua alta palatabilidade (PINZON, 2011). A dose toxica para cães é de 0,5% do seu
peso corporal, sendo que a ingestão diária de 5g de alho por kg de peso vivo pode gerar
anemia hemolítica (WALLER, 2013), já em gatos a dose mínima relatada para causar
intoxicação é de 10g/kg de cebola desidratada (FIGHERA et al., 2002). São inúmeros os
compostos tóxicos presentes em tais alimentos, dentre eles se destacam alicinas e ajoenes,
presentes no alho (MARTIN, 1992) e sulfóxidos e sulfetos orgânicos presentes na cebola,
que causam redução da atividade da enzima glicose-6-fosfato-desidrogenase das células
sanguíneas e impede a regeneração da glutationa, enzimas responsáveis por coibir a
desnaturação oxidativa da hemoglobina (THRALL et al., 2003). Cães da raça Akita e
Shiba são mais suscpetíveis a intoxicação por cebola por possuírem menores quantidades
de glutationa (YAMATO; MAEDE, 1992) enquanto felinos são mais propensos a intoxição
por terem mais sítios de ligação em sua hemoglobina que podem ser oxidados, somado ao
fato de seu baço ser menos eficiente no sequestro de hemácias danificadas
(CHRISTOPHER et al., 1990). A ingestão aguda causa a transformação da hemoglobina
em metemoglobina que se torna impossibilitada de carrear o oxigênio, gerando um quadro
de cianose, hipotermia e apatia, já os animais que consomem de forma crônica apresentam
um quadro de anemia hemolítica, apresentam mucosas pálidas e metaglobinúria (WEISER,
1992) além de vômito, diarreia, dores abdominais, perda de apetite, além de desidratação e
depressão (PARK, 2010). O diagnóstico é realizado através da anamnese, havendo
histórico de ingestão de tais vegetais, somado aos sinais clínicos apresentados, enquanto o
exame hematológico evidencia anemia regenerativa, presença de corpúsculos de heinz,
ruptura de hemácias e excentrócitos (IBEN, 2010). No exame histopatológico pós
necropsia pode-se observar aumento de hemossiderina em macrófagos hepáticos, baço e
epitélio tubular renal (WALLER, 2013). Quanto ao tratamento pode se instituir diurese
com uso de fluido intravenoso (PINZON, 2011), preferencialmente ringer com lactato e
oxigenioterapia (IBEN, 2010), indução do vômito ou lavagem orogástrica, carvão ativado,
catárticos e em casos de anemia transfusão de papa de hemácias (PINZON, 2011), além de
administração de antioxidantes como vitamina E e acetilcisteína (IBEN, 2010).
CONCLUSÃO
Com o presente trabalho pode-se concluir que a interação humano/animais domésticos
trouxe benefícios para ambos, porém o fornecimento indevido por falta de conhecimento
de alimentos utilizados na alimentação humana podem causar quadros de intoxicação em
cães e gatos, podendo levar a morte. Através do estudo pode-se elucidar de forma sucinta o
mecanismo de intoxicação, sinais clínicos, diagnóstico e tratamento em casos de
intoxicação por alho e cebola em cães e gatos.
REFERÊNCIAS
CHRISTOPHER, M. M.; WHITE, J. G.; EATON, J. W. Erythrocyte pathology and
mechanisms of Heinz body-mediated hemolysis in cats. Veterinary Pathology, v.27, n.5,
p.299-310, 1990.

FIGHERA et al.; Intoxicação experimental por cebola, Allium cepa (Liliaceae), em


gatos. Pesq. Vet. Bras. Rio de Janeiro, vol.22 no.2 Apr./June 2002.

MARTIN, N.; BARDISA, L.; PANTOJA, C. Experimental cardiovascular depressant


effects of garlic (Allium sativum) dialysate. Journal of Ethnopharmacology, v.37, n.2,
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ROSSI, A. Comportamento canino – como entender, interpretare influenciar o


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THRALL, M. A. Hematologia Veterinária. In: TILLEY, L. P.; SMITH, J. R. Consulta


Veterinária em cinco minutos: Espécie canina e felina. 2. ed. São Paulo: Editora Manole,
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WALLER, S. B.; CLEFF, M. B.; MELLO, J. R. B. Intoxicações em cães e gatos por


alimentos humanos: o que não fornecer aos animais? Veterinária em foco, v. 11, n. 1, jul./
dez. 2013.

Weiser M.G. Os eritrócitos e os distúrbios associados, p. 2243-2280. In: Ettinger S.J. (ed.)
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1992.

XAVIER, F. G.; RIGUI, D. A.; DE SOUZA SPINOSA, H. Fatal poisoning in dog and cats-
6 year reporty in veterinary pathology service. Brazilian Journal of Veterinary Research
and Animal Science, v. 44, n. 4, p. 304-309, 2007.

YAMATO, O.; MAEDE, Y. Susceptibility to onion-induced hemolysis in dogs with


hereditary high erythrocyte reduced glutathione and potassium concentrations. American
Journal of Veterinary Research, v.53, n.1, p.134-137, 1992.

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