A Bauhaus foi a mais importante escola de desenho industrial, arte e arquitetura do século XX.
O design constituiu importante área moderna do conhecimento e da aplicação tecnológica do
homem, a qual teve um desenvolvimento cultural e educacional muito significativo nessa
escola, que tinha como lema “a construção do futuro”. Esse lema tentava combinar todas as
artes num só ideal, exigindo um novo tipo de artista entre as especializações acadêmicas, para
o qual a Bauhaus iria oferecer uma educação adequada.
Para alcançar esse marco, Gropius viu a necessidade de desenvolver novos métodos de
ensinamentos e concluiu que as bases para as várias artes ainda deveriam ser achadas. A
escola tinha basicamente três objetivos, que não se alteraram ao longo de seu período de
existência, mesmo quando a direção da escola mudava significante e rapidamente. O primeiro
deles era tirar cada uma das artes do isolamento em que se encontrava a fim de motivar os
artesãos a trabalharem em cooperativa, combinando todas as suas habilidade e técnicas. O
segundo era elevar o status das peças artesanais (cadeiras, candeeiros, bules de chá, talheres
etc.) ao mesmo nível das belas-artes, como a pintura, a escultura etc. E o terceiro objetivo era
manter contato com as indústrias, numa tentativa de conseguir a independência do governo por
intermédio da venda dos seus projetos.
A escola possuía alguns ateliers ligados ao design de mobiliário e de acessórios. Dentre eles
destacam-se: Atelier de Tecelagem - Este foi constituído genericamente pelas alunas da
Bauhaus, dada a impossibilidade ou dificuldade de seguimento nos outros ateliers. Inicialmente
preparada para ser uma das muitas técnicas têxteis a aprender, a tecelagem só foi aprendida à
custa da experimentação, ou como formação especializada adquirida fora da Bauhaus. Neste
atelier reflete-se o ensino dos cursos preliminares lecionados por Kandinsky e Moholy-Nagy.
Atelier de Metal - O atelier de metal esteve sob a direção artística de Itten até 1922 e produziu
sobretudo artigos quotidianos com formas geométricas básicas, apresentando um modelado
orgânico com influências de Jugendstil. Em 1923, Moholy-Nagy substitui Itten quando esta
apresenta a sua demissão, alterando rapidamente a metodologia anterior. Moholy-Nagy
apoiava o uso de novos materiais como o vidro ou plexiglass que comprava à indústria,
encorajava os estudantes a produzirem combinações de metais originais e a utilizarem os
pouco comuns.
Atelier de Mobiliário ou Carpintaria - Em 1921, este atelier surge na escola, com o seu diretor a
chefiá-lo no papel de mestre de forma. Gropius já tinha desenhado mobiliário para os seus
projetos de arquitectura. Neste atelier é de assinalar que cedo se sentiu a necessidade
premente de que os seus produtos fossem estandardizados. Assim, numa fase de construtiva
da escola e ainda sentindo as influencias dos movimentos artísticos contemporâneos, surgem
os produtos de Marcel Breuer.
A Bauhaus combatia a arte pela arte, estimulava a livre criação com a finalidade de ressaltar a
personalidade do homem e unia a arte à tecnologia para atender às demandas da sociedade
industrial e da produção em massa, ao contrário do que era feito antes da criação da escola:
reprodução das artes clássicas. A filosofia da escola ficou tão impregnada nos alunos que não
tardou muito para o estilo de seus produtos funcionais, econômicos e sem ornamentos inúteis
inspirar protótipos que saíam de suas oficinas para a execução em série na indústria.
A ligação mais efetiva entre arte e indústria coincide com a mudança da escola para Dessau,
em 1925. No complexo de edifícios projetados por Gropius são delineadas as abordagens
características da Bauhaus: as pesquisas formais e as tendências construtivistas realizadas
com o máximo de economia na utilização do solo e na construção; a atenção às características
específicas dos diferentes materiais como madeira, vidro, metal e outros; a idéia de que a
forma artística deriva de um método, ou problema, previamente definido o que leva à
correspondência entre forma e função; e o recurso das novas tecnologias. Data desse período
o desenvolvimento de uma série de objetos - mobiliário, tapeçaria, luminária etc. -, produzidos
em larga escala, como as cadeiras e mesas de aço tubular criadas por Marcel Breuer (1902 -
1981) e Ludwig Mies van der Rohe (1886 - 1969) e produzidas pela Standard Möbel de Berlim
e pela Thonet.
O ano de 1928 marca a saída de Gropius da direção e sua substituição pelo arquiteto suíço
Hannes Meyer, o que sinaliza uma ênfase mais social em relação ao design, traduzida na
criação de um mobiliário de madeira - mais barato, simples e desmontável - e de grande
variedade de papéis de parede. Diante das pressões do nazismo sobre Meyer, em 1930 a
escola passa a ser dirigida pelo arquiteto Mies van der Rohe.
Desde que a escola tentou combinar a arte com a engenharia e o artesanato, a inovação fluiu
através da Bauhaus numa mistura de múltiplos avanços, afetando os mais básicos aspectos da
vida. Os efeitos da Bauhaus encontram-se em quase tudo a nossa volta: na mobília, na
arquitetura, no teatro e nos projetos até mesmo dos arranha-céus. A escola trabalhou também
com candeeiros, cadeiras e outros objetos manufaturados.
A mudança que o design vem sofrendo atualmente com o crescente desenvolvimento
tecnológico é semelhante ao tipo de transformação que ele sofreu no período da Escola de
Bauhaus. A crescente industrialização gera conseqüências devastadoras nas condições de
vida das pessoas e nos produtos manufaturados dos artífices e dos operários, havendo o risco
de a evolução transformar a globalização em uma forma de acelerar a destruição do próprio
homem, no aspecto ecológico ou mesmo sociocultural. Na época não houve preocupação com
os efeitos catastróficos que a indústria poluente causa ao meio ambiente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://artemodernafavufg.blogspot.com/2009/07/escola-bauhaus-e-o-design-
de-interiores.html
Alice Gomes
Camila V.D.L.
Ludmila Nunes
Raquel Rocha - Design de Interiores