História
O vidro é uma das descobertas mais surpreendentes do homem e sua história é cheia de
mistérios. Embora os historiadores não disponham de dados precisos sobre sua origem,
foram descobertos objetos de vidro nas necrópoles egípcias, por isso, imagina-se que o
vidro já era conhecido há pelo menos 4.000 anos antes da Era Cristã, e que fora descoberto
de forma casual.
Apenas próximo ao ano 100 a.C., as técnicas de fabricação se desenvolveram. Foi quando
os romanos começaram a utilizar o sopro, dentro de moldes, na fabricação do vidro, o que
possibilitou sua produção em série. O apogeu desse processo se deu no século XIII, em
Veneza. Após incêndios provocados pelos fornos de vidro da época, a indústria de vidros
foi transferida para Murano, ilha próxima de Veneza. As vidrarias de Murano produziam
vidros em diversas cores, um marco da história do vidro, e a fama de seus cristais e
espelhos perduram até hoje. Até 1900, a produção dessa matéria-prima ainda era
considerada uma arte quase secreta.
A França já fabricava o vidro desde a época dos romanos. Porém, só no final do século
XVIII foi que a indústria prosperou e alcançou um grau de perfeição notável. Em meados
desse século, o rei francês Luís XIV reuniu alguns mestres vidreiros e montou a Companhia
de Saint-Gobain, para que fossem feitos os espelhos do Palácio de Versalhes na França,
uma das mais antigas empresas do mundo, hoje, uma companhia privada.
Características
• Reciclabilidade
• Transparência (permeável à luz)
• Dureza
• Não absorvência
• Ótimo isolador dielétrico
• Baixa condutividade térmica
• Recursos abundantes na natureza
• Durabilidade
Tipos de Vidros
Vidro Plano
Vidro float
Vidro impresso
O vidro impresso é um vidro plano translúcido, incolor ou colorido, que recebe a impressão
de um padrão (desenho) quando está saindo do forno. É usado na construção civil,
eletrodomésticos, móveis, decoração e utensílios domésticos.
Vidro de Segurança:
Vidro temperado
Vidro Acústico
Você já imaginou estar em uma avenida com muito barulho e ao fechar a janela não escutar
mais nenhum ruído? Isso é possível com os vidros acústicos, que impedem que os ruídos
passem de um ambiente para outro. Esse conforto sonoro pode ser obtido através de duas
soluções: vidro laminado acústico e o vidro duplo (ou insulado).
É um vidro laminado com um PVB especial (acústico) e por isso funciona como um
excelente isolante acústico. É um produto inovador que garante uma poderosa proteção
contra ruídos.
É o conjunto de dois vidros separados por uma camada de ar ou gás, conferindo redução na
propagação de som, na entrada de calor e uma infinidade de combinações decorativas.
Largamente utilizado na construção civil dos países europeus, o vidro duplo está presente
no nosso dia a dia, como por exemplo, na porta dos freezers e refrigeradores (com a função
de isolação térmica). O duplo envidraçamento pode ser composto por qualquer tipo de
vidro, melhorando a performance térmica e acústica. Além disso, pode ser equipado com
persianas internas, que dão ao conjunto um efeito estético diferenciado.
Vidros Especiais:
Com avanço tecnológico na criação de micro camadas surgiram inúmeros tipos de vidros
especiais. Na realidade, esses vidros possuem camadas de diversos tipos de materiais
diferentes, camadas essas de dimensões microscópicas, que oferecem diversas
características diferenciadas ao vidro. Tipos de vidros especiais: controle solar,
autolimpante, baixa reflexão e baixo-emissivo.
Vidro de proteção solar
Também conhecido como vidro refletivo ou de controle solar, oferece uma solução
arquitetônica contemporânea, sendo indicado para locais onde há grande incidência de raios
solares, como fachadas de prédios, janelas, portas, sacadas e coberturas, pois proporciona
melhor conforto térmico. Eles têm a função de reduzir a entrada de calor para o interior do
ambiente, além de produzir um controle na entrada da luz para o interior das edificações.
Da radiação solar que passa pelo envidraçamento, parte é automaticamente refletida para o
ambiente externo, e parte é absorvida pelo vidro, minimizando a quantidade de calor que
atinge efetivamente o ambiente interno. Com isso a temperatura interna fica mais agradável
e você reduz o consumo de energia elétrica com o ar condicionado e a luz artificial.
Produtos ideais dentro do conceito de sustentabilidade, por proporcionar condições para
obtenção de certificações tais como LEED, Aqua e outras.
Vidro autolimpante
Para a produção do autolimpante, o float recebe uma película com uma camada com
partículas de dióxido de titânio (TiO2). A camada de cobertura age de duas formas: na
primeira, quebra as moléculas orgânicas; e, na segunda, elimina a poeira inorgânica.
A quebra das moléculas orgânicas é feita por meio do processo chamado fotocatalítico. Os
raios ultravioleta reagem com a cobertura de dióxido de titânio do vidro autolimpante e
desintegram as moléculas à base de carbono, eliminando totalmente a poeira orgânica. Essa
camada aproveita a força dos raios UV (Ultravioleta) e da água da chuva para combater a
sujeira e os resíduos que se acumulam no exterior e desta forma, mantém a superfície do
vidro limpa. Esse processo possui um caráter sustentável extremamente forte, pois além de
reduzir o consumo de água, haja vista que sua limpeza é menos frequente e utiliza a própria
água da chuva para isso, reduz o consumo de detergentes que, em muitos casos, afetam o
eco sistema. O vidro autolimpante é visualmente idêntico aos vidros normais, ele garante
uma visão nítida em todas as situações, mesmo em dias de chuva; e a camada autolimpante
é integrada ao próprio vidro e por isso tem um alto nível de durabilidade, não se
desgastando ao longo do tempo. Deve ser aplicado sempre na parte externa das edificações
como fachadas, coberturas, janelas, portas, sacadas e outros e em áreas altamente poluídas.
É um vidro float extra clear (vidros com baixa concentração de ferro em sua composição e
por isso são extremamente claros e não esverdeados) que recebe uma camada capaz de
reduzir a reflexão em 5 vezes (comparado ao vidro float incolor). Ideal para vitrine,
showrooms, museus, concessionárias, displays e outros tipos de aplicação que necessitem
evitar o incomodo reflexo da luz no vidro o que, em muitas vezes obriga a pessoa a criar
sombra em frente para observar o objeto que está atrás do vidro.
Vidro baixo-emissivo
É um vidro produzido em processo off-line e que apresenta baixa emissividade, ou seja, não
permite a troca de calor entre o ambiente interno e externo. Quando utilizado como vidro
duplo, isola termicamente até 5 vezes mais do que um vidro transparente monolítico. Possui
aparência de um vidro float incolor, reduzindo a entrada de calor ou frio. Usado no mercado
de refrigeração comercial e na construção civil, em fachadas e coberturas.
Sua eficiência vem de uma fina camada de óxido metálico aplicada em uma das faces do
vidro. Essa película filtra os raios solares – intensificando o controle da transferência de
temperaturas entre ambientes -, sem impedir a transmissão luminosa.
A deposição dessa camada de óxido pode ser feita utilizando-se dois processos. O mais
conhecido é o pirolítico (hard-coat): a camada de óxido é pulverizada de forma contínua
sobre o vidro durante o processo de fabricação float. A tecnologia a vácuo também pode ser
utilizada para a fabricação do baixo emissivo. Nesse caso, a deposição do óxido é feita em
câmara hermeticamente fechada, por meio de um bombardeio iônico. Adaptado para o
clima tropical, ganhou uma câmara de controle solar que também tem propriedades low-e
quando exposta ao meio externo (ou seja não pode estar em contato com o PVB), que, além
de permitir a passagem de luz, possui propriedades refletivas.
Vidro Colorido
Vidro pintado
Produzido a partir de um vidro float, recebe na linha de produção uma pintura especial, o
que lhe confere, além do acabamento colorido e de alto brilho, maior resistência. Sua
versatilidade possibilita a utilização em móveis, residências, escritórios, hotéis, lojas e
museus.
O processo do vidro pintado a frio é feito com uma espécie de pistola (compressor). Após
lavar o vidro com álcool isopropílico, aplica-se a tinta. Em seguida, é preciso esperar a cura
total para poder tocá-lo e empilhá-lo. Não se pode temperar um vidro pintado, pois a tinta
não suporta a temperatura de 650 graus dentro do forno de têmpera. No caso de ser
necessária a utilização de um vidro temperado e pintado ao mesmo tempo, é preciso
serigrafar o vidro ou temperá-lo antes do processo de pintura a frio.
Vidro serigrafado
Alguns tipos de vidro refletivo podem ser serigrafados, desde que a metalização resista à
têmpera, proporcionando ganhos em controle solar. Quando aplicados em situações que
exijam segurança, como fachadas, coberturas, escadas e guarda-corpos, a norma indica que
os serigrafados devem ser laminados.
Vidro Espelho
Hoje, existem dois processos para a fabricação do espelho. Um dos mais difundidos no
mundo é o galvânico – utilizam-se camadas metálicas de prata e cobre juntamente com uma
tinta protetora. O processo copper-free é o mais recente – durante a fabricação dos
espelhos, utilizam-se camadas metálicas de prata, agentes passivadores de ligamento e tinta
protetora. Os dois métodos são semelhantes, porém, existem pontos de diferenciação. O
copper-free não utiliza o cobre como protetor da prata, pois a proteção é feita por uma
solução inerte que, aplicada sobre a prata, evita sua oxidação e dá boa aderência à tinta. O
mercado brasileiro dispõe de espelhos de boa qualidade, fabricados a partir das duas
tecnologias.
Existem vários tipos de espelho –simples, de segurança com resina, côncavos, convexos,
bisotados, laminados, coloridos, entre outros.
Vidro Acidado
São vidros tratados com ácido e com aparência esbranquiçada. Oferece diversas opções
estéticas para arquitetos e decoradores, pois combinam a leveza do vidro com a sutileza da
translucidez, dando um toque de nobreza ao design de móveis e à decoração dos mais
diversos ambientes.
Vidro Jateado
É um vidro trabalhado com jatos de grãos de areia, que agridem mecanicamente o vidro,
transformando-o em translúcido e levemente áspero. Usado em móveis e decoração.
Vidro Curvo
O processo de curvatura consiste em colocar o vidro float sobre um molde (matriz) de aço
comum ou inoxidável dentro de um carrinho. Em seguida, esse veículo entra embaixo do
forno suspenso. Após o encaixe da máquina ao carrinho, o vidro é curvado a uma
temperatura média de 650 graus, adquirindo a curvatura definida pelo molde por meio de
gravidade. Em seguida, o vidro é resfriado lentamente para evitar tensões internas. O tempo
gasto no processo é definido de acordo com a espessura e o raio de curvatura.
Há fornos de curvatura para cada área específica – construção civil, indústria moveleira,
automobilística, náutica, máquinas agrícolas, produção de cubas e outras. De fornos mais
simples aos mais sofisticados, o objetivo é melhorar o rendimento e variar tamanhos e
espessuras do vidro, além de seu raio de curvatura, para definir se a curva será mais aberta
ou fechada.
Vidro Fotovoltaico
Vidros Impressos
O impresso, conhecido também como vidro fantasia, é produzido passando-se uma tira de
vidro fundido entre rolos a 900 graus. Dessa forma, desenhos em relevo nos rolos são
transferidos ao vidro. Ou seja, em sua fabricação, são utilizadas as mesmas matérias-primas
e insumos básicos empregados no processo do vidro float. A diferença está na utilização de
dois cilindros metálicos na saída do forno por onde passa o vidro já elaborado (massa
fundida). O rolo superior é liso e o inferior detém em sua superfície a gravação do desenho
(padrão) que se deseja imprimir no vidro. O espaçamento entre os dois rolos determina a
espessura do produto acabado. Após a impressão, o vidro plano, que ainda não está
completamente rígido, é conduzido por um conjunto de rolos chamado de estenderia, onde
ocorre o seu processo de resfriamento de maneira lenta e gradual. Em seguida, o vidro é
cortado em chapas, nos tamanhos programados. O impresso pode receber beneficiamentos
como laminação, têmpera, espelhamento, jateamento e bisotê.
Fonte:
Abravidro e CEBRACE