Anda di halaman 1dari 12

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação

XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Curitiba - PR – 26 a 28/05/2016

#NãoFicoParado: A publicidade cede espaço para a Responsabilidade


Social1

Liene Mesquita LIMA2


Margareth MICHEL3
Universidade Católica de Pelotas, Pelotas, RS

RESUMO
O presente artigo busca compreender, a partir dos conceitos de publicidade e propaganda,
bem como o conceito de propaganda institucional, o momento em que as organizações ou
empresas cedem espaço do seu conteúdo nos meios de comunicação de massa com caráter
essencialmente mercadológico e passam a se comprometer com responsabilidade social.
Busca-se evidenciar, portanto, através da análise do caso da campanha "Não Fico Parado"
que busca o combate à proliferação do mosquito que transmite doenças como a dengue e o
zika vírus, vinculada à empresa Ambev, o uso do conceito de responsabilidade social como
estratégia de comunicação, contribuindo para a imagem da organização junto ao seu público
externo e interno e, assim, a maior possibilidade de crescimento empresarial e uma imagem
institucional positiva.

PALAVRAS-CHAVE: publicidade; propaganda; propaganda institucional;


responsabilidade social; público interno.

Introdução

A responsabilidade Social ultrapassa o âmbito daquilo que caracteriza as empresas


como, simplesmente, empresas do âmbito mercadológico. Ultimamente, muitos fatores são
necessários para tornar uma organização ou, empresa, sustentável ao ponto de que as
mesmas sejam denominadas como locais que exercem muito mais do que um novo modelo
de modernização, mas sim, atribuição à melhores condições de gestão das empresas para
com seus consumidores, fazendo com que as ações de publicidade e propaganda revelem as
ações ambientais e sociais que as empresas buscam a fim de dar maior suporte ao seu
desenvolvimento, aqui também, o financeiro

1
Trabalho apresentado no IJ 2 – Publicidade e Propaganda do XVII Congresso de Ciências da
Comunicação na Região Sul realizado de 26 a 28 de maio de 2016.
2
Estudante do 5º Semestre do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e
Propaganda na Universidade Católicade Pelotas, e-mail: lienemesquita@hotmail.com
3
Orientadora do trabalho. Profª do curso de Comunicação Social da UCPEL, Pelotas/RS, Mestre em
Desenvolvimento Social e Mestre em Lingüística pela UCPEL, email: margareth.michel@gmail.com

1
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Curitiba - PR – 26 a 28/05/2016

Com isso, e não tornando-se totalmente longe disso, a busca pelo espaço e destaque
no meio empresarial deixa claro as mais diversas instâncias de poder contidas nestes
processos realizados, enquanto diariamente as suas ações perante o mercado precisam ser
renovadas procurando cada vez mais um suporte, principalmente em meio ao conteúdo
publicitário nos meios de comunicação de massa, fazendo com que as empresas ganhem
visibilidade e consigam, através das exposições acerca das suas atitudes condizentes com os
modelos atuais de responsabilidade social e ambiental, um maior número de consumidores,
parceiros e empresas igualmente, socialmente, responsáveis.
Em um contraponto, para haver uma função igualitária entre um todo, as empresas
que buscam uma sustentabilidade mais significante no seu meio empresarial, , ou seja, os
próprios meios de comunicação, procuram exercer e, estabelecer, os seus vínculos para com
estas empresas moralmente sustentáveis socialmente, e levando aos seus consumidores, em
um comum ato de repartição igualitária, ações comunitárias visando um vínculo mais do
que institucional, mas sim, comunitário em prol dos principais problemas que o próprio
consumidor enfrente no seu dia a dia.
Historicamente, pode-se utilizar como conceito principal para a explicação dessa
expansão empresarial, os avanços tecnológicos ocorridos a partir do século XX, com a
proliferação da utilização e modernização dos meios de comunicação de massa, dos
computadores e das vantagens que os aparelhos tecnológicos estariam, por fim, trazendo ao
novo tempo e, consequentemente, ao século XXI. A contextualização histórica servirá para
determinar, principalmente, que os meios de produção se tornaram cada vez mais
significativos a partir da contextualização que pode ser feita entre o meio de produção e o
que produz, tornando o processo de transformação entre estas duas relações feitas, um
estado de natureza em si.

Publicidade, Propaganda e Propaganda Institucional

A palavra publicidade, do latim publicus, compreende o ato de divulgar e de tornar


público. A palavra propaganda, no entanto, do latim propagare, compreende o significado
de propagar algo.
Historicamente, o sentido inicial para o conceito de publicidade foi definido através
do caráter exclusivamente informativo, porém, a partir da Revolução Industrial, a produção
em massa e a centralização econômica modificaram o sentido atribuído para o termo
publicidade, já que, o caráter informativo persistia e persiste, mas a finalidade do termo

2
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Curitiba - PR – 26 a 28/05/2016

passa a ser a produção de desejo ou necessidade de consumo pelos produtos ou serviços que
são oferecidos. De acordo com Rabaça e Barbosa (1987), publicidade pode ser definida
como: "Qualquer forma de divulgação de produtos ou serviços, através de anúncios
geralmente pagos e veiculados sob a responsabilidade de um anunciante identificado, com
objetivos de interesse comercial" (RABAÇA, BARBOSA, 1987, p. 481).
Já, a propaganda está estreitamente ligada à propagação de ideias, doutrinas,
princípios e crenças. Define-se, então, através de um caráter ideológico, utilizando de
símbolos e representações a fim de dirigir, de forma persuasiva, o comportamento dos
indivíduos em sociedade, ou melhor, "a manipulação das atitudes coletivas" (CHILDS,
1967, p. 101). Garcia (1982) entende a propaganda como:

[...] técnica de difusão de concepções gerais da realidade, com o objetivo


de dirigir o comportamento dos indivíduos na sociedade. Distingue-se da
publicidade destinada a induzir à compra de produtos ou utilização de
serviços". (GARCIA, 1982, p. 11)

Há alguns autores (SAMPAIO, 1999) que utilizam dos conceitos de publicidade e


do conceito de propaganda de forma indistinta, neste caso, na maioria das vezes, opta-se
pelo uso do conceito de "propaganda" e diferencia-se o termo através do uso de
adjetivações que definem o objetivo das peças, como "propaganda política", "propaganda
comercial", "propaganda de utilidade pública" e "propaganda editorial" (SAMPAIO, 1999,
p. 25).
É importante ressaltar as principais tarefas que são repercutidas socialmente por
ambos os conceitos, tanto o da publicidade quanto o da propaganda, a partir de Sampaio
(1999). O autor destaca, primeiramente, o papel de divulgar uma marca, ou seja, fazê-la
mais conhecida, mas também mais íntima dos consumidores que já a conhecem e
consomem dos seus produtos ou serviços. Destaca, também, a tarefa de promoção da marca
ou da empresa, ressalta-se, assim, os aspectos mais competitivos da organização; a tarefa de
criação de mercado, expansão de mercado e consolidação de mercado, bem como a tarefa
de correção do mercado, ou seja, uma mudança em relação a imagem que a marca ou
empresa pretende passar, necessária através da percepção de que as características
vantajosas do produto ou serviço do anunciante – entende-se anunciante, segundo o autor,
como o responsável pela geração da publicidade e propaganda - não estão sendo
repercutidas com eficiência.

3
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Curitiba - PR – 26 a 28/05/2016

Para este trabalho, deverá ser tratado com mais relevância a capacidade da
publicidade e propaganda de educar o público, no seu sentido mais amplo, quando o
consumo não depende apenas de fatores promocionais e de divulgação, mas sim, quando o
consumo da ideia ou do produto depende da formação de uma atitude ou hábito do
consumidor (SAMPAIO, 1999). Compreende-se, assim, a propaganda institucional como
uma das principais peças utilizadas pela publicidade e propaganda através da percepção da
importância das organizações ou empresas buscarem maior atuação social, utilizando para
esta finalidade da prática de responsabilidade social, buscando, por conseguinte, que a
imagem institucional da empresa ou organização possa ser otimizada.
Diante da competividade mercadológica acirrada, de um público consumidor muito
mais consciente, crítico e, consequentemente, exigente, bem como das questões sustentáveis
que estão, à todo momento, em pauta como material informativo divulgado pelos meios de
comunicação de massa, a propaganda institucional torna-se uma estratégia para agregar
valor e respeitabilidade social pelas organizações ou empresas. Pinho (1990) ressalta
propaganda institucional como tendo o “propósito de preencher as necessidades legítimas
da empresa, aquelas diferentes de vender um produto ou serviço”. (PINHO, 1990, p. 23) No
entanto, Gracioso (1995) compreende propaganda institucional somente a partir do uso de
mensagens, ou peças, veiculadas a partir dos meios de comunicação de massa:

Consiste na divulgação de mensagens pagas e assinadas pelo patrocinador,


em veículos de comunicação de massa, com o objetivo de criar, mudar ou
reforçar imagens e atitudes mentais, tornando-as favoráveis à empresa
patrocinadora. (GRACIOSO, 1995, p. 23-24)

Assim, a propaganda institucional pode ser vista como uma importante aliada para
as organizações e empresas, compreendida através da divulgação de mensagens em veículos
de comunicação de massa (GRACIOSO, 1995) e apresentando propósitos diferentes do
contexto mercadológico, como a venda do produto ou serviço (PINHO, 1990), busca,
portanto, criar, alterar ou fortalecer a imagem da organização para com o seu público
interno e externo, contribuindo, através de ações socialmente responsáveis, para a sociedade
em geral.

Responsabilidade Social

Atualmente, é preciso atentar-se para a preocupação socioambiental, o que vai


muito além do aquecimento global, fazendo com que se observe o consumo exacerbado de

4
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Curitiba - PR – 26 a 28/05/2016

tudo que acaba por ser, muitas vezes, descartado de forma ineficiente gerando uma
produção gigantesca de lixo, a escassez de recursos naturais, as transformações climáticas e
as catástrofes naturais. Essa preocupação deve ser percebida principalmente no meio
empresarial, já que as atividades, principalmente vinculadas à grandes empresas, provocam
não só efeitos sociais, mas sim, efeitos ambientais.
Em meio a este contexto, a responsabilidade social não surge como uma tendência
mercadológica, mas como uma necessidade socioambiental. Ao compreender
responsabilidade social como um conceito, verifica-se diversos autores que divergem em
suas definições acerca do termo, porém, de uma forma geral, responsabilidade social tem
como objetivo a construção de bem estar comum e melhoria da qualidade de vida à todos os
indivíduos que vivem na comunidade em que a empresa ou a organização está instalada e,
consequentemente, da sociedade como um todo. Nesse sentido, Ashley et al. (2002, p. 6)
define “responsabilidade social como toda e qualquer ação que possa contribuir para a
melhoria da qualidade de vida da sociedade”.
Para o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, por exemplo,
responsabilidade social pode ser compreendida como "uma forma de conduzir os negócios
da empresa de tal maneira que ela se torne parceira corresponsável pelo desenvolvimento
social".
As organizações e empresas, através da responsabilidade social, passam a não ser
compreendidas apenas com o objetivo mercadológico e como possibilidade de gerar
empregos e rendas em determinada região, mas também, passam a ser uma possibilidade de
minimizar problemas sociais e ambientais. De acordo com Kunsch (1997), responsabilidade
social pode ser compreendida através das "obrigações da empresa para com a sociedade"
(KUNSCH, 1997, p.143).
Cabe ressaltar ainda que, as organizações e empresas não são vistas apenas como
parceiras dos indivíduos de determinada comunidade ou da sociedade em geral em que a
empresa ou organização atua, mas também, são compreendidas como parceiras do Estado,
já que contribuem diretamente para a área como um todo onde atuam. Conforme Melo Neto
e Froes (2001):

A Responsabilidade Social busca estimular o desenvolvimento do cidadão


e fomentar a cidadania individual e coletiva. Sua ética social é centrada no
dever cívico [...]. As ações de Responsabilidade Social são extensivas a
todos os que participam da vida em sociedade – indivíduos, governo,

5
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Curitiba - PR – 26 a 28/05/2016

empresas, grupos sociais, movimentos sociais, igreja, partidos políticos e


outras instituições." (MELO NETO e FROES, 2001, p. 26-27)

Contudo, há autores (OLIVEIRA, 2002; MOREIRA, 2002) que compreendem


responsabilidade social não só a partir do bem estar que é constituído para a sociedade, mas
sim, do reflexo positivo que isso acarreta para a imagem da empresa. Na sociedade de
consumo atual, são diversos os produtos ou serviços oferecidos ao consumidor em um
mesmo segmento, o que normalmente diferencia um produto do outro é a sua marca ou
alguns detalhes mínimos, o que torna a escolha do consumidor, por muitas vezes, uma
escolha subjetiva que surge a partir das suas próprias experimentações e motivações
individuais. Por conta disso, as estratégias de marketing estão encontrando cada vez mais
dificuldades, já que, entender o público alvo enquanto grupo não se faz tão eficiente, muitas
vezes o que ocorre são motivações individuais para que ocorra, de fato, o ato da compra.
Para tanto, diante das exigências, das subjetividades dos consumidores modernos e
da competividade do mercado, bem como a menor possibilidade de inovação, já que não
existe grande diferenciação entre os produtos – existe uma gama de marcas para um mesmo
tipo de produto ou serviço -, comprometer-se com as questões acerca da responsabilidade
social acaba por funcionar como um diferencial no processo de escolha do consumidor.
Neste contexto, Oliveira (2002) destaca que:

No mundo dos negócios globalizados, as empresas são forçadas a adquirir


ou alterar sua postura frente às pressões de uma sociedade que vem
exigindo compromisso social por parte das mesmas. Esse compromisso
social, além de tudo, legitima as empresas como agentes de promoção
social e favorece o estabelecimento de uma relação mais saudável de
credibilidade entre empresa e sociedade. (OLIVEIRA, 2002, p. 1)

Em se tratando, principalmente, de uma organização privada, ou seja, uma empresa


com fins lucrativos, considera-se socialmente responsável apenas quando o valor gerado
não é distribuído somente para os proprietários e acionistas, mas sim, para todos os públicos
que estão ligados à empresa, incluindo o público interno e externo. Faz se necessário,
portanto, o investimento em ações que possam proporcionar bem-estar aos funcionários,
uma comunicabilidade interna mais satisfatória, e assim, disputando uma diferenciação no
mercado (REGO, 1986, p. 172), bem como, possibilitando garantia de satisfação aos
consumidores (BALDO, 2002).

6
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Curitiba - PR – 26 a 28/05/2016

Público Interno e Público Externo

A atuação de uma organização ou empresa no mercado e os resultados que a mesma


obtêm tem como fator decisivo a forma como os funcionários, independente da posição que
ocupem no organograma empresarial, atuam, não só individualmente, mas sim, entre si e
em relação as políticas e valores da própria empresa. Para um empresa obter sucesso,
mesmo sendo uma empresa de pequeno, médio, ou grande porte, é necessário que o seu
público interno esteja trabalhando junto aos esforços de comunicação, aos valores e missão
que a empresa possui em relação ao mercado e a sociedade.
Público interno diz respeito, de acordo com Fortes (2003), a todo e qualquer
contratado da empresa, ou seja, as pessoas ou os grupos que estão de alguma maneira
vinculados à organização de forma legal. Porém, o autor Marchesi (2005) destaca que não
só os empregados da empresa fazem parte do público interno, mas também, os seus
familiares.
A empresa ou organização deve dispor de planos de distribuição e estratégias de
comunicação tão eficazes quanto as que são traçadas para o público externo, já que, o
público interno é visto como o público que melhor detêm reputação e estratégia para avaliar
a empresa (MARCHESI, 2005), tornando-se, portanto, um público exigente que necessita
de ações de comunicação que utilizem de credibilidade (BRANDÃO, SOUZA, 2006).
A empresa enquanto instituição deve funcionar através de um diálogo plano, ou
seja, sem desigualdades em relação aos níveis de posições em relação ao organograma
empresarial, bem como à todos os grupos que possam, de alguma maneira, obter um
vínculo estabelecido para com a instituição. Segundo Andrade (1989), o público interno,
misto, e/ou externo, sendo estes, respectivamente, os funcionários e seus familiares, a
clientela e os espectadores, originam-se apenas através da realização deste diálogo plano e a
garantia de uma comunicabilidade positiva. Assim, diminui-se a possibilidade de falhas na
comunicação empresarial e, consequentemente, a maior possibilidade de crescimento
empresarial e uma imagem institucional positiva.

Ambev

A Ambev, Companhia de Bebidas das Américas, surge em 1999, através da união


das já então centenárias Cerveja Brahma e Companhia Antarctica. A união das duas
organizações resultou em 16 mil funcionários que uniam esforços para iniciar os trabalhos

7
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Curitiba - PR – 26 a 28/05/2016

da companhia, atualmente, a empresa possui 52 mil funcionários, sendo 34 mil funcionários


empregados no Brasil.
A empresa, sediada em São Paulo, no Brasil, possui 32 fábricas e 100 centros de
distribuição direta e outros 5 centros de excelência no Brasil, distribuindo 30 marcas de
bebida, sendo líder no ranking das cervejarias na América Latina e fazendo parte da
Anheuser-busch Inbev n.v/s.a (abi), o maior grupo cervejeiro do mundo. A empresa
descreve o seu trabalho através de três principais palavras, excelência, respeito e
colaboração, entendendo que a união destes termos qualificam uma atitude sustentável, a
sua missão é "Ser a melhor empresa de bebidas, unindo as pessoas por um mundo melhor".

Dengue e o Zika Virus

A dengue não é uma doença nova e foi, na sua origem, diagnosticada no final do
século XVII, no Egito e na África, porém, foi apenas no século XVIII, com seus primeiros
casos conhecidos no Sudoeste Asiático, em Java, e nos Estados Unidos, na Filadélfia, que a
doença constatou uma enorme proliferação. Ele foi descrito cientificamente pela primeira
vez em 1762, quando foi denominado Culex aegypti. O nome definitivo – Aedes aegypti –
foi estabelecido em 1818, após a descrição do gênero Aedes. No século XX, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) a reconheceu como doença e então ela pode partir com um
principio para obter uma luta contra a mesma.
Os casos de febre hemorrágica começaram a aparecer na década de 50, nas Filipinas
e na Tailândia e, nos anos 60, as Américas começaram a sofrer mais com a doença,
principalmente com a primeira epidemia de dengue hemorrágico em Cuba, em 1981. Ainda
no século XVII, na África, houveram os primeiros casos de Zika Virus e Chikungunya.
No brasil, mais especificamente em 1685 ocorreu o primeiro caso de Dengue, no
Recife. Em 1903, Oswaldo Cruz, então Diretor Geral da Saúde Pública, implantou um
programa de combate ao mosquito que alcançou seu auge em 1909. Em 1957, anunciou-se
que a doença estava erradicada no Brasil, embora os casos continuassem ocorrendo até
1982, quando houve uma epidemia em Roraima.
Se tratando de problemas socioambientais, duas causas provocam sintomas não
somente físicos a população, como também, psicológicos em muitos estados brasileiros,
como, principalmente, os causados pelo mosquito Aedes aegypti, o zika virus e a
chikungunya. A diferença de ambas se determina apenas em quesitos como a diferenciação
da febre – Enquanto a chikungunya apresenta febre alta a Zika apresenta uma espécie de

8
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Curitiba - PR – 26 a 28/05/2016

“ausência de febre” - mas no restante, como dores no corpo, dor de cabeça e nas
articulações, acabam tornando as doenças semelhantes, mesmo que seus fatores de risco em
cima do contaminado sejam um pouco diferentes. Isso evidencia cada vez mais o fato de
que a sua proliferação deve deter-se muito as questões socioambientais, de sustentabilidade
social, e não somente aos problemas relacionados a saúde pública.

O Caso

Na sexta do dia 4 março de 2016, durante o horário nobre, a Ambev colocou no ar


sua campanha pelo combate ao Zika vírus. A partir da distribuição de um VT publicitário de
um minuto e funcionar como um convite ao uso da hashtag #naoficoparado, a cervejaria
buscou sensibilizar a população brasileira sobre a proliferação do mosquito Aedes aegypti,
transmissor dos vírus da Dengue, Zika e Chikungunya. O VT publicitário foi produzido
pela LDC e contou com a participação da apresentadora Sabrina Sato, abordando, em seu
conteúdo, dicas e sugestões para que a população em geral possa acabar com os criadouros
dos mosquitos.
Figura 1 - Ambev convoca brasileiros para virar o jogo contra o Zika

Fonte: Internet
Figura 2 – Funcionários envolvidos na campanha Figura 3 - Cartaz

Fonte: Internet

9
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Curitiba - PR – 26 a 28/05/2016

Primeiramente, por se tratar de um VT publicitário que tem como público alvo a


população brasileira em geral e trazer, em uma das frases da sua narrativa, mais
precisamente aos 40 segundos de vídeo: "Assim como este comercial, que era para ter um
dos produtos da Ambev, mas deu espaço para este movimento", fica evidente a forma como
a campanha utiliza do conceito de responsabilidade social, cede o seu espaço publicitário,
para uma propaganda, ou seja, a difusão de uma ideia, visando mudar o comportamento em
prol de uma causa. Como o seu público alvo, ou melhor, o público externo não só se fazem
a partir dos consumidores das marcas produzidas pela empresa Ambev, mas também, toda a
sociedade em prol de um bem comum, enfatiza-se ainda mais a responsabilidade social
utilizada para a campanha. "Pior que água parada é você parado – vamos virar esse jogo" é
a frase central da campanha, servindo como um alerta para a sociedade como um todo.
A empresa compreendeu, porém, que a campanha deveria se estender além dos
limites dos meios de comunicação de massa, já que 80% dos criadouros do mosquito estão
nas residências. Com isso, além do VT e das peças que integram a campanha, a empresa
convocou os seus mais de 32 mil funcionários, para uma mobilização e distribuição à
população de cerca de um milhão de folhetos educativos em relação as formas de prevenção
e combate à proliferação do mosquito e, consequentemente, das doenças que o mesmo
acarreta.
Durante o dia 4 de março de 2016, os funcionários, ou melhor, o público interno,
visitou casas, bares, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais para entregar à
população mais de dois milhões de folhetos, além de cartazes educativos, enfatizando ainda
mais o uso do conceito de responsabilidade social na campanha para a formação de uma
propaganda institucional, reforçando os papéis sociais e construindo comunicabilidade
dentro e fora do ambiente da organização, o ambiente empresarial.
Figuras 4 e 5 – Funcionários envolvidos na campanha vão às ruas

Fonte: Internet

10
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Curitiba - PR – 26 a 28/05/2016

A fim de possibilitar maior motivação e um crescimento no engajamento em relação


ao público interno, a empresa lançou o "Incentivo Não Fico Parado", criando um aplicativo
para monitorar a proposta do incentivo: A empresa estabeleceu uma série de tarefas para
combater o Zika e, conforme os funcionários realizam as mesmas, registram através do
aplicativo. Após a contagem dos resultados obtidos, a unidade que realizar o maior número
de tarefas será reconhecida através de troféus e prêmios. Além disso, dentro das unidades da
empresa, são realizadas auditorias semanais para que o público interno se mantenha livres
do mosquito. Assim, fica compreendido a valorização do público interno, a iniciativa se fez
para que não haja falhas de comunicação em nenhuma das instâncias da empresa em relação
a missão da campanha: combater o mosquito da dengue e as doenças que o mesmo acarreta.

Considerações Finais

Propõe-se, logo, uma visão inteligente feita pelos meios de comunicação em um


comum acordo com as empresas que visam essas relações entre o trabalho e aquele que
consome o seu produto. É, de fato, evidenciado que as relações aqui ultrapassam o que é
tido como, as ações externas das empresas sejam apenas efetivadas somente entre aqueles
que detêm o conjunto de toda a manobra mercadológica destas organizações, entendimento
que não é correto.
As ações efetivadas diante das relações entre os meios de produção e a sociedade
são consideravelmente relacionadas, e é necessário que sejam realizadas desta forma,
enquanto há, e sempre haverá devido ao principal efeito tido como a globalização
tecnológica, os agentes internos que consomem estes produtos. Não entendi muito bem o
que queres dizer aqui.
Diante disto, e desempenhando uma responsabilidade essencialmente corporativa, a
Louis Dreyfus Company, procurando manter cada vez mais forte a sua vertente sustentável,
criou a campanha da Ambev a fim de ajudar, a comunidade em geral, no combate ao Zika
vírus e sobre a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da Dengue, a
própria Zika, e Chikungunya. Não limitando-se a campanha publicitária realizada pela
empresa apenas, mas a questão fundamental a ser discutida aqui é averiguar se, de fato, as
empresas que se mostram ativamente em prol de manter-se diante de um controle que
envolve as suas ações de marketing com relação ao que é dito como responsabilidade
social, é, de fato, ma procura destas empresas em qualificar o seu método de gestão ou
apenas, pura e simplesmente, um interesse econômico.

11
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Curitiba - PR – 26 a 28/05/2016

Isso, portanto, caracteriza uma das demais ações que podem ser enxergadas como
fundamento principal para caracterizar as relações entre empresas que são
responsavelmente sustentáveis e aumentando ainda mais o seu investimento financeiro e
sustentando cada vez mais o seu modelo social, principalmente quando se utiliza a ação de
marketing através da publicidade e propaganda das empresas.

Referências Bibliográficas

ANDRADE, Cândido Teobaldo de Souza. Application aux rélations publiques du concept


de public. In: MARTIGNY, François de. Le destin des rélations publiques: essays. Cidade:
Editora, 1977. p. 65-85.

BRANDÃO, Luiz Fernando de Araújo; SOUZA, Antonio Villas Boas. Muito Além do
Mural.

CHILDS, Harwod L. Relações públicas, propaganda e opinião pública. FGV, Rio de


Janeiro, 1967.

FORTES, Waldir Gutierrez. Relações Públicas: processo, funções, tecnologias e estratégias.


2. ed. São Paulo: Summus, 2003.

GARCIA, Nelson Jahr. O que é propaganda ideológica. Brasiliense, São Paulo, 1982.

GRACIOSO, F. Propaganda institucional: nova arma estratégica da empresa. São Paulo:


Atlas, 1995.

NASSAR, Paulo (org.). Comunicação Interna: A Força das Empresas. Vol. 2. São Paulo:
ABERJE, 2005. cap. 3, p. 45-51.

NASSAR, Paulo (org.). Comunicação Interna: A Força das Empresas. Vol. 3. São Paulo:
ABERJE, 2006.

MARCHESI, Amauri. Comunicação Interna: Fator Humano como Diferencial Competitivo.

PINHO, J. B. Propaganda institucional: usos e funções da propaganda em relações públicas.


São Paulo: Summus, 1990.

RABAÇA, Carlos A. e BARBOSA, Gustavo. Dicionário de comunicação. Ática, São Paulo,


1987.

12

Anda mungkin juga menyukai