Por força das profundas transformações econômicas e sociais que se deram ao longo do
último século, as estruturas, competências e normas estatais experimentaram um
crescente distanciamento da realidade social. Essas intensas alterações deram-se em um
ritmo acelerado, maior do que as condições de atualização da legislação e do sistema
judicial [01], e uma explosão de litigiosidade constituiu-se em demanda incompatível com as
estruturas existentes. Esse descompasso foi se agravando, trazendo obstáculos e
dificuldades crescentes à atuação dos órgãos jurisdicionais, até o ponto de a sociedade e
os operadores do sistema judiciário declararem à unanimidade a existência de uma
situação de "crise do Judiciário".
A superação de uma "crise" não se faz somente pelo desejo comum de querer superá-la.
Sua concretização passa por um plano de ação, que envolve mudanças. E como realizar
mudanças em um sistema que a elas resiste? José Geraldo de Sousa Júnior, ao
responder a indagação de se é possível uma sociedade democrática com um poder
judiciário conservador, diz que "não é possível uma democratização plena da sociedade se
uma de suas instituições essenciais se conserva como modelo instrumental resistente,
porque ele se tornará obstáculo à própria mudança" [02].
No séc XX, a procura de bases científicas para a melhoria da prática empresarial fez surgir
as mais diversas teorias administrativas. Os primeiros trabalhos nesse sentido foram
desenvolvidos pelo americano Frederick Winslow Taylor, em sua Escola da Administração
Científica, e por Henry Fayol, que veio a desenvolver a chamada Teoria Clássica da
Administração. Os postulados desses dois teóricos praticamente dominaram as quatro
primeiras décadas do séc XX. Posteriormente, vieram muitas outras teorias, agrupadas,
segundo a lição de Chiavenato [03], sob diferentes abordagens: humanística, neoclássica,
estruturalista, comportamental, sistêmica e contingencial. Hoje, as várias teorias da
administração são abrangentes, e suas técnicas, aplicáveis a qualquer ramo de atividade.
Para a Administração, o ato de administrar pode ser definido como sendo o ato que
envolve uma das funções administrativas [04], quais sejam: prever, organizar, comandar,
coordenar e controlar [05]. Essas funções administrativas se manifestam, no entanto, de
formas substancialmente diferentes, em teoria e na prática, conforme o ambiente em que
se realizam seja público ou privado. Isso ocorre por força do distanciamento histórico que
se operou, ao longo das últimas décadas, entre as práticas de gestão nessas duas esferas
de atuação administrativa e que deixa, hoje, em termos de eficiência, a administração
empresarial muito à frente das práticas de organização, controle, planejamento e gestão
do Estado.
Dentre as contribuições que tem prestado a Administração para a realização eficiente dos
serviços judiciais, aqui destacaremos, em especial, as teorias de planejamento. É que, de
fato, para a realização de mudanças significativas, há que se planejá-las. Planejar é prever
ações futuras com vistas a alcançar um objetivo; é reconhecer a melhor opção dentre as
muitas opções possíveis; é escolher um caminho em detrimento de outros igualmente
bons caminhos.
Ao tempo em que intenta lançar algumas bases para a construção de uma teoria de
administração judiciária, este estudo constitui um ensaio acerca das possíveis
contribuições que as modernas teorias e técnicas administrativas, principalmente as
teorias de planejamento estratégico, poderiam oferecer para uma modernização do
sistema judiciário. Inclui conceitos administrativos e jurídicos, propondo efetuar um diálogo
entre esses dois campos, identificando-lhes as intersecções e trazendo propostas para
aplicações práticas e novas reflexões teóricas.
O Poder Judiciário é a estrutura de Estado cuja função precípua é prestar a jurisdição [06], o
que corresponde à sua função jurisdicional. Significa dizer que a função dos órgãos que
integram o Poder Judiciário, magistrados e Tribunais, é a de julgar, ou seja, aplicar a lei ao
caso concreto e conflituoso, sob provocação do interessado e com efeitos definitivos. Para
cumprir sua função principal, no entanto, o Judiciário exerce também a função
administrativa, que compreende a atuação necessária à organização e gestão de seus
órgãos e serviços (CF/88, art. 96, I). Essa atuação administrativa é tarefa desempenhada
individualmente pelo magistrado, enquanto agente público, e também institucionalmente
pelos Tribunais [07], no exercício de suas funções decorrentes de sua autonomia
administrativa e financeira (CF/88, art. 99).
Por primeiro, o Poder Judiciário, para cumprir sua função, depende de estruturas que lhe
são externas. De um lado, o Judiciário só julga as causas que lhe são demandadas. E
nisso há a participação dos advogados, públicos ou privados, dos defensores e dos
representantes do Ministério Público, representantes das chamadas funções essenciais à
Justiça (CF/88, Capítulo IV). Por outro lado, os órgãos julgadores julgam com base e
conforme leis emanadas do Poder Legislativo, normas que ditam direitos e deveres e que
também ditam o processo, ou seja, a forma pela qual o ato de julgar será produzido. Para
assegurar a garantia de direitos, existe ainda a participação de outras estruturas, como as
de polícia judiciária e de serviços notariais e de registros. Ou seja, associar a "crise do
Judiciário" a uma crise do Poder Judiciário é uma leitura no mínimo simplista, de forma
que a administração judiciária também não está restrita aos limites dessa estrutura estatal,
envolvendo o sistema judiciário como um todo.
A Administração, nas palavras de Chiavenato [13], é "a condução racional das atividades de
uma organização". É uma área do conhecimento pela qual o administrador "soluciona
problemas, dimensiona recursos, planeja sua aplicação, desenvolve estratégias, efetua
diagnósticos". As práticas de administração voltadas para as finalidades do Direito,
constituem, em linhas gerais, o que se denomina Administração Judiciária.
Para um estudo analítico do que seja Administração Judiciária, importa fazer algumas
distinções. Para designar os principais significados ligados ao termo, inseridos no conceito
amplo de Administração Judiciária, será convencionado aqui o uso das terminologias
política judiciária, administração judiciária (em sentido estrito) e administração jurisdicional.
Política judiciária pode ser compreendida, portanto, no contexto das escolhas dos agentes
políticos na contínua estruturação e reestruturação do sistema judiciário. Abrange a
atuação legislativa na elaboração de normas pertinentes ao sistema judiciário em geral,
em especial das normas processuais e, no âmbito de atuação do Judiciário, a
jurisprudência em matéria processual construída sob o fundamento último, ainda que não
explícito, de tornar mais funcional o sistema judicial. Os atos de política judiciária se
efetivam em várias esferas de poder e em vários níveis: em nível constitucional, pelo poder
constituinte derivado; em nível legal, por processo legislativo; nos Tribunais, por
construção jurisprudencial ou pela normatividade constante de seus regimentos internos.
São, assim, exemplos de ações de política judiciária as Emendas Constitucionais nos 3, 22
e 45; as leis processuais, que definem e redefinem instrumentos garantidores de direitos; e
a regulamentação da forma de processamento dos feitos nos Tribunais por seus
respectivos regimentos internos.
O sentido mais usual para administração judiciária é aquele que a considera como a
atividade exteriorizada nas ações de planejamento, organização, direção e controle dos
serviços administrativos necessários à operacionalizar a prestação jurisdicional. Esses
serviços são usualmente denominados atividades-meio e sua administração é,
normalmente, delegada a um administrador o diretor-geral, secretário-geral, diretor de
secretaria, diretor da vara ou chefe de gabinete.
Nesse âmbito da administração judiciária, houve, nos últimos anos, uma série de
inovações como resultado da importação de métodos, técnicas e teorias da administração
empresarial para o contexto da administração pública. Investiu-se em informatização, em
modernização das instalações, em treinamento de pessoal. Alguns Tribunais se
empenharam em práticas de Gestão da Qualidade, em metodologias de planejamento
estratégico, em gestão participativa, entre outras. Contudo, apesar dos grandes avanços,
por força da independência e autonomia administrativas dos Tribunais, as políticas
administrativas são diversificadas, difusas e seus resultados, muito heterogêneos. Na
Justiça Federal, com a criação do Conselho de Justiça Federal, viu-se uma maior
padronização nos Tribunais Regionais Federais, em muito devido à troca de experiências,
ao fomento de estudos e à realização de Congressos para esse fim [14].
O ramo do Direito que apresenta afinidade mais estreita com a Administração Judiciária é,
sem dúvida, o Direito Processual. O processo, enquanto encadeamento de atos e fatos
jurídicos que se prestam à uma finalidade, qual seja, a sentença, o ato administrativo ou a
lei (processo judicial, processo administrativo ou processo legislativo, respectivamente)
encontra correspondência na idéia de método, modelo racional de organização de
procedimentos mentais ou de ações. Na administração de empresas e negócios, a figura
do processo está presente na seqüência de etapas necessárias a uma tomada de decisão,
ao alcance de um objetivo ou à produção de certo bem.
Para além do Direito, a Administração Judiciária tem ganhado espaço nos estudos de
Ciência Política ao ser concebida enquanto instância política. Uma recente concepção
política dos tribunais acabou por desmistificar a neutralidade dos juízes, passando as
decisões judiciais a ser objeto de estudos que as relacionam com o perfil dos magistrados,
suas motivações e, ainda, suas interações com o poder político. A administração judiciária,
por esse viés político, enquadra-se na concepção de política judiciária, e envolve a
atuação dos magistrados em prol das mudanças [18].
A crise dos sistemas judiciários não é sentida somente no Brasil. Longe de ser um
fenômeno isolado, é uma questão que se insere no contexto da recente readaptação do
Estado contemporâneo às novas necessidades da sociedade de nosso tempo. Theodoro
Júnior nos informa que
aspirava-se, cada vez mais, a uma tutela que fosse mais pronta e mais consentânea com
uma justa e célere realização ou preservação dos direitos subjetivos violados ou
ameaçados; por uma Justiça que fosse amoldável a todos os tipos de conflito jurídico e
que estivesse ao alcance de todas as camadas sociais e de todos os titulares de
interesses legítimos e relevantes; por uma Justiça, enfim, que assumisse, de maneira
concreta e satisfatória, a função de realmente implementar a vontade da lei material, com
o menor custo e a maior brevidade possíveis, tudo através de órgãos adequadamente
preparados, do ponto de vista técnico, e amplamente confiáveis, do ponto de vista ético. [21]
Na esfera do Poder Executivo, no governo do Presidente Lula, foi criada como órgão do
Ministério da Justiça a Secretaria de Reforma do Judiciário, com a intenção de "atuar
como órgão de interlocução do Executivo com os outros Poderes, além de articular e
consolidar o debate em torno do assunto" [28], atuando a Secretaria em quatro frentes:
"realização de diagnósticos e pesquisas sobre o Poder Judiciário; adoção de iniciativas de
estímulo a projetos de modernização da gestão do Judiciário; articulação quanto a
mudanças na legislação processual civil, penal e trabalhista (alterações
infraconstitucionais) e articulação em relação a alterações na Constituição (Reforma
Constitucional)". A criação da Secretaria recebeu inicialmente fortes críticas por parte de
integrantes do Poder Judiciário [29], porque estaria ferindo a independência dos Poderes.
Tendo sido instalado em 14 de junho de 2005, o Conselho Nacional de Justiça teve seu
Regimento Interno [30] aprovado em agosto do mesmo ano. Dentre as competências fixadas
regimentalmente para o plenário do Conselho, está, em seu art. 19, XIII, a de definir e
fixar, com a participação dos órgãos do Poder Judiciário, podendo ser ouvidas as
associações nacionais de classe das carreiras jurídicas e de servidores, o planejamento
estratégico, os planos de metas e os programas de avaliação institucional do Poder
Judiciário, visando ao aumento da eficiência, da racionalização e da produtividade do
sistema, bem como ao maior acesso à Justiça. Assim, no momento de sua criação, as
ações do Conselho Nacional de Justiça voltam-se em parte à elaboração de um
planejamento nacional. É um desafio ímpar, que não pode ser subestimado, por sua
importância e suas repercussões jurídicas, políticas e sociais.
3. Planejamento estratégico
De fato, uma aplicação direta de métodos empresariais à realidade dos tribunais apresenta
alguns riscos. Em uma empresa, os dirigentes não têm nenhuma obrigação de legitimar
suas decisões diante dos empregados, embora a gestão moderna já acolha a participação
dos empregados no planejamento da corporação, como forma de motivação e também
como técnica de gestão do conhecimento. O ambiente empresarial conta ainda com a
plena liberdade dos dirigentes para a escolha dos caminhos que deve seguir a corporação.
Por outro lado, a gestão pública é cercada de princípios de direito público que limitam e
norteiam a atuação dos gestores, deixando uma margem de discricionariedade quando
necessária.
É relevante atentar para o fato de que tal método de planejamento estratégico é aplicável
não somente para planos da abrangência do Poder Judiciário como um todo, mas para a
realização de planos de gestão dos órgãos judiciários em seus diversos níveis de
complexidade e abrangência. Um exemplo de aplicação do método PES é o planejamento
do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, iniciado em 2000, que incluiu a mobilização da
cúpula e a sensibilização e o envolvimento de todos os servidores. Participaram dos
eventos "juízes e servidores, compreendendo os escrivães, secretários de foro,
assistentes sociais, técnicos de suporte operacional, delegados sindicais, bem como
representantes da Associação dos Magistrados Catarinenses, do Ministério Público, da
Ordem dos Advogados do Brasil - Secção de Santa Catarina e do Sindicado dos
Servidores do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina" [83].
Não obstante, aqui, o tema da administração judiciária tenha sido tratado sob um enfoque
na questão do planejamento estratégico, são muitas as outras áreas da moderna gestão
empresarial aplicáveis e que têm sido de fato aplicadas aos Tribunais e aos órgãos
judiciários como um todo, como as teorias de gestão do conhecimento, de conhecimento
organizacional, de gestão por projetos, dentre outras.
O método PES – Planejamento Estratégico Situacional, por sua coerência teórica e por
sua afinidade com a realidade social e política que permeia as estruturas estatais, pode
constituir um ponto de partida para uma reflexão teórica e metodológica na busca de um
aperfeiçoamento e adaptação dos métodos de planejamento existentes, com vistas a um
método de planejamento estratégico judiciário, que possibilite ser também um instrumento
de planejamento aos operadores do direito em suas esferas específicas de atuação.
Conclusão
A busca crescente de soluções para a crise da Justiça é um dos principais fatores que
contribuíram para que ganhassem relevância os temas referentes a administração
aplicada ao Direito. Isso porque, para lidar com a crescente demanda e na tentativa de
minimizar a morosidade, tem-se incentivado, cada vez mais, ações criativas que possam
otimizar os recursos humanos e materiais disponíveis, bem como o tempo dos
magistrados e dos órgãos julgadores, e que possam, dentro dos limites legais, dar
celeridade ao andamento dos processos. Para isso, os operadores do Direito têm se
utilizado dos métodos e técnicas desenvolvidos pela Administração.
A aplicação de muitos dos métodos e técnicas administrativas, no entanto, requer
adaptações cuidadosas, visto que a administração judiciária tem pressupostos muito
diferentes dos que ditam o mundo corporativo empresarial e, em muitos casos, não há
uma correspondência direta entre uma e outra realidade administrativa. É certo que as
práticas de administração, com ou sem uma reflexão aprofundada, continuarão a ser, cada
vez mais, integradas às práticas jurídicas, por força das necessidades cotidianas e
estruturais e pela divulgação que se tem dado aos modelos e técnicas gerenciais no meio
jurídico. Sem uma base teórica, no entanto, os critérios de conveniência, utilidade,
oportunidade e necessidade tornam-se tanto mais obscuros quanto subjetivos, e dão
margem a críticas e dissensões.
Carlos Matus diz que um problema pode também ser uma oportunidade. A polêmica que
se instaurou diante da criação do CNJ teve como base, sobretudo, a discussão
eminentemente política sobre a proposta de "controle externo" do Poder Judiciário e do
significado de tal controle diante do princípio da separação dos poderes, caro ao Estado
Democrático de Direito. Criado o Conselho, composto por magistrados e representantes
do Ministério Público, dos advogados e da sociedade, tem essa atribuição controvertida,
de controle externo, mitigada pelo potencial que detém o Conselho de figurar como
catalisador e fomentador de mudanças no sistema judiciário brasileiro, por força mesmo da
legitimidade que lhe confere sua composição.
José Geraldo de Sousa Júnior atenta para o fato de que "o direito e o sistema judiciário
têm também que se transformar no processo paradigmático que envolve as instituições
sociais e os sistemas de poderes" [86]. A transformação e modernização do sistema
judiciário passa necessariamente pela concepção de um plano, seja ele implícito ou
explícito, consciente ou inconsciente, objetivo ou subjetivo. O plano, com vistas a ser um
norteador das ações de administração judiciária, envolve técnicas administrativas e ainda
componentes jurídicos e políticos. Seus efeitos, contudo, são sentidos no plano da
realidade social e na esfera dos direitos dos jurisdicionados.
Referências
CHIAVENATO, Idalberto & SAPIRO, Arão. Planejamento estratégico. Rio de Janeiro, Ed.
Campus, 2003.
DINO, Flávio, A Reforma nas Leis Processuais, in: Reforma do Judiciário: Boletim da
Secretaria de Reforma do Judiciário, ano II, nº 4, 2005, p. 2, disponível em:
http://www.mj.gov.br/reforma/ pdf/publicacoes/reforma%20n4.pdf Acesso em: 30.05.2005.
HUERTAS, Franco. O Método PES: entrevista com Matus. São Paulo, FUNDAP, 1996.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo, Malheiros, 27ª
ed., 2002.
Supremo Tribunal Federal, ADI 1.105-MC, Rel. Min. Paulo Brossard, DJ 27/04/01.
VEJA. O raio X da Justiça, revista VEJA, edição 1.904, ano 38, nº 19, pp. 44-47
http://conjur.estadao.com.br/static/text/5277,1
www.gandramartins.adv.br/ artigos_detail.asp?ID=351
www.ibej.com.br/destaques/RefJud1.htm
www.planalto.gov.br/ ccivil_03/revista/Rev_02/parecer%20relator.htm
www.tj.sc.gov.br/institucional/assessorias/asplan/planejamento1.htm
www.tj.sc.gov.br/institucional/assessorias/asplan/planejamento2.htm
ANEXO I - Alguns eventos e iniciativas recentes no âmbito da Administração
Judiciária
Notas
01
Sistema judicial ou sistema judiciário é o termo que designa o conjunto das estruturas
necessárias à realização da Justiça e que, apesar de estar diretamente ligado à função do
Poder Judiciário, não exclui a participação de outras estruturas essenciais à Justiça.
02
SOUZA JÚNIOR, José Geraldo de. Que Judiciário na Democracia? In:
http://www.unb.br/fd/colunas_Prof/ jose_geraldo/fev_02.htm. Acesso em 09/05/2005
03
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de
Janeiro, Ed. Campus, 5ª ed., 1999.
04
Aqui, a expressão função administrativa não é utilizada no sentido técnico-jurídico, como
sendo uma das funções do Estado, mas no sentido que lhe dá a teoria geral da
administração.
05
FAYOL apud CHIAVENATTO, op. cit., p. 102.
06
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo, Malheiros, 27ª
ed., 2002, p. 59
07 "Aos tribunais compete elaborar seus regimentos internos, e neles dispor acerca de seu
funcionamento e da ordem de seus serviços. Esta atribuição constitucional decorre de sua
independência em relação aos Poderes Legislativo e Executivo (...). O regimento interno
dos tribunais é lei material. Na taxonomia das normas jurídicas o regimento interno dos
tribunais se equipara à lei. A prevalência de uma ou de outro depende de matéria
regulada, pois são normas de igual categoria. Em matéria processual prevalece a lei, no
que tange ao funcionamento dos tribunais o regimento interno prepondera. Constituição,
art. 5º, LIV e LV, e 96, I, a." (STF, ADI 1.105-MC, Rel. Min. Paulo Brossard, DJ de
27/04/01)
08
CF/88, art. 93, XIV: "os servidores receberão delegação para a prática de atos de
administração e atos de mero expediente sem caráter decisório".
09
Cf. CF/88, art. 99.
10
Cf. CF/88, art. 96.
11
OLIVEIRA, Alexandre. Hierarquia e subordinação judiciárias. Disponível em:
http://www1.jus.com.br/ doutrina/texto.asp?id=246
12
Muitos softwares desenvolvidos para auxiliar os advogados em seu trabalho e na
administração de seus escritórios são identificados como softwares de "administração
judicial" ou de "gestão jurídica".
13
CHIAVENATO, op. cit., p. 1.
14
Já no ano de 2000 o Conselho da Justiça Federal promoveu o primeiro Congresso de
Administração da Justiça, que neste ano de 2005 realiza sua 5ª edição.
15
Em entrevista ao Jornal do Sindjus de setembro/2005, o Prof. Flávio Dino, Juiz Federal e
Secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça, diz: "em 2003, as estatísticas
registraram que dei 4 mil sentenças. Na verdade só chancelei. Foi a minha equipe quem
deu as quatro mil sentenças e isso é importante ser registrado".
16
Sobre a pauta temática no STF, cf. matéria disponível em:
http://www.gandramartins.adv.br/ artigos_detail.asp?ID=351 e no site do Supremo Tribunal
Federal: www.stf.gov.br
17
A figura do juiz-administrador passou a figurar em seminários e discursos.
Recentemente, o Desembargador Federal Vladimir Passos de Freitas registrou a sua visão
do que seja o papel do juiz-administrador em artigo intitulado "Os dez mandamentos do
juiz administrador", disponível em: www.cjf.gov.br/ revista/folhadocjf/materia5.htm
19
SANTOS, Boaventura de Sousa. A Sociologia dos Tribunais e a Democratização da
Justiça. In: Pela Mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. 2ª ed.
Portugal, Porto: Edições Afrontamento, 1994.
20
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Celeridade e Efetividade da Prestação
Jurisdicional. Disponível em: http://www.abdpc.org.br/artigos/artigo51.htm
21
THEODORO JÚNIOR, ob. loc. cit.
22
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Celeridade e Efetividade da Prestação
Jurisdicional. Disponível em: http://www.abdpc.org.br/artigos/artigo51.htm
23
THEODORO JÚNIOR, ob. loc. cit.
24
TEIXEIRA, Sálvio. O Judiciário e as Propostas de um Novo Modelo. Disponível em:
http://www.neofito.com.br/artigos/art01/jurid185.htm
25
Citamos algumas das iniciativas mais recentes no âmbito das discussões em torno da
questão da Administração Judiciária em lista anexa (ANEXO I)
26
Vide os relatórios em: http://www.ibej.com.br/destaques/RefJud1.htm e
https://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/revista/Rev_02/parecer%20relator.htm
27
SILVA, Ricardo. Considerações sobre a Reforma do Poder Judiciário. R. CEJ,
Brasília, n. 23, p. 73-76, out./dez. 2003
28
Revista "Reforma do Judiciário", publicada pelo Ministério da Justiça, 2005.
29
http://conjur.estadao.com.br/static/text/5277,1
30
Cf. em http://www.cnj.gov.br/pages/anonimo/regimento.htm
31
Um exemplo é a informatização dos Tribunais, que, embora tenha modificado de
maneira expressiva muitos dos procedimentos internos, como a distribuição, o
deslocamento e a localização dos processos judiciais, por terem se operado de forma
independente por cada órgão ou grupos de órgãos, não significaram necessariamente a
integração das informações entre as instâncias julgadoras.
32
Sobre a Administração por objetivos, Chiavenato (1999: 361) diz que é "uma técnica de
direção de esforços por meio do planejamento e controle administrativo fundamentado no
princípio de que, para atingir resultados, a organização precisa antes definir em que
negócio está atuando e aonde pretende chegar."
33
Modelo burocrático de organização, inserido em uma abordagem estruturalista da
administração, que tem na Sociologia da Burocracia de Max Weber seu principal marco
teórico.
34
Alguns desses princípios são os princípios da supremacia do interesse público sobre o
interesse privado, da legalidade, da finalidade, da razoabilidade, da proporcionalidade, da
motivação, da impessoalidade, da publicidade, do devido processo, da moralidade
administrativa, do controle judicial dos atos administrativos, da responsabilidade do
Estado, da eficiência e da segurança jurídica.
35
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de
Janeiro, Ed. Campus, 5ª ed., 1999, p. 255.
36
Chiavenato descreve o desdobramento dos objetivos Esse desdobramento hierárquico
dos objetivos segue a seguinte ordem: 1) objetivos organizacionais (estabelecimento dos
objetivos da organização); 2) políticas (colocação dos objetivos como guias para a ação; 3)
diretrizes (linhas mestras e genéricas de ação); 4) metas (alvos a atingir a curto prazo em
cada órgão); 5) programas (atividades necessárias para cada meta); 6) procedimentos
(modos de execução de cada programa); 7) métodos (planos para execução de tarefas); 8)
normas (regras para cada procedimento).
37
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de
Janeiro, Ed. Campus, 5ª ed., 1999, p. 264.
38
Goodstein, Nolan, & Pfeiffer, 1992
39
P. Drucker, 1984, apud CHIAVENATO, Idalberto & SAPIRO, Arão. Planejamento
estratégico. Rio de Janeiro, Ed. Campus, 2003, p. 39.
40
CHIAVENATO & SAPIRO, op. cit., p. 45.
41
Para dar coerência ao estudo, aqui não figura a gestão pela qualidade, apesar de já
largamente aplicada em muitos órgãos judiciais, pois não se constitui propriamente em
modelo de planejamento, mas de gestão.
42
Dois excelentes resumos do método PES estão disponíveis, um, no site do Tribunal de
Justiça de Santa Catarina, que adotou o método na construção de seu planejamento
estratégico (http://www.tj.sc.gov.br/ institucional/ assessorias/asplan/planejamento2.htm), e
outro, no site http://www.planejamento.gov.br/
arquivos_down/seges/eurobrasil/planejamento_estrategico_texto.pdf
43
Carlos Matus, economista da Universidade do Chile, pós-graduado em Harvard, foi
Ministro do Governo Allende (1973) e Presidente do Banco Central do Chile. Criou e
presidiu a fundação Altadir, com sede na Venezuela, para difundir o método e capacitar
dirigentes.
44
HUERTAS, Franco. O Método PES: entrevista com Matus. São Paulo, FUNDAP,
1996, p. 56.
45
Para Carlos Matus, um problema é bem estruturado se: 1) todas as variáveis são
precisas e numeráveis; 2) todas as relações entre as variáveis são precisas e
enumeráveis; e 3) a solução do problema é objetiva. Em contrapartida, um problema é
quase-estruturado se: 1) só algumas variáveis são precisas e enumeráveis, nunca todas;
2) só algumas relações entre as variáveis são precisas e enumeráveis, nunca todas; e 3) a
solução de um problema quase-estruturado é situacional e sempre discutível. Afirma que
todos os problemas sociais são quase-estruturados.
46
HUERTAS, op. cit., p. 29
47
HUERTAS, op. cit., p. 32
48
HUERTAS, op. cit., p. 33
49
HUERTAS, op. cit., p. 30
50
HUERTAS, op. cit., p. 35
51
HUERTAS, ibidem.
52
HUERTAS, op. cit., p. 49
53
HUERTAS, op. cit., p. 53
54
HUERTAS, op. cit., p. 55
55
HUERTAS, op. cit., pp. 55-56
56
HUERTAS, op. cit., p. 63
57
HUERTAS, op. cit., p. 69
58
HUERTAS, ibidem
59
HUERTAS, op. cit., p. 70
60
HUERTAS, ibidem
61
HUERTAS, op. cit., p. 72
62
HUERTAS, op. cit., p. 69
63
HUERTAS, op. cit., p. 103
64
HUERTAS, op. cit., p. 104
65
HUERTAS, ibidem
66
CHIAVENATO & SAPIRO, op. cit., 324.
67
HUERTAS, op. cit., p. 29
68
Estratégia e planejamento: autores e conceitos imprescindíveis. Org. Carlos Alberto
Júlio e José Salibi Neto. Coletânea HSM Management. São Paulo, Publifolha, 2002, p.
191.
69
Cf. matéria do site Espaço Vital, de 25.08.2004, "Fundação Getúlio Vargas divulga nota
sobre Diagnóstico do Poder Judiciário", disponível em:
http://www.espacovital.com.br/asmaisnovas25082004m.htm
70
A divulgação dos dados foi realizada no Seminário "A Justiça em Números – Indicadores
Estatísticos do Poder Judiciário Brasileiro", realizado nos dias 12 e 13 de maio de 2005, no
Supremo Tribunal Federal.
71
Cf. matéria "O raio X da Justiça", revista VEJA, edição 1.904, ano 38, nº 19, p. 44-47.
72
Cf., por exemplo, a matéria "Justiça em números: levantamento do STF faz retrato
distorcido do Judiciário", por Solange Salgado, Presidente da Associação dos Juízes
Federais da 1ª Região, disponível em: http://conjur.estadao.com.br/static/text/34929,1
73
HUERTAS, op. cit., p. 44.
74
HUERTAS, op. cit., p. 36
75
HUERTAS, op. cit., p. 103
76
LIMA FILHO, Francisco. Acesso à Justiça e os mecanismos extrajudiciais de
solução de conflitos. Sergio Antonio Fabris Editor, Porto Alegre, 2003, p. 321.
77
Busca-se primeiramente a construção de uma "taxonomia" dos conceitos e termos
necessários e de um vocabulário objetivo que possibilite facilitar o diálogo e as reflexões
acerca dos problemas e suas soluções.
78
APOSTOLOVA apud SOUZA JÚNIOR, José Geraldo de. Sociologia Jurídica:
condições sociais e possibilidades teóricas. Porto Alegre, Sérgio Antônio Fabris Editor,
2002, p. 145.
79
SOUZA JÚNIOR, José Geraldo de. Sociologia Jurídica: condições sociais e
possibilidades teóricas. Porto Alegre, Sérgio Antônio Fabris Editor, 2002, p. 145
80
HUERTAS, op. cit., p. 103
81
HUERTAS, op. cit., p. 104
82
A Gestão do Conhecimento é campo de estudos consolidado, que trata do processo de
identificação, produção, recuperação, disseminação e compartilhamento de
conhecimentos em uma organização.
83
Sobre o planejamento estratégico do TJ/SC, cf: MOREIRA, João, Projetar o futuro é
planejar o presente: receita de sucesso do Judiciário de Santa Catarina Rev. CEJ, n.
24, p. 30-32, 2004; e no site do Tribunal:
http://www.tj.sc.gov.br/institucional/assessorias/asplan/planejamento1.htm
84
DINO, Flávio, A Reforma nas Leis Processuais, in: Reforma do Judiciário: Boletim da
Secretaria de Reforma do Judiciário, ano II, nº 4, 2005, p. 2, disponível em:
http://www.mj.gov.br/reforma/ pdf/publicacoes/reforma%20n4.pdf
85
cf. ANEXO I
86
SOUZA JÚNIOR, José Geraldo de. Que Judiciário na Democracia? In:
http://www.unb.br/fd/colunas_Prof/ jose_geraldo/fev_02.htm. Acesso em 09/05/2005