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COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.

Uma solução para fundações em solos colpasíveis no Campus da


UFC no Cariri
Francisco Chagas da Silva Filho
Universiade Federal do Ceará, Fortaleza, Brasil, fchagas@ufc.br

Alfran Sampaio Moura


Universiade Federal do Ceará, Fortaleza, Brasil, alfransampaio@ufc.br

Marcos Massao Futai


Universiade de São Paulo, São Paulo, Brasil, futai@usp.br

RESUMO: Este artigo apresenta um caso das fundações dos blocos acadêmicos do Campus da UFC
no Cariri. Durante a propecção geotécnica realizada no local, identificou-se a presença de solo
potencilamente colapsível. Pelos resultados de ensaios duplos de adensamento verificou-se que as
deformações oriundas de um possível colapso crescem com as tensões de compressão até atingir um
valor máximo, para então reduzir até valores despezíveis. São analisados os resultados dos ensaios
duplos de adensamento para definir os parâmetros a serem utilizados em um programa de elementos
finitos para estimar o recalque em função do colpapso por inundação. Os ensaios indicam que o
colapso máximo ocorreria a baixos valores de tensões de compressão e inferior as tensões aplicadas
pela fundação. Dessa forma após as simulações numéricas foi sugerido que deveria ser feito uma
inundação prévia e uniforme em toda a área da edificação para minimizar os problemas futuros
após a conclusão da obra.

PALAVRAS-CHAVE: Colapso, fundação, elementos finitos, cisalhamento.

1 INTRODUÇÃO análises com o objetivo de determinar as


características importantes do subsolo da
Este artigo apresenta a avaliação das Campus da UFC no Cariri. Assim pode-se
fundações dos blocos do Campus da UFC avaliar o comportamento mecânico das
no Cariri que está assentado em terreno fundações superficiais construídas. Para tanto as
potencialmente colapsível (Silva Filho, análises foram divididas em estudos de
2008). Neste estudo utilizaram-se aspectos acréscimos de tensões, determinação de
teóricos e práticos da teoria da Mecânica recalques em ambiente com umidade constante,
dos Solos Não-saturados com as análises determinação de recalque com solo inundado,
baseando-se nas teorias da elasticidade e mas sem poropressão e a previsão dos recalques
plasticidade e também com a aplicação do em virtude de uma possível variação
Método dos Elementos Finitos. Em todas as considerável de umidade que venha a promover
análises considerou-se que o nível de o colapso do subsolo.
assentamento das sapatas foi adotado como
igual a 2m abaixo do nível do terreno, com
sapata de 1,5m de largura e com carga 2 ENSAIOS DE ADENSAMENTO COM
máxima de 70 kPa, nível de tensão máximo SATURAÇÃO
que deve ser adotado segundo as
recomendações que foram feitas com base
nas sondagens realizadas no local. Esse estudo partiu da disponibilização de
O trabalho consistiu da realização de várias ensaios de laboratório com amostras saturadas e
não-saturadas. Os ensaios não-saturados foram

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realizados em amostras com a umidade compressibilidade elevada tendo em vista o seu


preservada do campo, sendo que para níveis de índice de vazios.
tensões verticais de 50 kPa e 100 kPa os corpos
de provas foram saturados. 0.900
O objetivo destes ensaios era verificar a
0.850
possibilidade da existência de solos
potencialmente colapsíveis. Na Figura 1 são 0.800

índice de vazi
apresentados os resultados apenas de uma
0.750
amostra que será utilizada como representativa
da condição geral estudada. 0.700

0.850 0.650

0.600
0.800 0.1 1 10
2
log pressão (Kgf/cm )
índice de vazi

0.750
Figura 2. Adensamento com saturação a 50 kPa

0.700
0.800

0.650
0.750
0.1 1 10
2
índice de vazi

log pressão (Kgf/cm )

0.700

Figura 1. Ensaio de Adensamento na Umidade Natural


0.650

Como se pode ver na figura acima, foi


realizado estágios de carregamentos a umidade 0.600
0.1 1 10
constante e após atingir uma pressão vertical de log pressão (Kgf/cm )
2

200 kPa o corpo de prova foi descarregado até


50 kPa. Com este resultado foi possível Figura 3. Adensamento com saturação a 100 kPa
determinar a curva de compressibilidade em
função de deformações verticais para a σv (log) ‐ kPa 

determinação dos módulos de elasticidades em 0


0 50 100 150 200 250

função do nível de tensões aplicado, uma vez 0,02

que o comportamento é não-linear. 0,04

A Figura 2 mostra resultado de ensaio de 0,06

0,08
adensamento com inundação a 50 kPa. εβv v 0,1
Observa-se que neste nível de tensões ocorre 0,12

uma variação de índice de vazios de 0,807 para 0,14

0,16
0,743. Assim o índice de colapsibilidade i =
(0,807-0,743)/0,807 = 7,9% > 2%, portanto, o
Figura 4. Curvas de compressibilidade estimadas
solo pode ser considerado colapsível (Vargas,
1978).
Para retratar a realidade observada nos
Já a Figura 03 mostra uma tendência clara de
ensaios foi proposta uma correção nas curvas
redução de colapso com o aumento das tensões
para que fosse possível a sua utilização nas
de compressão. Utilizamos o cálculo do mesmo
modelagens para cálculo de colapso por
índice de colapsibilidade i = 0,7% < 2%. Ou
elementos finitos (Miranda e Silva Filho, 1997).
seja, para este nível de tensões o solo não se
Como se pode ver na Figura 5 a partir de um
caracteriza como colapsível, embora tenha uma
valor máximo de colapso para tensões de 50
kPa, ocorre uma diminuição até ficar com

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deformações desprezíveis além de 100 kPa. colapso com o aumento do confinamento do


solo.
σ v (log) ‐ kPa 
0 50 100 150 200 250
0
0.01
0.02
0.03
0.04
0.05
εv 
0.06
0.07
0.08
0.09

Figura 5. Curvas corrigidas em virtude da diminuição do Figura 6. Estimativa o acréscimo de tensões com a
colapso com aumento das tensões de compressão fundação, por elementos finitos

Tabela 1. Módulos de Elasticidade Adotados


Solo ENSAT ESAT
4 ESTIMATIVA DE RECALQUES
(kPa) (kPa)
12,5 1161 243 4.1 Ambiente com umidade constante
50,0 839 704
100,0 1548 962 Para a realização da estimativa dos recalques
200,0 2616 1527 por elementos finitos, inicialmente calculam-se,
neste caso, as tensões geoestáticas. E para o
cálculo de recalques usando apenas a teoria da
3 ACRÉSCIMOS DE TENSÕES elasticidade com módulos constantes e lineares
não haveria a necessidade de utilização do
Para apresentar resultados mais coerentes em cálculos das tensões iniciais. Entretanto, para a
nossas análises, inicialmente fizemos uma situação analisada, o nível de tensões
avaliação do acréscimo de tensões que ocorre geostáticas é importante para a avaliação das
com a profundidade e que podem ser usados condições possíveis de colapso do solo de
para dividir o subsolo em camadas, onde as fundação.
propriedades podem variar, conforme os Para a geração das tensões iniciais, adotou-se
resultados dos ensaios. pesos específicos de 16 kN/m3, 18 kN/m3 e 20
Observando a Figura 06, podemos verificar kN/m3 respectivamente para as camadas,
que existem 3 trechos que devem ser superior, intermediária e a mais profunda
considerados. Uma camada superior de 2m de respectivamente. A Figura 7 mostra a
espessura acima do nível de assentamento das distribuição das tensões geostáticas com a
sapatas e que não apresentarão um acréscimo de profundidade.
tensões devido a colocação das fundações.
Abaixo do nível de assentamento das fundações
até uma profundidade de 5m abaixo no nível do
terreno. Neste trecho ocorre a maior incidência
de acréscimos de tensões e que deve ser usada
na verificação de possibilidades de recalques
por colapso. Finalmente abaixo de 5m de
profundidade, onde os níveis de tensões não
devem sujeitar o solo a problemas de colapso,
tendo em vista que os resultados dos ensaios
evidencia uma diminuição muito expressiva de Figura 7. Tensões Geoestáticas

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Após a determinação das tensões geostáticas, Para estudar a influência de uma possível
uma pequena escavação é simulada para inundação do solo de fundação realizamos uma
colocação da sapata. Para isso, utiliza-se a nova análise, mostrada na Figura 10. Neste caso
análise por elementos finitos, simula a execução os parâmetros dos materiais forma usados em
de uma escavação até o nível de -2,0m, correspondência a condição saturada do
conforme visto na Figura 8. A figura mostra solo.Entretanto, na camada mais profunda foi
uma concentração de deformações cisalhantes utilizado os mesmos parâmetros, uma vez que
nas proximidades da cava, abaixo e na lateral, as tensões são mais elevadas e não deverá
demonstrando claramente a formação de ocorrer deformações por colapso nesta
distorção nestes pontos. profundidade, segundo as análises dos ensaios
de adensamento mostradas neste relatório.

Figura 8. Deformações cisalhantes máximas após


escavação
Figura 10. Deslocamentos finais após a colocação da
fundação, com solo inundado
A Figura 9 mostra a aplicação da carga da
sapata de 70 kPa. Nesta situação, mostrada na Como se pode ver na Figura 10, o recalque
figura, pode-se ver os deslocamentos que calculado foi menos de 1cm maior do que a
ocorrem após a colocação da sapata. Para a análise anterior, realizada com o solo não-
realização desta análise utilizou-se dos módulos saturado. Evidentemente que este resultado
de elasticidade do solo na condição não apresenta uma simplificação já que o que ocorre
saturada. O recalque máximo medido ficou em na verdade, na simulação, é um carregamento
torno de 7cm. seguido de inundação após a conclusão da obra.
Assim sendo, realizou-se uma outra análise com
um software específico para cálculo de colapso
e que é apresentado no item a seguir.

5 ESTIMATIVA DE COLAPSO

A Figura 11 mostra as análises realizadas com o


programa UNSTRUCT (Silva Filho, 1998).
Inicialmente foi novamente analisada a
aplicação da carga e em seguida a previsão do
Figura 9. Deslocamentos finais após a colocação da recalque por inundação. Nestas análises o
fundação recalque por inundação ficou em torno de 3cm.

4.2 Ambiente com sucção igual a zero

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pequeno recalque de menos de 1 cm, conforme


procedimento proposto por Mahler, 1994. Para
corroborar com este resultado utilizou-se um
software exclusivo para cálculo de colapso e
obtive-se um valor máximo em torno de 3cm.
Com base nestes resultados verificou-se a
possibilidade de pequenos colapsos do solo
numa eventual inundação do subsolo. Assim
sendo, recomendou-se a realização de uma pré-
inundação com controle dos recalques durante o
período construtivo.

AGRADECIMENTOS

Os autores gostariam de agradecer o apoio do


(a) (b) CNPq e da UFC
Figura 11. Análises de colapso por elementos finitos: a)
aplicação da carga; b) inundação REFERÊNCIAS

Mahler, C.F. (1994) Análise de Obras Assentes em Solos


Colapsíveis e Expansivos - Tese de D.Sc.
6 CONCLUSÕES COPPE/UFRJ
Miranda, A.N., Silva Filho, F.C. (1997) Modelagem de
Este trabalho apresentou um estudo numérico Ensaio Triaxial K0 em Amostra de Solo Não Saturado
com base em resultados experimentais de Colapsível. 3º Simpósio Brasileiro de Solos Não
laboratório. O estudo foi indicado pela Saturados, PUC/RIO
Silva Filho, F.C. (1998) Análise Numérica de Problemas
verificação da possibilidade de ocorrência de
em Solos Não-Saturados: modelagem, implementação
colapso por inundação do subsolo das e Aplicações Práticas. Tese de Doutorado, Programa
edificações do campus da UFC no Cariri. de Engenharia Civil da COPPE/UFRJ, Universidade
As análises experimentais e numéricas Federal do Rio de Janeiro, 232 p.
evidenciaram a existência de um solo que Silva Filho, F.C. (2008) Relatório de Estudo Técnico de
Fundações em Subsolo Potencialmente Colapsível.
apresenta redução de potencial de colapso com
Fortaleza, Ceará, Brasil
o aumento do nível de tensões de compressão. Vargas, M. (1978) Introdução a Mecânica dos Solos,
Para valores maiores do que 100 kPa a McGraw Hill, São Paulo, SP, Brasil, 509 p.
tendência de colapso já não existe mais,
segundo observações experimentais.
As análises numéricas procuraram retratar
esta realidade para que não se incorresse em um
resultado muito conservador. Desta forma, as
análises foram realizadas com a utilização do
Método dos Elementos Finitos e em situações
diversas. Inicialmente foi estudado o acréscimo
de tensões com a profundidade para a
estimativa mais coerente do perfil do subsolo
com vistas ao cálculo do colapso.
Em seguida realizaram-se análises
simulando, escavação e carga da sapata com o
solo não-saturado. Após isso realizaram-se as
mesmas análises com o solo inundado, mas sem
poropressão. As diferenças apontam para um

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