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COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.

Aferição do Sistema Servo Controlado da Ucsal através de


Ensaios Triaxiais em Solos de Comportamento Conhecido
Bruno Rogério da Hora Lôbo,
Estudante graduação, Escola de Engenharia/UCSal, Salvador, Bahia, Brasil,
bruno.rhl@hotmail.com

Miriam de Fátima Carvalho,


Escola de Engenharia/Ucsal, Salvador, Bahia, Brasil, miriam@ucsal.br

Kleber Azevedo Dourado,


Escola de Engenharia/UCSal, Salvador, Bahia, Brasil, kleber_dourado@yahoo.com.br

Sandro Lemos Machado,


Escola Politécnica/UFBa, Salvador, Bahia, Brasil, smachado@ufba.br

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo apresentar os procedimentos realizados para
aferir e atestar a plena funcionalidade de um sistema servo controlado desenvolvido a partir de uma
parceria entre os Laboratório de Solos da UCSal e o Laboratório de Geotecnia Ambiental da UFBa.
O equipamento foi concebido para ser capaz de realizar ensaios triaxiais convencionais e não
convencionais com controle de tensão. O desempenho do equipamento foi verificado através de um
estudo experimental do comportamento tensão-deformação e resistência do solo, utilizando-se uma
areia seca de duna com distribuição granulométrica uniforme, dotada de grãos sub arredondados, no
seu estado de compacidade fofo. Foram realizados ensaios consolidados drenados (CD) e não
drenados (CU) neste solo. O sistema servo controlado obteve um desempenho satisfatório para estas
rotinas, fornecendo resultados coerentes e compatíveis com o comportamento do material. Além
deste solo, outros dois tiveram seus parâmetros de resistência estudados sob condição drenada: um
solo bastante argiloso (masssapê) e um outro solo da formação barreiras, gerando resultados
satisfatórios também. Contudo, é sabido que o equipamento ainda necessita de alguns ajustes finos,
como o melhoramento da medida e aplicação da pressão neutra e a redução do atrito no sistema de
medida de variação de volume.

PALAVRAS-CHAVE: Sistema Servo Controlado; Resistência ao Cisalhamento; Equipamento de


Ensaios Triaxiais.

1 INTRODUÇÃO pode-se executar diferentes tipos de ensaios


convencionais, a saber: Ensaio não consolidado
O conhecimento da resistência ao cisalhamento e não drenado (UU), Ensaio consolidado e não
dos solos é um assunto de grande importância drenado (CU) e Ensaio consolidado e drenado
para a resolução de problemas geotécnicos. Nos (CD).
muitos estudos realizados, diversos Neste contexto, o Laboratório de Solos da
pesquisadores buscam desvendar algumas UCSal em parceria com a UFBa (Laboratório
questões relativas ao assunto, como o controle de Geotecnia Ambiental), desenvolveu e
da pressão neutra e a variação da umidade montou um equipamento servo-controlado para
utilizando-se dos ensaios triaxiais. estudo da resistência dos solos, o qual foi objeto
Esses ensaios, em função da sua versatilidade, de trabalho de Souza (2006), que confeccionou
possibilitam o controle das condições de um detalhado manual para operação da prensa
carregamento, deformação e drenagem (Vargas, triaxial.
1977 e Holtz e Kovacs, 1981). Dessa forma Dando continuidade ao trabalho anteriormente

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realizado e visando obter a plena funcionalidade Figura 01 - Variação do ângulo de atrito de uma areia em
do equipamento, iniciou-se o processo de função da porosidade - Modificado de Rowe (1962).
aferição. É sabido que os ensaios triaxiais,
dentro das suas limitações (não permitem A respeito das areias, sabe-se que quando bem
controle de rotações de tensões principais e não distribuídas granulometricamente apresentam
medem interferência de tensões intermediárias) um ângulo de atrito interno maior, enquanto que
é ainda o mais acessível e completo para o tamanho dos grãos, pouca influência tem
determinar os parâmetros de resistência do solo. sobre a resistência deste solo. Areias com grãos
São raros os equipamentos servo-controlados angulares tendem a um maior entrosamento
capazes de realizar ensaios triaxiais na Bahia, fornecendo um aumento na sua resistência.
montar este equipamento e aferi-lo é de grande Os efeitos da tensão confinante na resistência
importância para uma melhor determinação dos das areias foram estudados por Lee (1965) apud
parâmetros de resistência dos solos sob Holtz e Kovacs (1981), preparando-se várias
diferentes condições de drenagem e trajetórias amostras com o mesmo índice de vazios e
de tensões. testando-as sob diferentes pressões confinantes.
Este artigo tem por objetivo estudar o Na figura 02 (a) apresentam-se as curvas de
desempenho e realizar as aferições do relação entre tensões principais x deformação
equipamento triaxial a partir da execução de axial obtidas de ensaios triaxiais convencionais
ensaios em alguns solos de comportamento drenados para areia fofa do Rio Sacramento
conhecido. com uma densidade relativa (Dr = 38%).

2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A resistência das areias depende


fundamentalmente do seu índice de vazios, o
qual governa o entrosamento entre partículas.
Como as areias têm intervalos de índices de
vazios bem variáveis, a comparação entre elas é
geralmente feita pela compacidade relativa.
A figura 01 apresenta a variação do ângulo de
atrito interno de uma areia em função de sua
porosidade. É possível analisar desta figura o
quanto a compacidade e a estrutura do solo
desempenham um papel importante na
definição do seu ângulo de atrito interno.

Figura 02 - Resultados típicos de ensaios triaxiais


drenados realizados numa areia fofa do Rio Sacramento:
(a) Relação entre tensões principais x Deformação axial,
(b) Deformação volumétrica x Deformação axial.
Modificado de Lee (1965) apud Holtz e Kovacs.

Nestas curvas pode-se notar que nenhuma


delas apresenta pico de tensão bem definido,
contudo pode-se perceber a influência da tensão
confinante na forma das curvas. Para tensões
confinantes mais baixas, inferiores à 0,2 MPa,
as curvas começaram a apresentar uma leve

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tendência de pico, contrariando o secundária que é a eletrônica. Nas figuras 03 e


comportamento típico das areias fofas. Isto é 04 são mostradas as partes elétrica e mecânica,
percebido também na curva deformação respectivamente.
volumétrica x deformação axial, figura 02 (b), A parte elétrica/eletrônica é composta
onde para tensões confinantes menores que 0,2 essencialmente de um CLP (controlador lógico
MPa as areias apresentam aumento de volume, programável) responsável pela interação entre o
também contrariando o seu comportamento equipamento e micro computador (responsável
típico. pela aquisição de dados gerados pelos
Lee (1965) estudou também o comportamento transdutores e células de carga); um conversor
de areias densas (Dr=100%) e constatou a de sinal dos transdutores; uma placa
ocorrência de amenização do pico de tensão à controladora de motores de passo e motores de
medida que as tensões confinantes são passo que estão conectados as válvulas
aumentadas, fato este, notado para tensões controladoras de pressão, Souza (2006, p.3).
acima de 2 MPa.
O estudo da resistência dos solos argilosos é
Conversores
mais complexo que nos solos arenosos. Fatores de sinal dos
como a dissipação de pressão neutra, a razão de transdutores
pré-adensamento e o amolgamento do solo, e células de
carga
interferem diretamente no seu comportamento.
A parcela de finos existente nestes solos lhes
CLP
conferem um comportamento elastoplástico,
tendo-se assim que se levar em conta o seu
histórico de tensões. Como as deformações do Placa
solo não são completamente recuperadas controladora
durante o processo de descarregamento, o pré- dos motores
de passo
adensamento do solo o conduz à um estado
mais denso, fato não verificado para um mesmo
solo normalmente adensado. Figura 03 – Parte elétrica. Modificado de Souza (2006).
Quanto ao seu comportamento em relação à
Motores de
não dissipação da pressão neutra e medida da passo
mesma no interior do corpo de prova em
ensaios não drenados, pode-se dizer que quando Válvulas
normalmente adensados estes solos tendem à solenóides
reduzir o seu volume, gerando assim um
Reser.
acréscimo de pressão neutra. Por outro lado, a neutra
depender do seu grau de pré-adensamento, os confinante
solos tendem à apresentar decréscimos na Válvulas
pressão neutra, Head (1982). manuais +
on/off

Transdutores
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Filtro de ar
A prensa servo controlada, objeto de estudo, é
Figura 04 – Parte mecânica. Modificado de Souza
um sistema constituído por um conjunto de (2006).
dispositivos desenvolvidos para a realização de
ensaios triaxiais convencionais e não A parte mecânica é composta por motores de
convencionais com controle de tensão. passo, responsáveis pelo controle das pressões,
Pode-se subdividir o equipamento em duas de topo e neutra; Válvulas solenóides
partes principais: uma mecânica e outra elétrica, conectadas a um filtro de ar. Estas válvulas são
com suas referidas funções, além de outra parte responsáveis pelo controle das pressões

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confinante e do pistão; Reservatórios de Coloca-se a pedra porosa na base da câmara e


variação de volume (neutra) e interface de em seguida a membrana com o auxílio do
pressão da confinante; Válvulas on/off e colocador de membranas (Figura 05).
manuais; Transdutores de pressão e
deslocamento.
Com a utilização do equipamento triaxial
servo controlado e a partir da execução de
alguns testes de rotina preliminares, observou-
se a necessidade de alguns melhoramentos do
sistema para que o mesmo fosse aproveitado em
sua plena funcionalidade trazendo mais
confiança aos resultados. Figura 05 - Colocação da pedra porosa e da membrana
Tendo sido realizados os devidos ajustes,
foram iniciados os ensaios triaxiais Utiliza-se o molde bi-partido para garantir a
convencionais em solos com parâmetros de estabilidade do CP e manter a membrana
resistência conhecidos em função de suas esticada. Prepara-se o funil colocando-se a
características geotécnicas, no caso, uma areia mangueira na sua ponta. Entorna-se a areia no
de duna com granulometria uniforme e grãos funil e com movimentos espirais rápidos, deixa-
sub arredondados. se cair a areia a uma altura de queda que não
Outros dois solos foram submetidos a testes ultrapasse 2 cm, afim de garantir o seu estado
na prensa, um solo argiloso (massapê) e um solto (Figura 06).
solo da formação barreiras. Para estas amostras
de solo foram realizados ensaios de
caracterização geotécnica segundo ABNT -
NBR 7181/84, NBR 6508/84, NBR 6459/84,
NBR 7180/84, MB – 3388)
Para realizar a moldagem dos corpos prova de
areia, foi utilizado o processo descrito por
Bishop e Henkel (1962, p.92 e 93). Os materiais Figura 06 – Ajuste da membrana ao molde e
necessários para moldagem são: Membrana de derramamento da areia.
borracha, linha de vácuo, regulador de pressão
para linha de vácuo, pedras porosas (secas), A linha de vácuo deve estar regulada com
molde bi-partido com as dimensões desejadas pressões entre 2,5 e 5,0 kN/m² e deve ser
para a moldagem, funil e mangueira com 10 cm aplicada na base da câmara assim que o
de comprimento. As figuras de 05 a 08 ilustram processo de aplicação de areia através do funil
o procedimento de moldagem dos corpos de tenha sido findado.
prova de areia seca. Coloca-se a pedra porosa do topo e em
Procedimento de moldagem: Inicialmente é seguida o cabeçote, lembrando que todo este
necessário ter conhecimento da densidade processo tem que ser realizado cuidadosamente
mínima e máxima da areia. sem gerar quaisquer vibrações para o corpo
Com estes parâmetros em mãos parte-se para (Figura 07).
o cálculo da massa em função das
características desejadas para o corpo de prova,
em termos de uma compacidade relativa,
diâmetro e altura. No caso destes ensaios, foram
confeccionados corpos de prova com diâmetro
de 5,0 cm e altura de 10 cm, e massa específica
seca de 1,530g/cm³, (Dr=10%).
Figura 07 - Aplicação da sucção e colocação do cabeçote.
Tendo a massa de areia devidamente seca e
pesada, parte-se para a moldagem do CP.
Retira-se o molde bi-partido, ainda com a

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sucção aplicada, isto irá garantir a estabilidade massapê e o barreiras, as tensões confinates
do CP (Figura 08). foram as mesmas, entretanto, os ensaios foram
Certifica-se então se as dimensões e apenas do tipo (CD).
densidade esperadas foram alcançadas. Fecha-
se a câmara, partindo imediatamente para o
enchimento com água e aplicação da tensão 4 RESULTADOS E ANÁLISES
confinante. Por fim, abre-se para a atmosfera a
sucção, podendo-se então partir para as etapas e 4.1 CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA
saturação.
A figura 10 apresenta as curvas granulométricas
obtidas dos solos estudados. A areia estudada
tem cerca de 80% de areia média e 20% de
areia fina, apresenta coeficiente de curvatura
(Cc) igual a 1,31 e coeficiente de uniformidade
(Cu) de 1,65, sendo classificadas assim, como
uniforme e mal graduada (SP).
Figura 08 – Retirada do molde bi-partido. A areia apresentou massa especíifca dos grãos
igual a 2,668 g/cm3, ρdmáx de 1,784 g/cm3 e
Por uma questão de praticidade e confecção ρdmin igual a 1,505 g/cm3. A figura 11
adequada de corpos de prova, oriundos de apresenta uma vista dos grãos da areia em
blocos de solo, foi construído um moldador de estudo, aumentados em 10x pela lente do
corpo de prova tendo como base um aparelho microscópio estereoscópico acoplado à uma
existente no Laboratório de Geotecnia da máquina fotográfica digital. Esta imagem
UFBa. permite classificar os grãos da areia estudada
As amostras de solo da formação barreiras e como sub arredondados.
do massapê foram moldadas com o auxílio
deste equipamento, seu funcionamento é
bastante simples e dá-se da seguinte forma:
associado a uma haste de ferro esta o moldador,
que vai sendo cravado aos poucos no bloco, à
medida que vai se aliviando (raspando) as
laterais do molde, por fim utiliza-se um extrator
para retirar o CP do interior do molde, faz-se
necessário nivelamento após a extração.
A figura 09 apresenta o moldador de corpos
de prova e o procedimento de moldagem do CP.
Os corpos de prova foram moldados com
diâmtro de cerca de 50mm e 100mm de altura.

Figura 10 - Curvas granulométricas dos solos estudados.

Figura 09 – Moldador de corpos de prova e procedimento


de moldagem.

Os ensaios triaxiais realizados nas areias de


duna foram do tipo (CD) e (CU), com tensões
confinante de 50, 100 e 150 kPa, para o

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4,0 σ 3 ' = 50 kPa

Deformação Volumétrica (%)


3,5 σ 3 ' = 50 kPa
3,0 σ 3 ' = 150 kPa
2,5
2,0 σ 3 ' = 100 kPa
1,5
1,0
0,5
0,0
-0,5
0 5 10 15 20 25 30 35 40

Deformação axial (%)

Figura 12 – Curva tensão desviadora x deformação axial


Figura 11- Formato dos grãos de areia de duna estudada.
e Curva deformação volumétrica x deformação axial
obtidas de ensaio CD em areias de duna com Dr=10%.
O solo massapê apresentou ρs de 2,738 g/cm3,
75% de finos, com LL = 38%, LP = 20% e IP = Embora moldado para um estado de
18%, sendo classificado segundo a SUCS como compacidade fofo (Dr=10%), o solo apresentou
CL (argila de baixa plasticidade). um valor relativamente elevado de ângulo de
O solo da formação barreiras, apresentou ρs atrito, acredita-se encontrar justificativa no
de 2,656 g/cm3, cerca de 55% de areia e 40% de formato dos grãos deste solo, classificados
finos, LL = 45%, LP = 26% e IP = 19% e foi como sub arredondados como mostrado na
classificado como SC (areia argilosa), ambos figura 11. O ângulo de atrito interno encontrado
apresentaram IP em torno de 18% e atividade esta próximo daqueles apresentados por Rowe
baixa, A=0,6 para o barreiras e, A=0,9 para o (1962), na figura 01, onde para uma porosidade
massapê, enquadrando-se ambos no grupo das de 42% obtêm-se um ângulo de atrito de
ilitas. aproximadamente 32º.

4.2 ENSAIOS DE COMPRESSÃO


TRIAXIAL

4.2.1 AREIA DE DUNA

A figura 12 apresenta a curva tensão desviadora


x deformação axial e a curva deformação
volumétrica x deformação axial obtida a partir
de ensaio CD para a areia de duna, moldada Figura 13 - Envoltória da Areia de duna - Ensaio CD
com densidade relativa de 10%, índice de
vazios, e = 0,745 e porosidade, n = 43%. A Os comportamentos tensão/deformação e
envoltória de ruptura obtida a partir destes deformação axial/volumétrica dos ensaios
gráficos é apresentada logo abaixo na figura 13, drenados foram comparados com aqueles
os valores de φ’e c’ encontrados foram apresentados por Lee (1965) apud Holtz e
respectivamente, 33º e 0. Kovacs (1981) para areias fofas (Dr=38%),
apresentados e discutidos na figura 02.
A areia de duna estudada, no estado fofo
apresentou comportamento similar à areia
estuda por Lee (1965), isto é, apresentou uma
leve tendência a ter pico de ruptura, além de
sofrer expansão volumétrica, “contrariando” o
comportamento típico esperado para as areias
fofas.
A figura 14 apresenta, as curvas tensão
desviadora x deformação axial e a curva

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pressão neutra x deformação axial obtidas de ensaio CD no solo residual da formação


ensaios CU na areia de duna. barreiras.

Figura 14 – (a) Curva tensão desviadora x deformação


axial – (b) Curva pressão neutra x deformação axial
obtidas de ensaio CU em areias de duna com Dr=10%.
Figura 15 – (a) Curva tensão desviadora x deformação
axial – (b) Curva deformação volumétrica x deformação
Dessa figura pode-se observar que as curvas axial obtida a partir de ensaio CD no solo da formação
tensão/deformação apresentam comportamento barreiras.
similar ao ensaio CD, apresentado na figura 12
(a). Os parâmetros de resistência encontrados
Nota-se que as curvas apresentam uma leve foram c´=0 e φ’= 30º. Estes valores estão de
tendência a pico em função dos níveis de tensão acordo com os publicados na literatura por
utilizados no ensaio. outros autores, Carvalho et al (2008), c’= 0; φ’=
Da curva pressão neutra x deformação axial 35º e Cruz e Ferreira (2007), c’= 0; φ’ = 29º.
pode-se perceber que ocorreu expansão
volumétrica, sendo gerada assim, poropressão 4.2.3 SOLO MASSAPÊ
negativa.
A partir destes dados foram geradas duas A figura 16 apresenta a curva tensão desviadora
envoltórias de ruptura, uma em termos de x deformação axial e a curva deformação
tensão efetiva (φ’= 35º e c’=0) e outra em volumétrica x deformação axial obtida a partir
termos de tensão total (φ=42º e c=0). Como se de ensaio CD para o solo massapê.
pode perceber, os parâmetros de resistência em
termos de tensão efetiva obtidos dos ensaios
CD e CU são bastante próximos.

4.2.2 SOLO DA FORMAÇÃO BARREIRAS

A figura 15 apresenta a curva tensão desviadora


x deformação axial e a curva deformação
volumétrica x deformação axial obtida do

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Tensão desviadora (kPa)


300
realizados nos solos de diferentes naturezas
σ 3' = 150 kPa apresentaram-se compatíveis e coerentes com
200 resultados obtidos de materiais com
σ 3' = 100 kPa características similares àqueles estudados e
publicados na literatura técnica.
100
σ 3' = 50 kPa Obteve-se para a areia de duna (SP), com Dr
= 10%, coesão nula e ângulo de atrito efetivo
0 (φ’) igual a 33º, para o solo da formação
Barreiras (SC), c’ = 0 kPa e φ’ = 30º e para o
0 5 10 15 20 25

Deformação axial (%) massapê, c’ = 20 kPa e φ’ = 24º.


Esses resultados permitem considerar o
sistema triaxial estudado como satisfatório para
a execução destes tipos de ensaios, no entanto,
há alguns ajustes a serem realizados no sistema
de pressão neutra no que se refere a medida e
controle.
Já se encontra em andamento o processo de
instalação de válvulas solenóides no lugar dos
motores de passo, a fim de se obter respostas
mais rápidas e precisas de controle da pressão
Figura 16 – (a) Curva tensão desviadora x deformação neutra.
axial – (b) Curva deformação volumétrica x deformação A aquisição de um sistema conhecido como
axial obtida a partir de ensaio CD no massapê.
Bellofram, será de grande importância para
reduzir o atrito existente entre o êmbolo e a
Os parâmetros obtidos foram c’ = 20 kPa e φ’
parede interna do atual variador de volume.
= 24º. Tais valores foram comparados com os
Essas implementações irão melhorar sem
encontrados por Simões (1991), em solos do
dúvida as medidas e respostas do sistema, sem
tipo massapê oriundos do recôncavo baiano.
inviabilizar a utilização do aparelho nesse
Dando-se foco à dois solos, o massapê da
período de transição.
formação São Sebastião e Santo Amaro,
encontra-se um vasto intervalo de valores.
Para a formação São Sebastião, os valores de
REFERÊNCIAS
c’ variam de 10 à 90 kPa, os valores de φ’
variam de 15º à 29º. Já na formação Santo ABNT NBR 6459 - Solo - Determinação do Limite de
Amaro, os valores giram em torno de 10 à 14 Liquidez.
kPa para c’, e para φ’ de 16 à 22º. ABNT NBR 6508 - Grãos que passam na # 4,8mm,
determinação da massa específica.
Os valores mostram que os parâmetros de
ABNT NBR 7180 - Solo - Determinação do Limite de
resistência fornecidos pelo equipamento servo Plasticidade.
controlado estão próximos ao citado por Simões ABNT NBR 7181 - Solo - Análise granulométrica.
(1991), no entanto não se sabe exatamente a BISHOP, A. W. & HENKEL, D. J. The Measurement of
formação do massapê estudado neste trabalho, o Soil Properties in the Triaxial Test. Edward Arnold,
London, 1962, p. 92-93.
que dificulta o enquadramento preciso dos
CARVALHO, M. F.; DOURADO, K A; SOUZA, M. V.
resultados, já que o solo foi coletado de um R.; MACHADO, S. L., Resistência ao Cisalhamento
aterro. de um Solo Não Saturado da Formação Barreiras.
XIV Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e
Engenharia Geotécnica, Búzios-RJ, 2008.
5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS CRUZ, Q. J. E FERREIRA, S. R. M., Comportamento
geomecânico de um solos não saturado da Formação
Barreira como base para fundações de linhas de
O funcionamento da prensa servo-controlada transmissão (LT). VI Simpósio Brasileiro de Solos
em estudo foi considerado satisfatório, pois os Não Saturados, Salvador-BA, 2007, p. 171-178.
resultados dos ensaios triaxiais (CD e CU) HEAD, K.H. Manual of laboratory soil testing, Penetch

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Press, London, vol. 2, 1982.


HOLTZ, R. D. E KOVACS, W. D. An Introduction to
Geotechinical Engineering. Prentice Hall, New
Jersey, 1981, p.453-454
LEE, K.T. (1965) Triaxial Compressive Strength of
Saturated Sands Under Seismic Loading Conditions,
PhD Dissertation, University of California at
Berkeley, p. 521
MB – 3388 – Solo – Determinação do índice de vazios
mínimo de solos não coesivos.
ROWE, P. W The stress dilatancy relation for static
equilibrium of a assembly of particles in contact.
Proc. Royal Soc., A269, pp 500-527, 1962.
SIMÕES, P. R. M. Mecanismos de Instabilização dos
Taludes Naturais das Formações Expansivas da Bacia
Sedimentar do Recôncavo Baiano. Tese de
Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro,
COPPE, Rio de Janeiro, 1991
SOUZA, M. V. R. Prensa Servo-Controlada para
execução de ensaios triaxiais e compressão confinada:
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conclusão de curso, Universidade Católica do
Salvador, Salvador-Ba, 2006.
VARGAS, M. Introdução à Mecânica dos Solos. Ed.
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