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INSTITUTO DE ENSINO MASSARANDUBA


FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – FACISA

METODOLOGIAS DE ENSINO: O LÚDICO COMO ESTRATÉGIA PARA O


DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM

JAQUELINE CRUZ

MASSARANDUBA
2016
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INSTITUTO DE ENSINO MASSARANDUBA


FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – FACISA

METODOLOGIAS DE ENSINO: O LÚDICO COMO ESTRATÉGIA PARA O


DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM

Trabalho de Conclusão apresentado à FACISA,


como parte dos requisitos para a obtenção do
título de Especialista em Psicopedagogia
Institucional e Inclusão, ministrado pelo
Instituto de Ensino Superior a Distância -
IESAD, sob a orientação do Professor Ms.
Leomar Kieckhoefel.

JAQUELINE CRUZ

MASSARANDUBA
2016
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FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – FACISA


INSTITUTO DE ENSINO MASSARANDUBA

TERMO DE APROVAÇÃO

Aos dias ____, do mês de _______, de _______, pelo Instituto de Ensino Superior a
Distância – IESAD, após cumprimento legal de Conclusão do Curso de
Especialização Lato Sensu em PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL E
INCLUSÃO, realizaram-se a entrega, a apreciação e a consequente defesa do
Trabalho de Conclusão do(a) Especializando(a) JAQUELINE CRUZ, com o tema
METODOLOGIAS DE ENSINO: O LÚDICO COMO ESTRATÉGIA PARA O
DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM.
Após a entrega, apreciação e defesa, a banca considerou a obtenção do título
de Especialista em Educação, pelo Instituto de Ensino Superior a Distância – IESAD,
que expressou o seguinte parecer:

1 – Aprovado (a) ( )
2 – Aprovado (a) com Restrições ( )
3 – Não Aprovado (a) ( )

Nome Assinatura

Orientador: Ms. Leomar Kieckhoefel __________________________


Avaliador (a): __________________________ __________________________
Avaliador (a): __________________________ __________________________

MASSARANDUBA
2016
3

METODOLOGIAS DE ENSINO: O LÚDICO COMO ESTRATÉGIA PARA O


DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM

Jaqueline Cruz
Leomar Kieckhoefel

RESUMO

Na área da educação um dos temas que tem merecido a atenção dos estudiosos
são as relações entre as brincadeiras e os processos de desenvolvimento e
aprendizagem das crianças. Como o professor deve articular estes elementos na
sala de aula? Neste sentido, esta pesquisa será bibliográfica e tem por objetivo
analisar e discutir o papel das brincadeiras, dos jogos e dos brinquedos no processo
de ensino e aprendizagem. Para tal buscamos reintegrar as brincadeiras e o papel
do brinquedo no contexto educativo. Analisando as perspectivas de Piaget,
Vygotsky, Kishimoto, dentre outros, podemos observar o quanto a ludicidade é
importante, tanto no desenvolvimento cognitivo quanto no desenvolvimento social da
criança. Para estes estudiosos enquanto a criança brinca, ela se desenvolve e se
socializa. Brincando as crianças se desenvolvem, descobrem o seu papel na
sociedade e seus limites, exploram o mundo e constroem a realidade em que vivem.
Nesta perspectiva, a brincadeira na escola é um importante meio de aprendizagem,
desde que não seja deixado de lado o aspecto lúdico que ela traz. As relações entre
desenvolvimento e aprendizagem infantis, analisadas mais detalhadamente por
Piaget e Vygotsky, diferentemente resgatam a importância dos brinquedos e jogos
na formação da inteligência.

Palavras-chave: Metodologias. Lúdico. Brincadeiras.


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1 INTRODUÇÃO

Uma das estratégias fundamentais na educação é o Lúdico; o brincar


transforma a criança em sujeito participativo, aprendendo a viver de forma social e
criando vínculos. O lúdico se tornou uma alternativa de ação ao se trabalhar o
desenvolvimento e a aprendizagem da criança, trabalhando com novos saberes,
novas habilidades e com singularidades pertencentes em cada um. Ao brincar a
criança aprende, e esse contexto de brincadeira com aprendizado torna-se para a
criança algo prazeroso, despertando assim o raciocínio, superação de desafios e a
concentração. A nossa realidade, hoje, exige aprendizagens significativas e
constantes, logo assim, o lúdico como instrumento de aprendizagem vem
proporcionando diversas pesquisas, professores de diferentes áreas vêm se
interessando cada vez mais no assunto.
Os pesquisadores que consideram a questão lúdica como comunicação com
a criança pesquisam os efeitos do brincar e as possibilidades das crianças
compreenderem o pensamento e a linguagem do outro.
Assim, a escola deve ser facilitadora desse aprendizado, utilizando-se de
atividades lúdicas e criando ambientes facilitadores, que favoreçam o processo de
aquisição da autonomia e da aprendizagem, conforme as potencialidades e
singularidades de cada um. Através das brincadeiras as crianças desenvolvem a
imaginação, criam laços afetivos, exploram suas habilidades e, na medida em que
vão assumindo múltiplos papéis em seus jogos de imitação, exercitam competências
cognitivas e interativas.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, vol.2,
p.22), afirma que:

Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da


identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se
comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado
papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas
brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades
importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação.
Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da
interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais.
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Quando as crianças brincam, podemos conhecê-las melhor, percebemos suas


necessidades, seu temperamento, seus medos, suas alegrias e até mesmo a
convivência familiar. As brincadeiras, sendo dirigidas ou não, devem conter um
propósito a ser alcançado, e o professor deve estar sempre atento a tudo.
O ambiente escolar, juntamente com o professor, precisa ser facilitador da
aprendizagem, as brincadeiras e atividades lúdicas em meio a um ambiente letrado,
serão essenciais na aquisição do aprendizado, da autonomia e do raciocínio das
crianças.
Desse modo, o objetivo geral deste artigo bibliográfico é, entender e refletir
como o lúdico é essencial para o desenvolvimento da aprendizagem e da autonomia
dos estudantes.

2 O BRINCAR

O brincar é muito natural no dia a dia das crianças, seria difícil pensar em
criança sem pensar na brincadeira. A palavra lúdico é de origem latina, ludus e quer
dizer “jogo”. Em princípio este termo se referiria apenas ao jogar, ao brincar e aos
movimentos espontâneos, porém o lúdico passou a ser conhecido como uma das
formas usadas para o estudo do comportamento humano, então a definição deixou
de ser um simples sinônimo de jogo. (DISPONÍVEL EM:
http://www.cdof.com.br/recrea22.htm).
Desde o início da humanidade as crianças já brincavam, registros esses
obtidos através de escavações arqueológicas, que descobriram em túmulos de
crianças objetos como: bolas, bonecas, arcos, etc. O brincar é algo que faz muito
bem às crianças, elas se desenvolvem, amadurecem e aprendem ao mesmo tempo,
sentindo-se livres para criar e recriar o seu próprio mundo. O brincar é uma das
melhores formas de estimulação, tanto na Educação Infantil, quanto nos Anos
Iniciais do Ensino Fundamental.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
(1998, vol.2, p.22):
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A diferenciação de papéis se faz presente, sobretudo no faz-de-conta,


quando as crianças brincam como se fossem o pai, a mãe, o filhinho, o
médico, o paciente, heróis e vilões, etc., imitando e recriando personagens
observados ou imaginados nas suas vivências. A fantasia e a imaginação
são elementos fundamentais para que a criança aprenda mais sobre a
relação entre as pessoas, sobre o eu e sobre o outro.

No brincar das crianças, podemos observar a satisfação que elas


experimentam. Sinais de alegria, risos e certa excitação são componentes desse
prazer, embora a contribuição do brincar vá bem mais além de impulsos de fantasia
com a realidade, sendo os jogos e as brincadeiras, essenciais para a saúde física,
emocional e intelectual do ser humano, fazendo parte do patrimônio lúdico cultural,
traduzindo valores, costumes, formas de pensamento e ensinamento.
De acordo com Vygotsky (1984, p.97):

A brincadeira cria para as crianças uma “zona de desenvolvimento proximal”


que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de
desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver
independentemente um problema, e o nível atual de desenvolvimento
potencial, determinado através da resolução de um problema sob a
orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais
capaz. (VYGOTSKY, 1984, p.97).

Quanto mais rica for a experiência vivida pela criança, maior será o material
disponível e acessível a sua imaginação, daí a necessidade do professor ampliar,
cada vez mais as vivências das crianças com os jogos, brinquedos e brincadeiras. A
ludicidade deve permear o espaço escolar a fim de transformá-lo num espaço de
descobertas, de imaginação, de criatividade, enfim, num lugar onde as crianças
sintam prazer pelo ato de aprender.
O brincar sempre existirá independente da época, do local e da classe social
e passará de geração a geração. Quando a criança brinca, pode ser para buscar
respostas as sua perguntas, interagir com o mundo que a cerca e com os outros
envolvidos, e também para se divertir e se sentir bem.

A criança brinca para conhecer-se a si própria e aos outros em suas


relações recíprocas, para aprender as normas sociais de comportamento,
os hábitos determinados pela cultura: para conhecer os objetos em seu
contexto, ou seja, o uso cultural dos objetos; para desenvolver a linguagem
e a narrativa; para trabalhar com o imaginário; para conhecer os eventos e
fenômenos que ocorrem a sua volta. (LIMA, 1992 apud TOMELIM, 2010, p.
32).
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Podemos, então, destacar que as atividades lúdicas podem ser um importante


recurso no processo de ensino e aprendizagem, pois o aprendizado só acontece
quando acompanhado de prazer.
O lúdico usado como estratégia de aprendizagem é definida por Palagana
(1994 apud TOMELIM, 2010, p.68):

[...] é evidente que precisamos de ambas as coisas, aprendizagem e


motivação para o desempenho de uma tarefa, a motivação sem
aprendizagem redundará simplesmente, numa atividade às cegas;
aprendizagem sem motivação resultará meramente em inatividade como o
sono.

Portanto, fica claro, que a “educação pela via da ludicidade propõe-se a uma
nova postura existencial, cujo paradigma é um sistema de aprender brincando,
inspirado numa concepção de educação para além da instrução”. (SANTOS, 2011
apud TOMELIM, 2010, p. 69).
Cada vez mais o brincar tem sido utilizado na educação, formando uma peça
importante na formação da personalidade das crianças, da inteligência, na evolução
do pensamento e todas as funções mentais superiores, tornando-se um dos meios
mais viáveis para a construção do conhecimento.

Brincar não é coisa apenas de crianças pequenas, erra a escola que


subsidiar sua ação, dividindo o mundo em lados opostos: de um lado o jogo
da brincadeira, do sonho, da fantasia e do outro o mundo sério do trabalho e
do estudo. Independente do tipo de vida que se leve, todos adultos, jovens e
crianças precisam da brincadeira e de alguma forma de jogo, sonho e
fantasia para viver. (MALUF, 2000 apud TOMELIM, 2010, p.36).

Assim percebe-se a importância da educação quando ela proporciona o


desenvolvimento da criança, através das atividades lúdicas. Existe ainda uma
restrição do lúdico, ou seja, uma falta de conhecimento e compreensão de seu
verdadeiro sentido. É comum ouvirmos dizer que os jogos devem ficar com a
disciplina de Educação Física. É preciso encontrar caminhos novos para a prática
escolar.
O professor deve proporcionar brincadeiras de forma mais espontânea
possível, oferecendo oportunidades para a criança brincar, e assim podendo criar
espaço para a reconstrução do conhecimento. A escola deve oferecer atividades que
favoreçam o desenvolvimento das crianças em brincadeiras, principalmente aquelas
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que despertem a criação de situações imaginárias, as quais atuarão no


desenvolvimento da criança.
A educação lúdica propicia relações reflexivas, criadoras, inteligentes,
socializadoras, fazendo com que a criança transforme o conhecimento adquirido em
conhecimento científico, através de descobertas, experiências e invenções.
Segundo Almeida (1995, p.11):

[...] A educação lúdica é uma ação inerente na criança e aparece sempre


como uma forma transacional em direção a algum conhecimento, que se
redefine na elaboração constante do pensamento individual em
permutações constantes com o pensamento coletivo [...].

A ludicidade estimula a aprendizagem que enriquece as experiências, pois ela


possibilita um trabalho interdisciplinar em que se desenvolvem habilidades de
reflexão e cooperação, dando importância a valores e conhecimentos, através de
brincadeiras produtivas que estimulam o imaginário da criança.
Percebe-se que os jogos e as brincadeiras desenvolvem e exploram a
imaginação das crianças, vão além da teoria e podem ser a solução para as
dificuldades de aprendizagem. Cabe à família reconhecer a importância de brincar, e
assim participar dos momentos de lazer, que irão fortalecer os laços e o convívio
com a família, que é de suma importância para as crianças.

Se quisermos formar indivíduos intelectuais e humanamente competentes e


bem formados, capazes de aceitar desafios, construir e reconstruir teorias,
discutir hipóteses, confrontadas com o real, formar seres em condições de
influenciar na construção de uma ciência no futuro ou participar dela, então,
necessariamente, o paradigma educacional precisa ser revisto. (MORAES,
1997 apud TOMELIM, 2010, p. 71).

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, também enfatiza


em seus maiores objetivos o BRINCAR, destacando que:

O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que


assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as
crianças agem frente à realidade de maneira não literal, transferindo e
substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel
assumido, utilizando-se de objetos substitutos. (BRASIL, 1998, v.01, p. 27).

Todos esses objetivos devem ser ampliados também para o Ensino


Fundamental, pois a criança ainda continua criança, apenas transformando-se os
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brinquedos e os tipos de brincadeiras, sendo assim mais elaborados. O Ensino


Fundamental ganharia mais qualidade com a integração do lúdico em sala de aula
A convivência de forma lúdica e prazerosa com aprendizagem proporciona a
criança estabelecer relações cognitivas as experiências vivenciadas. Várias são as
razões que levam os professores a recorrerem às atividades lúdicas e a utilizá-las
como um recurso no processo de ensino-aprendizagem.
De acordo com Santos (1999):
 Do ponto de vista filosófico, o brincar é abordado como um mecanismo
para contrapor à racionalidade. A emoção deverá estar junto na ação humana tanto
quanto a razão;
 Do ponto de vista sociológico, o brincar tem sido visto como a forma mais
pura de inserção da criança na sociedade. Brincando, a criança vai assimilando
crenças, costumes, regras, leis e hábitos do meio em que vive;
 Do ponto de vista psicológico, o brincar está presente em todo o
desenvolvimento da criança nas diferentes formas de modificação de seu
comportamento;
 Do ponto de vista da criatividade, tanto o ato de brincar como o ato criativo
estão centradas na busca do “eu”. É no brincar que se pode ser criativo, e é no criar
que se brinca com as imagens e signos fazendo uso do próprio potencial;
 Do ponto de vista pedagógico, o brincar tem-se revelado como uma
estratégia poderosa para a criança aprender.
Desenvolve-se o jogo pedagógico com a intenção de provocar uma
aprendizagem significativa, estimular a construção de um novo conhecimento, e
principalmente construir desenvolvimento de uma atividade operatória, ou seja, o
desenvolvimento da capacidade cognitiva e apreciativa específica que possibilita a
compreensão e a intervenção do indivíduo nos fenômenos sociais e culturais, e que
o ajude a construir conexões.
Podemos afirmar que a principal razão de se trabalhar o lúdico nas escolas, é
desenvolver na criança habilidades de resolver situações problemas, o raciocínio
lógico, a expressão corporal e a criatividade, possibilitando a alegria de vencer
obstáculos criados por sua própria curiosidade, e como consequência gerando fonte
de prazer e de descoberta. Desta forma, cabe a nós professores, propiciarmos uma
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infância feliz às nossas crianças, deixando-as brincarem, sonharem, acreditando nas


fantasias e desvendando o mundo de maneira lúdica.
Assim, o lúdico proporciona momentos de ensino agradável, prazeroso,
divertindo e ao mesmo tempo rico de conhecimentos. A ludicidade é um mundo de
fantasia, imaginação, de faz de conta, de jogos e de brincadeira.
O brincar é de suma importância para a criança desde o seu nascimento, pois
tem um significado enorme para o seu desenvolvimento psicológico e também para
a sua educação.
Para o bebê, o brincar tem grande importância, pois estrutura a sua
inteligência, e seu equilíbrio emocional, fazendo com que ele tenha afirmação de si,
e se integre socialmente. Não se aprende e nem se humaniza, sem o convívio social
e sem vínculos afetivos, confiáveis e estáveis.
Portanto, podemos perceber que o brincar é de fundamental importância para
as crianças, é no espaço de brincar que podemos observá-la e conhecê-la de forma
mais completa. Ao colocar à disposição da criança uma variedade de brinquedos,
jogos e brincadeiras, estamos estimulando não só as atividades lúdicas individuais e
coletivas, mais também permitindo a criação de novas brincadeiras e desenvolvendo
a parte motora e cognitiva da criança. Assunto que iremos tratar nos tópicos abaixo.

2.1 BRINCADEIRAS

A brincadeira é a melhor forma da criança se comunicar, sendo um


instrumento que ela possui para conviver com outras crianças. Brincando, ela
aprende sobre o mundo que a cerca, integrando-se e convivendo com os diferentes
sentimentos de sua realidade interior, aprendendo assim a se conhecer melhor e
aceitar a existência dos outros.
Cabe ao professor propor à criança este momento de faz de conta, deixar que
brinque livremente, fazendo voar sua imaginação, aprendendo a lidar com o mundo
e a formar sua personalidade.
No jogo simbólico a criança sofre modificações, à medida que vai progredindo
em seu desenvolvimento rumo à intuição e à operação. É finalmente, numa
tendência imitativa, que a criança busca coerência com a realidade.
11

O jogo simbólico é a representação corporal do imaginário, e apesar de nele


predominar a fantasia, a atividade psicomotora exercida acaba por prender a criança
à realidade. Na sua imaginação ela pode modificar sua vontade, usando o "faz de
conta", mas quando expressa corporalmente as atividades, ela precisa respeitar a
realidade concreta e as relações do mundo real. É através da brincadeira que a
criança aprende a se ajustar ao mundo
Geralmente, a criança em suas brincadeiras se transforma em adulto,
imitando situações já vivenciadas, reproduzindo o comportamento dos pais,
professores e irmãos.
Nesses momentos, ela passa a repetir situações vividas, às vezes, a procura
de soluções para algumas situações de conflito.
Na brincadeira livre, a criança dá asa a sua imaginação, aprendendo a lidar
com o mundo e a formar sua personalidade.
Na pré-escola, o raciocínio lógico ainda não é suficiente para que ela dê
explicações coerentes a respeito de certas coisas. O poder de fantasiar ainda
prepondera sobre o poder de explicar. Então, pelo jogo simbólico, a criança
exercita não só sua capacidade de pensar, ou seja, representar simbolicamente
suas ações, mas também, suas habilidades motoras, já que salta, corre, gira,
transporta, rola, empurra, etc. Assim é que se transforma em pai/mãe para seus
bonecos ou diz que uma cadeira é um trem.
Didaticamente devemos explorar com muita ênfase as imitações sem modelo,
as dramatizações, os desenhos e pinturas, o faz de conta, a linguagem, e muito
mais, permitir que as crianças realizem os jogos simbólicos, sozinhas e com outras
crianças, tão importantes para seu desenvolvimento cognitivo e para o equilíbrio
emocional.
Quando brinca, a criança elabora hipóteses para a resolução de seus
problemas e toma atitudes além do comportamento habitual de sua idade, pois
busca alternativas para transformar a realidade. Os seus sonhos e desejos, na
brincadeira podem ser realizados facilmente, quantas vezes o desejar, criando e
recriando as situações que ajudam a satisfazer alguma necessidade presente em
seu interior.
Para a criança, o brincar é uma forma básica de expressão parte integrante
do fazer e do viver. Por meio da brincadeira, ela estabelece suas primeiras relações
12

com o mundo, com a realidade, podendo interpretar acontecimentos, resolver


conflitos e lidar com sentimentos tais como: medo, raiva e desejos.
E para isto, a criança usará capacidades como a observação, a imitação e a
imaginação. Essas representações que de início podem ser "simples", de acordo
com a idade da criança, darão lugar a um faz de conta mais elaborado, que além de
ajudá-la a compreender situações conflitantes ajuda a entender e assimilar os
papéis sociais que fazem parte de nossa cultura (o que é ser pai, mãe, filho,
professor, médico ...).
Segundo Oliveira (2002, p.231):

A brincadeira infantil beneficia-se de suportes externos para sua realização:


rituais interativos, objetos e brinquedos, organizados ou não em cenários
(casa de bonecas, hospital, e etc.), que contém não só temas, mas também
regras. Em virtude disso, o professor pode organizar áreas para
desenvolvimento de atividades diversificadas que possibilitem às crianças
estruturar certos jogos de papeis em atividades específicas.

A construção do real parte então do social (da interação com outros), quando
a criança imita o adulto e é orientada por ele, é internalizada pela criança. Ela
começa com uma situação imaginária, que é uma reprodução da situação real,
sendo que a brincadeira é muito mais a lembrança de alguma coisa que de fato
aconteceu, o que uma situação imaginária totalmente nova. Conforme a brincadeira
vai se desenvolvendo acontece uma aproximação com a realização consciente do
seu propósito.
No período do pré-escolar a criança além de representar papéis do seu
cotidiano, pode representar mais de que um papel. Mesmo em jogos de papéis e em
situações imaginarias que não envolvam regras predeterminadas, neles, sem
duvida, estão presentes algumas normas que determinam o comportamento dos
participantes das brincadeiras.
Os jogos com regras aparecem numa etapa posterior aos jogos de papéis,
são estas regras que vão impor a necessidade de maior ou menor atenção, são elas
que vão regular diretamente o comportamento da criança durante os jogos.
Se nas brincadeiras infantis e nas situações imaginárias o prazer esta no
processo, na própria atividade, nos jogos com regras o prazer é obtido pelo
resultado alcançado, e pelo cumprimento das normas do jogo.
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É também no brinquedo que a criança opera com um significado afastado de


uma situação real, fazendo o que mais gosta e subordinando-se a regras muitas
vezes renunciando o que ela quer, é a hora em que ocorre o maior autocontrole,
fazendo com que assim a criança consiga suas maiores aquisições que no futuro
tornar-se-ão o seu nível básico de ação real e moralidade.
Piaget (1971) elaborou uma classificação baseada na evolução das estruturas
mentais. Existem três formas básicas de atividade lúdica que caracterizam a
evolução do jogo na criança de acordo com a fase do desenvolvimento em que
aparecem: Jogos de Exercício Sensório motor, Jogo Simbólico, Jogos de Regras.
Os Jogos de Exercício Sensório Motor caracteriza-se na etapa que vai do
nascimento até o aparecimento da linguagem, apesar de reaparecerem durante toda
a infância. O jogo surge primeiro, sob a forma de exercícios simples cuja finalidade é
o próprio prazer do funcionamento. Esses exercícios caracterizam-se pela repetição
de gestos e de movimentos simples e têm valor exploratório. Dentro desta categoria
podemos destacar os seguintes jogos: sonoro, visual, tátil, olfativo, gustativo, motor
e de manipulação.
Os Jogos Simbólicos ocorrem entre os dois e os seis anos, nesta categoria o
jogo pode ser de ficção ou de imitação, tanto no que diz respeito à transformação de
objetos quanto ao desempenho de papéis.
A função do jogo simbólico consiste em assimilar a realidade. É através do
faz-de-conta que a criança realiza sonhos e fantasias, revelam conflitos interiores,
medos e semelhanças mais ou menos fiéis às representadas. Dentro dessa
categoria destacam-se os jogos de faz de conta, de papéis e de representação. O
jogo simbólico é também um meio de autoexpressão, ao reproduzir os diferentes
papéis (de pai, mãe, professor, aluno, etc.), a criança imita situações da vida real.
Nele, aquele que brinca dá novos significados aos objetos, às pessoas, às ações,
aos fatos etc.
Os Jogos de Regra começam a se manifestar entre os quatro e sete anos e
se desenvolvem entre os sete e os doze anos. Aos sete anos a criança deixa o jogo
egocêntrico, substituindo-o por uma atividade mais socializada onde as regras têm
uma aplicação efetiva e na qual as relações de cooperação entre os jogadores são
fundamentais. No adulto, o jogo de regras subsiste e se desenvolve durante toda a
vida por ser a atividade lúdica do ser socializado. Há dois casos de regras:
14

- regras transmitidas - nos jogos que se tomam institucionais, diferentes


realidades sociais, se impõem por pressão de sucessivas gerações (jogo de bolinha
de gude, por exemplo);
- regras espontâneas - vêm da socialização dos jogos de exercício simples ou
dos jogos simbólicos. São jogos de regras de natureza contratual e momentânea.
Os jogos de regras são combinações sensórias motoras (corridas, jogos de
bola) ou intelectuais (cartas, xadrez) com competição dos indivíduos e
regulamentadas por um código transmitido de geração a geração, ou por acordos
momentâneos.
No jogo egocêntrico (entre dois e seis anos), a criança imita e também brinca
sozinha ou paralelamente com outras crianças, mas sem a intenção de ganhar do
outro. Aos cinco, seis anos mais ou menos, a criança começa a adquirir a
capacidade de descentrar e se ver em relação a outras crianças. Quando isto
acontece, ela começa a comparar resultados e a coordenar as intenções do outro.
Piaget (1971) esquematiza o desenvolvimento intelectual assim: Estágio
sensório-motor (0 a 2 anos), Estágio pré-operacional (2 a 6 anos), Estágio de
operações concretas (7 a 11 anos), Estágio de operações formais (12 anos em
diante).
No segundo estágio aparece a capacidade de simbolização. Nesta fase, a
criança já não depende unicamente de suas sensações e de seus movimentos, mas
já distingue um significador (imagem, palavra ou símbolo) daquilo que ele significa (o
objeto ausente), o significado.
Através do faz de conta que a criança realiza sonhos e fantasias, revela
conflitos interiores, medos e semelhanças mais ou menos fiéis às representadas.
Dentro dessa categoria destacam-se os jogos de faz-de-conta, de papéis e de
representação. O jogo simbólico é também um meio de auto expressão, ao
reproduzir os diferentes papéis (de pai, mãe, professor, aluno etc.), a criança imita
situações da vida real. Nele, aquele que brinca dá novos significados aos objetos, às
pessoas, às ações, aos fatos etc.
No jogo egocêntrico (entre dois e seis anos), a criança imita e também brinca
sozinha ou paralelamente com outras crianças, mas sem a intenção de ganhar do
outro. Aos cinco, seis anos mais ou menos, a criança começa a adquirir a
capacidade de descentrar e se ver em relação a outras crianças. Quando isto
acontece, ela começa a comparar resultados e a coordenar as intenções do outro.
15

As concepções de Vygotsky e Piaget quanto ao papel do jogo no


desenvolvimento cognitivo diferem radicalmente. Para Piaget no jogo prepondera a
assimilação, ou seja, a criança assimila no jogo o que percebe da realidade às
estruturas que já construiu e neste sentido o jogo não é determinante nas
modificações das estruturas. Para Vygotsky o jogo proporciona alteração das
estruturas.
De acordo com as concepções de Vygotsky (1994), uma prática pedagógica
adequada perpassa não somente por deixar as crianças brincarem, mas,
fundamentalmente por ajudar as crianças a brincar, por brincar com as crianças e
até mesmo por ensinar as crianças a brincar. Hoje as boas escolas buscam
assegurar aos seus alunos ensino de qualidade, onde o aprendizado tem um
significado, e que gere adultos criativos e com bom relacionamento social. Tomando
esses aspectos, os profissionais da educação devem constantemente buscar novas
informações, conhecer seus alunos, como aprendem, como se relacionam, propor
situações interessantes e pertinentes que realmente possibilitem o aprendizado.
Não se pode admitir que esses critérios sejam deixados de lado. Da mesma
forma que a Educação Infantil está construindo um novo caminho, deixando de lado
o estereotipo de depósito de crianças, o educador também deve assumir seu papel
de agente facilitador do aprendizado e não de "tia", com boas intenções, mas sem
preparo ou embasamento ao propor uma atividade. O professor não "toma conta" de
crianças e sim, ajuda à criança a investigar seus interesses pessoais e mantém vivo
sua disposição para aprender.
O problema é que, apesar de muitos professores deixarem as crianças
brincar, a efetiva brincadeira está ausente na maior parte das classes de Educação
Infantil. E o que é pior: à medida que as crianças crescem, menos brinquedos,
espaço e horário para brincar existem. Quando aparece, é no pátio, no recreio, no
dia do brinquedo, não sendo considerada uma atividade legitimamente escolar.
Na verdade, os adultos parecem sentir-se ameaçados pelo jogo devido ao
seu desconhecimento e da importância do mesmo. Os educadores não sabem o que
fazer enquanto seus alunos brincam, refugiando-se na realização de outras
atividades, ditas produtivas. Na melhor das hipóteses, tentam racionalizar, definindo
o brincar como atividade espontânea que cumpre seus fins por si mesmos. Na pior
das hipóteses, sentem-se incomodados ou confusos quanto ao que fazer enquanto
16

as crianças brincam, muitas vezes não apenas se intrometendo na brincadeira,


como tentando ser a própria criança que brinca.
Por outro lado, uma sala de aula cuja visualidade lúdica é excessiva,
chegando a ponto de ser evasiva, distancia as crianças do brincar. Com tantas
ofertas de brinquedos e situações lúdicas, as crianças não conseguem assimilar as
propostas ali contidas e acabam não interagindo com esse material, disposto
somente para enfeite e contemplação, com um papel meramente decorativo. Não
são brinquedos para brincar, são “para ver”. Outras vezes, os brinquedos e as
brincadeiras são cercados de tanta proibição, com instruções tão restritivas, que às
crianças resta apenas não brincar e brigar.
Segundo Almeida (1995, p.63):

[...] Formar professores para uma plena introdução do lúdico na escola é,


sem dúvida, a meta fundamental dessa proposta e por sinal a tarefa mais
difícil. O sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará
garantido, se o educador estiver preparado para realizá-los [...].

A simples oferta de certos brinquedos já é o começo do projeto educativo é


melhor do que proibir ou sequer oferecer. Porém, a disponibilidade de brinquedos
não é suficiente. Na escolha e na proposição de jogos, brinquedos e brincadeiras, o
educador coloca o seu desejo, suas convicções e suas hipóteses acerca da infância
e do brincar.
O professor infantil que realiza seu trabalho pedagógico na perspectiva lúdica
observa as crianças brincando e faz disso, ocasião para reelaborar suas hipóteses e
definir novas propostas de trabalho. Não se sente culpado por esse tempo que
passa observando e refletindo sobre o que está acontecendo em sua sala de aula.
Percebe que o melhor jogo é aquele que dá espaço para a ação de quem brinca,
além de instigar e conter mistérios.
No entanto, não fica só na observação e na oferta de brinquedos: intervém no
brincar, não para apartar brigas ou para decidir que fica com o quê, ou quem
começa ou quando termina, e sim para estimular a atividade mental, social e
psicomotora dos alunos com questionamentos e sugestões de encaminhamentos.
Identifica situações potencialmente lúdicas, fomentando-as, de modo a fazer a
criança avançar do ponto em que está na sua aprendizagem e no seu
desenvolvimento.
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Para fazer tudo isso, o educador não pode aproveitar a “hora do brinquedo”
para realizar outras atividades, como conversar com os colegas, lanchar, etc. Ao
contrário: em nenhum momento da rotina na escola infantil o educador deve estar
tão inteiro e ser tão rigoroso, no sentido de atento às crianças e aos seus próprios
conhecimentos e sentimentos, quanto nessa hora.
Então, cabe ao professor articular os processos de desenvolvimento e
aprendizagem na sala de aula, orientar, mediar e ainda propor desafio às crianças,
estimulando sempre a curiosidade, a criatividade e a discussão, bem como o
raciocínio das crianças. Deve ainda criar atividades que promovam a interação da
criança com objetos e com outras crianças para que ocorra o desenvolvimento
infantil.
Segundo Marques (2007 apud TOMELIM, 2010, p. 38):

A brincadeira não se resume ao brinquedo, ao objeto [...]. A brincadeira


poderia ser então, tudo aquilo que a gente pode fazer com o corpo ou
brinquedo [...]. A brincadeira é o relacionamento que ela desencadeia, é a
investigação que ela provoca, é a interação que ela desenrola-
relacionamento entre pessoas e o próprio corpo, a pessoa e o ambiente, a
pessoa e os outros. Este é o coração da brincadeira: relacionar, relacionar-
se, interpretar, interpretar-se, ler, reler-se.

2.2 JOGOS

A cultura dos jogos foram passadas de geração a geração, por meio de


conhecimentos empíricos, e de forma verbal. Portanto, ficando assim difícil
reconhecer seus criadores.

Considerando como parte da cultura popular, o jogo tradicional guarda a


produção espiritual de um povo em certo período histórico. Essa cultura não
oficial, desenvolvida, sobretudo pela oralidade, não fica cristalizada. Está
sempre em transformações, incorporando criações anônimas das gerações
que vão se sucedendo. (KISHIMOTO, 2004 apud NASÁRIO, 2011, p.13).

Destacamos assim a dificuldade de conhecer a origem e os criadores dos


jogos. Para Kishimoto (2004, p.15) “Por ser elemento folclórico, o jogo tradicional
infantil assume características de anonimato, tradicionalmente, transmissão oral,
conservação, mudança e universalidade”.
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O jogo é compreendido como uma brincadeira que envolve regras


específicas, sendo uma atividade mais organizada e estruturada. Segundo Macedo
(2005, p.9), “O jogar é um brincar em um contexto de regras e com um objetivo pré-
definido, o brincar é um jogo com ideias, sentimentos, pessoas, situações e objetos
em que as regulações e objetivos não estão necessariamente pré-determinados.”
Podendo assim ganhar ou perder.
A brincadeira é uma necessidade da criança, o jogo é uma de suas
possibilidades à medida que se tornamos mais velhos. O jogo pedagógico poderá
ser introduzido em sala de aula, mas conservando seu lado divertido, atraente e
criativo.

Através do jogo a criança expressa, assimila e constrói a sua realidade. É


através dos jogos e brincadeiras que ela consegue resolver seus conflitos e
problemas do cotidiano, aprendendo a conviver socialmente, respeitando
regras e refletindo sobre seu papel social. Nas atividades lúdicas, as
crianças aprendem a refletir sobre suas ações e entender melhor o mundo
dos adultos, provam situações antes não vividas e buscam situações para
desafios enfrentados no seu cotidiano. (MELLO, 2011, p.40).

Entre as brincadeiras mais comuns do dia a dia estão: Esconde-esconde,


amarelinha, pega-pega e etc. Infelizmente nos dias atuais estas práticas já não são
mais tão comuns.
Com o passar dos anos, devido o aumento do capitalismo a falta de tempo foi
se tornando cada vez maior, e o ritmo de vida foi ficando cada vez mais acelerado.
De acordo com Volpato (2002 apud NASÁRIO, 2011, p.17):

A composição familiar, os hábitos cotidianos e os modos de vida em geral


transformaram- se drasticamente, e as adaptações sociais e individuais nem
sempre seguiram a melhor direção. A tendência cada vez maior de controlar
o tempo das crianças e a redução de espaço para a prática de seus jogos e
brincadeiras, não deixa de ser assunto intrigante nesse final de século.

Nos dias atuais está cada vez mais difícil, encontrarmos famílias que se
reúnam para realizar as refeições juntas, ou até mesmo compartilharem pequenos
momentos, e a falta de tempo está entre os principais motivos.
As crianças necessitam de um tempo próprio para elas, para que as
brincadeiras ocorram de forma natural, necessitam de seu próprio tempo e espaço.
Na globalização do mundo atual, a informação percorre longas distâncias,
num estalar de dedos, sendo tão rápida, que às vezes nem conseguimos
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acompanhá-las. Essas informações também geraram diferenças no brincar das


crianças.

[...] tanto o brinquedo, quanto as formas de brincar e jogar já passaram por


inúmeras transformações ao longo da história. Porém, esta mesma história
não nos mostra outro tempo em que ocorreram tantas mudanças e
massificações entorno do brinquedo e do brincar como neste últimos anos,
"coincidindo" com o crescimento da "informação". Isso não é difícil de
entender, se levarmos em consideração que num mundo globalizado, "o
cidadão" passa a ser "o consumidor" internacionalmente e não apenas de
seu país. (VOLPATO, 2002 apud NASÁRIO, 2011, p.20).

Os jogos conquistam os indivíduos relacionados, proporcionando Liberdade,


prazer e espontaneidade, que podem servir como estratégias no processo de ensino
e aprendizagem.
Os jogos lúdicos podem ser competitivos, cooperativos, imitação simbólica e
de sorte. Também podem servir como: Descanso, relaxamento e para o gasto de
energia excedente.
O professor deve planejar e organizar suas atividades de forma a alcançar
seus objetivos, sempre com a intenção de contribuir para a educação integral dos
seus alunos, contemplando as habilidades e capacidades de cada um.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pensando-se especificamente nas brincadeiras, poderíamos dizer que num


primeiro momento, não precisaríamos consultar manuais ou livros. Cada um de nós
possui um acervo muito rico de brincadeiras de nossa infância. Podemos usá-las
para transmitir as atuais gerações, significando não somente o resgate cultural de
um patrimônio lúdico, mas também sua preservação e continuidade.
É através das brincadeiras que nos tornamos mais humano, podemos ser nós
mesmos, expressando-se, transformando, aprendendo e crescendo.
Assim espera-se dos profissionais em educação, que se tornem educadores
capazes, de atender aos desejos e necessidades das crianças, oportunizando lhes
experiências enriquecedoras e significativas, organizando um ambiente de afeto,
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que seja ao mesmo tempo desafiador, proporcionando a exploração da curiosidade,


o desenvolvimento do senso crítico e a progressiva autonomia da criança.
Aprendizagem de forma lúdica leva a criança ao desenvolvimento integral,
inserindo-a no meio social, despertando a imaginação, traz momentos de alegria,
aprimora a sociabilidade, exercite habilidades e potencialidades, desenvolve a
expressão oral e corporal e ainda reduz a agressividade da criança.
A ludicidade é um mundo em que a criança está em constante exercício. É o
seu mundo da Fantasia, da Imaginação, do faz de conta, do jogo e da brincadeira.
Podemos dizer então que o lúdico é um grande laboratório que merece toda atenção
dos pais e professores, pois é através dele que ocorrem experiências inteligentes e
reflexivas, praticadas com emoção, prazer e seriedade.
A brincadeira é uma ação que ocorre num plano mental, imaginário. É preciso
haver consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade, e isso
significa um grande salto evolutivo no desenvolvimento infantil. A imaginação, na
maioria das vezes, manifesta a realidade vivida pela criança no seu dia a dia.
Através das atividades lúdicas, do faz de conta proporciona-se a expressão de
sentimentos como: angústia, bloqueios e traumas provenientes do convívio com
adultos.
Quando as crianças brincam, buscam manifestar seu papel dentro do
contexto social, superando limites, aprendendo e obedecendo a regras, preparando-
se para enfrentar desafios, problemas, alegrias e tristezas do seu cotidiano.
O brincar, o cuidar e o educar permite que a criança aprenda e se desenvolva.
Com esses princípios bem entendidos, passamos a compreender melhor seus atos,
e a ter mais autonomia em suas decisões. Sendo esses PRINCÍPIOS ÉTICOS:
Autonomia, responsabilidade, solidariedade e respeito ao bem comum. PRINCÍPIOS
POLÍTICOS: Direitos e deveres de cidadania, exercício da criticidade e respeito à
ordem democrática. PRINCÍPIOS ESTÉTICOS: Sensibilidade, criatividade,
ludicidade, qualidade e diversidade das manifestações artísticas e culturais.
O professor é o possibilitador em levar as crianças ao encontro com novos
conceitos, havendo assim afetividade, relações humanas, onde muito se aprende
eleva-se para toda a vida, como a partilha, o carinho, amizade, o amor dentre outros.

5 REFERÊNCIAS
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ALMEIDA, Anne. Ludicidade como Instrumento Pedagógico. Disponível em:


http://www.cdof.com.br/recrea22.htm. Acesso em: 05 nov. 2016.

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação Lúdica: Técnicas e jogos pedagógicos. São
Paulo: Loyola, 1995.

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para a Educação Infantil. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília:
MEC/SEF, 1998. Vol. 1 e 2.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 3. ed.


São Paulo: Cortez, 1999.

MACEDO, Lino. Os jogos e o lúdico na aprendizagem escolar. Porto Alegre:


Artmed, 2005.

MELLO, Fabiana Carbonera Malinverni. Lúdico e musicalização na educação


infantil. Indaial: Uniasselvi, 2011.

NASÁRIO, Julio Cesar. Jogos Lúdicos: o relato de uma vivência. Rio do Sul:
Unidavi, 2011.

OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São


Paulo: Cortez, 2002. (Coleção Docência em Formação).

PIAGET, Jean. A Formação do símbolo na criança: imitação, jogo, sonho, imagem


e representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.

SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedo e infância: um guia para pais e
educadores. Rio de Janeiro: Vozes, 1999.

TOMELIN, Janes Fidelis. Ludopedagogia: Novas soluções para antigos desafios.


Blumenau: Nova Letra, 2010.

VYGOTSKY, L. S. A Formação social da mente: o desenvolvimento dos processos


psicológicos superiores. 5.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

______. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

WAJSKOP, Gisela. Brincadeira na pré-escola. (Coleção Questões da nossa época;


v. 48). São Paulo: Cortez, 2005.

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