Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO PARANÁ
5ª CÂMARA CÍVEL - PROJUDI
RUA MAUÁ, 920 - ALTO DA GLORIA - Curitiba/PR - CEP: 80.030-901
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VEREADORA – SENTENÇA REFORMADA – RECURSO PROVIDO.
I – RELATÓRIO
Trata-se de Recurso de Apelação Cível interposto em face da sentença proferida pelo MM. Juiz de Direito
da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Foz do Iguaçu, nos autos de Ação Anulatória com Pedido
Liminar proposta por Anice Nagib Gazzaoui em face do Município de Foz do Iguaçu, que julgou
improcedentes os pedidos formulados na inicial, condenando a parte autora ao pagamento das custas e
despesas processuais, bem como dos honorários de sucumbência, estes fixados em R$ 2.000,00 (dois mil
reais), de acordo com o artigo 85, §§ 2º e 8º, do Código de Processo Civil.
Do processo
A autora propôs Ação Anulatória com Pedido Liminar em face do Município de Foz do Iguaçu,
sustentando que foi eleita vereadora no Município ora requerido para a legislatura dos anos de 2017 a
2020.
Afirmou que, entre a expedição do diploma pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná e a posse da
autora como vereadora, foi decretada sua prisão preventiva, a qual foi revogada em 06.02.2017 pelo
Superior Tribunal de Justiça.
Entretanto, como meio de denegrir a sua imagem, aduziu que o Presidente da Câmara incitou a mídia e os
cidadãos daquele Município a realizarem manifestações para impedir a sua posse. Tal situação culminou
na instauração do processo administrativo nº 001/2017, com o objetivo de apurar eventual quebra do
decoro parlamentar cometida pela recorrente e demais vereadores em situação semelhantes e cassar os
respectivos mandatos.
PROJUDI - Recurso: 0004791-71.2018.8.16.0030 - Ref. mov. 59.1 - Assinado digitalmente por Carlos Mansur Arida:11206, Renato Braga Bettega:33
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17/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Desembargador Renato Braga Bettega - 5ª Câmara Cível)
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Explicou que o processo administrativo foi julgado apenas em 03.06.2017, ou seja, 99 (noventa e nove)
dias após a notificação da autora, concluindo a Comissão Julgadora pela cassação do seu mandado de
vereadora.
Salientou que o Conselho de Ética e de Decoro Parlamentar da Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu,
na instrução e no julgamento do processo administrativo, fundamentou-se em Resoluções daquela Casa
Legislativa, as quais preveem o prazo de 90 (noventa) dias úteis para o julgamento das infrações éticas.
Entretanto, “após a exegese da Súmula Vinculante n° 46, não é mais admitida legislação municipal ou
estadual subsidiária com relação a procedimentos ou regras na instrução dos feitos relativos à apuração de
infrações ético-administrativas por serem equiparadas aos crimes de responsabilidade (mov. 1.1)”.
Defendeu a impossibilidade de a Câmara dos Vereadores legislar sobre o término do prazo do processo
administrativo, haja vista a competência privativa da União para legislar sobre a matéria, consoante a
Súmula Vinculante nº 46 do STF.
Frisou que o julgamento das infrações definidas como quebra do decoro parlamentar ou infrações
ético-administrativas, praticadas por vereadores municipais, seguem as mesmas regras aplicadas no
julgamento dos crimes de responsabilidade, conforme dispõe o artigo 7º, § 1º, do Decreto-Lei nº
201/1967.
Diante desses fatos, requereu a concessão da tutela antecipada para o fim de suspender os efeitos da
Resolução nº 137/2017 que cassou o mandato eletivo da autora e, ao final, a decretação da nulidade da
decisão proferida no PAD nº 001/2017, por ser extemporânea, com a determinação de sua reintegração no
cargo de vereadora do Município de Foz do Iguaçu.
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17/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Desembargador Renato Braga Bettega - 5ª Câmara Cível)
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O Magistrado Singular proferiu decisão interlocutória (mov. 16.1) indeferindo o pedido de antecipação da
tutela.
Esclareceu que esta 5ª Câmara Cível, no exame da Apelação Cível nº 1.727.709-7 interposta pelo
Vereador Luiz Augusto Pinho de Queiroga, cujo mandato foi cassado no mesmo procedimento
administrativo proposto contra a ora agravante (PAD nº 01/2017), deu provimento ao recurso, sob o
entendimento de serem inaplicáveis as Resoluções editadas pelo Município, diante da competência
privativa da União para legislar sobre o assunto, nos termos da Súmula Vinculante nº 46 do Supremo
Tribunal Federal.
Outrossim, acrescentou que o artigo 23 da Lei Federal nº 9.784/1999 – segundo o qual os atos do processo
administrativo devem ser realizados em dias úteis – é legislação geral em relação ao Decreto-Lei nº
201/1967, razão pela qual esta última é que deve ser observada.
Assim, considerando presente a plausibilidade do direito alegado e a existência de periculum in mora, por
estar a agravante afastada de seu mandato eletivo, concedeu a tutela requerida (mov. 5.1).
Nos autos da Ação Anulatória, o Município de Foz do Iguaçu foi citado, oportunidade em que apresentou
contestação (mov. 26.1) pugnando pela improcedência dos pedidos.
Da sentença recorrida
O Magistrado Singular anunciou o julgamento antecipado da lide, em razão de a matéria em discussão ser
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Afirmou ser despicienda a discussão de possível invasão de competência legislativa exclusiva da União, e
consequente violação da Súmula Vinculante nº 46 da Corte Suprema, por se tratar o presente caso de
Esclareceu que a discussão dos autos diz respeito ao processo administrativo de cassação de mandato em
virtude de quebra do decoro parlamentar, consistente em ato político, cuja matéria é interna corporis.
Logo, seria de competência exclusiva da própria Casa Legislativa legislar sobre o assunto.
Ressaltou que o Decreto-lei nº 201/1967 é aplicável nos casos de crime de responsabilidade e, apenas
subsidiariamente, quando não houver legislação específica no Estado respectivo. No caso, observou que a
Câmara de Vereadores editou as Resoluções nº 123/2016 e nº 124/2016, dispondo sobre o procedimento a
ser observado nos processos administrativos disciplinares submetidos ao exame daquela Casa.
Concluiu inexistir qualquer nulidade no processo administrativo, porquanto não extrapolado o prazo de 90
(noventa) dias úteis para o seu encerramento, nos termos dispostos no artigo 7º da Resolução nº 123/2016.
Ainda, consignou que caso fosse possível a aplicação do Decreto-Lei nº 201/1967, contando-se o prazo
para o encerramento do processo administrativo em dias corridos, não seria a hipótese de anular todo o
procedimento e determinar a reintegração da autora, haja vista a ausência de prejuízo, aplicando o
princípio do pas de nullité sans grief.
Dessa forma, julgou improcedentes os pedidos formulados na inicial, extinguindo o processo, nos termos
do artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil, condenando a autora ao pagamento dos ônus
sucumbenciais.
Opostos embargos de declaração (mov. 43.1), foram acolhidos parcialmente, sem efeitos infringentes,
apenas “para o fim de sanar a contradição e determinar a exclusão da argumentação constante da sentença
que faça referência a ‘condenação da autora em processo criminal acerca dos fatos ou a prova produzida
em processo criminal’ (mov. 45.1).”
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Inconformada, a autora interpôs recurso de apelação (mov. 52.1), pleiteando, inicialmente, a concessão do
efeito suspensivo ao recurso, a fim de ser mantida a liminar concedida no Agravo de Instrumento nº
Afirma estarem preenchidos os requisitos dispostos no artigo 300 do Código de Processo Civil para a
concessão da medida, dizendo não ter ocorrido qualquer alteração da situação fática desde a concessão da
liminar nos autos de Agravo de Instrumento.
Consigna ser patente o periculum in mora, pois está a recorrente afastada da vereança, transcorrendo o
prazo do seu mandato sem que esteja exercendo a função para a qual foi democraticamente eleita.
Esclarece que, notificada da existência do processo administrativo disciplinar no dia 24.02.2017, a sua
conclusão só se deu em 03.06.2017, ou seja, 99 (noventa e nove) dias após a notificação da apelante,
havendo, portanto, violação ao disposto no artigo 5
º e 7º do Decreto-Lei nº 201/1967.
Enfatiza ter o legislativo municipal adentrado em assunto de competência privativa da União, ao inovar
em matéria processual e prever nas Resoluções nº 123/2016 e nº 124/2016 prazo diferente do estabelecido
no Decreto-Lei nº 201/1967, para a conclusão dos processos administrativos. Lembrou, entretanto, que a
redação contida no artigo 66, inciso XIV, da Lei Orgânica do Município de Foz do Iguaçu, está em
consonância com o Decreto-Lei nº 201/1967.
Ressalta o entendimento do Supremo Tribunal Federal, segundo o qual nos crimes de responsabilidade
previstos no artigo 4º do Decreto-Lei nº 201/1967, estão inseridas as infrações ético-administrativas,
dentre as quais, a infração por quebra de decoro parlamentar.
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46 do Supremo Tribunal Federal ao caso, pois trata-se de processo administrativo instaurado para a
apuração de quebra do decoro parlamentar, sendo este ato infração político-administrativa.
Por fim, requer o provimento do recurso, com a suspensão dos efeitos da Resolução nº 137/2017, que
cassou o mandato eletivo da apelante; a decretação da nulidade do PAD 001/2017; e o seu retorno ao
cargo de Vereadora.
Intimado o apelado, deixou transcorrer o prazo sem apresentação de contrarrazões (mov. 60.0).
A Câmara Municipal de Foz do Iguaçu peticionou nos autos, apresentando razões de impugnação ao
recurso de apelação (mov. 59.1), as quais foram ratificadas pelo Município de Foz do Iguaçu (mov. 61.1).
Aberto vista à douta Procuradoria-Geral de Justiça, pronunciou-se pela ausência de interesse no feito
(mov. 9.1).
Convertido o feito em diligência, a fim de que a recorrente apresentasse documento comprovando a data
da sua notificação do PAD, foi juntada cópia integral do referido procedimento administrativo (mov.
22.2).
Intimado o Município para se pronunciar a respeito, decorreu o prazo sem manifestação (mov. 27).
É o relatório.
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II - VOTO E FUNDAMENTAÇÃO
Pois bem, inicialmente, cumpre dizer ser possível ao Poder Judiciário rever os atos administrativos
emanados do Poder Legislativo, no tocante à legalidade, sendo vedado apenas o reexame do mérito da
decisão sob o aspecto da justiça, oportunidade e conveniência.
Dito isso, a controvérsia apresentada diz respeito ao prazo a ser observado no procedimento administrativo
disciplinar que resultou na cassação do mandato eletivo da apelante por quebra de decoro parlamentar,
defendendo esta ser aplicável ao caso o disposto no Decreto-Lei nº 201/1967, e não nas Resoluções nº
123/2016 e nº 124/2016, haja vista o contido na Súmula Vinculante nº 46 do Supremo Tribunal Federal.
Colhe-se dos autos que a recorrente, eleita vereadora pelo Município apelado para a legislatura de
2017/2020, sofreu processo administrativo disciplinar (PAD nº 001/2017) por quebra de decoro
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defesa.
Após a instrução do feito pela Câmara dos Vereadores, o processo administrativo foi concluído (mov. 1.9),
Pois bem, de início, impede observar que a vigência do Decreto-Lei nº 201/1967, à luz da Constituição
Federal de 1988, foi tema submetido à análise do Supremo Tribunal Federal. E após amplos debates,
concluiu a Corte Suprema pela sua recepção frente à nova ordem constitucional, editando, assim, a Súmula
nº 496, nos seguintes termos:
Referido diploma legal dispôs sobre as hipóteses de responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores, bem
como sobre o procedimento a ser observado nos processos de cassação do mandato, prevendo em seu
artigo 5º, inciso VII, que:
Tal regramento foi repetido na Lei Orgânica do Município de Foz do Iguaçu, nos seguintes termos:
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Entretanto, o Decreto-Lei nº 201/1967, impede lembrar, editado antes da Constituição Federal, dispôs em
seu artigo 7º que, nas hipóteses de cassação de mandato de vereador, o procedimento administrativo
previsto no artigo 5º, seria aplicável apenas de forma excepcional, de modo que os Estados e Municípios
Diante desta previsão, diversos Estados e Municípios passaram a estabelecer regramentos próprios para a
apuração dos crimes de responsabilidade e infrações políticos-administrativas praticados pelos
Governadores, Prefeitos e Vereadores.
Dito isso, antes de examinar a situação ora discutida nos autos, e delimitar o alcance e aplicabilidade da
Súmula vinculante nº 46 do STF, para fins didáticos e esclarecedores, é relevante traçar um apanhado
histórico sobre a previsão contida no Decreto-lei nº 201/1967, o qual possibilitou aos Municípios e aos
Estados legislarem sobre crimes de responsabilidades e infrações políticos-administrativas, bem como
dispor sobre o processo de cassação.
Pois bem, durante muitos anos, após a vigência da Constituição Federal de 1988, a doutrina vetusta sobre o
assunto posicionou-se, em sua maioria, no sentido de que os regramentos municipais, que tratassem dos
crimes de responsabilidade e infrações político-administrativas, prevaleceriam sobre qualquer outra
legislação.
Sobre o assunto, relevante as lições contidas na doutrina de Tito Costa, em sua obra de 2001:
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Senadores. Eis aqui a manifestação clara do paralelismo, ou da similaridade que
deve haver entre normas que regulamentam o exercício de mandatos políticos
nos planos federal, estaduais e municipais.
(...)
Não pode pairar mais dúvida, após o advento da Constituição do Brasil de 1988,
que a matéria de cassação e extinção de mandatos municipais deve ser
Relevante anotar que a possibilidade de os Municípios legislarem sobre o assunto foi abalizada por
renomados doutrinadores, dentre os quais o Professor José Afonso da Silva, o Advogado Tito Costa, já
mencionado neste voto, e o Professor Diógenes Gasparini, segundo os quais – resguardados os devidos
posicionamentos quanto à revogação parcial ou não do Decreto-lei nº 201/1967 – a Constituição Federal de
1988 teria derrogado a possibilidade de a União legislar sobre crimes de responsabilidade e infrações
político-administrativas, passando tal incumbência a competência exclusiva do Município, em razão do
disposto no artigo 29 da Carta Magna.
Para o Professor José Afonso da Silva, a Constituição Federal de 1988 teria liquidado a discussão existente
quanto à validade dos artigos 4º e 5º do Decreto-lei nº 201/1967, os quais dispõem sobre as infrações
político-administrativas e o procedimento de cassação, haja vista a autonomia concedida aos Municípios,
por força do artigo 29 do Diploma Maior. Assim, nem mesmo os Estados teriam mais competência para
legislar sobre as infrações político-administrativas, por estarem estas inseridas na capacidade de
auto-organização do Município.
“Na defesa desse ponto de vista encontramos o Professor José Afonso da Silva,
observando que ‘ a constitucionalidade das normas sobre cassação de mandatos
de prefeitos e vereadores, constantes do Dec-lei 201/67, foi várias vezes
objetada. O argumento da contestação se fundava na falta de competência da
União para legislar sobre a matéria (...). Hoje a situação constitucional é ainda
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os Municípios adquiriram até aquele ‘poder institucional’ que lhes faltava
nos regimes constitucionais anteriores, de modo que nem o legislador
estadual poderá mais legislar sobre o assunto, que passou inteiramente para
a competência das leis orgânicas dos Municípios, por força do art. 29 da CF
de 1988, de modo que as infrações políticos-administrativas de prefeitos e
vereadores hão de constar delas, de sorte que a promulgação da
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Vereadores – Crimes e Infrações de Responsabilidade. Altamiro de Araújo Lima
Filho, p. 387/389) (Destaquei).
Seguindo o mesmo raciocínio, quanto à outorga pela nova ordem constitucional de autonomia aos
A despeito de estes fundamentos terem sido abraçados pela maior parte da doutrina e da jurisprudência,
que por longos anos entendeu ser aplicável as legislações municipais em detrimento do Decreto-Lei nº
201/1967, foi criada uma outra corrente doutrinária, a qual afastou o fundamento de ser a autonomia
concedida pela Constituição Federal de 1988 aos Municípios capaz de autorizá-los a legislar sobre a
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cassação dos agentes políticos.
Para os adeptos deste entendimento, a Constituição Federal não autorizou o Município a legislar sobre
De acordo os defensores desta segunda corrente, a autonomia conferida pela Constituição Cidadã aos
Municípios para se auto-organizarem não pode ser interpretada como a possibilidade de as Câmaras
legislativas legislarem sobre as infrações político-administrativas e o processo de cassação dos Prefeitos e
Vereadores, não podendo, pois, a matéria ser interpretada como assunto de interesse local.
Nesse caminho, foram os magistérios do Advogado José Nilo de Castro e do eminente Desembargador do
Tribunal de Minas Gerais Sérgio Lellis Santiago:
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eis que a Administração Pública deve ter regras de procedimentos
uniformes. O que há de ser de peculiar interesse local com isso não se
confunde, devendo ater-se ao que lhes for exclusivo, individual. Ou, na
dicção do saudoso Hely Lopes Meirelles, invocado pela douta Procuradoria
Geral de Justiça, em seu parecer, ‘o que define e caracteriza o peculiar interesse,
inscrito como dogma constitucional, é a predominância do interesse do
Inobstante os dissensos doutrinários que sempre nortearam o assunto, conforme já explanado no início
deste voto, o Supremo Tribunal Federal declarou a recepção integral do Decreto-Lei nº 201/1967 pela
Constituição Federal de 1988, editando, inclusive, a Súmula nº 496.
Contudo, tal entendimento não pôs fim as divergências a respeito da possibilidade de o Município poder ou
não legislar sobre crimes de responsabilidade/ infrações político-administrativas e o processo de cassação
dos Prefeitos e Vereadores, inclusive por meio de Regimentos Internos e Resoluções.
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Aliás, observe-se que este Tribunal de Justiça, em diversas oportunidades, deliberou no sentido de ser
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aplicável a lei orgânica do Município no julgamento dos crimes de responsabilidade e infrações
político-administrativas, só incidindo o Decreto-Lei nº 201/1967 de forma subsidiária, conforme in verbis:
A par de todas as divergências assinaladas e dos fundamentos defendidos por cada doutrinador, tem-se que
por longos anos prevaleceu o entendimento de ser possível aos Municípios legislarem sobre crimes de
responsabilidade/infrações político-administrativas praticadas por Prefeitos e Vereadores, sendo, portanto,
afastadas as disposições contidas no Decreto-Lei nº 201/1967.
Todo esse imbróglio, como visto, desenvolveu-se pela interpretação dada as normas contidas no
Decreto-Lei nº 201/1967 frente às instituídas pela nova ordem de 1988. Mas não apenas por isso.
Observa-se também que sempre existiu discordância entre doutrinadores a respeito do próprio conceito de
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Neste ponto, embora à questão também não esteja pacífica, tem-se que para boa parte da doutrina os crimes
de responsabilidade são, na verdade, as próprias infrações político-administrativas, as quais são julgadas
Sobre o assunto, impede citar decisão do Pretório Excelso, da lavra do Ministro Carlos Velloso:
E sob essa premissa, em razão do contido no artigo 22, inciso I da Constituição – competência privativa da
União para legislar sobre direito penal – editou a Súmula nº 722, dispondo:
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“Súmula 722: São da competência legislativa da União a definição dos crimes
de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e
julgamento.”
Observa-se que, no Recurso Extraordinário nº 367297/SP, que resultou na edição da Súmula nº 722 da
Corte Suprema, o Excelentíssimo Ministro Celso de Mello bem ressaltou a divergência quanto à natureza
do crime de responsabilidade, consignando:
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tipificadoras de ilícitos político-administrativos (...)’. (RTJ 198/452-454, 452,
Rel. Min. CELSO DE MELLO) (...) Essa diretriz jurisprudencial apoia-se no
magistério de autores - como PONTES DE MIRANDA (“Comentários à
Constituição de 1967, com a Emenda n. 1, de 1969”, tomo III/355, 3ª ed., 1987,
Forense), MARCELO CAETANO (“Direito Constitucional”, vol. II/547-552,
item n. 179, 2ª ed., revista e atualizada por Flávio Bauer Novelli, 1987, Forense)
Nessa ordem de ideias, observa-se que, embora a Corte Suprema tenha editado a Súmula 722, firmando
entendimento de não possuírem os Estados e os Municípios competência para legislarem sobre crimes de
responsabilidade, ainda que sob a rubrica de infrações político-administrativas, os Municípios
continuaram a aprovar legislação tratando do tema. Tal fato culminou na conversão da indigitada súmula
em vinculante, qual seja, a nº 46 do Supremo Tribunal Federal, publicada em 09 de abril de 2015, cuja
redação foi a seguinte:
firmados após a edição da Súmula vinculante nº 46 do STF, observo que a questão está longe de ser
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pacificada.
A discussão que ora se depara, e com relação a qual ainda persiste divergência jurisprudencial, é quanto ao
Pois bem, essa questão tem se mostrado divergente não apenas no âmbito deste Tribunal de Justiça, mas de
outros Tribunais Estaduais do país.
Nesses julgados esta Colenda Câmara concluiu que a quebra de decoro parlamentar configura crime de
responsabilidade/infração político-administrativa.
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“APELAÇÃO CÍVEL. MANDADO DE SEGURANÇA. CÂMARA DE
VEREADORES. PROCESSO PARA CASSAÇÃO DE PARLAMENTAR.
ALEGADA EXTRAPOLAÇÃO DO PRAZO PARA SUA CONCLUSÃO.
PRAZO DECADENCIAL DE 90 DIAS CORRIDOS, A CONTAR DA
NOTIFICAÇÃO DO ACUSADO. ART. 5.º, INCISO VII, DO
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“APELAÇÃO CÍVEL. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO DE
CASSAÇÃO DE MANDATO DE VEREADOR POR QUEBRA DO
DECORO PARLAMENTAR. PRAZO PARA APRESENTAR DEFESA
PRÉVIA PREVISTO NO REGIMENTO INTERNO DA CÂMARA
MUNICIPAL DE QUINTA DO SOL NÃO OBSERVADO, CERCEAMENTO
DE DEFESA. INOCORRENCIA. APLICABILIDADE DO DECRETO-LEI
Ainda, na mesma linha de entendimento, há decisões dos Tribunais de Justiça de Minas Gerais e de São
Paulo:
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Fazenda Pública; Data do Julgamento: 09/10/2017; Data de Registro:
10/10/2017). (Destaquei).
De acordo com esses precedentes, tem-se entendido ser a quebra do decoro parlamentar uma infração
político-administrativa (crime de responsabilidade propriamente dito), por ser uma conduta ilícita praticada
por agente político.
Por igual, mostra-se importante citar os ensinamentos do renomado Promotor e Professor Rogério Sanches
Cunha, quanto à natureza das infrações atingidas pela Súmula Vinculante nº 46 do STF:
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seja, aquele que versa sobre punições de ordem política.
A edição desta súmula vinculante decorreu, na verdade, da conversão da súmula
722, editada em 2003, que já pacificara a questão a respeito da competência
privativa da União sobre a lei disciplinando os crimes de responsabilidade
impróprios. A conversão ocorreu porque, a despeito da súmula então
vigente, estados e municípios insistiam em aprovar leis locais tratando do
Por outro lado, não desconheço a existência de entendimento diverso ao exposto alhures, inclusive já
manifestado neste Tribunal de Justiça.
Aliás, verifica-se que algumas reclamações estão sendo propostas no Supremo Tribunal Federal suscitando
a violação da Súmula Vinculante nº 46 pelas Câmaras Municipais, em razão da aplicação de suas
legislações no processo de cassação de Vereador em detrimento do Decreto-Lei nº 201/1967.
Todavia, não obstante tais reclamações não estejam sendo admitidas, em alguns casos, os Excelentíssimos
Ministros da Corte Suprema, sem adentrar no mérito das discussões que rodeiam a questão, apenas
afirmam, em sucintos parágrafos, não ser a quebra do decoro parlamentar crime de responsabilidade.
Observa-se que tais afirmações acabam sendo utilizadas para embasar o entendimento daqueles que
defendem a inaplicabilidade da Súmula Vinculante nº 46 aos casos de cassação de mandato de vereadores.
A título de exemplo, vejamos como constou a afirmação do Excelentíssimo Ministro Marco Aurélio, no
julgamento da Reclamação 29264/MT:
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revelar quebra de decoro parlamentar. Mostra-se ausente a identidade
material entre a situação retratada e o paradigma. Atentem para a
excepcionalidade da reclamação” (STF, Rcl. 29264/MT, DJ 19/09/2018)
(Destaquei).
Pois bem, após a exposição de todas as divergências doutrinárias e jurisprudenciais que ainda circundam o
tema, constata-se que a questão ainda é nebulosa, necessitando de um melhor esclarecimento, direto e
objetivo.
Portanto, depois de examinar todo o contexto histórico e os fundamentos desenvolvidos por cada corrente
doutrinária ao longo dos anos, bem como as decisões jurisprudenciais proferidas a respeito do tema, até
que haja um pronunciamento pacificado e claro, inclino-me, no momento, em adotar o entendimento de
que a quebra do decoro praticada por parlamentar é uma infração política-administrativa e,
consequentemente, incide no caso o teor da Súmula Vinculante nº 46.
É relevante salutar que a doutrina remota que sempre tratou do assunto não traçou uma distinção para
afastar a natureza de infração político-administrativas às condutas praticas pelos vereadores, dentre as
quais, a quebra do decoro.
Pelo contrário, conforme se denota da compilação doutrinária alhures apresentada, a discussão quanto à
autonomia Municipal, e possível inaplicabilidade do Decreto-Lei nº 201/1967, sempre esteve relacionada
aos processos administrativos de apuração de prática de infrações político-administrativas cujas
penalidades eram de cassação dos mandatos de Prefeitos e de Vereadores.
PROJUDI - Recurso: 0004791-71.2018.8.16.0030 - Ref. mov. 59.1 - Assinado digitalmente por Carlos Mansur Arida:11206, Renato Braga Bettega:33
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17/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Desembargador Renato Braga Bettega - 5ª Câmara Cível)
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Como ponderado na obra de Altamiro de Araújo Lima Filho, ao citar o posicionamento doutrinário do
Desembargador Sérgio Lellis Santiago, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, e do Advogado José Nilo
de Castro, não é razoável que as infrações praticadas por agentes políticos fiquem sob o crivo autônomo de
E neste sentido foi a decisão proferida pelo Excelentíssimo Senhor Ministro da Corte Suprema, Alexandre
de Moraes, na Reclamação nº 29657/PA, onde reconheceu a aplicação da Súmula Vinculante nº 46 com
relação a conduta de quebra de decoro praticado por Prefeito.
Vejamos:
Nessa linha de pensamento, válido registrar que a conduta de quebra de decoro praticada por parlamentar
PROJUDI - Recurso: 0004791-71.2018.8.16.0030 - Ref. mov. 59.1 - Assinado digitalmente por Carlos Mansur Arida:11206, Renato Braga Bettega:33
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17/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Desembargador Renato Braga Bettega - 5ª Câmara Cível)
também está prevista no Decreto-Lei nº 201/1967, no artigo 7º, inciso III, in vebis:
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“Art. 7º A Câmara poderá cassar o mandato de Vereador, quando:
(...)
III - Proceder de modo incompatível com a dignidade, da Câmara ou faltar com
Registre-se, ainda, as conclusões adotadas pelo Juiz Substituto em Segundo Grau, Rogério Ribas, em seu
voto proferido no Agravo de Instrumento nº 0038679-58.2017.8.16.000:
De outro passo, impende asseverar que esse é o entendimento que adotou esta 5ª Câmara em julgado
mais recente, já citado neste voto – Mandado de Segurança nº 0000343-17.2018.8.16.0075, julgado em
11.12.2018 – e que se coaduna com a jurisprudência de outros Tribunais.
Ainda que não fossem suficientes os fundamentos acima expostos, a Constituição Federal de 1988, em seu
artigo 22, inciso I, outorgou à União a competência privativa para legislar sobre norma processual. E no
artigo 24, inciso XI, estabeleceu a competência concorrente da União, do Estado e do Distrito Federal para
legislar sobre procedimento.
Oportuno enfatizar, a despeito de a doutrina unânime considerar que a competência contida no artigo 24,
inciso XI, da Carta Magna é extensível também aos Municípios, importante observar que essa competência
é suplementar em assuntos que sejam de interesse local.
E não obstante os entes federados tenham autonomia de editarem suas leis, possuindo cada um dos poderes
possibilidade de formularem seus regimentos internos e resoluções, deve ser respeitado o princípio da
simetria.
PROJUDI - Recurso: 0004791-71.2018.8.16.0030 - Ref. mov. 59.1 - Assinado digitalmente por Carlos Mansur Arida:11206, Renato Braga Bettega:33
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Sobre o assunto, relevante mencionar os ensinamentos da Professora Natália Masson:
Logo, entendo por adotar o entendimento de ser aplicável ao caso o disposto na Súmula Vinculante nº 46
do STF, por estar a conduta de quebra de decoro parlamentar inserida no conceito de crime de
responsabilidade/infração político-administrativa, matéria de competência privativa da União.
Com efeito, no caso em exame, o Município não poderia ter disciplinado pela Resolução de nº 123/2016,
sobre o processo de cassação do mandato de vereador, devendo ser aplicado ao caso o disposto no artigo
5º, inciso VII, do Decreto-Lei nº 201/1967, o qual, conforme já delineado, estabeleceu o prazo de 90
(noventa) dias, contados de forma corrida, para a conclusão do processo.
Destarte, reconhecida a aplicação do prazo estabelecido no artigo 5º, inciso VII, do Decreto-Lei nº
201/1967, tem-se que a sua contagem se inicia com a notificação do acusado.
No caso em apreço, o processo administrativo (PAD nº 01/2017) teve início no dia 17 de fevereiro de 2017
(mov. 1.8, p. 71), tendo a recorrente sido notificada da sua existência no dia 24.02.2017 (mov.22.2, p. 21).
Assim, o prazo fatal para a conclusão do julgamento seria 30.05.2017.
Entretanto, o relatório final da Comissão Parlamentar do Município de Foz do Iguaçu, que culminou na
cassação do mandato da recorrente, só foi apresentado em 03.06.2017 (mov. 1.8, p. 73; 76), e publicado no
dia 01/07/2017 (mov. 1.10, p. 135), através da Resolução nº 139/2017. Logo, foi ultrapassado o prazo
decadencial de 90 (noventa) dias previsto no artigo 5º, inciso VII, do Decreto-Lei nº 201/1967.
PROJUDI - Recurso: 0004791-71.2018.8.16.0030 - Ref. mov. 59.1 - Assinado digitalmente por Carlos Mansur Arida:11206, Renato Braga Bettega:33
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17/07/2019: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Desembargador Renato Braga Bettega - 5ª Câmara Cível)
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Válido observar que referido prazo é decadencial. Com efeito, ultrapassados os 90 (noventa) dias corridos
para o encerramento do processo administrativo disciplinar, obrigatoriamente, conforme dispõe o próprio
artigo 5º, inciso VII, do Decreto-Lei nº 201/1967, o procedimento deverá ser arquivado, sem prejuízo da
Por consequência, deve a impugnante retornar ao cargo de vereadora do Município de Foz do Iguaçu.
PROJUDI - Recurso: 0004791-71.2018.8.16.0030 - Ref. mov. 59.1 - Assinado digitalmente por Carlos Mansur Arida:11206, Renato Braga Bettega:33
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Por fim, a título complementar e à guisa de evitar futuras digressões, ainda que reconhecida a
inaplicabilidade do artigo 7º, § 2º, da Resolução nº 123/2006, não é o caso de remeter os autos para
julgamento perante o Órgão Especial – diante da cláusula de reserva de plenário, prevista no artigo 97 da
Constituição Federal –, por incidir no caso o disposto no artigo 949, parágrafo único, do Código de
Processo Civil.
Isto posto, com base nos fundamentos acima delineados, cumpre dar provimento à presente apelação cível.
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E diante do provimento do recurso, com a determinação de retorno da recorrente ao cargo ocupado, julgo
prejudicado o pedido de efeito ativo recursal, requerido nos termos do artigo 1.012, § 4º, do Código de
Deixo de arbitrar honorários recursais, diante do provimento do recurso, devendo ser invertido os ônus
sucumbenciais.
III – DISPOSITIVO
O julgamento foi presidido pelo Desembargador Nilson Mizuta, com voto, e dele participaram
Desembargador Renato Braga Bettega (relator), Desembargador Carlos Mansur Arida (voto vencido),
Juiz Subst. 2ºgrau Luciano Campos De Albuquerque e Desembargador Luiz Mateus De Lima.
09 de julho de 2019
Relator
[1]Art. 4º São infrações político-administrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cassação do
mandato:
II - Impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos que devam constar dos arquivos da Prefeitura, bem como a verificação de obras e
serviços municipais, por comissão de investigação da Câmara ou auditoria, regularmente instituída;
III - Desatender, sem motivo justo, as convocações ou os pedidos de informações da Câmara, quando feitos a tempo e em forma regular;
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VI - Descumprir o orçamento aprovado para o exercício financeiro,
VII - Praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou omitir-se na sua prática;
VIII - Omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou interesses do Município sujeito à administração da Prefeitura;
IX - Ausentar-se do Município, por tempo superior ao permitido em lei, ou afastar-se da Prefeitura, sem autorização da Câmara dos Vereadores;