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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO - UFERSA


CURSO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Trabalho de Conclusão de Curso (2019).

CÁLCULO DO BANCO DE CAPACITORES PARA A CORREÇÃO DO FATOR DE


POTÊNCIA UTILIZANDO Microsoft® EXCEL.
Mathson de Souza Fonsêca1, Prof. Dr. Geovani Ferreira Barbosa2

Resumo: Tendo em vista que o fator de potência é parte essencial na elaboração de modelos matemáticos
para controle de consumo elétrico no funcionamento de máquinas e considerando que o melhor modo para
reduzir custos operacionais de unidades existentes é aprimorar sua eficiência e operação através da
otimização. Este trabalho visa fornecer mais praticidade, trazendo resolução computacional através da
criação de um simulador simples em Microsoft® Excel para o cálculo de correção do fator de potência. O
simulador, além de fazer o cálculo do banco de capacitores para a correção do fator de potência, mostrará ao
usuário o orçamento aproximado a ser gasto em capacitores, facilitando, assim, a implantação dos bancos de
correção em instalações de baixa eficiência.
Palavras-chave: Correção do fator de potência. Banco de capacitores. Desvio de fase.

1. INTRODUÇÃO

Já há algumas décadas, buscam-se formas cada vez mais eficientes de geração e distribuição de energia,
porém, tão importante quanto a eficiência na geração e na distribuição, é a eficiência no consumo de energia. No
Brasil, desde 1968, existe uma legislação específica que trata da eficiência no consumo de energia elétrica,
através dos decretos 62.724/68, 75.887/75 e 479/92 em que foram regulamentadas diversas regras de tarifação no
consumo de energia, bem como a criação de punições administrativas praticadas através de multas para o
consumidor cujas instalações operem com um fator de potência inferior a 0.92. Essa punição é denominada
multa por excesso de potência reativa [1].
Mesmo após a criação das regulamentações, ainda existe muito desperdício de energia nas mais diversas
indústrias do País, seja por comodismo de parte da indústria ou por falta de conhecimento técnico por parte dos
colaboradores das empresas. O pagamento de multas por excesso de potência reativa continua um problema
recorrente e atual. Os problemas decorrentes da alta potência reativa nas instalações de empresas podem gerar
um efeito cascata cujos limites na economia e na sociedade são difíceis de verificar. Primeiro, a baixa eficiência
no uso da energia elétrica aumenta os custos de produção, o que, por sua vez, aumenta o custo final dos produtos
e diminui a capacidade da produção da empresa [2]. O aumento na eficiência do consumo de energia elétrica
resultaria em melhoras significativas tanto para indústria, que teria mais eficiência na produção e maior
capacidade crescimento, quanto para o consumidor final e o meio ambiente, que com o uso mais eficiente da
energia pelos consumidores, seria menos agredido com a possível diminuição na taxa de construção de usinas
geradoras de energia, pois por mais que as novas estações geradoras busquem eficiência e sustentabilidade, elas
sempre irão causar algum impacto ambiental.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Fator de potência

Para o funcionamento de boa parte dos equipamentos elétricos (como por exemplo: motores,
transformadores, cargas-não-lineares e outros equipamentos com rolamentos), é necessário que exista energia
ativa e uma energia reativa (a grandeza de energia por unidade de tempo dá-se o nome de potência). A potência
ativa, medida em watts (W), é aquela que de fato realiza trabalho e faz com que o equipamento cumpra sua
função, como a produção de torque no eixo de um motor, por exemplo. A potência reativa, medida em volt-
ampere-reativo (VAr), é a componente da energia elétrica total que não realiza trabalho, mas é consumida pelos
equipamentos com a finalidade de magnetizar as bobinas dos equipamentos e gerar os campos eletromagnéticos
necessários para o seu funcionamento [3]. Contudo, a energia reativa deve ser usada da forma mais limitada
possível, pois o excesso de energia reativa exige condutores e transformadores mais robustos e ainda provoca
aquecimento nos sistemas e quedas de tensão na instalação [4].
O fator de potência (FP) é a quantificação numérica da discrepância entre a potência aparente, medida em
volt-ampere (VA), e a potência capaz de realizar trabalho (potência ativa). Matematicamente, as potências
aparente, ativa e reativa estão relacionadas por um triângulo de Pitágoras (ou triângulo retângulo), onde a
potência aparente é dada pelo valor da hipotenusa do triângulo, a potência ativa pelo cateto horizontal e a
potência reativa pelo cateto vertical, assim, as potências aparente, ativa e reativa estão geometricamente
relacionadas com a impedância, resistência e reatância da figura 1 [4].

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1
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Figura 1. Diagrama de impedância. (Museu das comunicações, 2015)

Na equação 1 é mostrado que o fator de potência é a razão entre a potencia ativa e a potência aparente [4].

(1)

Dentre os dados fornecidos pelos fabricantes de equipamentos elétricos o fator de potencia, a potência ativa
e o rendimento são os mais fáceis de encontrar [5], por isso, todo o cálculo da potência aparente e reativa terão
como base o fator de potência e a potência ativa do equipamento em questão (a potência ativa usada nos cálculos
será o valor da potência ativa fornecida pelo fabricante vezes o rendimento. Tomando como conhecidos o fator
de potência e a potência ativa de um equipamento, e sabendo que as mesmas se relacionam matematicamente por
um triângulo de Pitágoras, pode-se calcular a potência reativa através da equação 2:

(2)

Em que é o ângulo entre a potência aparente e a potência ativa. O cálculo da potência reativa é especialmente
importante, pois é através do seu valor que o banco de capacitores para correção do fator de potência é
dimensionado. O valor da potência aparente não será relevante para os cálculos feitos neste trabalho. Contudo,
ela é um importante indicador geral e representa a quantidade de energia que o sistema consome da rede. Assim,
a potência aparente estará representada na tabela de simulação e pode ser obtida através da equação 3:

√ (3)

2.2. Potência ativa e reativa

Na maior parte dos equipamentos, o baixo fator de potência ocorre pela presença de cargas indutivas, essas
cargas armazenam campo magnético e têm como efeito atrasar os picos de corrente em um sistema CA (corrente
alternada) em relação aos picos de tensão. A figura 1 mostra um diagrama que representa a resistência elétrica e
a reatância em um sistema cartesiano, o vetor no eixo horizontal (eixo real) representa a resistência elétrica, e o
vetor no eixo vertical (eixo imaginário) representa a reatância. Observando essa imagem é fácil perceber que a
magnitude do vetor do eixo vertical é a soma de X C (reatância capacitiva) na parte negativa do eixo, com XL
(reatância indutiva) na parte positiva do eixo. O vetor diagonal Z é a impedância (soma das reatâncias com a
resistência elétrica) e representa a “dificuldade total” do fluxo de corrente elétrica em um sistema CA [4].
A potência reativa ocorre quando existe uma diferença de fase entre os picos de corrente e tensão, essa
diferença de fase pode ser gerada tanto pela presença de cargas indutivas quanto capacitivas. As cargas indutivas
têm por característica adiantar os picos de tensão em relação aos picos de corrente, e as cargas capacitivas de
adiantar os picos de corrente em relação aos de tensão. Essas características de ambas as cargas, tanto indutiva
quanto capacitiva, são o cerne desse trabalho, pois o atraso da corrente em relação à tensão gerado pelas cargas
indutivas é causa do problema das altas potências reativas e, por consequência, o problema do baixo fator de
potência. Já a característica das cargas capacitivas de adiantar a corrente em relação à tensão é o meio com o
qual é corrigido o fator de potência e o problema das altas potências reativas [4]. Na figura 2, pode-se observar
um gráfico de fase entre tensão e corrente para um circuito puramente resistivo. No primeiro caso, a tensão está
em fase com a corrente, pois o resistor só possui valor na parte horizontal (real) do gráfico e o valor inicial para a
tensão no tempo zero é uma função da corrente e da impedância e, como mostrado na própria figura 2, no caso
de um circuito puramente resistivo, a impedância é igual à resistência [3].

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Figura 2. Diagrama de tensão e corrente em fase. (Museu das comunicações, 2015)

No diagrama da figura 3, os níveis de amplitude de tensão e corrente apresentam uma diferença temporal.
Esta diferença temporal é chamada de desvio de fase e pode variar entre zero e noventa graus, no caso da figura
3, a tensão está adiantada noventa graus em relação a corrente, pois o indutor possui valor de reatância apenas na
parte vertical (imaginária) positiva do gráfico, e como no indutor a tensão é uma função da reatância e da
corrente, a tensão será adiantada em noventa graus. Os diagramas das figuras 2 e 3 são para ilustrar parte da
matemática e da física que envolve o desvio de fase, nos circuitos reais não serão encontrados casos como o da
figura 3, pois por mais que um circuito possa ser montado sem a utilização de resistores, os próprios condutores
do circuito possuirão uma resistividade característica, e por consequência, resistência elétrica. Assim, a
impedância para circuitos CA será sempre a soma da resistência elétrica com a reatância e seria representada por
um vetor diagonal no diagrama de tensão e corrente [4].

Figura 3. Diagrama de tensão e corrente com desvio de fase. (Museu das comunicações, 2015)

2.3. Correção do fator de potência

Para corrigir o fator de potência a um nível desejado é preciso diminuir o desvio de fase entre as ondas de
corrente e tensão. O cálculo envolvendo números complexos desse desvio pode ser feito através uso geométrico
da relação de Pitágoras que os valores das potências têm entre si. A figura 4 mostra o triângulo de Pitágoras que
relaciona as potências (esse triângulo é comumente chamado de triangulo de potências) [4].

Figura 4. Triângulo de potências. (Autoria própria, 2019)

Como o eixo vertical (eixo imaginário) é o que contem valor que irá adiantar ou atrasar a tensão em relação
a corrente, é a magnitude do valor nesse eixo que irá definir o quão grande é o desvio de fase, pois essa
magnitude está diretamente relacionada ao valor do ângulo , que é o desvio de fase entre tensão e corrente.
Outra relação matemática obtida da geometria do triângulo de potências é próprio fator de potência, como nesse
triangulo tem-se a potência aparente como hipotenusa e a potência ativa como cateto adjacente ao ângulo , o
fator de potência pode ser obtido facilmente fazendo o cosseno do ângulo , já que pela equação 1 o fator de
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potência é a razão entre a potência ativa e a potência aparente. A relação do fator de potência com o ângulo é
extremamente importante para o cálculo da correção do fator de potência, pois para fazer a correção é preciso
achar o valor de para o fator de potência desejado. Para isso, aplica-se a função arco trigonométrica do
cosseno na relação de com o fator potencia. Pode-se ver o resultado dessas relações na equação 4 [4].

(4)

Com o valor d e e utilizando-se mais uma vez da geometria do triângulo de potências (em um
triangulo retângulo a tangente de um ângulo é igual ao cateto aposto a esse ângulo dividido o cateto adjacente), é
possível obter, através da equação 5, o valor para a potência reativa desejada, fazendo a tangente do
vezes a potência ativa. Como a potência ativa está relacionada às cargas resistivas, ela é a mesma antes de depois
da correção [4].

( ) (5)

A primeira grandeza relacionada ao banco de capacitores a ser calculado é a potência reativa capacitiva, essa
potência irá se opor à potência reativa indutiva e adiantar os picos de corrente em relação aos picos de tensão. A
potência reativa capacitiva é obtida através da equação 6 e deve ter o valor correto para que o fator de potência
seja corrigido conforme desejado [4].

– (6)

A potência também pode ser calculada elevando a tensão (V) do sistema ao quadrado e dividindo pela reatância.
No caso da potência reativa capacitiva (Xc), conforme mostrado na equação 7, o quadrado da tensão é divido
pela reatância do banco de capacitores [4].

(7)

A reatância capacitiva pode ser obtida matematicamente fazendo o inverso da multiplicação da frequência de
alimentação CA vezes a capacitância, na equação 8 é mostrada essa relação matemática tanto para a frequência
angular como para frequência em hertz [4].

(8)

O valor da capacitância equivalente do banco de capacitores para correção do fator de potência já está na
equação 8, para que o termo fique isolado basta que a equação 8 seja rearranjada. O resultado obtido é mostrado
na equação 9 [4].

(9)

Na prática, para obter um valor de capacitância próximo ao valor calculado, é feita uma associação,
normalmente em paralelo, de vários capacitores. Na associação em paralelo, os valores das capacitâncias de
todos os capacitores são somados. Outra vantagem da associação em paralelo é que no caso de um capacitor dar
defeito, ele não irá comprometer o fluxo de corrente no sistema [3].

2.4. Legislação

Atualmente A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) é órgão que trata em caráter normativo das
regras de tarifação relacionadas ao fator de potência e também controla a distribuição de energia elétrica no
Brasil. A legislação referente ao fator de potência está descrita na tanto na resolução normativa Nº 414/2010
artigo Art. 76: “O fator de potência da unidade consumidora, para fins de cobrança, deve ser verificado pela
distribuidora por meio de medição permanente, de forma obrigatória para o grupo A. (Redação dada pela REN
ANEEL 569 de 23.07.2013). Parágrafo Único. As unidades consumidoras do grupo B não podem ser cobradas
pelo excedente de reativos devido ao baixo fator de potência. (Incluído pela REN ANEEL 569 de 23.07.2013)”
quanto na Resolução Nº 456 da ANEEL, de 29 de novembro de 2000 (ANEEL, 2000). A resolução de 2010
estabelece, ainda, que o fator de potência mínimo permitido para unidades consumidoras do grupo A é de 0,92.
As unidades consumidoras do grupo B não são tarifadas em relação ao baixo fator de potência devido ao menor
consumo em relação as unidades do grupo A [6]. A resolução de 2000 trata, dentre outras coisas, das descrições
dos tipos dos grupos de unidade consumidoras, dividindo-as em grupos e subgrupos. As unidades do grupo A,
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por exemplo, são unidades consumidoras com fornecimento de alta tensão (igual ou superior a 2,3 kV). Já as
unidades do grupo B, possuem fornecimento de baixa tensão (igual ou inferior a 2,3 kV) [7].

3. PROCESSO PRÁTICO

3.1. Tabela de interação

A escolha do Excel como ferramenta da tabela de interação se deu por conta do fato de ele ser um ótimo
software para criação de tabelas e possuir comandos que permitem a criação de equações que operam valores da
própria tabela. A função do Excel de operar valores de uma referência é especialmente útil, pois através dela o
usuário pode ter um resultado rápido e previamente localizado [8]. Para fazer os cálculos e retornar os devidos
valores a serem previstos, a tabela de interação criada neste trabalho necessita da inserção de valores de cinco
grandezas, são elas: potência ativa, fator de potência do equipamento, rendimento do equipamento, tensão de
operação (voltagem) e o fator de potência desejado (que pode ser o mínimo permitido pela legislação brasileira
ou mais alto) [4]. Após a inserção dos comandos, os devidos cálculos serão feitos e a tabela irá retornar os
valores de potência aparente, potência reativa, desvio de fase (em graus e em radianos), reatância do banco de
capacitores previsto, capacitância do banco de capacitores previstos e orçamento aproximado dos capacitores.

3.1.1. Previsão de orçamento

Para criação das funções de previsão de orçamento, inicialmente, foi feita uma pesquisa quanto ao valor de
capacitores comercializados na internet. O valor dos capacitores varia conforme três referencias: o tipo de
capacitor (que depende do material e a geometria com qual é fabricado), a capacitância e a tensão de operação
[9]. Na tabela 1 é mostrado o conjunto de dados usados nas funções de previsão de orçamento.

Tabela 1. Conjunto de dados usado para criação das funções de orçamento. (Autoria própria, 2019)
Capacitores de 25V Capacitores de 50V Capacitores de 63V
CAPACITÂNCIA PREÇO CAPACITÂNCIA PREÇO CAPACITÂNCIA PREÇO
4,70E-07 R$ 0,20 4,70E-07 R$ 0,20 4,70E-07 R$ 0,20
1,00E-06 R$ 0,20 1,00E-06 R$ 0,20 1,00E-06 R$ 0,20
2,20E-06 R$ 0,20 2,20E-06 R$ 0,25 2,20E-06 R$ 0,25
3,30E-06 R$ 0,20 3,30E-06 R$ 0,25 3,30E-06 R$ 0,25
4,70E-06 R$ 0,25 4,70E-06 R$ 0,25 4,70E-06 R$ 0,25
1,00E-05 R$ 0,25 1,00E-05 R$ 0,25 1,00E-05 R$ 0,30
2,20E-05 R$ 0,40 2,20E-05 R$ 0,30 2,20E-05 R$ 0,30
3,30E-05 R$ 0,50 3,30E-05 R$ 0,30 3,30E-05 R$ 0,30
2,20E-04 R$ 0,60 4,70E-05 R$ 0,30 4,70E-05 R$ 0,40
8,20E-04 R$ 1,00 1,00E-04 R$ 0,40 1,00E-04 R$ 0,50
1,00E-03 R$ 1,20 2,20E-04 R$ 1,20 2,20E-04 R$ 1,40
Capacitores de 160V Capacitores de 250V Capacitores de 400V
CAPACITÂNCIA PREÇO CAPACITÂNCIA PREÇO CAPACITÂNCIA PREÇO
4,70E-07 R$ 0,20 4,70E-07 R$ 0,30 4,70E-07 R$ 0,30
1,00E-06 R$ 0,20 1,00E-06 R$ 0,30 1,00E-06 R$ 0,30
2,20E-06 R$ 0,30 2,20E-06 R$ 0,30 2,20E-06 R$ 0,45
3,30E-06 R$ 0,30 3,30E-06 R$ 0,30 3,30E-06 R$ 0,50
4,70E-06 R$ 0,40 4,70E-06 R$ 0,40 4,70E-06 R$ 0,75
1,00E-05 R$ 0,40 1,00E-05 R$ 0,70 1,00E-05 R$ 1,00
2,20E-05 R$ 0,50 2,20E-05 R$ 1,00 2,20E-05 R$ 1,80
3,30E-05 R$ 1,00 3,30E-05 R$ 1,50 3,30E-05 R$ 2,80
4,70E-05 R$ 1,00 4,70E-05 R$ 2,00 4,70E-05 R$ 3,50
1,00E-04 R$ 1,80 1,00E-04 R$ 3,00 1,00E-04 R$ 6,00
2,20E-04 R$ 3,00 2,20E-04 R$ 7,00 2,20E-04 R$ 15,00

No endereço eletrônico https://www.sotudo.com.br/categoria/capacitor-pg-1, pode-se encontrar uma lista


extensa de capacitores sendo comercializados. Os capacitores escolhidos para montar as funções de orçamento
foram os do tipo eletrolítico, por serem muito comuns e por possuírem valores comerciais próximos da média
geral dos valores vistos em outras lojas online. Assim, sendo apenas de um tipo e conforme mostrado na tabela

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1, os capacitores foram agrupados por tensão. As tensões em questão foram escolhidas por serem as melhores
representadas nos endereços comerciais verificados, fornecendo, assim, uma maior quantidade de dados na
criação das funções de previsão de orçamento.
Após a montagem manual de dados das capacitâncias e dos preços para as tensões dos capacitores
escolhidas, foi usado o método de regressão linear para a criação de gráficos de dispersão de dados no Excel,
com isso, através de funções do próprio programa, foi possível obter para cada conjunto de dados o coeficiente
de determinação R² (que é um valor de ajuste estatístico e explica o quão relacionados entre si são os dados), a
reta de tendência e a função de ajuste linear [10]. Na figura 5, podem ser vistos os gráficos de dispersão, as retas
de tendência, o valor do R² e as funções de ajuste linear.

Figura 5. Dispersão de dados, reta de tendência, R² e função de ajuste linear para cada valor de tensão dos
capacitores. (Autoria própria, 2019)

Uma das tendências que podem ser observadas é que quanto maior o valor da voltagem, mais os dados de
capacitância e preço estão relacionados entre si (maior é o valor de R²), isso se deve ao fato de que capacitores
com capacitâncias muito baixas são vendidos pelo mesmo valor, assim, pelo menos incialmente a crescente de
valores de capacitores não é acompanhada por uma crescente nos valores do preço de venda. A parte mais
importante desse processo é a obtenção das funções de ajuste linear, pois é com elas que as previsões de valores
dos orçamentos serão feitas. Cada função foi criada através do ajuste de dados para cada valor de tensão
escolhido. As funções possuem o formato: y = Ax + b, onde A é o coeficiente angular da função e b é o
coeficiente linear. Para o cálculo da previsão do orçamento, basta fazer a substituição de x em uma das equações
por um valor de capacitância, o valor de y será o valor do orçamento em reais [10].
O ajuste de dados chegou a fornecer valores de R² bem altos, assim, dentro do intervalo de ajuste de dados
a probabilidade de se obter valores de orçamentos próximo do real é bastante alta. Fora do intervalo de dados
probabilidade do orçamento previsto ser próximo ao valor real é imprevisível, mas como o intervalo de dados
das capacitâncias possui uma escala de milhar, é provável que o valor da capacitância de correção esteja dentro
do intervalo de dados e que o orçamento previsto não seja muito distante do valor real. A função de previsão do
orçamente deve dar mais uma ideia geral do valor a ser gasto do que ser usado como parâmetro exato. Apesar
disso, essa ferramenta pode ser útil, pois muitas vezes os empresários sequer têm uma noção da escala do valor a
ser gasto para corrigir o fator de potência de suas instalações.

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3.1.2. Tabela de interação

O processo de criação da tabela de interação foi feito tendo em vista princípios da didática, facilidade de
uso e intuição. A figura 6 mostra a tabela em seu estado final, os valores contidos são os valores de um motor de
45kW; 380V e referência Z000182053 Z06018ET3j0414111-W22 da marca WEG [5]. Pra o funcionamento da
tabela, os valores das especificações do equipamento e o fator de potência desejado devem ser inseridos na
tabela nas células verdes, as demais células possuem comandos que irão operar os valores das células verdes e
retornar valores das grandezas descritas em suas colunas. O comando da célula A2 ,“=RAIZ((B2^2)+(C2^2))”,
tem como base a equação 3 e retorna o valor da potência aparente. O comando da célula C2,
“=TAN(H2)*B2*D2”, é baseado em uma equação similar a equação 5, mas usa o valor de do triângulo de
potências inicial. O comando da célula C2 retorna o resultado da multiplicação entre a tangente do ângulo , a
potência ativa e o rendimento do equipamento, o produto: “potência ativa x rendimento” equivale à potência que
realiza trabalho. Os comandos das células G2 e H2 são: “=GRAUS(ACOS(E2))” e “=ACOS(E2)”,
respectivamente, e são os valores arcos cossenos em graus e em radianos do fator de potência do equipamento. O
termo “GRAUS” serve para que na tabela exista uma resposta mais visual para o ângulo de desvio de fase [8].

Figura 6. Tabela de interação em sua forma final. (Autoria própria, 2019)

Os comandos da parte inferior da tabela são um pouco mais elaborados, a célula C5 possui o comando
“=(F2^2)/(C2-((TAN(ACOS(F5)))*B2*D2))” que é uma união seguida de uma rearranjo da equação 6 com a
equação 7, e retorna o valor da reatância do banco de capacitores. O cálculo da capacitância necessária para
corrigir o fator de potência é feito na célula A5, através do comando “=1/(2*3,14159*60*C5)” que é baseado na
equação 9 e é basicamente o inverso do produto entre a frequência angular de alimentação com a reatância
capacitiva [8].
Para que o valor a ser gasto com capacitores seja retornado na célula D5, foi usado o a função proch do
Excel, essa função faz uma procura horizontal tendo como base algumas referências. O comando na célula ficou:
“=PROCH(F2;G24:L25;2;0)”. A primeira referência, F2, é o valor da tensão do equipamento, a segunda
referencia, G24:L25, é a tabela na qual será feita a procura, a terceira referência, 2, é a linha da tabela que
contem o valor a ser retornado. A linha 2 da tabela das voltagens do banco de capacitores possui para cada valor
de voltagem a equação de ajuste linear que prevê o valor dos capacitores, na célula G26, por exemplo, o
comando é “=(927,79*A5)+0,276” [8].
A tabela de interação possui, ainda, uma representação do triangulo de potências e uma tabela com valores
comerciais de capacitância. Mesmo que os valores exibidos nos lados do triangulo sejam os mesmos valores
retornados na tabela, o caráter visual do triangulo de potências serve como auxilio didático. A tabela de valores
comerciais serve como auxilio para o usuário que queira de fato realizar a compra de capacitores, pois para obter
o valor da capacitância comercial a ser adquirida é preciso multiplicar a escala do valor da capacitância
necessária para correção do fator de potência (mostrado na célula A5) pelo valor na tabela imediatamente maior
que o valor da capacitância calculada [9]. Assim, é obtido o valor a capacitância que de fato será inserida no
sistema, que pode vir na forma de um único capacitor ou na forma de associação destes, dependendo da
disponibilidade de capacitores ou da vontade do projetista.
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4. PERSPECTIVAS

Através de uma pesquisa mais extensa seria possível aumentar o banco de dados dos preços dos capacitores
assim como inserir no banco de dados mais valores de tensões. Com um maior banco de dados é possível criar
equações de ajuste com maior probabilidade de resultar em uma excelente aproximação dentro de um intervalo
muito maior de capacitâncias. Além de uma maior quantidade de dados, usar diferentes tipos de equações de
ajuste (não somente a linear) poderá ajudar a prever valores de orçamento mais exatos. Com a utilização de
ferramentas do próprio Excel, é possível programar para que a geometria do triângulo de potências mostrado na
tabela de interação se ajuste aos valores dos seus lados e do ângulo , isso aprimoraria o auxilio didático dessa
representação. Outra melhoria importante que poderá ser feita é cálculo automático do valor da capacitância
comercial a ser adquirida. Esse valor pode ser inserido nas funções de previsão de orçamento e valores ainda
mais próximos dos valores reais podem ser obtidos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível desenvolver uma tabela de interação por meio de comandos do Microsoft® Excel, utilizando-
se do conhecimento das implicações matemáticas provenientes da física por trás desvio de fase das ondas de
tensão e corrente. A tabela se mostrou bastante eficaz ao retornar imediatamente valores úteis para correção do
fator de potência, já que a instalação do banco de capacitores se mostra uma das formas mais econômicas e
racionais para a obtenção de um valor de potência reativa não superior ao necessário para o funcionamento dos
equipamentos da instalação. Com o fator de potência em um nível adequado, a energia reativa fica limitada a
circulação em pontos onde ela realmente é necessária, isso gera uma redução de perdas e um melhoramento das
condições operacionais da instalação.

6. REFERÊNCIAS

[1] Palácio do planalto. Normas gerais de tarifação para as empresas concessionárias de serviços públicos
de energia elétrica. Decreto No 62.724/1968
[2] PINHO, D. B.; TONETO, R.; VASCONSECELOS, M, A.; Manual de economia. 7ª Edição. Editora
Saraiva. 2017. 752p.
[3] CREDER, H.; Instalações Elétricas. 16° edição. São Paulo. Editora LTC (Grupo GEN), 04/02/2016. 494p.
[4] MAMEDE, F. J. 2017. Instalações Elétricas Industriais. 9ª Edição. Rio de Janeiro. Editora LTC.
15/03/2017. 976p.
[5] WEG S.A. Produtos. Disponível em: < https://www.weg.net/institutional/BR/pt/>. Acesso em: 19 de fev. de
2019.
[6] Agência Nacional de Energia Elétrica - (ANEEL). Resolução Normativa Nº 414/2010.
[7] Agência Nacional de Energia Elétrica - (ANEEL). Resolução ANEEL nº 456. Brasília: ANEEL, 2000.
[8] PARRELA, T. R.; Fórmulas, funções e matrizes no Excel 2016. 1ª Edição. Editora Alta Books. 2017.
320p.
[9] SÓ TUDO COMÉRCIO DE COMPONENTES ELETRÔNICOS LTDA. Home/Capacitor. Disponível em:
<https://www.sotudo.com.br/categoria/capacitor-pg-1>. Acesso em: 15 de fev. de 2019.
[10] BUSSAB, O. W.; MORETTIN, P. A.; Estatística Básica. Editora Saraiva. 08/07/2017. 576p.

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