demanda e da luta
Os filhos de Ogum perseguem tenazmente um objetivo: quando o atinge, imediatamente o
larga e parte em procura de outro.
Ogum é o Orixá da guerra, da demanda e da luta. Seus filhos são influenciados com todos
esses característicos. Seu tipo é esguio e procura sempre estar bem fisicamente, por isso
gosta de praticar o esporte. É agitado, impaciente e afoito. Tem decisões precipitadas. Inicia
tudo sem se preocupar como vai terminar e nem quando. Por amar o desafio sempre está
buscando uma tarefa considerada impossível. Como os soldados que conquistavam cidades
e depois a largavam para seguir em novas conquistas, os filhos de Ogum perseguem
tenazmente um objetivo, mas quando o atinge imediatamente o larga e parte em procura de
outro. É insaciável em suas próprias conquistas.
Uma marca muito forte de sua personalidade é tornar-se violento repentinamente. Seu
gênio é muito forte. Não admite a injustiça e costuma proteger os mais fracos, assumindo
integralmente a situação daquele que quer proteger. Leal e correto é um líder. Sabe mandar
sem nenhum constrangimento e ao mesmo tempo sabe ser mandado, desde que não seja
desrespeitado. Adapta-se facilmente em qualquer lugar. Come para viver, não fazendo
questão da qualidade ou paladar da comida. As armas de fogo, facas, espadas e das coisas
eitas em ferro ou latão fazem o gosto dos filhos do Ogum, talvez por ele ser o Orixá do
Ferro e do Fogo.
É franco, muitas vezes até com assustadora agressividade. Não faz
rodeio para dizer as coisas. Não admite a fraqueza, falsidade e a falta de garra. O difícil é a
sua maior tentação.
Seu temperamento rebelde o torna desde a infância uma pessoa de difícil trato. Como não
depende de ninguém para vencer suas dificuldades, com o crescimento vai se libertando e se
acomodando às suas necessidades. A medida que seu gênio impulsivo cede lugar ao
equilibro a sua vida fica bem mais fácil. Quando ele consegue esperar ao menos 24 hs. para
decidir uma situação qualquer muitos revezes seriam evitados, muito embora, por mais
incrível que pareça, são calculistas e estrategistas. Contar até 10 antes de deixar explodir
sua zanga, também lhe evitaria muitos remorsos. Seu maior defeito é o gênio impulsivo e
sua maior qualidade é que sempre, seja pelo caminho que for, será sempre um vencedor.
Xangô é o Deus da Justiça e sua força está nas pedreiras, exercendo uma influência muito
forte em seus filhos, principalmente a Justiça. Todos os Orixás, evidentemente, são justos, e
transmitem este sentimento aos seus filhos, entretanto com os filhos de Xangô a Justiça
deixa de ser uma virtude para passar uma obsessão, o que faz de seus filhos um sofredor,
principalmente porque o parâmetro da Justiça é o seu julgamento, e não o da Justiça Divina,
quase sempre diferente do nosso que é muito terra. Esta análise é muito importante.
Os filhos de Xangô apresentam um tipo firme, enérgico, seguro e absolutamente austero.
Suas fisionomias, mesmo a jovem, apresentam uma velhice precoce, sem lhes tirar, em
absoluto, a beleza ou a alegria. Têm comportamento medido. São incapazes de dar um
passo maior que a perna e todas as suas atitudes e resoluções baseiam-se na segurança e
chão firme que gostam de pisar. São tímidos no contato com o semelhante, mas assumem
facilmente o poder do mando. São conselheiros, e não gostam de ser contrariados, podendo
facilmente sair da serenidade para a violência, mas tudo medido, calculado e
esquematizado. Acalmam-se com a mesma facilidade quando sua opinião é aceita. Não
guardam rancor. Vestem-se com discrição fe seus vestuários seguem o modelo tradicional.
O fato de Iemanjá representar a Criação seus filhos têm um tipo maternal, aquela que
transmite a todos a bondade e a confiança, sendo, por isso, um grande conselheiro.
Sempre tem os braços abertos para acolher junto de si todos aqueles que o procuram. A
porta de sua casa sempre está aberta para todos, e gosta de tutelar pessoas. Tipo a grande
mãe. Aquela mulher amorosa que sempre junta os filhos dos outros com os seus. O homem
filho de Iemanjá carrega o mesmo temperamento: é o protetor. Cuida de seus tutelados com
muito amor.
É extremamente ciumento com tudo que é seu, principalmente das coisas que estão sob sua
guarda.
COR: Azul
AMALÁ: 7 velas brancas e 7 azuis, champanhe, manjar branco, e rosas brancas (outro tipo
de flor branca).
ENTREGA: Na praia
ERVAS: Pata de Vaca, Folhas de Lágrima de Nossa Senhora, Erva Quaresma, Trevo e
Chapéu de Couro
Um fato que ficará sempre gravado para todos nós do Terreiro do Pai Maneco foi o
belíssimo fenômeno de dois arco-íris juntos que abençoou um trabalho para Iemanjá,
conforme vemos na foto. Interessante é que praticamente em todas as praias vizinhas chovia
torrencialmente. Devemos isso à nossa Mãe Iansã. Eparrei!
Deusa Guerreira. Seu filho é conhecido por seu temperamento explosivo. Por seu
temperamento inquieto e extrovertido em qualquer lugar chama a atenção. Sempre a sua
palavra é que vale e gosta de impor aos outros a sua vontade. Não admite ser contrariado,
pouco importando se tem ou não razão, pois não gosta de dialogar. Em estado normal é
muito alegre e decidido. Questionado torna-se violento, partindo para a agressão, com
berros, gritos e choro. Tem um prazer enorme em contrariar todo tipo de preconceito. Passa
por cima de tudo que está fazendo na vida, quando fica tentado por uma aventura. Em seus
gestos demonstra o momento que está passando, não conseguindo disfarçar a alegria ou a
tristeza. Não tem medo de nada. Enfrenta qualquer situação de peito aberto. Ciumento
demonstra egoísmo porque não se importa com que os outros sofram pelo seu gênio
reconhecidamente mal-humorado. É leal e objetivo. Sua grande qualidade, a garra, e seu
grande defeito, a impensada franqueza, o que lhe prejudica o convívio social. Por ser tão
marcante seu gênio, se este fosse controlado, o que não é difícil, seria pessoa muito mais
feliz e querida. Tem o grande defeito de gostar de seus defeitos.
Para definir bem a influência dos orixás nas pessoas vou contar uma estória engraçada: eu
explicava para um grupo as influências dos Orixás nas pessoas. Simulei um fato. Duas
pessoas brigando. Passando um filho de Ogum , ou ele passa direto e nem olha, ou já vai se
meter na briga. Um filho de Xangô para, fica olhando, e já começa a reclamar. Coitado do
baixinho! Por que será esta briga? Acho que aquele alto não tem razão. E pior, nem sabe
brigar. É um fraco. E fica questionando. Um filho de Oxóssi para, senta no chão e, rindo,
fica assistindo e se deleitando com a briga. Deu a entender ter terminado. Achei sugestiva
sua explicação. Alguém indagou qual seria o comportamento das filhas do povo da água.
Diante da minha negativa, alguém se propôs a completar. Bem, disse, uma filha de Iemanjá
chamaria os dois, colocaria suas cabeças em seu colo e os acalmaria recomendando paz.
Uma filha de Iansã já reclamaria e chamaria a polícia. E parou. De propósito, o esperto.
Bem, perguntou alguém, e uma filha de Oxum, que faria? Nada, respondeu. Nem poderia.
Os dois estavam brigando por causa dela…
Tudo que pertence à Natureza, especificamente as matas e o reino animal têm a ação de
Oxossi. Ele que é o conhecedor das ervas e o grande curador. É a essência da nossa vida.
Seus filhos têm um tipo calmo, amoroso, encantador, preocupado com todos os problemas.
Um grande conselheiro pelo seu gênio alegre, muito embora com forte tendência à solidão.
Os filhos de Oxóssi são talvez os mais equilibrados. Para que suas vidas melhorem, devem
despertar aquele gigante que habita sua essência, o que os tornaria mais dispostos a encarar
as suas próprias dificuldades.
Os filhos de Oxum, a Rainha da Água doce, dona dos rios e das cachoeiras, carregam o tipo
de Iemanjá . A maternidade é sua grande força, tanto que quando uma mulher tem
dificuldade para engravidar, é à Oxum que se pede ajuda (pelo Amalá). A diferença maior é
a vaidade.
Filhos de Oxum amam espelhos (a figura de Oxum carrega um espelho na mão), jóias caras,
ouro, são impecáveis no trajar e não se exibem publicamente sem primeiro cuidar da
vestimenta e a mulher do cabelo e da pintura. Normalmente têm uma facilidade muito
grande para o choro. São emotivos.
Talvez ninguém tenha sido tão feliz para definir os filhos de Oxum como o pesquisador da
religião africana, o francês Pierre Verger, que escreveu: “o arquétipo de Oxum é das
mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras. Das
mulheres que são símbolo do charme e da beleza. Voluptuosas e sensuais, porém mais
reservadas que as de Iansã . Elas evitam chocar a opinião publica, á qual dão muita
importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora, escondem uma vontade muito forte e
um grande desejo de ascensão social”. Seu maior defeito é o ciúme.
Toda descrição acima é muito interessante por representar a realidade dos filhos de Oxum,
mas isso fica por conta dos seus filhos que entendem como riqueza o Ouro, mas para o
Orixá Oxum o ouro não tem valor no pregão comercial, mas sim na sua pureza. Ser puro
como o ouro seria uma verdadeira representação de um filho de Oxum.
COR : Amarelo
AMALÁ: 7 velas brancas e 7 amarelo claro, água mineral e canjica branca.
ENTREGA: Ao lado de uma cascata.
ERVAS: Erva Cidreira, Gengibre, Camomila, Arnica, Trevo Azedo ou grande, Chuva de
Ouro. Manjericona, Erva Sta. Maria, Gengibre, Calêndula.