Anda di halaman 1dari 351

Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!

Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública


Prof. Fabiano Pereira

AULA 01

Direito Administrativo
Teoria Geral e Princípios Administrativos

Professor Fabiano Pereira

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


1
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública

Olá!
Fico muito feliz em saber que você deseja conhecer os “atalhos” para garantir
uma excelente produtividade em seu concurso público. Doravante, iremos
estudar os principais tópicos do Direito Administrativo em conformidade
com as questões elaboradas pela ESAF, CESPE, FCC e FGV, que são as
responsáveis pelos principais concursos públicos realizados no país.
Em relação ao nosso curso, tente alcançar o máximo de produtividade. Para
isso, é necessário e imprescindível que você resolva todas as questões que
forem apresentadas, bem como envie para o fórum todas as dúvidas que
surgirem. Independentemente de sua experiência em concursos públicos
(iniciante ou profissional), aproveite a oportunidade para esclarecer todos
aqueles pontos que não foram bem assimilados durante a aula.
A propósito, você perceberá que a presente aula tem um formato
diferente, conforme antecipei na aula demonstrativa. Trata-se de uma
experiência que estou fazendo para verificar qual será a
receptividade da nova forma de exposição do conteúdo, que tem o
formato mais parecido com o de um livro, com citações diretas (tanto
de questões como de doutrinadores).
Por favor, conto com a sua colaboração no sentido de se manifestar
sobre a sua percepção sobre o novo formato da aula: se é melhor,
pior, não percebeu diferenças marcantes etc. Enfim, gostaria de seu
feedback para saber como irei desenvolver os próximos cursos.
Fique à vontade para apresentar sugestões ou críticas, pois TODAS serão
bem-vindas e respondidas.
Conto com você!!

Fabiano Pereira
fabianopereira@pontodosconcursos.com.br
Ps.: também estou à sua disposição no FACEBOOK, é só clicar no link
www.facebook.com.br/professorfabianopereira

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


2
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Sumário

CAPÍTULO 1 – TEORIA GERAL DO DIREITO ADMNISTRATIVO .................... 5


1. O Direito Administrativo ................................................................... 5
1.1. O Direito Administrativo como sub-ramo do Direito Público ............. 5
1.2. Codificação do Direito Administrativo ............................................ 6
1.3. Origem do Direito Administrativo ................................................. 7
1.4. Conceito de Direito Administrativo ................................................ 8
1.5. Função administrativa ............................................................... 14
1.6. Competência para legislar sobre Direito Administrativo ................. 21
2. Fontes do Direito Administrativo ...................................................... 22
2.1. Fontes escritas e não escritas .................................................... 22
2.2. Fontes primárias (diretas) e secundárias (indiretas) ..................... 23
3. Sistemas administrativos ................................................................ 30
3.1. Sistema do contencioso administrativo ou sistema francês ............ 30
3.2. Sistema de jurisdição única (una) ou sistema inglês ..................... 32
4. Regime jurídico-administrativo ........................................................ 33
RESUMO DE VÉSPERA DE PROVA ........................................................ 38

CAPÍTULO 2 – PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMNISTRATIVO ...................... 42


1. Considerações iniciais .................................................................... 42
2. Normas, princípios e regras. Distinções básicas. ................................ 43
3. Colisão entre princípios .................................................................. 46
4. Hierarquia entre princípios .............................................................. 47
5. Princípios expressos e implícitos ...................................................... 47
6. Princípios básicos da Administração Pública ...................................... 50
7. Princípios constitucionais expressos ................................................. 51
7.1. Princípio da legalidade .............................................................. 51
7.2. Princípio da impessoalidade ....................................................... 61
7.3. Princípio da moralidade ............................................................. 67
7.4. Princípio da publicidade ............................................................. 75

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


3
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

7.5. Princípio da eficiência ............................................................... 81


8. Princípios implícitos ....................................................................... 85
8.1. Princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse
privado .......................................................................................... 85
8.2. Princípio da indisponibilidade do interesse público ........................ 88
8.3. Princípios da razoabilidade e proporcionalidade ............................ 91
8.4. Princípio da autotutela .............................................................. 97
8.5. Princípio da tutela ou controle .................................................. 100
8.6. Princípio da segurança jurídica ................................................. 101
8.7. Princípio da motivação ............................................................ 108
8.8. Princípio da especialidade ........................................................ 112
8.9. Princípios da ampla defesa e contraditório ................................. 114
8.10. Princípio da presunção de legitimidade e veracidade ................. 115
8.11. Princípio do controle judicial dos atos administrativos ............... 115
8.12. Princípio da juridicidade ........................................................ 116
RESUMO DE VÉSPERA DE PROVA ...................................................... 118

CAPÍTULO 3 - QUESTÕES ................................................................. 129


QUESTÕES CESPE ........................................................................... 129
QUESTÕES CESPE COMENTADAS .................................................... 153
QUESTÕES FCC ............................................................................... 203
QUESTÕES FCC COMENTADAS ....................................................... 218
QUESTÕES ESAF ............................................................................. 258
QUESTÕES ESAF COMENTADAS ...................................................... 265
QUESTÕES FGV .............................................................................. 283
QUESTÕES FGV COMENTADAS ....................................................... 308

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


4
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Capítulo 1 – Teoria Geral do Direito Administrativo

CAPÍTULO 1 – TEORIA GERAL DO DIREITO ADMNISTRATIVO

1. O DIREITO ADMINISTRATIVO

1.1. O Direito Administrativo como sub-ramo do Direito Público

Para facilitar o estudo do Direito em geral, a doutrina costuma


desmembrá-lo em dois grandes ramos: direito público e direito privado.

Apesar da divisão dicotômica, deve ficar claro que o Direito é um só,


indivisível. O desmembramento é realizado apenas para fins didáticos,
permitindo um estudo mais eficiente e especializado dos vários sub-ramos
jurídicos (disciplinas) que o compõem.

Ao direito privado incumbe disciplinar as relações jurídicas em que


prevalecem os interesses dos particulares, sem a participação direta do
Estado na transação. Podemos incluir nesse ramo o Direito Civil e o Direito
Empresarial. Se o indivíduo A deseja comprar um veículo do indivíduo B, por
exemplo, a relação jurídica será regulada pelo Direito Civil, sub-ramo do
direito privado.

De outro lado, se é o Estado que deseja adquirir alguns veículos para


compor a sua frota, a relação jurídica será disciplinada pelo direito público,
mais precisamente pelo Direito Administrativo (Lei Geral de Licitação e
Contratos Administrativos – 8.666/1993, em regra).

Ao direito público compete regular as relações jurídicas entre Estado e


particulares; entre os órgãos públicos e seus agentes; e entre entidades
estatais (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) e/ou entidades
administrativas (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia
mista, fundações públicas e consórcios públicos de direito público). Podemos

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


5
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

incluir entre os seus sub-ramos o Direito Administrativo, Direito


Constitucional, Direito Processual Civil e Penal, Direito Ambiental, Direito
Tributário, Direito Financeiro, Direito Penal e Direito Urbanístico.

Agora ficou fácil!

Considera-se o Direito Administrativo um sub-ramo do direito público


porque se trata de disciplina jurídica que tem por objetivo, dentre outros,
regular as relações jurídicas entre Estado, de um lado, e particulares, de
outro; ou, ainda, as relações existentes entre as próprias entidades
integrantes da Administração Pública, seus órgãos e agentes públicos.

1.2. Codificação do Direito Administrativo

O Direito Administrativo brasileiro, atualmente, não se encontra


codificado. Isso significa que o interessado em estudá-lo deverá pesquisar
várias leis esparsas (espalhadas pelo ordenamento jurídico), variando em
razão do tema escolhido.

Se o objetivo é estudar as modalidades de licitação, por exemplo, o


interessado deverá recorrer à Lei Federal 8.666/1993, não se esquecendo,
também, da Lei Federal 10.520/2002, que versa sobre o pregão. Entretanto,
desejando estudar o tema “serviços públicos”, será necessário fazer a leitura
da Lei Federal 8.987/1995, assim como da Lei Federal 11.079/2004 (sem
falar no emaranhados de atos normativos secundários, leis estaduais e leis
municipais).

Para estudar o “Direito Civil” a tarefa é mais simples. Basta acessar a


Lei 10.406/2002, que, em seus 2.046 artigos, apresenta um panorama geral
da disciplina. Por ter sido codificado, as regras gerais do Direito Civil
apresentam-se em um documento único, sedimentado, selecionado,
diferentemente do que ocorre no Direito Administrativo.

Não restam dúvidas de que “a reunião dos textos administrativos num


só corpo de lei não só é perfeitamente exequível, a exemplo do que ocorre

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


6
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

com os demais ramos do Direito, já codificados, como propiciará à


Administração e aos administrados maior segurança e facilidade na
observância e aplicação das normas administrativas1”.

Todavia, não é o que acontece atualmente. As leis administrativas ainda


não se encontram reunidas em um único documento, isto é, a disciplina não
está codificada.

1.3. Origem do Direito Administrativo

O Direito Administrativo, como disciplina jurídica autônoma, é bastante


recente quando comparado a outros ramos do direito. Costuma-se afirmar
que “nasceu em fins do século XVIII e início do século XIX, o que não significa
que inexistissem anteriormente normas administrativas, pois onde quer que
exista o Estado existem órgãos encarregados do exercício de funções
administrativas. O que ocorre é que tais normas se enquadravam no jus
civile, da mesma forma que nele se inseriam as demais hoje pertencentes a
outros ramos do direito2”.

Para Edmir Netto de Araújo3, o Direito Administrativo começa a se


desenvolver a partir de “uma lei francesa do ano de 1800 (naquele excêntrico
calendário francês da época, de ’28 pluviose do ano VIII’), que, pela primeira
vez, dotou a Administração de uma organização juridicamente garantida e
estável, exteriormente obrigatória a todos os administrados”.

A partir de então foram criados tribunais administrativos com a finalidade


precípua de decidir os conflitos envolvendo a Administração Pública e os
particulares, excluindo-os da análise do Poder Judiciário. Surge então o
contencioso administrativo, sistema que iremos estudar posteriormente.

1
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 2002, p.46.
2
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2011, p.1.
3
ARAÚJO, Edmir Netto de. Curso de Direito Administrativo. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p.9.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


7
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Considera-se um dos marcos do surgimento do Direito Administrativo a


instituição do Conselho Francês4, órgão máximo da jurisdição
administrativa francesa, que, a partir de 1872, passou a proferir decisões
soberanas sobre questões administrativas, insuscetíveis de revisão pelo Poder
Judiciário.

O Conselho de Estado Francês atualmente é responsável não


somente pela decisão de questões envolvendo a Administração Pública
francesa, mas também pela assessoria jurídica de diversos órgãos
governamentais, atuando de ofício ou mediante provocação do interessado.

No Brasil, apesar da criação dos primeiros cursos jurídicos ter ocorrido


através de Lei de 11 de Agosto de 1827, em São Paulo e Olinda, a cadeira de
Direito Administrativo apenas se tornou obrigatória em 1851, fato que
propiciou e impulsionou o desenvolvimento científico da disciplina.

1.4. Conceito de Direito Administrativo

Não existe uniformidade sobre a conceituação do Direito Administrativo,


que irá variar em razão do critério adotado por cada autor.

Se você está se preparando para concursos públicos, destaco que o


tema não é muito frequente em questões de prova. É o CESPE a banca que
mais explora o assunto, principalmente nos concursos da área jurídica,
exigindo, assim, uma maior atenção do candidato.

1.4.1. Critério legalista ou exegético

De acordo com o critério legalista, o direito administrativo compreende


o conjunto de leis administrativas vigentes no país 5. Em outras palavras,
pode-se afirmar que os adeptos do critério legalista ou exegético

4
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Procurador da Assembleia Legislativa do
Estado do Amazonas, realizado em pelo ISAE – Instituto Superior de Administração e Economia.
5
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Procurador do Tribunal de Contas do
Distrito Federal, realizado pelo CESPE.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


8
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

restringem o estudo do Direito Administrativo, ao conceituá-lo, às leis e


normas administrativas, excluindo a doutrina, jurisprudência, costumes e
princípios gerais do direito de sua abrangência.

Não é necessário muito esforço para constatar que, nos dias atuais, é
inconcebível estudar a legislação administrativa de forma isolada,
desconsiderando-se suas demais fontes.

1.4.2. Critério do Poder Executivo

Pelo critério do Poder Executivo, inicialmente desenvolvido pela Escola


Italiana, o Direito Administrativo se restringe a estudar os atos editados pelo
Poder Executivo, desconsiderando os demais poderes.

Apesar de a atividade administrativa se manifestar predominantemente no


Poder Executivo, destaca-se que o Poder Judiciário e o Poder Legislativo
também estão autorizados a exercê-la. É o que ocorre, por exemplo, quando
o Supremo Tribunal Federal concede licença a um de seus servidores ou
quando o Senado Federal realiza licitação para a contratação de determinado
serviço.

Nos dias atuais, não há como adotar o critério do Poder Executivo para
conceituar o Direito Administrativo, já que todos os poderes editam atos
administrativos.

1.4.3. Critério do serviço público

Maria Sylvia Zanella Di Pietro6 afirma que o critério do serviço público


desenvolveu-se na França, inspirado na jurisprudência do Conselho de
Estado, que, a partir do caso Blanco7, decidido em 1873, passou a fixar a

6
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24. ed., p.43.
7
Agnès Blanco, no ano de 1873 (na época com cinco anos de idade), ao atravessar uma rua na cidade de Bordeaux
acabou sendo atropelada por vagonete da Companhia Nacional de Manufatura de Fumo (empresa estatal). Após seu
pai ter proposto ação indenizatória contra o Estado Francês na justiça comum civil, surgiu um grande debate sobre a
competência para julgar o caso. Na oportunidade, discutiu-se se o caso deveria ser julgado em conformidade com as
regras do direito privado (na justiça comum civil) ou do direito público (jurisdição administrativa - Conselho de
Estado), prevalecendo, posteriormente, a segunda tese. A partir do caso Blanco passou-se a fixar a competência da

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


9
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

competência dos Tribunais Administrativos em função da execução de


serviços públicos.

O Direito Administrativo seria, então, nas palavras de Edmir Netto de


Araújo8, “o conjunto de regras referentes ao serviço público, seja esta
expressão considerada em sentido amplo, seja no sentido estrito”.

Entretanto, é sabido que várias são as atividades finalísticas


exercidas pela Administração Pública, a exemplo do fomento, polícia
administrativa e intervenção administrativa, o que tornou esse critério
insuficiente para a conceituação do Direito Administrativo, já que o restringia
à prestação de serviços públicos.

1.4.4. Critério das relações jurídicas

Consoante o critério das relações jurídicas, o Direito Administrativo abrange o


conjunto de normas jurídicas que regulam as relações entre a administração
pública e os administrados. Trata-se de definição criticada por boa parte dos
doutrinadores, que, embora não a considerem errada, julgam-na insuficiente
para especificar esse ramo do direito, visto que esse tipo de relação entre
administração pública e particulares, também se faz presente em outros
ramos9.

É o que ocorre, por exemplo, com o Direito Tributário, Direito Penal, Direito
Constitucional, entre outros, que também regulam as relações jurídicas em
que estejam presentes o Estado, de um lado, e o administrado, de outro.

jurisdição administrativa em razão da prestação de serviços públicos, isto é, se algum dano fosse causado a particular
em razão da prestação de serviços públicos, a jurisdição administrativa é que deveria julgar eventual pedido de
indenização.
8
ARAÚJO, Edmir Netto de. Curso de Direito Administrativo. 4 ed., p.76.
9
Enunciado (adaptado) considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Procurador do Tribunal de
Contas do Distrito Federal, realizado pelo CESPE.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


10
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

1.4.5. Critério teleológico ou finalístico

Pelo critério teleológico, define-se o direito administrativo como o sistema dos


princípios que regulam a atividade do Estado para o cumprimento de seus
fins10.

Esse critério apresenta o Direito Administrativo como o conjunto de princípios


e regras que disciplina a atividade material do Estado (atividade
administrativa) voltada para o cumprimento de seus fins coletivos.

Em que pese ter sido defendido inclusive por Oswaldo Aranha Bandeira de
Mello (com algumas ressalvas), esse critério associou o Direito Administrativo
aos fins do Estado, o que o tornou impróprio.

1.4.6. Critério negativista ou residual

Pelo critério em análise, define-se o conceito de Direito Administrativo


por exclusão. Nesse caso, o Direito Administrativo teria por objeto todas as
atividades estatais que não fossem legislativas ou jurisdicionais.

1.4.7. Critério da Administração Pública

Na busca de conceituação do Direito Administrativo encontra-se o critério da


Administração Pública, segundo o qual, sinteticamente, o Direito
Administrativo deve ser concebido como o conjunto de princípios que regem a
Administração Pública11.

Eis o critério mais explorado em provas de concursos públicos, tendo


sido adotado no Brasil por Hely Lopes Meirelles12, que o utilizou na elaboração

10
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Administrador do Tribunal de Justiça de
Roraima, realizado pelo CESPE.
11
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Procurador do Distrito Federal, realizado
pela ESAF – Escola Superior de Administração Fazendária.
12
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 27. ed., p.38.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


11
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

de seu conceito de Direito Administrativo, conforme analisaremos na


sequência.

Também é necessário destacar o conceito de Maria Sylvia Zanella Di


Pietro13, que define o Direito Administrativo como “o ramo do direito público
que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas
que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa
que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de
natureza pública”.

Esse conceito de Direito Administrativo já foi explorado em provas de


concursos públicos, mais precisamente para o cargo de Técnico da Receita
Federal, realizado pela ESAF, vejamos:

(Técnico da Receita Federal/RFB/ESAF) No conceito de Direito Administrativo,


pode-se entender ser ele um conjunto harmonioso de normas e princípios, que
regem relações entre órgãos públicos, seus servidores e administrados, no
concernente às atividades estatais, mas não compreendendo

a) a administração do patrimônio público.

b) a regência de atividades contenciosas.

c) nenhuma forma de intervenção na propriedade privada.

d) o regime disciplinar dos servidores públicos.

e) qualquer atividade de caráter normativo.

Resposta: Letra “b”.

Perceba que Maria Sylvia Zanella Di Pietro exclui do âmbito do Direito


Administrativo a regência de atividades contenciosas (litigiosas) da
Administração Pública. Somente a atividade jurídica não contenciosa está
inserida em seu conceito de Direito Administrativo.

13
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24. ed., p.48.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


12
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

José dos Santos Carvalho Filho14, por sua vez, afirma ser o Direito
Administrativo “o conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao
interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e os órgãos do
Estado e entre este e as coletividades a que devem servir”.

Por último, destaca-se o conceito de Direito Administrativo formulado


por Hely Lopes Meirelles15, que, se valendo do critério da Administração
Pública, o define como o “conjunto harmônico de princípios jurídicos que
regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar
concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”.

Sobre o conceito apresentado pelo saudoso professor, grifei três


expressões que são de extrema importância para aqueles que estão se
preparando para concursos públicos: concreta, direta e imediatamente.

Primeiramente, destaca-se que não está inserida no âmbito do Direito


Administrativo a atividade legislativa do Estado, já que abstrata (tem por
objetivo regular uma quantidade indeterminada de situações futuras que se
enquadrem nos termos da lei). O Direito Administrativo restringe-se a
disciplinar atividades concretas (específicas), a exemplo da prestação de
serviços públicos, construção de escolas e hospitais, nomeação de aprovados
em concursos públicos, exercício de polícia administrativa etc.

A atividade administrativa é também atividade direta, pois a


Administração Pública é parte nas relações jurídicas de direito material e não
precisa ser provocada para agir (não precisa ser acionada por um
particular para tapar um buraco na rua, por exemplo). A Administração pode
tapar o buraco independentemente de solicitação do particular. Indireta é a
atividade do Poder Judiciário, que, em regra, somente pode agir mediante
provocação do interessado (terá que aguardar a propositura de ação judicial
para atuar no caso em concreto).

14
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 26. ed. São Paulo: Atlas, 2013, p.8.
15
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 27. ed., p.38.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


13
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Ademais, lembre-se de que a atividade administrativa é imediata.


Assim, de sua atuação fica afastada a atividade mediata do Estado, que é a
denominada “ação social do Estado” (atividade de traçar as diretrizes
sociais que devem ser seguidas pelo Estado), pois esta incumbe ao Governo.

1.5. Função administrativa

No Brasil as atividades estatais básicas estão distribuídas entre Poderes


independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Judiciário e o Executivo,
vocacionados ao desempenho, respectivamente, das funções normativa,
judicial e administrativa, estando esta última concentrada no Executivo, o
qual a exerce precipuamente, mas sem exclusividade 16.

Sem sombra de dúvidas, a função administrativa (também denominada


de atividade administrativa17) é exercida preponderantemente pelo Poder
Executivo, que possui como função típica (função principal) aplicar a lei de
ofício, “provendo de maneira imediata e concreta às exigências individuais
ou coletivas para a satisfação dos interesses públicos preestabelecidos em
lei”18. É o que acontece, por exemplo, quando a Administração Pública está
recolhendo o lixo gerado pelos indivíduos ou quando realiza licitação para
aquisição de material de escritório.

Todavia, não é correto afirmar que a função administrativa somente é


exercida pelo Poder Executivo, pois também se manifesta no âmbito do Poder
Legislativo e Poder Judiciário. Ao conceder licença, férias e outros
afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem

16
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Juiz Federal Substituto do Tribunal
Regional Federal da 4ª Região, realizado pelo próprio Tribunal.
17
Para fins de concursos públicos, as expressões função administrativa e atividade administrativa são utilizadas como
sinônimas. Todavia, Marçal Justen Filho afirma que “a função administrativa é um conjunto de competências, e a
atividade administrativa é a sequência conjugada de ações e omissões por meio das quais se exercita a função e se
persegue a realização dos fins que a norteiam e justificam sua existência. A função administrativa se traduz
concretamente na atividade administrativa”. In Curso de Direito Administrativo. 8. ed. Belo Horizonte: Fórum,
2012, p.98.
18
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24. ed., p.195.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


14
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

imediatamente vinculados (CF/1988, art. 96, I, f), por exemplo, os Tribunais


do Poder Judiciário exercem função administrativa. O mesmo ocorre quando a
Câmara dos Deputados dispõe sobre sua organização, funcionamento, polícia,
criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus
serviços (CF/1988, art. 51, IV).

No mesmo sentido, destaca-se que o Poder Executivo não se restringe


ao exercício da função administrativa, pois também lhe é assegurada a
prerrogativa de exercer função legislativa e judicial, porém, atipicamente.
Quando edita medida provisória, nos termos do art. 62 da Constituição
Federal, o Chefe do Poder Executivo Federal exerce função legislativa
(competência também assegurada aos Governadores e Prefeitos em razão do
princípio da simetria). De outro lado, quando o Presidente da República
concede indulto e/ou comutação de pena (CF/1988, art. 84, XII), a
decisão produzirá efeitos no âmbito judicial.

Assume relevo a função administrativa na medida em que é


considerada uma atividade estatal residual, ou seja, assume as competências
que não forem definidas como normativa e jurisdicional. Esse efeito faz com
que o espectro de competências do administrador público seja vastíssimo 19.

Em outras palavras, alguns autores20 definem o que é função


administrativa por exclusão. Se a atividade sob análise não for legislativa
(normativa) ou jurisdicional, fatalmente será administrativa, abarcando,
portanto, competências relativas a planejamento, decisão, gerenciamento,
organização, controle, execução, fiscalização, entre outras.

As bancas examinadoras têm o hábito de apresentar em provas, como


exemplos de função administrativa, a prestação de serviços públicos, o
desenvolvimento de atividades de fomento (incentivo à iniciativa privada de
interesse público, a exemplo da concessão de empréstimos com juros

19
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Analista Jurídico da Procuradoria Geral
do Distrito Federal, realizado pelo IADES – Instituto Americano de Desenvolvimento.
20
MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Curso de Direito Administrativo. 15. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009, p.
23.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


15
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

subsidiados), o exercício do poder de polícia administrativa e a


intervenção estatal na atividade econômica, mediante fiscalização e
regulamentação.

Para Celso Antônio Bandeira de Mello21, função administrativa “é a função que


o Estado, ou quem lhe faça as vezes, exerce na intimidade de uma estrutura
e regime hierárquicos e que no sistema constitucional brasileiro se caracteriza
pelo fato de ser desempenhada mediante comportamentos infralegais ou,
excepcionalmente, infraconstitucionais, submissos todos a controle de
legalidade pelo Poder Judiciário”.

Analisando-se o conceito elaborado pelo eminente professor, podem ser


extraídas duas conclusões importantes para fins de concursos públicos:

1ª) particulares, desde que no exercício de função pública (“que


façam as vezes de Administração Pública”), também exercem função
administrativa, ainda que não integrem a Administração Pública
brasileira. É o caso dos concessionários e permissionários, que, depois de
apresentarem proposta mais vantajosa em processo licitatório, formalizam
contrato administrativo com o Poder Público e recebem a incumbência de
prestar serviços públicos (a exemplo do transporte coletivo urbano).

2ª) a função administrativa é desempenhada através de condutas


infralegais ou, excepcionalmente, infraconstitucionais: a regra é a de
que a atividade administrativa seja desempenhada através de atos
infralegais (que possuem status hierárquico inferior ao da lei, a exemplo de
decreto de nomeação de candidato aprovado em concurso público). Todavia,
em caráter excepcional a função administrativa se materializa diretamente
pela lei (ato normativo que possui status hierárquico inferior ao da
Constituição Federal, portanto, infraconstitucional), sem a necessidade da
edição de ato administrativo. É o que ocorre, por exemplo, quando lei cria 30
cargos na estrutura de determinado órgão público.

21
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2009, p. 36.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


16
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

E para finalizar o nosso tópico sobre função administrativa, apresento


interessante assertiva considerada correta e cobrada na prova para o cargo
de Técnico Judiciário do TRE/SC, realizado pela PONTUA22 em 2011:

“A função administrativa é o conjunto de poderes jurídicos destinados a promover a


satisfação de interesses essenciais, relacionados com a promoção de direitos
fundamentais, cujo desempenho exige uma organização estável e permanente, que
se faz sob o regime jurídico infralegal e submetido ao controle jurisdicional”.

1.5.1. Função administrativa e função de governo (função política)

Para responder às questões elaboradas pelas bancas examinadoras, o


candidato deve estar atento às diferenças conceituais entre as expressões
“função administrativa” e “função de governo”.

A função administrativa é atividade subordinada à lei (infralegal) e que


tem por objetivo a satisfação das necessidades coletivas através de atos
concretos (construção de um hospital, por exemplo). De outro lado, a função
política (ou função de governo) está pautada diretamente no texto
constitucional, caracterizando-se pela independência e
discricionariedade (celebração de tratados internacionais e decretação de
intervenção federal, por exemplo).

Enquanto a função administrativa é exercida pela Administração Pública, a


função política é exercida pelo Governo.

A função de governo é responsável pelo estabelecimento de metas,


objetivos e diretrizes que devem orientar a atividade administrativa,
apresentando-se como soberana (porque somente se subordina ao texto
constitucional), de comando, coordenação, direção e planejamento.

22
Na verdade, a banca simplesmente reproduziu a definição de função administrativa elaborada por Marçal Justen
Filho, disponível em seu Curso de Direito Administrativo. 8. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2012, p. 94.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


17
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Maria Sylvia Zanella Di Pietro23 afirma que “existe uma preponderância


do Poder Executivo no exercício das atribuições políticas; mas não existe
exclusividade no exercício dessa atribuição. E quando se pensa em função
política como aquela que traça as grandes diretrizes, que dirige, que
comanda, que elabora os planos de governo nas suas várias áreas de
atuação, verifica-se que o Poder Executivo continua, na atual Constituição, a
deter a maior parcela de atuação política, pelo menos no que diz respeito às
iniciativas, embora grande parte delas sujeitas à aprovação, prévia ou
posterior, do Congresso Nacional; aumenta a participação do Legislativo nas
decisões do Governo”.

A função política é exercida pelos poderes Executivo e Legislativo,


que, conjuntamente, são responsáveis pela elaboração das políticas públicas
e diretrizes que devem embasar a atuação da Administração Pública
(responsável pela execução das decisões tomadas pelo Governo). O Poder
Judiciário não exerce função de governo, apesar de possuir a prerrogativa
de controlá-la, quando forem violados os limites constitucionais.

Para facilitar ainda mais a assimilação das informações apresentadas,


utilizar-me-ei de um exemplo prático que, apesar de fictício, é bastante útil
para diferenciar a função administrativa da função política ou de
governo.

Analisemos a notícia abaixo, veiculada no site globo.com, em 03/03/2009,


de autoria da jornalista Soraya Aggege e com colaboração de Catarina
Alencastro.

“Desmatamento: Amazônia perdeu duas cidades do Rio em 6 meses

O desmatamento na Amazônia Legal atingiu pelo menos 2.639 quilômetros


quadrados de agosto de 2008 a janeiro deste ano, o equivalente a uma área
superior ao dobro da cidade do Rio de Janeiro. Os dados foram divulgados
nesta terça pelo Instituto Nacional de Pesquisas Aeroespaciais (Inpe)”.

23
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24. ed., p.54.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


18
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Ficou assustado com a notícia? O Presidente da República, na época da


divulgação, também. Tanto é verdade que no ano de 2009 ele convocou uma
reunião extraordinária com o Ministro do Meio Ambiente e os Presidentes da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal para discutir a elaboração de
políticas públicas aptas a reduzir o nível de desmatamento na Amazônia.

Na reunião, ficou acertado que o Poder Executivo enviaria para o Congresso


Nacional um projeto de lei criando regras mais restritivas ao desmatamento
na Amazônia, bem como proposta de criação de mais 2.000 (dois mil) cargos
públicos de fiscalização nos órgãos e entidades federais que integram o
Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA. De outro lado, o Poder
Legislativo assumiu o compromisso de aprovar o referido projeto em ambas
as casas (Câmara dos Deputados e Senado Federal). Todas essas condutas
seriam implementadas com a finalidade de reduzir, em 50%, o
desmatamento na Amazônia até o ano de 2015.

Pergunta: Na reunião acima, levando-se em consideração os “acordos” e as


decisões tomadas pelos participantes, colocou-se em prática a função de
governo ou a função administrativa?

É lógico que a função de governo! Mas por quê? Porque foram estabelecidas
diretrizes e políticas públicas. As autoridades participantes da reunião
chegaram a um consenso sobre o que deveria ser feito para reduzir o índice
de desmatamento. Todavia, faltava definir ainda quem iria executar as
decisões tomadas, isto é, efetivar as políticas públicas ambientais instituídas,
após a aprovação pelo Congresso Nacional.

Pergunta: Quem vai para o interior da floresta fiscalizar se os madeireiros


estão a desmatando ilegalmente? O Presidente da República, o Ministro do
Meio Ambiente, o Presidente da Câmara ou o Presidente do Senado Federal?

Nenhum deles! O Presidente da República e o Ministro do Meio Ambiente


(Poder Executivo), juntamente com os Presidentes da Câmara dos Deputados

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


19
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

e do Senado Federal (Poder Legislativo), que integram o núcleo do Governo,


são responsáveis apenas por elaborar e aprovar as políticas públicas de
combate ao desmatamento, conforme lhes autoriza a Constituição Federal
(função de governo).

A execução das políticas públicas de combate ao desmatamento, que foram


definidas pelo Governo, ficará sob a responsabilidade da Administração
Pública, através de seus órgãos e entidades de execução e fiscalização
ambiental, a exemplo do IBAMA24 (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis) e ICMBio (Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade), que ao atuarem estarão exercendo função
administrativa.

Analisemos, agora, outra notícia postada em 05/06/2013 no mesmo site


(www.g1.com.br25), de autoria de Priscilla Mendes:

Amazônia Legal tem menor índice de desmatamento já medido

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, divulgou nesta quarta-feira


(5) que o desmatamento da Amazônia Legal entre agosto de 2011 e julho de
2012 foi de 4.571 km², menor índice desde que foram iniciadas as medições,
em 1988. A área equivale a três vezes o tamanho do município de São Paulo.

Analisando-se conjuntamente as notícias postadas nos anos de 2009 e


2013, tudo leva a crer que a reunião realizada entre o Presidente da
República, Ministro do Meio Ambiente, Presidentes da Câmara dos Deputados
e Senado Federal começaram a produzir os seus efeitos.

As políticas públicas (diretrizes e metas) adotadas pelo Governo


(Poderes Executivo e Legislativo) no exercício da função política
conseguiram reduzir o índice de desmatamento na Amazônia. Entretanto,
24
A Lei 7.735/89, alterada pela Lei 11.516/07, dispõe em seu art. 2º que o IBAMA foi criado com a finalidade de: “I -
exercer o poder de polícia ambiental; II - executar ações das políticas nacionais de meio ambiente, referentes às
atribuições federais, relativas ao licenciamento ambiental, ao controle da qualidade ambiental, à autorização de uso
dos recursos naturais e à fiscalização, monitoramento e controle ambiental, observadas as diretrizes emanadas do
Ministério do Meio Ambiente; III - executar as ações supletivas de competência da União, de conformidade com a
legislação ambiental vigente”.
25
Acessado em http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/06/dado-consolidado-aponta-baixa-recorde-no-desmate-da-
amazonia.html. Acesso em 20/06/13, às 8h55m.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


20
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

deve ficar claro que as decisões políticas somente produziram bons resultados
porque foram implementadas eficientemente pela Administração Pública
(Poder Executivo), através de seus órgãos e entidades de execução (no
exercício da função administrativa, os agentes públicos dos órgãos e
entidades promoveram fiscalizações, apreensões, retenções de produtos
naturais extraídos ilegalmente etc.).

É possível afirmar que “o governo é atividade política e discricionária e tem


conduta independente, enquanto a administração é atividade neutra,
normalmente vinculada à lei ou à norma técnica e exercida mediante conduta
hierarquizada”26. Ademais, enquanto o Governo (função de governo) é
estudado no âmbito do Direito Constitucional, a Administração Pública (função
administrativa) é objeto de estudo do Direito Administrativo.

No concurso para o cargo de Assistente Técnico do Ministério da Integração,


realizado em 2013, o CESPE considerou correto o seguinte enunciado: “Na sua
acepção formal, entende-se governo como o conjunto de poderes e órgãos constitucionais”.

1.6. Competência para legislar sobre Direito Administrativo

Todos os entes federativos (União, Estados, Municípios e Distrito


Federal) possuem competência para legislar sobre Direito Administrativo. E
não poderia ser diferente, já que possuem autonomia, isto é, capacidade de
auto-organização, autogoverno e autoadministração.

Em termos gerais, afirma-se que a União, Estados e Distrito


Federal podem legislar concorrentemente sobre o Direito
Administrativo, nos termos do art. 24 da Constituição Federal de 1988.
Os Municípios, em

26
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Engenheiro Civil do INSS, realizado pelo
CESPE.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


21
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

contrapartida, possuem competência suplementar para legislar sobre a


matéria, desde que sobre assuntos de interesse local (CF/1988, art. 30, I).

Ao criar a Lei 8.112/1990 (Estatuto dos Servidores Públicos


Federais), por exemplo, a União exerceu a sua competência para legislar
sobre o Direito Administrativo. O mesmo acontece quando os Estados e
Municípios criam os seus respectivos estatutos jurídicos de servidores
públicos, assegurando-lhes os direitos e deveres expressamente arrolados na
lei.

2. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO

Segundo o Dicionário Larousse da Língua Portuguesa27, o vocábulo


fonte significa ”lugar em que continuamente nasce água”; “princípio,
origem, causa”. Nesse contexto, as fontes do Direito Administrativo são
as formas pelas quais a disciplina jurídica é levada ao conhecimento
dos seus destinatários.

O Direito Administrativo se manifesta através da lei, sua fonte principal, e


também por meio da doutrina, jurisprudência e costumes administrativos.

2.1. Fontes escritas e não escritas

Em relação ao Direito Administrativo, as fontes escritas são as


chamadas genericamente de lei (Constituição, Emenda
Constitucional, Lei Complementar, Lei Ordinária, Medida Provisória, entre
outras), enquanto as não escritas são a jurisprudência, os costumes, e
os princípios gerais de direito28.

27
LAROUSSE, Ática. Dicionário da Língua Portuguesa. 1. ed. São Paulo: Ática, 2001, p. 453.
28
GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 27.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


22
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

2.2. Fontes primárias (diretas) e secundárias (indiretas)

2.2.1. Fontes primárias ou diretas

As fontes primárias, também denominadas de diretas ou principais,


são aquelas que primeiramente devem pautar as condutas administrativas,
legitimando as atividades exercidas pelas entidades, agentes e órgãos
públicos. Tanto a Constituição Federal como a lei em sentido estrito
constituem fontes primárias do Direito Administrativo29.

2.2.1.1. Leis

Em decorrência do princípio da legalidade, a lei é a mais importante de


todas as fontes do direito administrativo30, apresentando-se como o
único instrumento hábil a criar obrigações e deveres para a Administração
Pública e para os que com ela se relacionem juridicamente.

No âmbito da expressão “lei” devem se incluídas as normas constitucionais e


os atos normativos primários previstos no artigo 59 da Constituição Federal
(emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, medidas
provisórias, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções),
independentemente do ente estatal responsável pela edição (União, Estados,
Municípios e Distrito Federal).

A Administração Pública deve sempre observar os mandamentos


previstos nesses instrumentos normativos para exercer a atividade
administrativa. Qualquer conduta administrativa exercida sem amparo legal
é, no mínimo, ilegítima, ensejando, assim, a respectiva anulação pela
própria Administração ou pelo Poder Judiciário.

29
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Analista Judiciário do Tribunal Regional
Eleitoral de Pernambuco, realizado pela Fundação Carlos Chagas – FCC.
30
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Analista Judiciário do Tribunal Regional
do Trabalho da 10ª Região, realizado pelo CESPE.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


23
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

2.2.1.1.1. Tratados e acordos internacionais

Não restam dúvidas de que os tratados e acordos internacionais,


quando versarem sobre matérias afetas à Administração Pública, também
serão fontes do Direito Administrativo.

A Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, por exemplo,


impõe aos seus signatários (inclusive o Brasil) a obrigatoriedade de adoção de
vários instrumentos de controle da Administração Pública, além da
necessidade de criação de outras medidas que aumentem a transparência dos
gastos públicos e atos praticados por servidores.

A Convenção foi assinada em 9 de dezembro de 2003, na cidade de Mérida,


no México, tendo sido posteriormente ratificada pelo Decreto Legislativo nº
348, de 18 de maio de 2005 , e promulgada pelo Decreto Presidencial nº
5.687, de 31 de janeiro de 2006.

2.2.2. Fontes secundárias ou indiretas

As fontes secundárias, também denominadas de indiretas, são


responsáveis por auxiliar o administrador público no exercício da atividade
administrativa, porém, sempre devem ser subordinar aos ditames da lei.

2.2.2.1. Jurisprudência

A jurisprudência pode ser definida como o conjunto reiterado de


decisões dos Tribunais, acerca de determinado assunto, no mesmo
sentido. É importante esclarecer que várias decisões monocráticas
(proferidas por juízes singulares de primeira instância, por exemplo) sobre
um mesmo assunto, ainda que proferidas no mesmo sentido, não constituem
jurisprudência. Para que tenhamos a formação de jurisprudência é necessário

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


24
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

que as decisões (várias) tenham sido proferidas por um Tribunal (STF, STJ,
TRF da 1ª Região, TRE/MG etc.).

Exemplo: atualmente, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é


no sentido de que candidato aprovado em concurso público, dentro do limite
de vagas disponibilizadas no edital, tem direito líquido e certo à nomeação
dentro do prazo de validade do certame.

Caso o prazo de validade do concurso público tenha expirado sem a


nomeação do candidato, este pode impetrar mandado de segurança no Poder
Judiciário para assegurar o seu direito, ainda que não exista lei assegurando o
provimento.

Nesse caso, o pedido de nomeação será baseado na


jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, abaixo exemplificada:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. CONCURSO


PÚBLICO. PREVISÃO DE VAGAS EM EDITAL. DIREITO À NOMEAÇÃO
DOS CANDIDATOS APROVADOS. I. DIREITO À NOMEAÇÃO.
CANDIDATO APROVADO DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS
NO EDITAL. Dentro do prazo de validade do concurso, a Administração
poderá escolher o momento no qual se realizará a nomeação, mas não
poderá dispor sobre a própria nomeação, a qual, de acordo com o edital,
passa a constituir um direito do concursando aprovado e, dessa forma, um
dever imposto ao poder público. Uma vez publicado o edital do concurso com
número específico de vagas, o ato da Administração que declara os
candidatos aprovados no certame cria um dever de nomeação para a própria
Administração e, portanto, um direito à nomeação titularizado pelo candidato
aprovado dentro desse número de vagas. [...] (STF, Recurso
Extraordinário nº 598.099/MS, Rel. Min. GILMAR MENDES, Publicado
no em 03-10-2011).

2.2.2.1.1. Súmula vinculante

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


25
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Considerada fonte secundária do direito administrativo, a jurisprudência


não tem força cogente de uma norma criada pelo legislador, salvo no caso de
súmula vinculante, cujo cumprimento é obrigatório pela administração
pública31.

No Direito brasileiro, a jurisprudência não possui efeito vinculante,


isto é, não obriga os órgãos judiciários de instância inferior a decidirem de
forma idêntica. Ainda que o Supremo Tribunal Federal tenha jurisprudência
consolidada no sentido de que o candidato aprovado dentro do número de
vagas em concurso público possui direito à nomeação, os juízes que atuam
em instâncias inferiores não estão obrigados a segui-la, pois são livres para
formar o próprio convencimento (se o juiz proferir decisão contrária ao
entendimento do STF admite-se recurso para as instâncias superiores).

Entretanto, com a promulgação da Emenda Constitucional 45/04 o


Supremo Tribunal Federal recebeu a competência para editar súmula
vinculante (CF/1988, art. 103-A), que, a partir de sua publicação na
imprensa oficial, terá efeito vinculante (de observância obrigatória) em
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

Enquanto a jurisprudência é considerada fonte secundária do Direito


Administrativo, a súmula vinculante apresenta-se como fonte primária
(direta ou principal), já que produz efeitos semelhantes ao da lei,
obrigando todos os órgãos inferiores do Poder Judiciário e da Administração
Pública brasileira.

No concurso público para o cargo de Analista Judiciário do TRT da 10ª


Região, realizado em 2013, o CESPE considerou incorreta a seguinte
assertiva: “As decisões judiciais com efeitos vinculantes ou eficácia erga

31
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Analista de Planejamento do INPI,
realizado pelo CESPE.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


26
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

omnes são consideradas fontes secundárias de direito administrativo, e não


fontes principais”.

2.2.2.2. Costumes

O costume pode ser entendido como o conjunto de regras informais,


não escritas, praticado habitualmente no interior da Administração Pública
(requisito objetivo) com a convicção generalizada de que é obrigatório
(requisito subjetivo). Os costumes são considerados fontes do Direito
Administrativo porque, em várias situações, proporcionam o suprimento de
lacunas ou deficiências existentes na legislação administrativa.

É muito comum o servidor público praticar condutas administrativas que


foram “ensinadas” por colega da repartição. Contudo, na maioria das vezes o
servidor sequer procurar conhecer a origem legal de tal atividade, isto é,
pesquisar qual dispositivo de lei autorizou ou determinou a realização do ato.
Por se tratar de conduta que simplesmente foi “ensinada” por outro servidor
mais experiente, incorpora-se nas atribuições diárias, fundamentada na
convicção de que deve ser obrigatoriamente exercida daquela maneira
(apesar de não existir lei nesse sentido).

É o que acontece, por exemplo, quando o servidor arquiva em ordem


cronológica (por ano de instauração) os processos administrativos que
tramitaram em determinado órgão administrativo. Apesar de ser mais útil e
eficiente arquivá-los em ordem alfabética, o servidor tem a convicção de que
o arquivamento por ordem cronológica é obrigatório, já que a prática lhe foi
repassada por colega de repartição que acabara de se aposentar
compulsoriamente (aos setenta anos de idade).

Se o costume estiver em desacordo com a legislação vigente (contra


legem), não poderá prevalecer. Sobre os costumes praeter legem (além da
lei), ainda que admitidos em algumas situações especiais com o
objetivo de complementar o sistema normativo, não criam
normas impostas

27
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

obrigatoriamente aos agentes públicos. Ainda que determinada atividade


administrativa esteja atualmente sendo exercida com base em costume, não
existe a obrigatoriedade de sua manutenção para casos futuros, já que a lei
pode alterá-lo ou vedá-lo a qualquer momento.

2.2.2.2.1. Praxe administrativa

Para fins de concursos públicos, deve ficar claro que a doutrina


distingue o costume da praxe administrativa. Enquanto aquele
apresenta, cumulativamente, os requisitos objetivo (prática habitual e
continua) e subjetivo (convicção de que se trata de conduta
obrigatória), esta não possui o requisito subjetivo.

Em outras palavras, a praxe administrativa se refere às


rotinas desempenhadas no interior da Administração Pública com o
propósito de facilitar e tornar mais eficiente a execução das atividades
administrativas previstas em lei.

É praxe administrativa em vários órgãos da Administração Pública


Federal, por exemplo, designar servidor bacharel em Direito para presidir
comissão de processo administrativo disciplinar. Apesar do art. 149 da Lei
8.112/1990 não exigir formação jurídica para o exercício da função,
trata-se de prática rotineira, presumindo-se que nesse caso o processo
será conduzido mais tecnicamente.

Diogo de Figueiredo Moreira Neto afirma que “não obstante esta


utilidade, a doutrina, em geral, nega-lhes o caráter de fonte de direito,
mas, do mesmo modo que ocorre com o costume, nada impedirá que
uma boa praxe administrativa possa vir a ser referendada e tornada
de observância obrigatória, desde que formalmente reconhecida, no nível
adequado, pelo ordenamento jurídico”32.

32
MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Curso de Direito Administrativo. 15. ed. p. 75.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


28
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Apesar do entendimento do eminente professor, destaca-se que no concurso


público para o cargo de Analista da FINEP, realizado em 2010, o CESPE
considerou correta assertiva que considerava tanto o costume quanto a
praxe administrativa fontes indiretas do Direito Administrativo: “O costume
e a praxe administrativa são fontes inorganizadas do direito administrativo,
que só indiretamente influenciam na produção do direito positivo”.

Se você está se preparando para concursos públicos organizados pelo


CESPE, deve ficar atento ao posicionamento da banca!

2.2.3. Doutrina

A doutrina representa o estudo científico e sistematizado dos juristas e


professores em geral sobre a aplicabilidade e interpretação das normas
administrativas. Tem a função de esclarecer e explicar o correto conteúdo
das leis, bem como influenciar a criação de novas legislações através de
opiniões manifestadas em livros especializados, artigos, pareceres etc.

Trata-se de fonte secundária do Direito Administrativo, bastante


utilizada para suprir omissões ou deficiências legislativas que, não raramente,
apresentam alto grau de complexidade, principalmente se analisadas pelo
cidadão leigo.

2.2.4. Princípios gerais do Direito

Os princípios são postulados fundamentais universalmente reconhecidos


no mundo jurídico, sejam eles expressos ou implícitos. Também são
considerados fontes do Direito Administrativo, já que servem de fundamento
e base para a criação da própria legislação administrativa, conforme
estudaremos no próximo capítulo.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


29
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

3. SISTEMAS ADMINISTRATIVOS

Em termos gerais, afirma-se que os atos editados pela Administração


Pública podem ser submetidos a dois sistemas distintos de controle
jurisdicional, variando em razão do ordenamento jurídico sob análise: o
contencioso administrativo (também chamado de sistema francês) e o
sistema judiciário ou de jurisdição única (também conhecido como
sistema inglês).

3.1. Sistema do contencioso administrativo ou sistema francês

Como a própria designação declara, o sistema do contencioso


administrativo nasceu na França, em 1790. À época, logo após a
Revolução Francesa, chegou-se à conclusão de que os órgãos do Poder
Judiciário deveriam ser impedidos de decidir questões que envolvessem a
Administração Pública, já que os magistrados eram nomeados pelo
monarca, fato que poderia comprometer a imparcialidade necessária
aos julgamentos. Existia grande receio de que os magistrados não
proferissem decisões que pudessem contrariar os interesses da
Administração Pública.

Nesses termos, a jurisdição foi compartilhada entre o Poder


Judiciário (que ficou responsável pelo julgamento das causas comuns, que
não envolvessem a Administração Pública) e Tribunais Administrativos
(encarregados de solucionar as demandas de interesse da Administração
Pública). Se um indivíduo fosse atropelado por veículo prestador de
serviços públicos, por exemplo, eventual ação de reparação pelos danos
sofridos deveria ser julgada pela jurisdição administrativa. De outro
lado, se o atropelamento fosse ocasionado por veículo particular, a
demanda seria analisada pelo Poder Judiciário.

30
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

A principal característica do sistema denominado contencioso


administrativo é a de que os ordenamentos jurídicos que o adotam
conferem a determinadas decisões administrativas a natureza de coisa
julgada oponível ao próprio Poder Judiciário33. Em outras palavras, as
decisões proferidas pela jurisdição administrativa não podem ser revistas
pelo Poder Judiciário, fazendo coisa julgada material.

Na França, o órgão encarregado de decidir, em última instância, as


matérias administrativas que envolvem a Administração Pública francesa é o
Conselho de Estado. Apesar de não integrar a estrutura do Poder
Judiciário, este não poderá rever as decisões proferidas pelo Conselho de
Estado, cujas decisões também são consideradas definitivas.

No Brasil não existem órgãos administrativos dotados de


competências semelhantes às do Conselho de Estado Francês. Aqui,
todas as decisões provenientes dos órgãos e entidades administrativas
podem ser revistas pelo Poder Judiciário, ainda que proferidas por
agências reguladoras (ANATEL, ANS, ANVISA etc.).

Fique atento ao responder às questões de concursos. Classificar um


sistema de controle jurisdicional da administração pública como sistema
contencioso ou sistema de jurisdição única não implica afirmar a
exclusividade da jurisdição comum ou especial, mas a predominância de
uma delas34. Hely Lopes Meirelles35 afirma que mesmo no contencioso
administrativo existem certas demandas de interesse da Administração que
ficam sujeitas à justiça comum, a saber: a) litígios decorrentes de
atividades públicas com caráter privado; b) litígios que envolvam
questões de estado e capacidade das pessoas e de repressão penal;
c) litígios que se refiram à propriedade privada.

O sistema do contencioso administrativo não é adotado no Brasil.

33
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Técnico Judiciário do Tribunal Regional
Eleitoral do Maranhão, realizado pelo CESPE.
34
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Procurador Federal da Advocacia Geral
da União, realizado pelo CESPE.
35
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 27. ed., p.52.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


31
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

3.2. Sistema de jurisdição única (una) ou sistema inglês

Também conhecido como sistema judicial, impõe que todos os


litígios surgidos no âmbito social, de interesse da Administração
Pública ou exclusivamente de particulares, sejam solucionados pela
jurisdição comum (Poder Judiciário). Trata-se de sistema que possui forte
influência inglesa e americana.

No Brasil é adotado o sistema anglo-americano de unidade de jurisdição para


o controle jurisdicional da Administração Pública36.

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, XXXV, declara


expressamente que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
ou ameaça a direito”. Assim, mesmo que a Administração Pública tenha
proferido decisão sobre determinada matéria (aplicação de penalidade a
servidor público, imposição de multa a particular, revisão de processo
administrativo etc.), assegura-se àquele que se sentir prejudicado recorrer ao
Poder Judiciário para discutir novamente a questão.

Se o particular é multado por eventual infração de trânsito, por


exemplo, poderá recorrer diretamente à Administração Pública para tentar
anulá-la, ou, se preferir, propor ação judicial com o esse objetivo. Se optar
pela primeira hipótese, ainda que seu recurso administrativo seja indeferido
poderá acionar o Poder Judiciário pleiteando a anulação da decisão
administrativa.

Em nosso ordenamento jurídico, apenas o Poder Judiciário possui a


prerrogativa de proferir decisões com força de coisa julgada material (que
não pode ser alterada), por isso se fala em jurisdição única. Nenhuma decisão
proferida pela Administração Pública possui caráter definitivo em relação aos
administrados, que podem ainda provocar o judiciário com o objetivo de
alterar a decisão administrativa que não lhes tenha sido favorável.

36
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Promotor de Justiça do Estado de Santa
Catarina, realizado pelo próprio órgão.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


32
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Em provas de concursos públicos, fique atento ao se deparar com a


expressão coisa julgada administrativa. Para José dos Santos Carvalho
Filho37, “significa tão somente que determinado assunto decidido na via
administrativa não mais poderá sofrer alteração nessa mesma via
administrativa, embora possa sê-lo na via judicial”. Se não é mais cabível
recurso na esfera administrativa para impugnar decisão desfavorável ao
administrado, fala-se em coisa julgada administrativa.

4. REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO

A expressão regime jurídico da Administração Pública é utilizada para


designar, em sentido amplo, os regimes de direito público e de direito
privado a que pode submeter-se a Administração Pública38.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 173, caput, preceitua que


ressalvados os casos previstos em seu texto, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos
da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme
definidos em lei.

Apenas em situações excepcionais o Estado irá explorar atividade


econômica, valendo-se, nessas hipóteses, de empresas públicas e sociedades
de economia mista. Ademais, caso isso ocorra, ficará sujeito ao regime
jurídico de direito privado próprio das empresas privadas, inclusive
quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários.

Nesse caso, o Estado não gozará de prerrogativas especiais em suas


transações com os particulares, pois será estabelecida uma relação jurídica
horizontal. E não poderia ser diferente. Se o Estado está atuando em setor
inicialmente reservado à iniciativa privada, seria injusto que pudesse usufruir

37
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 26. ed., p.966.
38
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil, realizado pela ESAF.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


33
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

de “vantagens” não outorgadas aos seus concorrentes. Assim, será nivelado


aos particulares.

As empresas públicas (Caixa Econômica Federal e Correios, por


exemplo) e as sociedades de economia mista (Banco do Brasil, Banco do
Nordeste, Petrobrás etc.), que atuam na exploração de atividades
econômicas, reger-se-ão pelas mesmas regras impostas às demais empresa
que atuam em seus respectivos mercados, isto é, normas de direito
privado.

Lembre-se: o Estado não possui a faculdade de optar pelo regime


jurídico que melhor atenda às suas necessidades. Caso esteja atuando na
exploração de atividade econômica, submeter-se-á obrigatoriamente às
regras de direito privado, nos termos do art. 173, § 1º, II, da CF/1988.

Entretanto, são frequentes as questões de concursos afirmando que o


regime jurídico a que se sujeitam as empresas públicas e as sociedades de
economia mista é de natureza híbrida39, pois, mesmo quando explorando
atividades econômicas, não serão submetidas apenas às regras de direito
privado.

A afirmação é correta e deriva do fato de que as empresas


públicas e sociedades de economia mista também devem obediência
aos princípios insculpidos no art. 37 da CF/1988 e vários outros
preceitos de direito público. Para contratar seus empregados, por
exemplo, estão obrigadas a realizar concurso público. Antes de contratar
serviços, adquirir bens ou realizar obras devem se submeter às regras
licitatórias, nos termos da Lei 8.666/1993.

Além de submissão às normas de direito privado, as empresas


públicas e sociedades de economia mista também estão obrigadas a
observar várias sujeições impostas pelo direito público, por isso
afirmamos que tais entidades são regidas por regime jurídico híbrido.

39
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Auditor de Controle Externo do Tribunal
de Contas do Espírito Santo, realizado pelo CESPE.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


34
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

De outro lado, se a entidade pública exerce atividade típica de


Estado, a exemplo do poder de polícia administrativa, segurança
pública, atividade jurisdicional, entre outras, será regida pelas regras do
direito público, isto é, pelo denominado regime jurídico-administrativo.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro conceitua o regime jurídico-administrativo


como “o conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a
Administração e que não se encontram nas relações entre particulares40”.

Nesse caso, o Estado se apresentará em situação de superioridade em


relação aos particulares, sendo estabelecida uma relação vertical
entre a Administração Pública e os administrados, fato que lhe outorgará
diversas prerrogativas necessárias à satisfação do interesse público.

Para Celso Antônio Bandeira de Mello41, as “pedras de toque” do


regime jurídico-administrativo são os princípios da supremacia do
interesse púbico sobre o privado e indisponibilidade, pela
Administração, dos interesses púbicos.

O princípio da supremacia do interesse púbico sobre o privado


assegura à Administração Pública uma série de prerrogativas, que podem
ser entendidas como “vantagens” ou “privilégios” necessários para se atingir
o interesse da coletividade, estabelecendo uma relação jurídica vertical,
desigual, portanto, em face dos administrados. Compreende, em face da sua
desigualdade, a possibilidade, em favor da Administração, de constituir os
privados em obrigações por meio de ato unilateral daquela. Implica,
outrossim, muitas vezes, o direito de modificar, também unilateralmente,
relações já estabelecidas42.

Como exemplos dessas prerrogativas (ou vantagens), podemos


citar a existência de cláusulas exorbitantes nos contratos
administrativos, possibilitando à Administração, por exemplo,
alterar ou rescindir
40
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24. ed., p.63.
41
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 26. ed., p. 55.
42
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 26. ed., p. 70.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


35
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira
unilateralmente um contrato administrativo; a concessão de prazos
diferenciados nos processos em que for parte no Poder Judiciário (prazo em
quádruplo para contestar e em dobro para recorrer – art. 188 do Código de
Processo Civil); presunção de legitimidade e veracidade dos atos
administrativos, entre outras.

Sob uma primeira análise, pode parecer que as prerrogativas


asseguradas à Administração Pública são descabidas, desprovidas de
qualquer razoabilidade, pois colocam o particular em situação jurídica
desfavorável. Todavia, destaca-se que quem exerce “função
administrativa” está adstrito a satisfazer interesses públicos: da
coletividade. Por isso, o uso das prerrogativas da Administração é legítimo
se, quando e na medida dispensável ao atendimento dos interesses
públicos; vale dizer, do povo, porquanto nos Estados Democráticos o
poder emana do povo e em seu proveito terá de ser exercido43.

A atuação da Administração Pública seria praticamente inviabilizada se, antes


de retirar os moradores de imóvel particular prestes a desabar, por exemplo,
tivesse que propor ação judicial pleiteando autorização para assim
proceder. Até que fosse deferida a autorização judicial, provavelmente, o
imóvel já teria desabado e morrido todos os seus moradores.

Em razão da supremacia do interesse público, os atos


administrativos gozam do atributo da autoexecutoriedade, portanto, a
Administração Pública não precisa de autorização judicial para executar as
suas próprias decisões em situações de emergência. No exemplo citado, os
moradores poderiam ser retirados do imóvel inclusive com a utilização de
força policial, se necessário, independentemente de autorização judicial.

Se o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado assegura


“privilégios” (prerrogativas) para a Administração Pública, de outro lado,
o princípio da indisponibilidade do interesse público impõe
restrições, isto é, sujeições ou limitações à atividade administrativa,
gerando a
43
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 26. ed, p. 72

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


36
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

responsabilização civil, penal e administrativa dos agentes que as


desrespeitarem. Dentre tais restrições, citem-se a observância da finalidade
pública, bem como os princípios da moralidade administrativa e da legalidade,
a obrigatoriedade de dar publicidade aos atos administrativos e, como
decorrência dos mesmos, a sujeição à realização de concursos para seleção
de pessoal e de concorrência pública para a elaboração de acordos com
particulares44.

A obrigatoriedade de licitação para a contratação de serviços, aquisição de


bens ou realização de obras fundamenta-se no interesse público, que impõe
a seleção da proposta mais vantajosa dentre aquelas que foram
apresentadas. Assim, o Prefeito de determinado município não poderá
adquirir 1.000 (mil) computadores para os órgãos públicos municipais sem
realizar licitação (essa é a regra). Caso isso ocorra, estará dispondo do
interesse público, que exige licitação.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro afirma que “ao mesmo tempo em que as
prerrogativas colocam a Administração Pública em posição de supremacia
perante o particular, sempre com o objetivo de atingir o benefício da
coletividade, as restrições a que está sujeita limitam a sua atividade a
determinados fins e princípios que, se não observados, implicam desvio de
poder e consequente nulidade dos atos da Administração45”.

O regime jurídico-administrativo deve pautar a elaboração de atos normativos


administrativos, a execução de atos administrativos e, ainda, a sua
respectiva interpretação.

44
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24. ed., p.63.
45
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24. ed., p.63.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


37
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

RESUMO DE VÉSPERA DE PROVA - RVP

RESUMO DE VÉSPERA DE PROVA

É sub-ramo do Direito Público.

No Brasil, não se encontra codificado.

Começa a se desenvolver na França, a partir do ano


de 1800.

Direito Todas as entidades políticas (União, Estados, Distrito


Administrativo Federal e Municípios) podem legislar sobre Direito
Administrativo.

Regulamenta a atividade administrativa (ou função


administrativa), que se materializa
preponderantemente no Poder Executivo, apesar
de também ser exercida pelo Poder Legislativo e
Judiciário.

Legalista ou exegético: restringe o Direito


Administrativo somente às leis, deixando de lados os
princípios, jurisprudência e demais fontes.

Poder Executivo: o Direito Administrativo tem por


objeto de estudo apenas os atos do Poder Executivo.

Serviço Público: o Direito Administrativo se limita


à regulamentação de serviços públicos.

Critérios para a Relações jurídicas: o Direito Administrativo é o


conceituação do único ramo do Direito que disciplina as relações

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


38
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Direito entre Administração Pública e administrados.


Administrativo

Teleológico ou finalístico: o Direito Administrativo


regulamenta apenas as atividades voltadas para os
fins do Estado.

Negativista ou residual: o Direito Administrativo


teria por objeto todas as atividades estatais que não
sejam legislativas ou jurisdicionais.

Administração Pública (adotado pela maioria dos


autores): o Direito Administrativo pode ser
entendido como o conjunto de princípios que regem
a Administração Pública.

Primárias ou diretas: a Constituição Federal e as


leis vigentes, incluindo os tratados e acordos
internacionais firmados pelo Brasil.

Fontes do Direito Secundárias ou indiretas: jurisprudência (a


Administrativo súmula vinculante é interpretada como fonte
primária); costumes (não podem ser contrários à
lei); doutrina; e princípios gerais do Direito.

Contencioso administrativo ou francês: existe


uma jurisdição administrativa (para decidir as
Sistemas de controle
jurisdicional dos demandas de interesse da Administração Pública) e
atos da a comum (responsável pelo julgamento das
demandas que não envolvam a Administração
Administração

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


39
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Pública Pública). O Poder Judiciário não pode rever as


decisões proferidas no âmbito da jurisdição
(Sistemas
administrativa.
administrativos)

Jurisdição única ou inglês: compete ao Poder


Judiciário processar e julgar, em última instância,
todas as demandas existentes na sociedade,
incluindo aquelas de interesse da Administração
Pública. É consequência do princípio do amplo
acesso ao Poder Judiciário ou inafastabilidade do
Poder Judiciário (art. 5º, XXXV, CF/1988). É o
sistema adotado no Brasil.

É expressão utilizada para designar, em sentido


amplo, os regimes de direito público e de direito
privado a que pode submeter-se a Administração
Pública.

Está pautado, basicamente, em dois princípios:


supremacia do interesse público sobre o
privado (prerrogativas, a exemplo da possibilidade
de alteração unilateral dos contratos
administrativos) e indisponibilidade do interesse
público (sujeições, a exemplo da obrigatoriedade
de realização de concurso público e licitação).

Regime jurídico- O regime jurídico-administrativo deve pautar a


administrativo elaboração de atos normativos administrativos, a
execução de atos administrativos e, ainda, a sua
respectiva interpretação.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


40
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Se a Administração Pública está atuando na


exploração de atividade econômica (nas hipóteses
autorizadas pelo art. 173 da CF/1988), submeter-
se-á às regras de direito privado, inclusive quanto
aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários. Também é correto afirmar
que as empresas públicas e sociedades de economia
mista estão submetidas a regime híbrido.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


41
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Capítulo 2 – Princípios do Direito Administrativo

CAPÍTULO 2 – PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMNISTRATIVO

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Quando alguém está iniciando a construção de um edifício sempre se


preocupa em realizar uma boa fundação, pois esta é responsável pela
sustentação da obra. A fundação, juntamente com os pilares da construção,
servirá de base para o assentamento dos tijolos e demais produtos que
culminarão no imóvel.

Se posteriormente o proprietário quiser derrubar uma parede de tijolos do


imóvel para aumentar o tamanho de um quarto, provavelmente será autorizado
pelo engenheiro. Todavia, se pretender quebrar um pilar, que é responsável
pela estrutura da edificação, certamente será desaconselhado.

No Direito, os princípios exercem função semelhante à da fundação e


dos respectivos pilares, pois servirão de base à criação das leis e execução da
atividade administrativa. Os princípios são verdadeiros guias que
estruturam, orientam e direcionam o legislador, no momento da elaboração
das leis, assim como o administrador público, no momento de sua aplicação.

Leis editadas em desconformidade com os princípios podem ser declaradas


inconstitucionais. Condutas administrativas que contrariem mandamentos
contidos em princípios podem ser consideradas ilegítimas e estão sujeitas à
invalidação pela própria Administração Pública ou pelo Poder Judiciário.

Em brilhante explanação, Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que

“[...] violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma
qualquer. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico
mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave
forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio
violado, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


42
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e


corrosão de sua estrutura mestra46”.

2. NORMAS, PRINCÍPIOS E REGRAS. DISTINÇÕES BÁSICAS.

As normas jurídicas podem ser entendidas como proposições gerais que


facultam, proíbem ou impõem comportamentos aos indivíduos.

Em sua gênese, conforme a doutrina tradicional, as normas se confundiam


com as regras de conduta que veiculavam, sendo os princípios utilizados,
primordialmente, como instrumentos de interpretação e integração47.

Atualmente, os princípios deixaram de ser meros coadjuvantes, simples


instrumentos de integração e interpretação da norma, assumindo status de
verdadeira norma jurídica. É por isso que a doutrina majoritária afirma que a
expressão norma pode ser entendida como gênero, do qual se extraem duas
espécies: as regras e os princípios.

Luís Roberto Barroso e Ana Paula de Barcellos, em explicação esclarecedora,


afirmam que:

Regras são, normalmente, relatos objetivos, descritivos de determinadas


condutas e aplicáveis a um conjunto delimitado de situações. Ocorrendo a
hipótese prevista no seu relato, a regra deve incidir, pelo mecanismo tradicional
da subsunção: enquadram-se os fatos na previsão abstrata e produz-se uma
conclusão. A aplicação de uma regra se opera na modalidade tudo-ou-nada:
ou ela regula a matéria em sua inteireza, ou é descumprida. Na hipótese do
conflito entre duas regras, só uma será válida e irá prevalecer. Princípios, por
sua vez, contêm relatos com maior grau de abstração, não especificam a
conduta a ser seguida e se aplicam a um conjunto amplo, por vezes
indeterminado, de situações. Em uma ordem democrática os princípios
frequentemente entram em tensão dialética, apontando direções diversas. Por

46
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 26. ed., p.53.
47
GARCIA. Emerson; Alves, Rogério Pacheco. Improbidade Administrativa. 6. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011,
p. 46.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


43
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

essa razão, sua aplicação deverá se dar mediante ponderação: à vista do caso
concreto, o intérprete irá aferir o peso que cada princípio deverá desempenhar
na hipótese, mediante concessões recíprocas, e preservando o máximo de cada
um, na medida do possível. Sua aplicação, portanto, não será no esquema do
tudo-ou-nada, mas graduada à vista das circunstâncias representadas por
outras normas ou por situações de fato48.

Em termos gerais, os princípios possuem um grau de abstração elevado,


enquanto as regras possuem um grau relativamente baixo. Os princípios não
têm o condão de detalhar exaustivamente todas as condições em que serão
aplicados, diferentemente das regras.

Se a norma tiver que ser cumprida ou descumprida integralmente (tudo-ou-


nada), em sua plenitude, estar-se-á diante de regra. Se a norma permite o seu
cumprimento gradual, de acordo com as condições e possibilidades fáticas, ter-
se-á um princípio.

O art. 3º da Constituição Federal de 1988 preceitua que:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do


Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades


sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,


cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Nas normas constitucionais citadas como exemplo, estamos diante de regras


ou princípios? Antes de responder, lembre-se de que as regras devem ser

48
BARROSO, Luís Roberto; BARCELLOS, Ana Paula de. A nova interpretação constitucional dos princípios. In:
LEITE, George Salomão (org). Dos princípios constitucionais. Considerações em torno das normas princípiológicas da
Constituição. São Paulo: Malheiros, 2003, p. 109.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


44
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

cumpridas de plano, integralmente, enquanto os princípios permitem


cumprimento gradual, em conformidade com as condições existentes.

Ora, não restam dúvidas de que estamos diante de princípios. Será que os
objetivos constitucionais traçados no art. 3º podem ser cumpridos de plano,
imediatamente? Certamente que não! Tais objetivos fundamentais somente
serão concretizados com o passar do tempo, gradualmente, através da criação
e desenvolvimento de políticas públicas que levem em conta, inclusive, a
reserva do possível49.

Em relação às regras, destaca-se como exemplo a norma contida no art. 5º,


XL, da Constituição Federal de 1988, que assim dispõe: “XL - a lei penal não
retroagirá, salvo para beneficiar o réu”.

Nesse caso, fica claro que a norma tem que ser cumprida de plano, não
admitindo sua implementação gradual, com o transcurso do tempo. Ou a lei
penal é mais benéfica para o réu e retroage para beneficiá-lo, ou é prejudicial e
não poderá retroagir. É tudo ou nada. Essa é uma das características da
regra.

Se não existe regra que permita, por meio de sua aplicação direta, apresentar
a solução jurídica para o problema real, o exame dos princípios gerais da
Administração Pública sempre apresentará a solução. Os princípios da
moralidade, impessoalidade, eficiência, razoabilidade, finalidade, motivação e
tantos outros sempre permitem a construção de soluções juridicamente
adequadas quando aplicados ao caso em concreto, tanto para questões já
enfrentadas quanto para as novas situações nunca enfrentadas e que requerem
a adoção de solução por parte do administrador50.

49
No julgamento do Recurso Especial nº 1.185.474/SC, cujo acórdão foi publicado pelo Superior Tribunal de Justiça
em 29/04/2010, o Ministro relator Humberto Martins afirmou que “a insuficiência de recursos orçamentários não pode
ser considerada uma mera falácia. Tanto é assim que a doutrina e jurisprudência germânica, conscientes da existência
de limitações financeiras, elaboraram a teoria da "reserva do possível" (Der Vorbehalt des Möglichen ), segundo a qual
os direitos sociais a prestações materiais dependem da real disponibilidade de recursos financeiros por parte do
Estado”.
50
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de Direito Administrativo. Belo Horizonte: Fórum, 2007, p. 92.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


45
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

3. COLISÃO ENTRE PRINCÍPIOS

Se duas regras distintas (leis, em sua maioria) disciplinam de forma diferente a


mesma situação fática, gerando um aparente conflito, somente uma delas
pode prevalecer no caso em concreto, sendo a outra declarada inválida. O
conflito geralmente é solucionado através dos critérios de hierarquia
(prevalece a norma de maior hierarquia), cronológico (prevalece a norma
mais recente) ou da especialidade (prevalece a norma específica sobre o
tema). Entre princípios não é possível falar em conflito, mas apenas em
colisão.

Na colisão de princípios a decisão por um deles não elimina o outro. Muito pelo
contrário, é dever do aplicador auferir a máxima efetividade dos princípios em
questão (daí serem mandamentos de otimização), de modo a restringir apenas
o estritamente necessário para salvaguardar um bem jurídico que, no caso
específico, carece de maior proteção. Contudo, mesmo o princípio que foi
afastado naquela situação específica continuará vigente e operante e com toda
sua força normativa, vinculando condutas positivas e negativamente. Assim,
mudadas as circunstâncias do caso concreto e estando os mesmos princípios
envolvidos no conflito, aquele que teve que ser afastado no outro caso poderá
prevalecer nessa nova situação, porque houve alterações nos elementos
constitutivos do caso concreto51.

Diante da colisão entre princípios, o intérprete (administrador ou juiz) deverá


considerar o peso relativo de cada um deles e verificar, no caso concreto em
análise, qual deverá prevalecer ou ter maior incidência normativa. A solução da
colisão dar-se-á através da ponderação entre os diversos valores jurídicos
envolvidos, pois os princípios possuem um alcance (peso) diferente em cada
caso concreto e aquele que possuir maior abrangência deverá prevalecer.

51
LEITE, George Salomão; LEITE, Glauco Salomão. A abertura da Constituição em face dos princípios.. In: LEITE,
George Salomão (org). Dos princípios constitucionais. Considerações em torno das normas princípiológicas da
Constituição. São Paulo: Malheiros, 2003, p. 154.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


46
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Não é correto afirmar que o princípio “x” sempre prevalecerá em face do


princípio “y”, ou vice-versa. Somente ao analisar o caso em concreto é que o
intérprete terá condições de afirmar qual princípio deve prevalecer. Para a
ponderação de princípios o intérprete poderá valer-se, inclusive, de outros
princípios, principalmente o da proporcionalidade.

A colisão entre princípios constitucionais resolve-se com a técnica da


ponderação52.

4. HIERARQUIA ENTRE PRINCÍPIOS

Os princípios da Administração Pública se aplicam, em igual medida e de acordo


com as ponderações determinadas pela situação concreta, a todas as entidades
integrantes da Administração direta e indireta53.

Não há hierarquia entre princípios, apesar de ser muito comum em provas de


concursos questões afirmando que o princípio da supremacia do interesse
público sobre o privado é superior aos demais (assertivas incorretas,
obviamente!). Também costumam fazem essa afirmação em relação ao
princípio da legalidade, o que não é verdade.

5. PRINCÍPIOS EXPRESSOS E IMPLÍCITOS

Princípios expressos são aqueles expressamente previstos em norma


jurídica de caráter geral, obrigatória para todas as entidades políticas (União,
Estados, Municípios, Distrito Federal e seus respectivos órgãos públicos), bem
como para as entidades administrativas (autarquias, fundações públicas,

52
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Juiz do Trabalho do TRT da 23ª Região,
realizado pelo próprio Tribunal.
53
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Agente Técnico Legislativo da Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo, realizado pela Fundação Carlos Chagas.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


47
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

empresas públicas, sociedades de economia mista e consórcios públicos de


direito público).

Os princípios expressos podem ser encontrados no texto constitucional, a


exemplo daqueles contidos no caput do art. 37 da CF/1988, ou na legislação
infraconstitucional (o art. 3º da Lei 8.666/1993, por exemplo, impõe a
obrigatoriedade de respeito aos princípios da legalidade, moralidade,
publicidade, vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo,
dentre outros, durante os procedimentos licitatórios).

Alguns princípios são considerados expressos porque é possível identificar,


claramente, o “nome” de cada um deles no texto legal ou constitucional. É o
que acontece, por exemplo, com o princípio da moralidade. A sua designação
não é “princípio do respeito à ética e à moral”, mas sim moralidade, com
todas as letras!

Em alguns casos, os princípios estarão expressos em leis que não são de


observância obrigatória para toda a Administração Pública brasileira, mas
somente para determinado ente político, a exemplo da nº Lei 9.784/1999, que
regula o processo administrativo no âmbito federal.

Em seu artigo 2º, a Lei de Processo Administrativo Federal dispõe que a


Administração Pública obedecerá, entre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, segurança jurídica, eficiência, do interesse público e do contraditório.

Nesse caso, tais princípios são considerados expressos somente para a


Administração Pública Federal (União, seus respectivos órgãos e entidades
da administração indireta), que é a destinatária da norma.

Os princípios previstos no artigo 2º da Lei nº 9.784∕1999 não podem ser


considerados expressos para os demais estados brasileiros ou para os seus
milhares de municípios. O Estado de Minas Gerais, por exemplo, possui lei
própria regulando os processos administrativos que tramitam em âmbito
estadual.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


48
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

A lei mineira nº 14.184/2002, em seu art. 2º, dispõe que a Administração


Pública estadual obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
eficiência, ampla defesa, do contraditório e da transparência.

No texto da Lei nº 9.784/1999 não consta a obrigatoriedade de respeito ao


princípio da transparência, que será expresso em relação à Administração
Pública Estadual, porém, não o será em relação à Administração Pública federal.

De outro lado, princípios implícitos são aqueles que não estão previstos
expressamente em norma jurídica de caráter geral, pois são consequências dos
estudos doutrinários e jurisprudenciais. São princípios cujos nomes não irão
constar claramente no texto constitucional ou legal, mas que, ainda sim,
vinculam as condutas e atos praticados pela Administração Pública.

O princípio da eficiência é um bom exemplo.

Esse princípio somente foi introduzido no caput do artigo 37 da Constituição


Federal de 1988 a partir de 04 de junho de 1998, com a promulgação da
Emenda Constitucional nº 19. Entre a data de promulgação da Constituição
Federal vigente (05/10/1988) e a data da promulgação da EC nº 19
(04/06/1998), o princípio da eficiência era considerada implícito. Somente a
partir de 04/06/1998 passou a ser expresso, com previsão no caput do art. 37
da CF/1988.

Em 1996, no julgamento do Recurso em Mandado de Segurança nº 5.590-


6/DF, em voto do Ministro relator Luiz Vicente Cernicciaro, o Superior Tribunal
de Justiça já fazia referência à necessidade de respeito ao princípio da
eficiência (que ainda não era considerado expresso), ao afirmar que a
“Administração Pública é regida por vários princípios. Além dos arrolados no art.
37, da Constituição da República: legalidade, impessoalidade, moralidade e
publicidade, outros se evidenciam na mesma Carta Política. Sem dúvida, não se
contesta, urge levar em conta ainda o princípio da eficiência, ou seja, a
atividade administrativa deve voltar-se para alcançar resultado e interesse
público”.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


49
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

6. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípios básicos da Administração Pública são aqueles expressos no art. 37


da Constituição Federal de 1988, a saber: legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência (o famoso “L.I.M.P.E.”). Esse é o
entendimento da doutrina majoritária.

Todavia, o art. 37 da Constituição Federal não é taxativo, pois, outros princípios


existem, previstos em leis esparsas, ou, mesmo, não expressamente
contemplados no direito objetivo, aos quais se sujeita a Administração
Pública54.

Os demais princípios a que se sujeita à Administração Pública (implícitos,


previstos em leis esparsas ou fruto da doutrina e jurisprudência) são
denominados princípios gerais, fato que não traz nenhuma repercussão
relevante para o nosso estudo.

Se você está se preparando para concursos públicos, fique atento.


Frequentemente as bancas incluem em seus editais o tópico “princípios básicos
da Administração Pública”, porém, no momento da prova, elaboram questões
abrangendo também os princípios gerais. Como não há uniformidade de
abordagem, aconselha-se o estudo de todos os princípios do Direito
Administrativo.

No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1.694-6/AP, de


relatoria do Ministro Néri da Silveira, cujo acórdão foi publicado em
15/12/2000, o Supremo Tribunal Federal, além de se referir aos princípios do
art. 37 da CF/1988 como “gerais”, ainda afirmou que eles “são invocáveis de
referência à administração de pessoal militar federal ou estadual, salvo no que
tenha explícita disciplina em atenção às peculiaridades do serviço militar."

54
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Analista Judiciário do TRT da 15ª Região,
realizado pela Fundação Carlos Chagas.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


50
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

7. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPRESSOS

7.1. Princípio da legalidade

É quase um consenso doutrinário a afirmação de que o princípio da


legalidade possui como marco formal a Magna Carta inglesa do ano de
1215, imposta pelos Barões e pelo Clero ao Rei João sem Terra com o objetivo
de limitar os seus poderes. Doravante, o princípio também se manifestou no
Petition of Rights de 1628, Habeas Corpus Act de 1679, Bill of Rights de 1690,
Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do cidadão de 1789 e na
Constituição Americana de 1787.

Tais diplomas consagraram a existência dos denominados direitos


fundamentais, estabelecendo princípios de limitação e de divisão dos poderes, o
que culminou em erigir o princípio da legalidade à categoria de garantia dos
direitos do homem, protegendo-o contra o absolutismo dos governantes e
apresentando-se como verdadeiro alicerce da solidariedade e da
interdependência sociais55.

O princípio da legalidade, essencial ao Estado de Direito, pode ser estudado sob


dois enfoques distintos, ambos com respaldo no texto constitucional: em
relação aos particulares e em face da Administração Pública.

7.1.1. Princípio da legalidade em relação aos particulares

No que se refere aos particulares, o princípio da legalidade está consagrado


no art. 5º, II, da Constituição Federal de 1988, ao dispor que "ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei".

Em regra, somente o Poder Legislativo (Congresso Nacional, Assembleias


Legislativas, Câmara Legislativa e Câmaras de Vereadores), através de lei
aprovada pelo processo legislativo previsto no texto constitucional, pode
55
GARCIA. Emerson; Alves, Rogério Pacheco. Improbidade Administrativa. 6. ed., p. 68.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


51
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

proibir determinado comportamento ou obrigar alguém a fazer alguma


coisa56.

Se o indivíduo estiver transitando pela cidade de Montes Claros/MG e jogar uma


garrafa de água mineral vazia pela janela do veículo, por exemplo, certamente
será taxado de mal educado por algum morador. Apesar disso, não poderá ser
punido por tal conduta, pois não existe qualquer lei local a proibindo (se não é
proibido, é permitido).

Entretanto, se alguém pratica essa mesma conduta no município do Rio de


Janeiro/RJ, a situação é bem diferente. É que a Lei Carioca nº 3.273/2001
proíbe e impõe multas de R$ 157,00 a R$ 3.000,00, dependendo da infração,
àqueles que jogarem lixo na rua, deixando de lhe conceder a destinação
correta.

Nessa hipótese, perceba que uma lei municipal foi responsável pela proibição
da conduta, portanto, foi respeitado o art. 5º, II, da CF/1988.

Voltemos ao exemplo de Montes Claros/MG.

Imaginemos que, após ter sido inspirado pela lei carioca, o Prefeito da cidade
mineira tenha editado um decreto também proibindo e impondo multa de R$
100,00, por infração, àquele que jogar lixo em locais públicos.

Após a publicação do decreto, se alguém for flagrado praticando a infração,


poderá ser legitimamente multado pelo município de Montes Claros?

56
No julgamento do recurso de apelação nº 2001.01.00.037891-8/DF, de relatoria do Desembargador Souza Prudente,
o Tribunal Regional Federal da 1ª Região considerou ilegítima a cobrança obrigatória de gorjeta sem autorização ou
determinação legal, ao decidir que “o pagamento de acréscimo pecuniário (gorjeta), em virtude da prestação de serviço,
possui natureza facultativa, a caracterizar a ilegitimidade de sua imposição, por mero ato normativo (Portaria nº. 4/94,
editada pela extinta SUNAB), e decorrente de convenção coletiva do trabalho, cuja eficácia abrange, tão-somente, as
partes convenientes, não alcançando a terceiros, como no caso, em que se pretende transferir ao consumidor,
compulsoriamente, a sua cobrança, em manifesta violação ao princípio da legalidade, insculpido em nossa Carta Magna
(CF, art. 5º, II) e ao Código de Defesa do Consumidor (Lei nº. 8.078/90, arts. 6º, IV, e 37, § 1º), por veicular informação
incorreta, no sentido de que a referida cobrança estaria legalmente respaldada”.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


52
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Certamente que não, pois decreto não é lei. Trata-se de ato normativo
secundário (ato administrativo) editado pelo Chefe do Poder Executivo e que
tem por finalidade explicar e permitir a fiel execução das leis.

Em decorrência do princípio da legalidade, a Administração Pública não pode,


por simples ato administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar
obrigações ou impor vedações aos administrados; para tanto, ela depende de
lei57 aprovada pelo Poder Legislativo.

Pode-se concluir que os particulares (também chamados de administrados)


estão autorizados a praticar todas as condutas que não forem vedadas por lei
(tudo o que não é proibido, é permitido). De outro lado, o administrador
público somente pode atuar se existir lei o autorizando previamente.

Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, “enquanto na administração particular é


lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido
fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular significa ‘pode fazer assim’;
para o administrador público significa ‘deve fazer assim58”.

O princípio da legalidade, em relação aos particulares, também é denominado


de princípio da autonomia da vontade, pois é assegurada liberdade para os
indivíduos agirem da maneira que entenderem mais conveniente, desde que
respeitados os limites eventualmente previstos em lei.

7.1.2. Princípio da legalidade em relação à Administração Pública

O art. 37, caput, da Constituição Federal de 1988, dispõe que “a administração


pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”.

57
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Analista Judiciário do TRT da 22ª Região,
realizado pela Fundação Carlos Chagas.
58
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 27. ed., p.86.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


53
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Em relação à Administração Pública, o princípio da legalidade assume um


enfoque diferente, dispondo que o Administrador Público está, em toda a sua
atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem
comum, e dele não pode se afastar ou se desviar, sob pena de praticar ato
inválido e se expor à responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o
caso59.

Se não existe lei autorizando a prática de conduta que, sob a visão do


administrador público, seria relevante e de interesse da coletividade, não será
possível praticá-la, sob pena de violação ao princípio da legalidade.

Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que o princípio da legalidade “é o


da completa submissão da Administração às leis. Esta deve tão somente
obedecê-las, cumpri-las, pô-las em prática. Daí que a atividade de todos os
seus agentes, desde o que lhe ocupa a cúspide, isto é, o Presidente da
República, até o mais modesto dos servidores, só pode ser a de dóceis,
reverentes, obsequiosos cumpridores das disposições gerais fixadas pelo Poder
Legislativo60”.

Sob uma primeira análise, pode parecer que a necessidade de


autorização legal para a atuação da administração estaria “engessando” a
atividade administrativa, além de incentivar o ócio. Entretanto, não é esse o
objetivo do referido princípio.

O princípio da legalidade é exigência que decorre do próprio Estado de Direito,


que impõe a necessidade de que o administrador público somente atue quando
a lei autorizar ou determinar, pois a “vontade” da Administração Pública é a
que decorre da lei. Por isso o administrador público tem o dever de aplicar a lei
de ofício.

59
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Juiz Substituto do Tribunal de Justiça do
Estado do Rio de Janeiro, realizado pela Fundação VUNESP.
60
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 26. ed., p.101.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


54
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

7.1.3. Exceções provisórias e excepcionais

O princípio da legalidade pode sofrer exceções (constrições) em função


de circunstâncias excepcionais e provisórias mencionadas expressamente no
texto constitucional, a exemplo da edição de medidas provisórias e
decretação de estado de defesa e estado de sítio pelo Presidente da
República.

Nessas situações excepcionais os particulares serão obrigados a fazer


ou deixar de fazer alguma coisa em virtude de atos que não são editados pelo
Poder Legislativo, mas pelo Poder Executivo. Isso ocorre porque a medida
provisória e os decretos que instituem estado de defesa e estado de sítio,
apesar de não se enquadrarem no conceito de lei em sentido formal, podem
ser considerados lei em sentido material.

Se o Presidente da República edita e publica no Diário Oficial da União,


em 02/01/2014, medida provisória alterando o valor do salário mínimo para R$
1.000,00 (mil reais), é a partir da data mencionada que os empregadores terão
que pagar aos seus respectivos empregados o novo valor, salvo se constar
outra data no texto do ato normativo.

Em outras palavras, pode-se afirmar que os particulares estão obrigados a


cumprir a medida provisória como se fosse uma lei, apesar de possuir apenas
“força” de lei. Por isso dizemos que se trata de exceção ao princípio da
legalidade (não é lei, mas tem que ser cumprida como exceção à legalidade).

7.1.3.1. Lei em sentido formal e sentido material

Em regra, lei em sentido formal é aquela que se origina no Poder


Legislativo, com a participação do Poder Executivo e em conformidade com o
processo legislativo previsto no texto constitucional.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


55
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Para que a lei seja caracterizada como formal é irrelevante o seu conteúdo,
bastando que tenha respeitado o processo legislativo (forma) previsto na
Constituição Federal e que tenha sido criada pelo Poder Legislativo. É o caso,
por exemplo, da Lei Federal nº 12.843/2013, ao dispor que “o açude
Figueiredo, localizado no Município de Alto Santo, no Estado do Ceará, passa a
denominar-se Açude Deputado Francisco Diógenes Nogueira”.

Nesse caso, fica claro que o conteúdo da lei não é assim tão relevante, já que a
finalidade é atingir uma situação concreta, específica (atribuir nome – por sinal,
de um deputado, a determinado açude), sem possuir abstração ou
generalidade (característica marcante das leis). A princípio, um simples ato
administrativo poderia ser suficiente para atingir o fim pretendido, mas o
ordenamento jurídico exige lei.

Lei em sentido material é aquela cujo conteúdo possui caráter geral


(aplicável a número indefinido e indeterminável de pessoas) e abstrato
(aplicável a número indefinido e indeterminável de situações futuras),
independentemente do órgão ou entidade que a tenha criado, de observância
obrigatória por todos que se enquadrem nas situações abstratamente previstas
em seu texto. Não é relevante, nesse caso, o processo (forma) ou o órgão
responsável pela criação, mas sim o seu conteúdo, que deve ser geral e
abstrato.

O decreto regulamentar expedido pelo Presidente da República (CF/88, art.


84, IV), por exemplo, pode ser considerado lei em sentido material se levarmos
em conta o seu conteúdo (apesar de ser ato administrativo em sua origem).
Trata-se de ato normativo que tem a finalidade de atingir número
indeterminado de pessoas (generalidade) ou situações jurídicas (abstração).
Nesse caso, o seu conteúdo será obrigatório para todos que sejam alcançados
pelos seus respectivos dispositivos (a exemplo do Decreto Federal nº
3.298/1999, que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência).

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


56
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Podemos denominar de leis em sentido material as normas que tenham


caráter geral e abstrato, criadas pelo processo legislativo previsto no texto
constitucional, e, também, os atos normativos de caráter geral e abstrato
emanados de órgãos distintos do Poder Legislativo (a exemplo dos Regimentos
Internos dos Tribunais ou decretos regulamentares expedidos pelo Presidente
da República).

A aprovação, pelo Poder Legislativo, de lei que conceda pensão vitalícia à viúva
de ex-combatente, embora constitua formalmente ato legislativo, caracteriza
materialmente o exercício de função administrativa61.

7.1.4. Legalidade e discricionariedade administrativa

O conteúdo do princípio constitucional da legalidade, não exclui a possibilidade


de atividade discricionária pela Administração Pública, desde que observados os
limites da lei, quando esta deixa alguma margem para a Administração agir
conforme os critérios de conveniência e oportunidade62.

Para responder às questões de concursos públicos, deve ficar claro que a lei
apenas limita a atividade discricionária da Administração Pública (que será
estudada posteriormente). Não é correto afirmar que o princípio da legalidade
exclui ou veda a discricionariedade administrativa.

No momento de escolher a opção mais conveniente e oportuna ao interesse


público, o administrador público sempre deverá respeitar os limites que o
legislador estabeleceu, sob pena de praticar excesso de poder. Não poderá,
portanto, sob a justificativa de que atua na satisfação do interesse coletivo,
tomar decisões que não estejam autorizadas ou que sejam proibidas pela lei.

61
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Analista Executivo da SEGER/ES, realizado
pelo CESPE.
62
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Analista Judiciário do TRT da 4ª Região,
realizado pela Fundação Carlos Chagas – FCC.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


57
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

7.1.5. Princípio da legalidade e legalidade estrita

O princípio da legalidade estrita nada mais é do que um desdobramento do


próprio princípio da legalidade. Neste, a lei se restringe a autorizar ou
determinar a prática de determinada atividade administrativa. Naquele, a lei
disciplina detalhadamente a atuação da Administração Pública, sem deixar
margem discricionária para decisões administrativas (é comum se falar em
legalidade estrita em relação às leis que impõe a edição de atos vinculados).

É dever do Administrador público atuar segundo a lei, proibida sua atuação


contra-legem e extralegem – princípio da legalidade ou legalidade estrita63.

Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo afirmam que “a Administração, além de


não poder atuar contra a lei ou além da lei, somente pode agir segundo a lei (a
atividade administrativa não pode ser contra legem nem praeter legem, mas
apenas secundum legem). Os atos eventualmente praticados em desobediência
a tais parâmetros são atos inválidos e podem ter sua invalidade decretada pela
própria Administração que o haja editado ou pelo Poder Judiciário 64”.

7.1.6. A deslegalização no direito brasileiro

A transferência da função normativa (sobre matérias determinadas) da sede


legislativa estatal para outra sede normativa denomina-se deslegalização65.

A deslegalização ocorre quando a própria lei se encarrega de retirar


determinada matéria de seu domínio, permitindo que seja tratada por outro ato
normativo, ainda que de hierarquia inferior, editado por órgão distinto do Poder
Legislativo (decreto expedido pelo Presidente da República, por exemplo).

63
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Analista Judiciário do Tribunal Regional
Eleitoral de Santa Catarina, realizado pela PONTUA.
64
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. 14. ed. Rio de Janeiro:
Impetus, 2007, p. 139.
65
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Analista de Finanças e Controle da
Secretaria do Tesouro Nacional, realizado pela ESAF.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


58
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Diogo de Figueiredo Moreira Neto afirma que “a lei de deslegalização não


necessita, assim, sequer penetrar na matéria de que trata, bastando-lhe abrir
essa possibilidade a outras fontes normativas, estatais ou não, de regulá-la por
atos próprios que, por óbvio, não serão de responsabilidade do Poder
Legislativo, ainda que sobre eles possa continuar a ser exercido um controle
político quanto a eventuais exorbitâncias66”.

Foi o que ocorreu com a publicação da Lei 12.38267, publicada em 25 de


fevereiro de 2011, que, em seu texto, assim dispõe:

Art. 1º. O salário mínimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00


(quinhentos e quarenta e cinco reais).

Art. 2º. Ficam estabelecidas as diretrizes para a política de valorização do


salário mínimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1º
de janeiro do respectivo ano.

(...) § 4º. A título de aumento real, serão aplicados os seguintes percentuais:

I - em 2012, será aplicado o percentual equivalente à taxa de crescimento real


do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;

II - em 2013, será aplicado o percentual equivalente à taxa de crescimento real


do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;

III - em 2014, será aplicado o percentual equivalente à taxa de crescimento


real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e

IV - em 2015, será aplicado o percentual equivalente à taxa de crescimento real


do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.

Art. 3º. Os reajustes e aumentos fixados na forma do art. 2º serão


estabelecidos pelo Poder Executivo, por meio de decreto, nos termos desta
Lei.

66
MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Mutações do Direito Administrativo. 3. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2007, p.
218.
67
A Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4568/DF, através da qual o PPS, PSDB e DEM pediam a declaração de
inconstitucionalidade dos dispositivos legais que permitiam o reajuste do valor do salário mínimo através de decreto, foi
julgada improcedente pelo Supremo Tribunal Federal, que, nesses termos, reconheceu a aplicação da tese da
deslegalização no direito brasileiro.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


59
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Analisando-se o art. 1º da Lei 12.382/2011, constata-se que o próprio texto


legal fixou o valor do salário mínimo, para vigência a partir de fevereiro de
2011, em R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Todavia, em seu
art. 3º, autorizou que decreto editado pelo Presidente da República fixasse os
novos valores, ano a ano, levando em conta os percentuais indicados no art. 2º.

Em respeito ao comando legal, no dia 23/12/2011 foi publicado o decreto


nº 7.655, que, em seu art. 1º, alterou o valor do salário mínimo de R$ 545,00
(valor inicialmente fixado pela lei) para R$ 622,00, com início de vigência em
01/01/2012.

No exemplo citado, não restam dúvidas de que um decreto (ato


administrativo) alterou o conteúdo legal, restando configurada a deslegalização.

Por sua vez, o decreto nº 8.618/15 fixou o valor do salário mínimo para o
ano de 2016 em R$ 880,00 (oitocentos e oitenta reais).

Marçal Justen Filho68 assim se manifesta em relação à tese da deslegalização:

A figura da deslegalização vem sendo praticada no direito italiano e consiste na


transferência, por meio de lei, de competência normativa primária para a
Administração Pública. Na origem, a deslegalização se destinava a promover a
sistematização de setores em que a disciplina legislativa era arcaica e
complexa. Assim, a autoridade administrativa poderia explicitar os dispositivos
legais revogados e aqueles em vigor. Com o passar do tempo, começou-se a
praticar a transferência para a Administração Pública de poderes para, por meio
de atos administrativos, promover a revogação de dispositivos legais e a edição
de novas regras – presumivelmente mais adequadas e compatíveis com a
evolução dos tempos.

68
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 8. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2012, p.201.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


60
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

7.1.7. Demais atos normativos primários

Analisando-se os dispositivos da Constituição Federal de 1988, assim


como diversas decisões proferidas no âmbito do Supremo Tribunal Federal,
conclui-se que existem vários outros instrumentos normativos no ordenamento
jurídico brasileiro que, apesar de não serem criados pelo processo legislativo
constitucional, também são atos normativos primários, produzindo os
mesmos efeitos das leis.

Ao proferir o seu voto no julgamento da Ação Declaratória de


Constitucionalidade nº 12, que pleiteava a confirmação da constitucionalidade
da Resolução nº 7/2005 do Conselho Nacional de Justiça (que proíbe a
prática de nepotismo no Poder Judiciário), o Ministro Relator Carlos Ayres Britto
assim se manifestou:

“(...) são exemplos de atos normativos primários, estruturados a partir da


linguagem do Texto Constitucional: resoluções do Senado Federal (art. 52,
VII, VIII e IX e art. 155, § 2º, V, alíneas a e b, todos da Constituição Federal);
medidas provisórias (art. 62 da Constituição Federal); decreto -
regulamento autônomo – (art. 84, VI, a da Constituição Federal); resolução
do Conselho Nacional de Justiça (art. 103-B, II da Constituição Federal);
regimento internos dos tribunais (art. 96, I, alínea a da Constituição
Federal).

7.2. Princípio da impessoalidade

O princípio da impessoalidade pode ser estudado sob vários aspectos


distintos, a saber:

1º) dever de tratamento isonômico a todos os administrados;

2º) imputação dos atos praticados pelos agentes públicos diretamente às


pessoas jurídicas a que estejam vinculados, vedada a promoção pessoal;

3º) dever de perseguir a finalidade pública.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


61
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

7.2.1. Dever de tratamento isonômico

O princípio de direito administrativo que objetiva o tratamento igualitário aos


administrados por parte da administração, representando um desdobramento
do princípio da isonomia, é o princípio da impessoalidade69.

O princípio da impessoalidade impõe à Administração Pública a obrigação de


conceder tratamento isonômico a todos os administrados que se encontram
em idêntica situação jurídica. Assim, fica vedado o tratamento privilegiado a
um ou alguns indivíduos em função de amizade, parentesco ou troca de
favores. O princípio também proíbe que administradores públicos pratiquem
atos prejudiciais aos particulares em razão de inimizades ou perseguições
políticas.

Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que o princípio da impessoalidade


“traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados
sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismos nem
perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou
ideológicas não podem interferir na atuação administrativa. O princípio em
causa não é senão o próprio princípio da igualdade ou isonomia70”.

A obrigatoriedade de realização de concurso público para a seleção de pessoal


(CF/1988, art. 37, II), bem como licitação para as obras, serviços, compras e
alienações no âmbito da Administração Pública, são consequências dos
mandamentos contidos no princípio da impessoalidade (ou isonomia, nas
palavras de Celso Antônio Bandeira de Mello).

7.2.1.1. Súmula nº 339 do STF

69
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para Titular de Serviços de Notas e de Registros – TJ/RJ,
realizado pelo CETRO.
70
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 26. ed., p.114.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


62
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

O Supremo Tribunal Federal, através da súmula nº 339, consolidou o


entendimento de que “não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função
legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de
isonomia”.

Nos últimos anos, tem sido comum a propositura de ações judiciais por
servidores públicos do Poder Executivo federal pleiteando a equiparação, a
título de isonomia, de verbas remuneratórias pagas aos servidores dos demais
poderes. No ano de 2013, por exemplo, enquanto os servidores do Poder
Executivo Federal recebiam apenas R$ 373,00 (trezentos e setenta e três reais)
a título de auxílio-alimentação, os servidores do Tribunal de Contas da União
recebiam R$ 740,96 (setecentos e quarenta reais e noventa e seis centavos).

Todavia, o Poder Judiciário tem indeferido os respectivos pleitos com


fundamento na Súmula nº 339 do STF, alegando que a concessão acarretaria
interferência inadmissível em outro Poder, violando, assim, o art. 2º da
CF∕198871.

7.2.1.2. Suspeição ou impedimento

Regras relativas a impedimentos e suspeições são aplicadas a servidores


públicos como corolário do princípio da impessoalidade72. O objetivo é evitar
que autoridades públicas participem de processos ou da edição de atos
administrativos que sejam de seu interesse direito ou indireto ou que envolvam
seus parentes, amigos íntimos ou inimigos notórios, pois, nesse caso, a
impessoalidade (imparcialidade) estará comprometida73.

71
É importante destacar que recentemente o Plenário Virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a
existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada no Recurso Extraordinário (RE) 710293, em que se
discute a possibilidade, ou não, de equiparação de auxílio-alimentação de servidores públicos pertencentes a carreiras
diferentes, tendo como fundamento o princípio da isonomia. Em breve, a matéria será decida definitivamente pela Corte
Superior.
72
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Procurador do Ministério Público junto ao
TCU, realizado pelo CESPE.
73
O art. 18 da Lei nº 9.784/1999 dispõe que “é impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade
que: I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha
ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; III -

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


63
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

7.2.2. Vedação de promoção pessoal

A CF/1988, em seu art. 37, § 1º, dispõe que “a publicidade dos atos,
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos”.

Ao realizar a divulgação dos atos, programas, obras e serviços executados pela


Administração Pública, o gestor público não pode se valer da oportunidade para
promover o seu nome ou imagem perante a sociedade, apresentando-se como
se fosse o único responsável pelos feitos administrativos. Também não pode ser
aproveitar do fato de exercer função pública (o que lhe garante respeito e
prestígio perante outras autoridades) para atribuir o seu nome ou de parentes
vivos a bens públicos.

A Lei nº 6.454/1977, que dispõe sobre a denominação de logradouros, obras


serviços e monumentos públicos federais, assim se manifesta sobre o tema:

Art. 1º É proibido, em todo o território nacional, atribuir nome de pessoa viva


ou que tenha se notabilizado pela defesa ou exploração de mão de obra
escrava, em qualquer modalidade, a bem público, de qualquer natureza,
pertencente à União ou às pessoas jurídicas da administração indireta.

Art. 2º É igualmente vedada a inscrição dos nomes de autoridades ou


administradores em placas indicadores de obras ou em veículo de propriedade
ou a serviço da Administração Pública direta ou indireta.

esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro”. Ademais,
dispõe no art. 20 que “pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade
notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau”.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


64
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

A despeito da proibição expressa contida em lei, parece que nem todos os


agentes públicos a conhecem, pois a prática é bastante comum em todo o
território nacional, inclusive em relação a bens públicos da União 74.

Os atos praticados por agente público, no exercício da função pública, não


são imputados à sua pessoa física, mas à pessoa jurídica a qual está
vinculado. Se determinado Agente da Polícia Federal pratica conduta danosa a
particular, por exemplo, eventual ação judicial de indenização deverá ser
proposta em face da União (já que a Polícia Federal é apenas um órgão de sua
estrutura) e não do agente causador do dano. Este somente responderá
perante a União mediante ação regressiva, desde que comprovado que agiu
com dolo ou culpa.

7.2.2.1. Teoria do funcionário (ou servidor) de fato

Celso Antônio Bandeira de Mello nos ensina que “’funcionário de fato’ é aquele
cuja investidura foi irregular, mas cuja situação tem a aparência de
legalidade75”.

Se o indivíduo foi regularmente investido em cargo público, respeitando-se


todos os trâmites legais, será considerado servidor (ou funcionário) público
de direito. Todavia, se ocorreu alguma irregularidade durante o seu
provimento, mas, ainda sim, está exercendo função pública, será denominado
de servidor público (ou funcionário) de fato.

É o que ocorre, por exemplo, quando candidato aprovado em concurso público


toma posse em cargo efetivo sem que sua nomeação tenha sido publicada no
Diário Oficial ou instrumento equivalente. Nesse caso, não restam dúvidas de
que a investidura foi ilegal. Todavia, enquanto estiver no exercício da função
pública todos os atos que praticar serão válidos, pois têm “aparência” de
legalidade (teoria da aparência).
74
No julgamento da apelação nº 2005.37.00.004467-5, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região confirmou sentença que
determinou a retirada do letreiro com o nome de José Sarney da fachada da sede do Tribunal Regional do Trabalho do
Maranhão (16ª Região), por manifesta violação ao princípio da impessoalidade.
75
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 26. ed., p. 244.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


65
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Já que os atos praticados pelos agentes públicos devem ser imputados à pessoa
jurídica a qual estão vinculados (consequência do princípio da impessoalidade),
não faz sentido anulá-los, ainda que provenientes de funcionário de fato, pois,
juridicamente, quem os praticou foi a própria pessoa jurídica (União, Estados,
Municípios, autarquias etc.).

Pela aplicação do princípio da impessoalidade, o ato administrativo praticado


por funcionário irregularmente investido no cargo ou função é válido 76.

7.2.3. Impessoalidade e finalidade pública

Hely Lopes Meirelles informa que “o princípio da impessoalidade, referido na


Constituição de 1988 (art. 37, caput), nada mais é que o clássico princípio da
finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para o
seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de Direito indica
expressamente ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal77”.

A finalidade pública deve ser observada tanto em sentido amplo quanto em


sentido estrito. Em sentido amplo, a finalidade dos atos editados pela
Administração Pública sempre será a satisfação imediata do interesse público.
Em sentido estrito, é necessário que se observe também a finalidade
específica de cada ato praticado pela Administração, que estará prevista em
lei.

Se o agente público pratica ato visando a fim diverso daquele previsto,


explícita ou implicitamente, na regra de competência prevista em lei, restará
configurado o desvio de finalidade, ensejando a nulidade do ato.

É o que ocorre, por exemplo, quando a remoção ex officio é utilizada


para punir servidor público federal. A finalidade legal da remoção ex officio

76
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para Juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região,
realizado pelo próprio TRT/2ª Região.
77
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 27. ed., p.90.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


66
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

não é possibilitar a punição de servidores públicos, mas suprir a carência de


pessoal no âmbito do mesmo quadro do órgão ou entidade, entre outras.

Se a remoção ex officio de servidor público for determinada por


autoridade superior com o intuito de puni-lo por desídia profissional, por
exemplo, ocorrerá verdadeiro desvio de finalidade, pois essa não é a finalidade
legal do instituto.

7.3. Princípio da moralidade

O princípio da moralidade também está previsto expressamente no artigo


37, caput, da Constituição Federal de 1988, impondo que agentes públicos e
particulares que se relacionem com a Administração Pública atuem com
honestidade, boa-fé e lealdade, respeitando a isonomia e demais preceitos
éticos.

A violação aos demais princípios expressos e implícitos constantes no


ordenamento jurídico brasileiro, quase sempre, também caracteriza afronta ao
princípio da moralidade, que comporta grande elasticidade em sua
conceituação.

Se determinado Prefeito decide colocar o seu nome no novo aeroporto da


cidade, por exemplo, certamente estará afrontando o princípio da
impessoalidade. Entretanto, tal conduta também violará, concomitantemente,
o princípio da moralidade.

7.3.1. Moralidade comum e moralidade administrativa

A moralidade administrativa possui conteúdo específico, que não coincide,


necessariamente, com a moral comum da sociedade, em determinado momento
histórico; não obstante, determinados comportamentos administrativos

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


67
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

ofensivos à moral comum podem ensejar a invalidação do ato, por afronta


concomitante à moralidade administrativa78.

Se o dirigente de uma autarquia federal, casado, decide levar consigo para o


exterior, durante o período de férias, mulher que não seja sua esposa para lhe
fazer companhia afetiva, ter-se-á situação que provavelmente violará a moral
comum, não afetando, a priori, a moralidade administrativa. Todavia, se o
agente público decide custear a viagem da acompanhante com recursos
públicos, estamos diante, concomitantemente, de violação à moralidade
administrativa.

A ofensa à moral comum não caracteriza, necessariamente, ofensa à


moralidade administrativa, que se vincula a uma noção de moral jurídica,
exigindo padrões objetivos de conduta dos administradores públicos. Todavia,
existem situações nas quais a conduta do indivíduo pode violar, ao mesmo
tempo, a moral comum e a moral administrativa.

O ato praticado em desconformidade com a moralidade administrativa (também


denominada de “moralidade jurídica”) produzirá efeitos jurídicos, portanto,
sujeitar-se-á à anulação pela própria Administração Pública ou pelo Poder
Judiciário.

Afirma-se que a moralidade administrativa pauta as condutas ocorridas no


âmbito interno da Administração Pública, enquanto a moral comum orienta
as atividades externas, realizadas no convívio social entre particulares.

Todavia, é importante destacar que “a função pública deve ser tida como
exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor
público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida
privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional”
(Decreto nº 1.171/1994, inciso VI).

78
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para Juiz Substituto do Tribunal de Justiça do Estado da
Bahia, realizado pelo CESPE.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


68
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

7.3.2. Moralidade e Lei de Improbidade Administrativa

A Constituição Federal de 1988, em seu parágrafo 4º, dispõe que “os atos
de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos,
a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
cabível”.

Para a doutrina majoritária79, a probidade administrativa caracteriza-se


como espécie do gênero moralidade administrativa. Assim, a improbidade
administrativa também seria espécie do gênero imoralidade administrativa,
porém, qualificada pela conduta de agentes públicos ou particulares que
atentam contra os princípios da Administração Pública, causam prejuízos ao
erário ou se enriquecem ilicitamente.

Com o objetivo de exemplificar as condutas que podem caracterizar


violação à probidade administrativa, e, consequentemente, à própria
moralidade administrativa, foi publicada a Lei nº 8.429/1992, que dispõe sobre
as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito
no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública
direta, indireta ou fundacional e dá outras providências.

Por se tratar de conteúdo que será estudado detalhadamente em capítulo


próprio, não iremos nos aprofundar no assunto, neste momento.

7.3.3. Vedação ao nepotismo – Súmula vinculante nº 13 do STF

O dicionário Larousse da Língua Portuguesa conceitua nepotismo como


“distribuição de cargos públicos entre parentes ou amigos; favoritismo,
proteção escandalosa80”.

79
Esse é o posicionamento, por exemplo, de José Afonso da Silva. In SILVA, José Afonso da. Curso de Direito
Constitucional Positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2005, p. 669.
80
LAROUSSE, Ática. Dicionário da Língua Portuguesa. 1. ed. p. 690.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


69
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Com o intuito de impedir a prática do nepotismo no âmbito da


Administração Pública Brasileira, o Supremo Tribunal Federal, em
29/08/2008, publicou a Súmula Vinculante nº 13, que assim dispõe:

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou


por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou,
ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal.

Analisando-se o texto da citada súmula vinculante, constata-se que estão


impedidos de exercer cargos ou funções de confiança na Administração Pública
os seguintes parentes de autoridades administrativas com poder de nomeação,
além do cônjuge e companheiro:

Parentes em linha reta

GRAU DE Consanguinidade Afinidade


PARENTESCO

1º Pais e filhos Sogro e sogra; genro e nora;


madrasta e padrasto; enteado
e enteada.

2º Avós e netos Avós e netos do cônjuge ou


companheiro

3º Bisavós e bisnetos Bisavós e bisnetos do cônjuge


ou companheiro.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


70
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Parentes em linha colateral

GRAU DE Consanguinidade Afinidade


PARENTESCO

1º Não há Não há

2º Irmãos Cunhado e cunhada

3º Tios e sobrinhos Tios e sobrinhos do cônjuge ou


companheiro.

Se você está se preparando para concursos públicos, lembre-se de que


primos não são alcançados pelas normas da súmula vinculante nº 13,
portanto, podem ser designados para o exercício de cargos ou funções de
confiança na Administração Pública pelas autoridades competentes.

No julgamento do recurso extraordinário nº 579.951-4/RN, ao fazer referência


à Resolução nº 7 do Conselho Nacional de Justiça, que veda o nepotismo
no âmbito do Poder Judiciário, o Supremo Tribunal Federal ratificou o
entendimento de que não é necessária a existência de lei formal para vedar o
nepotismo no âmbito da Administração Pública brasileira, pois a proibição
decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da CF/1988:

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. VEDAÇÃO NEPOTISMO. NECESSIDADE DE LEI


FORMAL. INEXIGIBILIDADE. PROIBIÇÃO QUE DECORRE DO ART. 37, CAPUT, DA
CF. RE PROVIDO EM PARTE.

[...]. I. Embora restrita ao âmbito do Judiciário a Resolução 7/2005 do Conselho


Nacional de Justiça, a prática do nepotismo nos demais Poderes é ilícita.

II. A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a
prática.

III. Proibição que decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput,
da CF.

IV – Precedentes.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


71
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

V – RE conhecido e parcialmente provido para anular a nomeação do servidor,


aparentado com agente político, ocupante de cargo em comissão.

7.3.3.1. Nepotismo cruzado

O texto da súmula vinculante nº 13 também veda a prática do nepotismo


cruzado, isto é, o ajuste mediante designações recíprocas realizadas por
autoridades públicas distintas.

É o que ocorre, por exemplo, quando o Juiz da 1ª Vara Cível da comarca de


Montes Claros/MG nomeia como sua assessora a esposa do Juiz da 2ª Vara
Criminal da cidade de Sete Lagoas/MG. De outro lado, este decide nomear
como assessor o irmão daquele. Enfim, nada mais do que uma “troca de
favores”.

O Supremo Tribunal Federal está atento às práticas de nepotismo cruzado,


repelindo-as, no caso em concreto, quando violadoras da súmula vinculante nº
13:

EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO.


NEPOSTISMO CRUZADO. ORDEM DENEGADA.

(...) No mérito, configurada a prática de nepotismo cruzado, tendo em vista que


a assessora nomeada pelo impetrante para exercer cargo em comissão no
Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região, sediado em Vitória-ES, é nora do
magistrado que nomeou a esposa do impetrante para cargo em comissão no
Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, sediado no Rio de Janeiro-RJ.

A nomeação para o cargo de assessor do impetrante é ato formalmente lícito.


Contudo, no momento em que é apurada a finalidade contrária ao interesse
público, qual seja, uma troca de favores entre membros do Judiciário, o ato
deve ser invalidado, por violação ao princípio da moralidade administrativa e
por estar caracterizada a sua ilegalidade, por desvio de finalidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


72
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Ordem denegada. Decisão unânime. (Mandado de Segurança nº


24.020/DF. Rel. Min. Joaquim Barbosa. Publicado no DJE em
13/06/2012).

7.3.3.2. Exceção ao nepotismo: cargos políticos

Ao proferir o seu voto no julgamento do recurso extraordinário nº 579.951-


4/RN, o Ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal, afirmou que devem
ser excluídos da abrangência da súmula vinculante nº 13 os denominados
cargos políticos, a exemplo dos Ministros, Secretários Estaduais e Secretários
municipais.

Sendo assim, não há qualquer ilegitimidade se o Prefeito nomear a sua irmã


como Secretária Municipal de Saúde, desde que atenda aos requisitos exigidos
pelo cargo. No mesmo sentido, é lícita a nomeação do pai do Governador para o
cargo político de Secretário Estadual de Obras.

"Então, quando o art. 37 refere-se a cargo em comissão e função de confiança,


está tratando de cargos e funções singelamente administrativos, não de cargos
políticos. Portanto, os cargos políticos estariam fora do alcance da decisão que
tomamos na ADC nº 12, porque o próprio capítulo VII é Da Administração
Pública enquanto segmento do Poder Executivo. E sabemos que os cargos
políticos, como por exemplo, o de secretário municipal, são agentes de poder,
fazem parte do Poder Executivo. O cargo não é em comissão, no sentido do
artigo 37. Somente os cargos e funções singelamente administrativos - é como
penso - são alcançados pela imperiosidade do artigo 37, com seus lapidares
princípios. Então, essa distinção me parece importante para, no caso,
excluir do âmbito da nossa decisão anterior os secretários municipais,
que correspondem a secretários de Estado, no âmbito dos Estados, e
ministros de Estrado, no âmbito federal." (Recurso Extraordinário nº
579.951-4/RN. DJe 24/10/2008).

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


73
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Esse entendimento foi posteriormente ratificado pelo Supremo Tribunal


Federal, conforme se constata no julgamento do Agravo Regimental na
Reclamação 6650/PR:

AGRAVO REGIMENTAL EM MEDIDA CAUTELAR EM RECLAMAÇÃO. NOMEAÇÃO


DE IRMÃO DE GOVERNADOR DE ESTADO. CARGO DE SECRETÁRIO DE ESTADO.
NEPOTISMO. SÚMULA VINCULANTE Nº 13. INAPLICABILIDADE AO CASO.
CARGO DE NATUREZA POLÍTICA. AGENTE POLÍTICO. ENTENDIMENTO FIRMADO
NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579.951/RN. OCORRÊNCIA
DA FUMAÇA DO BOM DIREITO.

1. Impossibilidade de submissão do reclamante, Secretário Estadual de


Transporte, agente político, às hipóteses expressamente elencadas na Súmula
Vinculante nº 13, por se tratar de cargo de natureza política.

2. Existência de precedente do Plenário do Tribunal: RE 579.951/RN, rel. Min.


Ricardo Lewandowski, DJE 12.9.2008.

3. Ocorrência da fumaça do bom direito.

(...) 6. Agravo regimental improvido”.

No concurso para Titular de Serviços de Notas e de Registros do


Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, realizado em 2012, o IESES
(Instituto de Estudos Superior do Extremo Sul) elaborou interessante
questão sobre o tema, a saber:

De acordo com súmula vinculante editada pelo Supremo Tribunal Federal, assinale a
alternativa que enumera as proposições em que há VIOLAÇÃO aos princípios
constitucionais de Direito Administrativo, em especial os previstos expressamente no
art. 37, caput, da Constituição Federal:

I. A nomeação para o exercício de cargo em comissão, de cônjuge ou companheiro da


autoridade nomeante.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


74
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

II. A nomeação para o exercício de cargo em comissão, de bisneto de servidor da


mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento.

III. A nomeação para o exercício de função gratificada na administração pública, de


primo da autoridade nomeante.

IV. A nomeação de pessoas contratadas de forma temporária, em qualquer caso.

a) Em todas as proposições.

b) Somente nas proposições III e IV.

c) Somente nas proposições I, II e III.

d) Somente nas proposições I e II.

Gabarito: Letra d.

7.4. Princípio da publicidade

O princípio da publicidade impõe que a Administração Pública conceda aos


seus atos a mais ampla divulgação possível entre os administrados, pois só
assim estes poderão fiscalizar e controlar a legitimidade das condutas
praticadas pelos agentes públicos. Ademais, a publicidade dos atos, programas,
obras e serviços dos órgãos públicos deverão ter caráter educativo, informativo
ou de orientação social, nos termos do art. 37, § 1º, da CF/1988.

O princípio encontra amparo no caput do artigo 37 da Constituição Federal de


1988, bem como no art. 5º, inc. XXXIII, ao dispor que:

XXXIII - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações


de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


75
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

7.4.1. Exceções ao princípio da publicidade

Assim como ocorre na esfera judicial, em que certos atos podem ter sua
publicidade restrita em virtude da preservação da intimidade das partes, alguns
atos administrativos também poderão ter sua publicidade restrita com amparo
em dispositivo da Constituição Federal81.

O art. 5º, XXXIII, da CF/1988, prevê duas hipóteses de restrição à publicidade


dos atos da Administração Pública:

a) quando for imprescindível à segurança da sociedade, a exemplo das


informações que possam colocar em risco a vida, a segurança ou a saúde da
população;

b) se necessário à segurança do Estado, a exemplo das informações sobre a


defesa nacional, que podem pôr em risco a defesa e a soberania nacional ou a
integridade do território nacional.

A Lei nº 12.527/2011, que dispõe sobre os procedimentos a serem observados


pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o
acesso a informações públicas, classifica as informações sigilosas em
ultrassecretas, secretas ou reservadas:

Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o


seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do
Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada.

§ 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a


classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são
os seguintes:

I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;

II - secreta: 15 (quinze) anos; e

III - reservada: 5 (cinco) anos.

81
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para Delegado da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro,
realizado pela FUNCAB.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


76
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Por último, destaca-se ainda o teor do art. 93, IX, da CF/1988, ao impor que
“todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei
limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à
intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à
informação”.

7.4.2. Instrumentos de divulgação oficial

Em regra, os atos editados no âmbito da Administração Pública serão


divulgados através do Diário Oficial do respectivo ente federativo (União,
Estados, Municípios e Distrito Federal). Todavia, alguns municípios, por mais
absurdo que possa parecer, ainda não criaram os seus diários oficiais. Nesse
caso, admite-se a divulgação através da afixação dos atos em quadros ou
murais de avisos, geralmente localizados no saguão da sede do Poder
Executivo (Prefeitura) ou da Câmara de Vereadores.

Diógenes Gasparini afirma que “a publicação para surtir os efeitos desejados é a


do órgão oficial. De sorte que não se considera como tendo atendido ao
princípio da publicidade a mera notícia, veiculada pela imprensa falada, escrita
ou televisiva, do ato praticado pela Administração Pública, mesmo que a
divulgação ocorra em programas dedicados a noticiar assuntos relativos ao seu
dia-a-dia, como é o caso da Voz do Brasil, conforme já decidiu o STF ao julgar o
RE 71.56282”.

Se a lei não exigir expressamente a divulgação do ato administrativo


através de Diário Oficial, a publicidade estará atendida com a simples
publicação em boletim informativo interno, cuja circulação normalmente

82
GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 11. ed. p. 12.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


77
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

está restrita ao próprio órgão ou entidade responsável pela edição. Entretanto,


é necessário que o ato não seja destinado à produção de efeitos externos
(fora da Administração), pois, caso contrário, exige-se a publicação em órgão
oficial.

É o que ocorre, por exemplo, com o ato de nomeação de candidato


aprovado em concurso público. Como o objetivo do ato é produzir efeitos
externos, comunicando o candidato que se encontra fora do âmbito
administrativo, deverá ser publicado em Diário Oficial, pois, caso contrário, o
seu destinatário terá dificuldade para conhecer o seu conteúdo. De outro lado,
se o ato é classificado como interno (de efeitos restritos ao interior da própria
administração), a exemplo daquele que concede auxílio-transporte a servidor
público, é suficiente publicá-lo em boletim informativo interno.

7.4.3. Condição de eficácia e moralidade do ato

O Decreto Federal nº 1.171/1994, em seu inc. VII, afirma que “salvo os


casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do
Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo
previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer
ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando
sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a
negar”.

Esse também é o entendimento de Hely Lopes Meirelles83, ao afirmar que


“a publicidade não é elemento formativo do ato; é requisito de eficácia e
moralidade. Por isso mesmo, os atos irregulares não se convalidam com a
publicação, nem os regulares a dispensam para sua exequibilidade, quando a lei
ou o regulamento a exige”.

83
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 27. ed. p.92.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


78
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Sendo assim, não restam dúvidas de que a seguinte assertiva deve ser
considerada incorreta: “a publicidade dos atos administrativos é requisito de
sua eficácia, sua forma e sua moralidade, propiciando ao gestor público a
transparência em suas atuações e possibilitando aos administrados a defesa de
seus direitos84”.

7.4.4. A divulgação da remuneração de agentes públicos

Durante certo tempo, houve grande discussão na doutrina e


jurisprudência sobre a constitucionalidade de leis que exigiam a divulgação das
remunerações recebidas pelos servidores públicos através dos sites das
respectivas entidades e órgãos públicos na internet.

De um lado, os servidores públicos (quase sempre representados pelos


respectivos sindicatos) defendiam que a divulgação violaria o direito a
intimidade e à segurança privada e familiar, pois tal conduta poderia torná-
los potenciais alvos de criminosos em razão das elevadas cifras recebidas
mensalmente (nem todos, é claro!). De outro, a Administração Pública afirmava
que a divulgação seria uma consequência obrigatória do princípio da
publicidade, já que as remunerações eram pagas com recursos públicos,
portanto, a sociedade teria o direito de saber quanto cada um de seus
“servidores” recebe.

A questão foi pacificada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento


do Agravo Regimental em Suspensão de Segurança nº 3902/SP, a seguir
apresentada:

Ao aplicar o princípio da publicidade administrativa, o Plenário desproveu agravo regimental


interposto de decisão do Min. Gilmar Mendes, Presidente à época, proferida nos autos de
suspensão de segurança ajuizada pelo Município de São Paulo. A decisão questionada
suspendera medidas liminares que anularam, provisoriamente, o ato de divulgação da
remuneração bruta mensal, com o respectivo nome de cada servidor, em sítio eletrônico da

84
Enunciado considerado incorreto e cobrado no concurso para o cargo de Analista Judiciário do TRE/MT, realizado
pelo CESPE.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


79
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

internet, denominado “De Olho nas Contas”. Na espécie, o Município impetrante alegava grave
lesão à ordem pública, retratada no descumprimento do princípio da supremacia do interesse
público sobre interesses particulares. Na impetração originária, de outra monta, sustentara-se
violação à intimidade e à segurança privada e familiar dos servidores. Reputou-se que o
princípio da publicidade administrativa, encampado no art. 37, caput, da CF, significaria o dever
estatal de divulgação de atos públicos. Destacou-se, no ponto, que a gestão da coisa pública
deveria ser realizada com o máximo de transparência, excetuadas hipóteses
constitucionalmente previstas, cujo sigilo fosse imprescindível à segurança do Estado e da
sociedade (CF, art. 5º, XXXIII). Frisou-se que todos teriam direito a receber, dos órgãos
públicos, informações de interesse particular ou geral, tendo em vista a efetivação da cidadania,
no que lhes competiria acompanhar criticamente os atos de poder. Aduziu-se que a
divulgação dos vencimentos brutos de servidores, a ser realizada oficialmente,
constituiria interesse coletivo, sem implicar violação à intimidade e à segurança deles,
uma vez que esses dados diriam respeito a agentes públicos em exercício nessa
qualidade. Afirmou-se, ademais, que não seria permitida a divulgação do endereço
residencial, CPF e RG de cada um, mas apenas de seu nome e matrícula funcional.
Destacou-se, por fim, que o modo público de gerir a máquina estatal seria elemento
conceitual da República (SS 3902 Segundo AgR/SP, rel. Min. Ayres Britto, 9.6.2011).

7.4.5. Chamada pública

Se você está se preparando para concursos públicos, é bom que conheça


o instituto da chamada pública, pois, em virtude de sua reiterada utilização
pela Administração Pública, certamente será objeto de questionamentos em
provas futuras.

A chamada pública é instrumento utilizado para levar ao conhecimento de


eventuais interessados a intenção da Administração Pública em realizar
eventos específicos, contratar serviços, selecionar projetos de pesquisas etc.
Nesse caso, a chamada pública será materializada através de edital divulgado
da forma mais abrangente possível, principalmente pela internet, contendo em
seu bojo um resumo das principais informações acerca do objetivo
administrativo.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


80
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

José dos Santos Carvalho Filho, ao fazer referência à chamada pública,


afirma que “espelha, sem dúvida, a aplicação do princípio da publicidade, na
medida em que, de forma transparente, a Administração divulga seus objetivos
e permite que interessados do setor privado acorram na medida de seus
interesses85”.

7.5. Princípio da eficiência

O princípio da eficiência não constava expressamente no texto original da


Constituição Federal de 1988. Somente com a promulgação da emenda
constitucional nº 19, que ocorreu em 04 de junho de 1998, foi inserido no caput
do art. 37 da CF/1988.

Para Hely Lopes Meirelles86, o princípio da eficiência exige que a atividade


administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento
funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se
contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados
positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da
comunidade e de seus membros.

É o princípio pelo qual se espera alcançar o melhor desempenho possível, no


tocante ao modo de agir dos agentes, e de angariar os melhores resultados na
prestação dos serviços, no pertinente à atuação da Administração Pública 87.

Em termos gerais, o princípio da eficiência impõe a adoção, no âmbito da


Administração Pública, das mais modernas técnicas de gerenciamento há muito
utilizadas na iniciativa privada, produzindo efeitos diretos em relação aos
agentes públicos (imposição de avalição periódica de desempenho, por
exemplo) e entidades e órgãos administrativos.

85
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 26. ed., p.29.
86
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 27. ed., p.94.
87
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para Titular de Serviços de Notas e de Registros do Tribunal de
Justiça de Rondônia, realizado pelo IESES.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


81
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Como consequência, vislumbra-se o aumento tanto da produtividade dos


servidores públicos quanto da qualidade nos serviços públicos prestados à
coletividade, além da redução de custos nas atividades administrativas,
gerando economia de recursos para os cofres públicos.

7.5.1. Eficiência e economicidade

O princípio da eficiência está diretamente relacionado à economia de recursos


na execução das despesas públicas, isto é, impõe-se ao administrador público a
maximização dos resultados e minimização dos custos, garantindo-se,
assim, uma satisfação ótima dos interesses da coletividade. Nesse caso, fala-se
em economicidade.

O princípio da economicidade está previsto no art. 70 da Constituição


Federal de 1988, que assim dispõe:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e


patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto
à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle
externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Todavia, apesar de constar expressamente no texto constitucional, entende-se


que o princípio da economicidade seria um dos aspectos definidores do princípio
da eficiência, configurando-se aquele como uma das formas de manifestação
deste.

7.5.2. Eficiência, eficácia e efetividade

José dos Santos Carvalho Filho, em lição lapidar, afirma que eficiência, eficácia
e efetividade são expressões com significados distintos:

A eficiência não se confunde com a eficácia nem com a efetividade. A eficiência


transmite sentido relacionado ao modo pelo qual se processa o desempenho da
atividade administrativa; a ideia diz respeito, portanto, à conduta dos agentes.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


82
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Por outro lado, eficácia tem relação com os meios e instrumentos empregados
pelos agentes no exercício de seus misteres na administração; o sentido aqui é
tipicamente instrumental. Finalmente, a efetividade é voltada para os
resultados obtidos com as ações administrativas; sobreleva nesse aspecto a
positividade dos objetivos. O desejável é que tais qualificações caminhem
simultaneamente, mas é possível admitir que haja condutas administrativas
produzidas com eficiência, embora não tenham eficácia ou efetividade. De outro
prisma, pode a conduta não ser muito eficiente, mas, em face da eficácia dos
meios, acaba por ser dotada de efetividade. Até mesmo é possível admitir que
condutas eficientes e eficazes acabem por não alcançar os resultados
desejados; em consequência, serão despidas de efetividade88.

7.5.3. Manifestações constitucionais do princípio da eficiência

O princípio da eficiência não se impõe apenas à Administração Pública, na


execução das atividades administrativas, mas também àqueles que são
responsáveis pela materialização concreta dessas atividades, isto é, aos
servidores públicos.

A submissão dos servidores públicos ao princípio da eficiência fica evidente na


leitura do art. 41, § 4º, da CF/1988, que, após a promulgação da emenda
constitucional 19/1998, passou a exigir, como condição para aquisição da
estabilidade, a obrigatoriedade de submissão à avaliação especial de
desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

A Constituição Federal de 1988, em diversos de seus dispositivos, faz referência


expressa ou implícita à observância do princípio da eficiência, a saber:

1º - Art. 37, § 8º: “a autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos


órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada
mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público,
que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou

88
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 26. ed., p.32.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


83
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

entidade, cabendo à lei dispor sobre: I - o prazo de duração do contrato; II - os


controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e
responsabilidade dos dirigentes; III - a remuneração do pessoal”;

2º - Art. 5º, LXXVIII: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são


assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação”;

3º - Art. 37, § 3º, I: “a lei disciplinará as formas de participação do usuário na


administração pública direta e indireta, regulando especialmente: I - as
reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas
a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica,
externa e interna, da qualidade dos serviços (...)”;

4º - Art. 74, II: “Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de


forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: II -
comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por
entidades de direito privado”;

5º - Art. 144, § 7º: “a lei disciplinará a organização e o funcionamento dos


órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência
de suas atividades”.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


84
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

8. PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS

8.1. Princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse


privado

Um dos princípios informativos do Direito Administrativo, que o distingue


dos demais ramos, no disciplinamento das relações jurídicas, sob sua
incidência, é o da supremacia do interesse público89 sobre o privado90.

Apesar de não constar expressamente no texto constitucional, o princípio


da supremacia do interesse público sobre o privado é um dos responsáveis pela
estruturação do regime jurídico-administrativo, estabelecendo a posição de
supremacia da Administração Pública nas relações jurídicas travadas com os
particulares (relação vertical).

Essa relação jurídica desigual é aconselhável e necessária, pois a


Administração Pública atua na satisfação de interesses de toda a coletividade,
sempre vislumbrando o bem comum. Nesse caso, o indivíduo tem que ser visto
como integrante da sociedade, não podendo os seus direitos, em regra, ser
equiparados aos direitos sociais91. Se for necessário estabelecer restrições a
direitos individuais em prol da coletividade, a Administração Pública está
autorizada a fazê-lo, apesar de a Constituição Federal considerar intocáveis
alguns direitos assegurados aos particulares.

A título de exemplo, destaca-se que o Decreto-Lei nº 3.365/1941, em seu


art. 2º, dispõe que “mediante declaração de utilidade pública, todos os bens
poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito
Federal e Territórios”. Nesse caso, ainda que o particular resida em imóvel de
sua propriedade por várias gerações e que com ele tenha uma inestimável
relação de “afeto”, a Administração Pública poderá desapropriá-lo para a

89
Maria Sylvia Zanella Di Pietro também denominada o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado
como princípio da finalidade.
90
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Analista Judiciário do Ministério Público da
União, realizado pela ESAF.
91
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 26. ed., p.33.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


85
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

construção de uma nova avenida cujo trajeto irá passar justamente onde está
localizado. Prevalece, na hipótese, o interesse público.

O princípio da supremacia do interesse público está presente tanto no


momento da elaboração da lei como no momento de sua execução em
concreto pela Administração Pública. Ele inspira o legislador e vincula a
autoridade administrativa em toda a sua atuação estatal92.

8.1.1. Direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada

O interesse público não se sobrepõe, de forma absoluta, aos interesses


particulares. Existem direitos individuais que estão resguardados pelo próprio
texto constitucional, conforme se constata no art. 5º, XXXVI, que assim dispõe:

Art. 5º. XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada.

A Lei nº 8.213/1991, em seu art. 48, por exemplo, afirma que a


aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência
exigida em seu texto, completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se
homem, e 60 (sessenta), se mulher.

Todavia, nada impede que a Administração Pública, alegando necessidade de


interesse público (diminuição do déficit previdenciário em razão da elevação da
expectativa de vida do brasileiro), aumente em 5 (cinco) anos a idade mínima
de aposentadoria para homens e mulheres, passando, assim, para 70 (setenta)
e 65 (sessenta e cinco) anos, respectivamente.

No exemplo citado, ainda que a elevação da idade tenha sido realizada através
de lei, esta não poderá afetar a situação jurídica daqueles que já estavam
aposentados, pois detentores de direito adquirido. O segurado que se
encontrava, no momento da publicação da lei, com 64 anos de idade, terá que

92
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24. ed., p.65.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


86
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

aguardar por mais 6 (seis) anos para se aposentar. Entretanto, o trabalhador


que já contava com 66 (sessenta e seis) anos de idade no momento da
publicação da lei, mas ainda não havia requerido a aposentadoria, não será
afetado pelas novas regras, pois detentor de direito adquirido à aposentadoria
de acordo com a legislação anterior.

8.1.2. Prerrogativas decorrentes da supremacia do interesse público

Para a satisfação dos interesses da coletividade, o princípio da supremacia


do interesse público assegura à Administração Pública diversas prerrogativas,
que podem ser entendidas como verdadeiros “privilégios”, pois não estão
presentes nas relações jurídicas que envolvem exclusivamente os particulares.

Essas prerrogativas posicionam a Administração Pública e,


consequentemente, os seus respectivos servidores, em patamar de
superioridade (relação vertical) frente aos particulares, sendo possível citar os
seguintes exemplos, dentre vários:

1º - a existência de cláusulas exorbitantes nos contratos


administrativos, que permitem à Administração Pública rescindi-los e alterá-los
unilateralmente (Lei 8.666/1993, art. 65, I e 78);

2º - requisição administrativa, que permite à autoridade competente,


no caso de iminente perigo público, usar de propriedade particular, assegurada
ao proprietário indenização ulterior, se houver dano (CF/1988, art. 5º, XXV);

3º - prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer quando a


parte for a Fazenda Pública (Código de Processo Civil, art. 188)93;

93
O art. 7º da Lei 12.153/2009, que dispõe sobre os Juizados Especiais da Fazenda Pública no âmbito dos Estados, do
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, afirma que “não haverá prazo diferenciado para a prática de
qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a
citação para a audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias”. Todavia, essa
restrição somente abrange os processos que tramitarem no âmbito dos Juizados Especiais de Fazenda Pública e
Juizados Especiais Federais (Lei 10.259/2001, art. 9º).

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


87
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

4º - impenhorabilidade (não podem ser penhorados para pagamento de


débitos judiciais) e imprescritibilidade (não podem ser usucapidos) dos bens
públicos;

5º - presunção relativa de que os atos editados pela Administração Pública são


legítimos, isto é, praticados em conformidade com a determinação da lei e do
Direito em geral (presunção de legitimidade).

8.2. Princípio da indisponibilidade do interesse público

De acordo com o princípio da indisponibilidade, os bens e interesses


públicos não pertencem à Administração, cabendo aos agentes administrativos
apenas geri-los e conservá-los em prol da coletividade94.

Para evitar que abram mão do interesse público para beneficiarem a si


próprios ou a terceiros, os agentes públicos estão obrigados a observar diversas
restrições (também denominadas de sujeições) impostas pelo princípio em
estudo. Como atuam apenas como administradores dos bens e interesses
comuns (considerados inalienáveis), não podem praticar atos sem que exista
autorização legal, principalmente se onerosos à coletividade.

Enquanto o princípio da supremacia do interesse público assegura


prerrogativas (privilégios) para a Administração Pública e seus agentes, o
princípio da indisponibilidade impõe sujeições (restrições). Ambos
fundamentam e disciplinam o regime jurídico-administrativo.

A necessidade da realização de concurso público; a necessidade, em


regra, de realizar licitação antes de contratações públicas são exemplos de
manifestações do princípio da indisponibilidade do interesse público 95.

94
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Analista de Trânsito do Detran/PE, realizado
pela FUNCAB.
95
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Advogado da CELESC, realizado pela
FEPESE.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


88
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

8.2.1. Acordos judiciais

A Lei Federal nº 9.469/1997, que dispõe sobre a intervenção da União nas


causas em que figurarem, como autores ou réus, entes da administração
indireta, autoriza a celebração de acordos judiciais, evitando-se, assim, a
alegação de suposta violação ao princípio da indisponibilidade do interesse
público:

Art. 1º. O Advogado-Geral da União, diretamente ou mediante delegação, e os


dirigentes máximos das empresas públicas federais poderão autorizar a
realização de acordos ou transações, em juízo, para terminar o litígio, nas
causas de valor até R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).

§ 1º. Quando a causa envolver valores superiores ao limite fixado neste artigo,
o acordo ou a transação, sob pena de nulidade, dependerá de prévia e expressa
autorização do Advogado-Geral da União e do Ministro de Estado ou do titular
da Secretaria da Presidência da República a cuja área de competência estiver
afeto o assunto, ou ainda do Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, do Tribunal de Contas da União, de Tribunal ou Conselho, ou do
Procurador-Geral da República, no caso de interesse dos órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário, ou do Ministério Público da União, excluídas as
empresas públicas federais não dependentes, que necessitarão apenas de
prévia e expressa autorização de seu dirigente máximo.

A Lei Federal nº 10.259/2001, que dispõe sobre a instituição dos Juizados


Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal, também autoriza os
representantes judiciais da União, autarquias, fundações e empresas públicas
federais a formalizarem acordos judiciais, evitando, assim, que tais condutas
sejam apontadas como violadoras do princípio da indisponibilidade:

Art. 10. As partes poderão designar, por escrito, representantes para a causa,
advogado ou não.

Parágrafo único. Os representantes judiciais da União, autarquias, fundações e


empresas públicas federais, bem como os indicados na forma do caput, ficam

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


89
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

autorizados a conciliar, transigir ou desistir, nos processos da competência dos


Juizados Especiais Federais.

8.2.1.1. Atenuação do princípio da indisponibilidade

No julgamento do recurso extraordinário nº 253.885/MG, de relatoria da


Ministra Ellen Gracie, cujo acórdão foi publicado em 21/06/2002, o Supremo
Tribunal Federal assim se manifestou, ao considerar válido acordo judicial
firmado entre Município e servidores públicos sem autorização legal
específica:

“Em regra, os bens e o interesse público são indisponíveis, porque pertencem à


coletividade. É, por isso, o Administrador, mero gestor da coisa pública, não
tem disponibilidade sobre os interesses confiados à sua guarda e realização.
Todavia, há casos em que o princípio da indisponibilidade do interesse público
deve ser atenuado, mormente quando se tem em vista que a solução adotada
pela administração é a que melhor atenderá à ultimação deste interesse."

Na oportunidade, o Supremo Tribunal Federal reconheceu que apesar de


inexistência de lei municipal específica autorizando o acordo judicial, este não
era oneroso nem gerava gravame patrimonial para o município. Não era o caso
de comprometimento de bens, afetação de verbas, criação de novos cargos ou
inusitado aumento de despesas. Tratava-se, apenas, de pagamento de verbas
remuneratórias de servidores públicos indevidamente retidas, por isso foi
validado o acordo judicial.

É importante destacar que a decisão acima exposta não pode ser considerada
uma regra, mas sim exceção. Tanto é verdade que no concurso público para o
cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal, realizado no ano de 2005, a ESAF
considerou correta a seguinte assertiva: “Por decorrência do regime jurídico-
administrativo não se tolera que o Poder Público celebre acordos judiciais, ainda
que benéficos, sem a expressa autorização legislativa”.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


90
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

8.2.2. Alienação de bens públicos

Em decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público, não é


permitido à administração alienar qualquer bem público enquanto este bem
estiver sendo utilizado para uma destinação pública específica 96.

Os bens públicos de uso comum do povo e os bens públicos de uso especial


não podem ser alienados (vendidos) pela Administração Pública, pois estão
afetados a finalidades públicas específicas. Bens dominicais, a exemplo dos
terrenos sem utilização e veículos inservíveis podem ser alienados, pois não
estão afetados à finalidade pública específica.

Para evitar que agentes públicos abram mão do interesse público no momento
da alienação desses bens (vendendo ou doando para quem for mais
conveniente aos seus interesses pessoais), a Lei nº 8.666/1993 impõe, em seu
art. 17, a obrigatoriedade de licitação, nos seguintes moldes:

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à


existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de
avaliação e obedecerá às seguintes normas:

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da


administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos,
inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação
na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: (...)

8.3. Princípios da razoabilidade e proporcionalidade

Em termos gerais, os princípios da razoabilidade e proporcionalidade são


considerados implícitos, pois não estão positivados no texto da Constituição

96
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Agente Administrativo da Polícia
Rodoviária Federal, realizado pelo CESPE.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


91
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Federal de 1988. Entretanto, destaca-se que vários dispositivos jurídicos os


consagram em seus respectivos textos.

O art. 13 da Constituição do Estado de Minas Gerais, por exemplo, impõe


de forma expressa a necessidade de observância do princípio da razoabilidade
para toda a administração pública mineira:

Art. 13 – A atividade de administração pública dos Poderes do Estado e a de


entidade descentralizada se sujeitarão aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência e razoabilidade.

De outro lado, os princípios da razoabilidade e proporcionalidade podem


ser considerados expressos para a administração pública federal, já que
previstos no art. 2º da Lei Federal nº 9.784/1999:

Art. 2º. A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da


legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.

Alguns autores afirmam que os dois princípios são sinônimos 97, outros,
porém, defendem que proporcionalidade e razoabilidade são princípios que não
se confundem inteiramente98.

Essa mesma divergência também é encontrada nas bancas examinadoras,


que ainda não chegaram a um consenso em suas provas. A ESAF, por exemplo,
costuma apresentar as características isoladas de cada princípio, considerando-
os autônomos. De outro lado, a Fundação Carlos Chagas os considera
sinônimos, abordando as características do princípio da proporcionalidade como
se fossem, também, do princípio da razoabilidade, vejamos:

(ESAF/Analista – MPOG/2010) A observância da adequação e da


exigibilidade, por parte do agente público, constitui fundamento do princípio da
proporcionalidade. Assertiva considerada correta.

97
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24. ed., p.81.
98
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 26. ed., p. 111.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


92
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(FCC/Analista Judiciário – TRE PI/2009) O princípio da razoabilidade


objetiva aferir a compatibilidade entre os meios e os fins, de modo a evitar
restrições desnecessárias ou abusivas por parte da Administração Pública, com
lesão aos direitos fundamentais. Assertiva considerada correta.

Como o objetivo deste livro é facilitar o seu percurso rumo à aprovação


no concurso público desejado, apresentaremos as principais características de
cada princípio, de forma isolada.

8.3.1. Princípio da razoabilidade

Celso Antônio Bandeira de Mello, em exposição clássica, assim se


manifesta sobre o princípio da razoabilidade:

Enuncia-se com este princípio que a Administração, ao atuar no exercício de


discrição, terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em
sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e respeitosa das
finalidades que presidiram a outorga da competência exercida. Vale dizer:
pretende-se colocar em claro que não serão apenas inconvenientes, mas
também ilegítimas – e, portanto, jurisdicionalmente invalidáveis -, as condutas
desarrazoadas, bizarras, incoerentes ou praticadas com desconsideração às
situações e circunstâncias que seriam atendidas por quem tivesse atributos
normais de prudência, sensatez e disposição de acatamento às finalidades da lei
atributiva da discrição manejada99.

O princípio da razoabilidade está diretamente relacionado ao senso


comum, à percepção que a maioria das pessoas possui sobre determinado
tema ou assunto. Por isso, quando o administrador público tiver que atuar, terá
sempre que observar o bom senso, levando em consideração o entendimento
do “homem médio”, isto é, daquele que nem possui inteligência sobrenatural
nem possui intelecto de criança.

99
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 26. ed., p. 109.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


93
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Atualmente, muito se discute sobre a razoabilidade da exigência de


idade máxima para ingresso em cargos públicos, principalmente na área militar.
Penso que a exigência de idade máxima de 32 anos para ingresso em cargo de
soldado da Polícia Militar, por exemplo, não afronta o princípio da razoabilidade,
pois são bastante peculiares as atribuições exercidas. Todavia, certamente
violaria tal princípio o dispositivo legal que determinasse a idade máxima de 32
anos para ingresso em cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal, cujas
atribuições não estão diretamente relacionadas com o condicionamento físico do
servidor.

Aliás, esse é o entendimento divulgado pela súmula nº 683 do Supremo


Tribunal Federal: “o limite de idade para a inscrição em concurso público só se
legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado
pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”.

8.3.2. Princípio da proporcionalidade

A Lei Federal nº 9.784/1999, em seu art. 2º, VI, dispõe que nos
processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de
adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições
e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
atendimento do interesse público.

Apesar de se tratar de regra imposta à administração pública federal, eis


a essência do princípio da proporcionalidade: garantir que os meios adotados
pelas entidades e órgãos administrativos de todos os entes da federação,
assim como seus respectivos agentes, sejam adequados aos fins legais que se
deseja alcançar.

Quando se fala em vedação de imposição de obrigações, restrições e sanções


em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


94
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

interesse público, está-se referindo ao princípio da proporcionalidade100, por


isso é também denominado de princípio da proibição de excessos.

A Lei nº 8.112/1990, em seu art. 117, II, afirma ser vedado ao servidor retirar,
sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto
da repartição. De outro lado, dispõe o art. 129 que a sanção aplicável ao caso
será a advertência.

Nesses termos, se determinado servidor for flagrado praticando a infração


descrita no art. 117, I, da Lei nº 8.112/1990, e, após regular processo
administrativo, receber suspensão por 90 (noventa) dias a título de penalidade,
a sanção certamente terá sido desproporcional. Em outras palavras, os
meios utilizados pela autoridade competente (suspensão por 90 dias) não
foram adequados (a penalidade foi excessiva) aos fins legais desejados
(punição do servidor nos termos da lei).

Constatando-se, no caso em concreto, que a penalidade imposta foi


desproporcional à infração funcional cometida, garante-se o acesso ao Poder
Judiciário com a finalidade de anular o excesso cometido pela autoridade
competente e garantir a aplicação de sanção mais branda:

EMENTA: ADMINISTRATIVO. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA.


SERVIDOR PÚBLICO. DEMISSÃO POR ATO DE IMPROBIDADE. PRINCÍPIO DA
PROPORCIONALIDADE. PENA MENOS SEVERA.

(...) Embora o Judiciário não possa substituir-se à Administração na


punição do servidor, pode determinar a esta, em homenagem ao
princípio da proporcionalidade, a aplicação de pena menos severa,
compatível com a falta cometida e a previsão legal.

(Supremo Tribunal Federal. RMS 21791/DF. Relator Min. Carlos Brito. DJE
11.02.2005).

100
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Técnico Judiciário do Tribunal Regional
Eleitoral do Acre, realizado pela Fundação Carlos Chagas.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


95
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

8.3.2.1. Tríplice fundamento da proporcionalidade

A doutrina majoritária costuma afirmar que, no caso em concreto, para que o


ato da administração esteja em conformidade com o princípio da
proporcionalidade, devem estar presentes os seguintes elementos ou
subprincípios: adequação, necessidade e a proporcionalidade.

José dos Santos Carvalho Filho, substituindo a necessidade pela


exigibilidade, porém, sem alterar o conteúdo do elemento, assim dispõe:

(...) para que a conduta estatal observe o princípio da proporcionalidade, há de


revestir-se de tríplice fundamento: (1) adequação, significando que o meio
empregado na atuação deve ser compatível com o fim colimado; (2)
exigibilidade, porque a conduta deve ter-se por necessária, não havendo
outro meio menos gravoso ou oneroso para alcançar o fim público, ou seja, o
meio escolhido é o que causa o menor prejuízo possível para os indivíduos; (3)
proporcionalidade em sentido estrito, quando as vantagens a serem
conquistadas superarem as desvantagens101.

No concurso público para o cargo de Técnico Judiciário do Tribunal


Superior Eleitoral, realizado em 2012, a Consulplan abordou o tema,
nos seguintes moldes:

(CONSULPLAN/Técnico Judiciário – TSE/2012) Marque a alternativa


que contém os fundamentos ou subprincípios do princípio da
proporcionalidade.

a) Adequação, razoabilidade e racionalidade.

101
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 26. ed., p.43.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


96
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) Adequação, exigibilidade e proporcionalidade em sentido estrito.

c) Razoabilidade, necessidade e boa-fé.

d) Regularidade, exigibilidade e proporcionalidade em sentido estrito.

Gabarito: Letra b

8.4. Princípio da autotutela

A autotutela, uma decorrência do princípio constitucional da legalidade, é o


controle que a administração exerce sobre os seus próprios atos, o que lhe
confere a prerrogativa de anulá-los ou revogá-los, sem necessidade de
intervenção do Poder Judiciário102.

A Administração Pública, mesmo após a edição de seus atos, continua


realizando sobre eles efetivo e constante controle administrativo. Assim, caso
verifique posteriormente que editou ato ilegal, está autorizada a anulá-lo. No
mesmo sentido, caso edite ato legal que futuramente se torne inconveniente
ou inoportuno, poderá realizar a revogação.

É o que consta no teor da súmula 473 do Supremo Tribunal Federal, que assim
dispõe:

A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

A anulação e revogação de ato administrativo podem ocorrer tanto de ofício,


por iniciativa da própria administração, quanto por provocação de particulares

102
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Assessor do Tribunal de Contas do Rio
Grande do Norte, realizado pelo CESPE.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


97
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

atingidos pelos seus efeitos. Entretanto, a possibilidade de a própria


administração revisar os seus atos não afasta eventual controle pelo Poder
Judiciário, que possui a prerrogativa de analisar a legalidade de todos os atos
administrativos, sejam eles vinculados ou discricionários.

Apesar de tratarmos do assunto em estudo, com mais detalhes, em capítulos


posteriores, destaca-se que a anulação de ato administrativo possui efeitos ex
tunc (retroativos, isto é, desde a sua edição). De outro lado, a revogação por
razões de conveniência e oportunidade somente opera efeitos a partir da data
que se realizar (ex nunc).

8.4.1. Princípio da sindicabilidade

Recentemente, as bancas têm elaborado várias questões sobre o princípio da


sindicabilidade, que, para muitos, nada mais é do que o próprio princípio da
autotutela, que assegura à Administração Pública a prerrogativa de fiscalizar e
controlar os seus próprios atos.

Todavia, o princípio da sindicabilidade nos parece ser ainda mais amplo que
o princípio da autotutela, podendo ser entendido como a possibilidade jurídica
de submeter-se efetivamente qualquer lesão de direito e, por extensão, as
ameaças de lesão de direito a algum tipo de controle103, ainda que não seja
o da própria Administração Pública (Poder Judiciário, por exemplo).

No concurso público para o cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil,


realizado em 2012, a ESAF elaborou a seguinte questão sobre o tema:

(ESAF/Auditor Fiscal - Receita Federal do Brasil/2012) A possibilidade jurídica de


submeter-se efetivamente qualquer lesão de direito e, por extensão, as ameaças de
lesão de direito a algum tipo de controle denomina-se

a) Princípio da legalidade.

103
MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Curso de Direito Administrativo. 15. ed. p. 93.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


98
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) Princípio da sindicabilidade.

c) Princípio da responsividade.

d) Princípio da sancionabilidade.

e) Princípio da subsidiariedade.

Gabarito: Letra b.

8.4.2. Ampla defesa e contraditório

Segundo entendimento consolidado do STF, qualquer ato da administração


pública que repercuta no campo dos interesses individuais do cidadão deverá
ser precedido de prévio procedimento administrativo, no qual se assegure ao
interessado o efetivo exercício do direito ao contraditório e à ampla defesa104.

Apesar de ser assegurada à Administração Pública a prerrogativa de anular e


revogar os seus próprios atos administrativos, nos termos da súmula nº 473 do
Supremo Tribunal Federal, destaca-se que, previamente, deve ser instaurado o
devido processo administrativo, assegurando-se aos atingidos pelos efeitos do
ato o contraditório e a ampla defesa:

EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO. ANULAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO


CUJA FORMALIZAÇÃO TENHA REPERCUTIDO NO CAMPO DE INTERESSES
INDIVIDUAIS. PODER DE AUTOTUTELA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
NECESSIDADE DE INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO SOB O
RITO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E COM OBEDIÊNCIA AOS PRINCÍPIOS DO
CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. (Supremo Tribunal Federal.
Repercussão Geral em Recurso Extraordinário nº 594.296/MG. Relator
Min. Menezes Direito. DJE 13.02.2009)

104
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para a função de Técnico de nível superior do Ministério
das Comunicações, realizado pelo CESPE.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


99
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

8.5. Princípio da tutela ou controle

A propósito dos princípios que informam a atuação da Administração pública


tem-se que o princípio da tutela permite que a administração pública exerça,
em algum grau e medida, controle sobre as autarquias que instituir, para
garantia da observância de suas finalidades institucionais105.

O princípio da tutela, também conhecido como princípio do controle,


permite que a Administração Pública Direta (União, Estados, Municípios e
Distrito Federal) fiscalize e controle as atividades exercidas pelas entidades
da Administração Pública Indireta (autarquias, fundações públicas,
sociedades de economia mista, empresas públicas e consórcios públicos de
direito público) a fim de que cumpram as finalidades legais reproduzidas em
seus atos constitutivos.

Apesar de se permitir o controle e fiscalização dos atos praticados pelas


entidades da Administração Indireta, estas não estão hierarquicamente
subordinadas à Administração Direta. Nesse caso, existe apenas uma relação
de vinculação administrativa.

O Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, que possui natureza jurídica de


autarquia federal, está apenas vinculado administrativamente ao Ministério
da Previdência Social. Entre eles não há relação de hierarquia. O mesmo ocorre
em relação à Caixa Econômica Federal – CEF (empresa pública federal), que
está apenas vinculada administrativamente ao Ministério da Fazenda, sem
qualquer relação de hierarquia ou subordinação.

Se você está se preparando para concursos públicos, saiba distinguir o


princípio da tutela do princípio da autotutela. No primeiro, autoriza-se

105
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Analista Judiciário do Tribunal Regional do
Trabalho da 1ª Região, realizado pela Fundação Carlos Chagas.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


100
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

legalmente que a Administração Direta e seus respectivos órgãos fiscalizem e


controlem as atividades da Administração Indireta. Com fundamento no
segundo, permite-se que a Administração Pública Direta ou Indireta realize o
controle de seus próprios atos, anulando-os, quando ilegais, ou submetendo-
os à revogação, se não forem mais convenientes ou oportunos.

8.6. Princípio da segurança jurídica

O homem precisa de estabilidade nas situações jurídicas que presencia


ou de que é parte. A vida seria muito tormentosa se tivéssemos que continuar
nos preocupando com situações que, no passado, já foram objeto de análise e
decisão pelos órgãos ou entidades da Administração Pública.

Nesse ponto, tem especial relevância os institutos da coisa julgada, ato


jurídico perfeito e direito adquirido, que nem mesmo por lei poderão ser
violados (CF/1988, art. 5º, XXXVI), garantindo, assim, que os indivíduos não
serão surpreendidos posteriormente por novas e prejudiciais decisões ou
interpretações administrativas, sobre o mesmo tema.

A Lei nº 9.784/1999, em seu art. 2º, XIII, dispõe que nos processos
administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:

XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o


atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova
interpretação.

Analisando-se a regra em comento, constata-se que a as entidades e


órgãos administrativos podem alterar as interpretações que possuem sobre a
execução dos dispositivos legais vigentes. Entretanto, a nova interpretação
somente poderá ser aplicada às situações jurídicas futuras, não
prejudicando, assim, aqueles que foram beneficiados pela interpretação
administrativa anterior.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


101
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

A título de exemplo, destaca-se que com fundamento no princípio da


segurança jurídica o Supremo Tribunal Federal106 cassou acórdão do Tribunal de
Contas da União que considerou ilegal o recebimento de gratificação, por
servidor público, depois de 13 (treze) anos de sua concessão, mesmo diante da
confirmação de legalidade da percepção por decisão judicial transitada em
julgado:

(...)- O Tribunal de Contas da União não dispõe, constitucionalmente, de poder para


rever decisão judicial transitada em julgado (RTJ 193/556-557) nem para determinar
a suspensão de benefícios garantidos por sentença revestida da autoridade da coisa
julgada (RTJ 194/594), ainda que o direito reconhecido pelo Poder Judiciário não
tenha o beneplácito da jurisprudência prevalecente no âmbito do Supremo Tribunal
Federal, pois a “res judicata” em matéria civil só pode ser legitimamente
desconstituída mediante ação rescisória. Precedentes.

- Os postulados da segurança jurídica, da boa-fé objetiva e da proteção da


confiança, enquanto expressões do Estado Democrático de Direito, mostram-se
impregnados de elevado conteúdo ético, social e jurídico, projetando-se sobre
as relações jurídicas, mesmo as de direito público (RTJ 191/922, Rel. p/ o
acórdão Min. GILMAR MENDES), em ordem a viabilizar a incidência desses
mesmos princípios sobre comportamentos de qualquer dos Poderes ou órgãos
do Estado (os Tribunais de Contas, inclusive), para que se preservem, desse
modo, situações administrativas já consolidadas no passado.

- A fluência de longo período de tempo culmina por consolidar justas expectativas


no espírito do administrado e, também, por incutir, nele, a confiança da plena
regularidade dos atos estatais praticados, não se justificando – ante a aparência de
direito que legitimamente resulta de tais circunstâncias – a ruptura abrupta da
situação de estabilidade em que se mantinham, até então, as relações de direito
público entre o agente estatal, de um lado, e o Poder Público, de outro. Doutrina.
Precedentes.

106
Supremo Tribunal Federal. Acórdão. Recurso em Mandado de Segurança nº 25.805/DF. Rel. Ministro Celso de Mello.
DJE 25.03.2010.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


102
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

8.6.1. Princípio da proteção à confiança

O princípio da proteção à confiança não possui previsão expressa no


ordenamento jurídico brasileiro. Para a doutrina majoritária, trata-se de
princípio que corresponde ao aspecto subjetivo da segurança jurídica.

Ao proferir o seu voto no julgamento do recurso em mandado de segurança nº


25.805/DF, anteriormente citado, o Ministro Relator Celso de Mello (STF),
citando o professor português J. J. Gomes Canotilho, assim se manifestou:

“Estes dois princípios - segurança jurídica e protecção da confiança -


andam estreitamente associados a ponto de alguns autores considerarem o
princípio da protecção de confiança como um subprincípio ou como uma
dimensão específica da segurança jurídica. Em geral, considera-se que a
segurança jurídica está conexionada com elementos objectivos da ordem
jurídica - garantia de estabilidade jurídica, segurança de orientação e realização
do direito - enquanto a protecção da confiança se prende mais com as
componentes subjectivas da segurança, designadamente a calculabilidade e
previsibilidade dos indivíduos em relação aos efeitos jurídicos dos actos dos
poderes públicos. A segurança e a protecção da confiança exigem, no
fundo: (1) fiabilidade, clareza, racionalidade e transparência dos actos do
poder; (2) de forma que em relação a eles o cidadão veja garantida a
segurança nas suas disposições pessoais e nos efeitos jurídicos dos seus
próprios actos. Deduz-se já que os postulados da segurança jurídica e da
protecção da confiança são exigíveis perante 'qualquer acto' de 'qualquer
poder' - legislativo, executivo e judicial.”

Maria Sylvia Zanella Di Pietro afirma que, “na realidade, o princípio da proteção
à confiança leva em conta a boa-fé do cidadão, que acredita e espera que os

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


103
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

atos praticados pelo Poder Público sejam lícitos e, nessa qualidade, serão
mantidos e respeitados pela própria Administração e por terceiros107”.

A atividade administrativa deve ser pautada na estabilidade e


previsibilidade, prestigiando-se a confiança depositada pelo administrado de
boa-fé e que o levou a usufruir dos direitos concedidos pelo respectivo ato.
Assim, não deve ser surpreendido e prejudicado futuramente por eventual
decisão administrativa de extinção de seus efeitos sob a alegação de
equivocada ou má interpretação da legislação vigente.

8.6.2. Princípio da boa-fé

A Lei nº 9.784∕1999, em seu art. 4º, III, impõe como dever do administrado
perante a Administração proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé. Atua
com boa-fé aquele que pratica condutas leais, honestas, certo de que amparado
pela legislação vigente.

Alguns autores afirmam que o princípio da boa-fé possui estreita relação com o
princípio da proteção à confiança108. Outros declaram que, embora em muitos
casos possam ser confundidos, não existe identidade absoluta 109.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro assim dispõe sobre o princípio da boa-fé:

Pode-se dizer que o princípio da boa-fé deve estar presente do lado da


Administração e do lado do administrado. Ambos devem agir com lealdade, com
correção. O princípio da proteção à confiança protege a boa-fé do
administrado; por outras palavras, a confiança que se protege é aquela que o
particular deposita na Administração Pública. O particular confia em que a
conduta da Administração esteja correta, de acordo com a lei e com o direito. É

107
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24. ed., p.87.
108
SARLET, Ingo Wolfgang. A Eficácia do Direito Fundamental à Segurança Jurídica: Dignidade da Pessoa Humana,
Direitos Fundamentais e Proibição de Retrocesso Social no Direito Constitucional Brasileiro. In: ANTUNES, Carmen
Lúcia (Org.). Constituição e segurança jurídica: direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada. Estudos em
homenagem a José Paulo Sepúlveda Pertence. Belo Horizonte: Fórum, 2004, p. 97/98.
109
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24. ed., p.88.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


104
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

o que ocorre, por exemplo, quando se mantêm atos ilegais ou se regulam os


efeitos pretéritos de atos inválidos110.

No julgamento do recurso em mandado de segurança nº 24.715∕ES, de


Relatoria do Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, o Superior Tribunal de
Justiça se valeu dos princípios da proteção à confiança e da boa-fé para
impedir que a Administração debitasse na remuneração de servidor público
valores que supostamente teriam sido recebidos indevidamente, por falha
administrativa:

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.


ADIANTAMENTO DE REMUNERAÇÃO DESTINADA À CARREIRA DE MAGISTÉRIO.
PAGAMENTO INDEVIDO À IMPETRANTE EM RAZÃO DO GOZO DE
LICENÇA ESPECIAL REMUNERADA. MÁ APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO
PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. RECEBIMENTO DE BOA-FÉ. PRETENSÃO
ADMINISTRATIVA DE RESTITUIÇÃO DOS VALORES. IMPOSSIBILIDADE.
RECURSO DESPROVIDO.

1. É incabível a exigência de restituição ou a procedência de descontos


referentes a valores pagos em decorrência de interpretação equivocada ou má
aplicação da legislação regente pela própria Administração, quando constatada
a boa-fé do beneficiado.

2. O requisito estabelecido para a não devolução de valores pecuniários


indevidamente recebidos é a boa-fé do servidor que, ao recebê-los na aparência
de serem corretos, firma compromissos com respaldo na pecúnia; a
escusabilidade do erro cometido pelo agente, autoriza a atribuição de
legitimidade ao recebimento da vantagem.

3. Não há que se impor a restituição pelo Servidor de quantias percebidas de


boa-fé e por equívoco do erário, ainda que a título de adiantamento de
remuneração destinada à carreira de magistério, porquanto tais valores não lhe

110
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24. ed., p.88.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


105
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

serviram de fonte de enriquecimento ilícito, mas de sua subsistência e de sua


família.

4. Recurso desprovido.

(AgRg no RMS 24715/ES - Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO -


DJe 13/09/2010)

Em recente concurso público para a função de Técnico de nível superior


do Ministério das Comunicações, realizado em 2013, o CESPE
considerou correto o seguinte enunciado: “a administração pública não
pode exigir a devolução ao erário dos valores recebidos de boa-fé pelo servidor
público, quando estes tiverem sido pagos indevidamente em função de errônea
interpretação ou má aplicação da lei”.

8.6.3. Princípio da continuidade dos serviços públicos

A prestação de serviços públicos deve ocorrer de forma contínua, não se


permitindo, em regra, a interrupção ou suspensão daqueles considerados
essenciais às atividades cotidianas da sociedade. Nesse caso, o princípio alcança
tanto os serviços prestados de forma direta quanto indiretamente (através de
concessionários ou permissionários) pelo Estado.

A título de exemplo e com fundamento no art. 11 da Lei nº 7.783∕1989, são


considerados essenciais o tratamento e abastecimento de água; a produção e
distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; serviços funerários;
controle de tráfego aéreo; assistência médica e hospitalar, entre outros.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


106
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Apesar da essencialidade, destaca-se que a Lei nº 8.987∕1995, no seu art.


6º, § 3º, prevê duas hipóteses legais de interrupção da prestação de serviços
públicos sem violação ao princípio em estudo:

Art. 6º. § 3º. Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua


interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:

I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,

II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

Para que fique caracterizada a continuidade do serviço público, não é necessário


que a prestação ocorra diariamente, mas sim com regularidade. O serviço de
coleta de lixo na maioria das cidades brasileiras, por exemplo, não é realizado
diariamente, mas de forma regular, em determinados dias da semana.

8.6.3.1. Atividades públicas essenciais

Apesar de ser possível a suspensão da prestação de serviços públicos em


razão da inadimplência do usuário, nos termos art. 6º, § 3º, da Lei
8.987∕1995, destaca-se que o Superior Tribunal de Justiça não a admite nos
casos de unidades públicas essenciais, como hospitais, pronto socorros, escolas
e creches:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL EM MANDADO DE


SEGURANÇA. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 6º, § 3º, II, DA LEI 8.987/95, E 17,
PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI 9.427/96. FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA.
MUNICÍPIO. INTERRUPÇÃO. POSSIBILIDADE. PRESERVAÇÃO DAS UNIDADES
PÚBLICAS ESSENCIAIS. PRECEDENTES. PROVIMENTO.

1. É lícito à concessionária interromper o fornecimento de energia elétrica se,


após aviso prévio, o consumidor permanecer inadimplente (Lei 8.987/95, art.
6º, § 3º, II). A finalidade é resguardar a continuidade do serviço, a qual
restaria ameaçada porque oneraria a sociedade como um todo, que teria de
arcar com o prejuízo decorrente de todos os débitos.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


107
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

2. Tratando-se de pessoa jurídica de direito público, prevalece nesta


Corte a tese de que o corte de energia é possível (Lei 9.427/96, art. 17,
parágrafo único), desde que não aconteça indiscriminadamente,
preservando-se as unidades públicas essenciais, como hospitais,
prontos-socorros, escolas e creches (...) (STJ. Resp. 654.818/RJ, Rel. Min.
Denise Arruda, DJe 19.10.2006)

8.7. Princípio da motivação

O princípio da motivação implica para a Administração o dever de justificar seus


atos, apontando-lhes os fundamentos de direito e de fato, assim como a
correlação lógica entre os eventos e situações que deu por existentes e a
providência tomada, nos casos em que este último aclaramento seja necessário
para aferir-se a consonância da conduta administrativa com a lei que lhe serviu
de arrimo111.

Ao motivar os atos praticados, o agente público apresentará, por escrito,


os pressupostos, razões ou fundamentos de fato e de direito que justificaram
a respectiva edição. Na concessão de licença à servidora pública federal
gestante, por exemplo, o pressuposto de fato (acontecimento, situação real)
será o início do nono mês de gravidez ou o parto em si. De outro lado, o
pressuposto de direito (dispositivo legal que autoriza ou determina a edição
do ato) será o art. 207 da Lei 8.112∕1990.

Alguns doutrinadores entendem que a motivação dos atos administrativos


não é obrigatória112. Outros, porém, defendem que todos os atos
administrativos devem ser motivados, sejam eles discricionários ou
vinculados113.

111
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Juiz do Trabalho do Tribunal Regional do
Trabalho da 24ª Região, realizado pelo próprio Tribunal.
112
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 26. ed., p.115.
113
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24. ed., p.213.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


108
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Para responder às questões de concursos públicos é mais prudente adotar


o entendimento da segunda corrente doutrinária, que é majoritária. Ademais,
esse também é o posicionamento que vigora no âmbito do Superior Tribunal
de Justiça:

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.


ADMINISTRATIVO. ATO ADMINISTRATIVO. MOTIVAÇÃO. AUSÊNCIA.

1. O motivo é requisito necessário à formação do ato administrativo e a


motivação, alçada à categoria de princípio, é obrigatória ao exame da
legalidade, da finalidade e da moralidade administrativa.

2. Como ato diverso e autônomo que é, o ato administrativo que torna sem
efeito ato anterior, requer fundamentação própria, não havendo falar em
retificação, se o ato subsequente não se limita a emendar eventual falha ou
erro formal, importando na desconstituição integral do ato anterior.

3. O ato administrativo, como de resto todo ato jurídico, tem na sua publicação
o início de sua existência no mundo jurídico, irradiando, a partir de então, seus
legais efeitos, produzindo, assim, direitos e deveres. (STJ. AgRg RMS nº
15.350∕DF. Rel. Min. Hamilton Carvalhido. DJe 08.09.2003)

Apesar de se impor como regra geral a motivação dos atos


administrativos, deve ficar claro que existem exceções pontuais. Para responder
às questões de concursos públicos, por exemplo, lembre-se de que os atos de
nomeação e exoneração em cargos de confiança (também denominados de
cargos em comissão), não exigem motivação.

8.7.1. Motivo e motivação

Motivo e motivação não são expressões sinônimas, possuindo, cada uma


delas, seu real e distinto significado.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


109
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

O motivo está presente quanto o agente indica os pressupostos de fato e de


direito que ensejaram a edição do ato. De outro lado, a motivação se
configura com a descrição, por escrito, do respectivo motivo.

Suponhamos que determinado servidor federal tenha comparecido ao


Departamento de Pessoal do órgão publico e anunciado, verbalmente, o seu
interesse em se desligar da Administração Pública para trabalhar na iniciativa
privada. Nesse caso, para a edição do ato de exoneração a pedido, devem estar
presentes os pressupostos de fato e de direito que o ensejarão (que configuram
o motivo): pedido do servidor (fato) e art. 34 da Lei nº 8.112∕1990 (direito).

De outro lado, é necessário que a autoridade do Departamento de Pessoal


escreva esse motivo em formulário próprio (ao colocar no “papel” o motivo da
exoneração, efetiva-se a motivação), que posteriormente fundamentará a
publicação do ato no Diário Oficial da União.

8.7.2. Motivação aliunde

Pelo princípio da motivação, é possível a chamada motivação aliunde, ou


seja, a mera referência, no ato, à sua concordância com anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, como forma de suprimento da motivação
do ato114.

É o que consta no art. 50, § 1º, da Lei nº 9.784∕1999, ao dispor que “a


motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em
declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do
ato”.

Florivaldo Dutra de Araújo, professor da Universidade Federal de Minas


Gerais e grande estudioso do tema, afirma que se a motivação encontra-se no

114
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Analista Judiciário do Tribunal de Justiça
do Rio de Janeiro, realizado pelo CESPE.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


110
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

mesmo documento em que se registra o ato motivado, recebe o nome de


contextual. Achando-se em escrito distinto, será aliunde ou per relationem115.

Ao motivar portaria de remoção de servidor público em razão de processo


seletivo interno, por exemplo, o agente público competente não necessita
apresentar, detalhadamente, todos os fatos e dispositivos legais que a
ensejaram, sendo suficiente fazer referência ao edital e decisão final do
respectivo processo administrativo.

8.7.3. Teoria dos motivos determinantes

A motivação, em regra, não exige formas específicas, podendo ser ou não


concomitante com o ato, além de ser feita, muitas vezes, por órgão diverso
daquele que proferiu a decisão116. Entretanto, exige-se que os motivos
alegados para a edição do ato sejam verdadeiros, isto é, correspondam a fatos
realmente existentes.

Se o interessado demonstra e comprova que os motivos alegados não


correspondem à realidade ou sequer existiram, o ato deverá ser anulado pela
própria Administração Pública ou pelo Poder Judiciário por violação à teoria
dos motivos determinantes.

Celso Antônio Bandeira de Mello, ao dispor sobre a teoria dos motivos


determinantes, afirma que:

De acordo com esta teoria, os motivos que determinam a vontade do agente,


isto é, os fatos que serviram de suporte à sua decisão, integram a validade do
ato. Sendo assim, a invocação de “motivos de fato” falsos, inexistentes ou
incorretamente qualificados vicia o ato mesmo quando, conforme já se disse, a

115
ARAÚJO, Florivaldo Dutra de. Motivação e controle do ato administrativo. 2. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005, p.
119
116
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Procurador do Município de Teresina∕PI,
realizado pela Fundação Carlos Chagas – FCC.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


111
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

lei não haja estabelecido, antecipadamente, os motivos que ensejariam a


prática do ato. Uma vez enunciados pelo agente os motivos em que se calçou,
ainda quando a lei não haja expressamente imposto a obrigação de enunciá-los,
o ato só será válido se estes realmente ocorreram e o justificavam117.

Suponhamos que, no dia 12∕08∕2013, a autoridade administrativa


competente tenha indeferido pedido de férias do servidor público A, para início
de gozo no dia 01∕10∕2013, sob a alegação de era reduzida a quantidade de
servidores em exercício no mês de outubro. Todavia, imaginemos agora que, no
dia 15∕08∕2013, a mesma autoridade tenha deferido o pedido do servidor
público B para gozar as suas férias a partir do dia 01∕10∕2013 sob a alegação de
que seria conveniente e oportuno ao interesse público.

Ora, no exemplo citado, não restam dúvidas de que o motivo inicialmente


informado pela autoridade administrativa não era verdadeiro, pois, alguns dias
depois, foi simplesmente desconsiderado na motivação de ato administrativo
com o mesmo objeto. Nesse caso, o servidor público A poderia pleitear a
anulação do ato administrativo que indeferiu o seu pedido de férias, baseando-
se, para isso, na teoria dos motivos determinantes.

8.8. Princípio da especialidade

A Administração Pública brasileira organiza-se, didaticamente, em direta


e indireta. A Administração Direta é formada pelas entidades estatais,
também chamadas de entidades políticas (União, Estados, Municípios e Distrito
Federal) e seus respectivos órgãos públicos.

A Administração Indireta é integrada pelas “entidades administrativas”


(autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia
mista e consórcios públicos de direito público), que são criadas pelas entidades

117
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 26. ed., p. 398.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


112
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

estatais, por lei ou mediante autorização legal, para a execução de


atividades administrativas de forma descentralizada, porém, mediante
vinculação às entidades estatais criadoras.

Ao criar ou autorizar a criação de entidade administrativa, a lei


estabelece previamente a sua área de atuação (finalidade legal), isto é, a sua
especialidade. Desse modo, somente por lei será possível em momento
posterior alterar a finalidade (especialidade) desta mesma entidade. Em
nenhuma hipótese será permitida a alteração das finalidades institucionais da
entidade por simples vontade de seus administradores, sob pena de
responsabilização penal, cível e administrativa.

A Lei Federal nº 7.735/1989, por exemplo, foi responsável pela criação do


Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –
IBAMA. Em seu artigo 2º, a citada lei assegurou ao IBAMA natureza jurídica de
autarquia federal dotada de personalidade jurídica de direito público, autonomia
administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente. Afirmou,
ainda, que a finalidade, isto é, a especialidade do IBAMA seria exercer o
poder de polícia ambiental; executar ações das políticas nacionais de meio
ambiente; executar as ações supletivas de competência da União, de
conformidade com a legislação ambiental vigente, dentre outras.

Como as finalidades (especialidades) do IBAMA foram previstas


expressamente em lei, somente esta poderá alterá-las em momento futuro.
Caso o Presidente do IBAMA, por exemplo, decida emitir ordens no sentido de
direcionar a atuação da entidade para uma finalidade diferente daquela prevista
na lei (educação superior, por exemplo), violará expressamente o princípio da
especialidade, dentre outros.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


113
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

8.9. Princípios da ampla defesa e contraditório

A CF∕1988, em seu art. 5º, LV, dispõe que “aos litigantes, em processo
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.

Por contraditório, entende-se a garantia assegurada ao administrado de


participar dos atos praticados durante o processo administrativo, de ser
comunicado, de ser ouvido (dimensão formal). Entretanto, não basta que o
administrado seja ouvido no processo administrativo, mas que tenha condições
de poder influenciar a decisão a ser proferida pela autoridade administrativa
(dimensão substancial)118.

Em relação ao princípio da ampla defesa, afirma-se que está inserido no âmbito


do próprio contraditório, assegurando aos administrados a possibilidade de se
valerem de todos os meios permitidos legalmente para fundamentar suas
alegações.

Para responder às questões de concursos públicos, deve-se ficar atento ao


conteúdo da súmula vinculante nº 5 do Supremo Tribunal Federal, que assim
dispõe: “a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo
disciplinar não ofende a constituição”.

Assim, fica ao critério do administrado contratar, ou não, a assistência técnica


de advogado para defender seus interesses em processo administrativo,
inclusive de natureza disciplinar. Caso decida participar de processo
administrativo sem assessoria advocatícia, não haverá violação aos princípios
do contraditório e da ampla defesa, pois se trata de opção pessoal.

118
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Vol. 1. 15. ed. Salvador: JusPodium, 2013, p. 57.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


114
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

8.10. Princípio da presunção de legitimidade e veracidade

Não é comum encontrar em provas questões sobre o princípio da presunção


de legitimidade ou veracidade, pois o tema é abordado, de maneira mais ampla
e com maior profundidade, no estudo dos elementos ou requisitos do ato
administrativo.

Todavia, para evitar surpresas no momento da prova, é prudente conhecer os


ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, que assim dispõe:

Esse princípio, que alguns chamam de princípio da presunção de


legalidade, abrange dois aspectos: de um lado, a presunção de verdade, que
diz respeito à certeza dos fatos; de outro lado, a presunção de legalidade,
pois, se a Administração Pública se submete à lei, presume-se, até prova em
contrário, que todos os seus atos sejam verdadeiros e praticados com
observância das normas legais pertinentes119.

O princípio da presunção de legitimidade ou de veracidade dos atos


administrativos trata de presunção relativa, sendo o efeito de tal presunção o
de inverter o ônus da prova120.

8.11. Princípio do controle judicial dos atos administrativos

No Brasil, vigora o sistema de jurisdição única, também denominado de


sistema inglês, portanto, somente o Poder Judiciário possui a prerrogativa de
decidir, em última instância, os conflitos que envolvam Administração Pública e
seus respectivos administrados.

Nesse sentido, compete ao Poder Judiciário realizar o controle de legalidade


de todos os atos praticados pela Administração Pública, inclusive os atos
administrativos, sejam eles discricionários ou vinculados. Ademais, incumbe ao
119
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 24. ed., p.69.
120
Enunciado considerado correto e cobrado no concurso para o cargo de Procurador do Município de Teresina∕PI,
realizado pela Fundação Carlos Chagas – FCC.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


115
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Poder Judiciário, caso provocado, avaliar se o conteúdo do ato administrativo


está em conformidade com os princípios da razoabilidade e proporcionalidade.

Esse é o posicionamento que prevalece no âmbito do Superior Tribunal de


Justiça:

SERVIDOR PÚBLICO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. DEMISSÃO.


CONTROLE DE LEGALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO. POSSIBILIDADE DE
EXAME PELO PODER JUDICIÁRIO. PROPORCIONALIDADE DA PENA APLICADA.

1. Os atos administrativos comportam controle jurisdicional amplo, em especial


aquele que impõe sanção disciplinar a servidor público. Isso, porque o
Judiciário, quando provocado, deve examinar a razoabilidade e a
proporcionalidade do ato, em avaliação que observe os princípios da dignidade
da pessoa humana, culpabilidade e proporcionalidade.

2. A pena de demissão mostra-se proporcional, pois foi apurado em regular


processo disciplinar que a servidora deixou de observar os procedimentos
administrativos previstos para a concessão de auxílio-maternidade. Com isso,
foi responsável por 11 (onze) benefícios previdenciários indevidos, causando
prejuízos à Administração. 3. Ordem denegada.

(STJ - MS: 14283 DF 2009/0069195-4, Relator: Ministro JORGE MUSSI,


Data de Julgamento: 23/03/2011, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de
Publicação: DJe 08/04/2011)

8.12. Princípio da juridicidade

O art. 2º, parágrafo único, inc. II, da Lei nº 9.784∕1999, dispõe que nos
processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de
atuação conforme a lei e o Direito.

Nos dias atuais, a Administração Pública não se restringe apenas à observância


do princípio da legalidade estrita, mas também de todos os demais atos

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


116
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

normativos primários (decretos autônomos, por exemplo) e princípios gerais do


direito. Por isso se fala em observância do princípio da juridicidade, que é
mais amplo que o princípio da legalidade.

Emerson Garcia e Rogério Pacheco Alves assim se manifesta sobre o princípio


da juridicidade:

Com a constitucionalização dos princípios, que terminaram por normatizar


inúmeros valores de cunho ético-jurídico, a concepção de legalidade cedeu
lugar à noção de juridicidade, segundo a qual a atuação do Estado deve estar
em harmonia com o Direito, afastando a noção de legalidade estrita – com
contornos superpostos à regra -, passando a compreender regras e
princípios121.

121
GARCIA. Emerson; Alves, Rogério Pacheco. Improbidade Administrativa. 6. ed., p. 68.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


117
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

RESUMO DE VÉSPERA DE PROVA - RVP

RESUMO DE VÉSPERA DE PROVA

Princípios Principais informações para revisão

Regras (leis) e princípios são espécies de um gênero


maior, denominado norma.

Condutas administrativas violadoras de leis são


consideradas ilegais; se violadoras de princípios,
ilegítimas.

Eventual conflito entre princípios deve ser


solucionado através da ponderação de valores,
analisando-se a incidência individual de cada
princípio no caso em concreto.

Noções gerais Não há hierarquia entre princípios, que se aplicam


em igual medida e de acordo com as ponderações
determinadas pelo caso em concreto.

Princípios expressos são aqueles escritos em norma


de caráter geral (L.I.M.P.E., por exemplo, previstos
na CF∕1988); princípios implícitos são fruto da
doutrina e jurisprudência (proteção à confiança, por
exemplo).

Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, “enquanto na


administração particular é lícito fazer tudo o que a lei
não proíbe, na Administração Pública só é permitido
fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


118
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

significa ‘pode fazer assim’; para o administrador


público significa ‘deve fazer assim”.

Atos administrativos (decretos regulamentares, por


exemplo) não podem criar direitos ou impor
obrigações a particulares.

Em situações excepcionais, os administrados serão


obrigados a cumprir determinações ou proibições
LEGALIDADE
que não estarão previstas em leis, mas em medidas
provisórias e decretos que instituem estado de
defesa e estado de sítio.

O princípio da legalidade não impede a


discricionariedade administrativa, apenas impõe
limites à sua atuação, que deve ocorrer nos termos
da lei.

Existem atos normativos primários que, mesmo não


se enquadrando como lei em sentido formal,
também poder impor obrigações ou proibições aos
administrados: medidas provisórias, decretos
autônomos, resoluções do CNJ e CNMP e regimentos
internos dos tribunais.

O princípio da impessoalidade pode ser estudado sob


vários aspectos distintos: dever de tratamento
isonômico a todos os administrados; imputação dos
atos praticados pelos agentes públicos diretamente
às pessoas jurídicas a que estejam vinculados,
vedada a promoção pessoal; imposição de que os
atos da Administração sejam editados para a
satisfação da finalidade pública.

IMPESSOALIDADE Regras relativas a impedimentos e suspeições são

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


119
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

aplicadas a servidores públicos como corolário do


princípio da impessoalidade

Em razão do princípio da impessoalidade, o ato


administrativo praticado por funcionário
irregularmente investido no cargo ou função é válido
(teoria do funcionário de fato, que leva em conta a
aparência de legalidade do ato praticado).

Quando a remoção ex officio de servidor público for


realizada com o intuito de puni-lo, ter-se-á o desvio
de finalidade, pois essa não é a finalidade do ato
prevista legalmente.

A moralidade administrativa (interna) possui


conteúdo específico, podendo coincidir, ou não, com
a moral comum (externa) da sociedade, em
determinado momento histórico.

A ofensa à moral comum não caracteriza,


necessariamente, ofensa à moralidade
administrativa, que se vincula a uma noção de moral
jurídica, exigindo padrões objetivos de conduta dos
MORALIDADE administradores públicos. Todavia, existem situações
nas quais a conduta do indivíduo pode violar, ao
mesmo tempo, a moral comum e a moral
administrativa.

Em razão da súmula vinculante nº 13 do STF, que


veda o nepotismo (inclusive na forma cruzada), os
primos são os únicos parentes (4º grau) da
autoridade competente que podem ser nomeados
para cargos em comissão ou função gratificada.

Parentes podem ser nomeados para o exercício de

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


120
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

cargos políticos (Ministérios e Secretarias Estaduais


e Municipais) sem que ocorra violação ao teor da
súmula vinculante nº 13 do STF.

Todos têm direito a receber dos órgãos públicos


informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado.

Quando a lei exigir ou for necessária a produção de


efeitos externos, o ato administrativo deverá ser
PUBLICIDADE
publicado em Diário Oficial ou instrumento
equivalente. De outro lado, quando se tratar de atos
de efeitos internos, a divulgação poderá ser feita em
boletim informativo do próprio órgão ou entidade.

A publicidade não é elemento formativo do ato; é


requisito de eficácia e moralidade.

Como consequência do princípio da publicidade, é


legítima a divulgação, através da internet, da
remuneração recebida pelos agentes públicos.

O princípio da eficiência exige que a atividade


administrativa seja exercida com presteza, perfeição
e rendimento funcional, alcançando tanto a
Administração Pública quanto os seus respectivos
agentes, de forma individualizada.

EFICIÊNCIA Somente foi introduzido no art. 37, caput, da


CF∕1988 em 04∕06∕1998, com a promulgação da EC
nº 19∕1998.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


121
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

O princípio da eficiência está diretamente


relacionado à economia de recursos na execução das
despesas públicas, portanto, também se manifesta
através do princípio da economicidade.

Assegura à Administração Pública diversas


prerrogativas nas relações jurídicas frente aos
particulares (a exemplos de prazos processuais mais
dilatados e cláusulas exorbitantes nos contratos
administrativos).

SUPREMACIA DO A supremacia do interesse público não é absoluta,


INTERESSE PÚBLICO pois deve respeitar o ato jurídico perfeito, direito
adquirido e coisa julgada, nos termos do art. 5º,
XXXVI, CF∕1988.

É princípio responsável pela estruturação do regime


jurídico-administrativo, juntamente com o princípio
da indisponibilidade do interesse público.

Dispõe que os agentes públicos são meros


administradores dos interesses da coletividade (dos
INDISPONIBILIDADE
DO INTERESSE bens públicos, por exemplo), portanto, não podem
praticar condutas que sejam lesivas a esses
PÚBLICO
interesses, sob pena de responsabilização.

A necessidade de realização de concursos públicos e


licitação são exemplos da manifestação do princípio
da indisponibilidade. No mesmo sentido, também
são exemplos a necessidade de lei para formalização
de acordos judiciais e alienação de bens públicos
pela Administração Pública.

Também é conhecido como princípio do bom senso,


pois exige que o administrador público tome

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


122
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

decisões pautadas no senso comum, isto é, em


sintonia com o entendimento da maioria das pessoas
RAZOABILIDADE
sobre o tema.

Atos administrativos desarrazoados estão sujeitos ao


controle do Poder Judiciário.

Impõe a adequação entre meios e fins, vedada a


imposição de obrigações, restrições e sanções em medida
superior àquelas estritamente necessárias ao
PROPORCIONALIDADE atendimento do interesse público.

É também conhecido como princípio da proibição de


excessos.

Decisão administrativa em conformidade com o


principio da proporcionalidade é aquela que seja
adequada, necessária e proporcional.

É a prerrogativa assegurada à Administração Pública


de rever os seus próprios atos sem necessidade de
recorrer ao Poder Judiciário.

AUTOTUTELA A súmula 473 do STF dispõe que administração pode


anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos,
e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial.

A anulação ou revogação de ato administrativo deve


ser precedida do devido processo legal
administrativo, assegurando-se o contraditório e
ampla defesa.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


123
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

TUTELA O princípio da tutela, também conhecido como


princípio do controle, permite que a Administração
Pública Direta fiscalize e controle as atividades
exercidas pelas entidades da Administração Pública
Indireta a fim de que cumpram as finalidades legais
reproduzidas em seus atos constitutivos.

Apesar da fiscalização e controle exercidos sobre a


Administração Pública Indireta, esta não está
subordinada à Administração Pública Direta, mas
apenas vinculada.

As entidades e órgãos administrativos podem alterar


as interpretações que possuem sobre a execução dos
dispositivos legais vigentes. Entretanto, a nova
interpretação somente poderá ser aplicada às
SEGURANÇA situações jurídicas futuras, não prejudicando, assim,
JURÍDICA aqueles que foram beneficiados pela interpretação
administrativa anterior.

O princípio da proteção à confiança, que não possui


previsão expressa no ordenamento jurídico
brasileiro, corresponde ao aspecto subjetivo da
segurança jurídica.

A prestação de serviços públicos deve ocorrer de

CONTINUIDADE DOS forma contínua, não se permitindo, em regra, a


interrupção ou suspensão daqueles considerados
SERVIÇOS PÚBLICOS
essenciais às atividades cotidianas da sociedade.

Não se caracteriza como descontinuidade do serviço


a sua interrupção em situação de emergência ou

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


124
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

após prévio aviso, quando: I - motivada por razões


de ordem técnica ou de segurança das instalações;
e, II - por inadimplemento do usuário, considerado o
interesse da coletividade.

Exige que o administrador público apresente, por


escrito, os pressupostos de fato e de direito que
ensejaram a edição do ato, sob pena de anulação.

Motivo e motivação não são expressões sinônimas.

Pelo princípio da motivação, é possível a chamada


motivação aliunde, ou seja, a mera referência, no
MOTIVAÇÃO
ato, à sua concordância com anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, como forma de
suprimento da sua motivação.

A teoria dos motivos determinantes dispõe que se o


agente público apresentou, por escrito, os motivos
que ensejaram a edição do ato, estes devem ser
verdadeiros e corresponder à realidade, ainda que se
trate de ato que não exigia motivação (a exemplo da
nomeação para cargos em comissão).

Ao criar ou autorizar a criação de entidade


administrativa, a lei estabelece previamente a sua
ESPECIALIDADE
área de atuação (finalidade legal), isto é, a sua
especialidade. Desse modo, somente por lei será
possível alterar a finalidade (especialidade) desta
mesma entidade posteriormente.

A CF∕1988, em seu art. 5º, LV, dispõe que “aos


litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


125
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

recursos a ela inerentes”.

AMPLA DEFESA E Fica ao critério do administrado contratar, ou não, a


CONTRADITÓRIO assistência técnica de advogado para defender seus
interesses em processo administrativo, inclusive de
natureza disciplinar. Caso decida participar de
processo administrativo sem assessoria advocatícia,
não haverá violação aos princípios do contraditório e
da ampla defesa, pois se trata de opção pessoal.

Esse princípio, que alguns chamam de princípio da

PRESUNÇÃO DE presunção de legalidade, abrange dois aspectos: de


LEGITIMIDADE E um lado, a presunção de verdade, que diz respeito à
certeza dos fatos; de outro lado, a presunção de
VERACIDADE
legalidade, pois, se a Administração Pública se
submete à lei, presume-se, até prova em contrário,
que todos os seus atos sejam verdadeiros e
praticados com observância das normas legais
pertinentes.

Compete ao Poder Judiciário realizar o controle de

JUDICIAL legalidade de todos os atos praticados pela


CONTROLE
ATOS Administração Pública, inclusive os atos
DOS
administrativos, sejam eles discricionários ou
ADMINISTRATIVOS
vinculados. Ademais, incumbe ao Poder Judiciário,
caso provocado, avaliar se o conteúdo do ato
administrativo está em conformidade com os
princípios da razoabilidade e proporcionalidade.

Nos dias atuais, a Administração Pública não se


restringe apenas à observância do princípio da
legalidade estrita, mas também de todos os demais
JURIDICIDADE
atos normativos primários (decretos autônomos, por

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


126
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

exemplo) e princípios gerais do direito. Por isso se


fala em observância do princípio da juridicidade, que
é mais amplo que o princípio da legalidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


127
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

MAPA MENTAL MAPA MENTAL

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


128
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

RELAÇÃO DE QUESTÕES COM GABARITO – “BATERIA CESPE”

CAPÍTULO 3 - QUESTÕES

QUESTÕES CESPE

(CESPE/Auditor Federal de Controle Externo – TCU/2015) No que se


refere a ato administrativo, agente público e princípios da
administração pública, julgue o próximo item.

01. De acordo com entendimento dominante, é legítima a publicação


em sítio eletrônico da administração pública dos nomes de seus
servidores e do valor dos vencimentos e das vantagens pecuniárias a
que eles fazem jus.

02. O princípio da eficiência, considerado um dos princípios inerentes à


administração pública, não consta expressamente na CF.

(CESPE/Técnico Federal de Controle Externo – TCU/2015) No que se


refere aos princípios e conceitos da administração pública e aos
servidores públicos, julgue o próximo item.

03. Ofenderá o princípio da impessoalidade a atuação administrativa


que contrariar, além da lei, a moral, os bons costumes, a honestidade
ou os deveres de boa administração.

(CESPE/Administrador – FUB/2015) Julgue o item subsecutivo, de


acordo com os princípios que compõem o direito administrativo
brasileiro.

04. A ação administrativa tendente a beneficiar ou a prejudicar


determinada pessoa viola o princípio da isonomia.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


129
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

05. O agente público só poderá agir quando houver lei que autorize a
prática de determinado ato.

(CESPE/Auditor – FUB/2015) No que concerne ao regime jurídico-


administrativo, julgue o item subsequente.

06. A proteção da confiança, desdobramento do princípio da segurança


jurídica, impede a administração de adotar posturas manifestadamente
contraditórias, ou seja, externando posicionamento em determinado
sentido, para, em seguida, ignorá-lo, frustrando a expectativa dos
cidadãos de boa-fé.

07. O princípio da segurança jurídica não se sobrepõe ao da legalidade,


devendo os atos administrativos praticados em violação à lei, em todo
caso, ser anulados, a qualquer tempo.

(CESPE/Assistente em administração – FUB/2015) A administração


pública é regida por princípios fundamentais que atingem todos os
entes da Federação: União, estados, municípios e o Distrito Federal.
Com relação a esse assunto, julgue o item subsecutivo.

08. A pretexto de atuar eficientemente, é possível que a administração


pratique atos não previstos na legislação.

09. O princípio da legalidade limita a atuação do Estado à legislação


existente.

10. De acordo com o princípio da moralidade, os agentes públicos


devem atuar de forma neutra, sendo proibida a atuação pautada pela
promoção pessoal.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


130
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

11. Apesar de o princípio da moralidade exigir que os atos da


administração pública sejam de ampla divulgação, veda-se a
publicidade de atos que violem a vida privada do cidadão.

12. Na hierarquia dos princípios da administração pública, o mais


importante é o princípio da legalidade, o primeiro a ser citado na CF.

(CESPE/Técnico – MPU/2015) O servidor responsável pela segurança


da portaria de um órgão público desentendeu-se com a autoridade
superior desse órgão. Para se vingar do servidor, a autoridade
determinou que, a partir daquele dia, ele anotasse os dados completos
de todas as pessoas que entrassem e saíssem do imóvel.

Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

13. O ato praticado pela autoridade superior, como todos os atos da


administração pública, está submetido ao princípio da moralidade,
entretanto, considerações de cunho ético não são suficientes para
invalidar ato que tenha sido praticado de acordo com o princípio da
legalidade.

(CESPE/Nível Superior – FUB/2015) Com base no que dispõem a Lei n.º


9.784/1999, o Estatuto e o Regimento Geral da UnB, julgue os itens
que se seguem.

14. Como decorrência dos princípios da legalidade e da segurança


jurídica, é correto afirmar que os processos administrativos regidos
pela Lei n.º 9.784/1999 devem, em regra, guardar estrita
correspondência com as formas estabelecidas para cada espécie
processual, podendo a lei, em determinadas hipóteses, dispensar essa
exigência.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


131
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/Técnico Judiciário – TRE-GO/2015) No que se refere ao regime


jurídico-administrativo brasileiro e aos princípios regentes da
administração pública, julgue o próximo item.

15. Por força do princípio da legalidade, o administrador público tem


sua atuação limitada ao que estabelece a lei, aspecto que o difere do
particular, a quem tudo se permite se não houver proibição legal.

16. Em decorrência do princípio da impessoalidade, previsto


expressamente na Constituição Federal, a administração pública deve
agir sem discriminações, de modo a atender a todos os administrados e
não a certos membros em detrimento de outros.

17. O princípio da eficiência está previsto no texto constitucional de


forma explícita.

18. O regime jurídico-administrativo brasileiro está fundamentado em


dois princípios dos quais todos os demais decorrem, a saber: o princípio
da supremacia do interesse público sobre o privado e o princípio da
indisponibilidade do interesse público.

(CESPE/Técnico Federal de Controle Externo – TCU/2015) 19. Se for


imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, será permitido o
sigilo dos atos administrativos.

(CESPE/Técnico Federal de Controle Externo – TCU/2015) 20.


Conforme a teoria dos motivos determinantes, a validade do ato
administrativo vincula-se aos motivos que o determinaram, sendo,
portanto, nulo o ato administrativo cujo motivo estiver dissociado da
situação de direito ou de fato que determinou ou autorizou a sua
realização.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


132
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/ Juiz de Direito Substituto - TJ-DFT/2014 - adaptada)


Considerando a relevância dos princípios do direito administrativo para
atividade de administrador público, julgue os itens seguintes:

21. Estando o administrador diante de ato administrativo viciado, o


princípio da segurança jurídica lhe confere a opção, observado o
critério de conveniência e oportunidade, de convalidar o ato se o vício
for sanável, reconhecer a sua estabilização pelo decurso do tempo,
modular os efeitos da anulação ou, ainda, invalidar o ato, com efeitos
ex tunc.

22. O princípio da supremacia do interesse público vem sendo


questionado pela doutrina, em especial, após a CF, que estabeleceu o
Estado democrático de direito e assegurou direitos e garantias
individuais acima dos interesses do Estado, não existindo, por outro
lado, norma constitucional que respalde a permanência de tal princípio
no ordenamento jurídico.

23. O princípio da eficiência funciona como diretriz a ser seguida pelo


administrador, mas não pode ser utilizado como parâmetro de controle
externo pelo tribunal de contas para fins de verificação de regularidade
dos atos e contratos celebrados pelos administradores públicos.

24. A violação de princípios da administração pública, tais como da


moralidade, da impessoalidade e da eficiência, caracteriza ato de
improbidade administrativa, desde que comprovado o dolo, ainda que
genérico, do agente.

25. Na esfera de atuação do poder de polícia, não pode a administração


pública efetuar a demolição de obra irregular de forma sumária, sem
observar os princípios do contraditório e da ampla defesa, devendo
haver a oitiva prévia do interessado.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


133
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/Técnico - ANTAQ/2014) Com relação à administração pública e


seus princípios fundamentais, julgue os próximos itens.

26. O princípio da publicidade está relacionado à exigência de ampla


divulgação dos atos administrativos e de transparência da
administração pública, condições asseguradas, sem exceção, ao
cidadão.

(CESPE/ Analista Administrativo - ANATEL/2014) Julgue o item, a


respeito de atos e processos administrativos.

27. Atualmente, no âmbito federal, todo ato administrativo restritivo de


direitos deve ser expressamente motivado.

(CESPE/ Titular de Serviços de Notas e de Registros - TJ-SE/2014 -


adaptada) Considerando os conceitos do direito administrativo e os
princípios do regime jurídico-administrativo, julgue os itens seguintes:

28. O princípio da proteção à confiança legitima a possibilidade de


manutenção de atos administrativos inválidos.

29. Consoante o critério da administração pública, o direito


administrativo é o ramo do direito que tem por objeto as atividades
desenvolvidas para a consecução dos fins estatais, excluídas a
legislação e a jurisdição.

30. Adotando-se o critério do serviço público, define-se direito


administrativo como o conjunto de princípios jurídicos que disciplinam
a organização e a atividade do Poder Executivo e de órgãos
descentralizados, além das atividades tipicamente administrativas
exercidas pelos outros poderes.

31. São fontes primárias do direito administrativo os regulamentos, a


doutrina e os costumes.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


134
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

32. Dado o princípio da supremacia do interesse público sobre o


privado, é possível à administração pública, mediante portaria, impor
vedações ou criar obrigações aos administrados.

(CESPE/ Analista Judiciário – Direito - TJ-SE/2014) No que se refere


aos princípios que regem a administração pública, julgue os seguintes
itens.

33. Em consonância com os princípios constitucionais da


impessoalidade e da moralidade, o STF, por meio da Súmula Vinculante
n.º 13, considerou proibida a prática de nepotismo na administração
pública, inclusive a efetuada mediante designações recíprocas —
nepotismo cruzado.

(CESPE/ Técnico Judiciário - TJ-CE/2014 - adaptada) Com relação aos


princípios que fundamentam a administração pública, assinale a opção
correta.

34. A publicidade marca o início da produção dos efeitos do ato


administrativo e, em determinados casos, obriga ao administrado seu
cumprimento.

35. Pelo princípio da autotutela, a administração pode, a qualquer


tempo, anular os atos eivados de vício de ilegalidade.

36. O regime jurídico-administrativo compreende o conjunto de regras


e princípios que norteia a atuação do poder público e o coloca numa
posição privilegiada.

37. A necessidade da continuidade do serviço público é demonstrada,


no texto constitucional, quando assegura ao servidor público o
exercício irrestrito do direito de greve.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


135
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

38. O princípio da motivação dos atos administrativos, que impõe ao


administrador o dever de indicar os pressupostos de fato e de direito
que determinam a prática do ato, não possui fundamento
constitucional.

39. (CESPE/ Técnico Judiciário - TJ-CE/2014) Assinale a opção que


explicita o princípio da administração pública na situação em que um
administrador público pratica ato administrativo com finalidade pública,
de modo que tal finalidade é unicamente aquela que a norma de direito
indica como objetivo do ato.

a) eficiência

b) moralidade

c) razoabilidade

d) impessoalidade

e) segurança jurídica

(CESPE/Analista Judiciário - TJ-CE/2014 - adaptada) Com base no


regime jurídico-administrativo e nos princípios da administração
pública, julgue os itens seguintes:

40. O princípio da proteção à confiança, de origem no direito norte-


americano, corresponde ao aspecto objetivo da segurança jurídica,
podendo ser invocado para a manutenção de atos administrativos
inválidos quando o prejuízo resultante da anulação for maior que o
decorrente da manutenção do ato ilegal.

41. O princípio da razoabilidade é considerado um princípio implícito da


administração pública, por não se encontrar previsto explicitamente na
legislação constitucional ou infraconstitucional.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


136
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

42. As restrições ou sujeições especiais no desempenho da atividade de


natureza pública são consideradas consequências do princípio da
supremacia do interesse público sobre o privado, que integra o
conteúdo do regime jurídico- administrativo.

43. De acordo com o princípio da tutela, a administração pública direta,


com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades
estabelecidas nos contratos, fiscaliza apenas as atividades
desempenhadas pelas empresas concessionárias e permissionárias de
serviço público.

44. Em observância ao princípio da motivação, deve a administração


pública indicar os fundamentos de fato e de direito de suas decisões,
sendo dispensável esse princípio quando se tratar da prática de atos
discricionários.

(CESPE/ Analista Judiciário - TJ-CE/2014 - adaptada) No que se refere


ao regime jurídico administrativo, julgue os itens seguintes.

45. A criação de órgão público deve ser feita, necessariamente, por lei;
a extinção de órgão, entretanto, dado não implicar aumento de
despesa, pode ser realizada mediante decreto.

46. A autotutela administrativa compreende tanto o controle de


legalidade ou legitimidade quanto o controle de mérito.

47. A motivação deve ser apresentada concomitantemente à prática do


ato administrativo.

48. De acordo com o princípio da publicidade, que tem origem


constitucional, os atos administrativos devem ser publicados em diário
oficial.

49. No Brasil, ao contrário do que ocorre nos países de origem anglo-


saxã, o costume não é fonte do direito administrativo.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


137
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/ Analista - TC-DF/2014) Acerca do regime jurídico


administrativo, julgue o próximo item.

50. O princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse


privado é um dos pilares do regime jurídico administrativo e autoriza a
administração pública a impor, mesmo sem previsão no ordenamento
jurídico, restrições aos direitos dos particulares em caso de conflito
com os interesses de toda a coletividade.

(CESPE/ Analista de Administração Pública - TC-DF/2014) Suponha que


um servidor público fiscal de obras do DF, no intuito de prejudicar o
governo, tenha determinado o embargo de uma obra de canalização de
águas pluviais, sem que houvesse nenhuma irregularidade. Em razão
da paralisação, houve atraso na conclusão da obra, o que causou
muitos prejuízos à população. Com base nessa situação hipotética,
julgue os itens que se seguem.

51. O ato de embargo da obra atenta contra os princípios da legalidade,


da impessoalidade e da moralidade.

(CESPE/Analista de Administração Pública – Organizações - TC-


DF/2014) Acerca do regime jurídico administrativo, julgue os próximos
itens.

52. Em razão do princípio da legalidade, a administração pública está


impedida de tomar decisões fundamentadas nos costumes.

(CESPE/ Técnico – MEC/2014)

“Os princípios da administração pública estão previstos, de forma


expressa ou implícita, na CF e, ainda, em leis ordinárias. Esses
princípios, que consistem em parâmetros valorativos orientadores das

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


138
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

atividades do Estado, são de observância obrigatória na administração


direta e indireta de quaisquer dos poderes da União, dos estados, do DF
e dos municípios. Acerca desses princípios e da organização
administrativa do Estado, julgue os itens a seguir.”

53. Os princípios do contraditório e da ampla defesa aplicam-se tanto


aos litigantes em processo judicial quanto aos em processo
administrativo.

(CESPE/ Técnico - MEC/2014) Com base na disciplina legal e na


doutrina nacional acerca dos atos e processos administrativos, julgue
os próximos itens.

54. A motivação do ato administrativo deve ser explícita, clara e


congruente, não sendo suficiente a declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou
propostas.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) A respeito


do regime jurídico administrativo, julgue o item a seguir.

55. Postulados de natureza ética, como o princípio da boa-fé, não se


aplicam às relações estabelecidas pela administração.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) A respeito


do regime jurídico administrativo, julgue o item a seguir.

56. O regime jurídico administrativo é instituído sobre o alicerce do


princípio da legalidade restrita, o que impede a aplicação, no âmbito da
administração pública, de princípios implícitos, não expressamente
previstos na legislação.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


139
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) A respeito


do regime jurídico administrativo, julgue o item a seguir.

57. O princípio da indisponibilidade do interesse público não impede a


administração pública de realizar acordos e transações.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014)

“A Constituição Federal de 1988 (CF) acolheu a garantia do devido


processo legal, de origem anglo-saxônica, assegurando que a atuação
da administração pública seja realizada mediante “um processo formal
regular para que sejam atingidas a liberdade e a propriedade de quem
quer que seja e a necessidade de que a administração pública, antes de
tomar as decisões gravosas a um dado sujeito, ofereça-lhe a
possibilidade de contraditório e ampla defesa, no que se inclui o direito
a recorrer das decisões tomadas”.

Celso Antônio B. Mello. Curso de direito administrativo. São Paulo:


Malheiros, 2005, p. 103 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os múltiplos


aspectos relacionados ao direito administrativo que ele suscita, julgue
o seguinte item .”

58. Os princípios da legalidade e da finalidade, que norteiam os


processos administrativos federais, estão intimamente ligados, uma vez
que a finalidade de qualquer ato deve estar prevista explícita ou
implicitamente na lei.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


140
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) A respeito


dos princípios administrativos, julgue os próximos itens.

59. O art. 37, caput, da Constituição Federal indica expressamente à


administração pública direta e indireta princípios a serem seguidos, a
saber: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência,
entre outros princípios não elencados no referido artigo.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) A respeito


dos princípios administrativos, julgue os próximos itens.

60. O princípio da publicidade como valor republicano, assimilado de


forma crescente pela vida e pela cultura política, conforma o direito
brasileiro a imperativo constitucional de natureza absoluta, contra o
qual não há exceção.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) A respeito


dos princípios administrativos, julgue os próximos itens.

61. O princípio da impessoalidade é corolário do princípio da isonomia.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) A respeito


dos princípios administrativos, julgue os próximos itens.

62. O princípio da legalidade implica dispor o administrador público no


exercício de seu munus de espaço decisório de estrita circunscrição
permissiva da lei em vigor, conforme ocorre com agentes particulares e
árbitros comerciais.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) Em


relação à administração pública indireta e seus temas correlatos, julgue
os itens subsequentes.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


141
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

63. A vedação ao nepotismo no ordenamento jurídico brasileiro, nos


termos da súmula vinculante n.º 13/2008, ao não se referir à
administração pública indireta, excetua a incidência da norma em
relação ao exercício de cargos de confiança em autarquias.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) Acerca do


direito administrativo brasileiro, julgue os itens a seguir.

64. Os princípios da administração explicitamente previstos na CF não


se aplicam às entidades paraestatais e às sociedades de economia
mista, por serem essas entidades pessoas jurídicas de direito privado
que atuam em atividades do setor econômico, embora sejam criadas
por lei.

(CESPE/ Contador – MTE /2014) Julgue os itens a seguir acerca da


responsabilidade civil do Estado e do Regime Jurídico Administrativo.

65. A supremacia do interesse público sobre o privado e a


indisponibilidade, pela administração, dos interesses públicos, integram
o conteúdo do regime jurídico-administrativo.

(CESPE/ Agente Administrativo – MTE /2014) “Acerca do regime


jurídico administrativo e dos atos administrativos, julgue os próximos
itens.”

66. Viola o princípio da impessoalidade a edição de ato administrativo


que objetive a satisfação de interesse meramente privado.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


142
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/Nível Superior - Caixa Econômica/2014) Em relação à


organização administrativa do estado brasileiro e aos princípios
administrativos, julgue os itens a seguir:

67. Dado o princípio da legalidade, os agentes públicos devem, além de


observar os preceitos contidos nas leis em sentido estrito, atuar em
conformidade com outros instrumentos normativos existentes no
ordenamento jurídico nacional.

(CESPE/ Nível Superior - SUFRAMA/2014) A respeito do direito


administrativo, julgue o item subsecutivo.

68. A impossibilidade da alienação de direitos relacionados aos


interesses públicos reflete o princípio da indisponibilidade do interesse
público, que possibilita apenas que a administração, em determinados
casos, transfira aos particulares o exercício da atividade relativa a
esses direitos.

(CESPE/ Promotor de Justiça - MPE-AC/2014 - adaptada) Com relação


aos princípios que regem a administração pública, julgue os itens
seguintes:

69. Constatadas a concessão e a incorporação indevidas de


determinada gratificação especial aos proventos de servidor
aposentado, deve a administração suprimi-la em respeito ao princípio
da autotutela, sendo desnecessária a prévia instauração de
procedimento administrativo.

70. Segundo o entendimento do STF, para que não ocorra violação do


princípio da proporcionalidade, devem ser observados três
subprincípios: adequação, finalidade e razoabilidade stricto sensu.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


143
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

71. O princípio da razoabilidade apresenta-se como meio de controle da


discricionariedade administrativa, e justifica a possibilidade de
correção judicial.

72. O princípio da segurança jurídica apresenta-se como espécie de


limitação ao princípio da legalidade, prescrevendo o ordenamento
jurídico o prazo decadencial de cinco anos para a administração anular
atos administrativos que favoreçam o administrado, mesmo quando
eivado de vício de legalidade e comprovada a má-fé.

73. Ferem os princípios da isonomia e da irredutibilidade dos


vencimentos as alterações na composição dos vencimentos dos
servidores públicos, mediante a retirada ou modificação da fórmula de
cálculo de vantagens, gratificações e adicionais, ainda que não haja
redução do valor total da remuneração.

(CESPE/ Nível Médio – CADE/2014) Com relação ao direito


administrativo, julgue o item seguinte.

74. Ainda que as sociedades de economia mista sejam pessoas jurídicas


de direito privado com capital composto por capital público e privado, a
elas aplicam-se os princípios explícitos da administração pública.

(CESPE/ Agente Administrativo – SUFRAMA/2014) Considerando que


uma empresa tenha solicitado à SUFRAMA a concessão de benefícios
fiscais previstos em lei para as empresas da ZFM que observassem o
processo produtivo básico previsto em regulamento, julgue os itens
abaixo.

75. O eventual indeferimento do referido pedido, assim como os demais


atos que neguem direitos à empresa, deverá ser necessariamente
motivado.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


144
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/ Nível Superior – SUFRAMA/2014) Acerca do direito


administrativo, julgue o item a seguir.

76. O princípio administrativo da autotutela expressa a capacidade que


a administração tem de rever seus próprios atos, desde que provocada
pela parte interessada, independentemente de decisão judicial.

(CESPE/ Nível Superior – SUFRAMA/2014) Acerca do direito


administrativo, julgue o item a seguir.

77. Do ponto de vista objetivo, a expressão administração pública se


confunde com a própria atividade administrativa exercida pelo Estado.

(CESPE/ Conhecimentos Básicos - Nível Superior/Polícia Federal/2014)


No que se refere ao regime jurídico administrativo, aos poderes da
administração pública e à organização administrativa, julgue o item
subsequente.

78. Em face do princípio da isonomia, que rege toda a administração


pública, o regime jurídico administrativo não pode prever prerrogativas
que o diferenciem do regime previsto para o direito privado.

(CESPE/ Agente Administrativo - Polícia Federal/2014)

“Considerando que o DPF é órgão responsável por exercer as funções


de polícia judiciária da União, julgue os itens a seguir.”

79. O DPF, em razão do exercício das atribuições de polícia judiciária,


não se submete ao princípio da publicidade, sendo garantido sigilo aos
atos praticados pelo órgão.

(CESPE/Agente Administrativo – MDIC/2014) No que concerne à


licitação, ao controle da administração pública e ao regime jurídico-
administrativo, julgue os seguintes itens:

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


145
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

80. Os princípios da administração pública expressamente dispostos na


CF não se aplicam às sociedades de economia mista e às empresas
públicas, em razão da natureza eminentemente empresarial dessas
entidades.

(CESPE/ Procurador do Estado - PGE-BA/2014)

“Acerca do regime jurídico-administrativo e dos princípios jurídicos que


amparam a administração pública, julgue os itens seguintes.”

81. O atendimento ao princípio da eficiência administrativa autoriza a


atuação de servidor público em desconformidade com a regra legal,
desde que haja a comprovação do atingimento da eficácia na prestação
do serviço público correspondente.

(CESPE/ Procurador do Estado - PGE-BA/2014)

“Acerca do regime jurídico-administrativo e dos princípios jurídicos que


amparam a administração pública, julgue os itens seguintes.”

82. Suponha que o governador de determinado estado tenha atribuído o


nome de Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, a escola
pública estadual construída com recursos financeiros repassados
mediante convênio com a União. Nesse caso, há violação do princípio da
impessoalidade, dada a existência de proibição constitucional à
publicidade de obras com nomes de autoridades públicas.

(CESPE/ Analista Técnico – MDIC/2014) Julgue os itens seguintes,


relativos à administração pública e aos atos administrativos.

83. O exercício das funções administrativas pelo Estado deve adotar,


unicamente, o regime de direito público, em razão da indisponibilidade
do interesse público

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


146
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/ Procurador - TCE-PB/2014 – adaptada) No que se refere ao


direito administrativo e seus princípios, julgue os itens seguintes:

84. Em face do princípio da legalidade, a administração pública pode


realizar uma interpretação contra legem, secundum legem e praeter
legem, conforme a necessidade, adequação e proporcionalidade em prol
do interesse público.

85. O conceito de moralidade administrativa foi defendido por Gaston


Jezè, a partir da noção de boa administração, o que influenciou a ideia
do princípio da moralidade na contemporaneidade.

86. A alteração de edital de concurso prescinde da veiculação em jornal


de grande circulação, podendo ser veiculada apenas em diário oficial
sem que isso ofenda o princípio da publicidade.

87. A lei é fonte primária do direito, sendo que o costume, fonte


secundária, não é considerado fonte do direito administrativo

88. Para Gaston Jezè, defensor da Escola do Serviço Público, o direito


administrativo tem como objeto a soma das atividades desenvolvidas
para a realização dos fins estatais, excluídas a legislação e a jurisdição.

89. (CESPE/ Professor da Educação Básica - SEDF /2017) A respeito


dos princípios da administração pública e da organização
administrativa, julgue o item a seguir.

Se uma autoridade pública, ao dar publicidade a determinado programa


de governo, fizer constar seu nome de modo a caracterizar promoção
pessoal, então, nesse caso, haverá, pela autoridade, violação de
preceito relacionado ao princípio da impessoalidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


147
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

90. (CESPE/ Nível Médio - SEDF /2017) Em relação aos princípios da


administração pública e à organização administrativa, julgue o item que
se segue.

O administrador, quando gere a coisa pública conforme o que na lei


estiver determinado, ciente de que desempenha o papel de mero gestor
de coisa que não é sua, observa o princípio da indisponibilidade do
interesse público.

91. (CESPE/ Escrivão de Polícia Civil - PC-GO /2016) Sem ter sido
aprovado em concurso público, um indivíduo foi contratado para
exercer cargo em uma delegacia de polícia de determinado município,
por ter contribuído na campanha política do agente contratante.

Nessa situação hipotética, ocorreu, precipuamente, violação do


princípio da

a) supremacia do interesse público.

b) impessoalidade.

c) eficiência.

d) publicidade.

e) indisponibilidade.

92. (CESPE/ Analista de Controle - TCE-PR /2016) Quando a União


firma um convênio com um estado da Federação, a relação jurídica
envolve a União e o ente federado e não a União e determinado
governador ou outro agente. O governo se alterna periodicamente nos
termos da soberania popular, mas o estado federado é permanente. A
mudança de comando político não exonera o estado das obrigações
assumidas. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem
entendido que a inscrição do nome de estado-membro em cadastro

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


148
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

federal de inadimplentes devido a ações e(ou) omissões de gestões


anteriores não configura ofensa ao princípio da administração pública
denominado princípio do(a)

a) intranscendência.

b) contraditório e da ampla defesa.

c) continuidade do serviço público.

d) confiança legítima.

e) moralidade.

93. (CESPE/ Auditor de Controle Externo - TCE-PA /2016) Acerca dos


servidores públicos, dos poderes da administração pública e do regime
jurídico-administrativo, julgue o item que se segue.

A supremacia do interesse público sobre o interesse particular, embora


consista em um princípio implícito na Constituição Federal de 1988,
possui a mesma força dos princípios que estão explícitos no referido
texto, como o princípio da moralidade e o princípio da legalidade.

94. (CESPE/ Auditor de Controle Externo - TCE-PA /2016) Acerca de


função administrativa e atos administrativos, julgue o item a seguir.

Em razão do princípio da indisponibilidade do interesse público, o


Estado somente poderá exercer sua função administrativa sob o regime
de direito público.

95. (CESPE/ Escrivão de Polícia Civil - PC-PE /2016) Julgue o item a


seguir:

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


149
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

A possibilidade que tem a administração pública de, nos termos da lei,


constituir terceiros em obrigações mediante atos unilaterais constitui
aplicação do princípio da supremacia do interesse público.

96. (CESPE/ Técnico Judiciário - Área Administrativa - TRT - 8ª Região


/2016) A respeito dos princípios da administração pública, assinale a
opção correta.

a) Em decorrência do princípio da autotutela, apenas o Poder Judiciário


pode revogar atos administrativos.

b) O princípio da indisponibilidade do interesse público e o princípio da


supremacia do interesse público equivalem-se.

c) Estão expressamente previstos na CF o princípio da moralidade e o


da eficiência.

d) O princípio da legalidade visa garantir a satisfação do interesse


público.

e) A exigência da transparência dos atos administrativos decorre do


princípio da eficiência.

97. (CESPE/ Analista Judiciário - Serviço Social - TRT - 8ª Região


/2016) Assinale a opção correta a respeito dos princípios da
administração pública.

a) O princípio da eficiência deve ser aplicado prioritariamente, em


detrimento do princípio da legalidade, em caso de incompatibilidade na
aplicação de ambos.

b) Os institutos do impedimento e da suspeição no âmbito do direito


administrativo são importantes corolários do princípio da
impessoalidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


150
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

c) A administração deve, em caso de incompatibilidade, dar preferência


à aplicação do princípio da supremacia do interesse público em
detrimento do princípio da legalidade.

d) A publicidade, princípio basilar da administração pública, não pode


sofrer restrições.

e) A ofensa ao princípio da moralidade pressupõe afronta também ao


princípio da legalidade.

98. (CESPE/ Juiz de Direito - TJ-DF /2016) Um prefeito, no curso de


seu mandato e atendendo a promessa de campanha, realizou e finalizou
a construção de uma ponte sobre o rio que corta a cidade, inaugurando-
a na metade de seu mandato. Considerando a situação hipotética
apresentada, assinale a opção correta.

a) Em consonância com o princípio constitucional da eficiência, o


contrato administrativo deveria ser anulado caso fosse ultrapassado o
lapso temporal estipulado no instrumento contratual para a execução
do objeto.

b) Em atenção ao princípio da impessoalidade, o prefeito não poderá


apresentar propaganda em que conste vinculação direta de seu nome à
realização da obra, mas nada obsta que sua imagem seja veiculada no
outdoor da publicidade da conclusão da ponte.

c) O princípio da autotutela autorizaria o prefeito a anular ou revogar a


licitação de ofício caso fosse constatada ilegalidade no procedimento.

d) Caso houvesse descumprimento de cláusulas contratuais pela


empresa contratada, o princípio da supremacia do interesse público
facultaria a rescisão unilateral do contrato pela administração pública.

e) A decretação, pelo prefeito, do sigilo dos atos referentes à


contratação e à execução do contrato, com a finalidade de evitar a
pressão de grandes empreiteiras e de prestigiar pequena empresa

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


151
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

sediada no município, contratada diretamente para execução da obra,


não configura desrespeito ao princípio constitucional da publicidade.

GABARITO

01.C 02.E 03.E 04.E 05.C 06.C 07.E 08.E

09.C 10.E 11.E 12.E 13.E 14.E 15.C 16.C

17.C 18.C 19.C 20.C 21.E 22.E 23.E 24.C

25.E 26.E 27.C 28.C 29.E 30.E 31.E 32.E

33.C 34.E 35.E 36.C 37.E 38.E 39.D 40.E

41.E 42.C 43.E 44.E 45.E 46.C 47.E 48.E

49.E 50.E 51.C 52.E 53.C 54.E 55.E 56.E

57.C 58.C 59.C 60.E 61.C 62.E 63.E 64.E

65.C 66.C 67.C 68.C 69.E 70.E 71.C 72.E

73.E 74.C 75.C 76.E 77.C 78.E 79.E 80.E

81.E 82.E 83.E 84.E 85.E 86.C 87.E 88.E

89.C 90.C 91.B 92.A 93.C 94.E 95.C 96.C

97.B 98.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


152
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

QUESTÕES COMENTADAS- BATERIA “CESPE”

QUESTÕES CESPE COMENTADAS

(CESPE/Auditor Federal de Controle Externo – TCU/2015) No que se


refere a ato administrativo, agente público e princípios da
administração pública, julgue o próximo item.

01. De acordo com entendimento dominante, é legítima a publicação


em sítio eletrônico da administração pública dos nomes de seus
servidores e do valor dos vencimentos e das vantagens pecuniárias a
que eles fazem jus.

No julgamento da Suspensão de Segurança nº 3902/SP, que ocorreu em


09/06/2011, o Supremo Tribunal Federal decidiu que a divulgação dos
vencimentos brutos de servidores, a ser realizada oficialmente, constituiria
interesse coletivo, sem implicar violação à intimidade e à segurança deles, uma
vez que esses dados diriam respeito a agentes públicos em exercício nessa
qualidade. Afirmou-se, ademais, que não seria permitida a divulgação do
endereço residencial, CPF e RG de cada um, mas apenas de seu nome e
matrícula funcional. Assertiva correta.

02. O princípio da eficiência, considerado um dos princípios inerentes à


administração pública, não consta expressamente na CF.

O princípio da eficiência consta expressamente no caput do art. 37 da CF/1988.


Todavia, deve ficar claro que somente foi introduzido no texto constitucional em
1998, com a promulgação da Emenda Constitucional nº. 19. Antes disso, ele
era considerado um princípio implícito. Assertiva incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


153
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/Técnico Federal de Controle Externo – TCU/2015) No que se


refere aos princípios e conceitos da administração pública e aos
servidores públicos, julgue o próximo item.

03. Ofenderá o princípio da impessoalidade a atuação administrativa


que contrariar, além da lei, a moral, os bons costumes, a honestidade
ou os deveres de boa administração.

O princípio da moralidade, também previsto expressamente no artigo 37,


caput, da Constituição Federal de 1988, determina que os atos e atividades da
Administração devem obedecer não só à lei, mas também à própria moral, pois
nem tudo que é legal é honesto. Como consequência do princípio da moralidade
(e não da impessoalidade), os agentes públicos devem agir com honestidade,
boa-fé e lealdade, respeitando a isonomia e demais preceitos éticos. Assertiva
incorreta.

(CESPE/Administrador – FUB/2015) Julgue o item subsecutivo, de


acordo com os princípios que compõem o direito administrativo
brasileiro.

04. A ação administrativa tendente a beneficiar ou a prejudicar


determinada pessoa viola o princípio da isonomia.

O princípio da impessoalidade impõe à Administração Pública a obrigação de


conceder tratamento isonômico a todos os administrados que se
encontrarem em idêntica situação jurídica. Assim, fica vedado o tratamento
privilegiado a um ou alguns indivíduos em função de amizade, parentesco ou
troca de favores. Da mesma forma, o princípio também veda aos
administradores que pratiquem atos prejudiciais ao particular em razão de
inimizade ou perseguição política, por exemplo.

Penso que a questão é passível de recurso, pois, da forma que o enunciado foi
exposto, também poderia caracterizar violação ao princípio da isonomia. De
qualquer forma, a banca manteve o gabarito. Assertiva incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


154
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

05. O agente público só poderá agir quando houver lei que autorize a
prática de determinado ato.

Segundo o saudoso professor Hely Lopes Meirelles, “enquanto os indivíduos, no


campo privado, podem fazer tudo o que a lei não veda, o administrador
público só pode atuar onde a lei autoriza”. Assertiva correta.

(CESPE/Auditor – FUB/2015) No que concerne ao regime jurídico-


administrativo, julgue o item subsequente.

06. A proteção da confiança, desdobramento do princípio da segurança


jurídica, impede a administração de adotar posturas manifestadamente
contraditórias, ou seja, externando posicionamento em determinado
sentido, para, em seguida, ignorá-lo, frustrando a expectativa dos
cidadãos de boa-fé.

O princípio da proteção à confiança não possui previsão expressa no


ordenamento jurídico brasileiro. Para a doutrina majoritária, trata-se de
princípio que corresponde ao aspecto subjetivo da segurança jurídica. A
atividade administrativa deve ser pautada na estabilidade e previsibilidade,
prestigiando-se a confiança depositada pelo administrado de boa-fé e que o
levou a usufruir dos direitos concedidos pelo respectivo ato. Assim, não deve
ser surpreendido e prejudicado futuramente por eventual decisão administrativa
de extinção de seus efeitos sob a alegação de equivocada ou má interpretação
da legislação vigente. Assertiva correta.

07. O princípio da segurança jurídica não se sobrepõe ao da legalidade,


devendo os atos administrativos praticados em violação à lei, em todo
caso, ser anulados, a qualquer tempo.

Não há hierarquia entre princípios, apesar de ser muito comum em provas de


concursos questões afirmando que o princípio da supremacia do interesse
público sobre o privado é superior aos demais (assertivas incorretas,

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


155
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

obviamente!). Também costumam fazem essa afirmação em relação ao


princípio da legalidade e ao da segurança jurídica, o que não é verdade.

Ademais, deve ficar claro que nem todo ato administrativo contrário à lei deve
ser anulado. Caso o vício de ilegalidade esteja presente nos requisitos forma
ou competência, admitir-se-á a convalidação em alguns casos (quando não se
tratar de competência exclusiva, por exemplo). Assertiva incorreta.

(CESPE/Assistente em administração – FUB/2015) A administração


pública é regida por princípios fundamentais que atingem todos os
entes da Federação: União, estados, municípios e o Distrito Federal.
Com relação a esse assunto, julgue o item subsecutivo.

08. A pretexto de atuar eficientemente, é possível que a administração


pratique atos não previstos na legislação.

A busca pela eficiência, princípio previsto expressamente no art. 37, caput, da


CF, não pode servir de pretexto para que a Administração Pública pratique atos
não previstos na legislação. O administrador somente pode agir quando
autorizado pela lei ou quando houver determinação legal. Assertiva
incorreta.

09. O princípio da legalidade limita a atuação do Estado à legislação


existente.

Por força do princípio da legalidade, o administrador público tem sua atuação


limitada ao que estabelece a lei, aspecto que o difere do particular, a quem
tudo se permite se não houver proibição legal.

Todavia, penso que a questão é passível de recurso, pois, pela forma que o
enunciado foi apresentado, excluiu-se a necessidade de observância aos
princípios administrativos. Assertiva correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


156
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

10. De acordo com o princípio da moralidade, os agentes públicos


devem atuar de forma neutra, sendo proibida a atuação pautada pela
promoção pessoal.

É o princípio da impessoalidade que impõe que o agente público atue de forma


neutra, deixando de privilegiar os amigos ou prejudicar os inimigos. Ademais,
impõe que os cargos ou atividades administrativas não sejam utilizados para a
promoção pessoal do agente. Assertiva incorreta.

11. Apesar de o princípio da moralidade exigir que os atos da


administração pública sejam de ampla divulgação, veda-se a
publicidade de atos que violem a vida privada do cidadão.

É o princípio da publicidade que impõe que a Administração Pública conceda aos


seus atos a mais ampla divulgação possível entre os administrados, pois só
assim estes poderão fiscalizar e controlar a legitimidade das condutas
praticadas pelos agentes públicos. Assertiva incorreta.

12. Na hierarquia dos princípios da administração pública, o mais


importante é o princípio da legalidade, o primeiro a ser citado na CF.

Não há hierarquia entre princípios, apesar de ser muito comum em provas de


concursos questões afirmando que o princípio da supremacia do interesse
público sobre o privado é superior aos demais (assertivas incorretas,
obviamente!). Também costumam fazem essa afirmação em relação ao
princípio da legalidade, o que não é verdade. Assertiva incorreta.

(CESPE/Técnico – MPU/2015) O servidor responsável pela segurança


da portaria de um órgão público desentendeu-se com a autoridade
superior desse órgão. Para se vingar do servidor, a autoridade
determinou que, a partir daquele dia, ele anotasse os dados completos
de todas as pessoas que entrassem e saíssem do imóvel.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


157
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

13. O ato praticado pela autoridade superior, como todos os atos da


administração pública, está submetido ao princípio da moralidade,
entretanto, considerações de cunho ético não são suficientes para
invalidar ato que tenha sido praticado de acordo com o princípio da
legalidade.

Nem tudo que é legal é moral. Assim, atos praticados em conformidade com a
legislação vigente podem ser posteriormente anulados, caso fique demonstrada
expressa violação ao princípio da moralidade. Assertiva incorreta.

(CESPE/Nível Superior – FUB/2015) Com base no que dispõem a Lei n.º


9.784/1999, o Estatuto e o Regimento Geral da UnB, julgue os itens
que se seguem.

14. Como decorrência dos princípios da legalidade e da segurança


jurídica, é correto afirmar que os processos administrativos regidos
pela Lei n.º 9.784/1999 devem, em regra, guardar estrita
correspondência com as formas estabelecidas para cada espécie
processual, podendo a lei, em determinadas hipóteses, dispensar essa
exigência.

A Lei 9.784/99, em seu art. 22, dispõe que “os atos do processo administrativo
não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a
exigir”. Sendo assim, pode-se concluir que existe uma regra e a exceção. A
regra é a de que os atos do processo administrativo não dependem de forma
determinada, consequência do princípio do informalismo. Todavia, em
caráter excepcional, deve ficar claro que pode ocorrer de a lei estabelecer uma
forma específica para a realização dos respectivos atos.

Perceba que o enunciado simplesmente inverteu as informações contidas no art.


22 da Lei 9.784/1999, portanto, deve ser considerado incorreto.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


158
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/Técnico Judiciário – TRE-GO/2015) No que se refere ao regime


jurídico-administrativo brasileiro e aos princípios regentes da
administração pública, julgue o próximo item.

15. Por força do princípio da legalidade, o administrador público tem


sua atuação limitada ao que estabelece a lei, aspecto que o difere do
particular, a quem tudo se permite se não houver proibição legal.

Segundo Hely Lopes Meirelles, “enquanto os indivíduos, no campo privado,


podem fazer tudo o que a lei não veda, o administrador público só pode
atuar onde a lei autoriza”. Assertiva correta.

16. Em decorrência do princípio da impessoalidade, previsto


expressamente na Constituição Federal, a administração pública deve
agir sem discriminações, de modo a atender a todos os administrados e
não a certos membros em detrimento de outros.

O princípio da impessoalidade impõe à Administração Pública a obrigação de


conceder tratamento isonômico a todos os administrados que se
encontrarem em idêntica situação jurídica. Assim, fica vedado o tratamento
privilegiado a um ou alguns indivíduos em função de amizade, parentesco ou
troca de favores. Da mesma forma, o princípio também veda aos
administradores que pratiquem atos prejudiciais ao particular em razão de
inimizade ou perseguição política, por exemplo. Assertiva correta.

17. O princípio da eficiência está previsto no texto constitucional de


forma explícita.

O princípio da eficiência somente foi introduzido no texto constitucional em


1998, com a promulgação da Emenda Constitucional nº. 19. Antes disso, ele
era considerado um princípio implícito, porém, atualmente consta na
CF/1988 de forma explícita. Assertiva correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


159
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

18. O regime jurídico-administrativo brasileiro está fundamentado em


dois princípios dos quais todos os demais decorrem, a saber: o princípio
da supremacia do interesse público sobre o privado e o princípio da
indisponibilidade do interesse público.

O regime jurídico-administrativo pauta-se sobre os princípios da supremacia do


interesse público sobre o particular e o da indisponibilidade do interesse público
pela administração, ou seja, erige-se sobre o binômio “prerrogativas da
administração — direitos dos administrados”. O princípio da indisponibilidade do
interesse público impõe para a Administração Pública uma série de limitações
ou restrições denominadas “sujeições”, que realmente têm o objetivo de
resguardar o interesse público. Assertiva correta.

(CESPE/Técnico Federal de Controle Externo – TCU/2015) 19. Se for


imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, será permitido o
sigilo dos atos administrativos.

O art. 5º, XXXIII, da CF/1988, prevê duas hipóteses de restrição à publicidade


dos atos da Administração Pública: a) quando for imprescindível à segurança
da sociedade, a exemplo das informações que possam colocar em risco a vida,
a segurança ou a saúde da população; b) se necessário à segurança do
Estado, a exemplo das informações sobre a defesa nacional, que podem pôr
em risco a defesa e a soberania nacional ou a integridade do território nacional.
Assertiva correta.

(CESPE/Técnico Federal de Controle Externo – TCU/2015) 20.


Conforme a teoria dos motivos determinantes, a validade do ato
administrativo vincula-se aos motivos que o determinaram, sendo,
portanto, nulo o ato administrativo cujo motivo estiver dissociado da
situação de direito ou de fato que determinou ou autorizou a sua
realização.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


160
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que, de acordo com a teoria dos
motivos determinantes, os motivos que determinam a vontade do agente,
isto é, os fatos que serviram de suporte à sua decisão, integram a validade do
ato. Sendo assim, a invocação de “motivos de fato” falsos, inexistentes ou
incorretamente qualificados vicia o ato mesmo quando, conforme já se disse, a
lei não haja estabelecido, antecipadamente, os motivos que ensejariam a
prática do ato. Uma vez enunciados pelo agente os motivos em que se calçou,
ainda quando a lei não haja expressamente imposto a obrigação de enunciá-los,
o ato só será válido se estes realmente ocorreram e o justificavam. Assertiva
correta.

(CESPE/ Juiz de Direito Substituto - TJ-DFT/2014 - adaptada)


Considerando a relevância dos princípios do direito administrativo para
atividade de administrador público, julgue os itens seguintes:

21. Estando o administrador diante de ato administrativo viciado, o


princípio da segurança jurídica lhe confere a opção, observado o
critério de conveniência e oportunidade, de convalidar o ato se o vício
for sanável, reconhecer a sua estabilização pelo decurso do tempo,
modular os efeitos da anulação ou, ainda, invalidar o ato, com efeitos
ex tunc.

O erro do enunciado está no fato de ter afirmado ser possível “modular os


efeitos da anulação” do ato administrativo, o que não é verdade. Quando um
ato administrativo é anulado, os efeitos serão sempre ex tunc, não se admitindo
a respectiva modulação (anulação com efeitos ex nunc, por exemplo). Assertiva
incorreta.

22. O princípio da supremacia do interesse público vem sendo


questionado pela doutrina, em especial, após a CF, que estabeleceu o
Estado democrático de direito e assegurou direitos e garantias

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


161
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

individuais acima dos interesses do Estado, não existindo, por outro


lado, norma constitucional que respalde a permanência de tal princípio
no ordenamento jurídico.

Podemos considerar correta a afirmação de que o princípio da supremacia do


interesse público vem sendo questionado pela doutrina (parte dela, mais
precisamente). Todavia, a segunda parte do enunciado afirma que não existe
norma constitucional que respalde a permanência de tal princípio no
ordenamento jurídico, o que não é verdade. A título de exemplo, podemos citar
o art. 5º, XXIV, da CF/1988, que se refere ao procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social.
Assertiva incorreta.

23. O princípio da eficiência funciona como diretriz a ser seguida pelo


administrador, mas não pode ser utilizado como parâmetro de controle
externo pelo tribunal de contas para fins de verificação de regularidade
dos atos e contratos celebrados pelos administradores públicos.

O art. 74, II, da CF/1988, dispõe que os Poderes Legislativo, Executivo e


Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a
finalidade de comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e
entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos
públicos por entidades de direito privado. No mesmo sentido, o princípio da
eficiência também pode (e deve) ser utilizado pelo tribunal de contas para fins
de verificação de regularidade dos atos e contratos celebrados pelos
administradores públicos. Assertiva incorreta.

24. A violação de princípios da administração pública, tais como da


moralidade, da impessoalidade e da eficiência, caracteriza ato de

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


162
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

improbidade administrativa, desde que comprovado o dolo, ainda que


genérico, do agente.

No julgamento do Recurso Especial 997.564/SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves,


DJe 17∕11∕2010, o Superior Tribunal de Justiça ratificou o entendimento de que
“se faz necessária a comprovação dos elementos subjetivos para que se repute
uma conduta como ímproba (dolo, nos casos dos artigos 11 e 9º e, ao menos,
culpa, nos casos do artigo 10), afastando-se a possibilidade de punição com
base tão somente na atuação do mal administrador ou em supostas
contrariedades aos ditames legais referentes à licitação, visto que nosso
ordenamento jurídico não admite a responsabilização objetiva dos agentes
públicos”. Assertiva correta.

25. Na esfera de atuação do poder de polícia, não pode a administração


pública efetuar a demolição de obra irregular de forma sumária, sem
observar os princípios do contraditório e da ampla defesa, devendo
haver a oitiva prévia do interessado.

Um dos atributos do poder de polícia é a autoexecutoriedade, que assegura à


Administração Pública a prerrogativa de executar as suas próprias decisões sem
a necessidade de autorização do Poder Judiciário ou oitiva do interessado,
principalmente em situações de urgência/emergência. Assertiva incorreta.

(CESPE/Técnico - ANTAQ/2014) Com relação à administração pública e


seus princípios fundamentais, julgue os próximos itens.

26. O princípio da publicidade está relacionado à exigência de ampla


divulgação dos atos administrativos e de transparência da
administração pública, condições asseguradas, sem exceção, ao
cidadão.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


163
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Assim como ocorre na esfera judicial, em que certos atos podem ter sua
publicidade restrita em virtude da preservação da intimidade das partes, alguns
atos administrativos também poderão ter sua publicidade restrita com amparo
em dispositivo da Constituição Federal, o que invalida o enunciado.

O art. 5º, XXXIII, da CF/1988, prevê duas hipóteses de restrição à publicidade


dos atos da Administração Pública:

a) quando for imprescindível à segurança da sociedade, a exemplo das


informações que possam colocar em risco a vida, a segurança ou a saúde da
população;

b) se necessário à segurança do Estado, a exemplo das informações sobre a


defesa nacional, que podem pôr em risco a defesa e a soberania nacional ou a
integridade do território nacional.

(CESPE/ Analista Administrativo - ANATEL/2014) Julgue o item, a


respeito de atos e processos administrativos.

27. Atualmente, no âmbito federal, todo ato administrativo restritivo de


direitos deve ser expressamente motivado.

A Lei 9.784/99, em seu art. 50, dispõe que os atos administrativos deverão ser
motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I -
neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses. Assertiva correta.

(CESPE/ Titular de Serviços de Notas e de Registros - TJ-SE/2014 -


adaptada) Considerando os conceitos do direito administrativo e os
princípios do regime jurídico-administrativo, julgue os itens seguintes:

28. O princípio da proteção à confiança legitima a possibilidade de


manutenção de atos administrativos inválidos.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


164
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Maria Sylvia Zanella Di Pietro afirma que, “na realidade, o princípio da proteção
à confiança leva em conta a boa-fé do cidadão, que acredita e espera que os
atos praticados pelo Poder Público sejam lícitos e, nessa qualidade, serão
mantidos e respeitados pela própria Administração e por terceiros”. A atividade
administrativa deve ser pautada na estabilidade e previsibilidade,
prestigiando-se a confiança depositada pelo administrado de boa-fé e que o
levou a usufruir dos direitos concedidos pelo respectivo ato. Assim, não deve
ser surpreendido e prejudicado futuramente por eventual decisão administrativa
de extinção de seus efeitos sob a alegação de equivocada ou má interpretação
da legislação vigente. Assertiva correta.

29. Consoante o critério da administração pública, o direito


administrativo é o ramo do direito que tem por objeto as atividades
desenvolvidas para a consecução dos fins estatais, excluídas a
legislação e a jurisdição.

Na busca de conceituação do Direito Administrativo encontra-se o critério da


Administração Pública, segundo o qual, sinteticamente, o Direito
Administrativo deve ser concebido como “o conjunto de princípios que regem a
Administração Pública”. O critério a que se refere o enunciado é o residual,
portanto, assertiva incorreta.

30. Adotando-se o critério do serviço público, define-se direito


administrativo como o conjunto de princípios jurídicos que disciplinam
a organização e a atividade do Poder Executivo e de órgãos
descentralizados, além das atividades tipicamente administrativas
exercidas pelos outros poderes.

O erro do enunciado está no fato de ter citado o "critério do serviço público"


mas ter utilizado informações sobre o "critério do Poder Executivo" para
conceituá-lo.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


165
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Seguido por Duguit, Bonnard e Gastón Jèze, o critério do serviço


público restringia o Direito Administrativo à organização e prestação
de serviços públicos, não fazendo nenhuma distinção entre a atividade
jurídica do Estado e o serviço público, que é atividade material.

Entretanto, é sabido que várias são as atividades finalísticas exercidas pela


Administração Pública, a exemplo do fomento, polícia administrativa e
intervenção administrativa, o que tornou esse critério insuficiente para a
conceituação do Direito Administrativo.

Por sua vez, segundo o critério do Poder Executivo, o Direito Administrativo


pode ser conceituado como o conjunto de princípios e regras que disciplina a
organização e o funcionamento do Poder Executivo. Assertiva incorreta.

31. São fontes primárias do direito administrativo os regulamentos, a


doutrina e os costumes.

As fontes primárias, também denominadas de diretas ou principais, são aquelas


que primeiramente devem pautar as condutas administrativas, legitimando as
atividades exercidas pelas entidades, agentes e órgãos públicos. Tanto a
Constituição Federal como a lei em sentido estrito constituem fontes
primárias do Direito Administrativo. Por sua vez, a doutrina e os costumes são
denominadas fontes secundárias do Direito Administrativo. Assertiva
incorreta.

32. Dado o princípio da supremacia do interesse público sobre o


privado, é possível à administração pública, mediante portaria, impor
vedações ou criar obrigações aos administrados.

Em decorrência do princípio da legalidade, a Administração Pública não pode,


por simples ato administrativo (portaria, por exemplo), conceder direitos de
qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações aos administrados; para
tanto, ela depende de lei aprovada pelo Poder Legislativo. Assertiva incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


166
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/ Analista Judiciário – Direito - TJ-SE/2014) No que se refere


aos princípios que regem a administração pública, julgue os seguintes
itens.

33. Em consonância com os princípios constitucionais da


impessoalidade e da moralidade, o STF, por meio da Súmula Vinculante
n.º 13, considerou proibida a prática de nepotismo na administração
pública, inclusive a efetuada mediante designações recíprocas —
nepotismo cruzado.

O texto da súmula vinculante nº 13 também veda a prática do nepotismo


cruzado, isto é, o ajuste mediante designações recíprocas realizadas por
autoridades públicas distintas. É o que ocorre, por exemplo, quando o Juiz da
1ª Vara Cível da comarca de Montes Claros/MG nomeia como sua assessora a
esposa do Juiz da 2ª Vara Criminal da cidade de Sete Lagoas/MG. De outro
lado, este decide nomear como assessor o irmão daquele. Enfim, nada mais do
que uma “troca de favores”. Assertiva correta.

(CESPE/ Técnico Judiciário - TJ-CE/2014 - adaptada) Com relação aos


princípios que fundamentam a administração pública, assinale a opção
correta.

34. A publicidade marca o início da produção dos efeitos do ato


administrativo e, em determinados casos, obriga ao administrado seu
cumprimento.

Para responder às questões de prova, lembre-se sempre de que existem alguns


atos administrativos que não exigem publicação e/ou publicidade, mas, mesmo
assim, produzem os seus respectivos efeitos (é o caso, por exemplo, de alguns
atos internos ou sigilosos). Assertiva incorreta.

35. Pelo princípio da autotutela, a administração pode, a qualquer


tempo, anular os atos eivados de vício de ilegalidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


167
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

A Lei 9.784/99, em seu art. 54, dispõe que “o direito da Administração de


anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé”. Assertiva incorreta.

36. O regime jurídico-administrativo compreende o conjunto de regras


e princípios que norteia a atuação do poder público e o coloca numa
posição privilegiada.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro conceitua o regime jurídico-administrativo como


“o conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a Administração e
que não se encontram nas relações entre particulares”. Nesse caso, o Estado se
apresentará em situação de superioridade em relação aos particulares, sendo
estabelecida uma relação vertical entre a Administração Pública e os
administrados, fato que lhe outorgará diversas prerrogativas necessárias à
satisfação do interesse público. Assertiva correta.

37. A necessidade da continuidade do serviço público é demonstrada,


no texto constitucional, quando assegura ao servidor público o
exercício irrestrito do direito de greve.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 37, VII, dispõe que o direito de
greve dos servidores púbicos será exercido nos termos e nos limites
definidos em lei específica. Desse modo, fica claro que não há exercício
irrestrito do direito de greve. Assertiva incorreta.

38. O princípio da motivação dos atos administrativos, que impõe ao


administrador o dever de indicar os pressupostos de fato e de direito
que determinam a prática do ato, não possui fundamento
constitucional.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


168
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

A necessidade geral de motivação dos atos administrativos não está prevista


expressamente no artigo 37 da Constituição Federal de 1988, mas consta no
artigo 93, X (em relação aos atos administrativos editados pelo Poder
Judiciário) e 129, § 4º (em relação aos atos administrativos editados pelo
Ministério Público). Assertiva incorreta.

39. (CESPE/ Técnico Judiciário - TJ-CE/2014) Assinale a opção que


explicita o princípio da administração pública na situação em que um
administrador público pratica ato administrativo com finalidade pública,
de modo que tal finalidade é unicamente aquela que a norma de direito
indica como objetivo do ato.

a) eficiência

b) moralidade

c) razoabilidade

d) impessoalidade

e) segurança jurídica

Comentários

Sob um de seus aspectos, o princípio da impessoalidade pode ser estudado


como uma aplicação do princípio da finalidade, pois o objetivo maior da
Administração deve ser sempre a satisfação do interesse público.

A finalidade deve ser observada tanto em sentido amplo quanto em


sentido estrito. Em sentido amplo, a finalidade dos atos editados pela
Administração Pública sempre será a satisfação imediata do interesse público.
Em sentido estrito, é necessário que se observe também a finalidade
específica de todo ato praticado pela Administração, sempre prevista em lei.

Gabarito: Letra d.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


169
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/Analista Judiciário - TJ-CE/2014 - adaptada) Com base no


regime jurídico-administrativo e nos princípios da administração
pública, julgue os itens seguintes:

40. O princípio da proteção à confiança, de origem no direito norte-


americano, corresponde ao aspecto objetivo da segurança jurídica,
podendo ser invocado para a manutenção de atos administrativos
inválidos quando o prejuízo resultante da anulação for maior que o
decorrente da manutenção do ato ilegal.

O princípio da proteção à confiança não possui previsão expressa no


ordenamento jurídico brasileiro. Para a doutrina majoritária, trata-se de
princípio que corresponde ao aspecto subjetivo da segurança jurídica. Maria
Sylvia Zanella Di Pietro afirma que, “na realidade, o princípio da proteção à
confiança leva em conta a boa-fé do cidadão, que acredita e espera que os atos
praticados pelo Poder Público sejam lícitos e, nessa qualidade, serão mantidos e
respeitados pela própria Administração e por terceiros. Assertiva incorreta.

41. O princípio da razoabilidade é considerado um princípio implícito da


administração pública, por não se encontrar previsto explicitamente na
legislação constitucional ou infraconstitucional.

Em termos gerais o princípio da razoabilidade realmente é considerado


implícito, pois não possui previsão expressa no texto constitucional. Todavia,
deve ficar claro que tal princípio possui previsão expressa no art. 2º da Lei
9.784/1999, portanto, deve ser observado obrigatoriamente por toda a
Administração Pública Federal. Assertiva incorreta.

42. As restrições ou sujeições especiais no desempenho da atividade de


natureza pública são consideradas consequências do princípio da
supremacia do interesse público sobre o privado, que integra o
conteúdo do regime jurídico- administrativo.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


170
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Maria Sylvia Zanella Di Pietro afirma que se o princípio da supremacia do


interesse público sobre o privado assegura “privilégios” (prerrogativas) para a
Administração Pública, de outro lado, o princípio da indisponibilidade do
interesse público impõe restrições, isto é, sujeições ou limitações à
atividade administrativa, gerando a responsabilização civil, penal e
administrativa dos agentes que as desrespeitarem. Dentre tais restrições,
citem-se a observância da finalidade pública, bem como os princípios da
moralidade administrativa e da legalidade, a obrigatoriedade de dar publicidade
aos atos administrativos e, como decorrência dos mesmos, a sujeição à
realização de concursos para seleção de pessoal e de concorrência pública para
a elaboração de acordos com particulares.

Analisando-se o texto do enunciado, constata-se que a banca afirmou que as


restrições ou sujeições são consequências do princípio da supremacia do
interesse público, o que não é tecnicamente verdadeiro. Todavia, por incrível
que pareça, o gabarito original foi mantido e a questão não foi anulada.
Assertiva correta.

43. De acordo com o princípio da tutela, a administração pública direta,


com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades
estabelecidas nos contratos, fiscaliza apenas as atividades
desempenhadas pelas empresas concessionárias e permissionárias de
serviço público.

O princípio da tutela, também conhecido como princípio do controle, permite


que a Administração Pública Direta (União, Estados, Municípios e Distrito
Federal) fiscalize e controle as atividades exercidas pelas entidades da
Administração Pública Indireta (autarquias, fundações públicas, sociedades
de economia mista, empresas públicas e consórcios públicos de direito público)
a fim de que cumpram as finalidades legais reproduzidas em seus atos
constitutivos. Assertiva incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


171
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

44. Em observância ao princípio da motivação, deve a administração


pública indicar os fundamentos de fato e de direito de suas decisões,
sendo dispensável esse princípio quando se tratar da prática de atos
discricionários.

Em regra, todos os atos administrativos devem ser motivados, sejam eles


discricionários ou vinculados. Apenas em situações excepcionais dispensa-se a
motivação de alguns atos administrativos discricionários, a exemplo da
nomeação e exoneração para cargos em comissão. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista Judiciário - TJ-CE/2014 - adaptada) No que se refere


ao regime jurídico administrativo, julgue os itens seguintes.

45. A criação de órgão público deve ser feita, necessariamente, por lei;
a extinção de órgão, entretanto, dado não implicar aumento de
despesa, pode ser realizada mediante decreto.

A extinção ou criação de órgãos públicos deve ser criada necessariamente por


lei. Assertiva incorreta.

46. A autotutela administrativa compreende tanto o controle de


legalidade ou legitimidade quanto o controle de mérito.

A autotutela, uma decorrência do princípio constitucional da legalidade, é o


controle que a administração exerce sobre os seus próprios atos, o que lhe
confere a prerrogativa de anulá-los (controle de legalidade) ou revogá-los
(controle de mérito), sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário.
Assertiva correta.

47. A motivação deve ser apresentada concomitantemente à prática do


ato administrativo.

No julgamento do agravo regimental no recurso em mandado de segurança nº


40.427/DF, cujo acórdão foi publicado no DJE de 10/09/2013, a Primeira Turma

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


172
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

do Superior Tribunal de Justiça decidiu que se no momento da edição do ato


administrativo não ocorreu a sua respectiva motivação, maculando-o de
invalidade, nada impede que a Administração Pública a apresente
posteriormente, quando provocada, convalidando o vício até então existente no
ato. Para tanto, faz-se necessário que a Administração Pública demonstre os
seguintes requisitos: I - que o motivo extemporaneamente alegado preexistia;
II – que era idôneo para justificar o ato e III - que tal motivo foi a razão
determinante da prática do ato. Assertiva incorreta.

48. De acordo com o princípio da publicidade, que tem origem


constitucional, os atos administrativos devem ser publicados em diário
oficial.

Em regra, os atos editados no âmbito da Administração Pública serão


divulgados através do Diário Oficial do respectivo ente federativo (União,
Estados, Municípios e Distrito Federal). Todavia, alguns municípios, por mais
absurdo que possa parecer, ainda não criaram os seus diários oficiais. Nesse
caso, admite-se a divulgação através da afixação dos atos em quadros ou
murais de avisos, geralmente localizados no saguão da sede do Poder
Executivo (Prefeitura) ou da Câmara de Vereadores. Assertiva incorreta.

49. No Brasil, ao contrário do que ocorre nos países de origem anglo-


saxã, o costume não é fonte do direito administrativo.

No Brasil o costume também é considerado fonte do Direito Administrativo,


porém, fonte secundária. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista - TC-DF/2014) Acerca do regime jurídico


administrativo, julgue o próximo item.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


173
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

50. O princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse


privado é um dos pilares do regime jurídico administrativo e autoriza a
administração pública a impor, mesmo sem previsão no ordenamento
jurídico, restrições aos direitos dos particulares em caso de conflito
com os interesses de toda a coletividade.

O princípio da supremacia do interesse público realmente é um dos pilares do


regime jurídico-administrativo. Entretanto, lembre-se sempre de que somente
a lei pode impor restrições aos direitos dos particulares. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista de Administração Pública - TC-DF/2014) Suponha que


um servidor público fiscal de obras do DF, no intuito de prejudicar o
governo, tenha determinado o embargo de uma obra de canalização de
águas pluviais, sem que houvesse nenhuma irregularidade. Em razão
da paralisação, houve atraso na conclusão da obra, o que causou
muitos prejuízos à população. Com base nessa situação hipotética,
julgue os itens que se seguem.

51. O ato de embargo da obra atenta contra os princípios da legalidade,


da impessoalidade e da moralidade.

Analisando-se o texto do enunciado, não restam dúvidas de que a conduta


praticada pelo agente público viola os princípios da legalidade (por ter sido
contrária à lei, pois não existiam irregularidades), da impessoalidade (o ato de
embargo foi determinado para satisfazer interesses pessoais) e da moralidade
(pois o agente não atuou com ética e respeito à coisa pública). Assertiva
correta.

(CESPE/Analista de Administração Pública – Organizações - TC-


DF/2014) Acerca do regime jurídico administrativo, julgue os próximos
itens.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


174
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

52. Em razão do princípio da legalidade, a administração pública está


impedida de tomar decisões fundamentadas nos costumes.

O costume pode ser entendido como o conjunto de regras informais, não


escritas, praticado habitualmente no interior da Administração Pública (requisito
objetivo) com a convicção generalizada de que é obrigatório (requisito
subjetivo). Os costumes são considerados fontes do Direito Administrativo
porque, em várias situações, proporcionam o suprimento de lacunas ou
deficiências existentes na legislação administrativa, proporcionando a tomada
de decisões. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Técnico – MEC/2014)

“Os princípios da administração pública estão previstos, de forma


expressa ou implícita, na CF e, ainda, em leis ordinárias. Esses
princípios, que consistem em parâmetros valorativos orientadores das
atividades do Estado, são de observância obrigatória na administração
direta e indireta de quaisquer dos poderes da União, dos estados, do DF
e dos municípios. Acerca desses princípios e da organização
administrativa do Estado, julgue os itens a seguir.”

53. Os princípios do contraditório e da ampla defesa aplicam-se tanto


aos litigantes em processo judicial quanto aos em processo
administrativo.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, LV, dispõe que “aos litigantes,
em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes”. Assertiva correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


175
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/ Técnico - MEC/2014) Com base na disciplina legal e na


doutrina nacional acerca dos atos e processos administrativos, julgue
os próximos itens.

54. A motivação do ato administrativo deve ser explícita, clara e


congruente, não sendo suficiente a declaração de concordância com
fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou
propostas.

Pelo princípio da motivação, é possível a chamada motivação aliunde, ou


seja, a mera referência, no ato, à sua concordância com anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, como forma de suprimento da motivação
do ato. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) A respeito


do regime jurídico administrativo, julgue o item a seguir.

55. Postulados de natureza ética, como o princípio da boa-fé, não se


aplicam às relações estabelecidas pela administração.

A Lei nº 9.784∕1999, em seu art. 4º, III, impõe como dever do administrado
perante a Administração proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé. Atua
com boa-fé aquele que pratica condutas leais, honestas, certo de que amparado
pela legislação vigente. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) A respeito


do regime jurídico administrativo, julgue o item a seguir.

56. O regime jurídico administrativo é instituído sobre o alicerce do


princípio da legalidade restrita, o que impede a aplicação, no âmbito da
administração pública, de princípios implícitos, não expressamente
previstos na legislação.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


176
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Princípios implícitos são aqueles que não estão previstos expressamente em


norma jurídica de caráter geral, pois são consequências dos estudos
doutrinários e jurisprudenciais. São princípios cujos nomes não irão constar
claramente no texto constitucional ou legal, mas que, ainda sim, vinculam as
condutas e atos praticados pela Administração Pública. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) A respeito


do regime jurídico administrativo, julgue o item a seguir.

57. O princípio da indisponibilidade do interesse público não impede a


administração pública de realizar acordos e transações.

A Lei Federal nº 9.469/1997, por exemplo, que dispõe sobre a intervenção da


União nas causas em que figurarem, como autores ou réus, entes da
administração indireta, autoriza a celebração de acordos judiciais, evitando-
se, assim, a alegação de suposta violação ao princípio da indisponibilidade do
interesse público. Assertiva correta.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014)

“A Constituição Federal de 1988 (CF) acolheu a garantia do devido


processo legal, de origem anglo-saxônica, assegurando que a atuação
da administração pública seja realizada mediante “um processo formal
regular para que sejam atingidas a liberdade e a propriedade de quem
quer que seja e a necessidade de que a administração pública, antes de
tomar as decisões gravosas a um dado sujeito, ofereça-lhe a
possibilidade de contraditório e ampla defesa, no que se inclui o direito
a recorrer das decisões tomadas”.

Celso Antônio B. Mello. Curso de direito administrativo. São Paulo:


Malheiros, 2005, p. 103 (com adaptações).

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


177
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Tendo o texto acima como referência inicial e considerando os múltiplos


aspectos relacionados ao direito administrativo que ele suscita, julgue
o seguinte item .”

58. Os princípios da legalidade e da finalidade, que norteiam os


processos administrativos federais, estão intimamente ligados, uma vez
que a finalidade de qualquer ato deve estar prevista explícita ou
implicitamente na lei.

Hely Lopes Meirelles informa que “o princípio da impessoalidade, referido na


Constituição de 1988 (art. 37, caput), nada mais é que o clássico princípio da
finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para o
seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de Direito indica
expressamente ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal”,
observando-se, assim, o princípio da legalidade. Assertiva correta.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) A respeito


dos princípios administrativos, julgue os próximos itens.

59. O art. 37, caput, da Constituição Federal indica expressamente à


administração pública direta e indireta princípios a serem seguidos, a
saber: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência,
entre outros princípios não elencados no referido artigo.

Princípios básicos da Administração Pública são aqueles expressos no art. 37


da Constituição Federal de 1988, a saber: legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência (o famoso “L.I.M.P.E.”). Esse é o
entendimento da doutrina majoritária. Todavia, o art. 37 da Constituição
Federal não é taxativo, pois, outros princípios existem, previstos em leis
esparsas, ou, mesmo, não expressamente contemplados no direito objetivo,
aos quais se sujeita a Administração Pública. Assertiva correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


178
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) A respeito


dos princípios administrativos, julgue os próximos itens.

60. O princípio da publicidade como valor republicano, assimilado de


forma crescente pela vida e pela cultura política, conforma o direito
brasileiro a imperativo constitucional de natureza absoluta, contra o
qual não há exceção.

A CF/1988, em seu art. 5º, XXXIII, dispõe que “todos têm direito a receber dos
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado”. Todavia, conforme é possível constatar
da leitura do citado dispositivo constitucional, nem toda informação de interesse
particular ou de interesse coletivo ou geral serão disponibilizadas aos
interessados, pois foram ressalvadas aquelas que coloquem em risco a
segurança da sociedade e do Estado. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) A respeito


dos princípios administrativos, julgue os próximos itens.

61. O princípio da impessoalidade é corolário do princípio da isonomia.

O princípio da impessoalidade pode ser estudado como corolário (consequência)


do princípio da isonomia, e a obrigatoriedade de realização de concurso
público para ingresso em cargo ou emprego público (artigo 37, II), bem como a
obrigatoriedade de realização de licitação pela Administração (artigo 37, XXI),
são exemplos clássicos de tal princípio, já que proporcionam igualdade de
condições para todos os interessados. Assertiva correta.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) A respeito


dos princípios administrativos, julgue os próximos itens.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


179
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

62. O princípio da legalidade implica dispor o administrador público no


exercício de seu munus de espaço decisório de estrita circunscrição
permissiva da lei em vigor, conforme ocorre com agentes particulares e
árbitros comerciais.

A obrigatoriedade de o administrador público atuar sob o manto da lei não lhe


retira o “espaço decisório” assegurado em situações específicas, previstas
expressamente em lei. É o que chamamos de poder discricionário, que deve ser
exercido nos limites estabelecidos legalmente. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) Em


relação à administração pública indireta e seus temas correlatos, julgue
os itens subsequentes.

63. A vedação ao nepotismo no ordenamento jurídico brasileiro, nos


termos da súmula vinculante n.º 13/2008, ao não se referir à
administração pública indireta, excetua a incidência da norma em
relação ao exercício de cargos de confiança em autarquias.

A vedação ao nepotismo, contida no texto da súmula vinculante nº 13, abrange


tanto a Administração Pública Direta quanto a Administração Pública Indireta.
Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) Acerca do


direito administrativo brasileiro, julgue os itens a seguir.

64. Os princípios da administração explicitamente previstos na CF não


se aplicam às entidades paraestatais e às sociedades de economia
mista, por serem essas entidades pessoas jurídicas de direito privado
que atuam em atividades do setor econômico, embora sejam criadas
por lei.

Princípios expressos são aqueles expressamente previstos em norma


jurídica de caráter geral (a exemplo do texto constitucional), obrigatória para
todas as entidades políticas (União, Estados, Municípios, Distrito Federal e seus

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


180
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

respectivos órgãos públicos), bem como para as entidades administrativas


(autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia
mista e consórcios públicos de direito público). Ademais, em situações
especiais, também podem ser impostos às entidades paraestatais,
principalmente quando firmarem convênios ou contratos para atuar em nome
da Administração Pública. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Contador – MTE /2014) Julgue os itens a seguir acerca da


responsabilidade civil do Estado e do Regime Jurídico Administrativo.

65. A supremacia do interesse público sobre o privado e a


indisponibilidade, pela administração, dos interesses públicos, integram
o conteúdo do regime jurídico-administrativo.

O regime jurídico-administrativo foi construído tendo como base dois grandes


princípios jurídicos: a supremacia do interesse público sobre os interesses
privados e a indisponibilidade dos interesses públicos. Esses dois princípios
conferem ao citado regime o caráter de Direito Público e suas especificidades,
bem como sua natureza jurídica. Assertiva correta.

(CESPE/ Agente Administrativo – MTE /2014) “Acerca do regime


jurídico administrativo e dos atos administrativos, julgue os próximos
itens.”

66. Viola o princípio da impessoalidade a edição de ato administrativo


que objetive a satisfação de interesse meramente privado.

O professor Celso Antônio Bandeira de Mello nos ensina que o princípio da


impessoalidade “traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos
os administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem
favoritismos nem perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades
pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


181
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

administrativa”. Afirma ainda o professor que “o princípio em causa não é senão


o próprio princípio da igualdade ou isonomia.” Assertiva correta.

(CESPE/Nível Superior - Caixa Econômica/2014) Em relação à


organização administrativa do estado brasileiro e aos princípios
administrativos, julgue os itens a seguir:

67. Dado o princípio da legalidade, os agentes públicos devem, além de


observar os preceitos contidos nas leis em sentido estrito, atuar em
conformidade com outros instrumentos normativos existentes no
ordenamento jurídico nacional.

O princípio da legalidade é exigência que decorre do próprio Estado de Direito,


que impõe a necessidade de que o administrador público somente atue quando
a lei (ou outros instrumentos normativos) autorizar ou determinar, pois a
“vontade” da Administração Pública é a que decorre da lei. Por isso o
administrador público tem o dever de aplicar a lei de ofício. Assertiva correta.

(CESPE/ Nível Superior - SUFRAMA/2014) A respeito do direito


administrativo, julgue o item subsecutivo.

68. A impossibilidade da alienação de direitos relacionados aos


interesses públicos reflete o princípio da indisponibilidade do interesse
público, que possibilita apenas que a administração, em determinados
casos, transfira aos particulares o exercício da atividade relativa a
esses direitos.

Para evitar que abram mão do interesse público para beneficiarem a si próprios
ou a terceiros, os agentes públicos estão obrigados a observar diversas
restrições (também denominadas de sujeições) impostas pelo princípio em
estudo. Como atuam apenas como administradores dos bens e interesses
comuns (considerados inalienáveis), não podem praticar atos sem que exista
autorização legal, principalmente se onerosos à coletividade. Assertiva correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


182
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/ Promotor de Justiça - MPE-AC/2014 - adaptada) Com relação


aos princípios que regem a administração pública, julgue os itens
seguintes:

69. Constatadas a concessão e a incorporação indevidas de


determinada gratificação especial aos proventos de servidor
aposentado, deve a administração suprimi-la em respeito ao princípio
da autotutela, sendo desnecessária a prévia instauração de
procedimento administrativo.

No julgamento do recurso em mandado de segurança nº 17.576/ES, o


Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que “ainda que
indevida a gratificação especial pelo exercício de trabalho técnico, sua
subtração, após ter sido concedida e incorporada aos proventos de
aposentadoria do Recorrente, depende de prévio procedimento administrativo,
em que se assegure ao servidor o contraditório e ampla defesa”. Assertiva
incorreta.

70. Segundo o entendimento do STF, para que não ocorra violação do


princípio da proporcionalidade, devem ser observados três
subprincípios: adequação, finalidade e razoabilidade stricto sensu.

A doutrina majoritária costuma afirmar que, no caso em concreto, para que o


ato da administração esteja em conformidade com o princípio da
proporcionalidade, devem estar presentes os seguintes elementos ou
subprincípios: adequação, necessidade e a proporcionalidade. Assertiva
incorreta.

71. O princípio da razoabilidade apresenta-se como meio de controle da


discricionariedade administrativa, e justifica a possibilidade de
correção judicial.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


183
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

O Poder Judiciário possui a prerrogativa de analisar a legalidade de todos os


atos administrativos, sejam eles vinculados ou discricionários. Todavia, em
relação aos atos discricionários, não poderá se manifestar em relação ao
mérito, campo de atuação reservado ao administrador público, salvo se violar
os princípios da moralidade, razoabilidade e proporcionalidade. Assertiva
correta.

72. O princípio da segurança jurídica apresenta-se como espécie de


limitação ao princípio da legalidade, prescrevendo o ordenamento
jurídico o prazo decadencial de cinco anos para a administração anular
atos administrativos que favoreçam o administrado, mesmo quando
eivado de vício de legalidade e comprovada a má-fé.

A Lei 9.784/99, em seu art. 54, dispõe que “o direito da Administração de


anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados,
salvo comprovada má-fé”. Assertiva incorreta.

73. Ferem os princípios da isonomia e da irredutibilidade dos


vencimentos as alterações na composição dos vencimentos dos
servidores públicos, mediante a retirada ou modificação da fórmula de
cálculo de vantagens, gratificações e adicionais, ainda que não haja
redução do valor total da remuneração.

O Supremo Tribunal Federal fixou jurisprudência no sentido de que não há


direito adquirido à regime jurídico-funcional pertinente à composição dos
vencimentos ou à permanência do regime legal de reajuste de vantagem,
desde que eventual modificação introduzida por ato legislativo
superveniente preserve o montante global da remuneração, não
acarretando decesso de caráter pecuniário (RE 599.618-ED, Rel. Min. Carmen

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


184
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Lúcia, julgamento em 1º-2-2011, Primeira Turma, DJE de 14-3-2011).


Assertiva incorreta.

(CESPE/ Nível Médio – CADE/2014) Com relação ao direito


administrativo, julgue o item seguinte.

74. Ainda que as sociedades de economia mista sejam pessoas jurídicas


de direito privado com capital composto por capital público e privado, a
elas aplicam-se os princípios explícitos da administração pública.

Os princípios previstos no art. 37 da Constituição Federal aplicam-se a todas as


entidades da Administração Pública Direta (União, Estados, Municípios e Distrito
Federal) e Administração Pública Indireta (autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações públicas). Assertiva correta.

(CESPE/ Agente Administrativo – SUFRAMA/2014) Considerando que


uma empresa tenha solicitado à SUFRAMA a concessão de benefícios
fiscais previstos em lei para as empresas da ZFM que observassem o
processo produtivo básico previsto em regulamento, julgue os itens
abaixo.

75. O eventual indeferimento do referido pedido, assim como os demais


atos que neguem direitos à empresa, deverá ser necessariamente
motivado.

A Lei 9.784/99, em seu art. 50, dispõe que os atos administrativos deverão ser
motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I -
neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses. Assertiva correta.

(CESPE/ Nível Superior – SUFRAMA/2014) Acerca do direito


administrativo, julgue o item a seguir.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


185
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

76. O princípio administrativo da autotutela expressa a capacidade que


a administração tem de rever seus próprios atos, desde que provocada
pela parte interessada, independentemente de decisão judicial.

A anulação e revogação de ato administrativo podem ocorrer tanto de ofício,


por iniciativa da própria administração, quanto por provocação de particulares
atingidos pelos seus efeitos. Entretanto, a possibilidade de a própria
administração revisar os seus atos não afasta eventual controle pelo Poder
Judiciário, que possui a prerrogativa de analisar a legalidade de todos os atos
administrativos, sejam eles vinculados ou discricionários. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Nível Superior – SUFRAMA/2014) Acerca do direito


administrativo, julgue o item a seguir.

77. Do ponto de vista objetivo, a expressão administração pública se


confunde com a própria atividade administrativa exercida pelo Estado.

Em sentido objetivo, material ou funcional, a expressão administração


pública (que deve ser grafada com as iniciais minúsculas), consiste na própria
função administrativa exercida pelos órgãos, entidades e agentes que
integram a Administração Pública em sentido subjetivo. Nesse caso,
estudaremos as atividades finalísticas exercidas pela administração, a
exemplo do fomento, serviço público, polícia administrativa e intervenção
administrativa, e não a sua composição e estruturação. Assertiva correta.

(CESPE/ Conhecimentos Básicos - Nível Superior/Polícia Federal/2014)


No que se refere ao regime jurídico administrativo, aos poderes da
administração pública e à organização administrativa, julgue o item
subsequente.

78. Em face do princípio da isonomia, que rege toda a administração


pública, o regime jurídico administrativo não pode prever prerrogativas
que o diferenciem do regime previsto para o direito privado.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


186
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

O regime jurídico-administrativo assegura à Administração Pública uma série de


prerrogativas, que podem ser entendidas como “vantagens” ou
“privilégios” necessários para se atingir o interesse da coletividade, que não
existem em relação aos particulares. Como exemplos dessas prerrogativas,
podemos citar a existência das denominadas cláusulas exorbitantes nos
contratos administrativos, possibilitando à Administração, por exemplo,
modificar ou rescindir unilateralmente um contrato administrativo; a concessão
de prazos diferenciados quando estiver litigando perante o judiciário (prazo em
quádruplo para contestar e em dobro para recorrer – artigo 188 do Código de
Processo Civil); imunidade tributária recíproca; a presunção de legitimidade e
veracidade dos atos administrativos, entre outras. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Agente Administrativo - Polícia Federal/2014)

“Considerando que o DPF é órgão responsável por exercer as funções


de polícia judiciária da União, julgue os itens a seguir.”

79. O DPF, em razão do exercício das atribuições de polícia judiciária,


não se submete ao princípio da publicidade, sendo garantido sigilo aos
atos praticados pelo órgão.

Os princípios previstos no art. 37 da Constituição Federal aplicam-se a todas as


entidades da Administração Pública Direta (União, Estados, Municípios e Distrito
Federal e seus respectivos órgãos, a exemplo da DPF) e Administração Pública
Indireta (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e
fundações públicas). Assertiva incorreta.

(CESPE/Agente Administrativo – MDIC/2014) No que concerne à


licitação, ao controle da administração pública e ao regime jurídico-
administrativo, julgue os seguintes itens:

80. Os princípios da administração pública expressamente dispostos na


CF não se aplicam às sociedades de economia mista e às empresas

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


187
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

públicas, em razão da natureza eminentemente empresarial dessas


entidades.

Os princípios previstos no art. 37 da Constituição Federal aplicam-se a todas as


entidades da Administração Pública Direta (União, Estados, Municípios e Distrito
Federal e seus respectivos órgãos, a exemplo da DPF) e Administração Pública
Indireta (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e
fundações públicas). Assertiva incorreta.

(CESPE/ Procurador do Estado - PGE-BA/2014)

“Acerca do regime jurídico-administrativo e dos princípios jurídicos que


amparam a administração pública, julgue os itens seguintes.”

81. O atendimento ao princípio da eficiência administrativa autoriza a


atuação de servidor público em desconformidade com a regra legal,
desde que haja a comprovação do atingimento da eficácia na prestação
do serviço público correspondente.

Em decorrência do princípio da legalidade o agente público somente pode agir


quando a lei determinar ou autorizar. Ainda que sob o pretexto de aumentar a
eficiência na prestação dos serviços públicos o agente não pode atuar em
desconformidade com a legislação vigente. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Procurador do Estado - PGE-BA/2014)

“Acerca do regime jurídico-administrativo e dos princípios jurídicos que


amparam a administração pública, julgue os itens seguintes.”

82. Suponha que o governador de determinado estado tenha atribuído o


nome de Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, a escola
pública estadual construída com recursos financeiros repassados
mediante convênio com a União. Nesse caso, há violação do princípio da
impessoalidade, dada a existência de proibição constitucional à
publicidade de obras com nomes de autoridades públicas.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


188
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

A Lei nº 6.454/1977, que dispõe sobre a denominação de logradouros, obras


serviços e monumentos públicos federais, assim se manifesta sobre o tema:

Art. 1º É proibido, em todo o território nacional, atribuir nome de pessoa viva ou que tenha se
notabilizado pela defesa ou exploração de mão de obra escrava, em qualquer modalidade, a
bem público, de qualquer natureza, pertencente à União ou às pessoas jurídicas da
administração indireta.

Art. 2º É igualmente vedada a inscrição dos nomes de autoridades ou administradores em


placas indicadores de obras ou em veículo de propriedade ou a serviço da Administração Pública
direta ou indireta.

Nesses termos, constata-se que não há proibição de atribuição de nomes de


pessoas a bens públicos, desde que tal conduta não seja praticada com o
objetivo de “presentear” parentes ou amigos, hipótese que violaria o princípio
da impessoalidade. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista Técnico – MDIC/2014) Julgue os itens seguintes,


relativos à administração pública e aos atos administrativos.

83. O exercício das funções administrativas pelo Estado deve adotar,


unicamente, o regime de direito público, em razão da indisponibilidade
do interesse público

A expressão regime jurídico da Administração Pública é utilizada para designar,


em sentido amplo, os regimes de direito público e de direito privado a que
podem submeter-se a Administração Pública. As entidades da Administração
Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), bem como autarquias e
fundações públicas são regidas pelo regime jurídico de direito público. Por sua
vez, empresas públicas e sociedades de economia mista são regidas pelo
regime jurídico de direito privado. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Procurador - TCE-PB/2014 – adaptada) No que se refere ao


direito administrativo e seus princípios, julgue os itens seguintes:

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


189
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

84. Em face do princípio da legalidade, a administração pública pode


realizar uma interpretação contra legem, secundum legem e praeter
legem, conforme a necessidade, adequação e proporcionalidade em prol
do interesse público.

Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo afirmam que “a Administração, além de


não poder atuar contra a lei ou além da lei, somente pode agir segundo a lei (a
atividade administrativa não pode ser contra legem nem praeter legem, mas
apenas secundum legem). Os atos eventualmente praticados em desobediência
a tais parâmetros são atos inválidos e podem ter sua invalidade decretada pela
própria Administração que o haja editado ou pelo Poder Judiciário. Assertiva
incorreta.

85. O conceito de moralidade administrativa foi defendido por Gaston


Jezè, a partir da noção de boa administração, o que influenciou a ideia
do princípio da moralidade na contemporaneidade.

A ideia atual de moralidade foi sistematizada por Maurice Hauriou e não Gaston
Jezè, conforme informou incorretamente a assertiva.

86. A alteração de edital de concurso prescinde da veiculação em jornal


de grande circulação, podendo ser veiculada apenas em diário oficial
sem que isso ofenda o princípio da publicidade.

Em diversos julgados (a exemplo do RE 390.939) o Supremo Tribunal


Federal ratificou o entendimento de que “a divulgação no Diário Oficial é
suficiente per se para dar publicidade a um ato administrativo, sendo
desnecessária (prescindindo) a sua veiculação em jornais de grande
circulação”. Assertiva correta.

87. A lei é fonte primária do direito, sendo que o costume, fonte


secundária, não é considerado fonte do direito administrativo

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


190
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Enquanto a lei é considerada fonte primária do Direito Administrativo, os


costumes podem ser enquadrados como fonte secundária. Assertiva incorreta.

88. Para Gaston Jezè, defensor da Escola do Serviço Público, o direito


administrativo tem como objeto a soma das atividades desenvolvidas
para a realização dos fins estatais, excluídas a legislação e a jurisdição.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro afirma que o critério do serviço público


desenvolveu-se na França, inspirado na jurisprudência do Conselho de Estado,
que, a partir do caso Blanco, decidido em 1873, passou a fixar a competência
dos Tribunais Administrativos em função da execução de serviços públicos. O
enunciado está se referindo ao critério residual e não ao critério do serviço
público. Assertiva incorreta.

89. (CESPE/ Professor da Educação Básica - SEDF /2017) A respeito


dos princípios da administração pública e da organização
administrativa, julgue o item a seguir.

Se uma autoridade pública, ao dar publicidade a determinado programa


de governo, fizer constar seu nome de modo a caracterizar promoção
pessoal, então, nesse caso, haverá, pela autoridade, violação de
preceito relacionado ao princípio da impessoalidade.

A CF/1988, em seu art. 37, § 1º, dispõe que “a publicidade dos atos,
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos”.

Ao realizar a divulgação dos atos, programas, obras e serviços executados pela


Administração Pública, o gestor público não pode se valer da oportunidade
para promover o seu nome ou imagem perante a sociedade, apresentando-
se como se fosse o único responsável pelos feitos administrativos. Também não

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


191
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

pode ser aproveitar do fato de exercer função pública (o que lhe garante
respeito e prestígio perante outras autoridades) para atribuir o seu nome ou de
parentes vivos a bens públicos. Assertiva correta.

90. (CESPE/ Nível Médio - SEDF /2017) Em relação aos princípios da


administração pública e à organização administrativa, julgue o item que
se segue.

O administrador, quando gere a coisa pública conforme o que na lei


estiver determinado, ciente de que desempenha o papel de mero gestor
de coisa que não é sua, observa o princípio da indisponibilidade do
interesse público.

De acordo com o princípio da indisponibilidade do interesse público, os bens e


interesses públicos não pertencem ao administrador, cabe aos agentes
administrativos apenas geri-los e conservá-los em prol da coletividade.

Para evitar que abram mão do interesse público para beneficiarem a si próprios
ou a terceiros, os agentes públicos estão obrigados a observar diversas
restrições (também denominadas de sujeições) impostas pelo princípio da
indisponibilidade. Como atuam apenas como administradores dos bens e
interesses comuns (considerados inalienáveis), não podem praticar atos sem
que exista autorização legal, principalmente se onerosos à coletividade.
Assertiva correta.

91. (CESPE/ Escrivão de Polícia Civil - PC-GO /2016) Sem ter sido
aprovado em concurso público, um indivíduo foi contratado para
exercer cargo em uma delegacia de polícia de determinado município,
por ter contribuído na campanha política do agente contratante. Nessa
situação hipotética, ocorreu, precipuamente, violação do princípio da

a) supremacia do interesse público.

b) impessoalidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


192
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

c) eficiência.

d) publicidade.

e) indisponibilidade.

Comentários

Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que o princípio da impessoalidade


“traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados
sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismos nem
perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais,
políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação administrativa.
O princípio em causa não é senão o próprio princípio da igualdade ou isonomia
”.

A obrigatoriedade de realização de concurso público para a seleção de


pessoal (CF/1988, art. 37, II), bem como licitação para as obras, serviços,
compras e alienações no âmbito da Administração Pública, são consequências
dos mandamentos contidos no princípio da impessoalidade (ou isonomia, nas
palavras de Celso Antônio Bandeira de Mello).

Gabarito Letra B

92. (CESPE/ Analista de Controle - TCE-PR /2016) Quando a União


firma um convênio com um estado da Federação, a relação jurídica
envolve a União e o ente federado e não a União e determinado
governador ou outro agente. O governo se alterna periodicamente nos
termos da soberania popular, mas o estado federado é permanente. A
mudança de comando político não exonera o estado das obrigações
assumidas. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem
entendido que a inscrição do nome de estado-membro em cadastro
federal de inadimplentes devido a ações e(ou) omissões de gestões

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


193
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

anteriores não configura ofensa ao princípio da administração pública


denominado princípio do(a)

a) intranscendência.

b) contraditório e da ampla defesa.

c) continuidade do serviço público.

d) confiança legítima.

e) moralidade.

Comentários

Analisando-se o enunciado constata-se que o CESPE está antenado na


jurisprudência dos Tribunais Superiores, inclusive do Supremo Tribunal
Federal. A questão refere-se a tema abordado no Informativo 791/2015, mais
precisamente o “princípio da intranscendência”.

“O princípio da intranscendência subjetiva das sanções, consagrado pelo


STF, inibe a aplicação de severas sanções às administrações por ato de
gestão anterior à assunção dos deveres públicos. Com base nessa
orientação e, com ressalva de fundamentação do Ministro Marco Aurélio, a
Primeira Turma, em julgamento conjunto, negou provimento a agravos
regimentais em ações cautelares ajuizadas com a finalidade de se
determinar a suspensão da condição de inadimplente de Estado-
Membro, bem como das limitações dela decorrentes, com relação a
convênios com a União. (...)

Diante do exposto, deve ficar claro que após a tomada de contas especial, com
o reconhecimento definitivo de irregularidades praticadas pelo Estado (ou outro
ente estatal), permite-se a respectiva inscrição nos cadastros de restrição aos
créditos organizados e mantidos pela União, ainda que as obrigações tenham
sido assumidas por gestões anteriores.

Gabarito: Letra A

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


194
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

93. (CESPE/ Auditor de Controle Externo - TCE-PA /2016) Acerca dos


servidores públicos, dos poderes da administração pública e do regime
jurídico-administrativo, julgue o item que se segue.

A supremacia do interesse público sobre o interesse particular, embora


consista em um princípio implícito na Constituição Federal de 1988,
possui a mesma força dos princípios que estão explícitos no referido
texto, como o princípio da moralidade e o princípio da legalidade.

Os princípios da Administração Pública se aplicam, em igual medida e de


acordo com as ponderações determinadas pela situação concreta, a todas as
entidades integrantes da Administração direta e indireta.

Não há hierarquia entre princípios, apesar de ser comum em provas de


concursos questões afirmando que o princípio da supremacia do interesse
público sobre o privado é superior aos demais (assertivas incorretas,
obviamente!). Também costumam fazem essa afirmação em relação ao
princípio da legalidade e ao princípio da moralidade, o que não é verdade, os
princípios (implícitos ou explícitos na CF) possuem a mesma força.
Assertiva correta.

94. (CESPE/ Auditor de Controle Externo - TCE-PA /2016) Acerca de


função administrativa e atos administrativos, julgue o item a seguir.

Em razão do princípio da indisponibilidade do interesse público, o


Estado somente poderá exercer sua função administrativa sob o regime
de direito público.

De acordo com o princípio da indisponibilidade do interesse público, os bens e


interesses públicos não pertencem ao administrador, cabendo aos
agentes administrativos apenas geri-los e conservá-los em prol da
coletividade.

Esse princípio não exige que o Estado só possa exercer sua função
administrativa sob o regime de direito público. Tanto é verdade que em

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


195
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

diversas situações o Estado deve exercer a sua função administrativa sob


o regime de direito privado, sem que isso signifique agressão ao princípio da
indisponibilidade do interesse público, a exemplo do que ocorre nas atividades
exercidas pelas empresas públicas e sociedades de economia mista. Assertiva
incorreta.

95. (CESPE/ Escrivão de Polícia Civil - PC-PE /2016) Julgue o item a


seguir:

A possibilidade que tem a administração pública de, nos termos da lei,


constituir terceiros em obrigações mediante atos unilaterais constitui
aplicação do princípio da supremacia do interesse público.

O princípio da supremacia do interesse púbico sobre o privado assegura


à Administração Pública uma série de prerrogativas, que podem ser
entendidas como “vantagens” ou “privilégios” necessários para se atingir o
interesse da coletividade, estabelecendo uma relação jurídica vertical, desigual,
portanto, em face dos administrados. Compreende, em face da sua
desigualdade, a possibilidade, em favor da Administração, de constituir
os privados em obrigações por meio de ato unilateral daquela. Implica,
outrossim, muitas vezes, o direito de modificar, também unilateralmente,
relações já estabelecidas.

Como exemplo dessa prerrogativa podemos citar a existência de cláusulas


exorbitantes nos contratos administrativos, possibilitando à Administração, por
exemplo, alterar ou rescindir unilateralmente um contrato
administrativo. Assertiva correta.

96. (CESPE/ Técnico Judiciário - Área Administrativa - TRT - 8ª Região


/2016) A respeito dos princípios da administração pública, assinale a
opção correta.

a) Em decorrência do princípio da autotutela, apenas o Poder Judiciário


pode revogar atos administrativos.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


196
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) O princípio da indisponibilidade do interesse público e o princípio da


supremacia do interesse público equivalem-se.

c) Estão expressamente previstos na CF o princípio da moralidade e o


da eficiência.

d) O princípio da legalidade visa garantir a satisfação do interesse


público.

e) A exigência da transparência dos atos administrativos decorre do


princípio da eficiência.

Comentários

a) Para responder às questões do CESPE, destaca-se que em hipótese alguma o


Poder Judiciário pode revogar atos editados pela Administração Pública. Apenas
a administração pode revogar os seus próprios atos. Assertiva incorreta.

b) Esses princípios não são equivalentes, apresentam sentidos diversos. Se o


princípio da supremacia do interesse público sobre o privado assegura
“privilégios” (prerrogativas) para a Administração Pública, de outro lado, o
princípio da indisponibilidade do interesse público impõe restrições, isto
é, sujeições ou limitações à atividade administrativa, gerando a
responsabilização civil, penal e administrativa dos agentes que as
desrespeitarem. Assertiva incorreta.

c) Ambos os princípios constam expressamente no caput do art. 37 da


CF/1988. Assertiva correta.

d) O princípio da legalidade visa garantir que a Administração Pública


cumpra a lei. É exigência que decorre do próprio Estado de Direito, que
impõe a necessidade de que o administrador público somente atue
quando a lei autorizar ou determinar, pois a “vontade” da Administração
Pública é a que decorre da lei. Por isso o administrador público tem o dever de
aplicar a lei de ofício. Assertiva incorreta.

e) A exigência da transparência dos atos administrativos decorre do


princípio da publicidade. É o princípio da publicidade que impõe que a

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


197
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Administração Pública conceda aos seus atos a mais ampla divulgação


possível entre os administrados, pois só assim estes poderão fiscalizar e
controlar a legitimidade das condutas praticadas pelos agentes públicos.
Assertiva incorreta.

Gabarito: Letra C

97. (CESPE/ Analista Judiciário - Serviço Social - TRT - 8ª Região


/2016) Assinale a opção correta a respeito dos princípios da
administração pública.

a) O princípio da eficiência deve ser aplicado prioritariamente, em


detrimento do princípio da legalidade, em caso de incompatibilidade na
aplicação de ambos.

b) Os institutos do impedimento e da suspeição no âmbito do direito


administrativo são importantes corolários do princípio da
impessoalidade.

c) A administração deve, em caso de incompatibilidade, dar preferência


à aplicação do princípio da supremacia do interesse público em
detrimento do princípio da legalidade.

d) A publicidade, princípio basilar da administração pública, não pode


sofrer restrições.

e) A ofensa ao princípio da moralidade pressupõe afronta também ao


princípio da legalidade.

Comentários

a) Não há hierarquia entre princípios. Os princípios da Administração


Pública se aplicam, em igual medida e de acordo com as ponderações
determinadas pela situação concreta, a todas as entidades integrantes da
Administração direta e indireta. Assertiva incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


198
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) Regras relativas a impedimentos e suspeições são aplicadas a servidores


públicos como corolário do princípio da impessoalidade. O objetivo é evitar
que autoridades públicas participem de processos ou da edição de atos
administrativos que sejam de seu interesse direito ou indireto ou que envolvam
seus parentes, amigos íntimos ou inimigos notórios, pois, nesse caso, a
impessoalidade (imparcialidade) estará comprometida. Assertiva correta.

c) Não há hierarquia entre princípios. Os princípios da Administração


Pública se aplicam, em igual medida e de acordo com as ponderações
determinadas pela situação concreta, a todas as entidades integrantes da
Administração direta e indireta. Assertiva incorreta.

d) Assim como ocorre na esfera judicial, em que certos atos podem ter sua
publicidade restrita em virtude da preservação da intimidade das partes,
alguns atos administrativos também poderão ter sua publicidade
restrita com amparo em dispositivo da Constituição Federal.

O art. 5º, XXXIII, da CF/1988, prevê duas hipóteses de restrição à


publicidade dos atos da Administração Pública:

I - Quando for imprescindível à segurança da sociedade, a exemplo das


informações que possam colocar em risco a vida, a segurança ou a saúde da
população;

II - Se necessário à segurança do Estado, a exemplo das informações sobre


a defesa nacional, que podem pôr em risco a defesa e a soberania nacional ou a
integridade do território nacional. Assertiva incorreta.

e) Nem toda situação contrária a moralidade administrativa é ilegal. O


ato pode ofender a ética necessária no âmbito da Administração Pública, mas
não constar em nenhum instrumento legal. José dos Santos Carvalho Filho
afirma que o princípio da moralidade “impõe que o administrador público não
dispense os preceitos éticos que devem estar presentes em sua conduta.”.
Ou seja, o princípio da moralidade se liga ao cumprimento de preceitos éticos,

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


199
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

enquanto o princípio da legalidade exige o cumprimento do que está disposto


na lei. Assertiva incorreta.

Gabarito: Letra B

98. (CESPE/ Juiz de Direito - TJ-DF /2016) Um prefeito, no curso de


seu mandato e atendendo a promessa de campanha, realizou e finalizou
a construção de uma ponte sobre o rio que corta a cidade, inaugurando-
a na metade de seu mandato. Considerando a situação hipotética
apresentada, assinale a opção correta.

a) Em consonância com o princípio constitucional da eficiência, o


contrato administrativo deveria ser anulado caso fosse ultrapassado o
lapso temporal estipulado no instrumento contratual para a execução
do objeto.

b) Em atenção ao princípio da impessoalidade, o prefeito não poderá


apresentar propaganda em que conste vinculação direta de seu nome à
realização da obra, mas nada obsta que sua imagem seja veiculada no
outdoor da publicidade da conclusão da ponte.

c) O princípio da autotutela autorizaria o prefeito a anular ou revogar a


licitação de ofício caso fosse constatada ilegalidade no procedimento.

d) Caso houvesse descumprimento de cláusulas contratuais pela


empresa contratada, o princípio da supremacia do interesse público
facultaria a rescisão unilateral do contrato pela administração pública.

e) A decretação, pelo prefeito, do sigilo dos atos referentes à


contratação e à execução do contrato, com a finalidade de evitar a
pressão de grandes empreiteiras e de prestigiar pequena empresa
sediada no município, contratada diretamente para execução da obra,
não configura desrespeito ao princípio constitucional da publicidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


200
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Comentários

a) O princípio que estabelece a possibilidade da Administração Pública anular


um ato e/ou contrato é o princípio da Autotutela. O princípio da eficiência
é o princípio pelo qual se espera alcançar o melhor desempenho possível, no
tocante ao modo de agir dos agentes, e de angariar os melhores
resultados na prestação dos serviços, no pertinente à atuação da
Administração Pública.

A anulação em si encontra fundamento no Princípio da Autotutela e não


no Princípio da Eficiência. Assertiva incorreta.

b) O art. 37, § 1º da Constituição Federal é claro ao estabelecer que:

“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos


públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.”.

Sendo assim, caso o prefeito conste a sua imagem no outdoor da publicidade da


conclusão da ponte ofenderá diretamente o princípio da impessoalidade.
Assertiva incorreta.

c) A constatação de ilegalidade em um procedimento administrativo permite


apenas a anulação do procedimento, não a sua revogação. A assertiva
afirmou ser possível as duas possibilidades (anulação ou revogação) no caso de
uma ilegalidade. Assertiva incorreta.

d) Os artigos 78 e 79 da Lei 8.666/93 definem o seguinte:

“Art. 78 - Constituem motivo para rescisão do contrato:

I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou


prazos;”

“Art. 79 - A rescisão do contrato poderá ser:

I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos


enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;”.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


201
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

O não cumprimento de cláusulas contratuais pela contratada, diante do


princípio da supremacia do interesse público, é razão para a rescisão
unilateral do contrato pela administração pública. Assertiva correta.

e) A situação apresentada pela assertiva é uma notória ofensa ao


princípio da publicidade. O art. 5º, XXXIII da CF/1988, prevê apenas duas
hipóteses de restrição à publicidade dos atos da Administração Pública:

I - Quando for imprescindível à segurança da sociedade, a exemplo das


informações que possam colocar em risco a vida, a segurança ou a saúde da
população;

II - Se necessário à segurança do Estado, a exemplo das informações sobre


a defesa nacional, que podem pôr em risco a defesa e a soberania nacional ou a
integridade do território nacional.

Evitar a pressão de grandes empreiteiras e prestigiar pequena empresa


sediada no município não são razões justificáveis para restringir o
princípio da publicidade, com a decretação do sigilo de atos. Assertiva
incorreta.

Gabarito: Letra d.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


202
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

RELAÇÃO DE QUESTÕES COM GABARITO – “BATERIA FCC”

QUESTÕES FCC

01. (FCC∕Juiz do Trabalho – TRT 6ª Região∕2015) Acerca dos princípios


informativos da Administração pública, considere:

I. O princípio da publicidade aplica-se também às entidades integrantes


da Administração indireta, exceto àquelas submetidas ao regime
jurídico de direito privado e que atuam em regime de competição no
mercado.

II. O princípio da moralidade é considerado um princípio prevalente e a


ele se subordinam os demais princípios reitores da Administração.

III. O princípio da eficiência, que passou a ser explicitamente citado


pela Carta Magna a partir da Emenda Constitucional no 19/1998,
aplica-se a todas as entidades integrantes da Administração direta e
indireta.

Está correto o que consta APENAS em

a) III.

b) I e II.

c) II e III.

d) I

e) II

02. (FCC∕Analista Judiciário – TRT 19ª Região∕2014) Determinada


empresa do ramo farmacêutico, responsável pela importação de

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


203
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

importante fármaco necessário ao tratamento de grave doença,


formulou pedido de retificação de sua declaração de importação, não
obtendo resposta da Administração pública. Em razão disso, ingressou
com ação na Justiça, obtendo ganho de causa. Em síntese, considerou o
Judiciário que a Administração pública não pode se esquivar de dar um
pronto retorno ao particular, sob pena inclusive de danos irreversíveis à
própria população. O caso narrado evidencia violação ao princípio da

a) publicidade.

b) eficiência.

c) impessoalidade.

d) motivação.

e) proporcionalidade.

03. (FCC∕Analista Judiciário – TRF da 3ª Região∕2014) A proibição de


que determinado governo − de qualquer nível − ao exteriorizar em
placas, anúncios, propaganda e outros meios de divulgação de suas
obras, faça qualquer referência ao nome do Presidente, Governador ou
Prefeito ou do Partido Político ou coligação pelo qual foi eleito é uma
decorrência do princípio constitucional da

a) finalidade.

b) publicidade.

c) legalidade.

d) impessoalidade.

e) eficiência.

04. (FCC∕Juiz Substituto – TJ AP∕2014) Dentre os princípios que


norteiam a produção de atos administrativos, está o princípio da

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


204
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

motivação. NÃO configura violação desse princípio a edição de ato


administrativo imotivado que

a) cesse a designação de servidor para exercício de função temporária.

b) indefira requerimento de licença para exercício de atividade


considerada ilegal pela Administração.

c) indefira o gozo de férias pelo servidor público.

d) anule ato administrativo flagrantemente inválido.

e) exonere servidor durante o estágio probatório.

05. (FCC∕Analista Legislativo – AL PE∕2014) O Governo de determinado


Estado realizou campanha publicitária, paga com recursos públicos
advindos da arrecadação de impostos, para divulgação do programa de
saúde pública instituído no Estado. A campanha publicitária afirmou
que o programa de saúde pública era uma realização do partido político
ao qual o Governador do Estado era filiado, tendo o Governador sido
citado nominalmente na campanha, que também utilizou sua imagem.
Considerando o disposto na Constituição Federal, trata-se de
publicidade realizada

a) regularmente, uma vez que a publicidade dos programas de saúde


pública exige a indicação da autoridade responsável pelo programa, em
razão do princípio da transparência, devendo ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social.

b) regularmente, uma vez que o cidadão tem direito a ser informado


sobre as políticas públicas instituídas pelo Governo, devendo ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social.

c) irregularmente, uma vez que da publicidade dos programas dos


órgãos públicos não poderão constar nomes, símbolos ou imagens que

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


205
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos,


devendo ter caráter educativo, informativo ou de orientação social.

d) irregularmente, uma vez que é vedada a realização de campanha


publicitária dos programas de governo com recursos públicos, salvo se
provenientes de doações.

e) irregularmente, uma vez que não poderia ter sido utilizada a imagem
do Governador, ainda que seu nome e o nome de seu partido pudessem
ser utilizados na campanha.

06. (FCC∕Analista Judiciário – TRT 12ª Região∕2013) Matheus, Prefeito


de determinado Município de Santa Catarina, contratou advogado para
atuar em sua defesa em ação de improbidade administrativa em que
figura como réu. A contratação objetivou a defesa pessoal do Chefe do
Poder Executivo, às expensas do erário, isto é, visou a tutela de
interesses pessoais do administrador público. O caso em questão
evidencia a violação ao princípio da Administração Pública denominado

a) Moralidade.

b) Publicidade.

c) Eficiência.

d) Razoabilidade.

e) Presunção de Veracidade.

07. (FCC∕Técnico Judiciário – TRT 9ª Região∕2013) Diante de uma


situação de irregularidade, decorrente da prática de ato pela própria
Administração pública brasileira, é possível a esta restaurar a
legalidade, quando for o caso, lançando mão de seu poder

a) de tutela, expressão de limitação de seu poder discricionário e


corolário do princípio da legalidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


206
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) de autotutela, que permite a revisão, de ofício, de seus atos para,


sanar ilegalidade.

c) de autotutela, expressão do princípio da supremacia do interesse


público, que possibilita a alteração de atos por razões de conveniência
e oportunidade, sempre que o interesse público assim recomendar.

d) disciplinar, que se expressa, nesse caso, por meio de medidas


corretivas de atuação inadequada do servidor público que emitiu o ato.

e) de tutela disciplinar, em razão da atuação ilegal do servidor público,


que faz surgir o dever da Administração de corrigir seus próprios atos.

08. (FCC/Analista Judiciário – TRT 1ª Região/2013) A propósito dos


princípios que informam a atuação da Administração pública tem-se
que o princípio da

(A) supremacia do interesse público e o princípio da legalidade podem


ser excludentes, devendo, em eventual conflito, prevalecer o primeiro,
por sobrepor-se a todos os demais.

(B) publicidade está implícito na atuação da administração, uma vez


que não consta da constituição federal, mas deve ser respeitado nas
mesmas condições que os demais.

(C) eficiência e o princípio da legalidade podem ser excludentes, razão


pela qual cabe ao administrador a opção de escolha dentre eles, de
acordo com o caso concreto.

(D) tutela permite que a administração pública exerça, em algum grau


e medida, controle sobre as autarquias que instituir, para garantia da
observância de suas finalidades institucionais.

(E) autotutela permite o controle dos atos praticados pelos entes que
integram a administração indireta, inclusive consórcios públicos.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


207
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

09. (FCC/Defensor Público – DPE PR/2012) Sobre os princípios


orientadores da administração pública é INCORRETO afirmar:

a) A administração pública não pode criar obrigações ou reconhecer


direitos que não estejam determinados ou autorizados em lei.

b) A conduta administrativa com motivação estranha ao interesse público


caracteriza desvio de finalidade ou desvio de poder.

c) A oportunidade e a conveniência são delimitadas por razoabilidade e


proporcionalidade tanto na discricionariedade quanto na atividade
vinculada da administração pública.

d) Além de requisito de eficácia dos atos administrativos, a publicidade


propicia o controle da administração pública pelos administrados.

e) O princípio da eficiência tem sede constitucional e se reporta ao


desempenho da administração pública.

10. (FCC/Técnico Judiciário – TRT 6ª Região/2012) Pode-se, sem pretender


esgotar o conceito, definir o princípio da eficiência como princípio

a) constitucional que rege a Administração Pública, do qual se retira


especificamente a presunção absoluta de legalidade de seus atos.

b) infralegal dirigido à Administração Pública para que ela seja gerida


de modo impessoal e transparente, dando publicidade a todos os seus
atos.

c) infralegal que positivou a supremacia do interesse público,


permitindo que a decisão da Administração sempre se sobreponha ao
interesse do particular.

d) constitucional que se presta a exigir a atuação da Administração


Pública condizente com a moralidade, na medida em que esta não
encontra guarida expressa no texto constitucional.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


208
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

e) constitucional dirigido à Administração Pública para que seja


organizada e dirigida de modo a alcançar os melhores resultados no
desempenho de suas funções.

11. (FCC/Comissário da Infância – TJ RJ/2012) O princípio da


supremacia do interesse público

a) informa toda a atuação da Administração Pública e se sobrepõe a


todos os demais princípios e a todo e qualquer interesse individual.

b) está presente na elaboração da lei e no exercício da função


administrativa, esta que sempre deve visar ao interesse público.

c) informa toda a atuação da Administração Pública, recomendando,


ainda que excepcionalmente, o descumprimento de norma legal, desde
que se comprove que o interesse público restará melhor atendido.

d) traduz-se no poder da Administração Pública de se sobrepor


discricionariamente sobre os interesses individuais, dispensando a
adoção de formalidades legalmente previstas.

e) está presente na atuação da Administração Pública e se


consubstancia na presunção de veracidade dos atos praticados pelo
Poder Público.

12. (FCC/Analista Judiciário – TJ RJ/2012) O Poder Público contratou,


na forma da lei, a prestação de serviços de transporte urbano à
população. A empresa contratada providenciou todos os bens e
materiais necessários à prestação do serviço, mas em determinado
momento, interrompeu as atividades. O Poder Público assumiu a
prestação do serviço, utilizando-se, na forma da lei, dos bens materiais
de titularidade da empresa. A atuação do poder público
consubstanciou-se em expressão do princípio da

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


209
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

a) continuidade do serviço público.

b) eficiência.

c) segurança jurídica.

d) boa-fé.

e) indisponibilidade do interesse público.

13. (FCC/Analista de Controle Externo – TCE AP/2012) De acordo com


a Constituição Federal, os princípios da Administração Pública aplicam-
se

a) às entidades integrantes da Administração direta e indireta de


qualquer dos Poderes.

b) à Administração direta, autárquica e fundacional, exclusivamente.

c) às entidades da Administração direta e indireta, exceto às


sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica.

d) à Administração direta, integralmente, e à indireta de todos os


poderes e às entidades privadas que recebem recursos públicos,
parcialmente.

e) à Administração direta, exclusivamente, sujeitando- se as entidades


da Administração indireta ao controle externo exercido pelo Tribunal de
Contas.

14. (FCC∕Consultor Legislativo - Assembleia Legislativa SP∕2014) O


princípio da continuidade do serviço público serve de fundamento para
a

a) proibição do direito de greve de servidores públicos, prevista


inclusive na Constituição Federal.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


210
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) proibição, em qualquer hipótese, de suspensão da execução do


contrato administrativo pelo particular.

c) regra legal da inexigibilidade de licitação nos casos de guerra ou


grave perturbação da ordem.

d) exigência de permanência do servidor em serviço, ainda que este


preencha os requisitos para aposentadoria compulsória.

e) utilização compulsória de equipamentos, recursos humanos e


materiais da empresa contratada e empregados na execução do
contrato, quando este tiver sido rescindido unilateralmente.

15. (FCC∕Auditor Público Externo – TCE RS∕2014) Os princípios que


regem a Administração pública

a) são aqueles que constam expressamente do texto legal, não se


reconhecendo princípios implícitos, aplicando-se tanto à Administração
direta quanto à indireta.

b) podem ser expressos ou implícitos, os primeiros aplicando-se


prioritariamente em relação aos segundos, ambos se dirigindo apenas à
Administração direta.

c) são prevalentes em relação às leis que regem a Administração


pública, em razão de seu conteúdo ser mais relevante.

d) dirigem-se indistintamente à Administração direta e às autarquias,


aplicando-se seja quando forem expressos, seja quando implícitos.

e) aplicam-se à Administração direta, indireta e aos contratados em


regular licitação, seja quando forem expressos, seja quando implícitos.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


211
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

16. (FCC∕Técnico Judiciário – TJ AP∕2014) O Supremo Tribunal Federal


editou o enunciado sumular segundo o qual a Administração pública
pode declarar a nulidade de seus próprios atos. Referido enunciado
sumular diz respeito ao princípio ou poder de autotutela. Quanto a esse
princípio, é correto afirmar que a Administração pública pode

a) declarar a nulidade de seus próprios atos, no entanto, somente o


judiciário pode revogar os atos administrativos, em razão do princípio
da inafastabilidade da jurisdição.

b) revogar os atos eivados de vícios insanáveis e anular os atos


inoportunos e inconvenientes, desde que, nesse último caso, não sejam
atingidos terceiros de boa-fé.

c) anular ou declarar a nulidade dos atos ilegais e revogar os atos


inoportunos e inconvenientes, mesmo quando atingidos terceiros de
boa-fé, isso em razão do princípio da eficiência.

d) anular ou declarar a nulidade dos atos ilegais e revogar os atos


inoportunos e inconvenientes, de forma motivada e respeitados os
limites à anulação e à revogação.

e) anular ou declarar a nulidade dos atos ilegais e revogar os atos


inoportunos e inconvenientes contudo, no primeiro caso, somente pode
agir por provocação, tendo em vista o princípio da inércia.

17. (FCC/Técnico Judiciário TRT 12ª Região/2013) O reconhecimento


da validade de ato praticado por funcionário irregularmente investido
no cargo ou função, sob o fundamento de que o ato pertence ao órgão e
não ao agente público, decorre do princípio

a) da especialidade.

b) da moralidade.

c) do controle ou tutela.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


212
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

d) da impessoalidade.

e) da hierarquia.

18. (FCC∕Auditor Público Externo – TCE RS∕2014) A necessidade de


publicação dos atos administrativos no Diário Oficial e, em alguns
casos, em jornais de grande circulação é forma de observância do
princípio da

a) legalidade, ainda que essa obrigação não esteja prevista na


legislação.

b) impessoalidade, na medida em que os atos administrativos são


publicados sem identificação da autoridade que os emitiu.

c) eficiência, posto que a Administração deve fazer tudo o que estiver a


seu alcance para promover uma boa gestão, ainda que não haja lastro
na legislação

d) supremacia do interesse público, pois a Administração tem


prioridade sobre outras publicações.

e) publicidade, na medida em que a Administração deve dar


conhecimento de seus atos aos administrados.

19. (FCC∕Analista Judiciário – TRT 16ª Região∕2014) O Diretor Jurídico


de uma autarquia estadual nomeou sua companheira, Cláudia, para o
exercício de cargo em comissão na mesma entidade. O Presidente da
autarquia, ao descobrir o episódio, determinou a imediata demissão de
Cláudia, sob pena de caracterizar grave violação a um dos princípios
básicos da Administração pública. Trata-se do princípio da

a) presunção de legitimidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


213
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) publicidade.

c) motivação.

d) supremacia do interesse privado sobre o público.

e) impessoalidade.

20. (FCC∕Jornalista – TCE PI∕2014) Uma determinada empresa pública


ao rescindir unilateralmente o contrato de trabalho com um de seus
empregados públicos assim o fez sem indicar qualquer fundamento de
fato e de direito para sua decisão. O ato em questão evidencia violação
ao princípio administrativo

a) do controle.

b) da eficiência.

c) da publicidade.

d) da presunção de legitimidade.

e) da motivação.

21. (FCC/Técnico Judiciário TRT 22ª Região/2012) O princípio da


administração pública que tem por fundamento que qualquer atividade
de gestão pública deve ser dirigida a todos os cidadãos, sem a
determinação de pessoa ou discriminação de qualquer natureza,
denomina-se

a) Eficiência.

b) Moralidade.

c) Legalidade.

d) Finalidade.

e) Impessoalidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


214
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

22. (FCC/Analista em Planejamento SEFAZ SP/2012) A respeito dos


princípios que regem a Administração pública, é correto afirmar que o
princípio da

a) supremacia do interesse público sobre o privado autoriza a


Administração a impor restrições aos direitos dos particulares,
independentemente de lei.

b) eficiência autoriza as sociedades de economia mista que atuam no


domínio econômico a contratarem seus empregados mediante processo
seletivo simplificado, observados os parâmetros de mercado.

c) publicidade obriga as entidades integrantes da Administração direta


e indireta a publicarem extrato dos contratos celebrados.

d) legalidade determina que todos os atos praticados pela


Administração devem contar com autorização legal específica.

e) moralidade é subsidiário ao princípio da legalidade, de forma que


uma vez atendido este último considera-se atendido também o
primeiro.

23. (FCC/Analista Judiciário TRE-SP/2012) De acordo com a


Constituição Federal, constituem princípios aplicáveis à Administração
Pública os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. Tais princípios aplicam-se às entidades

a) de direito público, excluídas as empresas públicas e sociedades de


economia mista que atuam em regime de competição no mercado.

b) de direito público e privado, exceto o princípio da eficiência que é


dirigido às entidades da Administração indireta que atuam em regime
de competição no mercado.

c) integrantes da Administração Pública direta e indireta e às entidades


privadas que recebam recursos ou subvenção pública.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


215
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

d) integrantes da Administração Pública direta e indireta,


independentemente da natureza pública ou privada da entidade.

e) públicas ou privadas, prestadoras de serviço público, ainda que não


integrantes da Administração Pública.

24. (FCC/Analista Judiciário - TRE-SP/2012) A eficiência, na lição de


Hely Lopes Meirelles, é um dever que se impõe a todo agente público de
realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento
funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já
não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade,
exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório
atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros.
(Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo, Malheiros, 2003. p. 102).

Infere-se que o princípio da eficiência

a) passou a se sobrepor aos demais princípios que regem a


administração pública, após ter sua previsão inserida em nível
constitucional.

b) deve ser aplicado apenas quanto ao modo de atuação do agente


público, não podendo incidir quando se trata de organizar e estruturar
a administração pública.

c) deve nortear a atuação da administração pública e a organização de


sua estrutura, somando-se aos demais princípios impostos àquela e não
se sobrepondo aos mesmos, especialmente ao da legalidade.

d) autoriza a atuação da administração pública dissonante de previsão


legal quando for possível comprovar que assim serão alcançados
melhores resultados na prestação do serviço público.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


216
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

e) traduz valor material absoluto, de modo que alcançou status jurídico


supraconstitucional, autorizando a preterição dos demais princípios que
norteiam a administração pública, a fim de alcançar os melhores
resultados.

25. (FCC/Analista Judiciário TRE RO/2014) Dentre os princípios básicos


da Administração, NÃO se inclui o da

a) celeridade da duração do processo.

b) impessoalidade.

c) segurança jurídica.

d) razoabilidade.

e) proporcionalidade.

GABARITO

01.A 02.B 03.D 04.A 05.C 06.A 07.B 08.D

09.C 10.E 11.B 12.A 13.A 14.E 15.D 16.D

17.D 18.E 19.E 20.E 21.E 22.C 23.D 24.C

25. A

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


217
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

QUESTÕES COMENTADAS- BATERIA “FUNDAÇÃO CARLOS


CHAGAS”

QUESTÕES FCC COMENTADAS

01. (FCC∕Juiz do Trabalho – TRT 6ª Região∕2015) Acerca dos princípios


informativos da Administração pública, considere:

I. O princípio da publicidade aplica-se também às entidades integrantes


da Administração indireta, exceto àquelas submetidas ao regime
jurídico de direito privado e que atuam em regime de competição no
mercado.

II. O princípio da moralidade é considerado um princípio prevalente e a


ele se subordinam os demais princípios reitores da Administração.

III. O princípio da eficiência, que passou a ser explicitamente citado


pela Carta Magna a partir da Emenda Constitucional no 19/1998,
aplica-se a todas as entidades integrantes da Administração direta e
indireta.

Está correto o que consta APENAS em

a) III.

b) I e II.

c) II e III.

d) I

e) II

Comentários

Item I – O princípio da publicidade, assim como todos os demais


previstos no art. 37, caput, da CF/1988, aplicam-se indistintamente a todas as

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


218
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

entidades da Administração Pública Direta (União, Estados, Municípios e Distrito


Federal) e Administração Pública Indireta (autarquias, fundações públicas,
sociedades de economia mista e empresas públicas). Assertiva incorreta.

Item II - Não há hierarquia entre os princípios administrativos, apesar de


vários autores afirmarem que o princípio da supremacia do interesse
público sobre o interesse privado é o princípio fundamental do Direito
Administrativo. Assertiva incorreta.

Item III - O princípio da eficiência somente foi introduzido no texto


constitucional em 1998, com a promulgação da Emenda Constitucional nº. 19.
Antes disso, ele era considerado um princípio implícito. De qualquer forma,
lembre-se de que o princípio se impõe a todas as entidades da Administração
Pública Direta e Indireta. Assertiva correta.

Gabarito: Letra a.

02. (FCC∕Analista Judiciário – TRT 19ª Região∕2014) Determinada


empresa do ramo farmacêutico, responsável pela importação de
importante fármaco necessário ao tratamento de grave doença,
formulou pedido de retificação de sua declaração de importação, não
obtendo resposta da Administração pública. Em razão disso, ingressou
com ação na Justiça, obtendo ganho de causa. Em síntese, considerou o
Judiciário que a Administração pública não pode se esquivar de dar um
pronto retorno ao particular, sob pena inclusive de danos irreversíveis à
própria população. O caso narrado evidencia violação ao princípio da

a) publicidade.

b) eficiência.

c) impessoalidade.

d) motivação.

e) proporcionalidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


219
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Comentários

Em várias oportunidades o Poder Judiciário decidiu que não é lícito à


Administração Pública prorrogar indefinidamente a duração de seus processos,
pois é direito do administrado ter seus requerimentos apreciados em tempo
razoável, conforme preceitua os arts. 5º, LXXIII, da Constituição Federal e 2º
da Lei n. 9.784 /99.

No julgamento do Agravo Regimental no Recurso Especial nº


1.143.129∕ES, por exemplo, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que “em
homenagem aos princípios da eficiência e moralidade previstos na
Constituição Federal, tem-se admitido, na falta de previsão legal, a
possibilidade de se estabelecer prazo para o encerramento da instrução do
processo administrativo quando sua apreciação se mostrar morosa e
injustificada”.

Gabarito: Letra b.

03. (FCC∕Analista Judiciário – TRF da 3ª Região∕2014) A proibição de


que determinado governo − de qualquer nível − ao exteriorizar em
placas, anúncios, propaganda e outros meios de divulgação de suas
obras, faça qualquer referência ao nome do Presidente, Governador ou
Prefeito ou do Partido Político ou coligação pelo qual foi eleito é uma
decorrência do princípio constitucional da

a) finalidade.

b) publicidade.

c) legalidade.

d) impessoalidade.

e) eficiência.

Comentários

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


220
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Em razão do princípio da impessoalidade, neste caso previsto no art. 37, § 1º,


da CF∕1988, ao realizar a divulgação dos atos, programas, obras e serviços
executados pela Administração Pública, o gestor público não pode se valer da
oportunidade para promover o seu nome ou imagem perante a sociedade,
apresentando-se como se fosse o único responsável pelos feitos
administrativos. Também não pode ser aproveitar do fato de exercer função
pública (o que lhe garante respeito e prestígio perante outras autoridades) para
atribuir o seu nome ou de parentes vivos a bens públicos.

Gabarito: Lera d.

04. (FCC∕Juiz Substituto – TJ AP∕2014) Dentre os princípios que


norteiam a produção de atos administrativos, está o princípio da
motivação. NÃO configura violação desse princípio a edição de ato
administrativo imotivado que

a) cesse a designação de servidor para exercício de função temporária.

b) indefira requerimento de licença para exercício de atividade


considerada ilegal pela Administração.

c) indefira o gozo de férias pelo servidor público.

d) anule ato administrativo flagrantemente inválido.

e) exonere servidor durante o estágio probatório.

Comentários

Apesar de a motivação dos atos administrativos ser imposta como regra


geral, deve ficar claro que existem exceções pontuais.

Para responder às questões de concursos públicos, por exemplo, lembre-se de


que os atos de nomeação e exoneração em cargos de confiança (também
denominados de cargos em comissão), não exigem motivação, pois se trata
de hipótese muito cobrada pelas bancas.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


221
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Gabarito: Letra a.

05. (FCC∕Analista Legislativo – AL PE∕2014) O Governo de determinado


Estado realizou campanha publicitária, paga com recursos públicos
advindos da arrecadação de impostos, para divulgação do programa de
saúde pública instituído no Estado. A campanha publicitária afirmou
que o programa de saúde pública era uma realização do partido político
ao qual o Governador do Estado era filiado, tendo o Governador sido
citado nominalmente na campanha, que também utilizou sua imagem.
Considerando o disposto na Constituição Federal, trata-se de
publicidade realizada

a) regularmente, uma vez que a publicidade dos programas de saúde


pública exige a indicação da autoridade responsável pelo programa, em
razão do princípio da transparência, devendo ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social.

b) regularmente, uma vez que o cidadão tem direito a ser informado


sobre as políticas públicas instituídas pelo Governo, devendo ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social.

c) irregularmente, uma vez que da publicidade dos programas dos


órgãos públicos não poderão constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos,
devendo ter caráter educativo, informativo ou de orientação social.

d) irregularmente, uma vez que é vedada a realização de campanha


publicitária dos programas de governo com recursos públicos, salvo se
provenientes de doações.

e) irregularmente, uma vez que não poderia ter sido utilizada a imagem
do Governador, ainda que seu nome e o nome de seu partido pudessem
ser utilizados na campanha.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


222
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Comentários

No julgamento do recurso extraordinário nº 191.668/RS, de relatoria do


Ministro Menezes Direito, o Supremo Tribunal Federal afirmou que “o caput e o
parágrafo 1º do artigo 37 da Constituição Federal impedem que haja qualquer
tipo de identificação entre a publicidade e os titulares dos cargos alcançando os
partidos políticos a que pertençam. O rigor do dispositivo constitucional que
assegura o princípio da impessoalidade vincula a publicidade ao caráter
educativo, informativo ou de orientação social é incompatível com a menção de
nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos slogans, que caracterizem promoção
pessoal ou de servidores públicos. A possibilidade de vinculação do conteúdo da
divulgação com o partido político a que pertença o titular do cargo público
mancha o princípio da impessoalidade e desnatura o caráter educativo,
informativo ou de orientação que constam do comando posto pelo constituinte
dos oitenta”.

Gabarito: letra c.

06. (FCC∕Analista Judiciário – TRT 12ª Região∕2013) Matheus, Prefeito


de determinado Município de Santa Catarina, contratou advogado para
atuar em sua defesa em ação de improbidade administrativa em que
figura como réu. A contratação objetivou a defesa pessoal do Chefe do
Poder Executivo, às expensas do erário, isto é, visou a tutela de
interesses pessoais do administrador público. O caso em questão
evidencia a violação ao princípio da Administração Pública denominado

a) Moralidade.

b) Publicidade.

c) Eficiência.

d) Razoabilidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


223
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

e) Presunção de Veracidade.

Comentários

No julgamento do Agravo Regimental no Recurso Especial nº 681.571∕GO, o


Superior Tribunal de Justiça ratificou o entendimento de que “se há para o
Estado interesse em defender seus agentes políticos, quando agem como tal,
cabe a defesa ao corpo de advogados do Estado, ou contratado às suas
custas. Entretanto, quando se tratar da defesa de um ato pessoal do agente
político, voltado contra o órgão público, não se pode admitir que, por conta do
órgão público, corram as despesas com a contratação de advogado. Seria mais
que uma demasia, constituindo-se em ato imoral e arbitrário”, configurando
improbidade administrativa.

Gabarito: Letra a.

07. (FCC∕Técnico Judiciário – TRT 9ª Região∕2013) Diante de uma


situação de irregularidade, decorrente da prática de ato pela própria
Administração pública brasileira, é possível a esta restaurar a
legalidade, quando for o caso, lançando mão de seu poder

a) de tutela, expressão de limitação de seu poder discricionário e


corolário do princípio da legalidade.

b) de autotutela, que permite a revisão, de ofício, de seus atos para,


sanar ilegalidade.

c) de autotutela, expressão do princípio da supremacia do interesse


público, que possibilita a alteração de atos por razões de conveniência
e oportunidade, sempre que o interesse público assim recomendar.

d) disciplinar, que se expressa, nesse caso, por meio de medidas


corretivas de atuação inadequada do servidor público que emitiu o ato.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


224
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

e) de tutela disciplinar, em razão da atuação ilegal do servidor público,


que faz surgir o dever da Administração de corrigir seus próprios atos.

Comentários

A Administração Pública, mesmo após a edição de seus atos, continua


realizando sobre eles efetivo e constante controle administrativo, consequência
do princípio da autotutela. Assim, caso verifique posteriormente que editou
ato ilegal, está autorizada a anulá-lo. No mesmo sentido, caso edite ato legal
que futuramente se torne inconveniente ou inoportuno, poderá realizar a
revogação.

Gabarito: Letra b.

08. (FCC/Analista Judiciário – TRT 1ª Região/2013) A propósito dos


princípios que informam a atuação da Administração pública tem-se
que o princípio da

(A) supremacia do interesse público e o princípio da legalidade podem


ser excludentes, devendo, em eventual conflito, prevalecer o primeiro,
por sobrepor-se a todos os demais.

(B) publicidade está implícito na atuação da administração, uma vez


que não consta da constituição federal, mas deve ser respeitado nas
mesmas condições que os demais.

(C) eficiência e o princípio da legalidade podem ser excludentes, razão


pela qual cabe ao administrador a opção de escolha dentre eles, de
acordo com o caso concreto.

(D) tutela permite que a administração pública exerça, em algum grau


e medida, controle sobre as autarquias que instituir, para garantia da
observância de suas finalidades institucionais.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


225
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

(E) autotutela permite o controle dos atos praticados pelos entes que
integram a administração indireta, inclusive consórcios públicos.

Comentários

a) Errado. Não há hierarquia entre os princípios administrativos, portanto, o


princípio da supremacia do interesse público não irá sobrepor-se aos demais,
apesar de ser um dos princípios fundamentais do regime jurídico-
administrativo. Diante de um aparente conflito entre princípios o intérprete
(administrador ou juiz) deverá valer-se da ponderação de interesses,
valorando as circunstâncias e peculiaridades do caso em concreto com a
finalidade de decidir qual dos interesses possui, abstratamente, mais relevância
na situação em análise, incidindo com mais ênfase.

b) Errado. Diferentemente no que consta no texto da assertiva, o princípio da


publicidade está previsto expressamente no caput do art. 37 da Constituição
Federal.

c) Errado. Os princípios administrativos devem ser interpretados de forma


harmônica e sistemática, portanto, é incorreto afirmar que os princípios da
legalidade e da eficiência podem ser excludentes.

d) Correto. O princípio da tutela, também conhecido como “princípio do


controle”, permite à Administração Pública Direta (União, Estados,
Municípios e Distrito Federal) controlar o exercício das finalidades institucionais
das entidades integrantes da Administração Pública Indireta (autarquias,
fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas).

e) Errado. O princípio da autotutela (que é diferente do princípio da tutela)


assegura à Administração Pública a prerrogativa de rever os seus próprios
atos, anulando-os, quando ilegais, ou revogando-os, quando inoportunos ou
inconvenientes ao interesse público.

GABARITO: LETRA D.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


226
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

09. (FCC/Defensor Público – DPE PR/2012) Sobre os princípios


orientadores da administração pública é INCORRETO afirmar:

a) A administração pública não pode criar obrigações ou reconhecer


direitos que não estejam determinados ou autorizados em lei.

b) A conduta administrativa com motivação estranha ao interesse público


caracteriza desvio de finalidade ou desvio de poder.

c) A oportunidade e a conveniência são delimitadas por razoabilidade e


proporcionalidade tanto na discricionariedade quanto na atividade
vinculada da administração pública.

d) Além de requisito de eficácia dos atos administrativos, a publicidade


propicia o controle da administração pública pelos administrados.

e) O princípio da eficiência tem sede constitucional e se reporta ao


desempenho da administração pública.

Comentários

a) O princípio da legalidade, previsto no art. 37, caput, da Constituição


Federal de 1988, realmente impõe que a Administração Pública atue nos
estritos termos da lei, sendo-lhe vedada a criação de obrigações ou
reconhecimento de direitos através de atos administrativos, por exemplo.
Assertiva correta.

b) Nos termos da alínea “e”, parágrafo único, artigo 2º, da Lei nº 4.717/65 (Lei
de Ação Popular), o desvio de poder ou finalidade ocorre quando “o agente
pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou
implicitamente, na regra de competência”. Assertiva correta.

c) A atividade discricionária da Administração Pública caracteriza-se pela


conveniência e oportunidade, isto é, ao agente público competente é
assegurada legalmente uma relativa margem de liberdade para atuar,

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


227
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

materializada na escolha dos requisitos “motivo” e “objeto” do ato


administrativo.

Todavia, deve ficar claro que a discricionariedade não estará presente na


atividade vinculada da Administração Pública, pois, neste caso, a própria lei
se encarregou de estabelecer todos os requisitos do ato administrativo
(competência, forma, finalidade, motivo e objeto), impossibilitando que o
agente público atue da maneira que entender mais conveniente e oportuna para
o interesse público. Assertiva incorreta.

d) Não restam dúvidas de que a publicidade é requisito de eficácia e


moralidade do ato administrativo, pois, somente com a sua divulgação
nos órgãos oficiais de imprensa ou boletins internos, quando for o caso,
é que os administrados terão acesso ao seu conteúdo, podendo
impugná-lo perante o Poder Judiciário ou Administração Pública.
Assertiva correta.

e) O princípio da eficiência, previsto expressamente no caput do art. 37 da


Constituição Federal de 1988, impõe que a Administração Pública atue com
rapidez, perfeição e rendimento. Assertiva correta.

GABARITO: LETRA C.

10. (FCC/Técnico Judiciário – TRT 6ª Região/2012) Pode-se, sem pretender


esgotar o conceito, definir o princípio da eficiência como princípio

a) constitucional que rege a Administração Pública, do qual se retira


especificamente a presunção absoluta de legalidade de seus atos.

b) infralegal dirigido à Administração Pública para que ela seja gerida


de modo impessoal e transparente, dando publicidade a todos os seus
atos.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


228
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

c) infralegal que positivou a supremacia do interesse público,


permitindo que a decisão da Administração sempre se sobreponha ao
interesse do particular.

d) constitucional que se presta a exigir a atuação da Administração


Pública condizente com a moralidade, na medida em que esta não
encontra guarida expressa no texto constitucional.

e) constitucional dirigido à Administração Pública para que seja


organizada e dirigida de modo a alcançar os melhores resultados no
desempenho de suas funções.

Comentários

Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas sobre o


princípio da eficiência, é importante ficar atento às seguintes
informações:

1ª - Trata-se de princípio expresso, já que insculpido no caput do art. 37 da


Constituição Federal de 1988;

2ª - Se o princípio consta expressamente no texto constitucional, não pode ser


considerado infralegal (abaixo da lei);

3ª - Até a promulgação da emenda constitucional nº 19, em 04/06/1998, que


foi responsável pela sua inclusão no texto constitucional, era considerado
princípio implícito;

4ª - Impõe-se tanto à Administração Pública quanto aos seus agentes, já que


ambos devem sempre atuar na incansável rotina de alcançar os melhores
resultados para a coletividade, com máxima produtividade;

5ª - Está relacionado diretamente com o princípio da economicidade (alguns


autores o consideram uma espécie deste), que impõe à Administração Pública a
obrigatoriedade de praticar as atividades administrativas com observância da
relação custo/benefício, de modo que os recursos públicos sejam utilizados de
forma mais vantajosa e eficiente para o poder público.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


229
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

GABARITO: LETRA E.

11. (FCC/Comissário da Infância – TJ RJ/2012) O princípio da


supremacia do interesse público

a) informa toda a atuação da Administração Pública e se sobrepõe a


todos os demais princípios e a todo e qualquer interesse individual.

b) está presente na elaboração da lei e no exercício da função


administrativa, esta que sempre deve visar ao interesse público.

c) informa toda a atuação da Administração Pública, recomendando,


ainda que excepcionalmente, o descumprimento de norma legal, desde
que se comprove que o interesse público restará melhor atendido.

d) traduz-se no poder da Administração Pública de se sobrepor


discricionariamente sobre os interesses individuais, dispensando a
adoção de formalidades legalmente previstas.

e) está presente na atuação da Administração Pública e se


consubstancia na presunção de veracidade dos atos praticados pelo
Poder Público.

Comentários

a) O princípio da supremacia do interesse público, apesar de


representar um dos pilares do regime jurídico-administrativo, não é
hierarquicamente superior aos demais princípios administrativos. Não
há hierarquia entre princípios, que devem ser interpretados
sistematicamente, através de um juízo de ponderação de valores
presentes no caso em concreto. Assertiva incorreta.

b) A professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro afirma que “esse


princípio está presente tanto no momento da elaboração da lei como no
momento de sua execução em concreto pela Administração Pública. Ele

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


230
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

inspira o legislador e vincula a autoridade administrativa em toda a sua


atuação”. Assertiva correta.

c) Em nenhum momento a legislação poderá ser descumprida sob a


alegação de que o interesse público restará melhor atendido. Caso isso
ocorra, restará caracterizada grave e inadmissível violação ao princípio
da legalidade. Assertiva incorreta.

d) O princípio da supremacia do interesse público realmente coloca a


Administração Pública em patamar de superioridade em relação aos
administrados, estabelecendo uma relação jurídica vertical. Todavia, as
condutas praticadas sob o seu manto devem sempre estar pautadas em
lei, sob pena de anulação pelo Poder Judiciário ou pela própria
Administração Pública. Assertiva incorreta.

e) O princípio da supremacia do interesse público não se consubstancia


na presunção de veracidade dos atos praticados pelo Poder Público, já
que possui um alcance muito mais abrangente. A presunção de
veracidade nada mais é do que um dos atributos dos atos
administrativos, que possui vários outros. Assertiva incorreta.

GABARITO: LETRA B.

12. (FCC/Analista Judiciário – TJ RJ/2012) O Poder Público contratou,


na forma da lei, a prestação de serviços de transporte urbano à
população. A empresa contratada providenciou todos os bens e
materiais necessários à prestação do serviço, mas em determinado
momento, interrompeu as atividades. O Poder Público assumiu a
prestação do serviço, utilizando-se, na forma da lei, dos bens materiais
de titularidade da empresa. A atuação do poder público
consubstanciou-se em expressão do princípio da

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


231
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

a) continuidade do serviço público.

b) eficiência.

c) segurança jurídica.

d) boa-fé.

e) indisponibilidade do interesse público.

Comentários

Por serem considerados essenciais à coletividade, existem alguns serviços


públicos ou atividades que devem ser prestados de forma ininterrupta, a
exemplo do tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de
energia elétrica, gás e combustíveis, entre outros.

Nesses termos, caso o particular responsável pela execução não tenha


condições de garantir a sua fruição pelos usuários, o Poder Público está
autorizado legalmente a utilizar os bens materiais de titularidade da empresa
para assegurar a sua prestação, consequência direta do princípio da
continuidade do serviço público.

Somente em situações excepcionais, previstas legalmente, poderá ocorrer


a interrupção da prestação de serviços públicos, a exemplo daquelas contidas
no art. 6º, § 3º, da Lei 8.987/1995, que assim dispõe:

§ 3º. Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em


situação de emergência ou após prévio aviso, quando:

I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,

II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

GABARITO: LETRA A.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


232
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

13. (FCC/Analista de Controle Externo – TCE AP/2012) De acordo com


a Constituição Federal, os princípios da Administração Pública aplicam-
se

a) às entidades integrantes da Administração direta e indireta de


qualquer dos Poderes.

b) à Administração direta, autárquica e fundacional, exclusivamente.

c) às entidades da Administração direta e indireta, exceto às


sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica.

d) à Administração direta, integralmente, e à indireta de todos os


poderes e às entidades privadas que recebem recursos públicos,
parcialmente.

e) à Administração direta, exclusivamente, sujeitando- se as entidades


da Administração indireta ao controle externo exercido pelo Tribunal de
Contas.

Comentários

Nos termos do art. 37, caput, da Constituição Federal de 1988, a


administração pública direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) e
indireta (autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista,
empresas públicas e consórcios públicos) de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

GABARITO: LETRA A

14. (FCC∕Consultor Legislativo - Assembleia Legislativa SP∕2014) O


princípio da continuidade do serviço público serve de fundamento para
a

a) proibição do direito de greve de servidores públicos, prevista


inclusive na Constituição Federal.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


233
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) proibição, em qualquer hipótese, de suspensão da execução do


contrato administrativo pelo particular.

c) regra legal da inexigibilidade de licitação nos casos de guerra ou


grave perturbação da ordem.

d) exigência de permanência do servidor em serviço, ainda que este


preencha os requisitos para aposentadoria compulsória.

e) utilização compulsória de equipamentos, recursos humanos e


materiais da empresa contratada e empregados na execução do
contrato, quando este tiver sido rescindido unilateralmente.

Comentários

a) É importante esclarecer que o direito de greve dos servidores públicos não


é proibido pelo texto constitucional, que, em seu art. 37, VII, é expresso ao
reconhecê-lo. Todavia, lembre-se de que a Constituição Federal de 1988
condiciona o exercício desse direito aos termos e limites previstos em lei
específica (que ainda não foi criada). Assertiva incorreta.

b) A impossibilidade de o particular alegar que a Administração não cumpriu a


sua obrigação no contrato, para deixar de prestar o serviço público, não é
absoluta. Com o objetivo de evitar abusos e arbitrariedades por parte da
Administração, o legislador estabeleceu, no artigo 78, incisos XIV, XI e XVI, da
Lei de Licitações, hipóteses nas quais o particular poderá rescindir o contrato
ou optar pela suspensão dos serviços em virtude de conduta praticada pela
Administração Pública. Assertiva incorreta.

c) As hipóteses de guerra ou grave perturbação da ordem permitem a


dispensa de licitação e não a declaração de sua inexigibilidade. Assertiva
incorreta.

d) Em relação à aposentadoria compulsória, aos setenta anos de idade, do


titular de cargo público efetivo (que, por sinal, deveria ter sido mencionado
no enunciado), não há exceções.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


234
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

No dia que completa a idade limite de setenta anos o servidor é obrigado a se


aposentar, independentemente de sua vontade ou interesse de permanência
manifestado pela Administração Pública. Assertiva incorreta.

e) Ocorrendo a rescisão unilateral do contrato administrativo por parte da


Administração Pública, dispõe o art. 80, I, da Lei 8.666∕1993, que será possível
a ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal
empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade. Assertiva
correta.

Gabarito: Letra e.

15. (FCC∕Auditor Público Externo – TCE RS∕2014) Os princípios que


regem a Administração pública

a) são aqueles que constam expressamente do texto legal, não se


reconhecendo princípios implícitos, aplicando-se tanto à Administração
direta quanto à indireta.

b) podem ser expressos ou implícitos, os primeiros aplicando-se


prioritariamente em relação aos segundos, ambos se dirigindo apenas à
Administração direta.

c) são prevalentes em relação às leis que regem a Administração


pública, em razão de seu conteúdo ser mais relevante.

d) dirigem-se indistintamente à Administração direta e às autarquias,


aplicando-se seja quando forem expressos, seja quando implícitos.

e) aplicam-se à Administração direta, indireta e aos contratados em


regular licitação, seja quando forem expressos, seja quando implícitos.

Comentários

Ao responder às questões da Fundação Carlos Chagas, lembre-se sempre de


que os princípios administrativos se dividem em expressos e implícitos.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


235
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Princípios expressos são aqueles taxativamente previstos em uma norma


jurídica de caráter geral, obrigatória para todas as entidades políticas (União,
Estados, Municípios, Distrito Federal e seus respectivos órgãos públicos), bem
como para as entidades administrativas (autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista). Não interessa se a norma
jurídica de caráter geral possui status constitucional ou infraconstitucional,
mas sim se é de cunho obrigatório para toda a Administração Pública, em todos
os níveis.

Por outro lado, princípios implícitos são aqueles que não estão previstos
expressamente em uma norma jurídica de caráter geral, pois são consequência
dos estudos doutrinários e jurisprudenciais.

Em termos gerais, deve ficar claro que os princípios não são prevalentes em
relação às leis que regem a Administração Pública, pois são aplicados
concomitantemente à legislação vigente.

Gabarito: Letra d.

16. (FCC∕Técnico Judiciário – TJ AP∕2014) O Supremo Tribunal Federal


editou o enunciado sumular segundo o qual a Administração pública
pode declarar a nulidade de seus próprios atos. Referido enunciado
sumular diz respeito ao princípio ou poder de autotutela. Quanto a esse
princípio, é correto afirmar que a Administração pública pode

a) declarar a nulidade de seus próprios atos, no entanto, somente o


judiciário pode revogar os atos administrativos, em razão do princípio
da inafastabilidade da jurisdição.

b) revogar os atos eivados de vícios insanáveis e anular os atos


inoportunos e inconvenientes, desde que, nesse último caso, não sejam
atingidos terceiros de boa-fé.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


236
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

c) anular ou declarar a nulidade dos atos ilegais e revogar os atos


inoportunos e inconvenientes, mesmo quando atingidos terceiros de
boa-fé, isso em razão do princípio da eficiência.

d) anular ou declarar a nulidade dos atos ilegais e revogar os atos


inoportunos e inconvenientes, de forma motivada e respeitados os
limites à anulação e à revogação.

e) anular ou declarar a nulidade dos atos ilegais e revogar os atos


inoportunos e inconvenientes contudo, no primeiro caso, somente pode
agir por provocação, tendo em vista o princípio da inércia.

Comentários

A súmula 473 do Supremo Tribunal Federal dispõe que “a administração


pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

Gabarito: Letra d.

17. (FCC/Técnico Judiciário TRT 12ª Região/2013) O reconhecimento


da validade de ato praticado por funcionário irregularmente investido
no cargo ou função, sob o fundamento de que o ato pertence ao órgão e
não ao agente público, decorre do princípio

a) da especialidade.

b) da moralidade.

c) do controle ou tutela.

d) da impessoalidade.

e) da hierarquia.

Comentários

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


237
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Em decorrência do princípio da impessoalidade, os atos praticados


pelos agentes públicos devem ser imputados à entidade a qual se encontram
vinculados e não a si próprios. Eis o que impõe a “teoria do órgão”, criada pelo
professor alemão Otto Gierke.

A professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro nos informa que “essa teoria é
utilizada por muitos autores para justificar a validade dos atos praticados por
funcionários de fato; considera-se que o ato do funcionário é ato do órgão e,
portanto, imputável à Administração. A mesma solução não é aplicável à pessoa
que assuma o exercício de função pública por sua própria conta, quer
dolosamente (como usurpador de função), quer de boa-fé, para desempenhar
função em momentos de emergência, porque nesses casos é evidente a
inexistência de investidura do agente no cargo ou função”.

GABARITO: LETRA D.

18. (FCC∕Auditor Público Externo – TCE RS∕2014) A necessidade de


publicação dos atos administrativos no Diário Oficial e, em alguns
casos, em jornais de grande circulação é forma de observância do
princípio da

a) legalidade, ainda que essa obrigação não esteja prevista na


legislação.

b) impessoalidade, na medida em que os atos administrativos são


publicados sem identificação da autoridade que os emitiu.

c) eficiência, posto que a Administração deve fazer tudo o que estiver a


seu alcance para promover uma boa gestão, ainda que não haja lastro
na legislação

d) supremacia do interesse público, pois a Administração tem


prioridade sobre outras publicações.

e) publicidade, na medida em que a Administração deve dar


conhecimento de seus atos aos administrados.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


238
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Comentários

O princípio da publicidade impõe à Administração Pública a


obrigatoriedade de conceder aos seus atos a mais ampla divulgação possível
entre os administrados, pois só assim estes poderão fiscalizar e controlar a
legitimidade das condutas praticadas pelos agentes públicos. Ademais, a
publicidade de atos, programas, obras e serviços dos órgãos públicos deverão
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social.

A divulgação oficial dos atos praticados pela Administração ocorre, em


regra, mediante publicação no Diário Oficial, isso em relação à União, aos
Estados e ao Distrito Federal. Em relação aos Municípios, pode ser que algum
não possua órgão oficial de publicação de seus atos (Diário Oficial). Nesse caso,
a divulgação poderá ocorrer mediante afixação do ato na sede do órgão ou
entidade que os tenha produzido.

Gabarito: Letra e.

19. (FCC∕Analista Judiciário – TRT 16ª Região∕2014) O Diretor Jurídico


de uma autarquia estadual nomeou sua companheira, Cláudia, para o
exercício de cargo em comissão na mesma entidade. O Presidente da
autarquia, ao descobrir o episódio, determinou a imediata demissão de
Cláudia, sob pena de caracterizar grave violação a um dos princípios
básicos da Administração pública. Trata-se do princípio da

a) presunção de legitimidade.

b) publicidade.

c) motivação.

d) supremacia do interesse privado sobre o público.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


239
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

e) impessoalidade.

Comentários

Não restam dúvidas de que o Diretor Jurídico da autarquia praticou


conduta configurada como nepotismo, vedada expressamente pela Súmula
Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal, que assim dispõe:

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou


por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou,
ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal.

Analisando-se o texto da citada súmula vinculante, constata-se que estão


impedidos de exercer cargos ou funções de confiança na Administração Pública
os seguintes parentes de autoridades administrativas com poder de nomeação,
além do cônjuge e companheiro:

Parentes em linha reta

GRAU DE Consanguinidade Afinidade


PARENTESCO

1º Pais e filhos Sogro e sogra; genro e nora; madrasta


e padrasto; enteado e enteada.

2º Avós e netos Avós e netos do cônjuge ou


companheiro

3º Bisavós e bisnetos Bisavós e bisnetos do cônjuge ou


companheiro.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


240
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Parentes em linha colateral

GRAU DE Consanguinidade Afinidade


PARENTESCO

1º Não há Não há

2º Irmãos Cunhado e cunhada

3º Tios e sobrinhos Tios e sobrinhos do cônjuge ou


companheiro.

Para responder às questões de prova, lembre-se de que primos não são


alcançados pelas normas da súmula vinculante nº 13, portanto, podem ser
designados para o exercício de cargos ou funções de confiança na
Administração Pública pelas autoridades competentes.

Em suma, pode-se afirmar que os atos de nepotismo violam o princípio


da impessoalidade (esse é o entendimento cobrado na maioria das questões
da Fundação Carlos Chagas). Todavia, a própria banca já considerou correto
enunciado que afirmava que o nepotismo violava o princípio da moralidade.
Nesse caso, fique atento (a) ao enunciado!

Gabarito: Letra e.

20. (FCC∕Jornalista – TCE PI∕2014) Uma determinada empresa pública


ao rescindir unilateralmente o contrato de trabalho com um de seus
empregados públicos assim o fez sem indicar qualquer fundamento de
fato e de direito para sua decisão. O ato em questão evidencia violação
ao princípio administrativo

a) do controle.

b) da eficiência.

c) da publicidade.

d) da presunção de legitimidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


241
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

e) da motivação.

Comentários

O princípio da motivação impõe à Administração Pública a obrigação de


apresentar as razões de fato (o acontecimento, a circunstância real) e as
razões de direito (o dispositivo legal) que a levaram a praticar determinado
ato.

Sendo assim, no momento de motivar o ato, o administrador não pode limitar-


se a indicar o dispositivo legal que serviu de base para a sua edição. É
essencial ainda que o administrador apresente, detalhadamente, todo o
caminho que percorreu para chegar a tal conclusão, bem como o objetivo que
deseja alcançar com a prática do ato.

Agindo dessa maneira, o administrador estará permitindo que os


interessados possam exercer um controle efetivo sobre o ato praticado, que
deve respeitar as diretrizes do Estado Democrático de Direito, o princípio da
legalidade, da razoabilidade, proporcionalidade, do devido processo legal, entre
outros.

A propósito, destaco que no julgamento do recurso extraordinário nº 589.998,


que ocorreu em 21/03/2013, o Supremo Tribunal Federal declarou ser
“obrigatória a motivação da dispensa unilateral de empregado por empresa
estatal e sociedade de economia mista tanto da união, quanto dos estados, do
distrito federal e dos municípios”.

Nesses termos, deve ficar claro que apesar de os empregados de empresas


estatais não possuírem estabilidade no emprego público, somente podem ser
demitidos mediante ato motivado, isto é, que apresente os fundamentos de fato
e de direito que justificaram a respectiva dispensa.

Gabarito: Letra e.

21. (FCC/Técnico Judiciário TRT 22ª Região/2012) O princípio da


administração pública que tem por fundamento que qualquer atividade

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


242
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

de gestão pública deve ser dirigida a todos os cidadãos, sem a


determinação de pessoa ou discriminação de qualquer natureza,
denomina-se

a) Eficiência.

b) Moralidade.

c) Legalidade.

d) Finalidade.

e) Impessoalidade.

Comentários

O professor Celso Antônio Bandeira de Mello nos ensina que o princípio da


impessoalidade “traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos
os administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem
favoritismos nem perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades
pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação
administrativa”. Afirma ainda o professor que “o princípio em causa não é senão
o próprio princípio da igualdade ou isonomia.”

GABARITO: LETRA E.

22. (FCC/Analista em Planejamento SEFAZ SP/2012) A respeito dos


princípios que regem a Administração pública, é correto afirmar que o
princípio da

a) supremacia do interesse público sobre o privado autoriza a


Administração a impor restrições aos direitos dos particulares,
independentemente de lei.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


243
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) eficiência autoriza as sociedades de economia mista que atuam no


domínio econômico a contratarem seus empregados mediante processo
seletivo simplificado, observados os parâmetros de mercado.

c) publicidade obriga as entidades integrantes da Administração direta


e indireta a publicarem extrato dos contratos celebrados.

d) legalidade determina que todos os atos praticados pela


Administração devem contar com autorização legal específica.

e) moralidade é subsidiário ao princípio da legalidade, de forma que


uma vez atendido este último considera-se atendido também o
primeiro.

Comentários

a) Errado. Com fundamento no princípio da supremacia do interesse público


sobre o privado, a Administração irá atuar com superioridade em relação aos
demais interesses existentes na sociedade. Isso significa que será estabelecida
uma relação jurídica “vertical” entre o particular e a Administração, já que
esta se encontra em situação de superioridade.

Apesar de tal supremacia, o interesse público não se sobrepõe de forma


absoluta ao interesse privado, pois o próprio texto constitucional assegura a
necessidade de obediência ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à
coisa julgada (artigo 5º, XXXVI). Ademais, eventuais restrições aos direitos
dos particulares somente poderão ser estabelecidas mediante lei, observando-
se, assim, o princípio da legalidade.

b) Errado. Nos termos do art. 37, II, da Constituição Federal, as


empresas públicas e sociedades de economia mista também estão obrigadas a
realizar concursos públicos para contratar os seus respectivos empregados, não
sendo lícita a adoção de processo seletivo simplificado.

c) Correto. Essa obrigatoriedade consta, por exemplo, no art. 20 do


Decreto Federal nº 3.555/2000 (que aprova o regulamento da modalidade

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


244
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

licitatória Pregão), ao dispor que “a União publicará, no Diário Oficial da União,


o extrato dos contratos celebrados, no prazo de até vinte dias da data de
sua assinatura, com indicação da modalidade de licitação e de seu número de
referência”.

d) Errado. Para a edição de atos administrativos não é necessário que


exista autorização legal específica. Para observância ao princípio da legalidade,
é suficiente que exista autorização legislativa genérica, ainda que não
apresente, detalhadamente, todas as características e condições do ato
administrativo.

e) Errado. O fato de ter sido respeitado o princípio da legalidade não


significa que também foi atendido o princípio da moralidade, pois a lei pode ser
imoral e a moral pode ultrapassar o âmbito da lei.

GABARITO: LETRA C.

23. (FCC/Analista Judiciário TRE-SP/2012) De acordo com a


Constituição Federal, constituem princípios aplicáveis à Administração
Pública os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. Tais princípios aplicam-se às entidades

a) de direito público, excluídas as empresas públicas e sociedades de


economia mista que atuam em regime de competição no mercado.

b) de direito público e privado, exceto o princípio da eficiência que é


dirigido às entidades da Administração indireta que atuam em regime
de competição no mercado.

c) integrantes da Administração Pública direta e indireta e às entidades


privadas que recebam recursos ou subvenção pública.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


245
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

d) integrantes da Administração Pública direta e indireta,


independentemente da natureza pública ou privada da entidade.

e) públicas ou privadas, prestadoras de serviço público, ainda que não


integrantes da Administração Pública.

Comentários

O art. 37 da Constituição Federal preceitua que “a administração pública


direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

Conforme se constata no texto do dispositivo constitucional, não há


qualquer referência ao fato de a entidade ser regida pelo direito púbico ou pelo
direito privado. Assim, não restam dúvidas de que todas as entidades da
Administração Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) e
Administração Indireta de direito público (autarquias e fundações públicas) ou
de direito privado (empresas públicas, sociedades de economia mista ou
fundações públicas) devem obediência aos citados princípios.

GABARITO: LETRA D.

24. (FCC/Analista Judiciário - TRE-SP/2012) A eficiência, na lição de


Hely Lopes Meirelles, é um dever que se impõe a todo agente público de
realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento
funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já
não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade,
exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório
atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros.
(Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo, Malheiros, 2003. p. 102).

Infere-se que o princípio da eficiência

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


246
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

a) passou a se sobrepor aos demais princípios que regem a


administração pública, após ter sua previsão inserida em nível
constitucional.

b) deve ser aplicado apenas quanto ao modo de atuação do agente


público, não podendo incidir quando se trata de organizar e estruturar
a administração pública.

c) deve nortear a atuação da administração pública e a organização de


sua estrutura, somando-se aos demais princípios impostos àquela e não
se sobrepondo aos mesmos, especialmente ao da legalidade.

d) autoriza a atuação da administração pública dissonante de previsão


legal quando for possível comprovar que assim serão alcançados
melhores resultados na prestação do serviço público.

e) traduz valor material absoluto, de modo que alcançou status jurídico


supraconstitucional, autorizando a preterição dos demais princípios que
norteiam a administração pública, a fim de alcançar os melhores
resultados.

Comentários

a) Errado. Não há hierarquia entre os princípios administrativos. Diante de


uma aparente colisão entre princípios, o intérprete (administrador ou o juiz)
deverá considerar o peso relativo de cada um deles e verificar, no caso
concreto em análise, qual deverá prevalecer. A solução da colisão dar-se-á
através da ponderação entre os diversos valores jurídicos envolvidos, pois os
princípios possuem um alcance (peso) diferente em cada caso concreto e aquele
que possuir maior abrangência deverá prevalecer.

b) Errado. O princípio da eficiência deve ser aplicado tanto em relação ao


modo de atuação do agente público, quanto em relação à organização e
estruturação da administração pública brasileira.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


247
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

c) Correto. Os princípios da legalidade e da eficiência não se excluem,


portanto, busca-se a aplicação conjunta durante a execução de todas as
atividades administrativas, garantindo-se, assim, a plena satisfação do
interesse púbico.

d) Errado. O agente público não poderá, sob o pretexto de que o


princípio da legalidade está comprometendo a eficiência da atividade
administrativa, deixar de aplicar a legislação vigente, pois, se assim agir, estará
sujeito à responsabilização na esfera penal, administrativa e cível.

e) Errado. Não é correto afirmar que o princípio da eficiência alcançou


status jurídico supraconstitucional (superior ao próprio texto constitucional),
pois todos os princípios administrativos, sejam eles expressos ou implícitos,
possuem a mesma força de incidência sobre os atos e atividades realizadas
pela Administração Pública na satisfação do interesse coletivo.

GABARITO: LETRA C.

25. (FCC/Analista Judiciário TRE RO/2014) Dentre os princípios básicos


da Administração, NÃO se inclui o da

a) celeridade da duração do processo.

b) impessoalidade.

c) segurança jurídica.

d) razoabilidade.

e) proporcionalidade.

Comentários

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


248
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Segundo a doutrina majoritária, PRINCÍPIOS BÁSICOS da Administração


Pública são aqueles previstos expressamente no art. 37 da Constituição Federal,
a saber: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência (o
famoso L.I.M.P.E.). Nesse sentido, os demais princípios poderiam ser
classificados como GERAIS, pois estão previstos em leis esparsas ou são fruto
do entendimento doutrinário e jurisprudencial.

Analisando-se os últimos editais publicados pela Fundação Carlos Chagas,


constata-se que a banca tem o hábito de incluir no programa de Direito
Administrativo o seguinte tópico: “Administração Pública - princípios
básicos”.

Apesar disso, as questões elaboradas pela FCC não se restringem aos princípios
da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. As
questões também abrangem os demais princípios implícitos impostos à
Administração Pública, a exemplo do Princípio da Segurança Jurídica, Princípio
da Razoabilidade, Princípio da Proporcionalidade, entre outros.

Desse modo, ao se deparar com o tópico “Administração Pública: princípios


básicos” nos editais da Fundação Carlos Chagas, aconselho que você estude
todos os princípios gerais do Direito Administrativo, evitando, assim, eventuais
surpresas desagradáveis no momento da prova.

Em relação às alternativas apresentadas pela questão, somente a letra


“a” pode ser marcada como resposta, pois não existe o “princípio da celeridade
na duração do processo”, mas sim o “princípio da duração razoável do
processo”, previsto no art. 5º, LXXVIII, da Constituição Federal.

GABARITO: LETRA A.

26. (FCC/ Técnico Administrativo - PGE-MT /2016) A Mesa Diretora da


Assembleia Legislativa do Estado pretende ordenar a contratação de
serviços de manutenção de ar condicionado. No que tange à

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


249
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

principiologia aplicável a tal contratação, há de se conhecer que ela se


sujeita

a) ao princípio da separação dos poderes, por força do qual o Poder


Legislativo deve criar as próprias regras de contratação de serviços,
independentemente do que disponham as normas gerais de licitação e
contratação públicas.

b) aos princípios do processo legislativo, por tratar-se de atividade de


Administração pública desempenhada pelo Poder Legislativo.

c) aos princípios do processo judicial, por ser o Poder Judiciário o órgão


responsável pela revisão de contratações realizadas no âmbito dos
demais Poderes do Estado.

d) ao princípio da separação dos poderes, por força do qual o


regramento aplicável às contratações a cargo do Poder Legislativo deve
ser distinto do aplicável às contratações a cargo do Poder Executivo.

e) aos princípios da Administração pública, por tratar-se de atividade


da Administração pública, ainda que desempenhada pelo Poder
Legislativo.

Comentários

Apesar de a atividade administrativa se manifestar predominantemente no


Poder Executivo, destaca-se que o Poder Judiciário e o Poder Legislativo
também estão autorizados a exercê-la. É o que ocorre, por exemplo,
quando o Supremo Tribunal Federal concede licença a um de seus servidores ou
quando o Senado Federal realiza licitação para a contratação de determinado
serviço, ou como na situação da questão, quando a Mesa Diretora da
Assembleia Legislativa do Estado pretende ordenar a contratação de serviços de
manutenção de ar condicionado.

O Poder Legislativo deve obedecer aos princípios da Administração


Pública, como determina a Constituição Federal em seu art. 37:

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


250
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

Gabarito: Letra E

27. (FCC/ Analista Judiciário - Área Administrativa - TRT - 20ª REGIÃO


/2016) Em importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal
Federal, considerou a Suprema Corte, em síntese, que no julgamento de
impeachment do Presidente da República, todas as votações devem ser
abertas, de modo a permitir maior transparência, controle dos
representantes e legitimação do processo. Trata-se, especificamente,
de observância ao princípio da

a) publicidade.

b) proporcionalidade restrita.

c) supremacia do interesse privado.

d) presunção de legitimidade.

e) motivação.

Comentários

Ao garantir maior transparência em um processo público, permitindo


acesso aos administrados, o princípio diretamente observado é o da
Publicidade.

O princípio da publicidade impõe que a Administração Pública conceda aos seus


atos a mais ampla divulgação possível entre os administrados, pois só assim
estes poderão fiscalizar e controlar a legitimidade das condutas praticadas pelos
agentes públicos.

O princípio encontra amparo no caput do artigo 37 da Constituição Federal


de 1988, bem como no art. 5º, inc. XXXIII, ao dispor que:

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


251
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

“XXXIII - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.”.

Gabarito: Letra A

28. (FCC/ Auxiliar administrativo - Copergás - PE /2016) Um dos


princípios do Direito Administrativo denomina-se especialidade.
Referido princípio

a) decorre dos princípios da legalidade e da indisponibilidade do


interesse público e concerne à ideia de descentralização administrativa.

b) tem aplicabilidade no âmbito dos órgãos públicos, haja vista a


relação de coordenação e subordinação que existe dentro dos referidos
órgãos.

c) aplica-se somente no âmbito da Administração direta.

d) decorre do princípio da razoabilidade e está intimamente ligado ao


conceito de desconcentração administrativa.

e) relaciona-se ao princípio da continuidade do serviço público e


destina-se tão somente aos entes da Administração pública direta.

Comentários

Ao criar ou autorizar a criação de entidade administrativa, a lei estabelece


previamente a sua área de atuação (finalidade legal), isto é, a sua
especialidade.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro é clara ao afirmar: “dos princípios da


legalidade e da indisponibilidade do interesse público decorre, dentre
outros, o da especialidade, concernente à ideia de descentralização
administrativa.”.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


252
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

José dos Santos Carvalho Filho reforça: “O princípio da especialidade


aponta para a absoluta necessidade de ser expressamente consignada
na lei a atividade a ser exercida, descentralizadamente, pela entidade da
Administração Indireta. Em outras palavras, nenhuma dessas entidades pode
ser instituída com finalidades genéricas, vale dizer, sem que se defina na lei o
objeto preciso de sua atuação.”.

Pelo exposto fica claro que o princípio da especialidade decorre dos


princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público e
que concerne à ideia de descentralização administrativa.

Gabarito: Letra A

29. (FCC/ Auditor Fiscal da Receita Estadual - SEGEP-MA /2016) São


fontes do Direito Administrativo:

I. lei.

II. razoabilidade.

III. moralidade.

IV. jurisprudência.

V. proporcionalidade.

Está correto o que consta APENAS em

a) I e II.

b) II e IV.

c) I e IV.

d) III e V.

e) IV e V.

Comentários

São Fontes do Direito Administrativo:

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


253
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Primárias ou diretas: a Constituição Federal e as leis vigentes, incluindo os


tratados e acordos internacionais firmados pelo Brasil.

Secundárias ou indiretas: jurisprudência (a súmula vinculante é interpretada


como fonte primária); costumes (não podem ser contrários à lei); doutrina; e
princípios gerais do Direito.

Dessa forma, a questão apresenta duas fontes do direito


administrativo, a assertiva I – Lei e a assertiva IV – Jurisprudência.

Razoabilidade, moralidade e proporcionalidade são princípios da


Administração Pública e não fontes do direito administrativo.

Gabarito: letra C

15. (FCC/ Agente de Apoio Legislativo - AL-MS /2016) O regime


jurídico administrativo tipifica o próprio direito administrativo e confere
à Administração

a) prerrogativas instrumentais à consecução de fins de interesse geral,


não a sujeitando, no entanto, a restrições, isso em razão do princípio da
supremacia do interesse público sobre o privado.

b) prerrogativas não aplicáveis ao particular e instrumentais à cura do


interesse público, tais como a autotutela e o poder de polícia, dentre
outras tantas, que lhe permitem assegurar a supremacia do interesse
público sobre o privado.

c) privilégios em face do particular, que podem ser exercidos de forma


ampla e irrestrita, em razão de sua posição vertical face aos mesmos.

d) restrições e prerrogativas necessárias à consecução dos seus fins,


que são igualmente identificáveis nas relações entre os privados em
razão do princípio da isonomia.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


254
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

e) amplo poder em face do particular, que se sujeita aos seus


comandos independentemente do fim objetivado, uma vez que o agir
administrativo é presumidamente de acordo com a lei.

Comentários

a)

O regime jurídico administrativo confere a Administração Pública


prerrogativas para atender o interesse público, mas também estabelece
restrições visando o próprio interesse público. Ou seja, a Administração
Pública se sujeita a restrições. Assertiva incorreta.

b) prerrogativas não aplicáveis ao particular e instrumentais à cura do


interesse público, tais como a autotutela e o poder de polícia, dentre
outras tantas, que lhe permitem assegurar a supremacia do interesse
público sobre o privado.

- Maria Sylvia Zanella Di Pietro conceitua o regime jurídico-administrativo


como “o conjunto das prerrogativas e restrições a que está sujeita a
Administração e que não se encontram nas relações entre particulares
”.

Nesse caso, o Estado se apresentará em situação de superioridade em relação


aos particulares, sendo estabelecida uma relação vertical entre a Administração
Pública e os administrados, fato que lhe outorgará diversas prerrogativas
necessárias à satisfação do interesse público.

Para Celso Antônio Bandeira de Mello, as “pedras de toque” do regime jurídico-


administrativo são os princípios da supremacia do interesse púbico sobre
o privado e indisponibilidade, pela Administração, dos interesses púbicos.

O princípio da supremacia do interesse púbico sobre o privado assegura


à Administração Pública uma série de prerrogativas, que podem ser
entendidas como “vantagens” ou “privilégios” necessários para se atingir o
interesse da coletividade, estabelecendo uma relação jurídica vertical, desigual,

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


255
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

portanto, em face dos administrados. Compreende, em face da sua


desigualdade, a possibilidade, em favor da Administração, de constituir os
privados em obrigações por meio de ato unilateral daquela. Implica, outrossim,
muitas vezes, o direito de modificar, também unilateralmente, relações já
estabelecidas.

É possível afirmar que o regime jurídico administrativo confere à


Administração diversas prerrogativas, que não são possíveis ao
particular, por serem direcionadas somente a Administração Pública na
garantia da supremacia do interesse público sobre o privado, como a
possibilidade de autotutela e o poder de polícia. Assertiva correta.

c) privilégios em face do particular, que podem ser exercidos de forma


ampla e irrestrita, em razão de sua posição vertical face aos mesmos.

- Os privilégios conferidos a Administração Pública não podem ser exercidos


de forma irrestrita, existem exceções e limites que precisam ser respeitados.

O interesse público não se sobrepõe, de forma absoluta, aos interesses


particulares. Existem direitos individuais que estão resguardados pelo próprio
texto constitucional, conforme se constata no art. 5º, XXXVI, que assim
dispõe:

“Art. 5º. XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito
e a coisa julgada.”. Assertiva incorreta.

d) restrições e prerrogativas necessárias à consecução dos seus fins,


que são igualmente identificáveis nas relações entre os privados em
razão do princípio da isonomia.

- O princípio da isonomia não é o que fundamenta a relação entre a


Administração Pública e os particulares. As restrições e prerrogativas
necessárias à consecução dos fins da Administração Pública e suas relações
entre os privados é pautada pelo princípio da supremacia do interesse
púbico sobre o privado. Assertiva incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


256
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

e) amplo poder em face do particular, que se sujeita aos seus


comandos independentemente do fim objetivado, uma vez que o agir
administrativo é presumidamente de acordo com a lei.

- As prerrogativas asseguradas à Administração Pública diante dos particulares


devem ter como finalidade atender ao interesse público, ou seja, os
particulares não estão sujeitos aos comandos da Administração
independentemente do fim objetivado, é preciso que o fim objetivado
esteja de acordo com o interesse público. Assertiva incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


257
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

RELAÇÃO DE QUESTÕES COM GABARITO – “BATERIA ESAF”

QUESTÕES ESAF

01. (ESAF∕Analista Técnico-Administrativo – Min. Turismo∕2014)


Assinale a opção em que consta princípio da Administração Pública que
não é previsto expressamente na Constituição Federal.

a) Publicidade.

b) Eficiência.

c) Proporcionalidade.

d) Legalidade.

e) Moralidade.

02. (Analista em Planejamento/SEFAZ SP 2009/ESAF) Quanto aos


princípios direcionados à Administração Pública, assinale a opção
correta.

a) O princípio da legalidade significa que existe autonomia de vontade


nas relações travadas pela Administração Pública, ou seja, é permitido
fazer tudo aquilo que a lei não proíbe.

b) O ato administrativo em consonância com a lei, mas que ofende os


bons costumes, as regras da boa administração e os princípios de
justiça, viola o princípio da moralidade.

c) É decorrência do princípio da publicidade a proibição de que conste


nome, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos em divulgação de atos, programas
ou campanhas de órgãos públicos.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


258
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

d) A Administração Pública pode, por ato administrativo, conceder


direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações aos
administrados.

e) O modo de atuação do agente público, em que se espera melhor


desempenho de suas funções, visando alcançar os melhores resultados
e com o menor custo possível, decorre diretamente do princípio da
razoabilidade.

03. (Analista de Finanças e Controle/STN 2008/ESAF) O art. 37, caput,


da Constituição Federal de 1988 previu expressamente alguns dos
princípios da administração pública brasileira, quais sejam, legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Consagra-se, com
o princípio da publicidade, o dever de a administração pública atuar de
maneira transparente e promover a mais ampla divulgação possível de
seus atos. Quanto aos instrumentos de garantia e às repercussões
desse princípio, assinale a assertiva incorreta.

a) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu


interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado.

b) É assegurada a todos a obtenção de certidões em repartições


públicas, para a defesa de direitos e esclarecimento de situações de
interesse pessoal.

c) Da publicidade dos atos e programas dos órgãos públicos poderá


constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos, desde que tal iniciativa
possua caráter educativo.

d) Cabe habeas data a fim de se assegurar o conhecimento de


informações relativas à pessoa do impetrante, constante de registros

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


259
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter


público.

e) É garantido ao usuário, na administração pública direta e indireta, na


forma disciplinada por lei, o acesso a registros administrativos e a
informações sobre atos de governo, observadas as garantias
constitucionais de sigilo.

04. (Especialista em Políticas Públicas/MPOG 2008/ESAF) A Agência


executiva é a qualificação dada à autarquia ou fundação que celebre
contrato de gestão com o órgão da Administração Direta a que se acha
vinculada, introduzida no direito brasileiro em decorrência do
movimento da globalização. Destarte, assinale qual princípio da
administração pública, especificamente, que as autarquias ou
fundações governamentais qualificadas como agências executivas
visam observar nos termos do Decreto n. 2.487/98:

a) eficiência

b) moralidade

c) legalidade

d) razoabilidade

e) publicidade

05. (Analista de Finanças e Controle/CGU 2008/ESAF) Quanto à


aplicação de princípios constitucionais em processos administrativos, é
entendimento pacificado no Supremo Tribunal Federal, constituindo
súmula vinculante para toda a administração e tribunais inferiores, que,
nos processos perante o Tribunal de Contas da União, asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


260
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

a) mesmo quando da decisão não resultar anulação ou revogação de


ato administrativo que beneficie o interessado, inclusive a apreciação
da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.

b) quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato


administrativo que beneficie o interessado, sem exceção.

c) quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato


administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.

d) quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato


administrativo que beneficie o interessado, inclusive na apreciação da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.

e) quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato


administrativo que beneficie o interessado, inclusive a apreciação da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, exceto reforma
e pensão.

06. (Analista de Planejamento e Orçamento/MPOG 2010/ESAF) A


observância da adequação e da exigibilidade, por parte do agente
público, constitui fundamento do seguinte princípio da Administração
Pública:

a) Publicidade.

b) Moralidade.

c) Legalidade.

d) Proporcionalidade.

e) Impessoalidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


261
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

07. (Analista de Planejamento e Orçamento/MPOG 2010/ESAF)


Relativamente à necessidade de estabilização das relações jurídicas
entre os cidadãos e o Estado, há dois princípios que visam garanti-la.
Assinale a resposta que contenha a correlação correta, levando em
consideração os aspectos objetivos e subjetivos presentes para a
estabilização mencionada.

( ) Boa-fé;

( ) Presunção de legitimidade e legalidade dos atos da Administração;

( ) Prescrição;

( ) Decadência.

(1) Segurança Jurídica - aspecto objetivo.

(2) Proteção à confiança - aspecto subjetivo.

a) 1 / 1 / 2 / 2.

b) 2 / 1 / 2 / 1.

c) 2 / 2 / 1 / 1.

d) 1 / 1 / 1 / 2.

e) 2 / 2 / 2 / 1.

08. (Analista de Finanças e Controle/CGU 2008/ESAF)O princípio


constitucional do Direito Administrativo, cuja observância forçosa, na
prática dos atos administrativos, importa assegurar que, o seu

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


262
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

resultado, efetivamente, atinja o seu fim legal, de interesse público, é o


da

a) legalidade.

b) publicidade.

c) impessoalidade.

d) razoabilidade.

e) moralidade.

09. (Analista de Finanças e Controle/CGU 2008/ESAF) Assinale a opção


que elenque dois princípios norteadores da Administração Pública que
se encontram implícitos na Constituição da República Federativa do
Brasil e explícitos na Lei n. 9.784/99.

a) Legalidade / moralidade.

b) Motivação / razoabilidade.

c) Eficiência / ampla defesa.

d) Contraditório / segurança jurídica.

e) Finalidade / eficiência.

10. (Analista Administrativo/ANA 2009/ESAF) Assinale a opção correta


relativa à Administração Pública na Constituição Federal de 1988.

a) A Constituição Federal não proíbe a nomeação de cônjuge,


companheiro, ou parente, em linha reta, colateral ou por afinidade, até
o terceiro grau, inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


263
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios.

b) Em obediência ao princípio da publicidade, instituição financeira não


pode invocar sigilo bancário para negar ao Ministério Público
informações e documentos sobre nomes de beneficiários de
empréstimos concedidos com recursos subsidiados pelo erário, em se
tratando de requisição para instruir procedimento administrativo
instaurado em defesa do patrimônio público.

c) A lei que posteriormente é declarada inconstitucional perece mesmo


antes de nascer, por isso, os efeitos eventualmente por ela produzidos
não podem incorporar-se ao patrimônio dos administrados, ainda que
se considere o princípio da boa-fé.

d) Antes do provimento do cargo, o candidato tem mera expectativa de


direito à nomeação ou, se for o caso, à participação na segunda etapa
do processo seletivo, mas a Administração Pública não pode, enquanto
não concluído e homologado o concurso público, alterar as condições
do certame constantes do respectivo edital, para adaptá-las à nova
legislação aplicável à espécie.

e) Os bens e o interesse público são indisponíveis, porque pertencem à


coletividade. O Administrador é mero gestor da coisa pública e não tem
disponibilidade sobre os interesses confiados à sua guarda e realização
em razão do princípio da indisponibilidade do interesse público, que
não pode ser atenuado.

GABARITO

01.C 02.B 03.C 04.A 05.C 06.D 07.C 08.C

09.B 10.B

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


264
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

QUESTÕES COMENTADAS – “BATERIA ESAF”

QUESTÕES ESAF COMENTADAS

01. (ESAF∕Analista Técnico-Administrativo – Min. Turismo∕2014)


Assinale a opção em que consta princípio da Administração Pública que
não é previsto expressamente na Constituição Federal.

a) Publicidade.

b) Eficiência.

c) Proporcionalidade.

d) Legalidade.

e) Moralidade.

Comentários

Se você está assustado (a) com o nível das questões elaboradas pela
ESAF, que, em regra, é bastante elevado, eis um exemplo de que a banca
também “pega leve” em determinados temas.

Perceba que a questão está exigindo do candidato que simplesmente conheça o


inteiro teor do art. 37, caput, da CF∕1988, que assim dispõe: “A administração
pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

Gabarito: Letra c.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


265
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

02. (Analista em Planejamento/SEFAZ SP 2009/ESAF) Quanto aos


princípios direcionados à Administração Pública, assinale a opção
correta.

a) O princípio da legalidade significa que existe autonomia de vontade


nas relações travadas pela Administração Pública, ou seja, é permitido
fazer tudo aquilo que a lei não proíbe.

b) O ato administrativo em consonância com a lei, mas que ofende os


bons costumes, as regras da boa administração e os princípios de
justiça, viola o princípio da moralidade.

c) É decorrência do princípio da publicidade a proibição de que conste


nome, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos em divulgação de atos, programas
ou campanhas de órgãos públicos.

d) A Administração Pública pode, por ato administrativo, conceder


direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações aos
administrados.

e) O modo de atuação do agente público, em que se espera melhor


desempenho de suas funções, visando alcançar os melhores resultados
e com o menor custo possível, decorre diretamente do princípio da
razoabilidade.

Comentários

a) O princípio da legalidade pode ser estudado sob dois enfoques


distintos: em relação aos particulares e em relação à Administração
Pública.

Em relação aos particulares, o princípio da legalidade está consagrado no


inciso II do artigo 5º da Constituição Federal de 1988, segundo o qual "ninguém
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei".
Isso significa que, em regra, somente uma lei (ato emanado do Poder
Legislativo) pode impor obrigações aos particulares, sendo possível afirmar que

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


266
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

ao particular é permitido fazer tudo aquilo que a lei não proíbe (princípio da
autonomia da vontade). Por outro lado, em relação à Administração
Pública, o princípio da legalidade impõe a obrigatoriedade de que os atos e
condutas praticados no âmbito administrativo sejam respaldados por lei,
conforme preceitua o caput do artigo 37 da CF/88.

É possível constatar que a banca examinadora simplesmente inverteu as


definições do princípio da legalidade em relação à Administração Pública e em
relação aos particulares. A assertiva está incorreta porque o princípio da
autonomia da vontade se aplica nas relações travadas pelos particulares e
não pela Administração.

b) O princípio da moralidade, previsto expressamente no caput do artigo


37 da Constituição Federal de 1988, determina que os atos e atividades da
Administração Pública devem obedecer não só à lei, mas também à própria
moral, pois nem tudo que é legal é justo e honesto.

A professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro nos informa que “sempre que
em matéria administrativa se verificar que o comportamento da Administração
ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em
consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa
administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia comum de
honestidade, estará havendo ofensa ao princípio da moralidade.” Por isso, está
correta a assertiva.

c) A proibição de que conste nome, símbolos ou imagens que


caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos em
divulgação de atos, programas ou campanhas de órgãos públicos é uma
decorrência do princípio da impessoalidade e não do princípio da publicidade.

Isso porque os atos e condutas praticados pelos agentes públicos no exercício


da função pública devem ser atribuídos aos órgãos ao qual estão vinculados e
não a si próprios. É o que impõe a teoria do órgão, formulada pelo alemão Otto
Gierke.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


267
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

d) O princípio da legalidade impede que a Administração Pública conceda


direitos ou imponha vedações e obrigações aos administrados através de ato
administrativo. O inciso II do artigo 5º da CF/88 estabelece expressamente que
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei”. Portanto, está incorreta a assertiva.

e) O princípio da eficiência, denominado pelos italianos de “dever de boa


administração”, impõe aos agentes públicos um modo de atuação pautado no
aumento da produtividade, na perfeição dos atos praticados e no bom trato
com os administrados.

Desse modo, está incorreta a assertiva ao afirmar que o princípio da


razoabilidade cria em relação ao agente público uma exigência de melhor
desempenho de suas funções, visando alcançar os melhores resultados e com o
menor custo possível. Na verdade, essa é uma exigência imposta pelo princípio
da eficiência.

GABARITO: LETRA B.

03. (Analista de Finanças e Controle/STN 2008/ESAF) O art. 37, caput,


da Constituição Federal de 1988 previu expressamente alguns dos
princípios da administração pública brasileira, quais sejam, legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Consagra-se, com
o princípio da publicidade, o dever de a administração pública atuar de
maneira transparente e promover a mais ampla divulgação possível de
seus atos. Quanto aos instrumentos de garantia e às repercussões
desse princípio, assinale a assertiva incorreta.

a) Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu


interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


268
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) É assegurada a todos a obtenção de certidões em repartições


públicas, para a defesa de direitos e esclarecimento de situações de
interesse pessoal.

c) Da publicidade dos atos e programas dos órgãos públicos poderá


constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos, desde que tal iniciativa
possua caráter educativo.

d) Cabe habeas data a fim de se assegurar o conhecimento de


informações relativas à pessoa do impetrante, constante de registros
ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público.

e) É garantido ao usuário, na administração pública direta e indireta, na


forma disciplinada por lei, o acesso a registros administrativos e a
informações sobre atos de governo, observadas as garantias
constitucionais de sigilo.

Comentários

a) Esse é o teor do inciso XXXIII do artigo 5º da CF/88. É importante


esclarecer que o direito à informação, assim como os demais direitos
fundamentais, não pode ser considerado absoluto. Isso porque as informações
que sejam imprescindíveis à segurança do Estado e da sociedade poderão ser
conservadas em sigilo e, portanto, está correta a assertiva.

O artigo 2º do Decreto Federal nº 4.553/02 declara que “são considerados


originariamente sigilosos, e serão como tal classificados, dados ou informações
cujo conhecimento irrestrito ou divulgação possa acarretar qualquer risco à
segurança da sociedade e do Estado, bem como aqueles necessários ao
resguardo da inviolabilidade da intimidade da vida privada, da honra e da
imagem das pessoas”.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


269
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) O direito de obter certidão para a defesa de direitos e esclarecimento


de situações de interesse pessoal também está assegurado expressamente no
inciso XXXIV do artigo 5º da CF/88, o que torna a assertiva correta.

Para responder às questões de concursos públicos, lembre-se sempre de


que a negativa por parte dos órgãos e entidades públicas em fornecer a
certidão requerida pelos administrados, independentemente do pagamento de
taxas, pode ensejar a propositura do mandado de segurança. É muito comum
encontrar assertivas em provas afirmando incorretamente que a ação
constitucional cabível para se ter acesso a certidões negadas pela
Administração é o habeas data, portanto, fique atento.

c) Como consequência do princípio da impessoalidade, na divulgação


dos atos e programas dos órgãos públicos não poderá constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
públicos. Portanto, está incorreta a assertiva.

d) O texto da assertiva está em conformidade com o teor do inciso LXXII


do artigo 5º da CF/88. Ademais, é importante destacar ainda que o habeas data
também poderá ser proposto para a retificação de dados, quando não se
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

e) A participação do usuário na administração pública direta e indireta


está garantida no § 3º do artigo 37 da CF/88 e deverá ser regulamentada por
lei, que, dentre outras situações, deverá prever o procedimento para as
reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas
a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica,
externa e interna, da qualidade dos serviços e a disciplina da representação
contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
administração pública. Assertiva correta.

GABARITO: LETRA C

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


270
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

04. (Especialista em Políticas Públicas/MPOG 2008/ESAF) A Agência


executiva é a qualificação dada à autarquia ou fundação que celebre
contrato de gestão com o órgão da Administração Direta a que se acha
vinculada, introduzida no direito brasileiro em decorrência do
movimento da globalização. Destarte, assinale qual princípio da
administração pública, especificamente, que as autarquias ou
fundações governamentais qualificadas como agências executivas
visam observar nos termos do Decreto n. 2.487/98:

a) eficiência

b) moralidade

c) legalidade

d) razoabilidade

e) publicidade

Comentários

A qualificação de autarquia ou fundação como Agência Executiva poderá ser


conferida mediante iniciativa do Ministério responsável pela sua área de
atuação, com anuência do Ministério do Planejamento, que verificará o
cumprimento, pela entidade candidata à qualificação, dos seguintes requisitos:

1º) ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério


supervisor;

2º) ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento


institucional, voltado para a melhoria da qualidade da gestão e para a redução
de custos, já concluído ou em andamento.

O plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional


das entidades candidatas à qualificação como Agências Executivas contemplará
vários objetivos, todos eles arrolados no artigo 2º do Decreto Federal 2.487/98.
Dentre esses objetivos é possível citar o reexame dos processos de trabalho,

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


271
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

rotinas e procedimentos, com a finalidade de melhorar a qualidade dos serviços


prestados e ampliar a eficiência e eficácia de sua atuação.

De uma forma em geral, é possível constatar que as autarquias e


fundações públicas que se qualificam como Agências Executivas vislumbram
sempre o aumento da eficiência no exercício de suas atividades
administrativas.

GABARITO: LETRA A.

05. (Analista de Finanças e Controle/CGU 2008/ESAF) Quanto à


aplicação de princípios constitucionais em processos administrativos, é
entendimento pacificado no Supremo Tribunal Federal, constituindo
súmula vinculante para toda a administração e tribunais inferiores, que,
nos processos perante o Tribunal de Contas da União, asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa

a) mesmo quando da decisão não resultar anulação ou revogação de


ato administrativo que beneficie o interessado, inclusive a apreciação
da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.

b) quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato


administrativo que beneficie o interessado, sem exceção.

c) quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato


administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.

d) quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato


administrativo que beneficie o interessado, inclusive na apreciação da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


272
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

e) quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato


administrativo que beneficie o interessado, inclusive a apreciação da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, exceto reforma
e pensão.

Comentários

O texto da súmula vinculante nº 3, aprovada pelo Supremo Tribunal Federal em


30/05/2007, afirma que “nos processos perante o Tribunal de Contas da
União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder
resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão
inicial de aposentadoria, reforma e pensão”.

Perceba que o próprio texto da súmula vinculante apresenta a ressalva de


que não é necessário assegurar o contraditório e a ampla defesa no
procedimento de apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão.

O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que o ato


administrativo de concessão de aposentadoria configura-se como complexo,
isto é, somente está apto a produzir a plenitude de seus efeitos com o
registro no Tribunal de Contas. Antes do controle de legalidade do Tribunal
de Contas, o ato administrativo de concessão de aposentadoria, reforma ou
pensão ainda não está completo, sendo considerado um ato imperfeito. Nas
palavras do professor Hely Lopes Meirelles, ato imperfeito “é o que se apresenta
incompleto na sua formação ou carente de um ato complementar para tornar-se
exequível e operante”.

Lembre-se sempre de que o ato de concessão de aposentadoria, reforma


ou pensão somente completa o seu ciclo de formação após o registro realizado
no Tribunal de Contas, portanto, não há que se falar em contraditório e
ampla defesa no período compreendido entre a concessão de aposentadoria
pela Administração e o controle de legalidade exercido pelo Tribunal de
Contas.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


273
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

GABARITO: LETRA C.

06. (Analista de Planejamento e Orçamento/MPOG 2010/ESAF) A


observância da adequação e da exigibilidade, por parte do agente
público, constitui fundamento do seguinte princípio da Administração
Pública:

a) Publicidade.

b) Moralidade.

c) Legalidade.

d) Proporcionalidade.

e) Impessoalidade.

Comentários

O art. 37 da CF/1988 apresenta um rol de princípios expressos que


devem ser obrigatoriamente observados no âmbito da administração pública
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, a exemplo da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.

Todavia, é importante esclarecer que a atuação administrativa também se


submete a diversos outros princípios implícitos, a exemplo do princípio da
proporcionalidade, que deriva do princípio do devido processo legal.

Nas palavras do professor José dos Santos Carvalho Filho, “para que a
conduta estatal observe o princípio da proporcionalidade, há de revestir-se de
tríplice fundamento: 1) adequação, significando que o meio empregado na
atuação deve ser compatível com o fim colimado; 2) exigibilidade, porque a
conduta deve ter-se por necessária, não havendo outro meio menos gravoso ou
oneroso para alcançar o fim público, ou seja, o meio escolhido é o que causa o
menor prejuízo possível para os indivíduos; 3) proporcionalidade em sentido

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


274
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

estrito, quando as vantagens a serem conquistadas superarem as


desvantagens”.

Diante dos comentários apresentados, constata-se que a observância da


adequação e da exigibilidade constitui fundamento da proporcionalidade.

GABARITO: LETRA D.

07. (Analista de Planejamento e Orçamento/MPOG 2010/ESAF)


Relativamente à necessidade de estabilização das relações jurídicas
entre os cidadãos e o Estado, há dois princípios que visam garanti-la.
Assinale a resposta que contenha a correlação correta, levando em
consideração os aspectos objetivos e subjetivos presentes para a
estabilização mencionada.

( ) Boa-fé;

( ) Presunção de legitimidade e legalidade dos atos da Administração;

( ) Prescrição;

( ) Decadência.

(1) Segurança Jurídica - aspecto objetivo.

(2) Proteção à confiança - aspecto subjetivo.

a) 1 / 1 / 2 / 2.

b) 2 / 1 / 2 / 1.

c) 2 / 2 / 1 / 1.

d) 1 / 1 / 1 / 2.

e) 2 / 2 / 2 / 1.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


275
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Comentários

O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que “no direito comparado,
especialmente no direito alemão, os estudiosos se têm dedicado à necessidade
de estabilização de certas situações jurídicas, principalmente em virtude do
transcurso do tempo e da boa-fé, e distinguem os princípios da segurança
jurídica e da proteção à confiança. Pelo primeiro, confere-se relevo ao aspecto
objetivo do conceito, indicando-se a inafastabilidade da estabilização jurídica;
pelo segundo, o realce incide sobre o aspecto subjetivo, e neste se sublinha o
sentimento do indivíduo em relação a atos, inclusive e principalmente do
Estado, dotados de presunção de legitimidade e aparência de legalidade”.

A boa-fé e a presunção de legitimidade e legalidade dos atos da Administração


estão relacionados com o aspecto subjetivo da estabilização das relações
jurídicas, enquanto a prescrição e a decadência referem-se ao aspecto
objetivo, pois fixam um prazo específico para que a Administração possa
anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários, por exemplo.

GABARITO: LETRA C.

08. (Analista de Finanças e Controle/CGU 2008/ESAF)O princípio


constitucional do Direito Administrativo, cuja observância forçosa, na
prática dos atos administrativos, importa assegurar que, o seu
resultado, efetivamente, atinja o seu fim legal, de interesse público, é o
da

a) legalidade.

b) publicidade.

c) impessoalidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


276
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

d) razoabilidade.

e) moralidade.

Comentários

O princípio da impessoalidade está previsto expressamente no caput


do art. 37 da CF/1988 e impõe que os atos praticados pela Administração
tenham por finalidade a satisfação do interesse público, vedando, assim, que
a atuação administrativa seja direcionada com o objetivo de beneficiar ou
prejudicar pessoas determinadas.

É importante destacar que o § 1º do art. 37 da CF/1988 apresenta outra


manifestação do princípio da impessoalidade, ao afirmar que “a publicidade dos
atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos.”

Isso significa que o texto constitucional proíbe que o agente público


utilize-se do aparelhamento estatal para realizar sua promoção pessoal, como
acontece, por exemplo, quando afirma que foi ele o responsável pela
construção de determinada rodovia, pela reforma do hospital municipal, pela
arborização do parque, etc. Lembre-se sempre de que os atos praticados pelos
agentes públicos devem ser imputados à pessoa jurídica a qual estão
vinculados, e não a si próprios.

GABARITO: LETRA C.

09. (Analista de Finanças e Controle/CGU 2008/ESAF) Assinale a opção


que elenque dois princípios norteadores da Administração Pública que
se encontram implícitos na Constituição da República Federativa do
Brasil e explícitos na Lei n. 9.784/99.

a) Legalidade / moralidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


277
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) Motivação / razoabilidade.

c) Eficiência / ampla defesa.

d) Contraditório / segurança jurídica.

e) Finalidade / eficiência.

Comentários

O art. 37 da CF/1988 prevê que “a administração pública direta e indireta de


qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência”.

Esses princípios são considerados expressos, pois é possível identificar,


claramente, o “nome” de cada um deles no texto constitucional. É o que
acontece, por exemplo, com o princípio da moralidade. O nome desse princípio
não é “princípio do respeito à ética e à moral”, mas sim MORALIDADE, com
todas as letras!

Por outro lado, princípios implícitos são aqueles que não estão grafados
expressamente em uma norma jurídica de caráter geral, pois derivam dos
estudos doutrinários e da jurisprudência. São princípios cujos nomes não irão
constar claramente no texto constitucional ou legal, mas que, de qualquer
forma, vinculam as condutas e atos praticados pela Administração Pública.

Um bom exemplo a ser citado é o princípio da razoabilidade. Perceba que


não existe qualquer dispositivo constitucional que determine, expressamente,
que as atividades administrativas sejam razoáveis, isto é, pautadas no bom
senso. Isso porque o princípio da razoabilidade encontra-se implícito no texto
constitucional, sendo uma consequência do princípio do devido processo
legal, este sim previsto expressamente no inc. LIV do art. 5º da CF/1988.

O mesmo ocorre em relação ao princípio da motivação. Não existe qualquer


dispositivo constitucional que determine, expressamente, que a Administração

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


278
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Pública esteja obrigada a motivar os seus atos administrativos. Tal


obrigatoriedade constitucional restringe-se aos atos administrativos editados
pelo Poder Judiciário (art. 93, X, CF/1988) e aos atos administrativos editados
pelo Ministério Público (129, § 4º, CF/1988). De qualquer forma, entende a
doutrina majoritária que o princípio da motivação deve ser considerado
implícito em relação aos demais órgãos e entidades integrantes da
Administração Pública.

Apesar de não constarem expressamente no texto constitucional, é importante


esclarecer que os princípios da motivação e da razoabilidade estão explícitos
no art. 2º da Lei 9.784/99, que é claro ao afirmar que “a Administração Pública
obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.”

GABARITO: LETRA B.

10. (Analista Administrativo/ANA 2009/ESAF) Assinale a opção correta


relativa à Administração Pública na Constituição Federal de 1988.

a) A Constituição Federal não proíbe a nomeação de cônjuge,


companheiro, ou parente, em linha reta, colateral ou por afinidade, até
o terceiro grau, inclusive da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública
direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.

b) Em obediência ao princípio da publicidade, instituição financeira não


pode invocar sigilo bancário para negar ao Ministério Público
informações e documentos sobre nomes de beneficiários de
empréstimos concedidos com recursos subsidiados pelo erário, em se

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


279
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

tratando de requisição para instruir procedimento administrativo


instaurado em defesa do patrimônio público.

c) A lei que posteriormente é declarada inconstitucional perece mesmo


antes de nascer, por isso, os efeitos eventualmente por ela produzidos
não podem incorporar-se ao patrimônio dos administrados, ainda que
se considere o princípio da boa-fé.

d) Antes do provimento do cargo, o candidato tem mera expectativa de


direito à nomeação ou, se for o caso, à participação na segunda etapa
do processo seletivo, mas a Administração Pública não pode, enquanto
não concluído e homologado o concurso público, alterar as condições
do certame constantes do respectivo edital, para adaptá-las à nova
legislação aplicável à espécie.

e) Os bens e o interesse público são indisponíveis, porque pertencem à


coletividade. O Administrador é mero gestor da coisa pública e não tem
disponibilidade sobre os interesses confiados à sua guarda e realização
em razão do princípio da indisponibilidade do interesse público, que
não pode ser atenuado.

Comentários

a) O texto da assertiva está incorreto, pois contraria o conteúdo da


súmula vinculante nº 13, aprovada pelo STF em 21/08/2008.

Lembre-se sempre de que “a nomeação de cônjuge, companheiro ou


parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


280
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) No julgamento do Mandado de Segurança 21.729-4/DF, que teve como


redator do acórdão o Ministro Néri da Silveira, o Supremo Tribunal Federal
decidiu que, em respeito ao princípio da publicidade, “não cabe ao Banco do
Brasil negar, ao Ministério Público, informações sobre nomes de beneficiários de
empréstimos concedidos pela instituição, com recursos subsidiados pelo erário
federal, sob invocação do sigilo bancário, em se tratando de requisição de
informações e documentos para instruir procedimento administrativo instaurado
em defesa do patrimônio público.”

Desse modo, constata-se que o texto da assertiva simplesmente


reproduziu o entendimento do Supremo Tribunal Federal, e, portanto, deve ser
considerado correto.

c) Ao julgar o Agravo Regimental no Recurso Extraordinário 359.043-


0/AM, em 03/10/2006, o Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de
que “embora a lei inconstitucional pereça mesmo antes de nascer, os efeitos
eventualmente por ela produzidos podem incorporar-se ao patrimônio dos
administrados, em especial quando se considere o princípio da boa-fé”.
Com fundamento em tal princípio, o Supremo Tribunal Federal permitiu que um
servidor público do Estado do Amazonas continuasse a receber a integralidade
de seus proventos de aposentadoria, mesmo com a declaração de
inconstitucionalidade da lei estadual que lhe assegurava a incorporação de
uma vantagem pecuniária prevista em seu texto.

Para tentar confundir o candidato, a ESAF inverteu o sentido do


entendimento do Supremo Tribunal Federal, tornando incorreta a assertiva.

d) No julgamento do Recurso Extraordinário 290.346, de relatoria do


Ministro Ilmar Galvão, o Supremo Tribunal Federal decidiu que “em face do
princípio da legalidade, pode a Administração Pública, enquanto não
concluído e homologado o concurso público, alterar as condições do certame
constantes do respectivo edital, para adaptá-las à nova legislação aplicável à
espécie, visto que, antes do provimento do cargo, o candidato tem mera

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


281
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

expectativa de direito à nomeação ou, se for o caso, à participação na segunda


etapa do processo seletivo." Assertiva incorreta.

e) O Supremo Tribunal Federal, ao decidir o Recurso Extraordinário


253885-0/MG, de relatoria da Ministra Ellen Gracie, decidiu que “em regra, os
bens e o interesse público são indisponíveis, porque pertencem à coletividade.
E, por isso, o Administrador, mero gestor da coisa pública, não tem
disponibilidade sobre os interesses confiados à sua guarda e realização.
Todavia, há casos em que o princípio da indisponibilidade do interesse
público deve ser atenuado, mormente quando se tem em vista que a solução
adotada pela Administração é a que melhor atenderá à ultimação deste
interesse”.

No citado Recurso Extraordinário, o Município de Santa Rita do


Sapucaí/MG tentava desconstituir acórdão do Tribunal de Justiça de Minas
Gerais que manteve sentença homologatória de transação (acordo) celebrada
entre alguns servidores e o respectivo Município, consistente no pagamento de
verbas remuneratórias devidas e atrasadas. Após ter realizado o “acordo”, o
Município concluiu que não poderia tê-lo feito, diante da inexistência de lei
que autorizasse tal conduta, e, nesse sentido, tentou desfazê-lo.

Todavia, o Supremo Tribunal Federal entendeu que, no caso em concreto,


não seria necessária a existência de lei para autorizar a transação realizada
pelo Município, pois o acordo celebrado não era oneroso e nem comprometia
bens, afetação de verbas ou gerava aumento de despesas para a
municipalidade. Na verdade, tratava-se apenas de um mero ressarcimento
decorrente de sua responsabilidade administrativa, isto é, pagamento de
“salários” devidos.

Sendo assim, deve ficar claro há casos em que o princípio da


indisponibilidade do interesse público pode ser atenuado, o que invalida a
assertiva.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


282
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

GABARITO: LETRA B.

RELAÇÃO DE QUESTÕES FGV – COM GABARITO

QUESTÕES FGV

01. (FGV/Advogado – CODEMIG/2015) Além dos princípios expressos


previstos no art. 37, caput, da Constituição Federal, a Administração
Pública ainda se orienta por outras diretrizes que também se incluem
em sua principiologia. Trata-se de regras gerais de proceder da
Administração e são denominados princípios reconhecidos ou
implícitos. Dentre eles, de acordo com a doutrina de Direito
Administrativo, destaca-se o princípio da:

a) publicidade, segundo o qual exige-se a ampla divulgação dos atos


praticados pela Administração Pública, inclusive por parte do Poder
Judiciário, que não pode restringir a publicidade dos atos processuais,
nem mesmo quando a defesa da intimidade o exigir;

b) pessoalidade, segundo o qual a Administração deverá levar em


consideração as peculiaridades do caso concreto, como situação
econômica, cultural e social do administrado, para praticar determinado
ato administrativo em seu desfavor;

c) autotutela, segundo o qual a Administração exerce o controle sobre


os próprios atos, com a possibilidade de anular os ilegais e revogar os
inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao
Poder Judiciário;

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


283
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

d) improbidade administrativa, segundo o qual os atos e contratos


administrativos deverão ser praticados da forma mais vantajosa para a
Administração Pública, visando ao lucro e ao interesse público;

e) continuidade dos serviços públicos, segundo o qual a Administração


deve prestar diretamente os serviços públicos essenciais, vedada a
delegação a particulares, a fim de evitar interrupções.

02. (FGV/Fiscal de Tributos - Prefeitura de Niterói – RJ/2015) Prefeito


Municipal, no exercício da função e utilizando verba pública,
determinou a confecção e distribuição de milhares de panfletos, às
vésperas do dia dos pais, com os seguintes dizeres: “O Prefeito Fulano,
na qualidade de melhor administrador público do país e verdadeiro pai
para seus administrados, deseja feliz dia dos pais a todos. Nas
próximas eleições, continuem me prestigiando com o seu voto!”. Essa
conduta do agente político feriu, frontal e mais diretamente, os
seguintes princípios administrativos expressos no art. 37, caput, da
Constituição Federal:

a) probidade e pessoalidade;

b) indisponibilidade e legalidade;

c) autotutela e igualdade;

d) impessoalidade e moralidade;

e) isonomia e eficiência.

03. (FGV/Guarda Municipal - Prefeitura de Paulínia – SP/2015)


Princípios administrativos são os postulados fundamentais que
conduzem todo o modo de agir da Administração Pública como um
todo. O art. 37, caput, da Constituição da República elencou os
chamados princípios administrativos expressos a serem observados por

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


284
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

todas as pessoas administrativas de qualquer dos entes federativos,


como por exemplo, os princípios da:

a) impessoalidade, eficiência e moralidade;

b) igualdade, legalidade e improbidade;

c) legalidade, disponibilidade e proporcionalidade;

d) eficácia, isonomia e economicidade;

e) igualdade, pessoalidade e razoabilidade.

04. (FGV/Fiscal de Posturas - Prefeitura de Niterói – RJ/2015) Ao


realizar diligência fiscalizatória, André, Fiscal de Posturas Municipal,
lavrou auto de infração em desfavor do cidadão Hamilton, por realizar
atividade sem a respectiva licença, não obstante lhe tenha sido
apresentado o documento necessário. No prazo legal, Hamilton
apresentou defesa e logrou comprovar que possuía a necessária
licença, que foi desconsiderada pelo agente público no momento da
fiscalização. Assim sendo, o Município concluiu pela procedência da
impugnação e declarou a invalidade do auto de infração. A decisão da
municipalidade de revisar seu próprio ato (por provocação ou até de
ofício) foi baseada no princípio implícito de Direito Administrativo da:

a) revogabilidade, que obriga a Administração Pública a rever seus


próprios atos, revogando os ilegais, sem necessidade de prévia
provocação do Poder Judiciário;

b) anulação, que possibilita a Administração Pública de rever seus


próprios atos, revogando os ilegais, sem necessidade de prévia
provocação do Poder Judiciário;

c) conveniência, que obriga a Administração Pública a rever seus


próprios atos, anulando os ilegais, com prévia autorização do Poder
Judiciário;

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


285
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

d) normatividade, que possibilita a Administração Pública de rever seus


próprios atos, invalidando os ilegais, com prévia autorização do Poder
Judiciário;

e) autotutela, que possibilita a Administração Pública de rever seus


próprios atos, invalidando os ilegais, sem necessidade de prévia
provocação do Poder Judiciário.

05. (FGV/Contador - Prefeitura de Niterói – RJ/2015) João, ocupante


do cargo efetivo municipal de contador, visando favorecer seu vizinho
de longa data, valendo-se da função pública de chefe do setor, pegou o
processo administrativo de seu amigo e, passando na frente de todos
os outros que aguardavam ser despachados há mais tempo,
providenciou o imediato andamento necessário. A conduta do servidor
público no caso em tela feriu, em tese, o princípio da administração
pública que, por um lado, objetiva a igualdade de tratamento que a
Administração deve dispensar aos administrados que se encontrem em
idêntica situação jurídica e, por outro, busca a supremacia do interesse
público, e não do privado, vedando-se, em consequência, sejam
favorecidos alguns indivíduos em detrimento de outros. Trata-se do
princípio informativo expresso do art. 37, caput, da Constituição da
República, chamado princípio da:

a) publicidade;

b) razoabilidade;

c) eficácia;

d) indisponibilidade;

e) impessoalidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


286
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

06. (FGV/Técnico Legislativo - Câmara de Caruaru – PE/2015) Os


princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência, segundo a Constituição Federal de 1988, condicionam toda a
estrutura das organizações públicas.

Quando o agente público atua de forma imparcial, buscando somente o


fim público pretendido pela lei, sem privilégios ou discriminações de
qualquer natureza, seu procedimento está baseado no princípio da

a) moralidade.

b) publicidade.

c) eficiência.

d) impessoalidade.

e) legalidade.

07. (FGV/Técnico Legislativo - Câmara de Caruaru – PE/2015) A


Constituição da República de 1988, em seu Art. 37, estabelece
expressamente que a Administração Pública direta e indireta obedecerá
aos seguintes princípios:

a) Legitimidade, imparcialidade, modicidade, popularidade e empatia.

b) Legalidade, imparcialidade, moralidade, popularidade e eficiência.

c) Legitimidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e empatia.

d) Legalidade, impessoalidade, modicidade, publicidade e eficiência.

e) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


287
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

08. (FGV/Técnico – SSP AM/2015) A Constituição da República de 1988


dedicou um capítulo à Administração Pública e, em seu art. 37, deixou
expressos os princípios a serem observados por todas as pessoas
administrativas. Dentre esses princípios expressos, que revelam as
diretrizes fundamentais da Administração, destaca-se o princípio da:

a) competitividade, segundo o qual agente público deve desempenhar


com excelência suas atribuições para lograr resultados mais produtivos
do que aqueles alcançados pela iniciativa privada;

b) legalidade, segundo o qual existe uma presunção absoluta de que os


atos praticados pelos agentes administrativos estão de acordo com os
ditames legais;

c) pessoalidade, segundo o qual todos os administrados que se


encontrem em idêntica situação jurídica devem ser tratados da mesma
forma, sem privilégios pessoais;

d) improbidade, segundo o qual o administrador público deve pautar


sua conduta com preceitos éticos e agir com honestidade;

e) eficiência, segundo o qual agente público deve desempenhar da


melhor forma possível suas atribuições, para lograr os melhores
resultados, inclusive na prestação dos serviços públicos.

09. (FGV/Técnico – SSP AM/2015) Daniel, Policial Militar, ao realizar


diligência destinada a reprimir o comércio ilícito de mercadorias
receptadas, encontrou em flagrante delito seu amigo de infância
Juvenal praticando crime. Por conta da longa amizade, Daniel deixou de
realizar sua prisão em flagrante e liberou seu amigo, inclusive com os
bens objeto do crime. No caso em tela, Daniel ofendeu mais
diretamente os princípios administrativos da:

a) legalidade e pessoalidade;

b) autotutela e disciplina;

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


288
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

c) publicidade e eficiência;

d) hierarquia e disciplina;

e) moralidade e impessoalidade.

10. (FGV/Analista Judiciário – TJ BA/2015) Os princípios


administrativos implícitos são diretrizes que orientam a Administração
Pública, como regras gerais de proceder, reconhecidas pela doutrina e
pela jurisprudência. Nesse contexto, destaca-se o princípio da:

a) supremacia do interesse público, segundo o qual os direitos


individuais dos cidadãos isoladamente considerados devem prevalecer
sobre os interesses da coletividade;

b) autotutela, segundo o qual a Administração Pública exerce o


controle sobre os seus próprios atos, com a possibilidade de anular os
ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos,
independentemente de recurso ao Poder Judiciário;

c) indisponibilidade, segundo o qual os bens e interesses públicos


pertencem à Administração Pública e a seus agentes, que têm a livre
disposição sobre eles;

d) moralidade, segundo o qual os agentes administrativos devem agir


com improbidade administrativa, com escopo de observar a necessária
impessoalidade na prática do ato, para se atingir o interesse público;

e) eficiência, segundo o qual os agentes administrativos são obrigados


a utilizar moderna tecnologia e métodos mais eficazes do que aqueles
disponíveis na iniciativa privada, com o objetivo de atingir o interesse
público.

11. (FGV/Analista Judiciário – TJ RJ/2015) Maria, diretora de


determinada creche municipal, recusou o pedido de matrícula do menor
Caio, de 3 anos, com o argumento de que a criança não tinha idade para

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


289
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

ser matriculada. Na semana seguinte, a direção da creche foi


modificada, assumindo Fernanda. A nova diretora, argumentando que a
Constituição da República estabelece que o dever do Estado com a
educação será efetivado mediante a garantia de educação infantil, em
creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade, declarou a
invalidade do ato administrativo que indeferiu a matrícula e matriculou
Caio na creche. A Administração Pública é autorizada a rever seus
próprios atos, inclusive declarando a nulidade dos ilegais, pelo princípio
administrativo da:

a) nulidade;

b) autotutela;

c) segurança jurídica;

d) eficiência;

e) moralidade.

12. (FGV/Analista Administrativo – PROCEMPA/2015) Assinale a opção


que apresenta somente princípios previstos expressamente no Art. 37,
caput, da Constituição da República Federativa do Brasil.

a) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e


economicidade.

b) Liberdade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficácia.

c) Legalidade, indelegabilidade, moralidade, pluralidade e eficiência.

d) Legalidade, impessoalidade, modicidade, publicidade e eficiência.

e) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

13. (FGV/Tecnologia da Informação – TCM SP/2015) Membros da


comissão permanente de licitação de determinado Município fraudaram

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


290
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

um certame, para favorecer sociedade empresária cujo sócio


administrador é amigo íntimo de um dos membros da citada comissão.
No caso em tela, os agentes públicos envolvidos afrontaram
diretamente o princípio administrativo expresso no art. 37, caput, da
Constituição da República. Trata-se do princípio da:

a) razoabilidade;

b) competitividade;

c) economicidade;

d) isonomia;

e) impessoalidade.

14. (FGV/Fiscal - Prefeitura de Florianópolis – SC/2015) Na clássica


comparação do doutrinador de Direito Administrativo Hely Lopes
Meirelles, enquanto os indivíduos no campo privado podem fazer tudo o
que a lei não veda, o administrador público só pode atuar onde a lei
autoriza. Tal afirmativa está relacionada diretamente ao princípio
administrativo expresso do Art. 37, caput, da Constituição da República
chamado princípio da:

a) igualdade;

b) impessoalidade;

c) moralidade;

d) legalidade;

e) eficiência.

15. (FGV/Fiscal - Prefeitura de Florianópolis – SC/2015) De acordo com


o texto constitucional, em matéria de disposições gerais da

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


291
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Administração Pública, a publicidade dos atos, programas, obras,


serviços e campanhas dos órgãos públicos:

a) somente pode ser realizada por meio de veiculação, pela imprensa


oficial, de informações de caráter educativo ou de orientação social,
dela podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, desde que
verdadeira a publicidade;

b) deve ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela


não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos;

c) tem natureza informativa, visando ao controle social das atividades


desempenhadas pelos Administradores, podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos, pelo princípio da transparência;

d) deve ter caráter informativo, eleitoral ou de orientação social, dela


não podendo constar informações que caracterizem promoção pessoal
de autoridades ou servidores públicos;

e) pode ser feita apenas em ano eleitoral e possui caráter educativo,


político ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos.

16. (FGV∕Auditor – TCE BA∕2013) Tendo em vista o princípio da ampla


defesa, aplicado no âmbito da Administração Pública, analise as
afirmativas a seguir.

I. O advogado é indispensável no processo administrativo disciplinar.

II. O direito de recorrer integra o princípio da ampla defesa.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


292
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

III. A defesa anterior ao ato decisório mostra-se medida inerente à


ampla defesa.

Assinale:

a) se apenas a afirmativa I estiver correta.

b) se apenas a afirmativa II estiver correta

c) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

d) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas

17. (FGV∕Técnico – DPE RJ∕2014) Os princípios administrativos são os


postulados fundamentais que inspiram o modo de agir da
Administração Pública. Entre os princípios da Administração Pública,
destaca-se:

a) impessoalidade, que diz que a pena não passará da pessoa do


condenado e que os sucessores responderão pelos débitos do falecido
apenas nos limites da herança.

b) moralidade, segundo o qual, no caso de aparente colisão, se deve


analisar no caso concreto qual direito fundamental deve prevalecer,
através da técnica da ponderação de interesses.

c) autotutela, segundo o qual qualquer lesão ou ameaça de lesão a


direito não será excluída da apreciação do Poder Judiciário, razão pela
qual os atos da Administração Pública também estão sujeitos ao
controle judicial.

d) publicidade, que prevê que a ampla publicidade dos atos, programas,


obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou eleitoral.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


293
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

e) continuidade dos serviços públicos, excetuado quando se permite a


paralisação temporária da atividade, como no caso de necessidade de
reparos técnicos.

18. (FGV∕Auditor – AL BA∕2014) No que concerne ao princípio da


autotutela, analise as afirmativas a seguir.

I. A autotutela poderá envolver o reexame de mérito de atos


administrativos.

II. A autotutela poderá envolver a revisão de atos ilegais.

III. A autotutela tem um de seus limites no instituto da


decadência.

Assinale:

a) se todas as afirmativas estiverem corretas.

b) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

d) se apenas a afirmativa II estiver correta.

e) se apenas a afirmativa I estiver correta.

19. (FGV∕Juiz Substituto – TJ AM∕2013) A CRFB/88 colocou-se como


marco do Estado Democrático brasileiro, dando uma nova leitura à
legislação que foi por ela recepcionada. Possibilitou a sedimentação de
vários princípios administrativos, abrindo caminho para que, hoje, se
fale sobre a expectativa legítima, também chamada de proteção à
confiança.

A esse respeito, assinale a afirmativa correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


294
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

a) A proteção à confiança está intimamente ligada à publicidade, pois é


por causa desta, e imediatamente a esta, que se cria uma expectativa
legítima a ser defendida.

b) A expectativa legítima é um princípio que possui nascente no direito


alemão, não sendo aceito pelos tribunais brasileiros por violar o
princípio da legalidade

c) A expectativa legítima, a acarretar a necessidade de proteção à


confiança criada por uma conduta aparentemente legal da
Administração, recebe a chancela do princípio da segurança jurídica e
vem sendo aceita pelos tribunais brasileiros

d) A expectativa legítima se prende ao princípio da eficiência, e apenas


pode ser chancelada se conveniente e oportuno ao interesse interno da
Administração, por meio de um juízo de razoabilidade econômica

e) A expectativa legítima liga-se à ideia de justa indenização no âmbito


da desapropriação, como forma de proteção à confiança no
cumprimento dos preceitos constitucionais

20. (FGV∕Analista Judiciário – TJ AM∕2013) A administração, revendo


interpretação de determinada lei, suprimiu direitos adquiridos por
servidores. A esse respeito, assinale a afirmativa correta.

a) A atitude é correta pois a administração pode agir da forma


mencionada com base na autotutela.

b) A administração agiu corretamente com base no princípio da


indisponibilidade do interesse público.

c) A administração agiu corretamente com base no princípio da


impessoalidade.

d) A administração agiu corretamente com base no princípio da


supremacia do interesse público.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


295
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

e) A administração agiu incorretamente, pois violou a segurança


jurídica.

21. (FGV∕Auxiliar Judiciário – TJ AM∕2013) A Administração Pública


direta e indireta de qualquer dos poderes da União obedecerá aos
princípios relacionados a seguir, à exceção de um. Assinale-o.

a) Publicidade.

b) Eficiência.

c) Moralidade.

d) Arbitrariedade.

e) Impessoalidade.

22. (FGV∕Analista Judiciário – TJ AM∕2013) A administração pública


interpretou uma determinada lei, reconhecendo que determinado
grupo de pessoas não deve ser tributado. Posteriormente alterou
essa interpretação e quer cobrar o tributo dessas pessoas de forma
retroativa. Tal atitude é vedada pelo nosso ordenamento jurídico.
Assinale a alternativa que indica o princípio que possui ligação direta e
imediata com essa vedação.

a) Indisponibilidade do interesse público.

b) Segurança jurídica.

c) Impessoalidade.

d) Supremacia do interesse público.

e) Autotutela.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


296
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

23. (FGV∕Advogado – INEA RJ∕2013) Acerca do princípio de confiança


legitima (Proteção da Confiança) no Direito Administrativo, analise as
afirmativas a seguir.

I. É o princípio que exige do administrador um agir conforme a lei,


mesmo que isso implique em prejuízo da Administração.

II. É o princípio que deriva da ideia de segurança jurídica e boa-fé


objetiva do administrado.

III. É o princípio segundo o qual a Administração Pública não pode


mudar de conduta se isso prejudica o administrado, uma vez que é
vedado um comportamento contraditório.

Assinale:

a) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente a afirmativa II estiver correta.

e) se somente a afirmativa I estiver correta.

24. (FGV∕Técnico Judiciário – TRE PA∕2012) De acordo com a


Constituição Federal de 1988, a Administração Pública obedecerá aos
seguintes princípios:

a) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

b) legalidade, impessoalidade, moralidade, probidade e externalidade.

c) legitimidade, impessoalidade, moralidade, probidade e


externalidade.

d) razoabilidade, proporcionalidade, improbidade e personalismo.

e) discricionariedade, ponderação, isenção e separação de poderes.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


297
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

25. (FGV∕Técnico de Contabilidade – MPE RS∕2013) Princípios


administrativos são fundamentos que inspiram todo o modo de agir da
Administração Pública, estabelecendo as regras de conduta do Estado
quando no exercício da atividade administrativa. Com relação aos
princípios administrativos, analise as afirmativas a seguir.

I. Princípio da Legalidade - toda e qualquer atividade administrativa


deve ser autorizada por Lei.

II. Princípio da Impessoalidade - aos administrados, que se encontram


em idêntica situação jurídica, deve ser dada igualdade de tratamento.

III. Princípio da Moralidade - os princípios éticos devem estar


presentes na conduta do administrador público.

Assinale:

A) se somente a afirmativa I estiver correta.

B) se somente a afirmativa II estiver correta.

C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

26. (FGV∕Agente Penitenciário – SEGEP MA∕2013) “Princípios


administrativos são os postulados fundamentais que inspiram todo o
modo de agir da administração pública. Representam cânones pré-
normativos, norteando a conduta do Estado quando no exercício de
atividades administrativas.” (Carvalho Filho, J. S., 2012).

Tendo em conta a existência de princípios expressos e também dos


chamados princípios implícitos ou reconhecidos, assinale a alternativa
que apresenta somente princípios implícitos ou reconhecidos.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


298
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

a) Razoabilidade, publicidade e autotutela.

b) Continuidade do serviço público, supremacia do interesse público e


segurança jurídica.

c) Eficiência, indisponibilidade do interesse público e segurança


jurídica.

d) Moralidade, proporcionalidade e indisponibilidade do interesse


público.

e) Publicidade, autotutela e proporcionalidade.

27. (FGV∕Agente Penitenciário – SEGEP MA∕2013) "A Administração


Pública Direta e Indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
constitucionais". ”Os princípios constitucionais a que se refere o
fragmento acima estão relacionados a seguir, à exceção de um.
Assinale-o.

A) Legalidade.

B) Moralidade.

C) Pessoalidade.

D) Publicidade.

E) Eficiência.

28. (FGV∕Analista Técnico – SUDENE∕2013) A Administração Pública é


regida por uma série de princípios. Em relação ao princípio da
publicidade, assinale a afirmativa correta.

a) Em um Estado Democrático como o Brasil, o princípio da publicidade


é completamente irrestrito.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


299
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) Por instrumentos, como o direito de certidão, é concretizado o


princípio da publicidade.

c) O princípio da publicidade é um princípio implícito.

d) O princípio da publicidade é um princípio absoluto.

e) O princípio da publicidade permite realizar a promoção pessoal de


agentes públicos.

29. (FGV∕Analista Técnico – SUDENE∕2013) Quanto aos princípios


constitucionais relativos à Administração Pública, analise as afirmativas
a seguir e assinale V para a verdadeira e F para a falsa.

( ) A Constituição estabelece que a Administração Pública obedecerá


aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência.

( ) A obediência ao princípio da eficiência pelos órgãos da


Administração Pública, por ter sido o último princípio acrescentado à
Constituição Federal, é facultativa.

( ) O princípio da eficiência está voltado para a ação idônea, a ação


econômica e a ação satisfatória na Administração Pública.

As afirmativas são respectivamente:

a) V, F e V.

b) V, V e F.

c) F, V e F.

d) V, F e F.

e) F, F e V.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


300
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

30. (FGV∕Analista Técnico – SUDENE∕2013) Entre os princípios que


regem a Administração Pública, listados a seguir, assinale o que está
mais diretamente vinculado à probidade administrativa.

a) Igualdade.

b) Eficiência.

c) Publicidade.

d) Discricionariedade.

e) Moralidade.

31. (FGV∕Consultor Legislativo – AL MA∕2013) "Os bens e interesses


públicos não pertencem à administração pública nem a seus agentes.
Cabe-lhes apenas administrá-los em prol da coletividade, esta, sim, a
verdadeira titular dos direitos e interesses públicos". O fragmento
acima se refere à diretriz que norteia os princípios da Administração
Pública, denominada

a) supremacia do interesse público.

b) tutela ou controle.

c) presunção da legitimidade.

d) indisponibilidade.

e) razoabilidade.

32. (FGV∕Auditor Fiscal – Pref. Angra dos Reis∕2010) A respeito dos


princípios básicos da Administração Pública, considera-se que

a) o princípio da eficiência é o único critério limitador da


discricionariedade administrativa.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


301
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) o princípio da legalidade não autoriza o gestor público a, no exercício


de suas atribuições, praticar todos os atos que não estejam proibidos
em lei.

c) o princípio da eficiência faculta a Administração Pública que realize


policiamento dos atos administrativos que pratica.

d) o princípio da eficiência não pode ser exigido enquanto não for


editada a lei federal que deve estabelecer os seus contornos.

e) a possibilidade de revogar os atos administrativos por razões de


conveniência e oportunidade é manifestação do princípio da legalidade.

33. (FGV/Especialista Legislativo – ALERJ/2017) Elias, prefeito


municipal, informou à sua assessoria que gostaria de promover, junto à
população, as realizações de sua administração. Na ocasião, foi
informado que esse tipo de publicidade não poderia conter nomes e
imagens, de modo que, longe de ter caráter educativo, informativo ou
de orientação social, visasse à promoção pessoal de Elias.

À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que a orientação


da assessoria está em harmonia com o denominado princípio da:

a) responsabilidade;

b) transparência;

c) avaliação popular;

d) impessoalidade;

e) eletividade.

34. (FGV/Procurador – ALERJ/2017) O art. 54, da Lei nº 9.784/99,


dispõe que o direito da Administração de anular os atos administrativos
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5
(cinco) anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé. Da análise do texto normativo, verifica-se que o

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


302
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

legislador procurou conjugar os aspectos de tempo e boa-fé, sendo


certo que teve o objetivo fundamental de estabilizar as relações
jurídicas pelo fenômeno da convalidação de atos administrativos
inquinados de vício de legalidade.

Nesse contexto, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a


citada norma aborda especificamente os seguintes princípios
reconhecidos da Administração Pública:

a) autotutela e certeza jurídica;

b) segurança jurídica e proteção à confiança;

c) inafastabilidade da jurisdição e proporcionalidade;

d) temporalidade e moralidade administrativas;

e) indisponibilidade e aproveitamento administrativos.

35. (FGV/Agente de fiscalização – Prefeitura de Paulinas/2016) O


administrador, ao aceitar as responsabilidades de um cargo público,
deve respeitar os princípios legais que regem a Administração Pública.
Parte fundamental do exercício do cargo é o conhecimento do limite
entre o público e o privado, em que o interesse público deve sempre se
sobrepor ao privado; da mesma forma, deve-se garantir que as
decisões tomadas sejam de conhecimento geral e que os meios sejam
adequados ao fim.

O trecho acima apresenta a descrição de alguns dos princípios da


Administração Pública. Assinale a opção que indica, na ordem correta,
os princípios apresentados.

a) Isonomia – Autotutela – Eficiência

b) Razoabilidade – Publicidade – Impessoalidade

c) Supremacia da Publicidade – Proporcionalidade – Isonomia

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


303
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

d) Impessoalidade – Publicidade – Razoabilidade

e) Impessoalidade – Isonomia – Eficiência

36. (FGV/Agente de fiscalização – Prefeitura de Paulinas/2016) A


combinação de princípios expressos e não expressos na Constituição
Federal/88 é a base das regras de conduta e dos critérios de avaliação
da atuação do administrador. O conhecimento dos princípios figura,
então, entre as capacidades básicas de um bom administrador.

As opções a seguir apresentam princípios explícitos da Constituição


Federal/88, à exceção de uma. Assinale-a.

a) Legalidade

b) Moralidade

c) Impessoalidade

d) Eficiência

e) Isonomia

37. (FGV/Agente de fiscalização – Prefeitura de Paulinas/2016) Na


Administração Pública, cabe ao administrador zelar pelo uso adequado
dos recursos públicos, bem como e o desperdício destes. Compreender
o conceito de eficiência é, portanto, fundamental para o exercício
correto das funções administrativas.

Assinale a opção que apresenta o conceito correto de eficiência.

a) É a capacidade de alcançar os mesmos resultados com o emprego


dos mesmos recursos em um determinado período de tempo.

b) É capacidade de se adequar as metas a serem atingidas ao período


de tempo disponível para alcançá-las.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


304
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

c) É a capacidade de se alcançar resultados, independentemente dos


recursos empregados.

d) É a capacidade de gerir os recursos disponíveis para alcançar o


número máximo de metas apresentadas.

e) É a capacidade de alcançar resultados melhores com o emprego de


menos recursos.

38. (FGV/Auditor – IBGE/2016) Órgão de controle interno de


determinada fundação pública realiza auditoria no setor responsável
pelas licitações e contratos administrativos da fundação. Na diligência,
verifica-se que não há necessidade de se realizar aquisição de
determinado produto, mas o edital de licitação acabara de ser
publicado. Após as providências administrativas cabíveis, a fundação
revoga o edital de licitação. Na hipótese em tela, a fundação pública
agiu de acordo com o princípio administrativo da:

a) legalidade, em que a Administração Pública exerce o controle


interno sobre os seus próprios atos, com a possibilidade de anular os
inconvenientes ou inoportunos e revogar os ilegais,
independentemente de recurso ao Poder Judiciário;

b) autotutela, em que a Administração Pública exerce o controle sobre


os seus próprios atos, com a possibilidade de anular os ilegais e
revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de
recurso ao Poder Judiciário;

c) nulidade, em que a Administração Pública exerce o controle externo


sobre os atos de seus órgãos, com a possibilidade de anular os
inconvenientes ou inoportunos e revogar os ilegais,
independentemente de recurso ao Poder Judiciário;

d) independência, em que a Administração Pública exerce o controle


geral sobre os atos de seus órgãos, com a possibilidade de anular os

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


305
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, mediante


autorização prévia do Poder Judiciário;

e) autonomia, em que a Administração Pública exerce o controle sobre


os atos de seus órgãos, com a possibilidade de anular os
inconvenientes ou inoportunos e revogar os ilegais, mediante
autorização prévia do Poder Judiciário.

GABARITO

01.C 02.D 03.A 04.E 05.E 06.D 07.E 08.E

09.E 10.B 11.B 12.E 13.E 14.D 15.B 16.D

17.E 18.A 19.C 20.E 21.D 22.B 23.D 24.A

25.E 26.B 27.C 28.B 29.A 30.E 31.D 32.B

33. B 34. D 35. E

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


306
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


307
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

QUESTÕES FGV COMENTADAS

QUESTÕES FGV COMENTADAS

01. (FGV/Advogado – CODEMIG/2015) Além dos princípios expressos


previstos no art. 37, caput, da Constituição Federal, a Administração
Pública ainda se orienta por outras diretrizes que também se incluem
em sua principiologia. Trata-se de regras gerais de proceder da
Administração e são denominados princípios reconhecidos ou
implícitos. Dentre eles, de acordo com a doutrina de Direito
Administrativo, destaca-se o princípio da:

a) publicidade, segundo o qual exige-se a ampla divulgação dos atos


praticados pela Administração Pública, inclusive por parte do Poder
Judiciário, que não pode restringir a publicidade dos atos processuais,
nem mesmo quando a defesa da intimidade o exigir;

b) pessoalidade, segundo o qual a Administração deverá levar em


consideração as peculiaridades do caso concreto, como situação
econômica, cultural e social do administrado, para praticar determinado
ato administrativo em seu desfavor;

c) autotutela, segundo o qual a Administração exerce o controle sobre


os próprios atos, com a possibilidade de anular os ilegais e revogar os
inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao
Poder Judiciário;

d) improbidade administrativa, segundo o qual os atos e contratos


administrativos deverão ser praticados da forma mais vantajosa para a
Administração Pública, visando ao lucro e ao interesse público;

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


308
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

e) continuidade dos serviços públicos, segundo o qual a Administração


deve prestar diretamente os serviços públicos essenciais, vedada a
delegação a particulares, a fim de evitar interrupções.

Comentários

a) A CF/1988, em seu art. 5º, LX, dispõe que a lei só poderá restringir a
publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
social o exigirem. Assertiva incorreta.

b) O princípio que consta expressamente no caput do art. 37 da CF/1988 é o da


impessoalidade e não o da pessoalidade, conforme apresentado no
enunciado. Assertiva incorreta.

c) A autotutela, uma decorrência do princípio constitucional da legalidade, é o


controle que a administração exerce sobre os seus próprios atos, o que lhe
confere a prerrogativa de anulá-los ou revogá-los, sem necessidade de
intervenção do Poder Judiciário. Assertiva correta.

d) Não existe um “princípio da improbidade administrativa”, mas sim uma lei


que versa sobre o assunto, qual seja, a Lei 8.429/1992. Ademais, a afirmação
apresentada pelo enunciado está completamente errada. Assertiva incorreta.

e) A prestação de serviços públicos deve ocorrer de forma contínua, não se


permitindo, em regra, a interrupção ou suspensão daqueles considerados
essenciais às atividades cotidianas da sociedade. Nesse caso, o princípio alcança
tanto os serviços prestados de forma direta quanto indiretamente (através de
concessionários ou permissionários) pelo Estado. Assertiva incorreta.

Gabarito: Letra c.

02. (FGV/Fiscal de Tributos - Prefeitura de Niterói – RJ/2015) Prefeito


Municipal, no exercício da função e utilizando verba pública,
determinou a confecção e distribuição de milhares de panfletos, às

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


309
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

vésperas do dia dos pais, com os seguintes dizeres: “O Prefeito Fulano,


na qualidade de melhor administrador público do país e verdadeiro pai
para seus administrados, deseja feliz dia dos pais a todos. Nas
próximas eleições, continuem me prestigiando com o seu voto!”. Essa
conduta do agente político feriu, frontal e mais diretamente, os
seguintes princípios administrativos expressos no art. 37, caput, da
Constituição Federal:

a) probidade e pessoalidade;

b) indisponibilidade e legalidade;

c) autotutela e igualdade;

d) impessoalidade e moralidade;

e) isonomia e eficiência.

Comentários

A CF/1988, em seu art. 37, § 1º, dispõe que “a publicidade dos atos,
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos”.

Ao realizar a divulgação dos atos, programas, obras e serviços executados pela


Administração Pública, o gestor público não pode se valer da oportunidade para
promover o seu nome ou imagem perante a sociedade, apresentando-se como
se fosse o único responsável pelos feitos administrativos. Também não pode ser
aproveitar do fato de exercer função pública (o que lhe garante respeito e
prestígio perante outras autoridades) para atribuir o seu nome ou de parentes
vivos a bens públicos ou se autopromover em datas comemorativas.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


310
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Caso essas condutas sejam praticadas, não restam dúvidas de que será violado
o princípio da impessoalidade. Ademais, como consequência também será
afrontado o princípio da moralidade administrativa.

Gabarito: Letra d.

03. (FGV/Guarda Municipal - Prefeitura de Paulínia – SP/2015)


Princípios administrativos são os postulados fundamentais que
conduzem todo o modo de agir da Administração Pública como um
todo. O art. 37, caput, da Constituição da República elencou os
chamados princípios administrativos expressos a serem observados por
todas as pessoas administrativas de qualquer dos entes federativos,
como por exemplo, os princípios da:

a) impessoalidade, eficiência e moralidade;

b) igualdade, legalidade e improbidade;

c) legalidade, disponibilidade e proporcionalidade;

d) eficácia, isonomia e economicidade;

e) igualdade, pessoalidade e razoabilidade.

Comentários

Princípios básicos da Administração Pública são aqueles expressos no art. 37


da Constituição Federal de 1988, a saber: legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência (o famoso “L.I.M.P.E.”). Esse é o
entendimento da doutrina majoritária.

Todavia, o art. 37 da Constituição Federal não é taxativo, pois, outros princípios


existem, previstos em leis esparsas, ou, mesmo, não expressamente
contemplados no direito objetivo, aos quais se sujeita a Administração Pública

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


311
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Gabarito: Letra a.

04. (FGV/Fiscal de Posturas - Prefeitura de Niterói – RJ/2015) Ao


realizar diligência fiscalizatória, André, Fiscal de Posturas Municipal,
lavrou auto de infração em desfavor do cidadão Hamilton, por realizar
atividade sem a respectiva licença, não obstante lhe tenha sido
apresentado o documento necessário. No prazo legal, Hamilton
apresentou defesa e logrou comprovar que possuía a necessária
licença, que foi desconsiderada pelo agente público no momento da
fiscalização. Assim sendo, o Município concluiu pela procedência da
impugnação e declarou a invalidade do auto de infração. A decisão da
municipalidade de revisar seu próprio ato (por provocação ou até de
ofício) foi baseada no princípio implícito de Direito Administrativo da:

a) revogabilidade, que obriga a Administração Pública a rever seus


próprios atos, revogando os ilegais, sem necessidade de prévia
provocação do Poder Judiciário;

b) anulação, que possibilita a Administração Pública de rever seus


próprios atos, revogando os ilegais, sem necessidade de prévia
provocação do Poder Judiciário;

c) conveniência, que obriga a Administração Pública a rever seus


próprios atos, anulando os ilegais, com prévia autorização do Poder
Judiciário;

d) normatividade, que possibilita a Administração Pública de rever seus


próprios atos, invalidando os ilegais, com prévia autorização do Poder
Judiciário;

e) autotutela, que possibilita a Administração Pública de rever seus


próprios atos, invalidando os ilegais, sem necessidade de prévia
provocação do Poder Judiciário.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


312
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Comentários

A Administração Pública, mesmo após a edição de seus atos, continua


realizando sobre eles efetivo e constante controle administrativo. Assim, caso
verifique posteriormente que editou ato ilegal, está autorizada a anulá-lo. No
mesmo sentido, caso edite ato legal que futuramente se torne inconveniente
ou inoportuno, poderá realizar a revogação. Trata-se de uma consequência
do princípio da autotutela.

É o que consta no teor da súmula 473 do Supremo Tribunal Federal, que assim
dispõe:

A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

A anulação e revogação de ato administrativo podem ocorrer tanto de ofício,


por iniciativa da própria administração, quanto por provocação de particulares
atingidos pelos seus efeitos. Entretanto, a possibilidade de a própria
administração revisar os seus atos não afasta eventual controle pelo Poder
Judiciário, que possui a prerrogativa de analisar a legalidade de todos os atos
administrativos, sejam eles vinculados ou discricionários.

Gabarito: Letra e.

05. (FGV/Contador - Prefeitura de Niterói – RJ/2015) João, ocupante


do cargo efetivo municipal de contador, visando favorecer seu vizinho
de longa data, valendo-se da função pública de chefe do setor, pegou o
processo administrativo de seu amigo e, passando na frente de todos
os outros que aguardavam ser despachados há mais tempo,
providenciou o imediato andamento necessário. A conduta do servidor
público no caso em tela feriu, em tese, o princípio da administração
pública que, por um lado, objetiva a igualdade de tratamento que a

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


313
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Administração deve dispensar aos administrados que se encontrem em


idêntica situação jurídica e, por outro, busca a supremacia do interesse
público, e não do privado, vedando-se, em consequência, sejam
favorecidos alguns indivíduos em detrimento de outros. Trata-se do
princípio informativo expresso do art. 37, caput, da Constituição da
República, chamado princípio da:

a) publicidade;

b) razoabilidade;

c) eficácia;

d) indisponibilidade;

e) impessoalidade.

Comentários

O princípio de direito administrativo que objetiva o tratamento igualitário aos


administrados por parte da administração, representando um desdobramento
do princípio da isonomia, é o princípio da impessoalidade.

O princípio da impessoalidade impõe à Administração Pública a obrigação de


conceder tratamento isonômico a todos os administrados que se encontram
em idêntica situação jurídica. Assim, fica vedado o tratamento privilegiado a
um ou alguns indivíduos em função de amizade, parentesco ou troca de
favores. O princípio também proíbe que administradores públicos pratiquem
atos prejudiciais aos particulares em razão de inimizades ou perseguições
políticas.

Gabarito: Letra e.

06. (FGV/Técnico Legislativo - Câmara de Caruaru – PE/2015) Os


princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


314
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

eficiência, segundo a Constituição Federal de 1988, condicionam toda a


estrutura das organizações públicas.

Quando o agente público atua de forma imparcial, buscando somente o


fim público pretendido pela lei, sem privilégios ou discriminações de
qualquer natureza, seu procedimento está baseado no princípio da

a) moralidade.

b) publicidade.

c) eficiência.

d) impessoalidade.

e) legalidade.

Comentários

O princípio da impessoalidade impõe à Administração Pública a obrigação de


conceder tratamento isonômico a todos os administrados que se
encontrarem em idêntica situação jurídica. Assim, fica vedado o tratamento
privilegiado a um ou alguns indivíduos em função de amizade, parentesco ou
troca de favores. Da mesma forma, o princípio também veda aos
administradores que pratiquem atos prejudiciais ao particular em razão de
inimizade ou perseguição política, por exemplo.

Gabarito: Letra d.

07. (FGV/Técnico Legislativo - Câmara de Caruaru – PE/2015) A


Constituição da República de 1988, em seu Art. 37, estabelece
expressamente que a Administração Pública direta e indireta obedecerá
aos seguintes princípios:

a) Legitimidade, imparcialidade, modicidade, popularidade e empatia.

b) Legalidade, imparcialidade, moralidade, popularidade e eficiência.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


315
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

c) Legitimidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e empatia.

d) Legalidade, impessoalidade, modicidade, publicidade e eficiência.

e) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Comentários

Eis uma questão muito simples, que tem sido cobrada frequentemente em
provas da Fundação Getúlio Vargas. De qualquer forma, penso que dificilmente
você a errará se for cobrada no seu concurso!!

Lembre-se de que os princípios básicos da Administração Pública são aqueles


expressos no art. 37 da Constituição Federal de 1988, a saber: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (o famoso “L.I.M.P.E.”).
Esse é o entendimento da doutrina majoritária.

Todavia, o art. 37 da Constituição Federal não é taxativo, pois, outros princípios


existem, previstos em leis esparsas, ou, mesmo, não expressamente
contemplados no direito objetivo, aos quais se sujeita a Administração Pública

Gabarito: Letra e.

08. (FGV/Técnico – SSP AM/2015) A Constituição da República de 1988


dedicou um capítulo à Administração Pública e, em seu art. 37, deixou
expressos os princípios a serem observados por todas as pessoas
administrativas. Dentre esses princípios expressos, que revelam as
diretrizes fundamentais da Administração, destaca-se o princípio da:

a) competitividade, segundo o qual agente público deve desempenhar


com excelência suas atribuições para lograr resultados mais produtivos
do que aqueles alcançados pela iniciativa privada;

b) legalidade, segundo o qual existe uma presunção absoluta de que os


atos praticados pelos agentes administrativos estão de acordo com os
ditames legais;

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


316
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

c) pessoalidade, segundo o qual todos os administrados que se


encontrem em idêntica situação jurídica devem ser tratados da mesma
forma, sem privilégios pessoais;

d) improbidade, segundo o qual o administrador público deve pautar


sua conduta com preceitos éticos e agir com honestidade;

e) eficiência, segundo o qual agente público deve desempenhar da


melhor forma possível suas atribuições, para lograr os melhores
resultados, inclusive na prestação dos serviços públicos.

Comentários

A CF/1988, em seu art. 37, caput, dispõe expressamente que a administração


pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Nesses termos, fica fácil eliminarmos as alternativas que fazem referência aos
princípios da “competitividade”, “pessoalidade” e “improbidade”. Ademais, deve
ficar claro que o princípio da legalidade não assegura a presunção absoluta
de que os atos administrativos foram editados em conformidade com a lei.
Sempre que o ato possuir alguma ilegalidade, pode ser impugnado pelo
destinatário perante o Poder Judiciário ou a própria Administração Pública.

Sendo assim, somente nos restou o princípio da eficiência como resposta da


questão. A propósito, destaca-se que tal princípio somente foi introduzido no
texto constitucional em 1998, com a promulgação da Emenda Constitucional nº.
19. Antes disso, ele era considerado um princípio implícito.

O professor Diógenes Gasparini informa que esse princípio é conhecido entre os


italianos como “dever de boa administração” e impõe à Administração Pública
direta e indireta a obrigação de realizar suas atribuições com rapidez,
perfeição e rendimento.

Gabarito: Letra e.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


317
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

09. (FGV/Técnico – SSP AM/2015) Daniel, Policial Militar, ao realizar


diligência destinada a reprimir o comércio ilícito de mercadorias
receptadas, encontrou em flagrante delito seu amigo de infância
Juvenal praticando crime. Por conta da longa amizade, Daniel deixou de
realizar sua prisão em flagrante e liberou seu amigo, inclusive com os
bens objeto do crime. No caso em tela, Daniel ofendeu mais
diretamente os princípios administrativos da:

a) legalidade e pessoalidade;

b) autotutela e disciplina;

c) publicidade e eficiência;

d) hierarquia e disciplina;

e) moralidade e impessoalidade.

Comentários

O princípio da impessoalidade impõe à Administração Pública a obrigação de


conceder tratamento isonômico a todos os administrados que se
encontrarem em idêntica situação jurídica. Assim, fica vedado o tratamento
privilegiado a um ou alguns indivíduos em função de amizade, parentesco ou
troca de favores. Da mesma forma, o princípio também veda aos
administradores que pratiquem atos prejudiciais ao particular em razão de
inimizade ou perseguição política, por exemplo.

Nesse caso, tem-se o princípio da impessoalidade como uma faceta do


princípio da isonomia, e a obrigatoriedade de realização de concurso público
para ingresso em cargo ou emprego público (artigo 37, II), bem como a
obrigatoriedade de realização de licitação pela Administração (artigo 37, XXI),
são exemplos clássicos de tal princípio, já que proporcionam igualdade de
condições para todos os interessados.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


318
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Em suma, o princípio da impessoalidade impõe que as condutas praticadas por


agentes públicos tenham o objetivo precípuo de satisfazer o interesse público,
sem favorecer ou prejudicar determinados grupos ou categorias em razão de
condições pessoais, diferentemente da conduta do Policial Militar, que, em
razão da amizade, liberou o seu amigo da prisão.

Gabarito: Letra e.

10. (FGV/Analista Judiciário – TJ BA/2015) Os princípios


administrativos implícitos são diretrizes que orientam a Administração
Pública, como regras gerais de proceder, reconhecidas pela doutrina e
pela jurisprudência. Nesse contexto, destaca-se o princípio da:

a) supremacia do interesse público, segundo o qual os direitos


individuais dos cidadãos isoladamente considerados devem prevalecer
sobre os interesses da coletividade;

b) autotutela, segundo o qual a Administração Pública exerce o


controle sobre os seus próprios atos, com a possibilidade de anular os
ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos,
independentemente de recurso ao Poder Judiciário;

c) indisponibilidade, segundo o qual os bens e interesses públicos


pertencem à Administração Pública e a seus agentes, que têm a livre
disposição sobre eles;

d) moralidade, segundo o qual os agentes administrativos devem agir


com improbidade administrativa, com escopo de observar a necessária
impessoalidade na prática do ato, para se atingir o interesse público;

e) eficiência, segundo o qual os agentes administrativos são obrigados


a utilizar moderna tecnologia e métodos mais eficazes do que aqueles
disponíveis na iniciativa privada, com o objetivo de atingir o interesse
público.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


319
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Comentários

a) Apesar de não constar expressamente no texto constitucional, o princípio da


supremacia do interesse público sobre o privado é um dos responsáveis pela
estruturação do regime jurídico-administrativo, estabelecendo a posição de
supremacia da Administração Pública nas relações jurídicas travadas com os
particulares (relação vertical). Assertiva incorreta.

b) A Administração Pública, mesmo após a edição de seus atos, continua


realizando sobre eles efetivo e constante controle administrativo. Assim, caso
verifique posteriormente que editou ato ilegal, está autorizada a anulá-lo. No
mesmo sentido, caso edite ato legal que futuramente se torne inconveniente
ou inoportuno, poderá realizar a revogação. Trata-se de uma consequência
do princípio da autotutela. Assertiva correta.

c) De acordo com o princípio da indisponibilidade, os bens e interesses públicos


não pertencem à Administração, cabendo aos agentes administrativos apenas
geri-los e conservá-los em prol da coletividade. Assertiva incorreta.

d) O princípio da moralidade, também previsto expressamente no artigo 37,


caput, da Constituição Federal de 1988, determina que os atos e atividades da
Administração devem obedecer não só à lei, mas também à própria moral, pois
nem tudo que é legal é honesto. Como consequência do princípio da
moralidade, os agentes públicos devem agir com honestidade, boa-fé e
lealdade, respeitando a isonomia e demais preceitos éticos. Assertiva
incorreta.

e) O professor Diógenes Gasparini informa que esse princípio é conhecido entre


os italianos como “dever de boa administração” e impõe à Administração
Pública direta e indireta a obrigação de realizar suas atribuições com rapidez,
perfeição e rendimento. Todavia, não existe a obrigatoriedade de que sejam
utilizados métodos mais eficientes do que aqueles utilizados na iniciativa
privada, o que seria uma violação ao bom senso. Assertiva incorreta.

Gabarito: Letra b

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


320
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

11. (FGV/Analista Judiciário – TJ RJ/2015) Maria, diretora de


determinada creche municipal, recusou o pedido de matrícula do menor
Caio, de 3 anos, com o argumento de que a criança não tinha idade para
ser matriculada. Na semana seguinte, a direção da creche foi
modificada, assumindo Fernanda. A nova diretora, argumentando que a
Constituição da República estabelece que o dever do Estado com a
educação será efetivado mediante a garantia de educação infantil, em
creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade, declarou a
invalidade do ato administrativo que indeferiu a matrícula e matriculou
Caio na creche. A Administração Pública é autorizada a rever seus
próprios atos, inclusive declarando a nulidade dos ilegais, pelo princípio
administrativo da:

a) nulidade;

b) autotutela;

c) segurança jurídica;

d) eficiência;

e) moralidade.

Comentários

A Administração Pública, mesmo após a edição de seus atos, continua


realizando sobre eles efetivo e constante controle administrativo. Assim, caso
verifique posteriormente que editou ato ilegal, está autorizada a anulá-lo. No
mesmo sentido, caso edite ato legal que futuramente se torne inconveniente
ou inoportuno, poderá realizar a revogação. Trata-se de uma consequência
do princípio da autotutela.

É o que consta no teor da súmula 473 do Supremo Tribunal Federal, que assim
dispõe:

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


321
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

A anulação e revogação de ato administrativo podem ocorrer tanto de ofício,


por iniciativa da própria administração, quanto por provocação de particulares
atingidos pelos seus efeitos. Entretanto, a possibilidade de a própria
administração revisar os seus atos não afasta eventual controle pelo Poder
Judiciário, que possui a prerrogativa de analisar a legalidade de todos os atos
administrativos, sejam eles vinculados ou discricionários.

Gabarito: Letra b.

12. (FGV/Analista Administrativo – PROCEMPA/2015) Assinale a opção


que apresenta somente princípios previstos expressamente no Art. 37,
caput, da Constituição da República Federativa do Brasil.

a) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e


economicidade.

b) Liberdade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficácia.

c) Legalidade, indelegabilidade, moralidade, pluralidade e eficiência.

d) Legalidade, impessoalidade, modicidade, publicidade e eficiência.

e) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Comentários

Mais uma vez, a banca elaborou uma questãozinha sobre os princípios básicos
da Administração Pública. É muita moleza!

Lembre-se de que os princípios básicos da Administração Pública são aqueles


expressos no art. 37 da Constituição Federal de 1988, a saber: legalidade,

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


322
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (o famoso “L.I.M.P.E.”).


Esse é o entendimento da doutrina majoritária.

Todavia, o art. 37 da Constituição Federal não é taxativo, pois, outros princípios


existem, previstos em leis esparsas, ou, mesmo, não expressamente
contemplados no direito objetivo, aos quais se sujeita a Administração Pública

Gabarito: Letra e.

13. (FGV/Tecnologia da Informação – TCM SP/2015) Membros da


comissão permanente de licitação de determinado Município fraudaram
um certame, para favorecer sociedade empresária cujo sócio
administrador é amigo íntimo de um dos membros da citada comissão.
No caso em tela, os agentes públicos envolvidos afrontaram
diretamente o princípio administrativo expresso no art. 37, caput, da
Constituição da República. Trata-se do princípio da:

a) razoabilidade;

b) competitividade;

c) economicidade;

d) isonomia;

e) impessoalidade.

Comentários

O princípio de direito administrativo que objetiva o tratamento igualitário aos


administrados por parte da administração, representando um desdobramento
do princípio da isonomia, é o princípio da impessoalidade.

O princípio da impessoalidade impõe à Administração Pública a obrigação de


conceder tratamento isonômico a todos os administrados que se encontram
em idêntica situação jurídica. Assim, fica vedado o tratamento privilegiado a

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


323
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

um ou alguns indivíduos em função de amizade, parentesco ou troca de


favores. O princípio também proíbe que administradores públicos pratiquem
atos prejudiciais aos particulares em razão de inimizades ou perseguições
políticas.

Gabarito: Letra e.

14. (FGV/Fiscal - Prefeitura de Florianópolis – SC/2015) Na clássica


comparação do doutrinador de Direito Administrativo Hely Lopes
Meirelles, enquanto os indivíduos no campo privado podem fazer tudo o
que a lei não veda, o administrador público só pode atuar onde a lei
autoriza. Tal afirmativa está relacionada diretamente ao princípio
administrativo expresso do Art. 37, caput, da Constituição da República
chamado princípio da:

a) igualdade;

b) impessoalidade;

c) moralidade;

d) legalidade;

e) eficiência.

Comentários

Atualmente, o princípio da legalidade pode ser estudado sob dois enfoques


distintos: em relação aos particulares e em relação à Administração
Pública.

Em relação aos particulares, o princípio da legalidade está consagrado no


inciso II, artigo 5º, da Constituição Federal de 1988, segundo o qual
"ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude da lei".

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


324
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Isso significa que, em regra, somente uma lei (ato emanado do Poder
Legislativo) pode impor obrigações aos particulares.

Em relação à Administração, o princípio da legalidade assume um enfoque


diferente. Nesse caso, está previsto expressamente no caput, do artigo 37, da
Constituição Federal de 1988, significando que a Administração Pública
somente pode agir se existir uma norma legal autorizando.

Segundo o professor Celso Antônio Bandeira de Mello, o princípio da legalidade


“implica subordinação completa do administrador à lei. Todos os agentes
públicos, desde o que ocupe a cúspide até o mais modesto deles, devem ser
instrumentos de fiel e dócil realização das finalidades normativas”.

Gabarito: Letra d.

15. (FGV/Fiscal - Prefeitura de Florianópolis – SC/2015) De acordo com


o texto constitucional, em matéria de disposições gerais da
Administração Pública, a publicidade dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos:

a) somente pode ser realizada por meio de veiculação, pela imprensa


oficial, de informações de caráter educativo ou de orientação social,
dela podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, desde que
verdadeira a publicidade;

b) deve ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela


não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos;

c) tem natureza informativa, visando ao controle social das atividades


desempenhadas pelos Administradores, podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos, pelo princípio da transparência;

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


325
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

d) deve ter caráter informativo, eleitoral ou de orientação social, dela


não podendo constar informações que caracterizem promoção pessoal
de autoridades ou servidores públicos;

e) pode ser feita apenas em ano eleitoral e possui caráter educativo,


político ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos.

Comentários

O princípio da impessoalidade afirma que os atos praticados pela Administração


Pública não podem ser utilizados para a promoção pessoal de agente público,
mandamento expresso na segunda parte, do § 1º, artigo 37, da Constituição
Federal de 1988:

§ 1º. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos


órgãos públicos deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Os atos praticados pelos agentes púbicos devem ser imputados à entidade


política (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) ou administrativa
(autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações
públicas e consórcios públicos de direito público) às quais se encontram
vinculados, portanto, não poderão ser utilizados para a promoção pessoal de
quem quer que seja.

Gabarito: Letra b.

16. (FGV∕Auditor – TCE BA∕2013) Tendo em vista o princípio da ampla


defesa, aplicado no âmbito da Administração Pública, analise as
afirmativas a seguir.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


326
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

I. O advogado é indispensável no processo administrativo disciplinar.

II. O direito de recorrer integra o princípio da ampla defesa.

III. A defesa anterior ao ato decisório mostra-se medida inerente à


ampla defesa.

Assinale:

a) se apenas a afirmativa I estiver correta.

b) se apenas a afirmativa II estiver correta

c) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

d) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se todas as afirmativas estiverem corretas

Comentários

Item I – A súmula vinculante nº 5 do Supremo Tribunal Federal


dispõe que “a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo
disciplinar não ofende a Constituição”. Assim, pode-se concluir que a presença
de advogado no processo administrativo disciplinar não é imprescindível. Trata-
se de uma faculdade assegurada ao agente público que está sendo processado.
Assertiva incorreta.

Item II - Em relação ao princípio da ampla defesa, afirma-se que está


inserido no âmbito do princípio do contraditório, assegurando aos administrados
a possibilidade de se valerem de todos os meios permitidos legalmente para
fundamentar suas alegações, inclusive a propositura de recursos em face de
decisões que não lhes sejam favoráveis. Assertiva correta.

Item III – Se a defesa é apresentada antes do ato decisório, não restam


dúvidas de que a autoridade responsável pela decisão terá acesso aos
argumentos daquele que está sendo processado, garantindo-se, assim, a
observância da ampla defesa. Assertiva correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


327
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Gabarito: Letra d.

17. (FGV∕Técnico – DPE RJ∕2014) Os princípios administrativos são os


postulados fundamentais que inspiram o modo de agir da
Administração Pública. Entre os princípios da Administração Pública,
destaca-se:

a) impessoalidade, que diz que a pena não passará da pessoa do


condenado e que os sucessores responderão pelos débitos do falecido
apenas nos limites da herança.

b) moralidade, segundo o qual, no caso de aparente colisão, se deve


analisar no caso concreto qual direito fundamental deve prevalecer,
através da técnica da ponderação de interesses.

c) autotutela, segundo o qual qualquer lesão ou ameaça de lesão a


direito não será excluída da apreciação do Poder Judiciário, razão pela
qual os atos da Administração Pública também estão sujeitos ao
controle judicial.

d) publicidade, que prevê que a ampla publicidade dos atos, programas,


obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou eleitoral.

e) continuidade dos serviços públicos, excetuado quando se permite a


paralisação temporária da atividade, como no caso de necessidade de
reparos técnicos.

Comentários

a) O princípio da impessoalidade impõe à Administração Pública a obrigação de


conceder tratamento isonômico a todos os administrados que se encontram
em idêntica situação jurídica. Assim, fica vedado o tratamento privilegiado a
um ou alguns indivíduos em função de amizade, parentesco ou troca de

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


328
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

favores. O princípio também proíbe que administradores públicos pratiquem


atos prejudiciais aos particulares em razão de inimizades ou perseguições
políticas.

O enunciado está se referindo ao princípio da personalização da pena,


desenvolvido no âmbito do Direito Penal e que também, em situações
específicas, pode ser utilizado no âmbito do Direito Administrativo. Assertiva
incorreta.

b) O princípio da moralidade também está previsto expressamente no artigo


37, caput, da Constituição Federal de 1988, impondo que agentes públicos e
particulares que se relacionem com a Administração Pública atuem com
honestidade, boa-fé e lealdade, respeitando a isonomia e demais preceitos
éticos. Assertiva incorreta.

c) O princípio da autotutela encontra fundamento na súmula 473 do Supremo


Tribunal Federal, ao dispor que “a administração pode anular seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial”. Analisando-se o enunciado, constata-se que a banca está
se referindo ao princípio do amplo acesso ao Poder Judiciário, um dos princípios
constitucionais, inerentes ao processo civil, previstos no art. 5º da CF∕1988.
Assertiva incorreta.

d) A CF/1988, em seu art. 37, § 1º, dispõe que “a publicidade dos atos,
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos”. Perceba que não há qualquer referência a
fins eleitorais na divulgação dos atos da Administração Pública, portanto,
assertiva incorreta.

e) Apesar da essencialidade, destaca-se que a Lei nº 8.987∕1995, no seu art.


6º, § 3º, prevê duas hipóteses legais de interrupção da prestação de serviços

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


329
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

públicos sem violação ao princípio da continuidade: “Art. 6º. § 3º. Não se


caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de
emergência ou após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem
técnica ou de segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário,
considerado o interesse da coletividade”. Assertiva correta.

Gabarito: Letra e.

18. (FGV∕Auditor – AL BA∕2014) No que concerne ao princípio da


autotutela, analise as afirmativas a seguir.

I. A autotutela poderá envolver o reexame de mérito de atos


administrativos.

II. A autotutela poderá envolver a revisão de atos ilegais.

III. A autotutela tem um de seus limites no instituto da


decadência.

Assinale:

a) se todas as afirmativas estiverem corretas.

b) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

d) se apenas a afirmativa II estiver correta.

e) se apenas a afirmativa I estiver correta.

Comentários

Item I - A autotutela, uma decorrência do princípio constitucional da


legalidade, é o controle que a administração exerce sobre os seus próprios atos,
o que lhe confere a prerrogativa de anulá-los ou revogá-los (reexaminar o
mérito), sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário. Assertiva correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


330
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Item II – Decorre do princípio da autotutela a prerrogativa assegurada à


Administração Pública de anular os seus próprios atos administrativos, quando
ilegais, mediante provocação de terceiros ou de ofício. Assertiva correta.

Item III – O art. 54 da Lei 9.784∕1999 dispõe que “o direito da Administração


de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé”. Assertiva correta.

Gabarito: Letra a.

19. (FGV∕Juiz Substituto – TJ AM∕2013) A CRFB/88 colocou-se como


marco do Estado Democrático brasileiro, dando uma nova leitura à
legislação que foi por ela recepcionada. Possibilitou a sedimentação de
vários princípios administrativos, abrindo caminho para que, hoje, se
fale sobre a expectativa legítima, também chamada de proteção à
confiança.

A esse respeito, assinale a afirmativa correta.

a) A proteção à confiança está intimamente ligada à publicidade, pois é


por causa desta, e imediatamente a esta, que se cria uma expectativa
legítima a ser defendida.

b) A expectativa legítima é um princípio que possui nascente no direito


alemão, não sendo aceito pelos tribunais brasileiros por violar o
princípio da legalidade

c) A expectativa legítima, a acarretar a necessidade de proteção à


confiança criada por uma conduta aparentemente legal da
Administração, recebe a chancela do princípio da segurança jurídica e
vem sendo aceita pelos tribunais brasileiros

d) A expectativa legítima se prende ao princípio da eficiência, e apenas


pode ser chancelada se conveniente e oportuno ao interesse interno da
Administração, por meio de um juízo de razoabilidade econômica

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


331
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

e) A expectativa legítima liga-se à ideia de justa indenização no âmbito


da desapropriação, como forma de proteção à confiança no
cumprimento dos preceitos constitucionais

Comentários

Maria Sylvia Zanella Di Pietro afirma que, “na realidade, o princípio da proteção
à confiança leva em conta a boa-fé do cidadão, que acredita e espera que os
atos praticados pelo Poder Público sejam lícitos e, nessa qualidade, serão
mantidos e respeitados pela própria Administração e por terceiros”.

A atividade administrativa deve ser pautada na estabilidade e


previsibilidade, prestigiando-se a confiança depositada pelo administrado de
boa-fé e que o levou a usufruir dos direitos concedidos pelo respectivo ato.
Assim, não deve ser surpreendido e prejudicado futuramente por eventual
decisão administrativa de extinção de seus efeitos sob a alegação de
equivocada ou má interpretação da legislação vigente. Trata-se de uma
decorrência do princípio da segurança jurídica, com ampla aceitação da
jurisprudência nacional.

Gabarito: Letra c.

20. (FGV∕Analista Judiciário – TJ AM∕2013) A administração, revendo


interpretação de determinada lei, suprimiu direitos adquiridos por
servidores. A esse respeito, assinale a afirmativa correta.

a) A atitude é correta pois a administração pode agir da forma


mencionada com base na autotutela.

b) A administração agiu corretamente com base no princípio da


indisponibilidade do interesse público.

c) A administração agiu corretamente com base no princípio da


impessoalidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


332
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

d) A administração agiu corretamente com base no princípio da


supremacia do interesse público.

e) A administração agiu incorretamente, pois violou a segurança


jurídica.

Comentários

A Lei nº 9.784/1999, em seu art. 2º, XIII, dispõe que nos processos
administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:

XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor


garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação
retroativa de nova interpretação.

Analisando-se a regra em comento, que versa sobre o princípio da


segurança jurídica, constata-se que a as entidades e órgãos administrativos
podem alterar as interpretações que possuem sobre a execução dos dispositivos
legais vigentes. Entretanto, a nova interpretação somente poderá ser
aplicada às situações jurídicas futuras, não prejudicando, assim, aqueles
que foram beneficiados pela interpretação administrativa anterior.

Desse modo, não restam dúvidas de que a administração agiu


incorretamente no caso em concreto, pois violou a segurança jurídica.

Gabarito: Letra e.

21. (FGV∕Auxiliar Judiciário – TJ AM∕2013) A Administração Pública


direta e indireta de qualquer dos poderes da União obedecerá aos
princípios relacionados a seguir, à exceção de um. Assinale-o.

a) Publicidade.

b) Eficiência.

c) Moralidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


333
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

d) Arbitrariedade.

e) Impessoalidade.

Comentários

Segundo a doutrina majoritária, PRINCÍPIOS BÁSICOS da Administração


Pública são aqueles previstos expressamente no art. 37 da Constituição Federal,
a saber: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência (o
famoso L.I.M.P.E.). Nesse sentido, os demais princípios poderiam ser
classificados como GERAIS, pois estão previstos em leis esparsas ou são fruto
do entendimento doutrinário e jurisprudencial.

Analisando-se o inteiro teor do enunciado, perceba que somente a


“arbitrariedade” não pode ser considerada um princípio, pois se trata, na
verdade, de conduta repudiada pela legislação.

Gabarito: Letra d.

22. (FGV∕Analista Judiciário – TJ AM∕2013) A administração pública


interpretou uma determinada lei, reconhecendo que determinado
grupo de pessoas não deve ser tributado. Posteriormente alterou
essa interpretação e quer cobrar o tributo dessas pessoas de forma
retroativa. Tal atitude é vedada pelo nosso ordenamento jurídico.
Assinale a alternativa que indica o princípio que possui ligação direta e
imediata com essa vedação.

a) Indisponibilidade do interesse público.

b) Segurança jurídica.

c) Impessoalidade.

d) Supremacia do interesse público.

e) Autotutela.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


334
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Comentários

A Lei nº 9.784/1999, em seu art. 2º, XIII, dispõe que nos processos
administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:

XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor


garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação
retroativa de nova interpretação.

Analisando-se a regra em comento, que versa sobre o princípio da


segurança jurídica, constata-se que a as entidades e órgãos administrativos
podem alterar as interpretações que possuem sobre a execução dos dispositivos
legais vigentes. Entretanto, a nova interpretação somente poderá ser
aplicada às situações jurídicas futuras, não prejudicando, assim, aqueles
que foram beneficiados pela interpretação administrativa anterior.

Gabarito: Letra b.

23. (FGV∕Advogado – INEA RJ∕2013) Acerca do princípio de confiança


legitima (Proteção da Confiança) no Direito Administrativo, analise as
afirmativas a seguir.

I. É o princípio que exige do administrador um agir conforme a lei,


mesmo que isso implique em prejuízo da Administração.

II. É o princípio que deriva da ideia de segurança jurídica e boa-fé


objetiva do administrado.

III. É o princípio segundo o qual a Administração Pública não pode


mudar de conduta se isso prejudica o administrado, uma vez que é
vedado um comportamento contraditório.

Assinale:

a) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


335
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente a afirmativa II estiver correta.

e) se somente a afirmativa I estiver correta.

Comentários

Item I – O enunciado da questão está se referindo ao princípio da


legalidade e não ao princípio da proteção da confiança. Assertiva incorreta.

Item II - O princípio da proteção à confiança não possui previsão expressa no


ordenamento jurídico brasileiro. A boa fé pode ser objetiva ou subjetiva. A boa
fé subjetiva consiste em crenças internas, no desconhecimento de situação
adversa, por exemplo, comprar coisa de quem não é dono sem saber disso. A
boa fé objetiva são fatos sólidos na conduta das partes, que devem agir
com honestidade, correspondendo à confiança depositada pela outra parte.
No comentário do item referi-me à segurança jurídica que, sob o aspecto
objetivo, relaciona-se com a estabilidade das relações jurídicas e sob o aspecto
subjetivo, é o princípio da proteção à confiança. Assertiva correta.

Item III – Não há qualquer princípio administrativo que impeça a


Administração Pública de alterar o seu entendimento ou mudar de conduta.
Todavia, caso isso ocorra, deve ficar claro que a nova conduta ou entendimento
somente serão aplicados a situações que ainda não estejam concluídas,
vedando-se a aplicação retroativa. Assertiva incorreta.

Gabarito: Letra d.

24. (FGV∕Técnico Judiciário – TRE PA∕2012) De acordo com a


Constituição Federal de 1988, a Administração Pública obedecerá aos
seguintes princípios:

a) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


336
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) legalidade, impessoalidade, moralidade, probidade e externalidade.

c) legitimidade, impessoalidade, moralidade, probidade e


externalidade.

d) razoabilidade, proporcionalidade, improbidade e personalismo.

e) discricionariedade, ponderação, isenção e separação de poderes.

Comentários

É difícil acreditar que a Fundação Getúlio Vargas cobre esse tipo de questão,
todavia, está aí para que você possa tirar a prova! Por isso é importante
também fazer uma atenta leitura dos dispositivos constitucionais que foram
citados durante a aula, pois, assim, fica mais fácil a fixação do conteúdo.

A propósito, destaca-se que o art. 37, caput, da CF∕1988, dispõe que “a


administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

Gabarito: Letra a.

25. (FGV∕Técnico de Contabilidade – MPE RS∕2013) Princípios


administrativos são fundamentos que inspiram todo o modo de agir da
Administração Pública, estabelecendo as regras de conduta do Estado
quando no exercício da atividade administrativa. Com relação aos
princípios administrativos, analise as afirmativas a seguir.

I. Princípio da Legalidade - toda e qualquer atividade administrativa


deve ser autorizada por Lei.

II. Princípio da Impessoalidade - aos administrados, que se encontram


em idêntica situação jurídica, deve ser dada igualdade de tratamento.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


337
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

III. Princípio da Moralidade - os princípios éticos devem estar


presentes na conduta do administrador público.

Assinale:

A) se somente a afirmativa I estiver correta.

B) se somente a afirmativa II estiver correta.

C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentários

Item I – Enunciado correto. Em relação à Administração Pública, o


princípio da legalidade dispõe que o administrador público está, em toda a sua
atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem
comum, e dele não pode se afastar ou se desviar, sob pena de praticar ato
inválido e se expor à responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o
caso

Item II – Enunciado correto. O princípio da impessoalidade impõe à


Administração Pública a obrigação de conceder tratamento isonômico a todos
os administrados que se encontram em idêntica situação jurídica. Assim, fica
vedado o tratamento privilegiado a um ou alguns indivíduos em função de
amizade, parentesco ou troca de favores. O princípio também proíbe que
administradores públicos pratiquem atos prejudiciais aos particulares em
razão de inimizades ou perseguições políticas.

Item III – Enunciado correto. O princípio da moralidade também está


previsto expressamente no artigo 37, caput, da Constituição Federal de 1988,
impondo que agentes públicos e particulares que se relacionem com a
Administração Pública atuem com honestidade, boa-fé e lealdade, respeitando a
isonomia e demais preceitos éticos.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


338
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Gabarito: Letra e.

26. (FGV∕Agente Penitenciário – SEGEP MA∕2013) “Princípios


administrativos são os postulados fundamentais que inspiram todo o
modo de agir da administração pública. Representam cânones pré-
normativos, norteando a conduta do Estado quando no exercício de
atividades administrativas.” (Carvalho Filho, J. S., 2012).

Tendo em conta a existência de princípios expressos e também dos


chamados princípios implícitos ou reconhecidos, assinale a alternativa
que apresenta somente princípios implícitos ou reconhecidos.

a) Razoabilidade, publicidade e autotutela.

b) Continuidade do serviço público, supremacia do interesse público e


segurança jurídica.

c) Eficiência, indisponibilidade do interesse público e segurança


jurídica.

d) Moralidade, proporcionalidade e indisponibilidade do interesse


público.

e) Publicidade, autotutela e proporcionalidade.

Comentários

Princípios expressos são aqueles taxativamente previstos em uma norma


jurídica de caráter geral, obrigatória para todas as entidades políticas (União,
Estados, Municípios, Distrito Federal e seus respectivos órgãos públicos), bem
como para as entidades administrativas (autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista).

Por outro lado, princípios implícitos são aqueles que não estão previstos
expressamente em uma norma jurídica de caráter geral, pois são consequência
dos estudos doutrinários e jurisprudenciais. São princípios cujos nomes não irão

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


339
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

constar claramente no texto constitucional ou legal, mas que, de qualquer


forma, vinculam as condutas e atos praticados pela Administração Pública.

Dentre as alternativas apresentadas pela questão, somente a letra “b”


apresenta apenas princípios implícitos. Perceba que em todas as demais
alternativas aparece, pelo menos, um dos princípios expressos contidos no
caput do art. 37 da CF∕1988.

Gabarito: Letra b.

27. (FGV∕Agente Penitenciário – SEGEP MA∕2013) "A Administração


Pública Direta e Indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
constitucionais". ”Os princípios constitucionais a que se refere o
fragmento acima estão relacionados a seguir, à exceção de um.
Assinale-o.

A) Legalidade.

B) Moralidade.

C) Pessoalidade.

D) Publicidade.

E) Eficiência.

Comentários

O art. 37, caput, da CF∕1988, dispõe que “a administração pública direta e


indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência”.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


340
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Não há qualquer referência ao princípio da “pessoalidade” no caput do art.


37 da CF∕1988, portanto, a letra “c” deve ser marcada como resposta da
questão!

Gabarito: Letra c.

28. (FGV∕Analista Técnico – SUDENE∕2013) A Administração Pública é


regida por uma série de princípios. Em relação ao princípio da
publicidade, assinale a afirmativa correta.

a) Em um Estado Democrático como o Brasil, o princípio da publicidade


é completamente irrestrito.

b) Por instrumentos, como o direito de certidão, é concretizado o


princípio da publicidade.

c) O princípio da publicidade é um princípio implícito.

d) O princípio da publicidade é um princípio absoluto.

e) O princípio da publicidade permite realizar a promoção pessoal de


agentes públicos.

Comentários

a) Assim como ocorre na esfera judicial, em que certos atos podem ter sua
publicidade restrita em virtude da preservação da intimidade das partes, alguns
atos administrativos também poderão ter sua publicidade restrita com amparo
em dispositivo da Constituição Federal, a exemplo do que ocorre em relação aos
atos imprescindíveis à segurança do Estado e da sociedade (CF∕1988, art. 5º,
XXXIII). Assertiva incorreta.

b) Não restam dúvidas de que a emissão obrigatória de certidões, imposta à


Administração Pública, é uma consequência do princípio da publicidade.
Assertiva correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


341
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

c) O princípio da publicidade encontra-se previsto expressamente no art. 37,


caput, da CF∕1988. Assertiva incorreta.

d) Não existem princípios absolutos na seara do Direito Administrativo. Diante


de eventual conflito entre princípios, compete ao administrador ou à autoridade
judiciária fazer a ponderação de valores e aplicar o princípio mais incidente
sobre o caso em concreto, reduzindo (e não excluindo) a força normativa do
outro. Assertiva incorreta.

e) A CF/1988, em seu art. 37, § 1º, dispõe que “a publicidade dos atos,
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos”.

Gabarito: Letra b.

29. (FGV∕Analista Técnico – SUDENE∕2013) Quanto aos princípios


constitucionais relativos à Administração Pública, analise as afirmativas
a seguir e assinale V para a verdadeira e F para a falsa.

( ) A Constituição estabelece que a Administração Pública obedecerá


aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência.

( ) A obediência ao princípio da eficiência pelos órgãos da


Administração Pública, por ter sido o último princípio acrescentado à
Constituição Federal, é facultativa.

( ) O princípio da eficiência está voltado para a ação idônea, a ação


econômica e a ação satisfatória na Administração Pública.

As afirmativas são respectivamente:

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


342
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

a) V, F e V.

b) V, V e F.

c) F, V e F.

d) V, F e F.

e) F, F e V.

Comentários

Item I – O enunciado simplesmente reproduziu o texto do art. 37, caput,


da CF∕1988. Assertiva correta.

Item II - O princípio da eficiência não constava expressamente no texto


original da Constituição Federal de 1988. Somente com a promulgação da
emenda constitucional nº 19, que ocorreu em 04 de junho de 1998, foi inserido
no caput do art. 37 da CF/1988. Todavia, isso não significa que se trata de
princípio de observância facultativa, apresentando-se como obrigatório para
toda a Administração Pública brasileira, assim como os demais previstos no
texto constitucional. Assertiva incorreta.

Item III - Para Hely Lopes Meirelles, o princípio da eficiência exige que a
atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento
funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se
contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados
positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da
comunidade e de seus membros. Assertiva correta.

Gabarito: Letra a.

30. (FGV∕Analista Técnico – SUDENE∕2013) Entre os princípios que


regem a Administração Pública, listados a seguir, assinale o que está
mais diretamente vinculado à probidade administrativa.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


343
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

a) Igualdade.

b) Eficiência.

c) Publicidade.

d) Discricionariedade.

e) Moralidade.

Comentários

A Constituição Federal de 1988, em seu parágrafo 4º, dispõe que “os atos
de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos,
a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
cabível”.

Para a doutrina majoritária, a probidade administrativa caracteriza-se


como espécie do gênero moralidade administrativa. Assim, a improbidade
administrativa também seria espécie do gênero imoralidade administrativa,
porém, qualificada pela conduta de agentes públicos ou particulares que
atentam contra os princípios da Administração Pública, causam prejuízos ao
erário ou se enriquecem ilicitamente.

Gabarito: Letra e.

31. (FGV∕Consultor Legislativo – AL MA∕2013) "Os bens e interesses


públicos não pertencem à administração pública nem a seus agentes.
Cabe-lhes apenas administrá-los em prol da coletividade, esta, sim, a
verdadeira titular dos direitos e interesses públicos". O fragmento
acima se refere à diretriz que norteia os princípios da Administração
Pública, denominada

a) supremacia do interesse público.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


344
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

b) tutela ou controle.

c) presunção da legitimidade.

d) indisponibilidade.

e) razoabilidade.

Comentários

Para evitar que abram mão do interesse público para beneficiarem a si próprios
ou a terceiros, os agentes públicos estão obrigados a observar diversas
restrições (também denominadas de sujeições) impostas pelo princípio da
indisponibilidade.

Como atuam apenas como administradores dos bens e interesses comuns


(considerados inalienáveis), não podem praticar atos sem que exista
autorização legal, principalmente se onerosos à coletividade.

Enquanto o princípio da supremacia do interesse público assegura


prerrogativas (privilégios) para a Administração Pública e seus agentes, o
princípio da indisponibilidade impõe sujeições (restrições). Ambos
fundamentam e disciplinam o regime jurídico-administrativo.

Gabarito: Letra d.

32. (FGV∕Auditor Fiscal – Pref. Angra dos Reis∕2010) A respeito dos


princípios básicos da Administração Pública, considera-se que

a) o princípio da eficiência é o único critério limitador da


discricionariedade administrativa.

b) o princípio da legalidade não autoriza o gestor público a, no exercício


de suas atribuições, praticar todos os atos que não estejam proibidos
em lei.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


345
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

c) o princípio da eficiência faculta a Administração Pública que realize


policiamento dos atos administrativos que pratica.

d) o princípio da eficiência não pode ser exigido enquanto não for


editada a lei federal que deve estabelecer os seus contornos.

e) a possibilidade de revogar os atos administrativos por razões de


conveniência e oportunidade é manifestação do princípio da legalidade.

Comentários

a) Para responder às questões de prova, lembre-se de que vários outros


princípios também limitam a discricionariedade administrativa, a exemplo dos
princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Assertiva incorreta.

b) Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, “enquanto na administração particular


é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, na Administração Pública só é
permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular significa ‘pode
fazer assim’; para o administrador público significa ‘deve fazer assim”. Assertiva
correta.

c) É o princípio da autotutela que assegura à Administração Pública a


prerrogativa de policiar e fiscalizar os atos administrativos que edita,
revogando-os, quando inconvenientes ou inoportunos, ou anulando-os,
quando ilegais. Assertiva incorreta.

d) O princípio da eficiência consta expressamente no caput do art. 37 da


CF∕1988, sendo de aplicabilidade imediata. Assertiva incorreta.

e) Trata-se de uma consequência do princípio da autotutela, que encontra


fundamento nas súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal. Assertiva
incorreta.

Gabarito: Letra b.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


346
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

33. (FGV/Especialista Legislativo – ALERJ/2017) Elias, prefeito


municipal, informou à sua assessoria que gostaria de promover, junto à
população, as realizações de sua administração. Na ocasião, foi
informado que esse tipo de publicidade não poderia conter nomes e
imagens, de modo que, longe de ter caráter educativo, informativo ou
de orientação social, visasse à promoção pessoal de Elias.

À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que a orientação


da assessoria está em harmonia com o denominado princípio da:

a) responsabilidade;

b) transparência;

c) avaliação popular;

d) impessoalidade;

e) eletividade.

Comentários

a) A palavra responsabilidade, colocada de forma “solta”, não corresponde a


um princípio constitucional. Podemos falar em responsabilidade civil do estado,
responsabilidade fiscal, responsabilidade ambiental, o que não diz respeito à
questão acima.

b) A transparência ou publicidade determina o acesso à informação. Na


questão, a transparência não é o cerne do problema. O que se discute é a
promoção do prefeito.

c) Este termo foi inventado para compor o cenário de alternativas, não


representando um princípio propriamente dito.

d) A questão aponta para a proibição de promoção pessoal que é uma das


facetas do princípio da impessoalidade. O art. 37, § 1º da Constituição Federal
dispõe que “§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


347
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.”

e) Também este termo foi inventado para compor o cenário de alternativas,


não representando um princípio propriamente dito.

Gabarito: Letra D

34. (FGV/Procurador – ALERJ/2017) O art. 54, da Lei nº 9.784/99,


dispõe que o direito da Administração de anular os atos administrativos
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5
(cinco) anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé. Da análise do texto normativo, verifica-se que o
legislador procurou conjugar os aspectos de tempo e boa-fé, sendo
certo que teve o objetivo fundamental de estabilizar as relações
jurídicas pelo fenômeno da convalidação de atos administrativos
inquinados de vício de legalidade.

Nesse contexto, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a


citada norma aborda especificamente os seguintes princípios
reconhecidos da Administração Pública:

a) autotutela e certeza jurídica;

b) segurança jurídica e proteção à confiança;

c) inafastabilidade da jurisdição e proporcionalidade;

d) temporalidade e moralidade administrativas;

e) indisponibilidade e aproveitamento administrativos.

Comentários

a) O princípio da autotutela diz que a Administração Pública pode rever seus


atos, anulando-os quando ilegais e revogando-os quando inconvenientes ou

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


348
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

inoportunos. Já a certeza jurídica é uma variação para a expressão segurança


jurídica e diz respeito à imutabilidade do direito adquirido, coisa julgada, ato
jurídico perfeito.

b) A segurança jurídica é o princípio que fundamenta a decadência do direito de


a Administração rever seus atos que tenham gerados efeitos favoráveis para
terceiros de boa fé. No caso, não há um direito adquirido ao erro da
administração, mas sim um direito de proteção da confiança derivada da
presunção de legitimidade da Administração Pública.

c) O Brasil adota o sistema inglês de jurisdição, também chamo de sistema de


jurisdição única, pelo qual nenhuma lesão ou ameaça a direito poderá ser
excluída da apreciação do poder judiciário. O princípio da proporcionalidade
determina que a Administração pratique atos em medida superior à
estritamente necessária para se alcançar o interesse público.

d) Não há, propriamente, um princípio denominado temporalidade. Quanto ao


da moralidade administrativa, significa a conduta proba, honesta e de boa-fé do
administrador público.

e) O princípio da indisponibilidade estabelece que a Administração Pública não


pode abrir mão de suas competências nem renunciar aos poderes que lhe foram
outorgados para o exercício das competências pública.

Gabarito: Letra B

35. (FGV/Agente de fiscalização – Prefeitura de Paulinas/2016) O


administrador, ao aceitar as responsabilidades de um cargo público,
deve respeitar os princípios legais que regem a Administração Pública.
Parte fundamental do exercício do cargo é o conhecimento do limite
entre o público e o privado, em que o interesse público deve sempre se
sobrepor ao privado; da mesma forma, deve-se garantir que as
decisões tomadas sejam de conhecimento geral e que os meios sejam
adequados ao fim.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


349
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

O trecho acima apresenta a descrição de alguns dos princípios da


Administração Pública. Assinale a opção que indica, na ordem correta,
os princípios apresentados.

a) Isonomia – Autotutela – Eficiência

b) Razoabilidade – Publicidade – Impessoalidade

c) Supremacia da Publicidade – Proporcionalidade – Isonomia

d) Impessoalidade – Publicidade – Razoabilidade

e) Impessoalidade – Isonomia – Eficiência

Comentários

a) O princípio da isonomia, uma das vertentes da impessoalidade, determina


que a Administração preserve o direito de igualdade. Autotutela permite à
Administração rever seus próprios atos e eficiência exige que a Administração
alcance resultados satisfatórios na prestação dos serviços públicos.

b) Razoabilidade é a exigência de adequação entre meios e fins, publicidade é o


dever de transparência e impessoalidade o princípio que determina o interesse
público.

c) Não há um princípio da supremacia da publicidade, proporcionalidade é o


princípio sinônimo de razoabilidade e isonomia é o princípio da igualdade.

d) A questão primeira fala de uma prevalência do interesse público e o


interesse público é a própria impessoalidade. Depois menciona que as decisões
devem ser conhecidas de todos, devem ser transparentes, o que corresponde
ao princípio da publicidade. E, por fim a questão trata da adequação entre
meios e fins que é o princípio da razoabilidade.

e) Impessoalidade, princípio que determina o interesse público, isonomia, a


ideia de igualdade, e eficiência o princípio que determina o alcance de
resultados na prestação dos serviços públicos.

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


350
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017.2!
Aula 01 – Teoria Geral e Princípios da Administração Pública
Prof. Fabiano Pereira

Gabarito: Letra D

36. (FGV/Agente de fiscalização – Prefeitura de Paulinas/2016) A


combinação de princípios expressos e não expressos na Constituição
Federal/88 é a base das regras de conduta e dos critérios de avaliação
da atuação do administrador. O conhecimento dos princípios figura,
então, entre as capacidades básicas de um bom administrador.

As opções a seguir apresentam princípios explícitos da Constituição


Federal/88, à exceção de uma. Assinale-a.

a) Legalidade

b) Moralidade

c) Impessoalidade

d) Eficiência

e) Isonomia

Comentários

A questão pede que se apresente um princípio que não está expresso no caput
do art. 37 da Constituição. Os princípios da legalidade, da moralidade, da
impessoalidade e da eficiência são princípios expressos. O princípio da isonomia
não está expresso na Constituição, embora seja uma das facetas da
impessoalidade. Por isso, a resposta desta questão é a letra e.

Gabarito: Letra E

www.pontodosconcursos.com.br | Professor Fabiano Pereira


351

Anda mungkin juga menyukai