1) Conceito
Contrato de trabalho é o ajuste verbal ou escrito, tácito ou expresso, firmado
entre o empregado, que assume a obrigação de prestar serviços não eventuais e
subordinados, e o empregador, que assume a obrigação de pagar o salário.
2) Características
a) bilateral ou sinalagmático: envolve obrigações para ambas as partes. O empregado
está obrigado a prestar serviços e o empregador possui a obrigação de pagar salário.
b) consensual: proveniente do acordo de vontades.
c) trato sucessivo: continuidade no tempo, ou seja, não se esgota em único ato, como o
contrato de compra e venda, por exemplo.
d) oneroso: a prestação de trabalho corresponde a uma prestação de salário. Não há
relação de emprego se o serviço for prestado a título gratuito.
e) comutativo: deve existir equivalência entre o serviço prestado e a contraprestação.
f) personalíssimo ou intuito personae: essa característica é voltada apenas para o
empregado, que deve prestar o serviço pessoalmente.
c) por prazo indeterminado: a regra é que os contratos de trabalho sejam por prazo
indeterminado, atendendo-se, assim, ao princípio da continuidade da relação de
emprego.
d) contrato por prazo determinado: também denominado contrato a termo, este contrato
é celebrado por tempo certo e determinado, ou pelo menos com previsão aproximada de
término, como acontece nos contratos de safra, de experiência, temporário, etc.
No contrato a termo, as partes já sabem, desde o início, o fim exato ou aproximado do
contrato. O contrato por prazo determinado, em virtude do princípio da continuidade da
relação de emprego só pode ser celebrado em casos excepcionais com previsão legal.
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O empregador tem o prazo de 48hs para devolver a Carteira de Trabalho ao empregado. Se não o fizer,
está sujeito a uma multa de valor igual a metade do salário mínimo. É o que diz o artigo 53 da CLT.
Além disso, o Precedente Normativo 98 do Tribunal Superior do Trabalho prevê uma indenização que
deve ser paga ao trabalhador caso esse tempo não seja respeitado. Veja:
“Nº 98 RETENÇÃO DA CTPS. INDENIZAÇÃO (positivo). Será devida ao empregado a indenização
correspondente a 1 (um) dia de salário, por dia de atraso, pela retenção de sua carteira profissional após o
prazo de 48 horas.”.
Esta modalidade de contrato a termo encontra-se prevista no artigo 443, § 1º e §
2º da CLT:
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Relativo a uma estação do ano; próprio de uma estação; estacional.
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As hipóteses são bem semelhantes àquelas do contrato por prazo determinado celetista.
Nesse sentido, será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva no pacto
celebrado entre a empresa de trabalho temporário e o tomador de serviços, proibindo a
contratação do trabalhador temporário pelo cliente ao fim do prazo desta atividade.
Já no que concerne às empresas de trabalho temporário, tem-se a determinação
legal de que estas sejam pessoas jurídicas 4, não podendo haver a formação de uma
intermediação da mão de obra por meio de pessoa física. Além disso, não há qualquer
vedação à utilização do trabalho temporário no âmbito rural.
O prazo de duração do trabalho temporário poderá ser de até 180 (cento e
oitenta) dias, consecutivos ou não, cabendo uma prorrogação por mais 90 (noventa)
dias, quando comprovada a manutenção das condições que ensejaram o contrato
temporário. Essa questão provavelmente demandará regulamentação pelo Ministério do
Trabalho, para que se reduza o desconforto e incerteza para o trabalhador. A menção a
trabalho descontínuo implica dizer que poderá ser ajustada a prestação de serviço com
intervalos previamente definidos, ou seja, o temporário poderá trabalhar um mês
seguido, ajustar que não trabalhará no mês seguinte, e retornar em seguida.
Caso o trabalhador cumpra os prazos supracitados, ele somente poderá ser
colocado à disposição da mesma tomadora de serviços em novo contrato temporário,
após noventa dias do término do contrato anterior, sob pena de reconhecimento de
vínculo empregatício.
Outra novidade foi explicitar que o contrato de experiência não se aplica ao
trabalhador temporário, embora já fosse possível tal ilação do silêncio da legislação
atual.
Outrossim, o contrato entre a empresa de trabalho temporário e a tomadora
deverá ser obrigatoriamente escrito.
No que tange à responsabilidade, tem-se consubstanciado na lei trazida à baila
que a responsabilidade pelo adimplemento de eventuais dívidas trabalhistas não pagas
pela empresa de trabalho temporário será subsidiária em relação ao tomador de serviços.
Entrementes, em caso de falência da empresa de trabalho temporário, a responsabilidade
da empresa tomadora de serviços será solidária em relação às verbas trabalhistas e
previdenciárias do período em que o trabalhador temporário esteve à sua disposição.
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Art. 6o São requisitos para funcionamento e registro da empresa de trabalho temporário no Ministério
do Trabalho:
I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), do Ministério da Fazenda;
II - prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que tenha sede;
III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Tal como na terceirização, o disposto nos contratos temporários não tem
aplicação no que se refere às empresas de vigilância e transporte de valores.
Por derradeiro, destaca-se que o trabalhador temporário terá remuneração
equivalente ao do empregado regular do tomador de serviços quando desempenhar a
mesma função.