Rio de Janeiro - RJ
2019
LIVIA MEDEIROS MACEDO DA SILVA
Rio de Janeiro – RJ
2019
SILVA, Lívia Medeiros Macedo; SILVA, Vinícius Prata Garcia. Análise da relação entre
dureza Rockwell e resistência à tração. Orientador: Professor Mestre Márcio Jardim de
Oliveira. Rio de Janeiro: UNESA/ Universidade Estácio de Sá, 2019. Monografia para
Graduação em Engenharia Mecânica.
BANCA EXAMINADORA
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René Descartes
RESUMO
The hardness, the tensile strength limit and the yield limit are mechanical properties that
reflect the behavior of the elastic and plastic resistance of a metallic material, defined as
resilience and the tenacity, respectively. These properties are widely used to characterize a
metal alloy, to size and to specify parts for equipment, being found in certificates of qualities
that are generated by laboratories of tests and chemical analyzes. This work will study the
relationship between the properties of several ferrous alloys in the expectation of finding a
direct or statistical proportionality, considering as objective for this purpose the limit of
tensile strength and yield limit in Pascal and the C scale of the Rockwell method of hardness.
Some types of steels with various chemical compositions and with hardness above 20 HRC
were selected, since this value is the beginning of the scale evaluated. The data were extracted
from the certificates, tabulated and analyzed graphically and statically through the mean of
the relation and its dispersion by means of the sample standard deviation. In this proposed
work, the hardness presented a graphical behavior similar to the limit of tensile strength,
being possible the knowledge of one property in function of the result obtained from the other.
Statistical proportionality was also observed between the tensile strength limit and the yield
limit
Equação 1 ................................................................................................................................. 21
Equação 2 ................................................................................................................................ 22
Equação 3 ................................................................................................................................ 23
Equação 4 ................................................................................................................................ 24
Equação 5 ................................................................................................................................ 25
Equação 6 ................................................................................................................................ 28
Equação 7 ................................................................................................................................ 29
Equação 8 ................................................................................................................................ 34
Equação 9 ................................................................................................................................ 34
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
MPa Megapascal
N Penetrador de diamante para Rockwell
T Penetrador de aço esférico
HR Dureza Rockwell
P Carga (kgf) para Vickers e Knoop
d Comprimento da diagonal da impressão (mm) para Vickers
sen Seno
HV Dureza Vickers
Sp Área projetada da impressão (mm²)
L Comprimento da diagonal maior (mm)
HK Dureza Knoop
Ksi Igual a 1000 psi
M Tensão máxima
F Fratura do material
σe Limite de escoamento (tensão de escoamento)
σp Tensão proporcional (limite de proporcionalidade)
σeL Tensão de escoamento inferior
σeH Tensão de escoamento superior
Ɛ=n Deformação padrão
σen Limite n de escoamento
𝑥̅ Média aritmética
Ʃ Somatório
xi Valor de cada elemento
n Número de elementos
s Desvio padrão
in Polegada
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 15
1.1 - Considerações Iniciais......................... ............................................................................ 15
.
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................48
5.1 – Conclusão ........................................................................................................................48
1 INTRODUÇÃO
1.2 Justificativa
1.6 Metodologia
2 REFERENCIAL TEÓRICO
São definidas pelo elemento metálico que apresenta maior percentual em sua
composição e são normalmente divididas em duas classes: ferrosas e não ferrosas.
As ligas ferrosas apresentam o ferro (Fe) como principal constituinte tendo como
exemplo os aços carbono, aços-liga e ferros fundidos. Já as ligas não ferrosas ocorrem o
oposto, em que o ferro não aparece como o principal elemento, é o caso das ligas de alumínio,
cobre, níquel, titânio e outras. (SHACKELFORD, 2008)
Aços com baixo teor de carbono: possuem a concentração do carbono abaixo de 0,25%
e não são tratáveis termicamente, suas resistências são modificadas por meio de
trabalhos a frio. As microestruturas contém a ferrita e a perlita, que resultam em ligas
relativamente fracas e moles, em contra partida apresentam bastante ductilidade,
tenacidade, usinabilidade e soldabilidade, tendo baixo custo de produção. (LOPES,
2016)
Aços com médio teor de carbono: possuem concentrações de carbono entre 0,25% e
0,60%. São ligas tratadas termicamente para melhorar as propriedades mecânicas e as
microestruturas mais comuns de se obter são: perlita e a martensita revenida, na qual
esta última é adquirida através do tratamento térmico de têmpera seguido de
revenimento. Os aços de médio carbono possui baixa capacidade de endurecimento,
porém podem ter sucesso em tratamentos térmicos somente em seções pequenas e com
taxas de resfriamento elevada. O cromo, o níquel e o molibdênio podem melhorar a
19
Tabela 1 – Sistema de designação AISI/SAE e SNU, e faixas de composição para aços comuns ao carbono
e vários de baixa liga
Aços com elevado teor de carbono: possuem concentração de carbono entre 0,60% e
1,40%. Devido ao acréscimo de carbono, são mais duros e resistentes, todavia são
menos dúcteis do que os aços de baixo e médio carbono. São muitos resistente ao
desgaste e a abrasão e, para esta característica, são endurecidos e revenidos através de
tratamentos térmicos. Esses aços são aplicados para fabricação de ferramentas e
matrizes para forjamento e com a adição de cromo, vanádio, tungstênio e molibdênio,
podem ter a dureza, a resistência ao desgaste e à abrasão aumentada, devido à
formação de compostos à base de carbetos. (LOPES, 2016)
20
Fmáx
𝐻= (1)
Ac
O aspecto mais crítico a ser considerado para alguns tipos de ensaio é a definição da
área de contato. No caso da dureza Rockwell ela é estimada pela diferença de profundidade
do penetrador sob a carga e com a carga retirada, após a aplicação de uma pré-carga. Para os
ensaios Brinell, Vickers e Knoop medem-se as dimensões lineares das impressões e a Ac é
determinada por similaridade geométrica (SCHÖN, 2013)
P
Dureza = (2)
S
Uma vez que a dureza está relacionada à tensão é possível estabelecer relações entre
ela e outras propriedades mecânicas dos materiais. Inserindo a medida do diâmetro da calota
23
HB = Dureza em Brinell
P = Carga (N)
D = diâmetro do penetrador (mm)
d = diâmetro médio da impressão (mm)
0,102 = fator de conversão para carga (N) no SI, já que inicialmente o ensaio foi
proposto em kgf.
Constante
ou grau de Materiais Exemplos
carga
30 Metais ferrosos e não Aços, ferros fundidos, níquel e ligas, cobalto e ligas,
ferrosos resistentes ligas de titânio
15 Somente para carga de Titânio e ligas, bem como materiais não tão duros e
1500kgf ligas leves (somente NBR NM-187-1)
10 Metais ferrosos dúcteis e Ferros Fundidos, ligas de alumínio, ligas de cobre:
maioria dos não ferrosos latões, bronzes, ligas de magnésio, zinco
5 Metais não ferrosos moles Metais puros alumínios, magnésio, cobre, zinco
2,5 Metais moles Ligas de estanho, chumbo, antimônio, berílio, lítio
1,25 Metais mais moles Metais puros berílio e lítio ou metais moles
1 Metais muito moles Metais puros estanho, chumbo, antimônio
Fonte: GARCIA, SPIM e SANTOS (2015, p.122)
Caso o diâmetro médio da calota esférica (d) não estiver compreendido entre 24% e 60%
do diâmetro da esfera (D) utilizada, será necessário determinar outra constante para o material
e estabelecer a nova carga para realização e validação do ensaio. (GARCIA, SPIM e
SANTOS, 2015)
Para minimizar leituras erradas e resultados imprecisos, a verificação do diâmetro da
impressão formada deve ser medida através de um microscópio ou uma lupa graduada com
precisão centesimal (0,01 mm) e são necessárias duas leituras uma a 90º da outra. O resultado
só será válido quando a diferença entre os diâmetros for no máximo 0,1 mm. (CALLISTER,
2011)
25
𝜎𝑢 = 𝑐. 𝐻𝐵 (5)
Para durezas Brinell maiores que 380 HB, a relação não deve ser aplicada, pois a
dureza passa a crescer mais rapidamente do que o limite de resistência à tração. De qualquer
forma, é importante ressaltar que os valores determinados pela Equação 5 são considerados
apenas valores aproximados, devendo ser indicado os valores de dureza adotados. (GARCIA,
SPIM e SANTOS, 2015)
26
O método possui esse nome por ter sido proposto pela indústria americana Rockwell
em 1922. É o modelo mais usado para medir a propriedade, na qual, utiliza a profundidade da
impressão produzida pelo penetrador quando submetido a uma força aplicada em duas etapas,
sendo em primeiro a pré-carga, em que são aplicados 98N (10kgf) com a finalidade de
eliminar efeitos superficiais, ajudar na fixação do corpo de prova, eliminar folgas do sistema e
produzir pequena deformação para reduzir erros devido a recuperação elástica do material e,
em segundo, tem-se a carga total com intensidade de 589N (60kgf); 981N (100kgf) e 1471N
(150kgf). A dureza Rockwell é classificada como comum ou para medição de dureza
superficial, em que dependem da intensidade da pré-carga e da carga. (CHIAVERINI, 1986)
O penetrador varia com o tipo e dimensão de acordo com a escala, consiste em cone
de diamante com ângulo de 120º ou em ponta esférica de aço endurecido ou carboneto de
tungstênio, com diâmetros de 1,59mm (1/16”), 3,17mm (1/8”), 6,35mm (1/4”) e 12,7 (1/2”).
O ensaio Rockwell é normatizado pela ASTM E18, que recomenda a utilização das esferas de
metal duro somente para espessuras finas e materiais muito moles. (CALLISTER, 2011)
Diferentemente dos outros métodos que necessitam de medições da impressão e
cálculos para determinar o valor da dureza, nesse método a leitura é realizada diretamente na
escala do equipamento e é uma correlação com a profundidade da penetração após a retirada
da carga total e mantendo-se somente a pré-carga. (CHIAVERINI, 1986)
O método Rockwell possui diversas escalas que se diferenciam pela carga aplicada e
tipo de penetrador, sendo as escalas comuns A, B, C, D, E, F, G, H, K, L, M, P, R, S e V; e as
superficiais 15N ou 15T, 30N ou 30T e 45N ou 45T; na qual N é penetrador de diamante e T
penetrador de aço esférico de 1,59 mm. A Tabela 3 mostra as diversas escalas para a dureza
Rockwell, que dependem do tipo de penetrador e da carga aplicada, atendendo aos mais
variados tipos de materiais. O valor da dureza Rockwell é designado pelo símbolo HR
seguido do tipo de escala e precedido do valor encontrado. (GARCIA, SPIM e SANTOS,
2015)
27
Tabela 3 - Características das escalas de dureza Rockwell (adaptado de NBR NM 146-1:1998e ASTM
E18:2007)
Faixa de
Carga Leitura na
Escala Penetrador Aplicações típicas indicação
(kgf) escala
(HR)
C Diamante 150 Vermelha Materiais duros, como aços temperados, 20 - 68
ferramentas, especiais
D Diamante 100 Vermelha Aços endurecidos com reduzida espessura 40,1 - 76,9
ou camada superficial
A Diamante 60 Vermelha Aços temperados superficialmente ou 60,5 - 85,6
revestidos, metal duro
B Esfera 1,59 mm 100 Preta Aços não temperados, ferros fundidos, 81,7 - 100
algumas ligas não ferrosas
possuindo uma proximidade com o método Brinell. O ensaio contém uma escala única e se
aplica a qualquer material metálico, com dureza elevada, espessuras muito finas, corpos
irregulares e pequenos, o que o torna um ensaio de dureza universal. (GARCIA, SPIM e
SANTOS, 2015)
θ
2. P. sen (2) P (6)
HV = = 1,8544.
d² d²
P = carga (kgf.)
d = comprimento da diagonal da impressão (mm)
θ = 136º
P 14,229. P
𝐻𝐾 = = (7)
Sp L²
A área da impressão obtida no ensaio Knoop é cerca de 15% da área para uma dureza
correspondente no ensaio Vickers e a profundidade da impressão é menor que a metade. A
profundidade da impressão é cerca de 1/30 da diagonal maior. Por ser um método de
microdureza, possui cargas abaixo de 1kgf, o que permite a verificação da propriedade em
materiais frágeis como o vidro e espessuras muito finas como camadas eletrodepositadas e
30
películas de tinta. O valor da dureza Knoop é apresentado pelo símbolo HK seguido da carga
aplicada e precedido do valor encontrado. (GARCIA, SPIM e SANTOS, 2015)
2.3.1 Dureza
valor indicado no eixo vertical (Figura 6). Este corresponde à tensão máxima em que uma
estrutura deve ser submetida, pois se a carga aplicada permanecer, o elemento sofrerá uma
fratura. Até esse valor de tensão, a deformação é uniforme ao longo do comprimento útil do
corpo de prova, no entanto, mantendo-se aplicada a carga, o corpo de prova começa a
apresentar uma redução drástica, formando uma pequena constrição, denominada de
empescoçamento, onde toda deformação será concentrada nesse estreitamento que resultará
em fratura. (CALLISTER, 2011)
LRT
Tensão
Deformação
Silício (Si): apresenta-se nos aços entre 0,05% e 0,30%. Promove um ligeiro aumento
da dureza, da resistência mecânica e da resistência a corrosão, contudo afeta a capacidade de
soldagem dos aços. (BOTELHO, 2011)
Manganês (Mn): encontrado em praticamente todo aço comercial, o manganês reduz a
soldabilidade dos aços, porém contribui para o aumento da resistência mecânica, fadiga e à
corrosão e ainda influencia positivamente a tenacidade, também contribui para a elevação da
dureza e afeta a capacidade de usinagem. (ABENDI, 2013 e BOTELHO, 2011)
Carbono (C): é o determinador da temperatura de transição. Sua concentração altera a
dureza diretamente proporcional, ou seja, quanto maior for o seu percentual, maior será a
dureza e consequentemente reduzirá a tenacidade, a ductilidade e a soldabilidade. (ABENDI,
2013)
Níquel (Ni): é um elemento presente em diversos tipos de aços inoxidáveis, sua adição
eleva a resistência mecânica, à corrosão e aumenta a tenacidade, por outro lado, prejudica a
soldabilidade dos aços. (BOTELHO, 2011)
Cromo (Cr): é um elemento de liga principal nos aços inoxidáveis, apresentando-se em
teores superiores a 11%. Melhora o comportamento dos aços em temperaturas elevadas, a
resistência mecânica, a resistência à corrosão e também a resistência à abrasão, impactando
negativamente na soldabilidade dos aços. (ABENDI, 2013)
Molibdênio (Mo): contribui para um melhor comportamento dos aços em temperaturas
elevadas, proporciona um aumento no limite de escoamento, na resistência à abrasão e
também na soldabilidade. (ABENDI, 2013)
Nos séculos XVIII e XIX, Foi desenvolvida uma função densidade de probabilidade
que representava de forma estatística erros experimentais obtidos em medições físicas. Em
todo processo de mensuração haverá uma margem de erro proveniente de diversas fontes,
como variação de temperatura, tempo, umidade e até mesmo algumas imperceptíveis. Esses
erros podem ser representados em uma função densidade de probabilidade denominada como
distribuição normal ou gaussiana, representada pela curva de Gauss.
A curva de Gauss é definida por dois parâmetros, uma é a média aritmética e outra o
desvio padrão que determinam a simetria da curva e a amplitude ou largura respectivamente,
segundo as Equações 8 e 9.
34
∑ xi
x̅ = (8)
n
∑(xi − x̅ )²
𝑠=√ (9)
n−1
Onde:
𝑥̅ = média aritmética
Ʃ = somatório
xi = valor de cada elemento
n = número de elementos
s = desvio padrão
A área total sob a curva compreende 100% dos resultados obtidos, logo a média mais a
variação de uma unidade do desvio padrão definirá uma probabilidade do resultado
encontrado estar dentro do intervalo definido pelos valores dos parâmetros, conforme Figura 8.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Materiais
Foram escolhidas para análise 26 ligas ferrosas mais utilizadas dentro de uma empresa
metal-mecânica de fabricação de bombas hidráulicas, que apresentassem dureza igual ou
superior a 20 HRC. A Tabela 4 contém a listagem dos materiais analisados.
Figura 13 – Corpo de prova rosqueado à máquina e Figura 14 – Corpo de prova após ruptura
com extensômetro
Todo ensaio aconteceu ao mesmo tempo em que o gráfico tensão x deformação foi
sendo gerado, em uma interface eletrônica conforme Figura 15, com todos os parâmetros
importantes para a curva característica do material em análise e, posteriormente, foram
realizadas as medições para obtenção do alongamento percentual (Figura 16) e gerado o
relatório com as informações inerentes ao ensaio.
Figura 15 – Gráfico Tensão x Deformação gerado Figura 16 – Medição do corpo de prova após a
pelo software ruptura
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a realização da análise foi calculada a média aritmética (Equação 8) para todos os
valores correspondentes às propriedades de cada material, dando origem a Tabela 6.
Dureza LRT LE
Material
(HRC) (MPa) (MPa)
Com base nos valores da Tabela 6 foi calculada a razão entre as propriedades: dureza
x LRT; limite de escoamento x dureza; e limite de escoamento x LRT conforme Tabela 7.
Após a obtenção dos resultados das relações entre as propriedades foram gerados os
gráficos comparativos para melhor verificação do comportamento e influência entre elas
conforme exposto nas Figuras de 17 a 19:
Dureza x LRT
35
33
31
29
27
Dureza (HRC) 25 Dureza x LRT
23 Linha média
21
19
17
15
500 600 700 800 900 1000 1100
LRT (Mpa)
Dureza x LE
35
33
31
29
27
LE x Dureza
Dureza (HRC) 25
23 Linha média
21
19
17
15
0 200 400 600 800 1000 1200
LE (MPa)
Através da interpretação dos gráficos acima foi possível constatar uma relação média
de proporcionalidade entre as propriedades de dureza x LRT, dureza x LE e LRT x LE e com
base nisso foram gerados gráficos de distribuição normal (curva de sino ou gaussiana) para as
relações que apresentaram melhor tendência de proporção, dado nas Figuras 20 e 21:
Dureza x LRT
LE x LRT
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1 Conclusão
Conforme o objetivo exposto neste trabalho, após todo o levantamento e estudo das
informações extraídas dos certificados de qualidade, foi possível evidenciar através dos dados
e dos gráficos que não existe uma relação exata e direta entre as propriedades mecânicas.
Contudo, foi observado que os valores apresentam uma dada variação em torno de um valor
médio, havendo, portanto uma faixa estatística entre a dureza Rockwell C e o limite de
resistência à tração (LRT). Foi ainda constatado que o limite de escoamento também se
comportou dentro dos mesmos parâmetros quando comparado ao limite de resistência à tração
(LRT).
Com base na construção da linha média nos gráficos das Figuras 17, 18 e 19 foi
observado que há uma tendência no aumento do LRT e do limite de escoamento (LE) com o
aumento da dureza, bem como do limite de escoamento com o LRT.
Através das curvas de Gauss representadas nas Figuras 20 e 21, foram quantificadas
estatisticamente tais relações de proporcionalidade, em que para dureza x LRT, o valor do
LRT estará compreendido em um intervalo do valor da dureza vezes a média da relação mais
ou menos o desvio padrão, ou seja, LRT = 32,53 (± n 3,13) HRC e para LRT x LE o valor do
limite de escoamento estará no intervalo determinado pelo valor do LRT vezes a média da
relação mais ou menos o valor do desvio padrão, logo, LE = 0,75 (± n 0,13) LRT.
Para o valor de n = 1, ou seja, um desvio padrão, o resultado do LRT ou do LE de um
dado material terá a probabilidade de 68,26% do valor se encontrar dentro do intervalo
determinado, para n = 2 a probabilidade será 95,44% e para n=3 será 99,74%.
Com intuito de alcançar o valor dessas propriedades para certas situações, vale
ressaltar que através dos parâmetros estabelecidos pode-se determinar de forma aproximada o
LRT e o LE em domínio dos resultados confiáveis da dureza e do limite de resistência à
tração respectivamente.
49
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOTELHO, Vitor. Influência dos Elementos de Liga nas Propriedades do Aço. 2011.
Disponível em: <https://literaturamecanica.wordpress.com/2011/06/14/influencia-dos-
elementos-de-liga-nas-propriedades-do-aco/> Acesso em: 01/06/2019.
CIMM, Centro de Informação Metal Mecânica. Teste da Microdureza. Disponível em: <
https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6560-teste-da-
microdureza#.XPVQVRZKjIW> Acesso em: 31/05/2019.
GARCIA, Amauri, SPIM, Jaime Alvares e SANTOS, Carlos Alexandre. Ensaios dos
Materiais, 2ª edição, Rio de Janeiro: LTC, 2015.
RIJEZA, Metalurgia. Conheça mais sobre a Dureza Vickers. Disponível em: <
https://www.rijeza.com.br/dureza-vickers> Acesso em: 31/05/2019.
RODRIGUES, Leonardo. Distribuição Normal: o que é, para que serve e como calcular.
Disponível em: <https://www.voitto.com.br/blog/artigo/distribuicao-normal>. Acesso em:
25/05/2019.
SHACKELFORD, James. Ciência dos Materiais, 6ª edição, São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2008.