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Entrevista Médica

O modelo de
Calgary-Cambridge
PSICOLOGIA MÉDICA – MIM
2018/2019
AULAS PRÁTICAS
Relação e comunicação adequadas
1. Melhor gestão da entrevista e consequentemente da
qualidade, quantidade e tipo de informação
2. Aumenta a satisfação do doente e melhora a
adaptação à doença e a adesão ao tratamento
3. Melhoria subjectiva e objectiva
4. Ganho de tempo e rentabilização dos recursos
5. Aumenta a satisfação do médico com a sua actividade
6. Facilita a promoção de saúde

EFICIÊNCIA
Relação e comunicação ineficazes

1. Diagnósticos erróneos

2. Práticas ineficazes

3. Abandono

4. Queixas, processos

5. Insatisfação profissional

6. Stresse, burnout
A ENTREVISTA CLINICA
MODELO DE HISTÓRIA CLINICA TRADICIONAL

• Identificação
• Motivo de vinda / internamento
• Anamnese
– Historia da Doença Actual
– Antecedentes Pessoais
– Medicação Habitual / Hábitos / Alergias
– Antecedentes Familiares
– História Pessoal e Social
– Revisão de Aparelhos e Sistemas
• Exame Físico
• Diagnostico Diferencial
• Exames complementares de Diagnostico
• Plano
Vantagens

• Estrutura
• Sistematização
• Conteúdo
...
 Adequação ao modelo biomédico
Problemas:

– como conseguir esses dados?


– como construir uma boa relação e porquê?
– como organizar e estruturar a entrevista?
– como explicar e planear estratégias?
– como incluir o doente neste processo?
– …
Estilo de Entrevista Consulta centrada sobre o médico

“Agenda” do médico
•Colheita de informação
•Formulação diagnóstica/terapêutica

Directivo

Semi- Directivo

Correcto equilíbrio de entrevista


focada no doente e focada no médico

Não- Directivo

Consulta centrada sobre o doente


Encontro médico-doente como encontro de
“Agenda” do doente
•Crenças
peritos:
•Expectativas • Doente é o perito na vivência do problema
•Preocupações • Médico é o perito na resolução do problema
A. Macedo
Modelos de Entrevista

2 PROCESSOS
(estão presentes em toda a
entrevista):
• Fornecer uma estrutura
• Construir a relação

6 TAREFAS
(estão presentes
sequencialmente):
• Iniciar a entrevista
• Recolher a informação
• Exame Físico
• Partilhar a informação
• Planear e partilhar decisões
• Encerrar a entrevista
- Continuum das competências não-focadas a focadas +

Silêncio Expressões Encorajamentos Pedidos


Reformulações Parafrases Resumos
Neutrais Directos

• Verbais
• Não-verbais

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A. Macedo
Competências de Comunicação clínica
Questões abertas ou não-directivas Questões fechadas (closed-ended questions)
Boa maneira de começar, dando liberdade ao Úteis na obtenção de pormenores, detalhes e
doente para exprimir os seus problemas e maior precisão
permitindo ao médico avaliar o estilo de
comunicação do doente. Especialmente 1. Começam em regra por um verbo (Tem?)
úteis para recolher aspectos psicossociais 2. São de resposta curta – muitas vezes, sim
do problema ou não
1. Não podem ser respondidas em poucas Exemplos:
palavras
• Tem algum problema alérgico?
2. Mais do que questões de um interrogatório,
são um estímulo para o doente relatar à sua • Tem dormido?
maneira as suas vivências (prompting
• Tem tido apetite?
questions – incitam, instigam o doente)
3. São encorajadoras e permitem uma grande
quantidade de informação
Exemplos:
• O que o traz cá? Seguido de Pode contar-me
mais alguma coisa sobre isso?
• O que é que notou mais?
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A. Macedo
+ Continuum das questões abertas a fechadas -
Perguntas Perguntas Perguntas Perguntas Perguntas Perguntas
abertas de rastreio problema catálogo directas dicotómicas

• Perguntas de rastreio ou sondagem


Pergunta que sonda um pormenor – o que é que realmente o preocupou?
• Pergunta problema
Pergunta em forma de problema que pede solução– será que é bom tomar café ao deitar?
• Pergunta catálogo
Pergunta que contem um catálogo das possibilidades de resposta– é uma dor tipo facada, a
latejar ou a moer?
• Pergunta directa
Pergunta que se dirige a pormenores e pede resposta curta
• Pergunta dicotómica
Pergunta que apenas permite um resposta de sim ou não
A. Macedo
Questões e intervenções a EVITAR

• Perguntas sugestivas (Leading questons)


Perguntas que sugerem a resposta
• Doi não doi?
• Não doi pois não?
• A dor era mais do lado esquerdo, não era?

• Perguntas antagónicas
Perguntas que contrariam a sensibilidade do outro e desencadeiam resistências. Por vezes
perguntas começadas por porquê têm um caracter acusatório
Porque é que não tomou a medicação? Porque é que não fez exercício físico?

• Minimizações e subavaliações
Ainda que o problema do doente possa não ser objectivamente muito relevante, para ele é
• Então tem tido um dorzita?
Evitar os diminutivos que para além de infantilizarem o discurso, podem dar a impressão que o
médico dá pouca importância ao assunto
ou tem menos respeito pelo problema ou até pela própria pessoa
• Então Mariazinha tem tomado o remediozinho para o seu problemazinho?
A. Macedo
Questões e intervenções a EVITAR

• Pergunta múltiplas (“rapid firing”)


Várias perguntas ao mesmo tempo que podem confundir o clínico e o entrevistado
• Tem alguma dificuldade em dormir? Como é a sua tosse? E tem alguma dor?

• Pergunta na negativa
As perguntas na negativa tendem a ser respondidas no mesmo sentido e não
encoraram a narrativa
• Não tem mais nada a acrescentar, pois não?

• Pergunta que apelam à desejabilidade social


Perguntas que induzem respostas socialmente correctas
• Acha que é bom fumar?

A. Macedo
Modelos de Entrevista Calgary- Cambridge Guides

Processo 1: estruturar a entrevista


Competências necessárias

Ter em atenção a sequência:


• Estrutura sequencial – manter a entrevista
com uma sequência lógica
• Timing – manter a entrevista dentro do
timing estabelecido

Tornar a organização explícita:


• Sumarização interna – sumariar no fim de cada linha de interrogatório para confirmar a
compreensão, antes de passar para a secção seguinte
• Sinalização – progrida de uma secção para outra sinalizando a transição usando
afirmações que marquem essa transição e a sua necessidade
• (ex. “agora que já esclarecemos esta parte gostaria de avançar para outra
questão….”)
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A. Macedo
Modelos de Entrevista Calgary- Cambridge Guides

Processo 2: construir a relação


Competências necessárias

Desenvolvendo a relação:
• Aceitação
• aceitar os sentimentos e opiniões
do doente sem juízos de valor
• Empatia
• comunique deforme empática que
compreende e tem em conta a
visão do doente

• Suporte
• exprima preocupação, compreensão e vontade de ajudar; reforçando os
esforços do doente
• Sensibilidade
• lide com sensibilidade e tacto os pontos que causam maior desconforto/
perturbação ao doente
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A. Macedo
Calgary- Cambridge Guides

Processo 2: construir a relação


Envolvendo o doente:
• Partilha de opiniões
• partilhe com o doente o que está a pensar
para estimular o seu envolvimento

• Forneça o racional
• explique o racional para todos os aspectos que não sejam auto-evidentes
• Exame físico
• durante o exame vá explicando o processo e peça licença para partes dos exames
mais embaraçosas
Uso adequado da comunicação não-verbal:
• Demonstrar comportamento não-verbal apropriado
• contacto visual, expressão facial; postura; movimento; entoação vocal, etc.
• Uso de notas
• QB de modo a que não interfira no diálogo/relação
• Dar conta das pistas não verbais dos doentes
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• linguagem corporal, expressão facial, entoação..
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Tarefa 1: Iniciar a entrevista


1. Estabelecer um ambiente de suporte e a relação inicial
2. Ter consciência do estado emocional do doente
3. Identificar, tanto quanto possível, todos os problemas
que o doente quer discutir
4. Desenvolver uma parceria que permite ao doente sentir-
se como parte de uma relação colaborativa

Identificar o motivo da consulta/ preocupações do doente:


1. Identificar os problemas do doente ou as questões que o doente deseja colocar com um
pergunta aberta
2. Ouvir com atenção a declaração de abertura do doente, sem interromper ou dirigir a sua resposta

• Starfield et al (1981) – em 50% das consultas, doente e médico não concordaram sobre a
natureza do principal problema apresentado
• Beckman e Frankel (1984) – médicos interrompem o doente mal ela começa a falar (em média
após 15 segundos!)

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A. Macedo
Calgary- Cambridge Guides

Tarefa 1: Iniciar a entrevista Competências necessárias

Questões abertas ou não-directivas


Boa maneira de começar, dando liberdade ao doente para exprimir os seus problemas e
permitindo ao médico avaliar o estilo de comunicação do doente. Especialmente úteis para
recolher aspectos psicossociais do problema
1. Não podem ser respondidas em poucas palavras
2. Mais do que questões de um interrogatório, são um estímulo para o doente relatar à sua
maneira as suas vivências (prompting questions – incitam, instigam o doente)
3. São encorajadoras e permitem uma grande quantidade de informação
Exemplos:
• O que o traz cá?
Seguido de
• Pode contar-me mais alguma coisa sobre isso?
• O que é que notou mais?

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A. Macedo
Calgary- Cambridge Guides

Tarefa 1: Iniciar a entrevista


Identificar o motivo da consulta/ preocupações do doente:
Lista de problemas
• Nos cuidados primários, 40% dos doentes trazem mais do que 1 preocupação – em média 3 (Hall
& Dornan, 1988)
• o médico tem tendência a seleccionar apenas uma e negligenciar as restantes (Stewart et al,
1979)
• Os aspectos sociais e emocionais relacionadas com a doença, são os mais frequentemente
negligenciados (Campion et al, 1992; Barry et al, 2000)

Beckman & Frankel (1989) – mostraram:


• a ordem pela qual os doentes apresentam os seus problemas não está relacionada com a sua
importância clínica – a 1ª queixa não é mais importante que a 2ª
• no entanto, muitas vezes os médicos pressupõem que a 1ª queixa é a principal

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A Macedo
Calgary- Cambridge Guides

Tarefa 1: Iniciar a entrevista


• Identificar o motivo da consulta/ preocupações do doente:
• Alguns doentes poderão ter a tendência à digressão narrativa – nesta fase não é
ainda o tempo de uma análise detalhada das preocupações do doente – entra a
2ª competência da Elaboração da agenda - redirecionamento:

• “o que me está a descrever é muito importante e mais tarde iremos falar sobre
isso, mas nesta fase inicial da consulta, o objectivo é procurar saber quais são
todas as suas preocupações de modo a termos uma lista completa dos problemas
que depois iremos rever em detalhe, está bem assim para si? Existe então mais
alguma coisa que o preocupe?
Primeira segunda terceira
preocupação preocupação preocupação

Pergunta Competência Competência Competência


aberta central central central

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A Macedo
Calgary- Cambridge Guides

Tarefa 1: Iniciar a entrevista

Elaboração da agenda
• etapa fundamental para a estrutura da entrevista (define os tópicos a abordar):
Quando todas as preocupações do doente estão listadas pode ser negociada a agenda,
tendo em consideração as necessidades de ambos (i.e. doente e médico)

Contribui:
• para que o doente se sinta incluído na partilha da
informação/decisões
• para uma melhor gestão do tempo

Uma agenda deficientemente elaborada, leva a que no fim da consulta o doente tente
re-introduzir os temas não abordados – consequência – insatisfação e perda de tempo

A Macedo
Calgary- Cambridge Guides

Tarefa 1: Iniciar a entrevista


Elaboração da agenda - O problema das 2 agendas:
Os doentes comportam-se de acordo com aquilo que os médicos esperam deles (Lazarus, 1988)
• presumem que os médicos esperam que eles descrevam os problemas que “façam
sentido” (segundo um modelo biomédico) – agenda do médico
• Muitas vezes a consulta não decorre como o doente gostaria que decorresse, em termos
de elencar de forma completa os seus problemas – agenda do doente

Listagem e hierarquização dos problemas


• o médico explicita as preocupações enunciadas pelo doente e pergunta-lhe o que
gostaria de ver tratado em primeiro lugar (prioridades do doente).
• o médico, por razões clínicas, pode entender ser mais adequada a inclusão de outros
tópicos ou de outra ordem, sugere uma alteração:
• Podemos começar pelo que referiu, mas penso que também seria importante
falarmos do assunto X , qual é a sua opinião? Ou
• Percebo que a questão que referiu ser prioritária é muito importante para si e já
a abordaremos. Mas antes disso, para eu perceber melhor o que se passa,
preciso de esclarecer uma coisa, pode ser?

A Macedo
Calgary- Cambridge Guides Tarefa 2: Tratamento de informação

RECOLHA DE INFORMAÇÃO focada sobre o doente


(perspectiva ICE)
• IDEAS - ideias do doente (i.e. crenças)
• CONCERNS - preocupações do doente relativamente a
cada problema
• EXPECTATIONS - expectativas do doente

OBJECTIVOS desta tarefa:


• explorar os problemas do doente e descobrir a perspectiva biomédica, a perspectiva do doente e a
informação do contexto
• assegurar que a informação recolhida é precisa, completa e mutuamente compreendida
(estabelecendo uma base partilhada de compreensão do problema)
• Assegurar que o doente tem a percepção de ter sido ouvido e compreendido e que a sua visão é
bem acolhida e valorizada (confirmação/validação)
• Continuar a desenvolver um ambiente de suporte e uma relação colaborativa
• Estruturar a consulta garantindo uma recolha eficiente da informação e permitir que o doente se
sinta activamente envolvido e compreenda para onde a entrevista está a ser direccionada e porquê
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A. Macedo
Calgary- Cambridge Guides

Tarefa 2: Recolha de informação

Perspectiva do doente
Perspectiva da doença (experiência de doença e de saúde)

• Sinais e sintomas • Sentimentos (medo)


• Anomalias nos ECD • Crenças (modelo de
doença)
Doença • Função
como • Expectativas (o que
categoria espera do médico)
Doença como
experiência
individual
COMPREENSÃO INTEGRADA
Calgary- Cambridge Guides Tarefa 2: Recolha de informação

Perspectiva do doente:
• Crenças em relação à sua doença, possíveis causas e consequências (modelo leigo
de doença)
• Reacções emocionais à doença – reacções emocionais negativas podem ter
implicações NEGATIVAS no prognóstico e adesão
Expectativas do doente em relação ao médico e tratamento – discutir as expectativas
é importante no sentido de “recalibrar” aquelas que não são realistas ou para discutir
o papel que o doente tem de desempenhar na resolução do seu problema
Em que é que pensa que posso ajudá-lo? Que tipos de tratamentos pensa que
existem para ajudá-lo e em quê?
Que tipo de recursos pessoais e sociais tem o doente para lidar com o seu problema –
explorar as estratégias de coping e o apoio social, nomeadamente a dinâmica familiar
do doente dá-nos uma noção importante sobre questões como a adesão terapêutica e
mesmo o prognóstico
Quer falar-me sobre alguns aspectos positivos da sua vida? Como é que a sua
família tem reagido a este problema? Com quem é que pode contar para o ajudar?

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A Macedo
Calgary- Cambridge Guides Tarefa 3: Exame físico
A execução metódica e sistemática do EF tem várias
vantagens:
 transmite segurança ao doente pelo
profissionalismo da execução
 É importante ter em conta as normas culturais –
há culturas em que é suposto que o exame físico
seja feito por um médico do mesmo sexo
 O ritual do exame (lavagem das mãos, a bata
branca, a concentração do médico no acto médico
e a sua atitude respeitadora ) torna a situação mais
profissional e segura para o doente

Antes de iniciar o exame físico, o clínico deve preparar o contexto:


• condições de conforto (e.g. temperatura e iluminação)
• condições de privacidade
• prevenir as interrupções

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Calgary- Cambridge Guides Tarefa 3: Exame físico

O exame físico é realizado de uma forma organizada e sistemática


• começa-se por expor a área a examinar ficando as restantes cobertas até serem
examinadas, poupando ao doente o doente o desconforto de ficar despido para além do
necessário

COMPORTAMENTO VERBAL:
• em vez de dar ordens vire-se, ponha aqui o braço deve usar por favor e obrigado
• evitar fazer comentários demasiado pormenorizados nesta fase, diferindo a explicação
para depois do exame físico

COMPORTAMENTO NÃO-VERBAL (CNV):


• Ishikawa et al (2006) verificaram que o CNV do médico tem um impacto adicional sobre
a percepção do doente
• é importante controlar as expressões não-verbais para evitar alarmar o doente
prematuramente - por exemplo expressões faciais que denotem preocupação e causem
ansiedade no doente

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A Macedo
Calgary- Cambridge Guides Tarefa 3: Exame físico

EXAME COMPLEMENTARES :

O médico deve:
• explicar o objectivo do ECD, suas limitações,
desconfortos associados e possíveis efeitos
secundários
• Estar sensível às expectativas (devendo sempre
mantê-las num plano realista)
• Estar sensível aos receios dos doentes
• relativamente ao próprio exame
• mas sobretudo aos seus resultados

O médico deve estar particularmente atento ao seu comportamento verbal e não-verbal


• Todas as palavras do médico vão ser pesadas e interpretadas num contexto que pode ser
carregado emocionalmente, no caso de um ECD ligado ao diagnóstico de uma situação clínica
mais delicada ou ameaçadora
• O CNV (expressões faciais, postura corporal, entoação vocal…) não podem revelar incertezas de
execução ou dúvidas diagnósticas
• Em suma – as informações prestadas devem ser concisas e precisas, devendo ser tidas em conta
as reacções emocionais à informação dada 29
A Macedo
Calgary- Cambridge Guides Tarefas 4/5: explicação/partilha de informação

Após a colheita da informação e realização do exame físico, o


médico chega à compreensão (possível) do problema,
partilhando-a com o doente
Objectivos:
 fornecer informação compreensiva e apropriada
 avaliar as necessidades informativas de cada doente
individual
 informação nem demais, nem de menos

A partilha da informação permite que o doente tome conhecimento do que se passa


consigo e assim possa tomar decisões informadas, que afectam a sua vida
Nesta fase, doente e médico trabalham para para alcançar a compreensão da
informação transmitida
Continua a ser crucial o processo de construção da relação:
• Importa o que é transmitido, mas também como é transmitido

A. Macedo
Calgary- Cambridge Guides Tarefas 4/5: explicação/partilha de informação

Competências a usar:
Chunks and checks:
• Fornecer a informação “aos bocados” – chunks
• Verificar o que sabe e quer saber - checks
1. Avaliar o ponto de partida do doente:
• perguntar ao doente sobre o seu conhecimento prévio das questões em apreço e o
desejo de informação adicional
2. fornecer informação em pequenas porções assimiláveis
• verificar se foi compreendida, usando a resposta do doente como guia sobre o
modo de proceder
3. Perguntar ao doente qual a informação suplementar útil
• e.g. etiologia, prognóstico
4. Fornecer explicações na altura apropriada:
• evitar dar conselhos, informação ou tranquilização de forma prematura.

Como partilhar a informação?


• A linguagem deve ser clara, sem jargão técnico, concisa mas sempre positiva,
veiculando uma esperança que não seja irrealista
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A Macedo
Calgary- Cambridge Guides Tarefas 4/5: explicação/partilha de informação
• Auxiliar o doente a compreender e relembrar de forma precisa
 Objectivos: tornar mais fácil para o doente compreender e recordar a informação
1. Usar linguagem concisa facilmente compreensível, evitar o jargão ou explicá-
lo, no caso de não se poder evitar.
2. Organizar a explicação: dividir em secções distintas, desenvolver uma
sequência lógica
3. Usar categorização explicita ou sinalização (e.g. “há 3 coisas importantes que
gostaria de discutir. 1ª...” “Agora, podemos avançar para..”)
4. Usar a repetição e sumarização para reforçar a informação
5. Usar métodos visuais de fornecer informação: diagramas, modelos,
informação e instruções escritas.
6. Verificar a compreensão do doente relativamente à informação prestada. e.g.
pedindo ao doente para descrever com as suas palavras o que lhe foi dito.

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A Macedo
Calgary- Cambridge Guides Tarefas 4/5: explicação/partilha de informação

PLANEAR E PARTILHAR DECISÕES


Objectivos:
 permitir aos doentes que compreendam o
processo de tomada de decisão
 envolver os doentes na tomada de decisão na
medida em que desejam
 aumentar o empenhamento do doente nos planos
elaborados

Depois de recolhida e partilhada a informação, o médico identificou o(s) problema(s) e vai


apresentar, de forma clara, neutral e sem enviesamentos:
• as opções disponíveis para o abordar:
• meios de diagnóstico, estratégias preventivas ou tratamentos
• objectivos, riscos e benefícios de cada uma das opções

Macedo, A
Calgary- Cambridge Guides Tarefas 4/5: explicação/partilha de informação

PLANEAR E PARTILHAR DECISÕES


1. Modelo paternalista – modelo tradicional da relação médico-doente, na qual o médico tem o papel
activo (dá ordens e prescreve, usando o principio da beneficiência – i.e. está a zelar pelos melhores
interesses do doente) e o doente um papel passivo de adesão (obediência) ao tratamento
2. Modelo de decisão informada (MDI) – no outro extremo está o MDI, no qual o médico se limita a
fornecer ao doente (assume a posição de consumidor) toda a informação relevante. Aqui é o doente
que toma as decisões (baseado no princípio ético da autonomia) e não o médico.
3. Modelo da decisão partilhada – médico e doente, numa relação colaborativa partilham informação e
decisões

Macedo, A
Calgary- Cambridge Guides Tarefas 4/5: explicação/partilha de informação
PLANEAR E PARTILHAR DECISÕES
• Após a comunicação sobre as opções segue-se a pesquisa dos interesses, expectativas e
preferências do doente, com o recurso a técnicas de entrevista centrada sobre o doente:
• O que acha?
• Qual a sua opinião sobre estas opções?
• Depois de ouvido o doente, o médico inicia o processo de decisão manifestando a sua
opinião fundamentada no conhecimento técnico e experiência clínica
• Faz depois um resumo de toda a informação relevante e os aspectos em que há acordo e
desacordo entre médico e doente, sempre realçando o poder de escolha deste último, quer
em aceitar a decisão, quer em consultar outra opinião

Preferências dos doentes :


Murray et al (2007) : • Indivíduos com estatuto sócio-económico
mais elevado preferiam o modelo partilhado
• 62% preferia o modelo de decisão partilhada
• Indivíduos com estatuto sócio-económico
• 28% preferia o modelo de decisão informada
mais baixo preferiam os extremos (modelo
• 9% preferia o modelo paternalista paternalista ou de decisão informada)

Doentes mais jovens, do sexo feminino e com maior escolaridade são os mais participativos no
processo de decisão 35
A Macedo
Apresentar as opções • objectivos
• riscos
• Meios de diagnóstico, estratégias, tratamento • benefícios
• alternativas
Pesquisar

• interesses, expectativas, preferências

Aconselhar • re adaptar as
opções ao doente
• conhecimentos técnicos

Sumariar

• áreas de acordo e desacordo

Chegar a acordo • realçar a importância que o doente tem no cumprimento do plano

Discutir
• exequibilidade da decisão
• fornecer instruções completas

Resumir/confirmar • discutir capacidade do doente (recursos, tempo, apoios)

Verificar
• o doente compreendeu?
• clarificar questões e preocupações
Encorajar
• questões a pôr pelo doente
Calgary- Cambridge Guides

Tarefa 6: encerrar a entrevista


OBJECTIVOS:
• confirmar o plano de cuidados estabelecido
• clarificar os próximos passos
• maximizar a adesão do doente
• reforçar a relação MD para o futuro

Planeamento para o futuro:


• Contratualizar com o doente os próximos passos
• Estabelecer “rede de segurança” – explicar potenciais e inesperados outcomes,
o que fazer, quando e quem procurar
Adequado encerramento:
• Sumariar a consulta e clarificar o plano de cuidados
• Verificação final – verificar se o doente concorda com o plano e perguntar se há
alguma correção, clarificação final
A. Macedo
Informar que a entrevista está no fim

Sumariar/rever planos

Confirmar sumário e planos

NÃO Verificar que fomos compreendidos

SIM

Perguntar se há mais algum assunto que


SIM Perguntar se o doente tem dúvidas NÃO queira abordar

Agendar queixas não abordadas


Se surgirem novas questões nesta fase, colocam-se 2
alternativas:
Planificar contactos e seguimento
• as questões são importantes e inadiáveis – o
encerramento é adiado e tem que se voltar a uma fase
anterior da entrevista, como explorar o problema e Exprimir cuidado
chegar a novo acordo sobre o plano
Tranquilizar
• a questão não é urgente – médico e doente acordam
em a abordar na próxima consulta
Despedir-se de forma personalizada
Calgary- Cambridge Guides Tarefa 6: encerrar a entrevista

ENCERRAR A ENTREVISTA:
No período entre consultas é importante estabelecer uma “rede de segurança” – mostrar
disponibilidade para ser contactado caso algo corra fora do planeado
O médico também estabelece planos de contingência – isto é, explica o que o doente deve fazer
no caso das coisas não correrem segundo o planeado, como o poderá contactar e onde poderá
procurar ajuda
Se as coisas não correrem como estamos a pensar, pode telefonar-me.
A entrevista termina com uma manifestação de cuidado do médico, reiterando a sua
disponibilidade
Esperemos que tudo decorra conforme conversámos, mas como há pouco disse, se houver
algum problema contacta comigo.
Despede-se de forma personalizada
Sr ….ou D…. Gostei de conversar consigo.

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A Macedo
THE ENHANCED CALGARY-CAMBRIDGE GUIDE TO THE
MEDICAL INTERVIEW

Initiating the Session

• preparation
• establishing initial rapport
• identifying the reason(s) for the consultation

Gathering information

Providing • exploration of the patient’s problems to discover the: Building the


Structure  biomedical perspective  the patient’s perspective relationship

• making  background information - context • using


organisation appropriate
overt non-verbal
Physical examination
behaviour
• attending to
flow • developing
rapport
Explanation and planning
• providing the correct amount and type of information • involving
the patient
• aiding accurate recall and understanding
• achieving a shared understanding: incorporating the patient’s
illness framework
• planning: shared decision making

Closing the Session


• ensuring appropriate point of closure
• forward planning
Aulas Práticas de Propedêutica Psicológica

Mestrado Integrado em Medicina

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