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ALINE SANCHE VAZ MALIUK

A AROMATERAPIA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA NO PROCESSO DE


ENSINO/APRENDIZAGEM NA REDE PÚBLICA ESTADUAL/RS

RIO GRANDE DO SUL


2017
A AROMATERAPIA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA NO PROCESSO DE
ENSINO/APRENDIZAGEM NA REDE PÚBLICA ESTADUAL/RS

Trabalho de registro e acompanhamento


de aplicação de projetos de aromaterapia
na rede pública de educação com ensino
médio reular para encaminhar o mesmo
a outros níveis de pesquisa e
aprofundamentos.

RIO GRANDE DO SUL


2017
RESUMO
O presente trabalho busca apresentar de forma incisiva e muito além da teoria
a aplicação da aromaterapia dentro do processo de ensino aprendizagem
convencional no ensino médio regular e EJA (Educação de Jovens e Adultos) como
estratégica, que em linhas gerais, se torna facilitadora da aprendizagem, mas
também como forma de tornar a práxis pedagógica mais diversificada e próxima à
realidade do corpo discente, para que ao mesmo tempo em que se adaptem as
diferentes realidades também possam derivar de forma sistêmica os benefícios
advindos da aromaterapia enquanto ciência reconhecida e reconhecer que o
conhecimento é um processo, é um todo que vamos construindo no decorrer da vida
ao juntar parte por parte, independente da área de estudo e atuação que optamos
desenvolver.
Em um primeiro momento se fará por meio deste trabalho um breve
levantamento do processo de aprendizado e o que a legislação-mor aborda sobre
psicoativos e sua administração bem como as barreiras encontradas no campo
teórico e cultural para a aceitação do mesmo. Em segunda instância será delineado
bem como apresentado a aplicação de sinergias com as turmas e suas percepções
diante do projeto de aromaterapia do qual participaram e por fim se fará
apontamentos pertinentes as oportunidades que se apresentam diante do uso de tal
conhecimento e ciência aplicado de forma intencional e como recurso paralelo aos
processo de ensino aprendizagem, bem como será registrado como uma atitude pró
ativa e pensada de forma coletiva pode ao mesmo tempo ser multi e até
transdisciplinar, indo além dos muros da escola mesmo os conteúdos abordados
sendo os mesmos de outrora. Além do que o trabalho por si visa contribuir dentro de
um universo de possibilidades e aplicabilidades em que a aromaterapia em si,
enquanto ciência pode administrar e contribuir com bases sólidas, contínuas e de
uma forma multissensorial e muito apreciada.

Palavras chave: aprendizagem, aromaterapia, transdisciplinar, ensino médio,


respiração, memória
ABSTRACT

The present work seeks a form of incisive training and much beyond the
theory the application of aromatherapy within the process of teaching conventional
learning not regular high school and EJA (Youth and Adult Education) as strategy,
become facilitators of learning but also as way to make a pedagogical praxis more
diverse and close to the reality of the student body, so that while adapting as different
realities also have derived systemically from the benefits arising from aromatherapy
while the recognized science and recognizable knowledge and a process, is
everything that is to be built, with no experience in the area of study and performance
of companies.
At first, by a broader work, what is a learning problem and a major law deals
with psychoactive and its administration as well as barriers found in the theoretical
and cultural field for an acceptance. In the second instance is outlined as well as an
application of synergies with the classes and their perceptions of the project of
aromatherapy in which they participate and finally will make relevant notes as
opportunities that are in front of the use of knowledge and science in an intentional
way and as a parallel resource to the learning teaching process, as well as being
registered as a proactive attitude and thought collectively can at the same time be
multi and even transdisciplinary, going beyond the walls of the school even the
contents covered being the same as in the past. In addition to what the work itself
seeks to contribute within a universe of possibilities and applicabilities in which the
aromatherapy itself, then can administer and contribute solid bases, continuous and
in a multisensory and much appreciated.

Keywords: learning, aromatherapy, transdisciplinary, high school, breathing,


memory
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................. 1
1.A legislação educacional nacional brasileira - embasamento.................. 3
2. Aplicação da aromaterapia enquanto recurso didático e seus efeitos............6
2.1 Do início do método – aplicando a aromaterapia..............................7
3. Das sinergias – usos e resultados............................................................... 13
3.1 Uso das sinergias..........................................................................17
3.2 Dos dados da pesquisa.................................................................19
CONCLUSÃO......................................................................................................28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 31

ANEXOS

ANEXO 1 -Questionário de coleta de dados aplicados aos alunos ...................... 32


ANEXO 2 -Depoimentos dos alunos sobre o projeto desenvolvido ...................... 33
ANEXO 2A - Depoimentos dos alunos sobre o projeto desenvolvido.......................34
ANEXO 2B - Depoimentos dos alunos sobre o projeto desenvolvido.......................35
ANEXO 2C - Depoimentos dos alunos sobre o projeto desenvolvido.......................36
ANEXO 2D- Depoimentos dos alunos sobre o projeto desenvolvido.......................37
ANEXO 2E - Depoimentos dos alunos sobre o projeto desenvolvido........................38
ANEXO 3 - Ficha de aproveitamento Turma 1ºA – Área de Linguagens................. 39
ANEXO 4 –Ficha de aproveitamento Turma 1ºA – Área de Ciências Humanas..... 40
ANEXO 5-Ficha de aproveitamento Turma 1ºB – Área de Matemática................. 41
ANEXO 6 -Ficha de aproveitamento Turma 1ºB – Área de Ciências da natureza.. 42

LISTA DE FIGURAS

Figura1 – Absorção do aroma pela inalação- sistema límbico ..................................10


Figura1 – Absorção do aroma pela inalação- respiração diafragmática.................. 11
Figura1 – Absorção do aroma pela inalação- sistema respiratório.......................... 11
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 Percepções da turma 1º Ano A diurno ..................................................20


GRÁFICO 2Percepções da turma 1º Ano B diurno .................................................. 21
GRÁFICO 3 Percepções da turma 2º Ano B noturno.................................................22
GRÁFICO 4 Percepções da turma 3º Ano A diurno...................................................23
GRÁFICO 5 Percepções da turma 3º Ano B noturno.................................................24
GRÁFICO 6 Percepções e dados gerais unificados..................................................25

LISTA DE ABREVIAÇÕES

PCN´S – Parâmetros Curriculares Nacionais


LDBN – Lei de Diretrizes e Bases nacional
CRE- Coordenadoria Regional de Educação
INTRODUÇÃO

Este trabalho surge de uma motivação maior em conectar saberes e


aprendizados de diferentes áreas do conhecimento que numa visão pragmática
pessoal poderiam se complementar de forma eficiente e com um viés social muito
rico dentro de um contexto de sucateação e obsolescência referente ao desinteresse
público no sistema educacional.
O intuito maior deste trabalho não é fazer menção ao descaso público ou
mesmo reclames que se refere ao campo político ao qual todos nós estamos
inseridos, afinal estes aspectos não precisam ser evidenciados, uma vez que todos
nós em sã consciência e de forma muito visível percebemos e vivenciamos tal
desinteresse em formar pessoas conscientes não só de seus direitos mas também
de seus deveres enquanto cidadãos que respeitam regras, normas aceitáveis para
uma boa convivência social.
O foco deste trabalho, embora perpassepelas questões supracitadas, visa
tornar possível o acesso a diferentes formas de se ministrar e propagar o
conhecimento e perceber a aromaterapia como um mundo particular que se abre
mostrando novas possibilidades. Enquanto agente deste processo foi tomada a
decisão de voltar a lecionar para, exatamente, poder aplicar junto às turmas do
ensino médio regular, a aromaterapia, principalmente como ferramenta facilitadora
do processo de ensino aprendizagem e muito mais que isso poder atuar nos motivos
causais/geradores, que muitas vezes tem como efeito corriqueiro a indisciplina, o
desinteresse, a desatenção e mesmo o rendimento aquém do esperado.
Observou-se na aromaterapia uma forma de aproximar do corpo discente os
conhecimentos obtidos em distintas áreas de aprendizagem e em uma maneira
diferenciada de encarar, perceber, assimilar e desenvolver um conhecimento crítico,
funcional e realístico. Por meio desta ciência funcional, incisiva e modeladora do
“EU” foi prático apresentar que química, geografia, história, filosofia, sociologia,
matemática entre outas matérias (juntas) formam uma unidade: a do saber, a do
conhecimento e por si só rica em informações que nos permitem ver as coisas de
uma forma ampliada e impregnada de conhecimentos
2

funcionais, permitindo-nos ser atores e não apenas expectadores da


realidade que nos cerca, tornado o conhecimento acadêmico aplicável e
redirecionável de acordo com nossos centros de interesse. Fazendo jus assim ao
que os próprios PCN´s predizem quando por ”nessa concepção, os conteúdos do
tema não são suficientemente contemplados se ficarem restritos ao interior de uma
única área” (pp. 98, volume 9).
Foi mostrado que o conhecimento não é estanque e evasivo e que tem
aplicabilidade no cotidiano de forma mais corriqueira e usual do que se imagina.
Quebrou-se paradigmas, mostrou-se possibilidades, intermediou-seconflitos e os
diferentes interesses e abriu-se possibilidades de avaliar o mundo não só por nossos
padrões, crenças e dito conhecimento mas pelo olhar do outro e o entendimento de
que “somos todos iguais embora sendo todos diferentes”.
A aplicabilidade do projeto teve como norteador tornar real e coletar dados
idôneos que comprovassem de forma contundente e cientifica os benefícios da
aromaterapia Afinal o aporte teórico riquíssimo apontava, outrora, vários óleos
essenciais ótimos para modular questões comportamentais e no campo do
aprendizado dentro de uma escola. Será que na prática poderia se observar a
mesma sistemática descrita e atribuída a estes óleos essenciais? Seria possível
perfumes para ambientes serem tão poderosos a ponto de modificar percepções,
comportamentos e quadros mentais? Esses entre outros questionamentos serão
abordados neste trabalho.
CAPÍTULO 1 A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL NACIONAL BRASILEIRA -
EMBASAMENTO.

A Lei Darcy Ribeiro de Diretrizes e Bases Nacionalda educação, chamada


LDBN de número 9.394/96, de 1996 rege o sistema educacional brasileiro referente
ao que é lícito e ilícito dentro da práxis pedagógica e do sistema educacional como
um todo. Evidente que a lei-Mor brasileira é, até a presente data, a constituição
federal de 1988. Neste aspecto como versa em sua própria apresentação a lei Darcy
Ribeiro menciona que“a constituição de 1988 estabeleceu as grandes linhas, que
são agora regulamentadas em seus mínimos detalhes pela lei Darcy Ribeiro”. (p.5).
Com o objetivo de buscar referências que permitissem ou proibissem o uso de
psicoativos (como o caso dos óleos essenciais) foi consultada a lei para que não
houvesse inconformidade do processo analisado e aplicado com a mesma. Pois
mesmo que os óleos essenciais sejam “sutis, mas não tão sutis que não haja efeito
aparente” (TISSERAND 1993 P.128), foi averiguada esta necessidade a fim de
conferir validade a este projeto/trabalho para que sirva de base para procedimentos
futuros dentro da mesma unidade escolar ou ainda em esferas mais abrangentes.
Não achando nada por simples leitura na lei de referência a algo similar em
que a aromaterapia pudesse se enquadrar (ainda que de forma genérica) foi
procurada a Coordenadoria de Educação Estadual (CRE), neste caso a 39º ao qual
o munícipio envolvido pertence. Ali foi conversado com a diretora geral sobre o
projeto Srª Sandra Denise Bandeira que anelou a ideia do projeto e encaminhou a
conversa ao setor pedagógico em específico a chefe do setor Srª Lúcia Regina
Bandeira. Expondo o objetivo, explicando como a aromaterapia funciona no
organismo humano e as intenções do mesmo, a saber, utilização da aromaterapia
como ferramenta pedagógica, a senhora chefe do setor pedagógico elogiou a
iniciativa, gostou do projeto e ao mesmo tempo mencionou que “tudo que venha a
contribuir de forma significativa, construtiva e diferenciada na tentativa de resgatar o
gosto pelo aprendizado é bem vindo. Ainda que seja apenas para um parcela do
corpo discente e que realmente não existe nada na lei que proíba tal procedimento,
a lei não menciona nada este sentido”.
Posterior ao aval verbalizado da chefe do setor pedagógico uma nova busca
foi feita, desta vez aos Parâmetros Curriculares Nacionais (os PCN´s) de 1997 que
4

visam tratar de temas paralelos aos eixos educacionais. De acordo com a carta
inicial ao professor é citado que estes parâmetros tem por objetivo “auxiliar na
execução do seu trabalho (...) e que tais recursos incluem tanto os domínios do
saber tradicionalmente presentes no trabalho escolar quanto as preocupações
contemporâneas com o meio ambiente e a saúde”.
Neste contexto o volume 9 dos PCN´s trata sobre questões de meio ambiente
e saúde e este passou a ser analisado tendo em foco a conjugação de um projeto
com os parâmetros relacionados a saúde, sendo estendido estes a saúde mental,
foco deste trabalho.Nesta análise foi encontrada a seguinte citação e incentivo:
“na realidade, todas as experiências que tenham reflexos sobre as
práticas de promoção, proteção e recuperação da saúde serão, de fato,
aprendizagens positivas, até porque não se trata de persuadir ou apenas de
informar, mas de fornecer elementos que capacitem sujeitos para ação”
(PCN vol. 9 pag. 99).

Desta forma é possível estabelecer uma relação entre saúde mental e as


práticas de promoção da mesma descritas acima como forma sensorial, realizada
por todos os alunos que participaram deste estudo, estando também em
conformidade com a citação acima quando menciona que as aprendizagens
positivas vão além da persuasão ou da simples informação. Aqui se envolveu
sensações, emoções e reações. Verdadeiras vivências.
Também com o objetivo proposto pelo PCN saúde destaca:
“o que se pretende com esses parâmetros é um trabalho
pedagógico “cujo enfoque principal esteja na saúde e não na doença”,
assim sendo “a escola passa a assumir papel destacado devido a sua
função social e por sua potencialidade para o desenvolvimento de um
trabalho sistematizado e contínuo” (pp. 97 e 98).

Embora esses Parâmetros Curriculares se refiram de uma forma geral a


educação fundamental, é citado um dado interessante que fomenta a prática e
viabilidade deste projeto ao fazer a seguinte menção a pesquisa realizada pelo
Ministério da Saúde:
“esta pesquisa revelou que a maioria dos estudantes do segundo
grau [ensino médio] que usa algum tipo de droga considera o consumo
prejudicial a saúde! No caso, os valores afetivos e sociais associados ao
consumo habitual de drogas são muito mais decisivos do que o
conhecimento dos agravos que causam” (PCN vol. 9 pag. 97)

Como nas turmas trabalhadas coexistem casos pontuaisde uso de drogas


ilícitas houve como que uma porta de entrada ainda maior (e também sensorial) para
o uso dos óleos essenciais e a experimentação dos benefícios e de
5

maneiracomparativa em como o que inalamos pode afetar aos extremos nossas


percepções, ações, reações memória, respiração e saúde como um todo.
Foi muito rico poder encontrar essas contribuições significativas para o
andamento deste projeto de aromaterapia em uma instituição de ensino regular
subsidiada a uma legislação que via de regra é tão específica em vários fatores e ao
mesmo tempo que permite projetos que contribuam e fortaleçam a saúde como um
todo, instrumentalizando assim o ensino com formas diversas e possíveis de
atuação e aos alunos para uma crítica consciente de desafios que são vivenciados
em suas diversas relações sociais e fora dos muros da escola, podendo desta forma
“diante de necessidades de transformar hábitos e reavaliar crenças e tabus,
inclusive na dimensão afetiva que necessariamente trazem consigo” (PCN Vol. 9
p.98).

Ainda nesta busca de referenciais teóricos que embasassem o procedimento


adotado me reportei a uma coleção intitulada Indagações sobre Currículo, composta
de cinco fascículos, onde justamente logo no primeiro fascículo – Currículo e
Desenvolvimento Humano –que foram encontradas referências que de forma muito
genérica, corroboram infinitas possibilidades do uso de instrumentos diversos no
processo de ensino aprendizagem, sobretudo nos tópicos referentes a percepção e
memória nas páginas 28 e 29 que mencionam desde questões relacionadas a
multipercepção sensorial do cérebro e seus componentes ao sistema límbico;
fomentando assim de forma muito precisa aos objetivos trazidos aqui por este
estudo. Estas citações serão referenciadas e intercaladas no decorrer deste
trabalho.
CAPÍTULO 2 APLICAÇÃO DA AROMATERAPIA ENQUANTO RECURSO
DIDÁTICO E SEUS EFEITOS.

Importante ressaltar antes de tudo que quando se trabalha de forma


profissional, direcionada [e porque não científica] e com objetivos pré-definidos é
possível ver na prática os reais sintomas, alterações, adaptações, paradigmas,
barreiras bem como necessidades e possibilidades do esplendoroso aporte que a
aromaterapia pode oferecer enquanto ferramenta pedagógica e de aproximação
social que propicia o desenvolvimento dentro do processo de ensino aprendizagem,
o que muito é de serventia na área de ciências humanas, pois se trabalha com estes
aspectos formativos de forma mais presente e constante.
Neste grande laboratório, uma escola de ensino fundamental, médio regular e
EJA1 foi e está sendo desenvolvido estas percepções e análises, abrangendo o
período letivo do ano de 2016 ao término do ano de 2017 (ano vigente)2 e na medida
do possível surgindo temas geradores conjuntos que abrangem outras áreas do
conhecimento, pois os “conteúdos só serão suficientemente contemplados se [não]
ficarem restritos(...) a uma única área” (PCN vol9 p.98). Reforçando que o objetivo
central deste trabalho é travar uma relação entre o sistema respiratório e a saúde
mental interligada com memória, foco, concentração expressas em comportamentos
característicos e contrários agitação e hiperatividade e/ou sonolência e apatia.

1
EJA: Educação de jovens e adultos – se dá a partir dos 16 (dezesseis anos) no que corresponde a uma educação
semestral onde cada [semestre] representa o que seria uma série do nível fundamental e médio (do 6º ao 9º
(totalidades de 3 a 6)) e as totalidades 7,8 e 9 que correspondem respectivamente 1º, 2º e 3º ano do ensino médio
regular.

2
A saber: ano de 2016 turmas do médio regular (1º, 2º e 3º ano- Faixa etária dos 16 a 18 anos). Ano de
2017:Incluem-se além do ensino médio regular as turmas de jovens e adultos (faixa etária comprimida entre 18 a
59 anos), do EJA.
7

2.1 DO INICIO DO MÉTODO – APLICANDO A AROMATERAPIA

As turmas envoltas neste procedimento não são diferentes das demais no que
se refere ao grande índice de uso da tecnóloga indevidamente durante as aulas,
muita agitação e falta de concentração quando o professor orienta uma atividade ou
mesmo está explicando o conteúdo. Resultado geral falta de apropriação devida dos
conceitos e matéria desenvolvida, manifesta em esquecimentos frequentes quando
da retomada do que foi dito na aula anterior e notas baixas nas avaliações. As
turmas do ensino médio regular das quais se fala aqui possui uma média de 25
(vinte e cinco alunos) cada. A forma de utilização da aromaterapia foi empregada de
duas maneiras, uma sinergia com óleos essenciais puros para aromatizador elétrico
e a mais usual: a elaboração de dois sprays para ambientes3 aplicado em sala de
aula durante ciclos sistêmicos apropriados para o processo (21 por 7(dias)) e uso
intercalado ou pontual dos mesmos. Dentro deste método desenvolvido foi espaçado
o uso também para ocasiões quando havia revisão de conteúdo, matéria nova e
avaliações ou casos de indisciplina a fim de se comparar os resultados.
Importante mencionar que neste primeiro momento (que abrangeu 5 dias - 1
semana escolar) não foi dito a turma a finalidade do aroma para ambientes – neste
[primeiro momento] inegável dizer que houve o estranhamento e se tornou fato e
analogias e expressões como “macumba”, “benzendo a sala”, “cheiro de mato”,
“cheiro de chá”, “cheiro ruim” foram ditas e repetidas várias vezes, barreiras iniciais
devido ao forte senso comum e o referencial comparativo diante das vivências em
que este proporciona a cada estudante ali presente.No entanto, ainda nestas
expressõesse vê algo preconizado pelos PCN’s quando menciona que em sua vida
escolar “ a criança [pessoa] traz consigo a valoração de comportamentos favoráveis
ou desfavoráveis à saúde oriundos da família e outros grupos de relação mais
direta” ( PCN 9 p. 97) Neste momento simplesmente foi dito que o aroma era para
tornar o ambiente mais “fresco e agradável”, o objetivo desta estratégia era observar
exatamente se haveria alguma modificação inconsciente e/ou comportamental com
os alunos 4. E sim eles perceberam esta diferença já no primeiro dia, dizendo um ao

3
Um spray com sinergia para comportamento e baixar a frequência e outra para trabalhar foco e
concentração. Falaremos mais destas composições e concentrações no decorrer do trabalho.
4
A turma já era conhecida uma vez que no segundo semestre do ano de 2015 comecei a ministrar
aulas para os mesmos.
8

outro coisas como “hoje a gente está quieto, né?” ou “Hoje entendi tudo que a
“profe” falou”” ou ainda pérolas como “o pessoal nem discutiu hoje”, e “estou
respirando melhor”,.. estas falas foram ouvidas no decorrer desta uma semana
mencionada, muito embora eles conscientemente não relacionaram essas reações
com o aroma num primeiro momento. Dando continuidade com a intenção inicial na
semana seguinte não foi utilizado o aroma por dois dias consecutivos e as perguntas
começaram a surgir inclusive solicitações de alguns para que se trouxesse o
aromatizador da sala “para o povo fica quieto”. O dia seguinte ao ocorrido (no
terceiro dia daquela semana) foi explicado o objetivo do aroma, como ele era
composto, o que é a aromaterapia e como funciona em nosso organismo, e
aproveitando o ensejo e a matéria do dia da disciplina de história (Antiguidade- Egito
5
) foi ministrada uma aula de história com química muito oportuna para o momento e
rendeu conexão, interesse, engajamento. Neste instante uma cortina de
6
conhecimentos relacionados se abriu para eles e interesse coletivo . Permitindo
assim aos alunos desenvolverem sua “plasticidade cerebral, ou seja, a capacidade
de realizar a interdisciplinaridade do cérebro: áreas desenvolvidas por meio de um
tipo de atividade podem ser “aproveitadas” para aprender outros conhecimentos ou
desenvolver áreas relativas a outro tipo de atividade” (LIMA, P.25). Junto a essa
parte de sensibilização na prática as análises pelo espectro da aromaterapia se deu
de diferentes formas, por exemplo, considerando que os óleos essenciais podem ser
vistos como a energia vital da planta, e por assim ser possuem poderes terapêuticos
sobre o corpo físico, mental e energético, é sabido que cada óleo essencial possui,
digamos, uma personalidade própria e como nos lembra a professora Priscila de
Camillis Meloncelli do instituto by Sâmia, os óleos essenciais podem ser
considerados:
“como uma impressão digital única, pois cada um deles possui uma
composição química diferente e, consequentemente, aroma, cor,
volatilidade e propriedades diferentes, inclusive conforme a data da colheita.

5
Conteúdo da disciplina de história do 1º ano do ensino médio
6
A área de humanas envolve as matérias de geografia, história, filosofia e sociologia. Pelo menos
aqui no estado o RS o professor formado em uma destas disciplinas pode ministrar as outras e
aconteceu de no ano letivo de 2016 eu ministrar as 4 disciplinas, o que foi um ganho pessoal
principalmente na área da filosofia e sociologia , pois pude ver como isso aumentou o meu
conhecimento sobre a própria aromaterapia e sua aplicabilidade, bem como passar este
conhecimento adiante de forma relacionada ao conteúdo predeterminado pelo plano anual da
instituição sem sair dos tópicos das matérias, mas enriquecendo-as com os conhecimentos da
aromaterapia e vice versa.
9

Cada planta possui sua essência, que contém as características da planta.


Mas uma mesma planta poderá ter aromas e ações terapêuticas diferentes
dependendo de onde foi cultivada em relação à geografia (local), de que
partes foram extraídos seus óleos essenciais ou de como a extração foi
realizada”.

A variação química sempre irá depender de vários fatores externos, como, por
exemplo, o clima, o pH da terra, entre vários outros fatores (quimiotipo e geotipo do
óleo essencial). Estes fatores foram as formas iniciais para se introduzir diversos
conteúdos da geografia física aos alunos (como paralelos, meridianos, coordenadas
geográficas, eixo de rotação da terra e diferentes questões relacionadas ao clima e
fenômenos climáticos bem como a parte da litosfera (solo)), para o qual se utilizei as
argilas e suas propriedades químicas junto e ampliadas pelos óleos essenciais.
Se os óleos essenciais foram extraídos da essência das plantas e esta é um
material que faz parte do metabolismo da planta, que é viva teremos estas constante
flutuações enquanto houver vida neste vegetal. Retoma-se aqui os conceitos de
fotossíntese, ciclo do hidrogênio e respiração dos vegetais.
Passada esta sensibilização inicial foi novamente vaporizado o aroma, de
outrora, na sala e foi nítida a percepção diferenciada daquela turma para aquele
aroma, com todo o aporte histórico e químico que receberam momentos antes. Foi
explicado e ensinado a forma correta de absorver o aroma pela aromaterapia e os
benefícios para o corpo de forma geral neste sentido, retomando preceitos que
perpassam tanto pelas aulas práticas de educação física, quanto de biologia e a
consciência popular de que “para se acalmar é bom contar de 1 a 10”, foi feita a
prática da respiração coletiva e explicado o duplo caminho que um óleo essencial
faz em nosso organismo. E que também por essa respiração “mais profunda”
inalamos mais moléculas de óleos essenciais e assim permitimos que sua atuação
seja mais ampla em nossa mente, emoções e organismo, como um todo,
principalmente no que se diz respeito a ansiedade, seja no dia-a-dia, antes de uma
prova ou qualquer outra situação que exija o estado de calma, trazendo para o
consciente este estado e remodelando por assim dizer pela respiração aquela
condição presente. Este procedimento poderia ser usado por eles a qualquer hora
do dia e/ou da noite que precisassem de mais calma e tranquilidade. A figura 1
mostra um desses caminhos iniciais que o ar e também aroma (rico em princípios
ativos) percorre (o das conexões nervosas), sistema límbico:
10

No decorrer das aulas foi explicado a importância e a atuação de princípios


químicos naturais reconhecidos pelo corpo como fonte de tratamento eficientes e
com redução de efeitos colaterais como um todo, ou mesmo a disfunção de algum
outro órgão em função de um tratamento que visa a unidade (o órgão, a dor em si)
ao invés da totalidade. Neste contexto quando abordada esta metodologia com o
terceiro ano do ensino médio foi direcionado o conhecimento comparativo com a
mão de obra qualificada e a mão de obra especializada, dentro do processo de
globalização (temas do currículo abordados pela matéria de geografia) bem como as
questões de tratamentos de saúde no oriente (cuida da unidade, como um todo) e
do ocidente (a especialização leva por uma forma equivocada o cuidado do paciente
como uma “máquina” a saber cuidar de um órgão de cada vez e não a interrelação
entre eles). Retoma-se aqui os grandes contextos históricos que levam a essa
dicotomia na visão do todo, sendo o principal o da 2ª Revolução Industrial (1850-
1870) e a especialização da mão de obra provinda desta.
Figura1 – Absorção do aroma pela inalação- sistema límbico

Fonte: site de busca www.google.com em 23.03.2016


11

Figura 2 - Absorção do aroma pela inalação- respiração diafragmática

Fonte: http://neurybotega.blogspot.com.br/2013/04/respiracao-diafragmatica.html.Visão frontal


e lateral.

Por esta rota de absorção há a redistribuição do ar rico em oxigênio bem


como dos princípios ativos dos óleos essenciais para todo o corpo. E isto era
trabalhado com a turma toda vez que alguma situação estava fora do padrão dito
normal e aceitável. E principalmente com as turmas em que as aulas eram
ministradas pós período de intervalo (recreio).

Figura 3 - Absorção do aroma pela inalação- sistema respiratório

Fonte:http://neurybotega.blogspot.com.br/2013/04/respiracao-diafragmatica.html. Visão em ângulo


levemente inclinado.
12

Com estas ilustrações, apresentadas por meio de um dispositivo móvel,foi


possível analisar a forma anatômica interna do corpo ao respirarmos devidamente e
“fechar” por assim dizer toda a conversa anterior neste sentido. Mesmo porque
sabemos que figuras e material ilustrativo fixam muito mais do que palavras.As
mesmas figuras serviram como ponte interdisciplinar quando utilizadas pela
professora de biologia, o professor de química e o professor de educação física para
o desenvolvimento de alguns tópicos relacionados às suas matérias.
Embora transcrever de um processo possa ser demorado e na tentativa de
pormenoriza-lo até chegar na linha do enfadonho, na prática foi algo dinâmico,
relevante e de ganho pessoal e social muito rico, pois como já mencionado
anteriormente o conhecimento é um todo composto por diferente partes que o
enriquece e o eleva a um patamar que sai do senso comum, passa pelo âmbito
científico generalizado e é traduzido em um aprendizado para a vida por se explorar
multisensorialmente conhecimentos, vivências, situações e/ou conteúdos que de
uma outra forma “passariam por alto” sem uma ampliação de conceitos e
percepções, sem ser tão relevante para eles e por consequência não tão
interessante, não tão impactante pelo prisma do conhecimento e da saúde como
veremos a seguir.
CAPÍTULO 3 DAS SINERGIAS DE USOS E RESULTADOS

Pensando em todo contexto citado anteriormente foram elencados alguns


óleos essenciais para elaboração de sinergias e observações in loco, a saber, o óleo
essencial de alecrim (Rosmarinusofficinalis) QT2cineol;o óleo essencial de hortelã
pimenta (Menthapiperita); Limão siciliano (Citruslimon); limão tahiti
(CItrusaurantifolia) e Lemongrass (Cymbopogonfluxuosus).
Pelas citações em obras de referência e estudos é bem sabido que o óleo
essencial de alecrim - Rosmarinusofficinalis- é o óleo do movimento, da memória e é
até considerado como “o óleo dos estudantes”, pois estimula a concentração e o
foco até mesmo por sua referência histórica quando nos remetemos ao seu uso por
estudantes da Grécia antiga sobre a cabeça em forma de grinaldas e mais ainda se
buscarmos o próprio significado por origem greco-latina do nome alecrim seu
significado é “orvalho do mar” (TISSERAND, P.223), isto nos fornece uma boa
orientação do efeito similar deste óleo, pois por gostar de água seu efeito nos
ambiente e pessoas refrescam e estimulam. Muito embora na “medicina seja
empregado para fortalecer a memória, os nervos e para aquecer o coração”
(TISSERAND, P. 233) este óleo tem suas contraindicações, por isso foi averiguado
junto ao departamento pessoal da escola se existia nas turmas em questão alunos
com histórico de convulsões, epilepsia e hipertensão que pudesse inibir o uso deste
óleo essencial bem como o de hortelã pimenta.
Como sempre existe um uso medicinal associado foi visto nos óleos
essenciais escolhidos, como no caso do alecrim as questões que envolvessem alívio
de congestões nasais e impedimento de alguma forma das vias aéreas, uma vez
que foi observada queixas relacionadas ao respirar. No caso do quimiotipo do
alecrim foi escolhido o cineol, pois é o melhor usado em tratamentos respiratórios,
como asma, bronquites e sinusites. Cuja composição se dá por: alfa-pineno 15 a
25% (monoterpeno); 1,8-cineol (eucaliptol) 40 a 70%; L-cânfora 10 a 20% (cetona);
limoneno 1 a 2% (monoterpeno) e 1-borneol 1 a 6% (álcool). Aroma este forte,
canforado, herbáceo, refrescante e penetrante, enquadrando-se no grupo dos
óxidos, inclusive sendo um antioxidante natural, conferindo talvez por essas
características químicas leveza e maior sensação de oxigenação do ambiente e da
manutenção da memória, preservando-a e estimulando-a, sendo o verdadeiro
“orvalho do mar”.
14

Da mesma forma como o óleo essencial de hortelã pimenta – Mentha piperita


que entre suas muitas funções estimula a concentração e melhora a memória, sendo
também um purificador energético para pessoas e ambientes e com ação
descongestionante sendo igualmente aliado nas disfunções do sistema respiratório.
É considerado por alguns terapeutas como o óleo da transformação por auxiliar na
mudança de estados mentais de fortes emoções como raiva, medos, pânicos e ódio.
E de acordo com as palavras de TISSERAND “o óleo do hortelã-pimenta não precisa
de descrição, pois seu sabor e odor refrescante são familiares para todos.” (p.
290).No que se refere a composição química o óleo essencial de hortelã pimenta é
composto em especial por monoterpenos e contém mentol (álcool 33-55%), acetato
de mentílico (éster 10-20%), mentona (cetona 9-31%), e em menor escala
felandreno, limoneno (terpenos 3-7%), pineno, piperitona, pulegona (0,5-4%), cineol
(monoterpeno 5-18%), viridoflorol, mentofurano (3,0%), isomentona (2,5%),
sabineno, ésteres de mentol (valerianato, isovalerianato, etc.).
Nas sinergias aplicadas também foram escolhidos e utilizados os óleos
essenciais de limão siciliano (Citruslimon), limão tahiti (CItrusaurantifolia)conhecidos
como óleos da clareza, da limpeza de ideias e pensamentos conflitante. Como é
comum dos cítricos possuem alta ação desintoxicante a nível corporal, sanguíneo e
mental, dependendo da forma de administração. Embora estes óleos sendo da
mesma família possuem diferenças sucintas quando utilizados isoladamente ou
mesmo em sinergias. Embora ambos possuam aroma frutal e cítrico. O primeiro óleo
o Citruslimonapresenta notas mais suaves e adocicadas do que seu parente
Citrusaurantifolia sendo este de percepção mais áspera e incisiva e até agressivo no
aroma que consequentemente se manifesta em seu efeito. Limões são da família
dos aldeídos e uma característica notável é que conseguem em um processo
simultâneo dispersar e tonificar.
Dispersão no sentido de eliminar excessos (no caso aqui de emoções
conflitantes), auxiliando assim no processo da eliminação da agressividade instintiva
e da raiva e ação tonificante quando se refere a concentrar energia vital no que
realmente tem relevância naquele momento proporcionando desta forma
características típicas desses óleos como racionalidade e melhorando assim a
capacidade de comunicação e a presença no “aqui e agora”, sendo ótimo para
alunos do primeiro ano do ensino médio que estão numa fase onde ficam muito
15

aéreos devido estarem passado por uma fase de transição em vários sentidos: tanto
nas questões de seriação (findando um ciclo – o ensino fundamental e iniciando o
ensino médio) quanto a fase interna que essa mudança também acompanha, a
saber, hormonal e com consequente transformações físicas. Na questão da
composição química obtemos os seguintes dados para o óleo essencial deLimão
siciliano: óleo volátil (2,5% da casca), limoneno (62,1-74,5%); alfa-pineno (1,8-3,6%);
canfeno (0-0,1%); beta-pineno (6,1-15,0%); sabineno (1,5-4,6%); mirceno (1,0-
2,1%); alfa-terpineno (0-0,5%); linalool (0-0,9%); beta-bisaboleno (0,56%), trans-alfa-
bergamoteno (0,37%); nerol (0,04%); neral (0,76%). E já para o óleo essencial de
Limão tahiti os seguites componentes: Alfa-pineno (3,0%); beta-pineno (18,20%);
sabineno (3,20%), mirceno (1,20%); limoneno (30 a 50%); y-terpineno (7,4%);
terpinoleno (0,5%); 1,0% de aldeidos saturados – octanal, nonanal, decanal,
undecanal, dodecanal, tridecanal, tetradecanal, pentadecanal; trans-alfa-bergarteno
(0,6%); cariofileno (0,5%); beta-bisaboleno (1,0%); 6,2% citral – neral e geranial,
acetato de neril e acetato de geranil (0,5%), alfa-terpineol (0,3%) e traços de linalol.
Como componente final utilizado em sinergias específica foi escolhido o óleo
essencial de lemongrass (Cymbopogonfluxuosus). Sua escolha se deu devido a uma
particularidade observada principalmente com as turmas de primeiro ano onde os
mesmos se sentiam um pouco incomodados quando da utilização de sinergias que
continham o óleo essencial de limão tahiti junto com alecrim e hortelã pimenta. Logo,
neste contexto, a priori, adverso o uso do óleo de lemongrass veio em substituição
ao de limão para essas turmas durante o primeiro trimestre letivo. Em um primeiro
momento sua escolha se deu em específico por auxiliar nas questões de
hiperatividade, alívio da fadiga mental, por ser igualmente aos outros escolhidos de
notas refrescante, mas ao mesmo tempo para sua escolha foi observada a seguinte
particularidade: ao invés da possível agressividade que o limão tahiti apresentava o
aspecto da afetuosidade, amorosidade e consciência coletiva associada a
lembrança olfativa contida nesse óleo. A questão aqui também se dá pelas
transmutações que perpassam as fases de transição mencionadas anteriormente
(mudanças internas seguidas de mudanças externas e cíclicas) e que muitas vezes
não é notada pela família mas percebida na escola pelo professor e na
contextualização daquele aluno com seres iguais a si na mesma fase de mudanças.
Desta forma o professor por está mais próximo desse processo integrativo observa
16

reações, carências afetivas, mudanças comportamentais e muitos outros aspectos


as questões sociais e intelectuais. Já foram observadas citações sobre o óleos
essencial de lemongrass como sendo o “óleo da família”. Logo um óleo que estimula
comunicação e consciência coletiva é muito bem vindo para finalidades específicas
observadas. O óleo essencial de lemongrass possui a seguinte composição química:
Contém aproximadamente 0,5% de óleo volátil – mirceno (0,46%); limoneno
(2,42%); linalool (1,34%); citronellal (0,37%); acetato de geranil (1,95%); nerol
(0,39%); geraniol (3,80%); neral (30,06%); geranial (51,19%) e citronelol (0,44%)
Posto e apresentados os óleos essenciais utilizados para compor sinergias
vamos as questões de usos e procedimentos aplicados pelos mesmos bem como a
validação da pesquisa por coleta e análise de dados e resultados.
3.1 USO DAS SINERGIAS

SINERGIAS são combinações e usos simultâneos, leia-se aqui neste contexto


de óleos essenciais que tem a finalidade e capacidade de aumentar de forma
exponencial e qualitativa o poder de atuação dos óleos essenciais em questão.
SAÚDE “é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não
apenas a ausência de doença” (PCN vol9 p. 89). Sendo neste momento também
importante ressaltar que “cada essência tem afinidade com certas partes do corpo,
certas áreas da mente e certos tipos de emoção” (TISSERAND p.132).
Assim sendo, a primeira aplicação se deu com difusor elétrico para salas de
aula com aproximadamente 40m² contendo óleos puros , sendo 6 (seis) gotas de
óleo essencial de hortelã pimenta, 5 gotas de limão tahiti e 4(quatro) gotas de
alecrim durante cinco dias, sendo deste o primeiro e segundo dia sem uso de água
observou-se que houve uma concentração muito grande em parte da sala e em
outras nem tanto sobretudo quando a queima dos óleos essenciais chegava perto do
fim, queima esta que foi rápida devido os óleos essenciais serem de composição
extremamente concentradas e de alta volatilidade e ainda muito sensíveis ao calor.
Do terceiro ao quinto dia desta semana inicial foi acrescentado um pouco de água
onde amenizou o aroma intenso tornando-o um pouco mais suave e atenuando a
queima um pouco, mas ainda assim não foi a ideal, pois a queima ainda era rápida
considerando dois períodos de 50 min. Claro que é sabido que a exposição direta
por inalação por no mínimo 15 (quinze) minutos onde se tenha o uso de óleos
essenciais já apresentará benefícios da aromaterapia como agente circulante no
corpo de cada pessoa daquele ambiente. De forma geral houveram relatos de dor de
cabeça das três séries envolvidas (1º, 2º e 3º ano do ensino médio) quando mais
para o final da queima dos óleos quando se tornam mais intensos.
Com esses registrosna semana seguinte por dois dias consecutivos não foi
aplicado nenhum aroma na sala de aula durante as aulas e pode ser relatado que
uma boa parte das turmas em questão sentiram falta do aroma perguntando pelo
mesmo. No outro dia de aula com a turma foi levada uma sinergia em forma de
spray para ambientes de 200ml e concentração a 3% contendo óleos essenciais de:
 alecrim (50 gotas), hortelã pimenta (50 gotas) e limão tahiti (44 gotas).
18

Administração da sinergia no ambiente: aplicado em toda sala em intervalos


de 25 a 30 minutos, perfazendo três a quatro aplicações a cada dois períodos de
aula.
Foi ensinado aos alunos a maneira correta de respirar e os benefícios da
respiração diafragmática como descrito no capítulo anterior.
A constatação feita foi que a sinergia foi ótima para os alunos maiores
principalmente para o 3º ano (tanto diurno quanto noturno) e para o segundo ano
com apenas dois casos de leve dor de cabeça no caso da turma do diurno e sendo
muito bem aceita e aproveitada pela turma do segundo ano noturno. No entanto
para os dois primeiros anos a sinergia produziu reclamações sobre dor de cabeça,
um caso de enjoo e outro sensação de estar sendo pressionada.
Mas até nestes casos adversos pode se fazer análises produtivas, ou seja,
quando se utiliza um condicionante ou modulador do sistema límbico e memória e a
pessoa não quer conscientemente estar submetida àquele cuidado ou aquela
mensagem da sinergia (estando com seu foco ou pensamento, centro de interesse
que seja) em outro lugar, existe como que um combate interno entre o que está
sendo condicionado a fazer com o que de fato se quer fazer, gerando assim pontos
de tensão e latejamento, por assim dizer. E um dado que se faz interessante aqui é
o uso indiscriminado do celular durante as aulas que se dá em todas as séries mas
principalmente nos primeiros anos. Um mundo de possibilidades nas mãos com as
buscas de assuntos que de fato são fonte de interesses pessoais, óbvio que o
cérebro preferirá esta atividade de entretenimento epassatempo (como o próprio
nome sugere) do que esforçar-se e gastar-se mentalmente para o aprendizado e
assimilação de um conteúdo novo ou mesmo exercícios de fixação e/ou revisão.
Para TISSERAND (1993) “nossa mente parece ter um excesso de energia: ela
pensa mesmo quando não é necessário, dando origem a todo tipo de
ansiedade”(p.125).
Embora tenha ocorrido a situação mencionada acima os três níveis de ensino
relataram que “respiraram melhor” e que o ambiente ficou mais “leve e tranquilo” e
que “compreenderam melhor” além de considerações sobre sensações de
organização e bem estar, como pode ser observado nos gráficos de 1 a 5.
Considerando que psicologicamente com o uso continuo a sinergia não foi
muito bem aceita pelos primeiros anos houve a necessidade de formular uma nova
19

composição para os mesmos, sendo esta um spray para ambientes de 200 ml. a
2,5% contendo:
 60 gotas de lemongrass, 22 gotas de alecrim, 22 gotas de hortelã pimenta
e 20 gotas de limão siciliano.
Devido as questões de afetividade familiar já relatadas anteriormente a
aceitação foi enorme. E a relação entre respirar bem, sentir-se mais calmo e
tranquilo, concentração e compreensão foi fantástica, fazendo valer in loco o que a
outros pesquisadores já registraram “o óleo mais agradável para uma pessoa (pode)
ter um efeito terapêutico mais pronunciado” (TISSERAND, P.131). Alguns
perguntaram se podiam beber e outros pediram para passar no corpo (pulsos) como
perfume este último pedido atendido esporadicamente e coletivamente. E
espontaneamente aplicaram a respiração diafragmática e quando perguntados o
porque disso disseram que era para aproveitar melhor aquele cheiro para não ir
embora. Citando ROVESTI apud TISSERAND (1993) diz
“as misturas de essências, que podem produzir perfumes mais
aprazíveis que os óleos individuais são, geralmente, mais agradáveis e
aceitáveis. As misturas podem conter óleos que por si só não são atraentes,
mas combinados com outros produzem um resultado satisfatório” (Tisserand
(1993)p. 131).

Esta sinergia foi utilizada durante o primeiro trimestre e início do segundo e


progressivamente sendo substituída pela outra sinergia citada com uso intercalado.
Uma vez que a maturidade aqui também tem haver com aceitação e/ou rejeição dos
óleos essenciais puros ou combinados. Interessante observar que quando esta
sinergia foi utilizada nas turmas maiores a maioria mencionou que estava com sono,
(alguns até cochilaram), houve relatos de lentidão e dois casos mencionaram que
sentiram fome, isto pode ter ocorrido pela lembrança olfativa evocada por este óleo
da família como já citado.
Sobre os dados coletados embora as sinergias fossem diferentes atingiu-se
objetivos em comum e os mesmos sentimentos, emoções e/ou condições foram
relatados de uma forma geral, como também podem ser observadas ao se analisar
os dados dos gráficos de 1 a 5 que seguem .
3.2 DOS DADOS DA PESQUISA

O quantitativo de alunos observados foi de 63 (sessenta e três), durante o


período de dois anos letivos, sendo a pesquisa escrita e sistematizada no decorrer
do último ano letivo que finda esta semana do ano de 2017.
Deste quantitativo geral a distribuição se dá em duas turmas de 1º ano
diurnas, 1 turma de 2º ano noturna e duas turmas de 3º ano (uma diurna e uma
noturna).
A seguir serão apresentados dados em forma de gráficos que expressam
outros dados quantitativos como subdivisão por turma de aspectos relacionados a
sexo, idade e questões qualitativas relacionadas a emoções e sensações que as
sinergias aqui descritas quando aplicadas proporcionaram.
Ressaltando que algumas citações originais dos alunos por escrito podem ser
observadas nos anexos 2, 2A,ao anexo 2E.

Gráfico1: Percepções da turma 1º Ano A diurno

Turma 1º ano A
1
3% Paz/Calma
Alívo
3 6
10% 19% Alegria/Felicidade
Aprendizado/Concentração/Foco
6 Pureza/Leveza
19% 4
Respirar melhor
13%
Bem estar
2 Tranquilidade
7% 4
5 13%
16%

Total: 10 Idade: Efeitos adversos:


Masculino: 7 14 anos: 315 anos: Dor de cabeça: 1
Feminino: 3 4 Obs.: Sinergia
16 anos: 2 Lemongrass

Fonte: Coleta de dados junto a turma por meio de questionário


21

Gráfico2 : Percepções da turma 1º Ano B diurno

Turma 1º Ano B
2 Paz/Calma
5 5% 8
11% 18% Alívo

Alegria/Felicidade
4 Aprendizado/Concentração/Foco
3
9%
7%
Pureza/Leveza
3 3 Respirar melhor
7% 7%
Tranquilidade
4
Conforto/relaxamento
9%
9
3 Lembrar infância
20%
7%
Limpeza/Organização

Total: 15 Idade:
Efeitos adversos: 0
Masculino: 15anos: 9
Obs.: Sinergia
7Feminino: 8 16anos: 6
Lemongrass

Fonte: Coleta de dados junto a turma por meio de questionário

Interessante observar pelos dados acima que embora as turmas sejam do


mesmo nível a segunda turma conta no geral com alunos mais velhos e de uma
forma mais homogênea, sendo também importante dizer que comporta alunas já
casadas, o quê fez também que esta turma não rejeitasse a sinergia utilizada com
as turmas maiores de 3º ano por exemplo, como mencionado no decorrer deste
capítulo e de alguma forma citado e relacionado com questões de maturidade como
agente que influi na aceitação ou rejeição do aroma de um óleo essencial, partindo
do princípio das condições farmacológicas associadas. Faz-se necessário também
registrar que nas questões relacionadas a comportamento a turma que apresentou
maior rejeição e sensações de perturbação de dor de cabeça com a primeira
sinergia era de fato a mais agitada.
22

Gráfico 3 : Percepções da turma 2º Ano B noturno

Turma 2º ano B
3
12% 5 Paz/Calma
20%
Alívo

5 1
20% 4%
Aprendizado/Concentração/F
oco
Pureza/Leveza
4
16%
Respirar melhor
4
16% 3
12% Tranquilidade

Total: 12 Idade:
Masculino: 5 16 anos: 2 Efeitos adversos: 0
Feminino: 7 18 anos:1
17anos: 8
22anos:1

Fonte: Coleta de dados junto a turma por meio de questionário


23

Gráfico 4: Percepções da turma 3º Ano A diurno


1 1
3% 3% Turma 3º ano Diurno
Paz/Calma
4
10% 11
27% Alívo

6
15%
Aprendizado/Concentração/
Foco
3 Pureza/Leveza
3 7%
8%
Respirar melhor
11
27%

Fonte: Coleta de dados junto a turma por meio de questionário


Sobre os dados totais do gráfico acima:
Total: 16 Idade: Efeitos adversos: 5

Masculino: 5 16 anos: 3 Sono: 2


Feminino: 11 18 anos:4 Dor de cabeça: 3
17anos: 9

Coincidentemente ou não os casos adversos relatados aqui com relação a dor


de cabeça são exatamente os “alguns” com comportamento mais questionável e
rendimento não tão satisfatório e essas características não só em uma ou duas
áreas do conhecimento mas em todas. E no caso dos dois relatos de sono ao
conversar sobre rotina são estudantes que quase trocam todas as noites por dia em
nome de jogos eletrônicos de computador ou redes sociais e pelo fato de estudarem
pela manhã, claro sentem sono, pois está havendo uma modificação do ciclo
circadiano.
Outra consideração se dá com relação a sentimentos, percepções ou mesmo
sensações, a medida que a pessoa é mais velha percebe-se que consegue vincular
24

o aroma dos óleos essenciais a sensações mais abstratas e elaboradas


evidenciando maior grau de percepção, ainda que dentro de um contexto (que para
eles) é in natura e porque não até leigo no sentido de estar preso apenas ao senso
comum desprovido de análises sistemáticas e/ou busca de resultados relacionados.

Gráfico 5 : Percepções da turma 3º Ano B noturno

Turma 3º ano Noturno


Paz/Calma
3 3 1
8% 8% 3%
2
6% Alívo
5
4 14%
11%
Aprendizado/Concentração
2 /Foco
5% Pureza/Leveza
5
14%
6
2 17% Respirar melhor
6% 3
8%

Total: 10 Idade: Efeitos adversos:0


Masculino: 4 17 anos: 4
Feminino: 6 18 anos: 6

Fonte: Coleta de dados junto a turma por meio de questionário


25

Gráfico 6 : Percepções e dados gerais unificados

Dados Gerais da Pesquisa


Paz/Calma
0%
4% Alívo
4%
20%
10%
2%
Aprendizado/Concentração/Fo
3% co
2% Pureza/Leveza
7%
4%

2% Respirar melhor

2% Efeito
17% adversos:
Tranquilidade 9.6%
15%

8%
Bem estar/Relaxamento

Fonte: Coleta de dados junto a turma por meio de questionário

Com relação aos dados gerais acima dispomos dos seguintes números:

Total: 63 Idade: Efeitos


14 anos: 3 adversos:6
Masculino: 28 15 anos:13
Feminino: 35 16 anos: 13 Sono: 2
17 anos: 22 Dor de cabeça: 4 -
18 anos: 11 9.6%
22 anos: 1

Observa-se pelos dados coletados que a taxa de rejeição diminui ao passo


que a pessoa está mais madura e mesmo voltada para o objetivo geral da pesquisa
que é o estudo em si com foco, concentração e memória relacionada. Levando em
conta os dados podemos sim afirmar que a aromaterapia pode como apresentado
26

aqui ser uma ferramenta pedagógica no processo de ensino/aprendizagem. Por


parte dos alunos a observação da relação entre o estado de espírito mais calmo e
menos conflituoso(interna e externamente) muito contribuiu para o foco e a
concentração no que é mais importante no momento, é válida. Assim como a
questão da respiração. É incrível a falta de importante que a sociedade como um
todo não dá alguns detalhes, às vezes na sua família ou no caso aqui com os filhos.
O adaptar-se a algumas situações principalmente as que tangem a saúde não
é benéfico. Muitos dentro dos dados desta pesquisa (17%) relataram que por se
“respirar melhor conseguiram se concentrar mais e assimilar mais fácil o que era
dito”e este aspecto foi observado também pelos professores dos períodos
subsequentes aos empregado a aromaterapia onde relataram que a frequência da
turma estava mais harmônica e propícia ao desenvolvimento de trabalhos e que o
rendimento melhorou. Vide anexo 3 com médias de alunos em diferentes áreas do
conhecimento entre o 1º e o 2º trimestre.
O não respirar corretamente gera muitas vezes desde pequenininho
adaptações do corpo para aprender a respirar de uma outra forma pela boca, por
exemplo. No entanto se perde neste costume a anatomia do próprio corpo e os
sinais de aviso que ele nos dá quando não o utilizamos da maneira correta. O que
se quer evidenciar com isto? O respirar pela boca gera segundo estudiosos da área
pediátrica, desde pequenas modificações anatômicas no formato da dentição, no
palato (céu da boca) e uma série de outras questões relacionadas ao sistema
gástrico e mesmo respiratório com possíveis contaminações destas, uma vez que a
boca não filtra e nem umidifica o ar que recebe, abrindo assim precedente para
contaminação por fungos e bactérias.

Referenciando o portal do otorrino foram encontradas as seguintes


informações: ao se respirar pela boca 30% do ar vai para o estômago podendo gerar
soluços contínuos, refluxo, espasmos entre outras disfunções e 70% restante deste
ar que não é de qualidade segue para os pulmões, ou seja, nada deste ar oxigena o
cérebro diretamente. E a memória? Ah! Sim instaurando-se como um quadro de
adaptação o respirar pela boca em linhas gerais, assim como a obstrução causada
por rinites, sinusites entre outros que pode ser o gerador dessa adaptação podem
em conjunto causar a falta da devida oxigenação do cérebro e com o tempo até
27

mesmo gerar quadros de esquecimentos frequentes que com a vinda da idade só


piora podendo ser um trampolim para doenças como Alzheimer e quando em idade
menor, se jovem, falta de concentração, hiperatividade e consequente queda do
rendimento escolar. Por esses motivos pontuais aqui resumidos também foi tido
como objetivo inicial atestar ou investigar a relação da respiração correta sem
obstruções e a qualidade do aprendizado e para esta finalidade escolher óleos
essenciais que farmacologicamente atuassem na desobstrução das vias
respiratórias superiores, uma vez que olfato, sistema límbico e memória (hipocampo)
estão intimamente relacionados com aspectos comportamentais do agora e numa
projeção mais ampla e longínqua com vida adulta e senil
“isso revela que os sentidos funcionam com interdependência, o que
tem uma relevância fundamental para os professores, pois o ensino deve
mobilizar várias dimensões da percepção para que o aluno possa “guardar”
conteúdos na memória de longa duração” (LIMA, p.28).

Não é mágica, é bioquímica aplicada ao cotidiano e a plena compreensão e


percepção do funcionamento do nosso próprio corpo e mente enquanto unidade
condicionante e interdependente de processos internos e externos que se bem
administrados podem nos dar hoje e no futuro maior qualidade de vida e saúde,
afinal:
“toda aprendizagem envolve a memória, todo ser humano tem
memória e utiliza seus conteúdos a todo momento (...) ao entrar em contato
com algo novo, o ser humano pode criar novas memórias, arquivando este
conhecimento, experiências ou ideia em memória de longa duração, as
impressões gravadas ali, a partir das experiências vividas podem ser
“evocadas”, trazidas a consciência (...) sabemos que estes movimentos tem
uma participação do sistema límbico no qual se originam nossas emoções.
A memória é modulada pela emoção. Isto quer dizer que os estados
emocionais podem “interferir”, facilitando ou reforçando a formação de
novas memórias assim como podem também, enfraquecer ou dificultar a
formação de uma nova memória (...) as aprendizagens escolares dependem
da formação destas novas memórias de longa duração. Muitas vezes, no
entanto, os conteúdos ficam no nível da curta duração e [por assim ser]
desaparecem rapidamente. (LIMA, p. 29).

Observou-se que com a estratégia da mudança do óleo essencial de limão


tahiti pelo óleo essencial de lemongrass surtiu efeito no que tange a sentimentos de
afetuosidade e acolhimento e aspectos referentes ao ambiente como harmonia,
ambiente organizado e limpo e sensações relacionadas a infância, bem como é a
proposta do óleo essencial em questão, como visto no gráfico 2 e 6. Reforçando
assim aspectos como a percepção
“que é realizada pelos cinco sentidos externos. O ser humano
desenvolve estes sentidos desde que não haja impedimentos nos órgãos
28

dos mesmos ou nas estruturas cerebrais que processam a percepção de


cada um deles” (...) e desta forma “a percepção pode criar um interesse
pelo novo. Ao ser introduzido um conhecimento novo, uma pessoa pode se
interessar ou não por ele, dependendo das estratégias utilizadas por quem
o introduz. Assim, em sala de aula, não é somente o conteúdo que motiva,
mas, sobretudo, como o professor trabalha com o conteúdo, seja ele da
escrita, artes ou ciências” (LIMA p.28).

E sendo assim é possível apontar algumas pesquisas que “mostram que o


cérebro é um órgão multidimensional, capaz de absorver, interpretar e recuperar
informações por meio de recursos que são muito mais sensitivos, criativos,
multifacetados e instantâneos do que palavras escritas e faladas” (BUZAN, P.17).
Nas turmas do noturno foram consideradas questões que não ocorreram no
turno diurno como a maioria destes trabalham durante o dia, logo sensações como
“ânimo, tirar o peso dos olhos, relaxamento, alerta e motivação” são quadros
emocionais favoráveis alcançados com o uso de óleos essenciais que propiciam a
práxis educativa num ambiente agradável e prazeroso para todos ali presente tanto
corpo docente quanto corpo discente permitindo uma maior assimilação do conteúdo
pelo segundo grupo e uma melhor administração do mesmo pelo primeiro grupo pois
foi observado que com o uso dos óleos essenciais todas as turmas passaram a
participar mais do processo ensino e aprendizagem partindo de um ensino passivo
para uma construção ativa e construtiva do saber, do intelecto e do conhecimento
como um todo e dentro desta trama de ensino-aprendizagem um dos pontos muito
desejável para o corpo docente no campo das habilidades e competências é
propiciar que “o aluno precisa ser capaz de “refazer” o processo de aprendizagem.
Refazer implica tanto em recapitular o conteúdo ensinado, como em retomar as
atividades (humanas) que o levaram a “guardar” o conteúdo na memória de longa
duração”. (LIMA, P. 29). E neste aspecto a aromaterapia como ferramenta
pedagógica tem grande papel e mostrou-se muito eficaz neste processo, embora
ainda pouco explorado, pois permite o estabelecimento de conexões químicas e
elétricas da própria mente explorando de forma muito agradável, porque não, as
múltiplas dimensões sensoriais do cérebro, propriedade de cada um de nós, sendo
ou não bem cuidado ou usado ele está ali pronto para ser acessado, exercitado e
tanto acumular quanto reproduzir conhecimentos para a construção de vidas e se
sociedades fortes.
CONCLUSÃO

Ao término deste trabalho algumas considerações se fazem necessárias em


diversos campos e fatores. No que se refere a questão comportamental com um sim
categórico conclui-se que o ambiente, os estímulos externos e a quebra de
paradigmas estabelecidos culturalmente por vivências restritas a visão de mundo
individual contribui e influi tanto na percepção, na memória, na aprendizagem e
consequentemente no comportamento de cada um.
A bagagem cultural e emocional individual são fatores que associados com
problemas estruturais, uso indevido da tecnologia e formas pragmáticas de ensinar e
apresentar os conteúdos contribui para um desinteresse generalizado pelo
conhecimento e aprendizado por parte da maioria. No entanto a lei-mor federal e de
bases do ensino brasileiro, as diretrizes e parâmetros que aqui neste trabalho são
citados não só incentivam o uso de técnicas diversas e diferenciadas para estimular
e provocar curiosidade pelo conhecimento criativo quanto citam, ainda que de forma
muito genética, que há necessidade de explorar todos os sentidos no processo de
ensino aprendizagem para que muito além da “decoreba” se aprenda conteúdos,
valores para a vida não só profissional mas para o exercício da cidadania e a da
coletividade dentro e fora dos muros da escola.
No que se diz respeito a atividade docente a interdisciplinaridade pode sim
ser a regra ao invés da exceção se todos estiverem envoltos em fazer o seu melhor,
fazer a diferença, afinal “faz parte da competência docente a capacidade de não só
fazer bem aquilo que se faz, mas fazer o bem com aquilo que se faz. Não é um
trocadilho, é um propósito” (CORTELLA, 2017 p. 9).
No campo da saúde quando é definida por “o estado de completo bem-estar
físico, mental e social e não apenas a ausência de doença” (PCN vol9 p. 89). Pode
se ver a atuação dos óleos essenciais em vencer, por assim dizer, diversas barreiras
no campo físico, emocional e mental, (como evidenciada pelas falas dos alunos, os
gráficos presentes aqui neste trabalho e nos anexos A1 a A5) que de alguma forma
evidenciam algumas das causa geradoras de comportamentos diversos (agressivos,
desafiadores, sonolentos, hiperativos...), onde de forma gradual se pode utilizar a
aromaterapia como uma ferramenta de equalização sendo esta muito benéfica na
maioria dos casos e nas palavras de TISSERAND podendo “construir um
complemento útil e mais seguro do eu tranquilizantes químicos” (p. 129) e o melhor
30

sendo percebida pelo corpo discente como algo que investe na saúde deles e como
uma forma diferenciada e prazerosa de aprender, de se perceber presente naquele
espaço e não estar ali apenas para ocupar o tempo.
Existe um longo caminho a se percorrer, a situação e/ou condição não são
das melhores, no entanto ”precisamos percorrer o caminho. Enquanto aguardamos
aquilo que virá, não podemos deixar de viver [fazer] aquilo que pode ser vivido [feito]
agora. Não faz sentido ficar somente na espera.” (CORTELLA, 2016 P. 124).
Faço das palavras do mestre TISSERAND as minhas palavras finais
“quanto mais você usa as essências [óleos essenciais], mais as
conhece, mais poderá verificar como elas agem sobre a mente e quais as
suas qualidades individuais. Cada essência tem sua própria personalidade,
sua série de atributos e isso pode ser usado para descobrir certas
qualidades em nós: ajudando a nos ver mais claramente, a entender nossas
deficiências e a deixar que a beleza e a alegria de nossas almas respirem
uma fragrância fresca e estival através de nossas mentes” (p. 134).

Afinal, como sabemos as mentes são como pará-quedas, só funcionam


quando são abertas” (James Dewar) e descongestionadas.
31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Secretaria de educação fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:


meio ambiente, saúde / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília 1997. 128p.

BUZAN, Tony. Mapas mentais / Tony Buzan: tradução de Paulo Polzonoff Jr. R de
Janeiro: Sextante, 2009

Carta: falas, reflexões e memórias / informe de distribuição restrita do senador


Darcy Ribeiro / Brasília: Gabinete do Senador Darcy Ribeiro, 1991.

CORTELLA, Mario Sérgio. Por que fazemos o que fazemos? : aflições vitais sobre
trabalho carreira e realização / Mario Sérgio Cortella – 1. Ed – São Paulo : Planeta
2016

CORTELLA, Mario Sérgio. Basta! Reflexões urgentes para pais e mães / Mário
Sérgio Cortella: Barueri, SP: Novo século, 2017.

LIMA, Elvira Souza. Indagações sobre currículo: currículo e desenvolvimento


humano; organização do documento JeaneteBeauchamp et.al. – Brasília: Ministério
da Educação, Secretaria de educação Básica, 2008 56 p.

PERUZZO, Francisco Miragaia Química na abordagem do cotidiano 4.ed –São


Paulo; moderna 206 p. 55-82

SANTOS, Clidevan Oliveira. Óleo essencial de Menthapiperita L.: uma breve revisão
de literatura. [manuscrito] / Clidevan Oliveira Santos. – 2011 20 fl.

TISSERAND, Robert. A arte da aromaterapia/ Robert Tisserand – São Paulo: Roca,


1993. 13ªed.

Worwood,Susan. Aromaterapia – Um guia de A a Z para o uso Terapêutico dos


Óleos Essenciais; 1995; Editora Best Seller.

http://neurybotega.blogspot.com.br/2013/04/respiracao-diafragmatica.html [Último
acesso 28/06/2017]

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/07/150721_alecrim_memoria_duvidas
_fn[último acesso 04/07/2017]

http://portalotorrino.com.br/causas-e-consequencias-de-respirar-pela-boca/ [Último
cesso 25/11/2017]
Anexo 1 – Questionário de coleta de dados aplicados aos alunos

Idade: ______ Turma atual: ___________ Data de nascimento:___/___/____


Sexo:________________

Como você se sentiu/sente ao inalar o aroma utilizado na sala de aula? Gostou? ( ) sim ( ) não
Escreva o porquê da sua resposta
acima:_______________________________________________________

__________________________________________________________________________________
_________

Que tipo de sentimentos/sensações gerou para


você?____________________________________________
Achou que quando o aroma é utilizado facilita de alguma forma seu processo de aprendizagem?
Comente um pouco sobre isso.

Obrigada!
Profª Aline Maliuk

Idade: ______ Turma atual: ___________ Data de nascimento:___/___/____


Sexo:________________

Como você se sentiu/sente ao inalar o aroma utilizado na sala de aula? Gostou? ( ) sim ( ) não
Escreva o porquê da sua resposta
acima:_______________________________________________________

__________________________________________________________________________________
_________

Que tipo de sentimentos/sensações gerou para


você?____________________________________________
Achou que quando o aroma é utilizado facilita de alguma forma seu processo de aprendizagem?
Comente um pouco sobre isso.

Obrigada!
Profª Aline Maliuk
ANEXO 2- DEPOIMENTOS DOS ALUNOS SOBRE O PROJETO
DESENVOLVIDO
Anexo 2 A - DEPOIMENTOS DOS ALUNOS SOBRE O PROJETO
DESENVOLVIDO
Anexo 2B - DEPOIMENTOS DOS ALUNOS SOBRE O PROJETO
DESENVOLVIDO
Anexo 2C - DEPOIMENTOS DOS ALUNOS SOBRE O PROJETO
DESENVOLVIDO
Anexo 2D - DEPOIMENTOS DOS ALUNOS SOBRE O PROJETO
DESENVOLVIDO
Anexo 2E - DEPOIMENTOS DOS ALUNOS SOBRE O PROJETO
DESENVOLVIDO
ANEXO 3 – FICHA DE APROVEITAMENTO TURMA 1ºA – ÁREA DE LINGUAGENS
ANEXO 4 – FICHA DE APROVEITAMENTO TURMA 1ºA – ÁREA DE CIENCIAS
HUMANAS
ANEXO 5 – FICHA DE APROVEITAMENTO TURMA 1ºB – ÁREA DE MATEMÁTICA
ANEXO 6 – FICHA DE APROVEITAMENTO TURMA 1ºB – ÁREA DE CIENCIAS DA
NATUREZA

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