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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS APLICADAS


COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO

FÁBIO TORCHI ESTEVES

RESENHAS DAS APRESENTAÇÕES DA SEMANA DE LETRAS

RIO BRANCO - ACRE


2019
FÁBIO TORCHI ESTEVES

RESENHAS DAS APRESENTAÇÕES DA SEMANA DE LETRAS

Resenhas apresentado ao Curso de


Direito, da Universidade Federal do
Acre, como requisito parcial à
obtenção de nota na matéria de
Língua Portuguesa.
Orientador: Prof. Dr. Mário Luís
Villarruel da Silva.

RIO BRANCO - ACRE


2019
1 LINGUAGENS DA VIOLÊNCIA: PENSANDO SEXUALIDADE A PARTIR DE
SIGNIFICAÇÕES JURÍDICO-PROCESSUAIS.

Giovana Leite Drago


Orientador: Prof. Dr. Mário Luís Villarruel da Silva

Neste projeto de pesquisa, abordaram-se os desafios enfrentados pela


população LGBTI+ no Brasil e, principalmente, no Acre. Através da análise de
estatísticas de diversos institutos e uma ainda maior revisão bibliográfica, envolvendo
pensadores como Foucalt, Joan Scott, Judith Butler, Pierre Bordieu, demonstrou
possuir, além de embasamento teórico, conhecimento sobre o assunto, percebendo-
o no cotidiano e esclarecendo àqueles que não tinham conhecimento da problemática.
Na primeira apresentação, buscou-se expor o porquê é necessário o estudo da
violência contra LGBTQ+, fato que é demonstrado quando se toma conhecimento de
que o lesbocídio aumentou em 237% em apenas 3 anos; que o Brasil é o país que
mais mata transsexuais; que violências de caráter psicológico são as mais frequentes
contra o grupo em questão e que os agressores são, em sua maioria, conhecidos das
vítimas. Logo após, faz uma comparação gráfica entre preconceituosos velados e
assumidos, cujo resultado demonstra a urgência de se tratar desse assunto: em todas
as amostrar, pelo menos 50% das pessoas entrevistadas demonstravam possuir
muito preconceito com algum dos tipos de gêneros.
Posteriormente, ao diminuir a abrangência de um dado mais geral a um mais
específico, demonstra a proximidade desse tipo de problema: segundo o MP/AC, até
abril de 2018 foram 31 casos; e, de acordo com a equipe de pesquisa que elaborou o
projeto de que se discorre, até janeiro de 2019, foram 49 casos. Enfatizando-se que
esse são os casos contabilizados e cujas vítimas tiveram a coragem de enfrentar o
sistema, que muitas vezes as abandona.
Ainda por cima, aborda a questão do direito adquirido e de sua normatização,
que são coisas que não necessariamente estão acompanhadas umas das outras. Não
é garantido que, por haver uma lei, a realidade mudará instantaneamente. Discutindo
acerca dos critérios utilizados para ser considerado um humano, sustenta que “são
aqueles que nascem de uma mulher e podem ser somente homens ou mulheres,
mesmo que a Medicina ou o Direito tenham precisem intervir”. Dessa forma, em nossa
sociedade, a fim de se insiram, transsexuais passam por processos cirúrgicos -
mesmo assim, não há garantias de que realmente serão incluídos. Segundo Foucalt
(1982), é no sexo que devemos nos procurar as verdades mais secretas e profundas
do indivíduo; que é nele que se pode descobrir o que ele é e aquilo que o determina.
Finalmente, questiona como um sistema estruturado no preconceito poderia
auxiliar as vítimas deste mesmo preconceito. Foi, no geral, uma apresentação objetiva
e concisa, apresentando teorias e fundamentando-as bibliograficamente.

2 PENSAR LINGUAGENS, ENTENDER DIREITOS: NARRATIVAS DE VIOLÊNCIA


SEXUAL E DE GÊNERO NO ACRE

Larissa Batista Leite


Orientador: Prof. Dr. Mário Luís Villarruel da Silva

Neste projeto de pesquisa, foram apresentados casos de violência sexual de


gênero no Acre, tendo como fonte o CAV, Centro de Atendimento à Vítima. Foi-se
abordado como a linguagem, e construção de significados e significantes, podem
contribuir para a perpetuação do preconceito na sociedade, fato evidenciado pela
naturalização da violência doméstica, que não necessariamente é física, mas também
psicológica, patrimonial, e da violência contra determinados gêneros.
Ao analisar os casos, tornou-se perceptível que grande parte da violência se
dá no seio familiar, levando, por isso, à desistência ou à simples não denunciação do
caso, em nome de uma honra familiar maior. Caso crie coragem para superar sua
família, a vítima é desencorajada nos aparatos estatais, os quais não raramente
questionam a idoneidade da vítima, ao invés de acolhê-la. Dessa forma, ao não poder
contar com a família, e tampouco com o estado, a vítima, geralmente mulher, não
sabe para onde ir, demonstrando o claro descaso estatal acerca dessa problemática.
Percebe-se, portanto, que apesar de haver meios legais para evitar ou enfrentar o
problema em questão, como a Lei Maria da Penha, eles não são efetivos, contribuindo
para o aumento da violência em sua totalidade.
Foi uma boa apresentação, apesar de muitas interrupções, demonstrando
casos de vítimas e exemplificando a violência doméstica.

3 PRÁTICA DE LINGUAGEM, DISCURSO E PRODUÇÃO DE SENTIDOS: UM


ESTUDO DO CAV/MPAC
Ana Luísa de Oliveira Fideles
Orientador: Prof. Dr. Mário Luís Villarruel da Silva

Neste projeto, enfocou-se na violência doméstica. A pesquisadora fez uso de


infográficos baseados em diferentes institutos, como o IPEA, CAV, do MP/AC, além
de desenvolver sua fundamentação em cima de filósofos como Saussure,
relacionando à teoria do valor dos signos linguísticos; Hannah Arendt, relacionando
poder x violência; Foucalt, através da análise das relações de poder, micropoder e
poder disciplinar, disseminados no âmbito social; e Pierre Bordieu, explicitando os
fatos através da compreensão do poder simbólico, que acarreta na violência simbólica
que sustenta a dominação masculina. Além disso, sustentou a existência de uma
dominação histórica, base para a dominação contemporânea.
Segundo levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública
e Datafolha revela que a 42% das agressões tendo como vítima mulheres acontecem
em casa; segundo o Mapa da Violência, a maioria dos feminicídios ocorre no âmbito
de relações familiares, demonstrando que nem mesmo dentro de casa - e talvez
principalmente aí - a mulher está segura.
De 44 pastas analisadas do Ministério Público do Acre, o qual é o local de
pesquisa, foram identificadas 55 vítimas de violência doméstica. 83,6% das vítimas
eram maiores de idade, enquanto 16,4% eram menores - relativamente e
absolutamente incapazes. Em 45 pastas analisadas, o agressor, em sua maioria, é
um ex-cônjuge, ex-namorado, ex-companheiro ou relacionados e 34,7% eram
cônjuges, namorados, companheiros. Fator que é alarmante, pois as pessoas que
mais deveriam ser fruto de confiança, estatisticamente, são as primeiras de que as
mulheres devem desconfiar.
Os tipos de violência foram variados, porém enfatizam-se dois: físico e
psicológico. Em 42 pastas analisadas, contabilizando 92 ocorrências de violência,
duas acarretando em feminicídio, 35,8% das ocorrências eram de violência física,
enquanto a violência psicológica representa 33,6% do total de casos analisados. As
mulheres agredidas, como demonstram trechos de depoimentos retirados dos
próprios casos, sentem-se vulneráveis e sem meios para os quais recorrer: “mesmo
com a medida protetiva, ele não sai da porta da minha casa”; “ele só vai ficar mais
tempo preso quando ele me matar, e ele ainda não fez isso porque eu estou fugindo,
fugindo de uma pessoa que deveria estar presa, e não eu.” Além disso, as vítimas
costumam registrar mais de 10 boletins de ocorrência, estando à mercê da “boa
vontade” do Estado.
Por fim, demonstra que a violência doméstica possui variáveis socioculturais,
através de elemento diluídos no cotidiano social. Em determinados casos, a mulher
não denuncia para defender a honra de sua família; noutros, porque acredita que o
agressor irá mudar ou é simplesmente uma situação ocasional. Além disso, a violência
acaba sendo naturalizada, também, por conta de “fontes culturais”, com muitas aspas,
que perpetuam a violência, sem, porém, perceber ou, percebendo, fá-lo por querer,
como é perceptível em músicas tais como: “Eu vou pegar você e tãe”, de Munhoz e
Mariano; “Se te agarro com outro te mato”, de Sidney Magal; e relacionados.
Foi uma ótima apresentação, apesar dela falar muito rápido - talvez pela falta
de tempo. Apontou diversas fontes teóricas e estatísticas, além de ser clara em seus
argumentos e concisa em seus exemplos. Além disso, não desviou do tema e não
permitiu interrupções.

4 PRESÍDIOS E CDP’S NO ACRE: O PANÓPTICO, A ENGENHARIA DE


VIGILÂNCIA, E O CONTROLE DA SOCIEDADE

Leonardo Cândido
Mateus Augusto
Pedro Oliveira
Orientador: Prof. Dr. Mário Luís Villarruel da Silva

Neste projeto, buscou-se compreender de que maneira a linguagem do


panóptico embasou ou inspirou modelos de edificações prisionais e escolares no
Estado do Acre e de que forma essas construção comunicam um modelo de
concepção e consolidação da sociedade. Foi dividido em três subprojetos, sendo o
primeiro intitulado “Compreender o panóptico: uma revisão entre linguagem, filosofia
e engenharia Civil”; “Presídios e centros de detenção provisória no Estado do Acre: a
linguagem do panóptico e a engenharia vigilante no processo de controle social”; e “
Seguro pra quem tá dentro ou segura pra quem tá fora: escolas e presídios acreanos
na dialética do panóptico”. A metodologia utilizada foi a análise de documentos, em
especial as plantas baixas; além de realizar visitas a unidades de detenção, unidades
socioeducativas e escolas do Estado.
Até onde vi, foi uma ótima apresentação. Demonstraram plantas de presídios
ao mesmo tempo que apontaram como o presídio, e a seu modelo de estruturação,
podem refletir uma sociedade marcada pela vigilância e pela violência simbólica.

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