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Os Auditores Tributários Municipais enfrentam sérias dificuldades quando fiscalizam Instituições Financeiras
SESSÕES Bancárias. As principais dificuldades são as seguintes:
Boletim Informativo A – Identificar os serviços efetuados na Agência fiscalizada, inclusive aqueles que, embora ali prestados, são
contabilizados como receitas da Matriz;
Tribunal de Contas
B – Apartar receitas de prestação de serviços das receitas de operações financeiras, inclusive quando aquelas
Administração Municipal são incorporadas nestas;
C – Obter informações detalhadas e não apenas as informações sintetizadas apresentadas nos balancetes;
Câmara Municipal
D – Colher informações que os Bancos considere de natureza sigilosa, como, por exemplo, número de
Contabilidade Pública correntistas, volume de clientes por tipo de pacote de serviço, número de cartões de crédito e débito expedidos
pela Agência (Banco Emissor) etc.;
Finanças Municipais
E – Não dispor de documento fiscal de receita em quaisquer de suas modalidades;
Fiscalização Municipal
F – Não ter acesso ao detalhamento da Conta “Rateio de Resultados Internos”.
Plantão Fiscal
Diante de tantas dificuldades os Auditores Tributários não se sentem plenamente confortáveis quando
encerram a fiscalização de uma agência bancária. Sempre fica uma dúvida pairando no ar sobre os resultados
Tributos Municipais
alcançados, mas, se limitada a plenitude de seus direitos de fiscalizar, em função do metodismo formal e rígido
utilizado pelos Bancos, além da obrigação de cumprir prazos de fiscalização, o Servidor se obriga a dar por
concluído o trabalho, porém, com um incômodo pressentimento de ter sido ludibriado.
Vamos, então, trazer à baila alguns aspectos dessa complicada matéria, com o único intuito de ajudar os
Auditores nessa missão, ou, pelo menos, prestar nossa solidariedade aos seus explicáveis sentimentos.
Os serviços bancários na lista de serviços
A lista de serviços da Lei Complementar n. 116 relaciona várias atividades que são ou podem ser exercidas
pelos chamados ‘Bancos Múltiplos’. Vejamos:
Item 10 – Serviços de intermediação e congêneres: os bancos atuam em diversos tipos de intermediações,
auferindo comissão, tais como, de câmbio, de títulos, de valores mobiliários, de arrendamento mercantil, de
repasses de financiamentos e outros.
Item 15 – Serviços relacionados ao setor bancário ou financeiro: em todos os seus subitens.
Item 17 – Serviços de apoio técnico, administrativo, jurídico, contábil, comercial e congêneres: os bancos
atuam em planejamento e organização financeira, em exames técnicos, na administração de bens e negócios
de terceiros, em cálculos atuariais, na consultoria e assessoria financeira.
Quando o serviço é apenas atividade-meio de outra operação, não há incidência do ISS da prestação daquele
serviço. Quando, porém, o serviço sofre a cobrança de tarifa específica, independentemente da execução de
outra atividade, ocorre a tributação pelo ISS. Dois exemplos: levantamento cadastral para fins de empréstimo.
Se o cadastro for cobrado do cliente, antes da liberação ou não do empréstimo, ocorre a incidência do ISS. O
mesmo se dá com o serviço de avaliação de imóvel para fins de futuro financiamento.
Em relação à intermediação financeira, não podemos esquecer que o Banco é sempre um intermediador em
suas operações passivas. Capta recursos de uns para emprestar a outros. Essa intermediação, por evidência,
não gera ISS, nem mesmo quando remunera os depositantes, pois são, nitidamente, operações financeiras
sujeitas ao IOF.
Todavia, quando o Banco age como mero intermediário ou intermediador entre cliente e outra instituição
financeira ocorre a incidência do imposto em função da receita de comissão ou corretagem recebida. Exemplo:
Renda de Repasse Interfinanceiro – Contabilização da Comissão: 7.1.9.80.00-1 (Outras Receitas
Operacionais).
O Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro – COSIF
A Circular BACEN n. 1.273, de 29 de dezembro de 1987, instituiu o Plano de Contas COSIF para uso
obrigatório por todas as Instituições Financeiras. Na Seção concernente aos Princípios Gerais, a referida
Circular estabelece alguns preceitos importantes e que não devem ser esquecidos, como os seguintes:
“3 – O simples registro contábil não constitui elemento suficientemente comprobatório, devendo a escrituração
ser fundamentada em comprovantes hábeis para a perfeita validade dos atos e fatos administrativos” (nada
impede, portanto, ao Fisco de exigir comprovação relativa à escrituração de certos elementos considerados
duvidosos).
“4 b) registrar as receitas e despesas no período em que elas ocorrem e não na data do efetivo ingresso ou
desembolso, em respeito ao regime de competência”
(o Fisco deve ficar atento ao fato de que os Bancos obedecem o regime de competência, mas o ISS tributa a
receita que ingressou no mês, não importa o seu diferimento em função de sua competência).
“4 c) fazer a apropriação mensal das rendas, inclusive mora, receitas, ganhos, lucros, despesas, perdas e
prejuízos, independentemente da apuração de resultado a cada seis meses”
(portanto, a apropriação tem que ser mensal, pouco importando a apuração semestral do resultado).
“6 – O fornecimento de informações inexatas, a falta ou atraso de conciliações contábeis e a escrituração
mantida em atraso por período superior a 15 (quinze) dias, subsequentes ao encerramento de cada mês, ou
processados em desacordo com as normas consubstanciadas neste Plano Contábil, colocam a instituição,
seus administradores, gerentes, membros do conselho de administração, fiscal e semelhantes, sujeitos a
penalidades cabíveis, nos termos da lei”
(a lembrar de que o Gerente da Agência é responsável solidário perante à Instituição. O Fisco pode, portanto,
autuar a Instituição por meio do Gerente, em casos de embaraços a fiscalização ou fornecimento de
informações inexatas ou incompletas).
E o item 5 abaixo, de fundamental importância para o Fisco:
“5 – A forma de classificação contábil de quaisquer bens, direitos e obrigações não altera, de forma alguma, as
suas características para efeitos fiscais e tributários, que se regem por regulamentação própria”.
Como se vê, não é pelo fato de o COSIF determinar algum procedimento de contabilização, que poderá, por si
só, justificar a dispensa ou não de um encargo tributário. Diversos Bancos alegam, por exemplo, que a
escrituração de uma receita como “Operação de Crédito” (7.1.1.) já a desconsidera como prestação de
serviços sendo dispensada do ISS. Não é bem assim.
Em vista da insuficiência de dados disponíveis, o Auditor analisa o resultado das receitas tributáveis através
dos Balancetes Mensais e Semestrais da Agência Bancária. Utiliza, então, a escrituração pelo COSIF.
A codificação do COSIF segue a seguinte ordem:
1º dígito – GRUPOS
Ativo:
1 – Circulante e Realizável a Longo Prazo;
2 – Permanente;
3 – Compensação;
Passivo:
4 – Circulante e Exigível a Longo Prazo;
5 – Resultados de Exercícios Futuros;
6 – Patrimônio Líquido;
Receitas:
7 – Contas de Resultado Credoras;
Despesas:
8 – Contas de Resultado Devedoras;
9 – Compensação.
2º dígito – SUBGRUPOS
3º dígito – DESDOBRAMENTOS DOS SUBGRUPOS
4º e 5º dígitos – TÍTULOS CONTÁBEIS
6º e 7º dígitos – SUBTÍTULOS CONTÁBEIS
8º dígito – CONTROLE (dígito verificador)
1. Para fins de registros contábeis e elaboração das demonstrações financeiras, as receitas e despesas se
classificam em Operacionais e Não Operacionais.
Importante: as contas acima (de Ativo) englobam receitas de serviços a receber, tais como, avais e fianças,
câmbio, serviços prestados a receber, aval bancário e outros. Cabe, portanto, suas análises e pedidos de
desdobramento. Atenção especial deve ser dada à conta “Valores a Receber de Sociedades Ligadas”, pois, em
muitos casos, são serviços prestados pela Agência que, depois da consolidação departamental, desaparecem.
Nas contas de Passivo, deve ser dada muita atenção nas contas 5 (Resultados de Exercícios Futuros) e, em
particular, nas contas 5.1.1 (Rendas Antecipadas), pois Comissões recebidas antecipadamente são
contabilizadas nessas contas, segundo o regime de competência.
Segue abaixo um exemplo de desdobramento das contas 7.1.7 – Rendas de Prestação de Serviços. O
exemplo não esgota o número de contas. Observe o enquadramento do serviço no subitem da lista de serviços
da Lei Complementar n. 116/03:
Função: Registrar as rendas de administração de fundos e programas, que constituam receita efetiva
da instituição, no período.
Lista de Serviços: 15.01