CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Questão 36
O "Processo lógico de derivar uma proposição da outra, ou de se obter uma conclusão a partir
de determinadas premissas, de acordo com certas regras operatórias". (JAPIASSU &
MARCONDES, 2001)
Encontra sua expressão perfeita no conceito de:
A) juízo.
B) ataraxia.
C) anfibologia.
D) solipsismo.
E) inferência.
Questão 37
Immanuel Kant, na sua importantíssima Crítica da Faculdade do Juízo, diz que "nenhum
conceito de bom pode determinar o juízo de gosto". Ele justifica essa negação alegando que o
juízo de gosto não concerne a nenhum conceito da natureza; o que o reduz à simples
expressão da "relação das faculdades da representação entre si". Com base nessa concepção,
resta tornar o juízo de gosto correspondente, exclusivamente, ao juízo:
A) de valor sintético.
B) de conhecimento.
C) estético.
D) a priori.
E) a posteriori.
Questão 38
Questão 39
Atualmente, a questão do meio ambiente recebe grande destaque. Assim, qualquer inserção
no debate sobre tal tema requer alguma concepção acerca da natureza. Uma sintética, porém
contundente, apreciação desse assunto chama a atenção para a existência de um conceito o
qual funciona como "princípio de organização extensivo à natureza como um todo". Tal
conceito é:
A) mioma.
B) fauna.
C) flora.
D) organismo.
E) agropecuária.
Questão 40
Questão 41
Nenhum filósofo dedicou mais atenção à questão do trabalho do que Karl Marx. Ao longo de
sua obra o trabalho recebe vários significados. Isso é devido aos múltiplos pontos de vista a
partir dos quais ele reflete sobre tal objeto. Em sua análise econômica mais madura,
patenteada sobretudo em O Capital, o trabalho é detalhadamente analisado: razão pela qual,
em tal obra, o sentido de cada uma das definições só encontra inteligibilidade em função dos
atributos que o circundam. Seja como for, o aspecto constitutivo do trabalho na sociedade
capitalista, o qual dá sentido a todo esforço de Marx, e que já está presente em suas obras de
juventude, pode ser sintetizado sob a rubrica de trabalho:(MARX, 1993)
A) concreto.
B) abstrato.
C) industrial.
D) alienado.
E) mental.
Questão 42
Para Aristóteles, o que caracteriza a filosofia e a distingue das demais formas de saber é "o
conhecimento dos universais". Isso habilita o detentor de tal conhecimento à "capacidade de
ensinar"; o que só é possível aos que se lançam à "pesquisa das causas primeiras e dos
princípios". (ARISTÓTELES, 2002)
Esse tipo de conhecimento que encerra o significado primordial da filosofia, ao ser delineado
contra o pano de fundo da experiência, recebe o nome de:
A) órganon.
B) ética.
C) arte.
D) hilemorfismo.
E) física.
Questão 43
Questão 44
Um documento produzido pelo MEC a respeito da importância da filosofia para o ensino médio
descreve-a da seguinte maneira:
"A Filosofia deve compor, com as demais disciplinas do ensino médio, o papel proposto para
essa fase da formação. Nesse sentido, além da tarefa geral de "pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho"
(Artigo 2º da Lei nº 9.394/1996), destaca-se a proposição de um tipo de formação que não é
uma mera oferta de conhecimentos a serem assimilados pelo estudante, mas sim o
aprendizado de uma relação com o conhecimento que lhe permita adaptar-se "com
flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores" (Artigo 36, Inciso
II) - o que significa, mais que dominar um conteúdo, saber ter acesso aos diversos
conhecimentos de forma significativa. A educação deve centrar-se mais na ideia de fornecer
instrumentos e de apresentar perspectivas, enquanto caberá ao estudante a possibilidade de
posicionar-se e de correlacionar o quanto aprende com uma utilidade para sua vida, tendo
presente que um conhecimento útil não corresponde a um saber prático e restrito, quem sabe
à habilidade para desenvolver certas tarefas. Há, com isso, uma importante mudança no foco
da educação para o aluno, que, tomando como ponto de partida a sua formação ou em termos
mais amplos a constituição de si, deve posicionar-se diante dos conhecimentos que lhe são
apresentados, estabelecendo uma ativa relação com eles e não somente apreendendo
conteúdos".
"Objetivos para a filosofia no ensino médio". In, Orientações curriculares para o ensino médio.
Vol 3: Ciências humanas e suas
tecnologias.Portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_3 .internet.pdf.Acesso em
12/10/2016 p. 28.
Na esteira dessa caracterização, resta óbvio
qualificar como principal papel da filosofia o de:
A) articulador.
B) mediador.
C) retificador.
D) redutor.
E) formador.
Questão 45
Em uma obra chamada O que é política? (1999), Hannah Arendt ataca frontalmente a
concepção do homem como "Zoon Politikon", ou seja, como animal político, e como tal,
propenso de modo inato à sociabilidade. Contra isso, ela define a natureza da política "fora dos
homens". Como tal, ela emerge "no intra-espaço", e se estabelece como:
A) resultado.
B) pré-condição.
C) relação.
D) conversão.
E) orientação.
Questão 46
Immanuel Kant lista três "atos lógicos do intelecto, pelos quais os conceitos se produzem
segundo sua forma", são eles:
A) empírico, arbitrário e analítico.
B) diferencial, universal e consubstancial.
C) prolegomênico, derivativo e sensitivo.
D) comparação, reflexão e abstração.
E) ilação, pressuposição e concatenação.
Questão 47
"O uso da especulação racional na tentativa de compreender a realidade que se manifesta aos
homens". (IGLÉSIAS, 1999)
Essa frase encerra a característica distintiva da filosofia, delimitando com precisão sua
distância em relação à(ao):
A) ciência.
B) mito.
C) literatura.
D) ritornelo.
E) astronomia.
Questão 48
Questão 49
"A natureza é, para a humanidade, uma questão de utilidade, e não uma força em si mesma. A
finalidade de procurar conhecer as leis autônomas da natureza é sujeitá-la às necessidades
humanas, como um objeto de consumo ou meio de produção". Essa concepção de natureza
evidencia sua existência independentemente dos homens; porém, "ela só manifesta suas
qualidades e ganha significado através de uma relação transformadora" com o(a): (YOUNG,
1993)
A) trabalho.
B) consciência.
C) devir.
D) necessidade.
E) materialismo.
GABARITO:
36E
37C
38B
39D
40A
41D
42C
43A
44E
45C
46D
47B
48B
49C
50A
25. Dentre as alternativas abaixo relacionadas, indique qual noção teórica é utilizada para
fundamentar a argumentação utilizada na seguinte citação:
"O discurso ideológico é o discurso dogmático, não-crítico, que resiste à interpelação, que é
incapaz de explicitar seus fundamentos, de apresentar suas justificativas. Não é apenas pelo
que diz, que pode ser considerado ideológico, mas principalmente pelo modo como diz.
Nesse sentido, a ideologia não se contrapõe à ciência, a um saber verdadeiro, não-deológico,
mas sim à crítica, ao questionamento, à possibilidade de oferecer justificativas à interpelação,
à possibilidade de ter pressupostos examinados". (MARCONDES, Danilo. Filosofia,
Linguagem e Comunicação. São Paulo: Cortez, p.124-125).
a) A noção de narrativa de Paul Ricoeur.
b) A noção de ideologia de Destutt de Tracy.
c) A noção de ideologia de Marx e Engels.
d) A noção de ação comunicativa de Jürgen Habermas.
e) A noção de jogos de linguagem de Ludwig Wittgenstein.
a) Elogiosa, porque o mito é assinalado como um adjetivo de exaltação acerca do papel social
do cientista.
b) Verídica, porque demonstra que através de paradigmas científicos que o cientista é
também uma autoridade moral.
c) Perigosa, porque os mitos moldam comportamentos e inibem o pensamento
autônomo.
d) Inofensiva, porque cientista e mito constituem classes especializadas distintas de
pensamento.
e) Crítica, porque nenhuma revolução científica pode sobrepujar o papel dos mitos na
evolução da história da humanidade.
27. A concepção kantiana de conhecimento sustenta:
29. Kant concorda, respectivamente, com empiristas e racionalistas em relação aos seguintes
tópicos:
a) Habermas e Horkheimer.
b) Marx e Adorno.
c) Deleuze e Foucault.
d) Dewey e Rorty.
e) Wittgenstein e Searle
a) 1, 2, e 3 estão corretas.
b) 1, 2 e 4 estão corretas.
c) 3 e 4 estão corretas.
d) 2 e 3 estão corretas.
e) Somente 4 está correta.
a) 2 e 4 estão corretos.
b) 1 e 3 estão corretos.
c) 1 e 4 estão corretos.
d) 1, 2, 3 e 4 estão corretos.
e) 1, 3 e 4 estão corretos.
35. Ao tratar o fenômeno da religião, Maquiavel, em um primeiro momento, parece nos indicar
apenas os acontecimentos históricos que narra no decorrer de seus escritos, exemplo que
pode ser encontrado no capítulo onze de "O Príncipe". Discorrendo sobre os Estados
eclesiásticos, afirma que todas as dificuldades em relação à fortuna e a virtù precedem ao
momento da conquista, e, observa ele: mesmo sem virtù e sem fortuna, este modelo de
Estado se mantém. Sobre isso, assinale apenas a assertiva VERDADEIRA:
a) Os Estados eclesiásticos são sustentados pelas antigas ordens da religião, as quais têm
sido tão poderosas e de tal qualidade, que conservam os seus príncipes, no Estado, não
importando o modo como procedam e vivam.
b) Os Estados eclesiásticos defendem seus domínios com o apoio de tropas próprias, mistas,
e nunca se utilizam de forças mercenárias, que são perigosas, prejudiciais e possuem
soldados desunidos, ambiciosos e infiéis, por isso mantém o poder.
c) Os Estados eclesiásticos são sustentados por um poder a-temporal e limitado.
d) Os Estados eclesiásticos trouxeram como consequência dos seus domínios o
engrandecimento do poder da igreja, em todo o ocidente, por isso se mantém no poder, não
importando o modo como procedam e vivam.
e) Os Estados eclesiásticos, por sua força a-temporal, impediam que os governos existentes
estendessem seus domínios, e evitavam que quaisquer estrangeiros invadissem a Europa
com seus exércitos.
37. Na Idade Média, a Teoria Estética engajou vários movimentos de acordo com
interpretações que faziam da Teoria da Mímesis, tanto de Platão quanto de Aristóteles. Assim,
podem-se notar expressões artísticas como a dos artistas maneiristas, que se distinguiram
dos cânones da arte clássica ao proporem uma arte que:
38. Na tentativa de empreender uma ruptura ou "corte epistemológico" com toda filosofia, as
ciências humanas procuraram estabelecer uma revolução, criando um método próprio de
investigação que se aproximasse o quanto possível do ideal de cientificidade. (Texto
adaptado de JAPIASSU, H. Nascimento e morte das ciências humanas.) Diante desse
enunciado, analise as afirmativas abaixo e marque a alternativa CORRETA.
I - Émile Durkheim foi um dos principais defensores dessa revolução ao recomendar que os
"fatos ou fenômenos sociais" fossem tratados como coisas.
II - A estatística é um dos usos metodológicos mais empregados pelas ciências humanas, por
ser empírico, infalível e irrefutável.
III - A grande vantagem do método estatístico nas ciências humanas é que ele dispensa as
interpretações históricas e culturais.
IV - Sem considerar os métodos de caráter interpretativos e compreensivos as ciências
humanas caem na armadilha do mito da cientificidade.
39. O pesquisador pode utilizar vários tipos de métodos de raciocínios ao formular uma
hipótese. Sobre esses raciocínios, marque a alternativa INCORRETA:
GABARITO:
21C
22A
23D
24E
25D
26C
27A
28D
29E
30C
31E
32B
33C
34B
35A
36C
37D
38D
39D
SEDUC - MT - IBFC - 2017
17)
Assinale a alternativa correta.
18) Leia atentamente o trecho a seguir e assinale a alternativa que completa correta e
respectivamente as lacunas.
"Estamos, segundo inúmeros teóricos, na plenitude da ___________ e a afirmação definitiva
de um único modelo econômico/político. Fala-se, inclusive, no fim da história e a instauração
definitiva do último "ismo" (__________). Estamos, também, na iminência de um novo século e
de um novo milênio e, mesmo assim, boa parte da humanidade aguarda ainda por uma
resposta ética/política/social, capaz de lhe garantir uma vida digna e plena de paz. Apesar
disso, muitos ainda insistem na ideia de que o espaço da política é um espaço reservado
apenas para alguns, os denominados "políticos". há ainda um amplo movimento de
_______________ e descrença na política e nas possibilidades que a ação política pode
produzir em termos da construção de uma sociedade mais justa (ética) e adequada ao bem-
viver humano".
19)
Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta:
I. Embora partindo de ideias do homem em estado de natureza, Rousseau não partilha da tese
de que a natureza humana é má ou egoísta. Os homens não são inimigos por natureza, mas
são naturalmente bondosos. Na base do conflito humano, quando este acontece, situa-se a
propriedade privada; esta é a fonte geradora de atritos entre os homens.
II. Se há um estado de guerra, este é produto da relação entre as coisas e não entre os
homens. Como em estado de natureza não há propriedade privada, a guerra originada pela
propriedade também não reflete o estado de natureza. Rousseau define a guerra como uma
relação de Estado a Estado, na qual os homens particulares tornam-se inimigos apenas por
acidente.
III. Com essa ideia Rousseau se contrapõe às concepções que defendem de alguma forma o
direito à escravidão. Em nenhum momento o escravo pode ser produto da guerra, porque esta
não é uma relação de homem a homem. A guerra não concede nenhum direito que não seja
necessário a seus fins, e os fins nunca são particulares; logo, para os particulares nenhuma
consequência pode resultar após o fim da guerra da qual participam.
IV. Em Rousseau o homem é definido como livre e igual por natureza. Renunciar à liberdade
equivale a renunciar à própria condição de homem. O princípio da liberdade é inalienável; a
norma o imperativo da ação. O homem que Rousseau define como livre e igual por natureza,
porém, revela-se numa existência bastante distante da natural. "o homem nasce livre e por
toda parte encontra-se a ferros".
Estão corretas as afirmativas:
20)
Analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.
I. A relação capitalista da produção, que aparentemente parece livre, não passa de uma
relação servil. Uma relação servil em que o capital está subordinado ao trabalho e o sujeito
humano aos objetos por ele produzidos. O domínio do capital sobre o trabalho converte o
produtor real em meio de produção de riqueza e esta não lhe pertence, mas lhe aparece como
riqueza estranha. Quanto mais o trabalhador produz, mais objetos contrapõem-se a ele com
poder hostil, os quais não lhe pertencem, mas o subordinam.
II. Uma segunda característica da alienação na sociedade capitalista está ligada à própria
atividade produtiva do homem. A riqueza resultante da atividade produtiva pertence ao
trabalhador, mas se contrapõe a ele como riqueza estranha e que o domina, a própria atividade
vital do homem surge como uma atividade estranha. O estranhamento também resulta do fato
de não ser o homem que emprega os meios de produção, mas os meios de produção
empregarem o homem.
III. Quando o trabalhador chega à fábrica, defronta-se com os meios de produção como uma
força estranha que dele independe e que o domina. Um meio pelo qual a atividade vital do
homem se converte em atividade estranha é a própria divisão do trabalho. Pela divisão do
trabalho a atividade humana transforma-se em atividade maquinal, unilateral; uma atividade
separada do pensamento e idêntica ao agir animal.
IV. A atividade maquinal não oferece satisfação ao trabalhador, mas, ao contrário, o trabalho
lhe aparece como atividade estranha, que não o realiza, mas que o nega, desgasta suas
energias físicas e mentais. O trabalhador que vende sua força de trabalho por um salário não
se afirma no trabalho, não desenvolve livremente suas energias físicas e mentais, mas as
esgota. O trabalhador se sente em si, livre, fora do trabalho, e quando trabalha sente-se
estranho, fora de si.
Estão corretas as afirmativas:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
32) "Mas, o que teria a concepção de causalidade [de Aristóteles] a ver com a divisão social?
[...] Se tomarmos o cidadão ou o senhor e indagarmos a qual das causas ele corresponde [...]
se, por outro lado, indagarmos a que causa corresponde o escravo ou servo [...] compreende-
se, então, por que a metafísica das quatro causas considera a causa eficiente inteiramente
subordinada à final." (Marilena Chauí, O que é ideologia, adaptado.)
Assinale a alternativa INCORRETA:
a) A causa final é identificável ao cidadão ou ao senhor, como aquele que ordena, e está
evidentemente acima do simples meio ou instrumento da ação, o escravo
b) Tal teoria da causalidade é uma transposição involuntária no plano das ideias de relações
sociais muito determinadas, no caso, as de uma sociedade escravagista
c) Um dos traços fundamentais da ideologia consiste em tomarmos ideias como independentes
da realidade histórica e social
d) As quatro causas não possuem o mesmo valor, isto é, são concebidas como hierarquizadas,
indo da causa mais inferior à causa superior
e) A ideologia oferece uma visão arbitrária da realidade que em nada corresponde a ela, antes
é o seu avesso, um mundo de ponta cabeça
"Há uma infinidade de sombras do mesmo cubo, todas verdadeiras. Mas quem, submetido,
limitado à sombra, poderá compreender que tais aparências são aparências do mesmo ser?
[...] Retenhamos o exemplo fácil do cubo, desse cubo que nenhum olho viu e jamais verá como
ele é, mas que apenas por ele o olho pode ver um cubo, isto é, reconhecê-lo sob suas diversas
aparências. E digamos ainda que, se vejo um cubo, e se compreendo o que vejo, não há aqui
dois mundos, nem duas vidas; mas trata-se de um único mundo e uma única vida. O
verdadeiro cubo não está distante, nem próximo, nem alhures; mas é ele que sempre fez que
esse mundo visível seja e tenha sido sempre verdadeiro." (Alain, "A Caverna")
( )As percepções que se possa ter do cubo são sempre parciais, particulares e pessoais,
enquanto a ideia de cubo é completa, universal e impessoal.
( )As percepções variam e são tão diversas que o mundo visível não pode ser verdadeiro,
sendo assim apenas uma ilusão.
( )As percepções que se possa ter do cubo são menos reais do que o discurso que enuncia a
definição de cubo.
( )Todas as percepções que se possa ter do cubo são verdadeiras porque a ideia de cubo é a
reunião de todas as percepções do cubo.
( )Tudo aquilo que pode ser percebido diretamente pelos sentidos constitui a própria realidade
das coisas.
( )Tudo aquilo que pode ser percebido diretamente pelos sentidos é fidedigno enquanto
aparência.
a)V, F, V, F, F, V
b)F, V, V, V, F, F
c)V, F, V, V, F, F
d)F, V, F, V, V, F
e)V, F, F, F, V, V
35) Quanto ao estado de natureza Hobbes, tem-se que: "a natureza fez os homens tão iguais,
quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem
manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim,
quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não
suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum
benefício a que outro não possa igualmente aspirar". (Thomas Hobbes, Leviatã)
a)É um momento da vida dos homens, um estado de guerra, que já passou definitivamente,
que se situa no passado
b)É a condição anterior ao pacto que institui o Estado para preservação dos direitos naturais,
como a vida, a liberdade e a propriedade
c)É o estado para o qual os homens recaem quando da dissolução ou enfraquecimento do
poder soberano
d)É a tendência natural que os homens tem de associarem-se uns aos outros, pois não são
capazes de satisfazer suas necessidades sozinhos
e)É a condição da vida dos selvagens encontrados nas Américas
36) Use o trecho a seguir como apoio à sinalização posterior de resposta que considera a
filosofia de Aristóteles e a hierarquia estabelecida entre os objetos de conhecimento na sua
Metafísica.
"Não é ofício do poeta narrar o que aconteceu; é, sim, o de representar o que poderia
acontecer, quer dizer: o que é possível segundo a verossimilhança e a necessidade. Com
efeito, não diferem o historiador e o poeta por escreverem verso ou prosa [...] diferem, sim, em
que diz um as coisas que sucederam, e outro as que poderiam suceder. Por isso a poesia é
algo de mais filosófico e mais sério do que a história, pois refere aquela principalmente o
universal, e esta o particular". (Aristóteles, Poética.)
É correto afirmar:
37)"Há, porém, um contraste abismal entre a conduta que segue a máxima de uma ética dos
objetivos finais - isto é, em termos religiosos, "o cristão faz o bem e deixa os resultados ao
Senhor" - e a conduta que segue a máxima de uma responsabilidade ética, quando se tem de
prestar conta dos resultados previsíveis dos atos cometidos. [...] Se uma ação de boa intenção
leva a maus resultados, então, aos olhos do agente [partidário da ética dos objetivos finais],
não ele, mas o mundo, ou a estupidez dos outros homens, ou a vontade de Deus que assim os
fez, é responsável pelo mal. Mas um homem que acredita numa ética da responsabilidade leva
em conta precisamente as deficiências médias das pessoas [...] Não se sente em condições de
onerar terceiros como os resultados de suas próprias ações, na medida em que as pôde
prever." (Max WEBER, "A política como vocação").
Com base no texto, analise as afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso(F).
( )A ética dos objetivos finais se assenta sobre os valores morais associados a determinadas
crenças (da religião ou da tradição) e assumidos pelo sujeito.
( )A ética da responsabilidade considera as consequências e a circunstâncias do ato na relação
entre meios e fins.
( )Para a ética da responsabilidade valem as intenções do agente.
( )As condutas resultantes da ética da convicção e da ética da responsabilidade jamais
coincidem.
a)V, F, V, V
b)F, V, V, V
c)V, V, F, V
d)V, V, F, F
e)F, F, V, V
38) "SÓCRATES: - É que a escrita, Fedro, é muito perigosa [...] Uma vez definitivamente
fixados na escrita, rolam daqui dali os discursos, sem o menor discrime, tanto por entre os
conhecedores da matéria como os que nada têm a ver com o assunto de que tratam, sem
saberem a quem devam dirigir-se e a quem não." (Platão, Fedro, 275e).
A respeito do excerto e de seus conhecimentos sobre a filosofia de Platão, assinale a
alternativa correta.
39)
O pensador argumenta: "Que de A suceda B; limitado a este evento, só posso constatar que A
sucede B. Mas que outras vezes A suceda B, reiteradamente. Não é possível inferir da
experiência nada além de que A suceda B, em todos os casos observados, apenas. Mas, que
sempre será assim, que A implique B, uma conexão necessária, como A é causa de B, isso
não posso inferir. Se junto A e B, não é por força da razão - ela não me autoriza a tanto; antes,
o faço pela imaginação e por força do hábito de reiteradas vezes eu perceber o mesmo, que A
sucede B".
a)Locke
b)Kant
c)Leibniz
d)Descartes
e)Hume
40)
Leia as afirmativas a seguir:
II. A liberdade de expressão (isegoria) configura o espaço público, centrado na ágora, onde os
homens discutem e deliberam sobre seu destino.
III. A igualdade entre os cidadãos pressupõe a abolição das diferenças de origem, classe ou
função.
IV. A constituição da pólis foi um dos fatores para a superação do pensamento mítico ao tornar
o sagrado objeto de discussão.
a)III, V, VI apenas
b)II, III e IV apenas
c)I, II e IV apenas
d)III, IV apenas
e)I e II apenas
"Se, porém, todo o conhecimento se inicia com a experiência, isso não prova que todo ele
derive da experiência" (Crítica da Razão Pura, B1)
"Sem a sensibilidade, nenhum objeto nos seria dado; sem o entendimento, nenhum seria
pensado. Pensamentos sem conteúdo são vazios; intuições sem conceitos são cegas [...] Só
pela sua reunião se obtém conhecimento". (Crítica da Razão Pura, B75)
I. Antes da invenção do logos e do saber filosófico havia outro saber, um modo de pensar que
dava conta dos problemas concretos do cotidiano da vida do homem grego: o mito.
II. Afinal, porém, o que é o mito? Como é e para que serve? A primeira questão nos remete a
uma definição. Para tanto é importante destacarmos a etimologia da palavra. Em grego, mito
significa uma "fala que narra" a origem dos fenômenos, tanto naturais quanto humanos.
III. Diferentemente do que se pensa, o mito é uma lenda ou uma fantasia, ele surge como fruto
do processo de compreensão da realidade, por isso podemos dizer que ele é verdadeiro. E se
é uma fala, uma narrativa, quem é que o faz? É o poeta.
IV. Havia, basicamente, dois tipos de poetas: o aedo (um criador de poemas que também
recitava de memória, recriava e transformava o verso ancestral) e o rapsodo (simples repetidor,
declamador, de uma versão já fixada).
V. Vale lembrar que quando o poeta recitava o poema, apresentava-o cantando, com
acompanhamento de música e dança. Eram estratégias utilizadas para uma melhor e mais
rápida apropriação dos mitos e de toda a tradição, que por muito tempo foi conservada e
propagada oralmente.
I. Com o advento da escrita, a tradição oral passou a ser fixada como um patrimônio comum de
que o poeta seria o guardião. Exemplo deste patrimônio cultural são as poesias de Homero (a
Ilíada e a Odisseia, século 9º a.C.) e de Hesíodo (a Teogonia e Os Trabalhos e os Dias, 7º
a.C).
II. A questão central, então, passou a ser sobre a credibilidade e a veracidade da narrativa do
poeta. O que garante que ele diz a verdade? Caso o poeta fosse escolhido e inspirado pelos
deuses e desse testemunho inquestionável sobre a origem de todas as coisas, como se dá a
gestação das coisas e dos próprios deuses? Quem são os deuses?
III. Afinal, qual é a função do mito na sociedade e na vida do homem grego? A função
primordial do mito era responder a questões fundamentais como: Qual a origem de todas as
coisas? O que significa o homem e qual a sua relação com o mundo natural e com o mundo
humano?
IV. A narrativa explicava e significava a realidade, o modo de vida, a organização social, a
conduta dos homens, os valores e normas, de modo que "os comportamentos e as atitudes
que a sociedade quer preservar são condensados em paradigmas - exemplos idealizados e
fixados em personagens - que os jovens devem incorporar".
V. Os valores que a sociedade elegeu como os melhores a serem observados e vivenciados
por todos os membros da sociedade estão expressos nos deuses, semideuses e heróis
contados pelos poetas: "o ideal heroico, representado por um Aquiles, ou por um Ulisses, em
múltiplas situações concretas, consubstancia um código de valores objetivos.
Estão corretas as afirmativas:
46) "O modo de _______, como exercício da razão (logos) dos primeiros filósofos, é uma
_________ acerca da origem, ordem e transformação da natureza e do ser ________. É um
discurso que institui conceitualmente o princípio fundante que unifica e ordena a totalidade".
a) Os filósofos pós-socráticos escolheram um Physis para dizer qual era o princípio que estaria
na origem da natureza e de seus movimentos
b) Além de Tales de Mileto, podemos ainda mencionar: Heráclito, cujo princípio era o átomo, o
movimento; Pitágoras, que afirmava ser o número o princípio de todas as coisas; Leucipo e
Demócrito, para quem o princípio era o fogo
c) O nascimento da Filosofia, portanto, pode ser entendido como um novo modo de pensar que
se diferencia do mito, de uma visão de mundo única que se formou a partir de narrativas que
eram transmitidas oralmente de geração para geração
d) A religião, era apresentada com sistemas teóricos escritos, livros sagrados, sacerdotes, e
aceita por toda população que nela acreditava e a concebia como verdadeira
e) Por muito tempo o pensamento mítico não foi suficiente para organizar, explicar e significar o
mundo, porém, o pensamento filosófico, enquanto um pensar conceitual e reflexivo acerca da
realidade, busca ordenar, explicar e significar a simplicidade do cosmos e a diversidade dos
seres
"O equívoco de ________________, para ele, foi supor que a mudança se realiza sob a forma
da contradição, pois a mudança ou transformação é a maneira pela qual as coisas realizam
todas as potencialidades contidas em sua essência. Assim, quando a semente se transforma
em árvore, nenhuma delas torna-se contrária a si mesma, mas desenvolve uma potencialidade
definida pela identidade própria de sua essência"
a)Friedrich Nietzsche
b)Rene Descartes
c)Platão
d)Heráclito
e)Blaise Pascal
"Cabe à Filosofia buscar responder: como e por que, sem mudarem de essência, as coisas se
transformam? Como e por que há seres imutáveis? Se, por um lado,____________ tem razão
ao defender que o pensamento e a linguagem exigem a identidade, por outro _________
também tem razão ao afirmar que as coisas mudam. Ambas existem, portanto, sem que seja
preciso cindir a realidade em dois mundos, à maneira platônica".
a)Aristóteles - Heráclito
b)Platão - Parmênides
c)Parmênides - Heráclito
d)Sócrates - Platão
e)Renê Descartes - Aristóteles
a)I e II apenas
b)II e III apenas
c)III e IV apenas
d)I, II e III, apenas
e)II, III e IV, apenas
53) "A ________, desempenha um papel muito importante, não apenas na Filosofia, mas na
construção de todo conhecimento que se pretenda ___________, ou ao menos, sustentável,
qual seja: ajudar a analisar a própria estrutura formal e expressiva do conhecimento, de como
pode ser bem estruturado e, assim, bem compreendido".
a)Biologia - Falso
b)Lógica - Verdadeiro
c)Lógica - Falso
d)Matemática - demonstrar
e)Geografia - Construir
54) "Argumentos ____________. São aqueles que, a partir de dados singulares enumerados,
levam à inferência de uma verdade universal. Chega-se à conclusão a partir dos dados
particulares, de modo que o conteúdo da conclusão acaba excedendo o das premissas. Este
argumento sacrifica o caráter de necessidade dos outros argumentos".
a)Dedutivos
b)Argumentativos
c)Prestativos
d)Conciliadores
e)Indutivos
I. Lemos e ouvimos muitas coisas a todo o momento. Muitas vezes, porém, estes discursos são
ardilosos, enganadores, falsos, embora não pareçam. Trata-se da falácia: um tipo de
argumento que parece correto, mas, na realidade, não é. As falácias podem ser classificas em
11 tipos.
II. Este apelo consiste em ameaçar com consequências desagradáveis se não for aceita ou
acatada a proposição apresentada. Ex: Você deve se enquadrar nas novas normas do setor.
Ou quer perder o emprego? Trata-se portanto do apelo à misericórdia.
III. Apelo ao povo: consiste em sustentar uma proposição por ser defendida pela população ou
parte dela. Sugere que quanto maior o número de pessoas que defende uma ideia, mais
verdadeira ou correta ela é. Incluem-se aqui os boatos, o "ouvi falar", o "dizem", o "sabe-se
que". Ex: Dizem que um disco voador caiu em Minas Gerais.
IV. Consiste em citar uma autoridade (muitas vezes não qualificada) para sustentar uma
opinião. Ex: O melhor antigripal é Benegripe, porque Pelé toma (ou diz tomar) Benegripe
quando está gripado. Esta afirmação refere-se às generalizações apressadas.
V. Ataque à pessoa ou argumento contra o homem, consiste em atacar, em desmoralizar a
pessoa e não seus argumentos. Ex: Não deem ouvidos ao que ele diz, ele é um beberrão, bate
na mulher e têm amantes (Uma variação deste argumento é o "tu quoque" (tu também).
Consiste em atribuir o fato a quem faz a acusação. Ex: alguém lhe acusa de algo, e você diz,
"tu também"! (Isso, evidentemente, não prova nada).
"A concepção de universo de ___________ ainda hoje baliza os discursos que intentam a
construção da nação, pois também o Brasil intitula-se República (Coisa Pública em
construção). Por isso é preciso perguntar, até que ponto na educação e na Universidade
brasileira optamos teórica, política e administrativamente pela formação e informação
construtiva de todos para todos, ou pela sistemática e estratégica desinformação das grandes
massas para a construção do poder próprio de determinados grupos? o conhecimento como
saber formalizado em sistemas teóricos nas mais diversas áreas e capaz de operações
práticas, que interferem na natureza, na sociedade e na compreensão valorativa do indivíduo, é
necessariamente limitado se comparado à totalidade das experiências humanas. toda a
formalização científica paga o preço da sua coesão interna autorreferencial com a limitação de
sua compreensão e com a aplicabilidade a um campo necessariamente restrito".
a) Péricles
b) Tucides
c) Anaxágora
d) Eurídes
e) Sócrates
a) Perguntar pela utilidade da Filosofia geralmente esconde ou supõe uma resposta irônica,
conhecida de muitos estudantes: "A Filosofia é uma ciência com a qual e sem a qual o mundo
permanece tal e qual". Em outras palavras: "A Filosofia não serve para nada"
b) Chama-se, por isso, de "filósofo" alguém distraído, que está com a cabeça no mundo da lua,
pensando e falando coisas que todo mundo consegue entender, mas que são totalmente
aproveitáveis
c) A pergunta "para que Filosofia?" tem, contudo, sua razão de ser. tem a ver com a cultura e o
tipo de sociedade em que vivemos. Estamos numa cultura e numa sociedade que só se
considera como legítimo, com direito de existir, aquilo que tiver alguma finalidade teórica,
intangível e de utilidade imediata
d) Por isso, é compreensível que alguém pergunte: para que as Ciências? Todos imaginam ver
a utilidade das ciências nos produtos da técnica, isto é, na aplicação científica à fantasia
(Chauí, 1991, p. 13)
e) Enquanto isso, todos conseguem ver para que serve a Filosofia. E se ninguém conseguir ver
a utilidade desta, isso significa que ela ainda é muito importante
I. Pode-se afirmar que a civilização grega iniciou sua formação em cerca de 1.500 a.C., mas só
atingiu seu apogeu dez séculos mais tarde. Por volta dessa época estabeleceu-se a
democracia ateniense, a arte grega atingiu os píncaros de seu desenvolvimento e a Filosofia
nasceu e se desenvolveu rapidamente.
II. Antes disso, porém, predominava uma forma muito distinta de compreensão do homem e do
mundo: é o que conhecemos por modernismo. Duas grandes obras restam-nos desse período,
as quais traçam um painel do mundo grego de então, dando-nos informações preciosas sobre
sua moral, religião etc.
III. A pergunta que então nos interessa colocar aqui é a seguinte: Que concepção de homem
encontramos ali? Para responder a isso devemos primeiro, vislumbrar o mundo da época:
tecnologicamente falando ele é, naturalmente, extremamente rudimentar.
IV. A origem dos fenômenos naturais é então explicada de uma forma obviamente diferente
daquela que caracteriza uma sociedade moderna. O modelo para explicação desses
fenômenos é, em primeiro lugar, os fenômenos do mundo social. Assim, por exemplo, se a
ordem de uma comunidade é mantida pelo poder exercido pelo seu líder supõe-se, igualmente,
um governante ? de muito superior poder, é claro ? deve também responder pela ordem do
mundo da natureza.
"É a partir do século 6º a.C. que surge na Grécia aqueles que chamamos de primeiros
filósofos. Falar acerca deles nos permite, ao mesmo tempo, formularmos uma primeira visão
geral do que chamamos de Filosofia. Desses primeiros pensadores não temos, em geral, mais
do que pequenos fragmentos resgatados de obras de pensadores bem posteriores. no caso de
______________, considerado o primeiro filósofo, não temos sequer uma linha de seus
escritos, tendo sido perdido então, qualquer registro direto do seu pensamento".
a)Sócrates
b)Platão
c)Péricles
d)Tales de Mileto
e)Aristóteles
I. No início do século XVI uma série de mudanças de grande porte ocorreu no mundo europeu.
Tais mudanças afetaram todos os campos: a moral, a religião, a arte, a ciência, a Filosofia, a
economia, a política. Todas estas mudanças estão, naturalmente, interligadas. São, entretanto,
conhecidas por diferentes nomes. Assim, as mudanças profundas na estrutura religiosa
iniciadas nos estados germânicos são conhecidas por Reforma Protestante e a reação a estas
mudanças deu origem à Contra Reforma Católica.
II. A grande impulsão que conheceram as artes, notadamente na Itália, é identificada como
Renascimento. Na Economia, o capitalismo deu seus primeiros passos, enquanto a descoberta
e colonização da América dava origem ao sistema comercial do Mercantilismo. A ciência, tal
como a entendemos, dá seus primeiros passos com Bacon e se afirma definitivamente com
Newton.
III. Na política, assistimos à decadência do feudalismo e à ascensão dos primeiros Estados
nacionais. A Filosofia liberta-se enfim do jugo do cristianismo que a utilizará durante mil anos
como serva. O Discurso do Método de Descartes é um brado contra toda submissão à tradição
e ao respeito sagrado que sempre cercará os textos de autores consagrados pela Igreja, como
Aristóteles.
IV. Abrem-se as portas para a originalidade e a palavra de ordem passa a ser o "ousa Saber!"
Toda essa série de mudanças implicou profunda e ampla caracterização da natureza humana.
É nesse momento histórico que surgem as noções de "indivíduo" e de "sujeito". A primeira
dessas encontra lugar desde que, com o fim do sistema feudal e da vinculação direta do
homem a terra na qual ele trabalha, tem início um processo de independentização dos homens
e dos fortes laços que os ligavam aos senhores feudais.
GABARITO:
16C
17A
18D
19E
20C
31D
32E
33A
34E
35C
36B
37D
38B
39E
40D
41C
42C
43D
44E
45A
46B
47C
48E
49C
50D
51C
52C
53B
54E
55D
56B
57E
58C
59B
60A
61C
62D
63E
64B
65E
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
(A) ao Caos.
(B) a Apolo.
(C) a Tánatos.
(D) a Zeus.
(E) à Natureza.
(A) Em Protágoras, ele é ilimitado, já que o homem, como medida de todas as coisas, não é
medido em relação a nada mais, seja a verdade, o bem ou a utilidade.
(B) Em Górgias, ele se manifesta na impossibilidade de conhecer mesmo aqueles objetos da
natureza mais dotados de ser, sendo portanto impossível o uso do discurso para demonstrar
ou persuadir.
(C) Apesar de limitar, ele não anula, para os sofistas, a pesquisa e a manifestação da verdade,
da qual os sofistas se consideravam e eram considerados exímios professores.
(D) A partir da negação do ser e da afirmação do nada, o relativismo faz surgir a retórica a
partir da desvinculação entre palavra e ser, tornando a palavra portadora de persuasão.
(E) Ele propiciou aos sofistas um mecanismo teórico de conciliação entre convenção e
natureza como fontes inseparáveis e necessárias das normas reguladoras da cidade e da vida
dos indivíduos.
23. Quanto à noção de alma (psique), central para a antropologia filosófica antiga, assinale a
alternativa correta.
(A) Para Aristóteles, os seres vivos se distinguem a partir do seu específico e exclusivo tipo de
alma, peculiar a cada um deles: os vegetais, a alma vegetativa; os animais, a alma sensitiva; o
homem, a alma intelectiva.
(B) O homem, para Platão, é a conjunção entre alma (sede da faculdade racional) e corpo
(sede da faculdade apetitiva).
(C) Para Platão, a alma é a sede unitária de uma virtude - a justiça - que permite ao homem
medir-se e ser medido em sentido moral.
(D) Para Aristóteles, a alma humana é sede da razão e dela não participam as paixões e os
desejos, cuja sede é o corpo, considerado raiz de todo mal e cárcere da alma.
(E) Platão apresenta a alma como composta por três partes: a racional, a irascível e a apetitiva,
para as quais correspondem três virtudes.
24. A respeito do agir segundo a razão e do agir com razão, na ética aristotélica, é correto
afirmar que
(A) a virtude é razão, de modo que o agente virtuoso deve agir consciente do dever, o que
instala o domínio da inteligência como princípio interno e motivação da ação.
(B) o valor do ato decorre antes da virtude de seus resultados, quando esses coincidem com
prudência (a reta razão), que de qualquer princípio interno da ação ou movimento interno
racionalmente determinado.
(C) agir virtuosamente não é apenas agir conforme a razão e sim agir com razão,
acompanhado da razão, como um princípio interno, resultando na tese de que a virtude moral
decorre do hábito.
(D) agir segundo a razão e agir com razão se igualam, estabelecendo-se a tese de que a
virtude moral depende do conhecimento e do esclarecimento do agente, isto é, a tese do
predomínio da razão como bem supremo.
(E) com a distinção entre agir segundo a razão e agir com razão, Aristóteles propõe a diferença
entre opinião e saber, resguardando o louvor apenas à ação baseada em saber, isto é, fundada
na razão.
25. Caracteriza-se como ato voluntário, na filosofia aristotélica, aquele em que o princípio da
ação
(A) é externo ao agente, ao mesmo tempo em que ele desconhece as circunstâncias que
envolvem seu ato.
(B) está no agente e esse agente conhece as circunstâncias em que se desenvolve a ação.
(C) está no agente, mesmo quando ele desconhece as circunstâncias em que se desenvolve a
ação.
(D) é externo ao agente, ainda que ele conheça as circunstâncias que envolvem seu ato.
(E) está no agente, que desconhece algumas das circunstâncias envolvidas em seu ato, porém
dele não se arrepende.
26. Assinale a seguir a alternativa que melhor expressa a solução proposta por Santo
Agostinho para a relação entre fé e razão.
(A) A fé comanda e até substitui a razão, de modo que a solução agostiniana pode ser
adequadamente expressa pela seguinte afirmação: creio porque é absurdo.
(B) Fé e razão, como faculdades distintas da alma humana, devem ser aplicadas
separadamente a distintos objetos, de modo que a solução agostiniana pode ser expressa pela
seguinte afirmação: a fé se aplica às coisas divinas, enquanto a razão, às coisas do mundo.
(C) A razão comanda a fé e pode mesmo superá-la em determinadas condições, de modo que
se pode afirmar que, para Santo Agostinho, a fé é o estágio inicial do conhecimento e a ciência
seu estágio definitivo.
(D) A fé é um pré-conhecimento em relação à razão, sendo que o conhecimento é resultado de
uma atividade racional à qual a fé abre o acesso, de modo que a solução agostiniana se dá
pela unidade indivisível que é a inteligência da fé.
(E) A fé, enquanto opinião, auxilia a razão, que é o saber verdadeiro, iluminando a alma
humana para a compreensão das ideias definitivas e rejeição das coisas transitórias desta vida,
de modo que a solução agostiniana é assim expressa: entendo para crer.
27. São, para Kant, formas da sensibilidade, estrutura ou lei interna do espírito segundo as
quais o sujeito coordena suas impressões, captando sensivelmente as coisas,
29. Quanto aos conceitos de belo e sublime, em Kant, assinale a alternativa correta.
(A) Ambos, o belo e o sublime, referem-se à forma do objeto, sendo portanto propriedades
objetivas das coisas.
(B) Diferentemente do belo, o sublime agrada por si mesmo, isto é, sem a interposição de
interesses.
(C) Diferentemente do sublime, o belo diz respeito ao simples e desperta para a representação
do ilimitado.
(D) Ambos, o belo e o sublime, despertam prazer positivo, mas o belo pode suscitar também a
comoção e a maravilha.
(E) Diferentemente do belo, o sublime diz respeito ao informe, o que implica também a
representação do ilimitado.
30. Assinale a alternativa correta no que concerne à experimentação como elemento central do
método científico de Galileu.
(A) Para Hobbes, há a necessidade de serem postos limites ao estado para que se possa viver
em liberdade.
(B) Locke sublinha, ao discutir o governo, o primado da lei natural sobre a lei positiva.
(C) Para Hobbes, há a necessidade de serem postos limites ao soberano para que se possa
viver em liberdade.
(D) Locke sublinha, ao discutir o governo, o primado da lei positiva sobre a lei natural.
(E) Rousseau sublinha, ao discutir os fundamentos da sociedade, o primado da vontade
individual (expressão da lei natural) sobre a vontade geral (expressão do estado).
(A) O conhecimento não tem valor em si, tem de estar fundamentado em fatos e deve seguir
uma via epistemológica experimental.
(B) O conhecimento consiste em expressar conceitos a priori, deve estar fundamentado na
razão e deve seguir uma via epistemológica dedutiva.
(C) O conhecimento é valioso por si mesmo, independentemente de seus resultados práticos,
deve estar baseado em antecipações, ou teorias, sobre a natureza e deve seguir uma via
epistemológica indutiva.
(D) O conhecimento deve respeitar e conservar a natureza das coisas, deve desvelar a
essência dos fenômenos de modo a permitir ao ser humano controlá-los, seguindo-se portanto
uma via epistemológica positivista.
(E) O conhecimento deve produzir utilidades para o ser humano, sendo fundamentado em
teorias e modelos matemáticos e deve seguir uma via epistemológica racionalista.
35. Quanto à noção de revolução científica, para Thomas Kuhn, assinale a alternativa
INCORRETA.
(A) Uma revolução científica é uma mudança de paradigma, envolvendo não apenas a
substituição de uma teoria por outra e sim uma completa mudança de uma rede de
compromissos, crenças e valores científicos por outra.
(B) As revoluções científicas, necessariamente, têm um caráter não racional, isto é, a decisão
de mudança de um paradigma para outro não pode ser decidido com base apenas em valores
e métodos da ciência normal.
(C) As revoluções científicas são objetivamente progressivas, ou seja, elas decorrem de uma
sequência cumulativa de eventos.
(D) Uma revolução científica fará emergir uma nova tradição científica normal que será, a seu
tempo, não somente incompatível como também - muitas vezes - incomensurável com a
tradição precedente.
(E) Revoluções científicas são repentinas e não estruturadas, sendo comparadas por Kuhn às
experiências de conversão.
36. Assinale a alternativa que apresenta o critério de demarcação científica considerado, por
Karl Popper, aquele que melhor identifica a ciência, distinguindo-a das demais formas de
conhecimento e da pseudociência.
(A) Irrefutabilidade, isto é, a propriedade que um sistema científico possui quando ele se
mostra como sendo verdadeiro.
(B) Consentimento da comunidade, isto é, a propriedade que um sistema científico adquire
após ter sido aceito por uma comunidade de pesquisadores relevantes.
(C) Progressividade, isto é, a condição que um programa científico adquire por ser o resultado
do acúmulo de descobertas e desenvolvimentos ao longo de um tempo.
(D) Falseabilidade, isto é, a enunciação de proibições que, se forem observadas por meio de
testes genuínos, refutam o sistema científico.
(E) Integridade, isto é, a elaboração das premissas científicas e dos testes dentro de padrões
técnica e eticamente rigorosos.
(B) novas teorias desenvolvidas são mais verdadeiras que as teorias precedentes.
(C) um paradigma científico é substituído por outro paradigma.
(D) novas teorias desenvolvidas são mais realistas que as teorias precedentes.
(E) as novas explanações científicas em um determinado campo do conhecimento são mais
formalizadas matematicamente que as explanações precedentes.
(A) a veracidade.
(B) a objetividade.
(C) o determinismo.
(D) o sistema.
(E) a possibilidade.
39. A respeito da liberdade humana, na filosofia de Jean-Paul Sartre, é correto afirmar que
(A) ela é sempre parcial, porquanto o ser humano é limitado pelos imperativos da natureza.
(B) ela é definida pela essência humana, que estabelece em quais setores da existência o ser
humano é livre e em quais ele não o é.
(C) ela é absoluta, sendo o ser humano condenado a inventar, a cada instante, a si mesmo.
(D) ela é liberdade de razão, isto é, a possibilidade de se submeter à necessidade.
(E) ela é a possibilidade de agir em conformidade com as próprias regras, uma autonomia,
limitada apenas pelas leis que devem governar uma população.
(A) recursividade.
(B) relatividade.
(C) atualidade.
(D) dialeticidade.
(E) intencionalidade.
41. Quem se volta para o plano dos entes em sua factualidade, ou seja, ao cuidado pelo ser-
no-mundo, o cuidado com as coisas, utilizando-as e delas se servindo, vive uma forma de
existência considerada por Heidegger como sendo
(A) consiste no relacionamento pessoal com um conjunto de doutrinas da fé, o que é expresso
pela teologia.
(B) consiste em uma forma de vida de apego ao dever e que se expressa, dentre outros
aspectos, pelo casamento.
(C) se divide em dois, sendo um deles o da religiosidade geral e o outro o da religiosidade
paradoxal, cujo ponto central - o paradoxo absoluto - é a existência do Deus-homem.
(D) se divide em três, sendo eles a religiosidade objetiva, a religiosidade subjetiva e a
religiosidade intersubjetiva.
(E) se divide em dois, sendo um a religiosidade estética e o outro a religiosidade ética, cuja
expressão central é a obediência aos mandamentos divinos.
44. O poder que se exerce sobre os corpos, visando a torná-los dóceis e produtivos, e o poder
sobre a vida e a morte, que considera o ser humano como ser vivente, são chamados por
Michel Foucault, respectivamente, de
45. Hannah Arendt reflete a respeito de três atividades humanas que são vinculadas a três
formas de vida humana. Tal relação esquemática é central na filosofia daquela pensadora e em
sua crítica da sociedade contemporânea. Assinale a alternativa que relaciona, corretamente,
aqueles modos de vida e atividades humanas.
(A) Ser político - trabalho; homo faber - fabricação; animal laborans - ação.
(B) Ser político - ação; homo faber - trabalho; animal laborans - fabricação.
(C) Ser racional - ação; homo economicus - trabalho; homo ludens - diversão.
(D) Ser político - ação; homo faber - fabricação ; animal laborans - trabalho.
(E) Ser racional - contemplação; homo economicus - ação; homo laborans - trabalho.
46. Quanto ao segundo princípio de justiça, conforme John Rawls, é correto afirmar que
(A) nele não se admitem desigualdades de renda e bens, já que considera como fundamento
da justiça a igualdade social e econômica.
(B) nele se afirma a mais ampla liberdade para todas as pessoas, sendo que a liberdade da
pessoa deve ser igual a das outras e a mais extensa possível.
(C) nele são admitidas desigualdades sociais e econômicas, desde que todos sejam
igualmente beneficiados.
(D) nele se afirma que cada pessoa tem o mesmo direito a um esquema de liberdades básicas
iguais e compatíveis com as liberdades de todos os outros.
(E) nele são admitidas desigualdades sociais e econômicas, porém quando essas estão
vinculadas a posições acessíveis a todos e beneficiam ao máximo as pessoas menos
favorecidas.
47. Em sua proposta de um estado mínimo, Robert Nozick defende que as relações de
cooperação e associação entre os indivíduos devem ser
(A) voluntárias, já que o Estado deve reconhecer os direitos individuais como invioláveis.
(B) legalmente organizadas e reguladas, já que o Estado tem, entre suas poucas funções, o
estímulo à associação entre indivíduos.
(C) determinadas pelo Estado, responsável primeiro pela sobrevivência dos indivíduos e da
coletividade na qual aqueles indivíduos cooperam e podem prosperar.
(D) estimuladas pelo Estado, que deve considerar, para tanto, o interesse da sociedade mais
ampla e a necessidade de manutenção da segurança e bem-estar daqueles indivíduos isolados
ou coletivamente organizados.
(E) desestimuladas pelo Estado, porquanto elas oferecerem risco à capacidade de governo e
ao seu direito e monopólio de vigilância sobre os indivíduos.
48. Com a noção de um princípio de responsabilidade, Hans Jonas quer acrescentar à ética,
além da dimensão quotidiana, imediata e presente da interação humana (típica, segundo ele,
das demais éticas), duas outras dimensões ou âmbitos. Quais são esses dois âmbitos?
49. Para Michel Foucault, a parresía entre os antigos compreendia dois sentidos mutuamente
relacionados. São eles:
50. Para David Hume, o nexo causa-efeito apresenta elementos essenciais, acessados de
diferentes modos. Quanto a isso, é correto afirmar que esses elementos são:
GABARITO:
21A
22D
23E
24C
25B
26D
27C
28B
29E
30A
31D
32B
33A
34E
35C
36D
37A
38E
39C
40E
41D
42C
43B
44D
45D
46E
47A
48C
49B
50C
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
31. Franklin Leopoldo e Silva, no texto História da Filosofia: centro ou referencial?, aborda
uma questão importante relativa ao ensino de filosofia que é a da organização dos planos de
ensino, tomando a produção dos filósofos ao longo da história do pensamento humano, como
centro do trabalho na disciplina, ou como uma referência. Após apontar vantagens e
dificuldades relativas às duas possibilidades, ao se referir à segunda, aponta a flexibilidade na
organização do plano de ensino como uma vantagem e, como dificuldade, o grande esforço e
conhecimento exigidos do professor para que as produções dos filósofos selecionadas sirvam
adequadamente ao bom rendimento das aulas. E, neste momento, ele diz: "... pois, a
discussão de temas filosóficos sem o recurso à história da filosofia não resulta em
aprendizado e envolve o risco de se permanecer no "livre pensar"". (SILVA, Franklin Leopoldo.
"História da Filosofia: centro ou referencial?". In: NETO, Henrique Nielsen (Org.) O ensino da
filosofia no 2º grau. São Paulo: SEAF/Sofia, 1987, p. 153-162)
Segundo o autor,
Lídia Maria Rodrigo, no livro Filosofia em sala de aula: teoria e prática para o ensino médio
(2009) ao dizer dos manuais utilizados no ensino de filosofia que se centravam na história da
filosofia apenas trabalhando-a na perspectiva de informar os alunos a respeito das produções
dos filósofos numa ordem cronológica e ao dizer de uma nova perspectiva que não coloca o
aluno imediatamente diante desta produção histórica, indica, esta nova perspectiva nos
seguintes termos: "Em lugar de apresentar a filosofia como um catálogo de soluções típicas, é
preciso começar compreendendo o ato que instaura a necessidade de buscar respostas, ou
seja, assumir uma postura indagadora sobre o sentido do real. A partir do levantamento destas
questões é que se pode e deve recorrer à história da filosofia que, então, deixa de ser um fim
em si mesma, como na perspectiva tradicional, inserindo-se na dinâmica da reflexão filosófica
sobre os problemas que se colocam para o homem atual".
(A) IV e V.
(B) I, II e V.
(C) III e V.
(D) I e III.
(E) II e IV.
33. Com relação a se ter uma organização do plano de ensino de filosofia para o ensino médio
ou centrado na história da filosofia, ou tendo como foco temas a serem, de alguma maneira,
definidos pelo professor, Lídia Maria Rodrigo afirma que "não é obrigatória a opção por uma
dessas alternativas, havendo possibilidade de mesclá-las em um programa composto por uma
parte histórica e outra temática". (2009, p. 53). Pensando assim ela diz ser favorável à
organização do plano de ensino de filosofia que tenha a história da filosofia não como centro e
sim como referencial.
Tomando por base suas afirmações, pode-se dizer que esta autora:
(A) descarta totalmente a presença da produção dos filósofos ocorrida ao longo da história.
(B) afirma ser a opção por se organizar a programação do ensino de filosofia no ensino médio
aquela que tenha unicamente por base as temáticas filosóficas.
(C) propõe uma organização do plano de ensino de filosofia que não descarta a história da
filosofia e sim que a tenha como referencial.
(D) indica que o professor jamais poderia ter com alternativa organizar seu plano de ensino de
filosofia tendo como centro a história da filosofia.
(E) sugere que a história da filosofia seja o referencial para os temas a serem trabalhados nas
salas de filosofia.
34. Partindo do pressuposto que cabe ao professor de filosofia definir a temática filosófica com
a qual trabalhará com os alunos, uma pergunta que se coloca é a seguinte: como
desencadear o processamento da aula? Lídia Maria Rodrigo (2009, p. 57) indica o seguinte:
"Definido o tema filosófico a ser abordado, pode-se promover uma primeira aproximação,
ainda pré-filosófica, empregando recursos e materiais que sejam familiares e do interesse do
estudante, como por exemplo, música, poesia, trechos literários, textos de jornal, filmes, etc."
Ao mesmo tempo esta autora afirma que "esse ponto de partida deve ser rapidamente
superado, se quisermos ingressar no terreno da filosofia, uma vez que uma postura filosófica
implica a ruptura com uma visão comum de mundo".
(A) I e IV.
(B) II e V.
(C) II, IV e V.
(D) III e V.
(E) I e III.
35. Alejandro Cerletti, em O ensino de filosofia como problema filosófico (2009) apresenta, às
páginas 31 a 40, a ideia de que o fazer filosofia pode se caracterizar como "repetição criativa"
(concordando com outro autor, Alan Badiou) e, ao mesmo tempo, por defender que aulas de
filosofia devam ser exercícios do filosofar, mediados pelo professor e dentro das
possibilidades dos alunos, diz que, assumindo isso, pode-se dizer que esta ideia deve ser a
"condição de nosso ensino" (p. 35). Repetição, no caso, tem a ver com o apresentar os
problemas postos pela tradição filosófica e as soluções dadas a elas; criação tem a ver com o
atualizar estes problemas para a realidade de cada contexto no qual os alunos e o professor
estão inseridos. A repetição ele a denomina de "dimensão objetiva" e a criação de "dimensão
subjetiva". Diz, também, que tradicionalmente o ensino de filosofia se esgotou na dimensão
objetiva (repetição do já produzido). Indica superar isso mantendo a repetição com a
atualização criativa dos problemas e das soluções, sempre provisórias.
Segundo o texto,
(A) repetir criativamente, no ensino de filosofia, consiste em oferecer aos alunos acesso a
textos dos filósofos, auxiliá-los na identificação de aproximações entre a sua realidade e os
problemas que nela os afetam e o pensamento dos filósofos e, ainda, auxiliá-los a pensar
filosoficamente, de uma maneira própria, sua realidade e seus problemas.
(B) o que importa verdadeiramente num ensino de filosofia que atenda às necessidades dos
alunos é fazê-los pensar a partir dos seus problemas, sem necessidade de cotejá-los com os
problemas presentes na história do pensamento humano.
(C) o autor citado afirma que o ensino tradicional de filosofia foi totalmente inócuo.
(D) oferecer aos alunos acesso a produções dos filósofos realizadas ao longo da história do
pensamento humano auxiliando-os na compreensão delas é algo não recomendável num
ensino de filosofia contemporâneo.
(E) repetir criativamente, no ensino de filosofia, significa ter acesso a textos dos filósofos para
que, apenas por eles mesmos, os alunos identifiquem relações com os problemas de sua
realidade.
Sabe-se que uma caraterística distintiva do discurso filosófico é a presença, neste discurso, da
argumentação. Tudo que se afirma deve ser acompanhado por argumentos ou, o que é
mesmo, por justificações. Sem argumentos ou justificações, as afirmações são vazias. Um dos
objetivos educacionais (um deles, não apenas ele) de aulas de filosofia é o de desenvolver
nos estudantes sua competência argumentativa, aliás, necessária nos mais variados aspectos
da existência humana. Diversos recursos podem ser utilizados visando ao desenvolvimento da
capacidade argumentativa em aulas de filosofia. Alguns deles estão presentes nas citações
que se seguem: "A argumentação e o debate foram expulsos das aulas" "Um dos instrumentos
mais adequado para esse trabalho é o estudo do texto filosófico, ou de alguns recortes, que
possam ser tomados como unidades de leitura, visto ser ele um texto essencialmente
argumentativo". "Outra atividade fundamental ao desenvolvimento da capacidade
argumentativa é a produção de textos por escrito". (GALICHET, apud RODRIGO, 2009, p. 65
)
I. Afirmações sem argumentos ou justificativas são vazias. Compete, também ao ensino de
filosofia, auxiliar no desenvolvimento da capacidade de argumentar.
II. O debate argumentado é uma boa estratégia para o desenvolvimento da capacidade de
oferecer e de avaliar argumentos.
III. A elaboração de textos escritos nos quais haja solicitação de posições a respeito de algo,
seguidas de argumentos, pode auxiliar no desenvolvimento da capacidade argumentativa dos
estudantes no ensino médio.
IV. A análise de textos filosóficos buscando neles as teses defendidas e os respectivos
argumentos favorece não apenas a compreensão do pensamento do filósofo, mas contribui
para o aprimoramento da capacidade argumentativa dos alunos.
V. Saber argumentar é saber oferecer boas razões ou justificativas consistentes para posições
que se tenha ou para afirmações que se façam.
38. "Não seria a sensibilidade afetiva a verdadeira referência do agir e dos valores? (...). Sem
dúvida, a emotividade e a subjetividade desejante são fatores dinâmicos indiscutíveis quando
se trata das opções valorativas sobre nosso agir. Isso legitima as novas filosofias, com sua
crítica ao racionalismo exacerbado que exclui a dimensão do sentimento, paixão e desejo.
Mas, se não impregnada pela intencionalização da subjetividade epistêmica, essa potência
desejante perde sua humanidade. Prevalece o irracionalismo cego! (...). Toda expressão
emocional da subjetividade é atravessada pela dimensão epistêmica! Por isso, o sabor da
vivência emocional só se experimenta quando atravessado pelo saber. O desejo só se sabe
(saboreia) sabor, na medida em que sabe (vivencia) saber". (SEVERINO, Antonio Joaquim.
Educação, sujeito e história. São Paulo: Olho dágua, 2001, p. 96-97)
(A) a emotividade e os desejos são móveis indiscutíveis de nossas preferências ao agir daí
que, apenas este aspecto deve merecer atenção educacional.
(B) as novas filosofias estão corretas ao criticarem os cuidados com o pensamento racional,
em especial na educação, pois, somente ele deve ser levado em conta.
(C) o autor citado afirma que somente o emocional ou a afetividade merecem atenção por
parte da educação, daí a importância de uma educação estética.
(D) na educação, tanto os aspectos epistêmicos quanto os aspectos do desejo e da
afetividade devem ser bem trabalhados com os estudantes, visto serem muito importantes
para a realização do ser humano.
(E) o autor afirma que há uma importância maior do aspecto cognitivo no ser humano e que
isso deve nortear as propostas pedagógicas.
39. "O ser humano não vive só de racionalidade e de instrumentos; gasta-se, dá-se, entrega-
se nas danças, transes, mitos, magias, ritos; crê nas virtudes do sacrifício; vive o suficiente
para preparar a sua outra vida, além da morte... As atividades do jogo, de festa, de rito, não
são simples distrações para se recuperar com vistas à vida prática ou do trabalho. (...) ... o ser
humano vive sua vida de alternância de prosa e de poesia, em que a privação de poesia é tão
fatal quanto a privação de pão". (MORIN, Edgar. O Método 5. A humanidade da humanidade:
a identidade humana. Porto Alegre: Editora Sulina, 2. ed. 2003, p. 141)
40. Há posições diversas sobre a função da arte na vida dos seres humanos. Uma dessas
discussões diz respeito à sua função social. Afirma-se, em certas posições que a arte não tem
função além dela própria. A arte é pela arte. Em outras que ela tem a função consciência
crítica a respeito do que não é justo, por exemplo, nas sociedades. Segundo Chauí (2003, p.
288) "As duas concepções são problemáticas. A primeira porque imagina o artista e a obra de
arte como desprovidos de raízes no mundo e livres das influências da sociedade sobre eles - o
que é impossível. A segunda porque corre o risco de sacrificar o trabalho artístico em nome
das "mensagens" que a obra deve enviar à sociedade para mudá-la, dando ao artista o papel
de consciência crítica do povo oprimido".
Segundo o texto,
(A) a arte nada tem a ver com a sociedade. A arte tem finalidade em si mesma.
(B) os debates sobre funções da arte são inúteis.
(C) artistas não devem e não podem veicular mensagens sociais através da arte.
(D) ambas as posições são problemáticas. Mas, não se pode negar que artista e arte sempre
têm raízes na sociedade e dela sofrem influências.
(E) o artista deve ser sempre a consciência viva dos problemas sociais.
41. Chauí (2003, p. 252) atribui o surgimento da religiosidade ao fato de o ser humano ser
"consciente de sua humanidade" decorrente, por sua vez, da descoberta da diferença dos
seres humanos entre si e da diferença entre humanos e a natureza. São componentes da
religiosidade "a crença em divindades e numa outra vida após a morte" (idem), constituindo,
estas duas crenças, o núcleo da religiosidade. Considere o que esta autora afirma: "A
percepção da realidade exterior como algo independente da ação humana, de uma ordem
externa e de coisas de que podemos nos apossar para o uso ou de que devemos fugir porque
são destrutivas, nos conduz à crença em poderes superiores ao humano e à busca de meios
para comunicarmos com eles para que sejam propícios à nossa vida humana. Nasce, assim, a
crença na(s) divindade(s)."
42. A liberdade é a escolha incondicional que o próprio homem faz de seu ser e de seu
mundo. Em outras palavras, conforma-se ou resignar-se é uma decisão livre, tanto quanto não
se resignar nem se conformar, lutando contra as circunstâncias. (CHAUI, p. 324)
43. Há várias formas de conhecimento (senso comum, ciência, filosofia, artes, religião) que
revelam maneiras diversas da consciência humana relacionar-se com o mundo, diz Chauí
(2003, p. 268). E acrescenta que não há oposição e nem exclusão entre elas, mas diferença.
Há oposição, diz ainda, quando a consciência, estando a analisar o mundo através de
significações e práticas de uma destas formas, pretende realizar a análise de mundo utilizando
práticas e significações, próprias de uma forma de conhecimento, através de outra forma de
conhecimento. Isso gera oposição e conflito entre elas, como ocorre com frequência entre
filosofia e religião.
(A) I, II e V.
(B) III e IV.
(C) I, II e IV.
(D) II, III e V.
(E) IV e V.
44. Karl Popper filósofo austríaco, no início sofreu influência do Círculo de Viena, mas depois
passou a criticar a posição desses filósofos. Para Popper na pesquisa científica, não há
observação pura porque está já se encontra orientada por uma teoria prévia, ainda que
incipiente. Assim, toda observação científica supõe uma atividade seletiva dos fenômenos que
serão investigados. Por este motivo, propõe a crítica da teoria por meio de um princípio.
45. Secularização, de modo geral, pode ser entendida como processos de dessacralização de
algo como um lugar, um objeto, um compromisso e mesmo uma sociedade. É um termo
utilizado mais frequentemente para indicar a dessacralização de uma sociedade, ou seja, o
processo pelo qual sociedades passam, deixando de ser orientadas ou mesmo dominadas por
referenciais religiosos. A palavra século, no âmbito deste tema significa o mundo natural em
oposição ao mundo sobrenatural ou mundo sagrado. Assumir uma orientação secular pode
significar rejeitar orientações advindas de fontes consideradas originárias do sagrado, do
sobrenatural, do religioso. Fala-se, nesse caso, de dessacralização do mundo: isso seria a
secularização. Uma autonomia do homem, da sociedade e do mundo em relação ao sagrado,
predominando, em muitos casos, uma visão racional na qual o sobrenatural e o misterioso não
contam ou contam muito pouco.
Considere:
(A) I, IV e V.
(B) I, III e V.
(C) III, IV e V.
(D) II e IV.
(E) II, III e IV.
(A) Não se deve ensinar, nas aulas de filosofia, o pensamento de algum filósofo, mas sim
deve-se ensinar a filosofar.
(B) Aulas de filosofia devem exclusivamente ensinar ou oferecer ajuda aos alunos para que
saibam problematizar, conceituar e argumentar.
(C) Kant era contra o ensino de filosofia.
(D) Aulas de filosofia devem ser exercícios de filosofar sem preocupação com qualquer
conteúdo especificamente filosófico, visto que o que interessa é que o aluno saiba perguntar,
problematizar e argumentar.
(E) No ensino de filosofia, segundo certa maneira de pensa-lo por parte de alguns estudiosos,
deve-se aliar ao estudo de certos conteúdos, a busca de desenvolvimento, nos alunos, de
aspectos que caracterizam o filosofar.
47. "Mesmo não sendo simples, o trabalho docente costuma parecer muito modesto aos olhos
do pesquisador ou do especialista, uma postura elitista que não se sustenta quando se leva
em conta sua relevância para a consolidação de um projeto democrático de acesso ao saber.
Na conjuntura posta pelo atual ensino médio, cabe ao professor ser o mediador entre a
filosofia e os alunos iniciantes, que não possuem ainda as qualificações requeridas para ter
acesso a esse saber por conta própria, o que supõe que ele seja capaz de traduzir em termos
simples um saber especializado. Para dar conta dessa tarefa, muitos desafios precisam ser
superados, desde as deficiências de sua formação e as carências de seus alunos, até
condições institucionais adversas ao ensino da disciplina, como, por exemplo, o tempo exíguo
que lhe é destinado na grade curricular." (RODRIGO, 2009, p. 71)
(A) Que a única dificuldade encontrada no ensino de filosofia diz respeito à grade curricular.
(B) Um dos aspectos importantes do trabalho do professor de filosofia no ensino médio insere-
se na importância mais ampla da escola de consolidar um projeto democrático de acesso ao
saber.
(C) Pesquisadores e especialistas, na área da filosofia, são unânimes em afirmar a
importância do trabalho do professor de filosofia no ensino médio.
(D) Que são apenas duas as dificuldades encontradas no ensino de filosofia: a formação
precária do professor de filosofia para esta função e as carências dos alunos.
(E) O trabalho do professor de filosofia não é um trabalho simples devido à complexidade da
vida dos alunos.
49. "Para não se estabelecer uma univocidade conceitual ou qualquer outro tipo de
doutrinação teórico-valorativa que desrespeite a pluralidade de pontos de vista filosóficos, os
eixos visam a oferecer diretrizes claras e objetivas para a prática docente e trazem uma
abertura para opções teóricas, conceituais e de aplicabilidades conforme a escolha do
educador de filosofia. Cabe a esse fazer continuamente uma checagem de qual a melhor
estratégia didático-metodológica para o processo de aprendizagem do filosofar".
"A liberdade de opção teórico valorativa não restringe seu papel formador (o da filosofia),
muito pelo contrário, as doutrinações é que podem sufocar a própria possibilidade do filosofar
e, paradoxalmente, impedir um diálogo com as outras disciplinas, principalmente com as áreas
de humanas".
Os dois excertos acima constam no documento "Currículo Básico Escola Estadual, Ensino
Médio, v. 3: Área Ciências Humanas" (2009) na parte relativa à Filosofia do Estado do Espírito
Santo.
Considere as afirmações abaixo.
I. Afirma-se que muita liberdade teórica e valorativa atrapalha o papel formador da filosofia,
visto que pode gerar confusões conceituais e de opções nos jovens estudantes.
II. Qualquer tipo de doutrinação deve ser banido do ensino de filosofia.
III. Cabe ao professor de filosofia, como educador, checar quais os melhores conteúdos
devem ser oferecidos aos alunos afim de se garantir uma boa univocidade conceitual, cabível
num processo formativo de cunho filosófico.
IV. A filosofia, como um saber específico não deve se preocupar com diálogos com as demais
ciências, nem mesmo com as ciências humanas.
V. A doutrinação é o que sufoca ou impede o próprio filosofar e não a liberdade de escolhas
teóricas e valorativas as quais, por sua vez, não limitam o papel formativo da filosofia.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e IV.
(B) II e V.
(C) I, IV e V.
(D) I, III e IV.
(E) III e IV.
50. "A compreensão da Filosofia como disciplina reforça, sem paradoxo, sua vocação
transdisciplinar, tendo contato natural com toda ciência que envolva descoberta ou exercite
demonstrações, solicitando boa lógica ou reflexão epistemológica. Da mesma forma, pela
própria valorização do texto filosófico, da palavra e do conceito, verifica-se a possibilidade de
estabelecer proveitoso intercâmbio com a área de linguagens.
I. Não há contradição entre o fato de a filosofia, no ensino médio, ser uma disciplina com suas
especificidades e a afirmação de seu caráter transdisciplinar.
II. A busca de relações e intercâmbios com outras disciplinas do currículo escolar compromete
a especificidade da filosofia como disciplina com identidade própria.
III. O exercício de demonstrações (argumentação), o respeito à boa lógica no pensar e
reflexões relativas ao conhecimento e seus fundamentos - aspectos epistemológicos -, são
preocupações comuns a todas as disciplinas e, por isso, aspectos a serem considerados em
uma metodologia transdisciplinar no ensino de filosofia.
IV. O trabalho com o texto filosófico é algo específico da filosofia e não cabe levá-lo em conta
em uma metodologia transdisciplinar no ensino desta disciplina.
V. Há aspectos importantes presentes tanto na filosofia quanto na área de linguagens que
devem ser levados em conta numa abordagem transdisciplinar no ensino de filosofia no ensino
médio.
De acordo com o recomendado pelo excerto retirado das Diretrizes Curriculares para o Ensino
de Filosofia do MEC, está correto o que se afirma em
(A) I, II e IV.
(B) II, IV e V.
(C) I, III e IV.
(D) II, III e IV.
(E) I, III e V.
51. Parmênides e Heráclito foram dois pensadores pré-socráticos com ideias antagônicas:
este considerava que é essencial a mudança e a contradição existente nas próprias coisas;
aquele, contrariamente, considerava que o que não pode ser pensado não pode existir e o que
não existe não pode ser pensado.
Considere:
I. "Nós nos banhamos e não banhamos no mesmo rio. Não é possível descer duas vezes no
mesmo rio".
II. "O ser tampouco é divisível, pois é todo inteiro, idêntico a ele; não sofre nem acréscimos, o
que seria contrário à sua coesão, nem dominação, mas todo inteiro, está cheio de ser; é,
assim, inteiramente contínuo, pois o ser é contínuo ao ser".
III. "Este cosmos, o mesmo para todos, nenhum dos deuses e nenhum dos homens o criou:
mas sempre foi, é e será um fogo sempre vivo, acendendo-se e apagando-se com medida".
IV. "É uma a mesma e a mesma coisa: o vivo e o morto, o acordado e o adormecido, o jovem
e o idoso, pois a mudança de um converte no outro, reciprocamente".
V. "Não há que temer que jamais se prove que o não ser é. Só nos resta um caminho a
percorrer, o ser é. E há uma multidão de sinais de que o ser é incriado, imperecível, pois
somente (o ser) é completo, imóvel e eterno".
Correspondem ao pensamento de Heráclito, o que se afirma APENAS em
(A) I, II e IV.
(B) II, III e V.
(C) III, IV e V.
(D) I, III e IV.
(E) II, IV e V.
52. É na Grécia clássica que a tradição cultural ocidental estabelece a origem da linguagem
conceitual, onde uma nova forma de falar constitui-se em oposição à forma originária que
comunicava por metáforas situações vividas pelo narrador. Essa nova forma de falar descreve
e demonstra o pensamento entendedor das coisas: as propriedades destas são pensadas
analiticamente como existindo sem nenhuma dependência dos processos emocionais de
quem as compreende.
53. Dermeval Saviani, em seu livro Do senso comum à consciência filosófica define a filosofia
como uma reflexão que possui três características que se complementam.
São características da reflexão filosófica:
54. No período socrático, também chamado de antropológico, o ideal educativo grego deixou
de ser a formação do jovem guerreiro, belo e bom, para a formação do bom cidadão,
desenvolvendo uma nova educação com padrão ideal de formação do jovem a virtude cívica
para o exercício da cidadania (areté).
NÃO corresponde ao papel dos sofistas, considerados os primeiros filósofos do período
socrático:
55. Sócrates nada deixou escrito. Suas ideias foram divulgadas por seus discípulos Platão e
Xenofonte. Nas conversas com seus discípulos, privilegia as questões morais. Aprendemos de
Sócrates que o conhecimento resulta de uma busca contínua, enriquecida pelo diálogo, que
corresponde ao filosofar.
Sócrates é responsável por um método dialógico que se compõe de dois momentos. As
etapas do método socrático são:
56. Chaui (2005) afirma que Aristóteles considerava o ponto mais alto da Filosofia, a
metafisica e a teologia, de onde se derivam todos os outros conhecimentos. Afirma também,
que a partir daí, definiu-se o grande campo da investigação filosófica que se desdobrou, até o
século XIX, em 3 aspectos: o da ontologia, o dos valores e o epistemológico.
Levando-se em conta o que é dito pela autora, os campos de investigação da Filosofia
derivados da posição aristotélica são os conhecimentos
57. Ele partiu da teoria do conhecimento e mostrou que o sujeito do conhecimento opera
associando sensações, percepções e impressões recebidas pelos órgãos dos sentidos e
retidas na memória. Para ele, as ideia nada mais são do que hábitos mentais de associações
de impressões semelhantes ou de impressões sucessivas. (CHAUI, p. 198)
A qual filósofo moderno está se referindo a afirmação?
(A) O homem é um animal político por natureza porque é da natureza humana buscar a vida
em comunidade.
(B) A família e a aldeia (famílias e clãs) são as duas formas comunitárias existentes,
cronologicamente anterior à comunidade política.
(C) Cada forma política tem uma causa própria para sua corrupção, exceto a democracia
porque possui o controle dos cidadãos.
(D) A comunidade política é o fim a que tendem a comunidade familiar e a comunidade de
aldeia.
(E) O Estado ideal é um regime misto que combina o que há de melhor na aristocracia e na
república.
59. As três principais concepções de ciência existentes historicamente, descritas por Marilena
Chauí, são
61. "A ciência desconfia da veracidade de nossas certezas, de nossa adesão imediata às
coisas, da ausência de crítica e da falta de curiosidade. Por isto, onde vemos coisas, fatos e
acontecimentos, a atitude científica vê problemas e obstáculos, aparências que precisam ser
explicadas e, em certos casos, afastadas".
62. Chauí afirma que "quando Darwin elaborou a teoria biológica da evolução das espécies, o
modelo de explicação usado por ele permitia-lhe supor que o processo evolutivo ocorria por
seleção natural dos mais aptos à sobrevivência. Na mesma época a sociedade capitalista
estava convencida de que o progresso social e histórico provinha da competição e da
concorrência entre os indivíduos, segundo a lei econômica da oferta e da procura. Um filósofo,
Spencer, aplicou, então, a teoria darwiniana à sociedade: nesta, os mais "aptos" (isto é, os
mais capazes de competir e concorrer) tornam-se naturalmente superiores aos outros,
vencendo-os em riqueza, privilégios e poder".
Essa atitude do filósofo Spencer pode ser considerada
(A) equivocada, Spencer transpõe uma teoria científica (biológica) para uma explicação
filosófica sobre a essência da sociedade criando a ideologia evolucionista.
(B) acertada, Spencer ao transportar a teoria da evolução conseguiu explicar a origem das
desigualdades sociais.
(C) acertada, Spencer tomou conceitos referentes a fatos naturais e os converteu em fatos
sociais, demonstrando a relação natureza e sociedade.
(D) equivocada, porque Spencer, ao concluir pela superioridade de uns sobre os outros para
explicar o progresso social e histórico, deixa de considerar a luta de classes como motor da
história.
(E) equivocada, Spencer generalizou para toda a realidade resultados obtidos num campo
particular de conhecimentos específicos. Correta, porque considerou a existência do circuito
indivíduo/sociedade/espécie.
63. Segundo Aranha, há diversas características presentes no discurso ideológico, tais como:
naturalização, abstração, universalização, lacuna e inversão. Considere o seguinte exemplo
de discurso ideológico: segundo a ideologia burguesa, a desigualdade social resulta de
diferenças individuais, porque os indivíduos são desiguais por natureza, e a desigualdade
social é, portanto, inevitável.
64. Para a indagação: por que os sujeitos sociais não percebem o vínculo entre o poder
econômico e o poder político? Marx observa que os trabalhadores se veem como indivíduos
isolados (cada qual com sua família, seus parentes e amigos) que conhecem seu próprio
trabalho, mas ignoram os trabalhos das outras categorias de trabalhadores, isto é, não se
percebem como formando uma classe social única. Por não se perceberem como classe
social, não se reconhecem como produtores da riqueza e das coisas.
Esse fenômeno Marx chama de:
65. É antiga a percepção de que os seres humanos são diferentes das coisas; contudo, as
ciências humanas são uma conquista recente. Podemos dizer que, do século XV ao século XX
a investigação do humano realizou-se de três maneiras em três períodos diferentes. Esses
períodos são
66. A lógica que rege o pensamento científico contemporâneo está centrada na ideia de
demonstração e prova, baseada na definição ou construção do objeto do conhecimento por
suas propriedades e funções e da posição do sujeito do conhecimento.
O fundamento que NÃO pertence à ciência contemporânea é:
(A) A distinção entre sujeito e objeto do conhecimento, que permite estabelecer a ideia de
objetividade e de independência dos fenômenos em relação ao sujeito que conhece.
(B) A ideia de método como um conjunto de regras, normas e procedimentos gerais, que
servem para definir ou construir o objeto e para autocontrole do pensamento durante a
investigação e após esta, para confirmação ou falsificação dos resultados.
(C) O uso de instrumentos tecnológicos e não simplesmente técnicos. Os instrumentos
tecnológicos são ciências cristalizadas em objetos materiais e conferem à ciência precisão e
controle dos resultados.
(D) A fusão entre ciência e técnica, teoria e prática, procedimentos imparciais e garantia de
neutralidade científica.
(E) Criação de uma linguagem específica e própria, distante da linguagem cotidiana e da
linguagem literária. A ciência constrói o algoritmo e fala por meio deles ou de uma combinação
de estilo matemático.
67. "[...] dizem respeito a valores, sentimentos, intenções, decisões e ações referidas ao bem
e ao mal, ao desejo de felicidade e ao exercício da liberdade; são constitutivos de nossa
existência intersubjetiva, isto é, de nossas relações com outros sujeitos morais". O que é dito
aqui por Chauí, corresponde às ideias de
68. O sujeito moral ou a pessoa moral, só pode existir se preencher as condições relacionadas
abaixo, EXCETO ser:
69. Segundo Kant o imperativo categórico exprime-se numa fórmula geral: "Age em
conformidade apenas com aquela máxima pela qual possas querer ao mesmo tempo que ela
se torne lei universal". Essa fórmula permite a Kant deduzir as três máximas morais que
exprimem a incondicionalidade dos atos realizados por dever.
Considere as afirmativas:
I. Age de tal maneira que tua ação devesse representar os anseios morais de cada um.
II. Age como se a máxima de tua ação devesse ser erigida por vontade em lei universal da
natureza.
III. Age como se a máxima de tua ação devesse representar a intenção mais profunda de sua
consciência.
IV. Age como se a máxima de tua ação devesse servir de lei universal para todos os seres
racionais.
V. Age de tal maneira que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de
outrem, sempre como um fim e nunca como meio.
Está correto o que se afirma APENAS em
70. Por que o mentir, ser um político corrupto e ou praticar o homicídio, são atos imorais? São
atos imorais, segundo Kant, porque:
(A) o mentiroso, o corrupto e o homicida, com sua ação transgridem lei universal e degeneram
definitivamente o gênero humano.
(B) o mentiroso, o corrupto e o homicida transgridem as três máximas morais: não respeitam
em sua pessoa e na do outro a humanidade, não tratam a humanidade como um fim e o que
praticam não deve servir de lei universal.
(C) o mentiroso, o corrupto e o homicida agem sem escrúpulos e de forma egoísta se
beneficiam, em detrimento do outro.
(D) não é imoral por que o mentiroso e o corrupto podem se arrepender e ressarcir a
sociedade, mas o ato praticado pelo homicida é definitivo, mesmo que se arrependa, não trará
de volta o "de cujus".
(E) não é ato imoral apenas quando o mentiroso, o corrupto e o homicida se arrependem do
ato praticado, perdem a liberdade e cumprem pena imposta pela sociedade.
GABARITO:
031 - C
032 - B
033 - C
034 - D
035 - C
036 - C
037 - E
038 - D
039 - C
040 - D
041 - E
042 - B
043 - D
044 - A
045 - B
046 - E
047 - B
048 - A
049 - B
050 - E
051 - D
052 - C
053 - D
054 - E
055 - B
056 - E
057 - A
058 - C
059 - A
060 - D
061 - B
062 - A
063 - E
064 - C
065 - A
066 - D
067 - C
068 - E
069 - C
070 – B
Professor de Filosofia - IFAM - FUNCAB - 2014
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Questão 31
A) guardam estreita semelhança com os relatos históricos: os fatos narrados são encadeados
de forma lógica e cronológica.
B) fazem genealogias dos seres (perguntam e narram como tudo era antes de existir), assim
como a Filosofia nas suas origens.
C) são, por vezes, apropriados pela ciência e a Filosofia como discurso alegórico ou
metafórico, para explicar o incognoscível.
D) explicam ou atribuem significado tão somente a fenômenos de ordem natural ou física,
como a origem do universo e as grandes cheias dos rios.
E) se limitam às "fronteiras" da sociedade onde foram criados, não exprimindo valores ou
visões de mundo universais.
Questão 32
Questão 33
A) teogonia.
B) cosmogonia.
C) metafísica.
D) cosmologia.
E) sofística.
Questão 34
Questão 35
Questão 36
A Idade Média foi o período - mil anos - em que a Filosofia se ocupou notadamente de
questões religiosas. Da Patrística à Escolástica, o principal problema filosófico da época foi o
da conciliação entre fé e razão. No que se refere ao assunto é correto afirmar que:
A) as ideias divinas existem apenas na mente do ser infinito, Deus, não sendo possível aos
seres finitos, os homens, conhecê-las, segundo Santo Agostinho.
B) a conciliação entre a razão filosófica e a fé cristã é não só possível como desejável para
todos os chamados Padres da Igreja.
C) a verdade nasce da consciência da ignorância, do desejo de saber, não sendo ela, portanto,
consequência da revelação divina, para Santo Agostinho.
D) a razão e a fé não podem se sobrepor, já que cada uma tem seu próprio campo de
conhecimento, segundo São Tomás de Aquino - o da razão, a vida temporal do homem; o da
fé, a salvação da alma, a vida eterna.
E) a fé é a condição necessária para a compreensão racional das verdade reveladas, de
acordo com Santo Anselmo - "creio para compreender".
Questão 37
Por ideologia, Karl Marx entende a representação falsa ou invertida da realidade. De acordo
com esse pensador, NÃO é "ideológica" a ideia de que:
Questão 39
"Filho de peixe, peixinho é"; "Pau que nasce torto morre torto". Essas são apenas algumas
máximas ou supostas verdades do senso comum, o "saber de todos nós". Ao saber do senso
comum se contrapõem o saber filosófico e o científico, que, não obstante, se distinguem um do
outro. Sobre as diferenças entre essas três formas de saber é correto afirmar que:
A) a intuição é uma atitude exclusiva do senso comum, em nada servindo para a ciência e a
Filosofia.
B) o chamado dogmatismo filosófico tem o mesmo sentido pejorativo atribuído ao dogmatismo
do senso comum, que não admite questionamento de suas certezas.
C) a Filosofia questiona apenas o saber do senso comum, tomando a ciência como saber
indubitável ou seguro.
D) a ciência, diferentemente do senso comum e da Filosofia, estabelece relações de
causalidade (causa e efeito) entre os fenômenos.
E) a Filosofia e o senso comum, ao contrário da ciência, emitem juízo de valor ao julgar os
fatos, procurando dizer, cada qual à sua maneira, "como deve ser o mundo".
Questão 40
Autores da chamada Filosofia das ciências propuseram novos conceitos para explicar a crise e
a descontinuidade no âmbito do conhecimento científico. Entre esses conceitos estão os de
"ruptura epistemológica" e revolução científica, formulados, respectivamente, por:
Questão 41
A) fim da indistinção entre o público e o privado, marcada pela nova política do cidadão.
B) redistribuição do poder político entre a população de acordo com a renda e o status social.
C) instituição do critério da competência técnica ou do mérito como base do novo direito de
servir à cidade.
D) crítica à retórica ou à palavra como empreendimento político para a disputa do poder na
cidade.
E) reconhecimento do direito de cidadania às mulheres e aos estrangeiros.
Questão 42
Discípulo de Platão, Aristóteles foi, assim como seu mestre, um dos principais nomes da
Filosofia política antiga. Uma das ideias encontradas no pensamento político aristotélico é a de
que:
Questão 43
"O homem é o lobo do homem". Com essa máxima, o filósofo Thomas Hobbes expõe sua
concepção do "estado de natureza", que prefigura a vida do homem em sociedade. É
INCORRETO afirmar que o "estado de natureza" hobbesiano é:
Questão 44
O filósofo liberal John Stuart Mill, um dos principais expoentes do utilitarismo, colocou a
liberdade como a "pedra de toque" de sua teoria política. Esta se baseia no princípio de que:
A) os interesses da maioria não podem ser conciliados com os da minoria, já que no sistema
democrático esta é governada por aquela.
B) a esfera da liberdade individual deve ser ampliada, em nome do interesse próprio, a
despeito de causar danos à sociedade como um todo.
C) a liberdade se restringe ao direito do indivíduo de participar como cidadão dos negócios
públicos (do Estado), através da elaboração da lei.
D) o governo deve visar à felicidade para um número cada vez maior de pessoas.
E) a liberdade, entendida como a não interferência do Estado na esfera privada, é inconciliável
com a igualdade entre os indivíduos na esfera pública.
Questão 45
Questão 46
A eudaimonia ou felicidade ocupa lugar de destaque nas teorias éticas da Antiguidade grega.
Sobre esse assunto é INCORRETO afirmar que:
Questão 47
Segundo Marilena Chauí, em seu livro "Convite à Filosofia", as concepções dos gregos Platão
e Aristóteles marcaram a história das relações entre arte e saber. Sobre esse assunto é correto
afirmar que:
A) a arte é um saber teórico, já que sua função é meramente contemplativa, de acordo com a
atividade prática, já que assume a função pedagógica de educar a sociedade, segundo
Aristóteles.
B) as "artes imitativas" são uma das formas mais altas de acesso ao conhecimento verdadeiro
e às coisas divinas, de acordo com Platão.
C) a obra de arte deve se conformar a normas, regras preceitos e procedimentos de
construção, de acordo com Aristóteles.
D) a arte deve se limitar a retratar o impossível, o divino, o sobrenatural, para Aristóteles.
E) as artes, segundo Aristóteles, são criações da sensibilidade e das experiências sensíveis,
tendo como única finalidade o belo.
Questão 48
A) é qualidade objetiva das coisas, podendo ser captada pelos sentidos, de acordo com os
filósofos empiristas John Locke e David Hume.
B) tem a função de manifestar a natureza do divino, para SantoAgostinho.
C) a beleza, ou o juízo estético, não pode ser universalizado, para Immanuel Kant, porquanto,
no seu entendimento, se trata de um sentimento e é, portanto, subjetivo.
D) possui significado estável e inerente a ela própria, segundo o filósofo pós-moderno Jacques
Derrida.
E) difere do verdadeiro, já que este é universal e constitui objeto da ciência e a primeira relativa
à opinião, segundo Platão.
Questão 49
Ao nome da Escola de Frankfurt está associada à expressão "indústria cultural", cunhada por
Theodor Adorno e Max Horkheimer para indicar o consumo imediato de "produtos culturais"
fabricados em série nas sociedades contemporâneas. Entre as consequências da "indústria
cultural", apontadas por Adorno e Horkheimer, NÃO figura a:
Questão 50
Iniciado na arquitetura dos anos 1950, o pós-modernismo entrou no campo da Filosofia com os
trabalhos de Jacques Gilles Derrida, François Lyotard e Jean Baudrillard, para citar apenas os
mais expoentes do movimento. Na Filosofia pós-moderna encontra-se a ideia de que no mundo
contemporâneo:
GABARITO:
31C
32D
33D
34B
35C
36E
37A
38B
39E
40E
41A
42D
43B
44D
45C
46D
47C
48B
49A
50A
QUESTÃO 11
A palavra filosofia é grega. É composta por duas outras: Philo e Sophia. Philo deriva-se de
Philia, que significa ________, amor fraterno, respeito entre iguais. Sophia quer dizer
__________ e dela vem à palavra Sophos, sábio.
Complete as lacunas acima com uma das opções abaixo.
a) Amizade e ignorância;
b) Ignorância e amizade;
c) Amizade e respeito;
d) Amizade e Sabedoria.
QUESTÃO 12
"A causa da guerra, aliás, foi uma rivalidade entre as deusas. Elas aparecem em sonho para o
príncipe troiano Páris, oferecendo a eles seus dons e ele escolheu a deusa do amor, Afrodite.
As outras deusas, enciumadas, o fizeram raptar a grega Helena, mulher de Menelau, e isso
deu início a guerra entre os humanos."
Qual a guerra em questão e qual o nome da obra escrita por Homero que relata esta guerra.
a) Peloponeso / Ilíada;
b) Troia / Ilíada;
c) Cem anos / Morpheus;
d) Troia / Prometeu Acorrentado;
QUESTÃO 13
Faz parte do escopo das obras mais importantes de Karl Marx, EXCETO:
QUESTÃO 14
Fazem parte das "escolas" que compunham o Período Filosófico conhecido como Pré-
Socrático ou Cosmológico, EXCETO:
a) Escola Eleata;
b) Escola Itálica;
c) Escola da Pluralidade;
d) Escola de Sagres.
QUESTÃO 15
O Período Arcaico se estende entre:
QUESTÃO 16
A história da Grécia costuma ser dividida em quatro grandes fases ou épocas. Dentre os
períodos abaixo, assinale o período incorreto:
a) Grécia Homérica;
b) Grécia Arcaica;
c) Grécia Clássica;
d) Grécia Moderna.
QUESTÃO 17
Podemos falar de três formas de Alienação Moderna, são elas:
QUESTÃO 18
"Para Aristóteles, a Lógica não era uma ciência Teorética, nem Prática ou Produtiva, mas um
instrumento para as ciências. Eis porque o conjunto das obras Lógicas aristotélicas recebeu o
nome de ÓRGANON, palavra que significa _____________:"
a) Instrumento;
b) Método;
c) Irracionalidade;
d) Racionalidade;
QUESTÃO 19
Identifique entre as opções abaixo correlacionadas, quais livros foram escritos por Thomas
Hobbes:
QUESTÃO 20
Emmanuel Kant emprega a palavra crítica no seu sentido Grego, que significa:
QUESTÃO 21
O pensador Edmund Husserl (1859/1938) está indissociavelmente ligado à:
a) Existencialismo;
b) Ceticismo;
c) Fenomenologia;
d) Marxismo;
QUESTÃO 22
Qual dos conceitos abaixo faz parte conceitual da base filosofia de Nietzsche?
a) Luta de Classes;
b) Liberdade;
c) O eterno Retorno;
d) Racionalismo;
QUESTÃO 23
"O Ser é". Com isso, pretendeu dizer que o Ser é sempre idêntico a si mesmo, imutável, eterno,
imperecível, invisível aos nossos sentidos e visível apenas para o pensamento.
Qual filósofo abaixo é autor desta citação e concebia a filosofia como a "via da Verdade -
Aletheia".
a) Aristóteles;
b) Parmênides;
c) Sócrates;
d) Zenão de Eléia.
QUESTÃO 24
Importante representante da escola de Frankfurt autor da clássica Obra "O Ser e o Tempo"
ligado ao Nazismo.
a) Martin Heidegger;
b) Martinho Lutero;
c) Thomas Hobbes;
d) Karl Marx.
QUESTÃO 25
Qual Filósofo abaixo relacionado declarou que graças ao filósofo inglês David Hume despertou-
se de seu "sono dogmático"?
a) Emmanuel Kant;
b) Arthur Schopenhauer;
c) Friedrich Nietzsche;
d) Karl Marx.
QUESTÃO 26
Filósofo responsável pela conhecida "solução" dos problemas da Metafísica proposto por David
Hume, nomeado como precursor do Idealismo Alemão.
a) Kant;
b) Hegel;
c) Marx;
d) Husserl.
QUESTÃO 27
Epistemologia deriva de dois termos gregos, Episteme (Ciência) e Logia, vinda de Logos
(Conhecimento), portanto:
QUESTÃO 28
Conhecido como Filósofo da ciência, estudou matemática, física e filosofia em Viena, ainda no
início do século XX, tem como uma de suas obras de maior importância "A lógica da
descoberta Científica", publicada em alemão em 1935, e conhecida internacionalmente em
1959. Este é o Filósofo:
a) Theodor Adorno;
b) Edmund Husserl.
c) Karl Popper;
d) Emmanuel Kant.
QUESTÃO 29
Albert Einstein (1879/1955), está indissociavelmente ligado a física do século XX: sua teoria da
Relatividade Geral substitui a da Gravitação Universal, de:
a) Newton;
b) Galileu;
c) Jordano Bruno;
d) Abelardo.
QUESTÃO 30
O cientificismo é:
GABARITO:
11D
12B
13D
14D
15C
16D
17A
18A
19D
20A
21C
22C
23B
24A
25A
26A
27D
28C
29A
30C
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
16
Analise as afirmativas correlatas.
17
Observe a organização do desenvolvimento cognitivo da criança.
A) Kant.
B) Piaget.
C) Kohlberg.
D) Vygotsky.
18
Luther King foi líder da luta pela igualdade de direitos para os negros na sociedade
norte-americana e os conclamava a participar sem medo de atos de desobediência
civil, mesmo sabendo que poderiam ser presos, como, muitas vezes, aconteceu.
Martin Luther King conclamou:
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
19
"Nascido em Clazômena, mudou-se para Atenas, onde foi mestre de Péricles.
Sustentava que as "sementes" de todas as coisas foram ordenadas por um princípio
inteligente, uma inteligência cósmica." Trata-se de
A) Anaxímenes.
B) Demócrito.
C) Parmênides.
D) Anaxágoras.
21
"Kant entende por ______________________ aquele que é incondicionado,
absoluto, voltado para a realização da ação tendo em vista o dever. Diferentemente,
o ________________________ orienta a ação moral tendo em vista a felicidade, o
interesse etc." Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a
afirmativa anterior.
A) racionalismo / empirismo
B) empirismo / racionalismo
C) imperativo categórico / imperativo hipotético
D) imperativo hipotético / imperativo categórico
22
A axiologia não se ocupa do ser (como a metafísica), mas das relações entre os
seres e o sujeito que os aprecia. O termo axiologia subentende-se o estudo dos
A) mitos.
B) valores.
C) princípios.
D) interesses.
24
"Karl Popper (1902-1994), um filósofo austríaco naturalizado britânico, ficou
conhecido pela elaboração de teorias do liberalismo e da democracia e estudos sobre
a filosofia social. É um dos maiores filósofos do século XX. Escreveu livros como a
"Lógica da Pesquisa Científica" e "A sociedade aberta e seus inimigos"."
(Disponível em: www.e-biografias.net.)
A) F, V, F, V.
B) V, F, V, F.
C) V, V, F, F.
D) F, F, V, V.
25
"A estética é uma especialidade filosófica que visa investigar a essência da beleza e
as bases da arte. Ela procura compreender as emoções, ideias e juízos que são
despertados ao se observar uma obra de arte."
(Disponível em: infoescola.com.)
A) desconstrução da forma.
B) obsolescência programada.
C) oposição entre a fé e a razão.
D) construção de valores ortodoxos.
GABARITO:
16- A
17- B
18- C
19- D
21- C
22- B
24- C
25- A
31
Com relação às diversas vertentes de investigação que orientaram o desenvolvimento da
Filosofia, na Grécia Antiga, analise as afirmativas a seguir.
Assinale:
33
"O que implica o sistema da polis é primeiramente uma extraordinária preeminência da palavra
sobre todos os outros instrumentos do poder. Torna-se o instrumento político por excelência, a
chave de toda autoridade no Estado, o meio de comando e de domínio sobre outrem".
(VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: DIFEL, 2002, p.
54.)
As alternativas a seguir apresentam aspectos do valor da palavra para o pensamento filosófico
grego, à exceção de uma. Assinale-a.
(A) O louvor à honra, à virtude e aos deuses, imortalizado pela palavra do poeta, exemplar da
glória duradoura.
(B) A arte oratória, com seus recursos de argumentação antitética, com vistas ao debate
público.
(C) A retórica como instrumento de crítica dos valores tradicionais com base na persuasão e na
arte de bem falar.
(D) O cálculo sofístico do melhor e do útil em vista da pluralidade de interesses e posições.
(E) A dialética como arte dos discursos por meio do qual se refuta ou se estabelece algo.
34
A Filosofia, enquanto um modo específico de conhecimento, data historicamente do mundo
grego. Por volta dos séculos VI e V a.C., filósofos oriundos de várias cidades, da Magna Grécia
à Ásia Menor, renovaram o pensamento quanto às indagações humanas sobre o cosmos e a
vida social.
A respeito desse processo, relacione as regiões de emergência da Filosofia no mundo grego
com as respectivas contribuições dos filósofos de lá oriundos.
1. Agrigento, na Sicília.
2. Eleia, no sul da Itália.
3. Abdera, na Trácia.
4. Mileto, na Jônia.
(A) 1 - 3 - 2 - 4.
(B) 1 - 4 - 2 - 3.
(C) 4 - 2 - 3 - 1.
(D) 2 - 4 - 3 - 1.
(E) 4 - 3 - 2 - 1.
35
"A magia e a astrologia postulavam a solidariedade e unidade da natureza inteira, onde o
cintilar do astro mais distante repercute no lugar mais recôndido do mundo e, inversamente,
onde todo movimento da alma se prolonga em ecos infinitos. Não existem abismos nem
fronteiras, mas uma gama de correspondências na corrente motriz da vida universal".
(GARIN, Eugenio. Moyen Âge et Renaissance. Paris: Gallimard, 1969, p. 131.)
Com relação ao pensamento filosófico renascentista, referido na citação, assinale V para a
afirmativa verdadeira e F para a falsa.
(A) F, V e F.
(B) F, V e V.
(C) V, F e F.
(D) V, V e F.
(E) F, F e V.
36
"Unicamente a autêntica e pura razão humana é a que se torna necessária e aconselhável para
servir de orientação, e não um suposto e misterioso sentido da verdade, uma exaltada intuição
sob o nome de fé, na qual a tradição ou a revelação podem ser enxertadas, sem o
consentimento da razão."
(Adaptado de KANT, Imanuel. O que significa orientar-se no pensamento? [1786]. In: Textos
seletos. 2ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1985, p. 72.)
Com base no texto citado, assinale a alternativa que identifica corretamente o conceito
kantiano de razão, um dos pilares do iluminismo filosófico.
(A) O caráter especulativo da razão pura teórica se justifica pelo imperativo categórico de
conhecer a verdade científica.
(B) As coisas espirituais que se revelam aos sentidos são os objetos da razão orientada para o
conhecimento objetivo.
(C) A razão teórica é dependente do reconhecimento, para sua orientação, de um bem
supremo transcendente entendido como puro ideal.
(D) A liberdade de pensar é uma exigência para a orientação civil do homem, comandando
suas crenças pessoais e sua devoção religiosa.
(E) A razão, através da faculdade de conhecimento, deve subordinar o dado sensível da
experiência, estabelecendo os limites do que podemos conhecer.
37
"O gênio, em geral, é poético. Onde o gênio atuou - atuou poeticamente. O homem
genuinamente moral é poeta".
(NOVALIS. Fragmentos-Diálogos-Monólogos. São Paulo: Iluminuras, 1988, p. 124.)
A afirmação de Novalis ecoa a ideia romântica alemã de genialidade, que teve em Friedrich
Schiller um de seus porta vozes. Assinale a opção que identifica corretamente o ideal estético
schilleriano associado à moral.
(A) O ideal de beleza se origina da capacidade de contemplação estética de que os homens
são dotados, mas resta vazio se não apropriado por algum critério utilitarista.
(B) O juízo estético está ligado aos princípios da razão em seu uso mais sublime, que é o uso
prático, desde que razão e sensibilidade atuem juntas pelo concurso da disposição lúdica.
(C) O critério de objetividade do belo deve ser encontrado no juízo de gosto particular, a partir
do qual o sentimento estético universaliza o critério da fruição estética.
(D) O conceito de beleza deve ser encontrado na experiência, pois somente ela nos fornece o
sentimento do Belo.
(E) A soberania da sensibilidade sobre a razão engendra a genialidade do artista, que
exemplifica o caráter excepcional da criação artística e a impossibilidade de uma educação
estética.
38
"(...) tenham os juízos a origem que tiverem ou se apresentem em sua forma lógica como
quiserem, existe uma diferença entre eles pelo seu conteúdo, que faz com que sejam
simplesmente explicativos e nada acrescentem ao conteúdo do conhecimento, ou extensivos e
ampliem o conhecimento dado (...)".
(KANT, Immanuel. Prolegômenos a toda metafísica futura que possa apresentar-se como
ciência. Lisboa: Edições 70, s/d, § 2.)
Assinale a opção que identifica corretamente a que juízos o trecho kantiano se refere.
39
"É indiferente o que a consciência sozinha empreenda; de toda esta porcaria conservamos
apenas um resultado: que esses três momentos - a força de produção, o estado social e a
consciência - podem e devem entrar em contradição entre si, porque, com a divisão do
trabalho, fica dada a possibilidade, mais ainda, a realidade, de que a atividade espiritual e a
material caibam a indivíduos diferentes."
(Adaptado de MARX, Karl. A ideologia alemã. 6ª ed. São Paulo: HUCITEC, 1987, p. 45.)
Com base no texto, assinale a opção que identifica corretamente o conceito de ideologia em
Karl Marx.
(A) Qualquer sistema de ideias que produza a conscientização das relações sociais de
opressão.
(B) O entendimento da realidade material e espiritual que supera a divisão do trabalho.
(C) O ponto de vista desenvolvido pela classe operária no decorrer de sua luta contra o capital.
(D) Um conjunto de representações da realidade que falseiam as contradições sociais.
(E) As forças de produção e as relações sociais que distribuem as atividades humanas.
40
"É pensado: consequentemente há pensante: a isso chega a argumentação de Descartes. Mas
isso significa postular nossa crença no conceito de substância já como verdadeira a priori -
que, quando seja pensado, deva haver alguma coisa que pense é, porém, apenas uma
formulação de nosso hábito gramatical, que põe para um fazer um agente".
(NIETZSCHE, Friedrich. A vontade de poder. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008, p. 261.)
Com relação à crítica de Nietzsche à Filosofia da subjetividade, analise as afirmativas a seguir.
I. O pensamento envolve afetos inconscientes, por isso o sujeito-substrato que sabe que pensa
é uma ficção.
II. A constituição fisiológica do homem é fonte de conhecimento, o que leva o pensamento
nietzscheano a criticar a ideia de um substrato anímico de origem transcendente.
III. A crença na consciência subjetiva leva à suposição de que só há interpretações, ao passo
que para Nietzsche os fatos em si mesmos mostram o caráter ilusório da perspectiva múltipla
do sujeito.
Assinale:
41
"A rosa é sem porquê, floresce porque floresce, não cuida de si própria, não pergunta se a
vemos".
(Angelus Silesius, séc. XVII.)
Na obra de Leibniz se ratificou um princípio filosófico que se opõe à indeterminação
exemplificada na frase citada, do místico alemão Angelus Silesius, buscando, ao contrário, a
explicação do porquê as coisas existirem e serem como são, e não de outra maneira.
Assinale a opção que identifica corretamente esse princípio.
42
Em uma conferência proferida na Universidade de Viena, Freud afirmou que o ingênuo amor-
próprio dos homens, no transcorrer dos séculos, teve de se submeter a três grandes golpes
desferidos pela ciência: o heliocentrismo de Copérnico, a teoria da evolução de Charles Darwin
e a própria psicanálise por ele concebida.
Para Freud, a ferida narcísica trazida pela psicanálise
43
As alternativas a seguir apresentam características da noção wittgensteiniana de jogo de
linguagem, à exceção de uma. Assinale-a.
(A) Os significados linguísticos não estão fixos e determinados, mas são funções exercidas
pelas expressões linguísticas em contextos particulares.
(B) As palavras têm funções diferentes e, por isso, não são utilizadas primordialmente para
descrever a realidade, e sim para atingir um objetivo como, por exemplo, dar uma ordem ou
agradecer.
(C) As expressões linguísticas são sempre utilizadas em um contexto de interação entre
interlocutores, que as empregam com um objetivo determinado.
(D) A linguagem mobiliza regras de uso em situações variadas, o que faz da realidade o próprio
entrelaçamento entre palavras e atividades que se conseguem indicar pela linguagem.
(E) O significado da palavra e suas regras performáticas mostram a essência da linguagem
como o código dos sinais necessários à natureza, legitimando o uso solipsístico da linguagem.
44
A ética normativa é um dos campos de estudo da Ética, podendo ser dividida em duas
categorias: a ética teleológica e a ética deontológica.
(A) A ética das virtudes é um exemplo de ética deontológica, pois orienta a conduta moral para
o cumprimento de ações consideradas boas para o convívio social.
(B) A ética do discurso é uma ética deontológica, uma vez que formula como válidas as
reivindicações éticas que possam ser aceitas racionalmente mediante argumentos.
(C) O utilitarismo de ação é um tipo de ética deontológica, na medida em que defende a
determinação de regras universais para se alcançar o maior benefício para todos.
(D) O contratualismo moral é uma ética consequencialista, já que advoga a justificabilidade das
ações voltadas para a produção do maior saldo de felicidade possível.
(E) O comunitarismo é uma ética do dever, pois fundamenta as normas da comunidade na
crença de que as pessoas têm o conhecimento imediato do que é certo e do que é errado.
45
Leia o fragmento a seguir a respeito da perspectiva aristotélica da Metafísica.
Todos admitem que algumas coisas sensíveis são .................... ; portanto deveremos
desenvolver a nossa pesquisa partindo dessas coisas. De fato, é de grande utilidade proceder
gradualmente na direção daquilo que é mais cognoscível. Com efeito, todos adquirem o saber
desse modo: procedendo através das coisas que são menos cognoscíveis por natureza, isto é,
................... na direção das que são mais cognoscíveis por natureza, isto é, .................... .
46
São problematizações políticas corretas sobre o Estado e a Sociedade formuladas na Época
Moderna, à exceção de uma.
Assinale-a.
(A) A teoria política de Maquiavel formulou as bases do princípio do Estado soberano enquanto
estrutura jurídica, a partir da determinação dos direitos da soberania estatal.
(B) A teoria política de Hobbes concebeu o Estado como um deus mortal capaz de ser
destruído, por sua própria natureza, pelas guerras e pelas discórdias intestinas.
(C) A teoria política de Locke definiu a sociedade civil como um corpo social unido, sob uma lei
cuja execução é assegurada por um magistrado, para preservar a vida, a liberdade e a
propriedade.
(D) A teoria política de Espinosa compreendeu o direito natural a partir da presença de
algumas regularidades nos comportamentos humanos, determinadas pela combinação dos
afetos.
(E) A teoria política de Rousseau identifica na lei a declaração da vontade geral, pela qual cada
associado se aliena totalmente, com todos os seus direitos, à comunidade toda.
47
"Tudo o que existe abaixo do Primeiro tem de provir dele, quer imediatamente, quer através de
intermediários. Tem de haver uma ordem de segundo grau e uma ordem de terceiro grau, na
qual a segunda volta-se à primeira e a terceira à segunda".
(PLOTINO. Tratados das Enéades. São Paulo: Polar Editorial, 2000, p.55.)
O neoplatonismo pode ser compreendido, de modo geral, como uma Filosofia baseada em
uma estrutura hierárquica que tem como princípio o Uno, razão pela qual também é conhecido
como uma henologia e tem em Plotino seu grande representante.
Assinale a opção que caracteriza corretamente o sistema plotiniano em relação à sua estrutura
hierárquica do ser.
(A) O Uno é a primeira hipóstase, entendida como a realidade imanente ao mundo, que explica
sua multiplicidade, sendo, ao mesmo tempo, incorpóreo.
(B) O Nous ou Espírito é o princípio que está além do ser e da essência, pois é a inteligência
que pensa a totalidade dos inteligíveis.
(C) A processão é o princípio que explica como do Uno provém o múltiplo, já que o Uno é
atividade autoprodutora.
(D) A Alma é a terceira hipóstase do sistema plotiniano, concebida como corpórea por ser a
razão das coisas sensíveis.
(E) Como tudo procede do Princípio, ao homem é dada a experiência inata e imediata da união
mística com o divino, que elimina o mistério e revela a realidade última do mundo.
48
"O ato de fala total na situação de fala total é o único fenômeno real que, em última análise,
pretendemos elucidar".
(AUSTIN, J. L. How to do things with words. Oxford: Clarendon Press, 1962, p. 147.)
J. L. Austin é um dos representantes da renovação em Filosofia da linguagem no século XX, ao
propor um método de análise de questões filosóficas por meio do uso da linguagem entendida
como modo de ação por meio das palavras.
Assinale a opção que identifica corretamente essa corrente contemporânea da Filosofia da
linguagem.
(A) Semiótica.
(B) Sintática.
(C) Semântica.
(D) Estruturalismo.
(E) Pragmática.
49
"(...) os poetas trágicos são versados em todas as artes, em todas as coisas humanas relativas
às virtudes e aos vícios, e até mesmo nas coisas divinas; na verdade, é necessário, afirmam,
que o bom poeta, se quiser criar uma bela obra, conheça os temas de que trata, pois de outra
forma não seria capaz de criar. É preciso, pois, examinar se tais pessoas, tendo-se deparado
com imitadores desse gênero, não foram enganadas pela visão de suas obras, não se dando
conta de que elas se acham afastadas em três graus do real, e de que, sem conhecer a
verdade, é fácil realizá-las com êxito, pois os poetas criam fantasmas e não coisas reais (...)".
(PLATÃO. A República. São Paulo: Perspectiva, 2006, Livro X.)
Platão atribui um papel pedagógico importante à arte na cidade ideal concebida na República,
mas seus critérios são rigorosos e sua crítica recai sobre os poetas, por serem "imitadores".
Com relação à crítica platônica da imitação, analise as afirmativas a seguir.
Assinale:
50
A busca da felicidade é um tema recorrente nas tradições filosóficas bem como objeto de
reflexão crítica em outros campos de conhecimento, como a ciência e a psicanálise.
Relacione os pensadores a seguir às respectivas concepções sobre a felicidade.
1. Sócrates
2. Espinosa
3. John Stuart Mill
4. Sigmund Freud
(A) 1 - 3 - 2 - 4
(B) 1 - 4 - 2 - 3
(C) 4 - 2 - 3 - 1
(D) 2 - 4 - 3 - 1
(E) 4 - 3 - 2 - 1
51
A lógica fornece padrões de correção do raciocínio. Dois de seus conceitos são a validade e a
legitimidade: um argumento é válido quando sua conclusão segue logicamente suas
premissas; um argumento é legítimo quando não é apenas válido, como também possui
premissas verdadeiras.
52
"De modo algum [o pragmatismo e o instrumentalismo] perseguem a produção de crenças úteis
à moral e à sociedade. Mas a formação de uma fé na inteligência, como a única e
indispensável crença necessária à moral e à vida social. Quanto mais se aprecia o valor
intrínseco, imediato e estético do pensamento e da ciência, quanto mais se toma consciência
de que a própria inteligência acrescenta alegria e dignidade à vida, tanto mais se sente pesar
frente à situação em que o exercício e a alegria da razão encontram-se limitados a um grupo
social restrito, fechado e técnico, e tanto mais dever-se-ia perguntar como seria possível fazer
todos os homens participantes desse inestimável bem".
(DEWEY, John. "O desenvolvimento do pragmatismo americano". In: Scientiae Studiae, São
Paulo, v. 5, nº 2, 2007, p. 242.)
O instrumentalismo de John Dewey, parte integrante do pragmatismo norte-americano, refletiu
sobre o papel social do filósofo no mundo a partir da ideia de democracia, articulando-a ao
pensamento filosófico e à ciência.
Com relação à concepção deweyana da democracia e com base no texto, analise as
afirmativas a seguir.
I. Ao recusar o papel fundacionista da Filosofia como função definitiva do saber científico,
Dewey assimilou o papel de expandir o conhecimento científico para toda a sociedade à
democracia.
II. A concepção deweyana de uma atitude experimental na ciência, enquanto favorável à
receptividade do novo, se estendeu à educação como oportunidade de formas novas de
liberdade social e artística.
III. O conhecimento como produto provisório de investigações, e não algo definitivamente
estabelecido, é uma ideia deweyana congruente com o princípio democrático da educação
como experiência reflexiva.
Assinale:
53
No intuito de prover uma sistematização do conhecimento filosófico, Aristóteles distinguiu
vários ramos da ciência, nos quais a metafísica é identificada como uma ciência
54
Positivismo deriva do termo "positivo", definido por Augusto Comte em seu Discurso preliminar
sobre o espírito positivo, a partir das características do novo espírito filosófico.
Na perspectiva do positivismo comtiano, "positivo" significa
55
Os PCNs de Filosofia identificam uma série de habilidades e competências necessárias na
realização do processo de ensino-aprendizagem do saber filosófico. Nesse sentido, o professor
que aborda um novo tema ainda não conhecido pelos alunos, em um primeiro momento,
introduz o panorama histórico no qual a temática se desenvolveu.
Para essa abordagem inicial, pela orientação dos PCNs, o professor realiza a
habilidade/competência de
(A) articular diferentes conteúdos e modos discursivos da Filosofia com outras produções
culturais.
(B) contextualizar conhecimentos filosóficos, por exemplo, no plano de sua origem específica.
(C) ler, de modo filosófico, textos de diferentes estruturas e registros.
(D) elaborar, por escrito, o que foi apropriado de modo reflexivo.
(E) debater, assumindo e defendendo uma posição argumentativa.
56
"Não é possível desunir Filosofia de filosofar, pois os dois são uma mesma coisa. O filosofar é
uma disciplina no pensamento que, ao ser operada, vai produzindo Filosofia e a Filosofia é a
própria matéria que gera o filosofar. São indissociáveis. A matéria Filosofia separada do ato de
filosofar é matéria morta, recheio de livro de estante. Para ser Filosofia ela tem que ser
reativada, reoperada, assim reaparecendo a cada vez. Como a malha tricotada que só aparece
se houver o ato do tricotar".
(ASPIS, R. P. L. "O professor de Filosofia: o ensino de Filosofia no ensino médio como
experiência filosófica". In: Cadernos Cedes, Campinas, vol. 24, n. 64, p. 305-320, set./dez.
2004.)
A posição teórica sustentada no trecho acima - a de que não há propriamente uma dissociação
entre a História da Filosofia e o filosofar -, aplicada ao ensino de Filosofia, pode ser executada
com diversas estratégias.
Com relação à perspectiva de vinculação entre história da Filosofia e o filosofar no ensino de
Filosofia, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
(A) F, V e F.
(B) F, V e V.
(C) V, F e F.
(D) V, V e F.
(E) F, F e V.
57
"Todos os objetos da razão ou investigação humana podem ser divididos naturalmente em
duas espécies, a saber: relações de ideias e questões de fato".
(HUME, David. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1980, p.
143 (Col. Os Pensadores).)
A Filosofia humeana é conhecida pelo princípio segundo o qual todo conhecimento da natureza
assenta na descoberta de algum tipo de relação causal. Para Hume, relações causais são
(A) questões de fato, na medida em que podem ser provadas demonstrativamente através das
capacidades intuitivas da razão.
(B) relações de ideias, pois cabe ao entendimento o papel de deduzir as regras de associação
entre eventos.
(C) questões de fato, já que sua evidência é fornecida pela experiência, embora sua
necessidade e universalidade só sejam conferidas pelo entendimento.
(D) relações de ideias, uma vez que se explicam por princípios de conexão entre os diversos
pensamentos ou ideias, que lhes imprimem certa regularidade.
(E) questões de fato, pois fundam-se em relações de causa e efeito inteiramente originadas na
experiência.
58
As alternativas abaixo identificam características da Filosofia epicurista, à exceção de uma.
Assinale-a.
59
"No sentido mais amplo do progresso do pensamento, o esclarecimento tem perseguido
sempre o objetivo de livrar os homens do medo e de investi-los na posição de senhores. Mas a
terra totalmente esclarecida resplandece sob o signo de uma calamidade triunfal".
(ADORNO, T. W. e HORKHEIMER, M. Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editor, 1985, p. 17.)
A Dialética do Esclarecimento se inicia com o trecho acima citado, fornecendo a chave geral de
leitura desse ensaio: mostrar as duas faces do esclarecimento, ao mesmo tempo libertador e
aprisionador.
Com relação à crítica de Adorno e Horkheimer ao esclarecimento, assinale V para a afirmativa
verdadeira e F para a falsa.
( ) O movimento das Luzes do século XVIII, contrariamente a seu esforço, não destruiu o mito,
transformando o próprio esclarecimento em uma mistificação, pois usou as mesmas funções
assertivas e controladoras que se dispôs a combater.
( ) O conhecimento científico, longe de emancipar a razão, aborda a realidade em perspectiva
já limitada pelo jogo de interesses sociais e historicamente situados, o que explica que a crítica
iluminista da razão é suscetível de se deixar instrumentalizar pelo interesse.
( ) A arte escapa à dominação social da natureza, pois é o único campo capaz de mostrar
como se conquista a autonomia do sujeito, através da fruição estética, justificando, com isso, a
distância ética e estética entre arte superior e cultura popular.
(A) F, V e F.
(B) F, V e V.
(C) V, F e F.
(D) V, V e F.
(E) F, F e V.
60
O princípio de que "a existência precede a essência" é central no pensamento do filósofo Jean-
Paul Sartre.
(A) A recusa do fatalismo, pois a liberdade sartreana exige que o homem entenda que não se
criou a si mesmo e, por essa razão, está lançado no mundo, sendo responsável pelo que faz.
(B) A negação da transcendência do homem, o que o torna um entre os inúmeros objetos e
seres participantes do mundo material, equalizando-os como simples existentes.
(C) A relativização da vontade, uma vez que a existência é efêmera e contingente, o que
frequentemente lança o homem em situações em que a força do destino é superior à sua
iniciativa.
(D) A defesa do solipsismo moral, já que o caráter irredutível da existência individual leva cada
um a conceber um conceito de bem incomunicável a outro ser humano.
(E) A concepção de uma natureza humana, que se encarna na diversidade das experiências
individuais, atestando a capacidade de cada um de se determinar.
GABARITO:
31D
32A
33A
34B
35C
36E
37B
38D
39D
40D
41E
42C
43E
44B
45C
46A
47C
48E
49A
50D
51C
52E
53C
54B
55B
56B
57E
58A
59D
60A
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
23. Segundo Marcondes (1997), a filosofia analítica considera que o tratamento e a solução de
problemas filosóficos devem se dar por meio:
24. "Todos os instintos sob enorme força repressiva, volvem para dentro, e a isso chamo
interiorização do homem [...]". A partir dessa interiorização, se desenvolve o que mais tarde
Nietzsche denominará:
A) corpo
B) liberdade
C) alma
D) instinto
E) nobreza
25. Descartes, em sua segunda meditação, relata a necessidade de se encontrar uma forte
certeza que pudesse servir de base para a elaboração de todo o sistema do saber. E
exemplifica com a experiência do ponto de:
A) Gassendi
B) Arquimedes
C) Montaigne
D) Copérnico
E) Galileu
27. Em sua obra Poética, Aristóteles analisa a tragédia grega de sua época e a tradição da
poesia épica, desenvolvendo duas noções de grande influência na teoria e na crítica literária.
São as noções de catarsis (efeito purificador produzido nos que assistem às tragédias) e de:
A) virtude (areté)
B) poiesis (saber produtivo)
C) retórica
D) mímesis (imitação)
E) verdade
A) ética
B) analítica
C) estética
D) religiosa
E) racional
29. No mundo contemporâneo, a política deixa de ser compreendida como o conjunto das
atividades relacionadas à vida prática e passa a se constituir como o campo da mera
administração de:
30. Um traço comum aos racionalistas do início do pensamento moderno foi a utilização do
recurso, de inspiração cartesiana, da dedução como forma de demonstração de verdades. Tal
recurso é também chamado de:
A) método geométrico
B) estudo de lógica
C) princípio de Pascal
D) trabalho científico
E) argumento da aposta
31. Segundo Kant, o conhecimento só poderá surgir da reunião das seguintes capacidades ou
faculdades:
A) disponibilidade e intuição
B) predisposição e vontade
C) racionalidade e disposição
D) sensibilidade e entendimento
E) determinação e comparação
32. Posição filosófica que tem a experiência como guia e critério de validade de suas
afirmações, principalmente nos campos da teoria do conhecimento e da filosofia da ciência:
A) estoismo
B) realismo
C) liberalismo
D) idealismo
E) empirismo
33. Ao estabelecer o primado do espírito, Descartes faz dele algo completamente separado do
corpo. Surge a tese em que a alma é uma substância completamente distinta do corpo
denominada:
A) espiritualismo
B) reflexionismo
C) dualismo
D) encadeamento
E) intuição
34. Doutrina que se opõe ao ceticismo e atribui à razão humana a capacidade exclusiva de
conhecer e estabelecer a verdade:
A) estoicismo
B) racionalismo
C) escolástica
D) misticismo
E) platonismo
35. Uma ideia somente terá validade se for evidente e distinta. De acordo com Descartes, para
que haja conhecimento, é necessário que as ideias sejam representações. Para demonstrar
tal teoria, identifica os seguintes tipos de ideias:
36. Para Platão, o trabalho de conhecer não é tarefa apenas intelectual. É também obra de:
A) amor
B) religião
C) retórica
D) discurso
E) ideal
37. O interesse pela problemática ético-política, pela questão do homem enquanto cidadão da
polis, que passa a se organizar politicamente no sistema de democracia na Atenas do século
V A.C., delimita o contexto do surgimento:
A) da apologia
B) do pitagorismo
C) da sofística
D) da isonomia
E) do pluralismo
A) ciência
B) epistemologia
C) exposição
D) processo
E) método
39. De acordo com Marcondes (1997), a filosofia de Hegel teve grande influência em sua
época e tornou-se uma das correntes do pensamento contemporâneo por meio de sua leitura
pelos marxistas, pelos existencialistas, pela hermenêutica e, especialmente pela:
A) dialética transcendental
B) teoria crítica da Escola de Frankfurt
C) unidade sintética originária da apercepção
D) concepção otimista de Locke
E) teoria política moderna
40. Para Sartre (in Rezende, 1997), o ser é o que ele é, é o objeto, é tudo aquilo de que se
tem consciência. A consciência precisa do objeto para ser; sem objeto ela não vai além de seu
próprio vazio e o sujeito é nada. Logo, o ser define-se pelo princípio da:
A) alteridade
B) intenção
C) contradição
D) perfeição
E) identidade
41. Os dois primeiros momentos da filosofia analítica da linguagem, mesmo que distintos pelo
tipo de análise que fazem, têm em comum a ideia de que o significado de uma proposição
depende de sua:
A) técnica
B) redução
C) síntese
D) verificação
E) sistematização
A) as figuras de linguagem
B) os jogos de linguagem
C) as estruturas de palavras
D) os ideais dos atos da fala
E) as formas de anotações
43. A lógica hegeliana é uma lógica dialética que tem como um de seus principais
fundamentos:
A) a negação
B) o positivismo
C) a história
D) a política
E) o dogmatismo
A) antinomia
B) vontade
C) liberdade
D) máxima
E) heteronomia
A) reflexão
B) espírito
C) razão
D) lógica
E) transição
46. Concepção filosófica segundo a qual o conhecimento certo e definido sobre algo pode ser
buscado, mas não atingido:
A) dogmatismo
B) ceticismo
C) irracionalismo
D) mecanicismo
E) convencionalismo
47. Para Benjamin (1993), a obra de arte, em sua essência, sempre foi reprodutível e o que o
ser humano produzia sempre poderia ser imitado por outros. Ainda que a reprodução técnica
da arte represente um processo novo, como a xilogravura e a litografia, para o autor, mesmo
na reprodução mais perfeita de uma obra de arte, um elemento estará ausente. Trata-se:
A) da terminalidade
B) da notoriedade
C) da acessibilidade
D) do perfeccionismo
E) da autenticidade
48. Possui um valor moral positivo, constituindo o objeto ou o fim da ação humana:
A) o bem
B) o bom-senso
C) o ato
D) a dúvida
E) a utopia
49. Para Spinoza (in Marcondes, 1997), o homem livre se caracteriza como aquele que, ao
contemplar a substância infinita, reconhece a necessidade do curso natural das coisas e a
ação livre é aquela que está de acordo com:
A) a indignação do sujeito
B) o isolamento do indivíduo
C) a utilidade do pensamento
D) a determinação das coisas
E) o princípio da universalidade
50. A retórica sofística apresenta-se como uma técnica capaz de persuadir qualquer um de
qualquer coisa e põe em destaque as opiniões. Estas podem ser boas e más, melhores e
piores, úteis e prejudiciais, mas nunca:
A) elaboradas e técnicas
B) falsas e verdadeiras
C) únicas e discutíveis
D) justas e infalíveis
E) ficcionais e elaboradas
GABARITO:
21. B
22. D
23. A
24. C
25. B
26. C
27. D
28. A
29. C
30. A
31. D
32. E
33. C
34. B
35. D
36. A
37. C
38. E
39. B
40. E
41. D
42. B
43. A
44. C
45. C
46. B
47. E
48. A
49. D
50. B
1)Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido
pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou
dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as
resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos. Assim, criam-se
os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, atuando de forma independente para a
efetivação da liberdade, sendo que esta não existe se uma mesma pessoa ou grupo exercer
os referidos poderes concomitantemente. MONTESQUIEU, B. Do Espírito das Leis. São
Paulo: Abril Cultural, 1979 (adaptado).
A divisão e a independência entre os poderes são condições necessárias para que possa
haver liberdade em um Estudo. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja
2)Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado.
Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito
mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens
que se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e
ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os
bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele
chega, revoltam-se. MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.
A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas,
Maquiavel define o homem como um ser
3) A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses
atributos não devem estar separados como na inscrição existente em Delfos "das coisas, a
mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos".
Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor,
nós a identificamos como felicidade. ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. Das Letras,
2010.
Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica
como
5)
TEXTO I
Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas
falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal
assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente,
uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e
começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável. DESCARTES, R.
Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).
TEXTO II
É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca.
Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido
de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que
foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida. SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da
modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).
A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução
radical do conhecimento, deve-se
6) Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos objetos; porém, todas
as tentativas para descobrir, mediante conceitos, algo que ampliasse nosso conhecimento,
malogravam-se com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se
resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo
nosso conhecimento. KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 1994
(adaptado).
O trecho em questão é uma referência ao que ficou conhecido como revolução copernicana na
filosofia. Nele, confrontam-se duas posições filosóficas que
GABARITO:
1D
2C
3C
4B
5B
6A
7C
QUESTÃO 9
No que toca à justiça e à injustiça, devemos considerar:
1. com que espécie de ações se relacionam elas; 2. que espécie de meio-termo é a justiça; e 3.
entre que extremos o ato justo é intermediário. Nossa investigação se processará dentro das
mesmas linhas que as anteriores. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco, livro V, 1129 a.
Considerando a justiça como uma das virtudes fundamentais da ética aristotélica, avalie as
afirmações a seguir.
I. A noção de justiça presume a proporcionalidade, a equidade e a reciprocidade entre os
cidadãos.
II. Aristóteles compreende a justiça como uma disposição de caráter para desejar o que é
agradável para a alma.
III. A justiça distributiva trata da distribuição igualitária dos bens entre cidadãos de uma cidade-
estado democrática.
IV. A justiça corretiva trata dos casos relacionados às trocas comerciais entre os cidadãos,
intermediados por um juiz ou árbitro.
V. As relações entre justiça e injustiça se relacionam ao agente voluntário, que conhece tanto a
pessoa a quem atinge com o seu ato como o instrumento que usa.
A) I, II e III.
B) I, II e V.
C) I, III e IV.
D) II, IV e V.
E) III, IV e V.
QUESTÃO 11
Com efeito, que nos diz a experiência? Ela nos mostra que a vida da alma ou, se se quiser, a
vida da consciência, está ligada à vida do corpo, que há solidariedade entre eles e nada mais.
Mas este ponto jamais foi contestado, e há uma grande distância entre isto e a afirmação de
que o cerebral é o equivalente do mental, que poderíamos ler no cérebro tudo o que se passa
na consciência correspondente. A consciência está incontestavelmente acoplada a um cérebro,
mas não resulta de nenhum modo disto que o cérebro desenhe todos os detalhes da
consciência, nem que a consciência seja uma função do cérebro. BERGSON, H. A alma e o
corpo. In: Coleção Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 86-7.
De acordo com o pensamento de Henri Bergson, a relação existente entre a alma e o corpo é a
de equivalência
PORQUE
há mais atividade na consciência humana que no cérebro correspondente.
Acerca dessas asserções, assinale a alternativa correta.
QUESTÃO 12
Em Política II, Aristóteles opõe-se vigorosamente à teoria platônica da República, precisamente
porque a cidade aí é considerada como indivíduo; se fosse possível realizar tal redução, "não
seria preciso fazê-lo: aniquilaríamos a cidade". A polis não é indivíduo, é comunidade; a
diferença é clara: indivíduo vivo é um composto cujas partes permanecem em potência, uma
comunidade é pluralidade cujas partes ou elementos estão em ato. VERGNIÈRES, S. Ética e
Política em Aristóteles: Physis, Ethos, Nomos. 2ª ed. São Paulo: Paulus, 2003. p. 301.
Na obra A Política, de Aristóteles, a cidade (polis) é
QUESTÃO 13
Assim, pois, a inteligência de Deus constitui a medida de tudo, não podendo, porém, ser
medida ou comensurada por ninguém e por nada, ao passo que as coisas da natureza são ao
mesmo tempo comensurantes e comensuradas. Ao contrário, a nossa inteligência é
comensurada; é também comensurante, não porém em relação às coisas criadas, mas em
relação aos produtos do engenho humano. Portanto, o objeto natural está colocado entre duas
inteligências e se denomina verdadeiro segundo a sua conformidade com ambas. Segundo a
conformidade com a inteligência divina, a coisa criada se denomina verdadeira, na medida em
que cumpre a função para a qual foi destinada pela inteligência divina. Segundo a
conformidade com a inteligência humana, a coisa criada se denomina verdadeira, na medida
em que é apta a fornecer por si mesma uma base para um julgamento correto. AQUINO, T.
Questões discutidas sobre a verdade. In: Sto Tomás de Aquino/ Dante Alighieri/John Duns
Scot/William of Ockam. 1. ed. São Paulo: Abril, 1973. (Coleção Os Pensadores). p. 23-59.
Considerando o trecho acima, em que Tomás de Aquino discute a questão da verdade, analise
as afirmações abaixo.
A) I e III.
B) I e IV.
C) II e IV.
D) II e V.
E) III e V.
QUESTÃO 14
Ser bom, quando se pode, é um dever e, ademais, existem certas almas tão capacitadas para
a simpatia que, mesmo sem qualquer motivo de vaidade ou de interesse, elas experimentam
uma satisfação íntima em irradiar alegria em torno de si e vivem o contentamento de outrem,
na medida em que ele é obra sua. Mas eu acho que, no caso de uma ação desse tipo, por mais
de acordo com o dever e mais amável que seja, não possui, porém, verdadeiro valor moral, já
que ela se coloca no mesmo plano de outras inclinações, a ambição, por exemplo, que, quando
coincide com o que realmente está de acordo com o interesse público e o dever, com o que,
por conseguinte, é honorável, merece louvor e encorajamento, mas não respeito, pois falta a
essa máxima o valor moral, isto é, o fato de que essas ações sejam feitas não por inclinação,
mas por dever. KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. In: VERGEZ, A.;
HUISMAN, D. História dos filósofos ilustrada pelos textos. 6. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos,
p. 269, 1984.
Tendo como referência esse texto, avalie as asserções que se seguem.
Dar uma esmola ou pagar uma refeição para um mendigo na rua, motivados apenas pela
felicidade que sentimos quando ajudamos pessoas em tal estado, é uma ação desprovida de
valor moral,
PORQUE,
para Kant, somente a ação ditada unicamente pelo dever, isenta da influência de qualquer
outra motivação, é que possui valor moral.
QUESTÃO 15
Um professor afirma que o filósofo X é um grande pensador cuja obra é mais relevante que a
do filósofo Y porque as pessoas que têm realmente conhecimento do que é a filosofia preferem
o filósofo X. Em seguida, ao responder a dúvida de um aluno a respeito das pessoas que
teriam realmente conhecimento do que é a filosofia, afirma que elas podem ser identificadas
por preferirem o pensador X ao Y.
Este é um exemplo de raciocínio circular, ao qual se convencionou chamar de petição de
princípio, e é caracterizado por ser formalmente
A) inválido e falso.
B) inválido e incapaz de estabelecer a verdade de sua conclusão.
C) inválido, mas capaz de estabelecer a verdade de sua conclusão.
D) válido e capaz de estabelecer a verdade de sua conclusão.
E) válido, mas incapaz de estabelecer a verdade de sua conclusão.
QUESTÃO 16
Na eternidade nada passa, tudo é presente, ao passo que o tempo nunca é todo presente.
Esse tal verá que o passado é impelido pelo futuro e que todo o futuro está precedido de um
passado, e todo passado e futuro são criados e dimanam d?Aquele que sempre é presente.
Quem poderá prender o coração do homem, para que pare e veja como a eternidade imóvel
determina o futuro e o passado, não sendo nem passado nem futuro? AGOSTINHO.
Confissões, livro XI, cap. 11, ed. Vozes, p. 276.
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) I e IV.
E) II e IV.
QUESTÃO 17
O existencialismo ateu, que eu represento, é mais coerente. Declara ele que, se Deus não
existe, há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes
de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem ou, como diz
Heidegger, a realidade humana. Assim, não há natureza humana, visto que não há Deus para
a conceber. O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como
ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência:
o homem não é mais que o que ele faz. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr
todo homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade de sua
existência. SARTRE, J. P. O existencialismo é um humanismo. Seleção de textos de José
Américo Motta Pessanha traduções de Virgílio Ferreira et al. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p.
6.
Com base no texto e nos conhecimentos acerca da concepção de condição humana no
pensamento de Sartre, avalie as alternativas que se seguem.
A) I.
B) II.
C) I e III.
D) II e IV.
E) III e IV.
QUESTÃO 18
O homem possui a capacidade de construir linguagens com as quais se pode exprimir todo
sentido, sem fazer ideia de como e do que cada palavra significa - como também falamos sem
saber como se produzem os sons particulares. A linguagem corrente é parte do organismo
humano, e não menos complicada que ele. É humanamente impossível extrair dela, de modo
imediato, a lógica da linguagem. A linguagem é um traje que disfarça o pensamento. [...] A
maioria das proposições e questões que se formularam sobre temas filosóficos não são falsas,
mas contrassensos. Por isso, não podemos de modo algum responder a questões dessa
espécie, mas apenas estabelecer seu caráter de contrassenso. A maioria das questões e
proposições dos filósofos provém de não entendermos a lógica de nossa linguagem.
WITTGENSTEIN, L. Tractatus logico-philosophicus. Tradução, apresentação e ensaio
introdutório de Luiz Henrique Lopes dos Santos. São Paulo: Edusp, 1993.
Com base no texto acima, é correto afirmar que
QUESTÃO 19
A importante corrente filosófica contemporânea conhecida como Empirismo Lógico foi alvo de
duras críticas por parte de filósofos como K. Popper e W. Quine. Guardadas as devidas
diferenças teóricas entre esses dois filósofos, qual o ponto comum de suas críticas?
QUESTÃO 20
Julgamos conhecer cientificamente cada coisa, de modo absoluto e não, à maneira sofística,
por acidente, quando julgamos conhecer a causa pela qual a coisa é, que ela é a sua causa e
que não pode essa coisa ser de outra maneira.
Uma vez que é impossível ser de outra maneira aquilo de que há ciência, em sentido absoluto,
será necessário o que é conhecido segundo a ciência demonstrativa. ARISTÓTELES.
Segundos Analíticos, livro I, cap. 2, 71b9-12 e livro I, cap. 4, 73a21-23 . Trad. Oswaldo Porchat.
Ciência e Dialética em Aristóteles, p. 35-36.
Considerando o texto aristotélico, analise as afirmações a seguir.
QUESTÃO 21
Os filósofos medievais que conceberam os universais como sendo entes reais, subsistentes
em si, e afirmavam a perfeita adequação entre conceitos universais e a realidade são
chamados de realistas
PORQUE
foram diretamente influenciados pelo neoplatonismo, cuja concepção metafísica fundamenta-se
no estudo da realidade compreendida como manifestação de Deus.
A) A busca de Deus se volta para a interioridade do homem, mas apenas de modo metafórico,
pois é impossível o limitado conter o ilimitado.
B) Sua condição de cristão e pecador gera angústias sobre o seu destino e seu distanciamento
do Criador, donde a impossibilidade de alcançá-l?O.
C) O problema filosófico consiste em buscar o Criador a partir das coisas exteriores, do céu e
da terra, para depois chegar ao homem.
D) A aproximação ao Criador implica busca, peregrinação para os lugares onde sua
manifestação é mais palpável e perceptível.
E) A busca de Deus, que se confunde com a busca da verdade, é um voltar-se para si mesmo,
num duplo movimento de chamamento e procura.
QUESTÃO 23
Até agora se supôs que todo o nosso conhecimento tinha que se regular pelos objetos; porém,
com esta hipótese, fracassaram todas as tentativas de se estabelecer, mediante conceitos,
algum juízo a priori sobre os objetos, o que teria ampliado nosso conhecimento. Tentemos ver,
pois, se não teremos mais sucesso com os problemas da metafísica, supondo que os objetos
devam regular-se pelo nosso conhecimento, o que já concorda melhor com a requerida
possibilidade de um conhecimento a priori dos objetos, que deva estabelecer algo sobre os
mesmos antes que nos sejam dados. O mesmo ocorreu com a primeira ideia de Copérnico, o
qual, percebendo que não conseguiria explicar os movimentos do céu, admitindo-se que todo o
exército de astros girava em torno do expectador, julgou que obteria mais sucesso se fizesse o
próprio espectador mover-se em torno dos astros, deixando estes em paz. (Prefácio à segunda
edição da Crítica da Razão Pura, B XVI-XVII).
Nessa famosa passagem, Kant apresenta sua proposta de uma "revolução copernicana" na
Metafísica, a qual será elaborada e demonstrada ao longo do Tratado.
A) II.
B) I e III.
C) II e III.
D) IV e V.
E) I, IV e V.
QUESTÃO 24
Parmênides e Heráclito estabeleceram um campo de batalha que alimentou séculos de guerra
filosófica. Muito do mais vigoroso filosofar de Platão foi dedicado à tarefa de reconciliar, ou
desarmar, esses dois campeões. Um de seus personagens nos diz que o verdadeiro filósofo
deve recusar-se a aceitar seja a doutrina de que toda a realidade é imutável, seja a doutrina de
que a realidade está mudando em toda parte. Como uma criança que quer não apenas o bolo
mas comê-lo [o verdadeiro filósofo] teria de afirmar que o Ser, a soma de tudo, é os dois ao
mesmo tempo - tudo o que é imutável e tudo que está em mudança. KENNY, A. Uma nova
história da filosofia ocidental. Tradução de Carlos Alberto Bárbaro. São Paulo: Loyola, 2008,
p.243, v.1
Tendo como referência esse texto, analise as asserções a seguir.
Ao estabelecerem esse campo de batalha, afirmando ou negando o imobilismo universal,
Parmênides e Heráclito inauguraram questões fundamentais do pensamento cosmo-ontológico
PORQUE,
na sua perspectiva, respectivamente, ou aceita-se a realidade fenomênica como um dado
verdadeiro ou deve-se abrir mão da razão e dissociá-la dos sentidos e das crenças.
QUESTÃO 25
Serei de tal modo dependente do corpo e dos sentidos que não possa existir sem eles? Mas eu
me persuadi de que nada existia no mundo, que não havia nenhum céu, nenhuma terra,
espíritos alguns, nem corpos alguns: não me persuadi também, portanto, de que eu não
existia? Certamente não, eu existia, sem dúvida, se é que eu me persuadi, ou, apenas, pensei
alguma coisa. Mas há algum, não sei qual, enganador mui poderoso e mui ardiloso que
emprega toda a sua indústria em enganar-me sempre. Não há, pois, dúvida alguma de que
sou, se ele me engana; e, por mais que me engane, não poderá jamais fazer com que eu nada
seja, enquanto eu pensar ser alguma coisa. De sorte que, após ter pensado bastante nisto e de
ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que
esta proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as vezes que a
enuncio ou que a concebo em meu espírito. DESCARTES, R. Meditações. In: Descartes. Trad.
de J. Guinsburg e Bento Prado Júnior. 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p. 73-142. (Os
Pensadores).
Com base na passagem acima, em que Descartes afirma a existência do pensamento, analise
as afirmações abaixo.
A) I e III.
B) I e IV.
C) II e IV.
D) II e V.
E) III e V.
QUESTÃO 26
A estratégia seguida por Kant, no tratamento das questões estéticas, não visa propor uma
filosofia do belo ou uma teoria das belas artes, nem fornecer uma descrição das obras de arte
e das suas qualidades estéticas. O que ele faz é verdadeiramente o que se poderia chamar
uma abordagem fenomenológica, dada sob a forma de uma análise da experiência estética do
juízo estético ou juízo de gosto - no intuito de captar, interpretar e compreender o que nela está
envolvido. Esse tipo de abordagem é o que Kant designa por crítica e, por isso, a meditação
kantiana sobre os problemas estéticos dá-se como uma crítica do juízo estético ou crítica do
gosto. O que é que acontece ou está em causa quando dizemos (ou pensamos para nós
próprios), a propósito, por exemplo, de uma flor que encontramos na natureza ou num jardim,
que ela é bela? SANTOS, L. R.; SANTOS, L. R. A concepção Kantiana da experiência estética:
novidades, tensões e equilíbrios.Trans/Form/Ação, Marília, v. 33, n. 2, 2010 .
Sobre os juízos de gosto acerca do belo em Kant, é correto afirmar que
A) a satisfação presente nos juízos sobre o agradável e bom está sintonizada com o belo, uma
vez que se trata de juízos desinteressados e livres.
B) é fundamental, se quisermos saber se algo é belo ou não, que consideremos as
características relativas do objeto que originou a experiência estética.
C) os juízos de natureza moral, a exemplo da recriminação aos prédios que são feitos para
impressionar, são determinantes para que o juízo de gosto seja possível.
D) o juízo de gosto não é um juízo de conhecimento e, portanto, não é lógico mas estético, e o
fundamento de representação é subjetivo.
E) faz-se necessário, para que alguém exerça o papel de juiz em matéria de gosto.
QUESTÃO 27
A crítica comunitarista do liberalismo pode conduzir-nos à redescoberta de um modo de pensar
que foi primeiramente desenvolvido há muito séculos, mas cujas potencialidades ainda não
foram exploradas, porque, com Hobbes, refletir sobre o político foi assumir uma orientação dita
científica, implicando a rejeição dos seus aspectos normativos e a predominância de uma
concepção instrumental. MOUFFE, C. O Regresso do Político. Lisboa: Gradiva, 1996, p. 57.
Considerando o fragmento de texto acima, avalie as afirmações que se seguem com relação
ao debate contemporâneo, no domínio da filosofia política, em torno do liberalismo e
comunitarismo.
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) I e III.
QUESTÃO 28
A forma mercadoria e a relação de valor dos produtos de trabalho, na qual ele se representa,
não têm que ver absolutamente nada com sua natureza física e com as relações materiais que
daí se originam. Não é mais nada que determinada relação social entre os próprios homens
que para eles assume a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas. Por isso, para
encontrar uma analogia, temos de nos deslocar à região nebulosa do mundo da religião. Aqui,
os produtos do cérebro humano parecem dotados de vida própria, figuras autônomas, que
mantêm relações entre si e com os homens. Assim, no mundo das mercadorias, acontece com
os produtos da mão humana. Isso eu chamo o fetichismo que adere aos produtos de trabalho,
tão logo são produzidos como mercadorias, e que, por isso, é inseparável da produção de
mercadorias. MARX, K. O Capital, Trad. Barbosa, Regis e Kothe, Flávio, São Paulo, Abril
Cultural, 1983, Livro I, Vol. 1, p. 71.
Considerando o texto apresentado e a abordagem de Marx acerca da relação de trabalho,
avalie as afirmações que se seguem.
A) I e II.
B) II e III.
C) I, II e IV.
D) I, III e IV.
E) II, III e IV.
QUESTÃO 29
Wittgenstein emprega a estratégia de interpelar as formas de vida através de situações
regionais teoricamente organizadas: os jogos de linguagem. A descrição gramatical dos usos
incide, exclusivamente, sobre aspectos das formas de vida em que diferentes práticas estão
envolvidas com a linguagem; a linguagem é uma parte apenas, mas determinante dessas
situações teoricamente organizadas. MORENO, A. R. W. Através das Imagens. 2 edição.
Campinas/SP: Editora da UNICAMP, 1995, p. 112.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Wittgenstein, avalie as afirmações que se
seguem acerca da linguagem em Wittgenstein.
A) I.
B) II.
C) I e III.
D) II e IV.
E) III e IV.
QUESTÃO 30
Com efeito, relativamente à natureza, a experiência dá-nos a regra e é a fonte da verdade; no
que toca às leis morais, a experiência é (infelizmente!) a madre da aparência e é altamente
reprovável extrair as leis acerca do que devo fazer daquilo que se faz ou querer reduzi-las ao
que é feito. KANT, I. Crítica da Razão Pura. 3ª edição. Tradução de Manuela Pinto dos Santos
e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994, p. 312.
Tendo como referência esse texto, analise as asserções a seguir.
Se a razão teórica não deve ultrapassar os limites da experiência, a razão prática, por sua vez,
deve livrar-se de qualquer objeto empírico e autonomamente ser princípio de determinação da
vontade
PORQUE,
caso se prendesse ao empírico, não haveria, segundo Kant, condições de justificar o princípio
supremo da moralidade, com as características que lhe são inerentes, como objetividade,
universalidade e formalidade.
QUESTÃO 31
Na Sociologia da Educação, o currículo é considerado um mecanismo por meio do qual a
escola define o plano educativo para a consecução do projeto global de educação de uma
sociedade, realizando, assim, sua função social. Considerando o currículo na perspectiva
crítica da Educação, avalie as afirmações a seguir.
A) I.
B) II.
C) I e III.
D) II e IV.
E) III e IV.
QUESTÃO 32
O fazer docente pressupõe a realização de um conjunto de operações didáticas coordenadas
entre si. São o planejamento, a direção do ensino e da aprendizagem e a avaliação, cada uma
delas desdobradas em tarefas ou funções didáticas, mas que convergem para a realização do
ensino propriamente dito. LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2004, p. 72.
Considerando que, para desenvolver cada operação didática inerente ao ato de planejar,
executar e avaliar, o professor precisa dominar certos conhecimentos didáticos, avalie quais
afirmações abaixo se referem a conhecimentos e domínios esperados do professor.
I. Conhecimento dos conteúdos da disciplina que leciona, bem como capacidade de abordá-los
de modo contextualizado.
II. Domínio das técnicas de elaboração de provas objetivas, por se configurarem instrumentos
quantitativos precisos e fidedignos.
III. Domínio de diferentes métodos e procedimentos de ensino e capacidade de escolhê-los
conforme a natureza dos temas a serem tratados e as características dos estudantes.
IV. Domínio do conteúdo do livro didático adotado, que deve conter todos os conteúdos a
serem trabalhados durante o ano letivo.
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) II e IV.
E) III e IV.
QUESTÃO 34
Na escola em que João é professor, existe um laboratório de informática, que é utilizado para
os estudantes trabalharem conteúdos em diferentes disciplinas. Considere que João quer
utilizar o laboratório para favorecer o processo ensino-aprendizagem, fazendo uso da
abordagem da Pedagogia de Projetos. Nesse caso, seu planejamento deve
A) ter como eixo temático uma problemática significativa para os estudantes, considerando as
possibilidades tecnológicas existentes no laboratório.
B) relacionar os conteúdos previamente instituídos no início do período letivo e os que estão no
banco de dados disponível nos computadores do laboratório de informática.
C) definir os conteúdos a serem trabalhados, utilizando a relação dos temas instituídos no
Projeto Pedagógico da escola e o banco de dados disponível nos computadores do
laboratório.
D) listar os conteúdos que deverão ser ministrados durante o semestre, considerando a
sequência apresentada no livro didático e os programas disponíveis nos computadores do
laboratório.
E) propor o estudo dos projetos que foram desenvolvidos pelo governo quanto ao uso de
laboratórios de informática, relacionando o que consta no livro didático com as tecnologias
existentes no laboratório.
QUESTÃO 36
Diz Tomás de Aquino na "Suma de Teologia" sobre a virtude:
A virtude implica a perfeição da potência. Por isso, segundo o livro I do "Céu", a virtude de uma
coisa se determina em relação com o ponto máximo que essa coisa pode atingir. Ora, o ponto
máximo que uma potência pode atingir tem que ser bom, pois todo mal importa defeito, donde
dizer Dionísio que todo mal é enfermo. E por isso é necessário que a virtude de qualquer coisa
seja defina em relação com o bem. Logo, a virtude humana, que é um hábito de ação, é um
hábito bom e produtor de bem. AQUINO, T. Suma de Teologia, Iª-IIª, Q. 55, art. 3, resp., ed.
Loyola, v. 4, p. 98.
Tendo em vista o texto tomasiano sobre as virtudes, analise as asserções abaixo.
Agir virtuosamente, conforme o fim da virtude perfeita, é resultado do hábito bom praticado
repetidas vezes
PORQUE
O hábito mau, ainda que praticado várias vezes, não implica perfeição.
QUESTÃO 37
A difusão da democracia grega criava a demanda que os sofistas pretendiam suprir em sua
capacidade de educadores profissionais. O caminho para o sucesso político estava aberto a
qualquer um, contanto que tivesse a capacidade e o treino para sobrepujar seus competidores.
A necessidade primordial era dominar a arte de falar persuasivamente. Em função disso,
argumentou-se que todo o ensino dos sofistas se resume na arte retórica. GUTHRIE, W. K. C.
Os sofistas. Tradução João Rezende Costa. São Paulo: Paulus, 1995, p. 24. (com
adaptações).
I. A retórica sofista tinha um lugar de destaque na nascente democracia grega do século V a.C,
posto que a palavra se torna um instrumento fundamental no mundo jurídico-político.
II. O papel do educador na Grécia clássica estava diretamente ligado ao desejo de competição
pública, posto que os sofistas se interessam pela prática da erística (disputa).
III. O sucesso político dependia da habilidade na arte de falar, posto que os mais altos cargos
públicos eram ocupados pelos que possuíam uma argumentação persuasiva. Guthrie, W. K. C.
Os sofistas. Tradução João Rezende Costa. São Paulo: Paulus, 1995, p. 24. (com
adaptações)
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
QUESTÃO 38
Quando dizemos que um objeto está conexo com outro, queremos apenas dizer que eles
adquiriram uma conexão no nosso pensamento e fazem emergir a inferência, pela qual se
tornam provas (proofs) da sua existência recíproca: conclusão esta um tanto extraordinária,
mas que parece fundada em evidência suficiente. Nem a sua evidência será enfraquecida por
qualquer hesitação geral do entendimento ou suspeição cética respeitante a toda a conclusão
que é nova e extraordinária. Nenhumas conclusões podem ser mais agradáveis ao ceticismo
do que aquelas que fazem descobertas a respeito da fraqueza e dos estreitos limites da razão
e capacidade humanas. HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. Porto: Edições
70, 1985, p.76.
O ceticismo de Hume revela a certeza de nossas faculdades racionais ao definir o processo de
causalidade.
PORQUE
No hábito ou costume, reside o princípio psicológico que nos leva a esperar de determinada
causa um efeito necessário.
QUESTÃO 39
Da proposição de que todo o pensamento é um signo segue-se que todo pensamento, como
signo que é, deve dirigir-se a outro, determinar outro pensamento. O que constitui uma versão
do conhecido axioma, segundo o qual, na intuição, isto é, no presente imediato, não há
pensamento, ou ainda que o refletido tem passado. Hinc loquor inde est. Qualquer pensamento
requer o ter havido outro pensamento, da mesma forma que o momento passado requer uma
série infinita de momentos PEIRCE, C. Escritos publicados. Os pensadores. São Paulo: Abril
Cultural, 1983.
Na passagem acima, Peirce trata da relação entre signo e pensamento, da qual se depreende
que
QUESTÃO 40
Mas, analisando outro caso, quando um cidadão, não por suas crueldades ou outra qualquer
intolerável violência, e sim pelo favor dos concidadãos, se torna príncipe de sua pátria ? o que
se pode chamar principado civil (e para chegar a isto não são necessários grandes méritos
nem muita sorte, mas antes uma astúcia feliz), digo que se chega a esse principado ou pelo
favor do povo ou pelo favor dos poderosos. É que em todas as cidades se encontram estas
duas tendências diversas e isto nasce do fato de que o povo não deseja ser governado nem
oprimido pelos grandes, e estes desejam governar e oprimir o povo. MAQUIAVEL, N. O
Príncipe. In: Maquiavel. Traduções de Livio Xavier. 5. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991.
(Coleção Os Pensadores). p. 1-110.
Tendo como referência o texto acima, analise as asserções a seguir.
Rompendo com a tradição política que o antecedeu, Maquiavel não aceita a ideia da boa
comunidade política constituída para o bem comum e a justiça,
PORQUE
a política nasce das lutas sociais e é obra da própria sociedade para dar a si mesma unidade e
identidade.
QUESTÃO DISCURSIVA 1
A Educação a Distância (EaD) é a modalidade de ensino que permite que a comunicação e a
construção do conhecimento entre os usuários envolvidos possam acontecer em locais e
tempos distintos. São necessárias tecnologias cada vez mais sofisticadas para essa
modalidade de ensino não presencial, com vistas à crescente necessidade de uma pedagogia
que se desenvolva por meio de novas relações de ensino-aprendizagem.
O Censo da Educação Superior de 2009, realizado pelo MEC/INEP, aponta para o aumento
expressivo do número de matrículas nessa modalidade. Entre 2004 e 2009, a participação da
EaD na Educação Superior passou de 1,4% para 14,1%, totalizando 838 mil matrículas, das
quais 50% em cursos de licenciatura. Levantamentos apontam ainda que 37% dos estudantes
de EaD estão na pós-graduação e que 42% estão fora do seu estado de origem.
Considerando as informações acima, enumere três vantagens de um curso a distância,
justificando brevemente cada uma delas.
QUESTÃO DISCURSIVA 3
O homem nasceu, como já foi provado, com um direito à liberdade perfeita e em pleno gozo de
todos os direitos e privilégios da lei da natureza, assim como qualquer outro homem ou grupo
de homens na terra; a natureza lhe proporciona, então, não somente o poder de preservar
aquilo que lhe pertence - ou seja, sua vida, sua liberdade, seus bens - contra as depredações e
as tentativas de outros homens, mas de julgar e punir as infrações daquela lei em outros,
quando ele está convencido que a ofensa merece, e até com a morte, em crimes em que ele
considera que a atrocidade a justifica. Mas como nenhuma sociedade política pode existir ou
subsistir sem ter em si o poder de preservar a propriedade, e, para isso, punir as ofensas de
todos os membros daquela sociedade, só existe uma sociedade política onde cada um dos
membros renunciou ao seu poder natural e o depositou nas mãos da comunidade em todos os
casos que os excluem de apelar por proteção à lei por ela estabelecida; e assim, excluído todo
julgamento particular de cada membro particular, a comunidade se torna um árbitro; e,
compreendendo regras imparciais e homens autorizados pela comunidade para fazê-las
cumprir, ela decide todas as diferenças que podem ocorrer entre quaisquer membros daquela
sociedade com respeito a qualquer questão de direito e pune aquelas ofensas que qualquer
membro tenha cometido contra a sociedade com aquelas penalidades estabelecidas pela lei;
deste modo, é fácil discernir aqueles que vivem daqueles que não vivem em uma sociedade
política. Aqueles que estão reunidos de modo a formar um único corpo, com um sistema
jurídico e judiciário com autoridade para decidir controvérsias entre eles e punir os ofensores,
estão em sociedade civil uns com os outros; mas aqueles que não têm em comum nenhum
direito de recurso, ou seja, sobre a terra, estão ainda no estado de natureza, onde cada um
serve a si mesmo de juiz e de executor, o que é, como mostrei antes, o perfeito estado de
natureza. LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. 3 ed. Petrópolis: Vozes, 2001. p.
133. (II, 87).
Considerando as ideias centrais de John Locke, redija um texto dissertativo que contemple os
seguintes aspectos:
a) as razões de os homens se unirem em sociedade;
b) a relação entre Estado de natureza e a sociedade civil.
QUESTÃO DISCURSIVA 4
Pode-se dizer que o problema de definir o conhecimento em termos de uma conjunção entre a
crença verdadeira e uma relação especialmente favorecida entre o agente e os fatos começou
com Platão. No Teeteto, ele defende que o conhecimento é a crença verdadeira juntamente
com o logos.
Considerando essa afirmativa, redija um texto dissertativo explicando de que maneira Platão
estabelece a interpretação do conhecimento.
QUESTÃO DISCURSIVA 5
O bom senso é a coisa do mundo melhor partilhada, pois cada qual pensa estar tão bem
provido dele, que mesmo os que são mais difíceis de contentar em qualquer outra coisa não
costumam desejam tê-lo mais do que o têm. E não é verossímil que todos se enganem a tal
respeito; mas isso antes testemunha que o poder de bem julgar e distinguir o verdadeiro do
falso, que é propriamente o que se denomina o bom senso ou a razão, é naturalmente igual em
todos os homens; e, destarte, que a diversidade de nossas opiniões não provém do fato de
serem uns mais racionais do que outros, mas somente de conduzirmos nossos pensamentos
por vias diversas e não considerarmos as mesmas coisas. Pois não é suficiente ter o espírito
bom, o principal é aplicá-lo bem. DESCARTES, Discurso do método. 4.ª Ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2009.
Considerando o texto citado, sobre a teoria do conhecimento em Descartes, redija um texto
dissertativo que contemple os seguintes aspectos:
Apresente a resposta em vista aos seguintes aspectos:
a) o método ou o caminho do conhecimento segundo Descartes;
b) as consequências do método cartesiano.
GABARITO:
9B
11D
12D
13C
14A
15E
16B
17D
18B
19B
20C
21C
22E
23A
24C
25C
26D
27D
28E
29C
30A
31B
32B
34A
36B
37C
38D
39B
40ª